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A & W 1 A & W 2 Sumário OPTOMETRIA ................................................................................................................................................. 9 1. Terminologia e Abreviaturas Mais Utilizadas em Optometria ................................................................... 9 1.1 Abreviaturas ............................................................................................................................................ 9 1.2 Termos ................................................................................................................................................... 10 2. Olho Emétrope ............................................................................................................................................ 14 2.1 Distância Focal ....................................................................................................................................... 14 2.2 Acomodação .......................................................................................................................................... 15 2.2.1 Processo de Acomodação .......................................................................................................... 15 2.2.2 Tríade de Acomodação .............................................................................................................. 16 2.2.3 Sincinesia de Acomodação ......................................................................................................... 16 2.2.4 Componentes de Acomodação .................................................................................................. 16 2.3 Ponto Remoto ....................................................................................................................................... 17 2.4 Ponto Próximo ....................................................................................................................................... 17 2.5 Ponto Próximo de Acomodação ............................................................................................................ 18 2.6 Amplitude de Acomodação ................................................................................................................... 18 3. Olho Amétrope ........................................................................................................................................... 18 3.1 Ametropia Esférica ................................................................................................................................ 18 3.2 Ametropia Cilíndrica ............................................................................................................................... 18 4. Miopia ......................................................................................................................................................... 18 4.1 Ponto Remoto do Míope ....................................................................................................................... 19 4.2 Classificação da Miopia .......................................................................................................................... 19 4.3 Classificação da Miopia de Acordo com a Dioptria ................................................................................ 20 4.4 Sinais e Sintoma ..................................................................................................................................... 20 4.5 Tipos de Correção da Miopia ................................................................................................................. 20 4.6 Modelo de Prescrição para Visão de Longe ........................................................................................... 20 5. Hipermetropia ............................................................................................................................................ 20 5.1 Ponto Remoto do Hipermétrope .......................................................................................................... 21 5.2 Classificação da Hipermetropia .............................................................................................................. 21 5.3 Acomodação do Hipermétrope ............................................................................................................. 21 5.4 Hipermetropia Baseada na Acomodação .............................................................................................. 22 5.5 Exemplo de Caso .................................................................................................................................... 22 5.6 Classificação da Hipermetropia de Acordo com a Dioptria .................................................................. 22 5.7 Sinais e Sintomas ................................................................................................................................... 22 5.8 Tipos de Correção de Hipermetropia .................................................................................................... 22 5.9 Modelo de Prescrição para Visão de Longe ........................................................................................... 23 A & W 3 6. Astigmatismo .............................................................................................................................................. 23 6.1 Causas do Astigmatismo ........................................................................................................................ 23 6.2 Classificação do Astigmatismo I ............................................................................................................ 23 6.3 Classificação do Astigmatismo II ............................................................................................................ 25 6.4 Astigmatismo Induzido ........................................................................................................................... 25 6.5 Transposição .......................................................................................................................................... 25 6.6 O Astigmatismo Segundo sua Focalização ............................................................................................ 25 6.7 Classificação Conforme a Formação da Imagem .................................................................................. 25 6.8 Classificação Segundo a Posição do Eixo ............................................................................................... 26 6.9 Sintomas do Astigmatismo .................................................................................................................... 26 6.10 Correção do Astigmatismo .................................................................................................................. 26 6.11 Modelo de Prescrição para Visão de Longe ........................................................................................ 26 7. Presbiopia ................................................................................................................................................... 27 7.1 Amplitude de Acomodação ................................................................................................................... 27 7.1.1 Técnica de Sheard ...................................................................................................................... 27 7.1.2 Técnica de Donders .................................................................................................................... 27 7.2 Presbiopia e a acomodação ................................................................................................................... 29 7.3 Classificação da Presbiopia ....................................................................................................................para identificar sua etiologia e aplicar estratégias de tratamento apropriadas. A ambliopia funcional ocorre antes 6-8 anos de idade sendo causa principal à privação (estrabismo ou anisometropia). 10.2 CAUSA DA AMBLIOPIA FUNCIONAL ✓ Forma de privação: catarata congênita ou traumática, blefaroptose completa precoce, opacidade da córnea, hifema, hemorragia vítrea, terapia de oclusão descontrolada, terapia de penalização descontrolada. ✓ Estrabismo unilateral constante (olho desviado): a imagem do olho desviado é suprimida, para evitar a visão dupla a criança utiliza apenas o melhor olho. ✓ Erro refrativo não corrigido ambliogênico: quando um olho tem mais miopia, hipermetropia ou astigmatismo que o outro, o olho com visão borrada (fora de foco) é suprimido e pode tornar-se amblíope. ✓ Anisometropia (esférica ou astigmática). ✓ Isometropia. ✓ Estrabismo aniso combinado. A & W 35 10.3 CAUSA PSICOGÊNICAS ✓ Conversão histeria. ✓ Fingimento. 10.4 CAUSA ESTRUTURAIS/PATOLÓGICAS ✓ Acromatopsia. ✓ Coloboma. ✓ Fibras nervosas da retina mielinizadas. ✓ Retinopatia da prematuridade. ✓ Miopia degenerativa. ✓ Nervo óptico hipoplásico. ✓ Ceratocone. ✓ Opacidades dos meios transparentes do olho: ocorre devido à existência de uma barreira a chegada da luz a retina em toda a sua intensidade, impedindo a formação de uma imagem bem definida. ✓ Coriorretinite macular, cicatriz perimacular. ✓ Patologia Macular (por exemplo, doença de Stargardt) ✓ Atrofia óptica. ✓ Neurite retrobulbar. ✓ Nistagmo (congênito, latente, manifesto latente). ✓ Craniofaringioma. 10.5 SINAIS COMUNS, SINTOMAS E COMPLICAÇÕES Ambliopia de um olho (como na ambliopia anisometrópica e estrabísmica) geralmente produz pouca desvantagem e poucos sintomas, porque o paciente normalmente tem boa acuidade visual no olho normal, o mais significativo dos problemas geralmente provem de uma diminuição da estereopsia, o que pode resultar em exclusões ocupacionais e desempenho de visão menos eficiente em certas tarefas, como dirigir e coordenar atividades de mão-olho, além disso, a ambliopia pode contribuir para o aparecimento tardio de estrabismo. 10.6 DETECÇÃO E PREVENÇÃO ANTECIPADA A ambliopia é uma condição evitável e tratável, especialmente se detectado cedo. Rastreamento de causas de ambliopia por privação de forma devem ser conduzidos pelos profissionais de cuidados primários da criança dentro das primeiras (4-6) semanas de vida. As crianças em risco devem ser monitoradas anualmente durante todo o período de desenvolvimento sensível (nascimento até 6-8 anos de idade). O rastreio do erro refrativo ambliogénico e do estrabismo devem também começar durante o primeiro ano de vida. Crianças em risco precisarão ser monitoradas anualmente. Triagem de crianças com histórico familiar de estrabismo ou ambliopia pode ser uma estratégia, portanto, os optometristas devem alertar os pais sobre a prevalência e risco para o desenvolvimento de ambliopia e encorajar os mesmos à procurar cuidados profissionais regulares para os seus filhos. 10.7 TRATAMENTO O tratamento da ambliopia começa com o uso da correção óptica (se indicado), seguida da oclusão do olho de melhor acuidade visual, para permitir que o olho fraco se desenvolva. Às vezes é necessário fazer oclusão alternada dos dois olhos. A & W 36 Quando o tratamento é seguido corretamente, sob orientação e na época adequada, ocorre melhora na grande maioria dos casos. 11. HISTÓRIA CLÍNICA OPTOMÉTRICA O exame optométrico tem como finalidade: Identificar o estado motor, sensorial e funcional do sistema visual, bem como corrigir o defeito refrativo encontrado, através da prescrição de lentes ou encaminhar o paciente a um especialista, caso o paciente precise de algum tratamento adequado. A história clínica é o registro dos dados e resultados obtidos durante a anamnese, é o interrogatório no qual se tem um contato inicial com o paciente, identificando o problema principal pelo qual o paciente veio à consulta, problemas secundários, buscando a orientação para a solução do problema principal da consulta, obtendo o controle em relação a evolução de certos casos e a resposta a determinados tratamentos. Captação dos dados, informações do paciente para que possamos interpretar e chegar a um prognóstico. 11.1 FICHA CLÍNICA 1) Identificação do paciente 2) Anamnese 3) Dominância Ocular 4) Acuidade Visual 5) Avaliação Ocular (segmento anterior e posterior) 6) Avaliação Pupilo-motor (Reflexos Pupilares) 7) Avaliação Sensorial 8) Exame Refrativo 9) Prova Ambulatorial 10) Diagnóstico 11) Conduta 11.2 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Nome Sexo Idade/data de nascimento Endereço Fone Escolaridade Atividade profissional/ Ocupação Hobbies Última Consulta 12. ANAMNESE A palavra “Anamnese” vem do Grego ANAMNESIS e quer dizer: “recordação, recuperar algo previamente aprendido”. De ANA= através, + MNESIS= memória. Consiste em uma entrevista com o paciente. A & W 37 Na anamnese o optometrista deve anotar toda a história de saúde geral e ocular do paciente que esteja relacionado a saúde ocular do mesmo. Deve-se dialogar com o paciente para que você possa conhece-lo e correlacionar os dados durante o atendimento para um melhor diagnóstico e resultados. Existem 3 modalidades: ✓ Tributa Livre (paciente) ✓ Tributa Dirigida (optometrista) ✓ Tributa mista (ambos) 12.1 MOTIVO PRINCIPAL DA CONSULTA Devemos questionar qual o motivo que levou o paciente a procurar uma consulta. ✓ Qual o motivo que o trouxe até aqui? ✓ O que está acontecendo? ✓ Como está sua visão? ✓ Tem percebido algo de diferente? Exemplo: Dificuldades para enxergar, Rotina, dores de cabeça, entre outros. 12.2 SINAIS E SINTOMAS Sinal: manifestações observadas pelo profissional, ou seja, quando o examinador perceber alguma alteração. Sintoma: manifestações que o Px relatar. • Hiperemia • Epífora (processo alérgico, meio ambiente) • Blefarite • Fenda Ocular • Pálpebra caída (ptose) • Cefaléia (onde? Período do dia?) • Prurido • Astenopia • Visão embaçada • Sensação de corpo estranho • Visão dupla • Dor ocular • Moscas volantes (miodeopsias) - (desde quando tem?) • Fotofobia • Ardência • Dificuldade de identificar cores • Pálpebra tremendo (contração fibrilar, típico de stress, fumo, álcool, cafeína, drogas) • Olho seco • Secreções (como? quando? onde?) 12.3 ANTECEDENTES PESSOAIS: SAÚDE GERAL E OCULAR Devemos fazer perguntas do tipo: ✓ Se usa óculos, há quanto tempo? ✓ Sofreu algum acidente lesionando a cabeça? trauma, tombos em escadas, acidente automobilístico. A & W 38 ✓ Sofreu algum acidente que tenha provocado alguma lesão ocular? golpe, corpo estranho, objetos cortantes, queimaduras, colírios utilizados. ✓ Possui algum tipo de doenças? diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), alergias, sinusite, câncer. ✓ Fez algum tratamento ocular/geral ou cirurgia ocular/geral? Caso positivo, por quanto tempo? conjuntivite, calázio, hordéolo, glaucoma. 12.4 ANTECEDENTES FAMILIARES (PAI, MÃE, IRMÃOS, AVÓS): SAÚDE GERAL E OCULAR Nosso intuito é descobrir se houve ou há casos de doenças oculares na família, como catarata, glaucoma, doenças sistêmicas, problemas refrativos na família. • Trauma ocular • Corpo estranho • Queimaduras • Cirúrgicos • Conjuntivite • Ceratite • Glaucoma • Uveíte • Descolamento de retina • Toxoplasmose • Catarata • Pterígio • Câncer 13. DOMINÂNCIA OCULAR Superioridade funcional e uso preferencial de um olho sobre o outro. 13.1 TÉCNICA Fazer um triangulo com as mãos como o mostrado na figura abaixo e focalizar um objeto à distância (no caso a letra "E"). Ao fechar o olho não dominante você continuará enxergando o objeto focalizado anteriormente, mas ao fechar o olho dominante, esse objeto sairádo seu campo de visão. O olho dominante é aquele o qual o objeto será visto da mesma forma de quando ambos os olhos estavam abertos. A & W 39 14. EXAME DO SEGMENTO ANTERIOR O exame do segmento anterior nos ajuda a verificar se existe alguma anormalidade em qualquer das estruturas oculares externas ou de seus anexos. É uma técnica que permite a observação das estruturas oculares externas. Pode-se realizar uma biomicroscopia profunda com uma lâmpada de fenda ou oftalmoscópio e uma análise mais simples com uma lanterna e lupa. 14.1 TÉCNICA – lanterna/lupa - observar: Px com olhos fechados → Pálpebras, cílios, sobrancelhas. Px com olhos abertos → Cílios inferiores, bordas das pálpebras e pontos lacrimais. Px olhando para cima → Limbo, Conjuntiva bulbar, Fundo de saco conjuntival, Conjuntiva tarsal, Borda da pálpebra, Canal lacrimal, Carúncula lacrimal. Px olhando para baixo → Conjuntiva bulbar superior, Conjuntiva tarsal superior. Px olhando para os lados → Ângulos internos e externos do globo. Px olhando para frente → Córnea, íris, pupila e câmara anterior. 14.2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS: GLOBO OCULAR: Observar sua posição dentro da órbita, seu tamanho em relação ao outro olho (Aspectos normais) SOBRANCELHAS: Observar sua espessura, cor, posição e aspecto. Se há ou não presença de cicatriz (presentes, alinhadas, completas, cicatriz em terço médio nasal ou temporal). CÍLIOS: Observar sua espessura, cor, posição e aspecto, se há falhas, se há uma camada apenas ou mais, a direção para onde estão crescendo (Alinhados, completos, ausentes, crostas) PÁLPEBRAS: Observar espessura, o estado das bordas, a amplitude no abrir e fechar dos olhos, se há presença de secreções, excesso de pele (regular, uniformes, nódulo em terço (médio, nasal ou temporal). SACO LACRIMAL: Verificar se há inflamação. CONJUNTIVA: Observar se há hiperemia, edema, se existem papilas, folículos ou algum sinal de inflamação ou infecção (rosada, amarelada, branca, hiperemica). ESCLERA: Observar sua coloração (rosada, amarelada, branca). CÓRNEA: Observar brilho, o tamanho, a estrutura, transparência (transparente, opacificações, úlceras ou infiltrações). CÂMARA ANTERIOR: Observar a transparência do humor aquoso, se há a presença de sangue ou pus. ÍRIS: Observar há a presença total ou parcial da íris, a coloração, espessura, se há a presença de nistagmo e comparar a coloração da íris dos dois olhos (cor uniforme, coloboma). 1) Limbo 2) Conjuntiva bulbar 3) Fundo de saco conjuntival 4) Conjuntiva tarsal 5) Borda da pá lpebra 6) Canal lacrimal 7) Carú ncula lacrimal A & W 40 15. ACUIDADE VISUAL A acuidade visual (AV) é um dos componentes do sentido da visão. É um ato clínico importante pela informação que contém, assim como pelas correlações clínicas, refrativas e patológicas a que se pode suspeitar através dela. Ao medir a visão sempre é necessário ter em mente que estamos diante de um fenômeno complexo, de que fazem parte: o sistema óptico, os fenômenos neurológicos de transmissão dos estímulos recebidos e condições psicológicas favoráveis. Considerando certas condições precárias na determinação da acuidade visual, é mesmo assim o método mais rápido, seguro, barato e simples da prática optométrica. A Acuidade Visual tem como objetivo medir a capacidade de visão (potência) de uma pessoa, nível de "nitidez" com que o olho consegue enxergar. Definida como o poder de discriminação que o olho tem ou a capacidade de reconhecer os detalhes dos objetos. Utilizaremos a medida em “pés” que é utilizada internacionalmente. A acuidade aparece marcada por dois números, em forma de fração, como por exemplo: 20/200, 20/100, 20/70, 20/40, 20/30, 20/20. Cada linha da tabela corresponde a uma fração, que representa uma acuidade visual e cada olho deve ser testado separadamente. 16. TABELA DE SNELLEN A tabela contém uma série progressiva de fileiras de letras. O teste consiste em ler essas linhas de letras que vão diminuindo sucessivamente. A avaliação é realizada com a tabela posicionada a uma distância padrão (6 mts) da pessoa a ser testada. Cada linha da tabela corresponde a uma fração que representa uma acuidade visual e cada olho deve ser testado separadamente. A & W 41 1 pé = 30,48 cm x 20 pés = 609,60 cm = 6,10 mts 20/100 (pés) = 0,2 (decimal) x 100% = 20% de visão (porcentagem) 17. MEDIDA DA ACUIDADE VISUAL A definição do ângulo visual de um olho é pré-determinada pelo tamanho da célula fotorreceptora (cones), responsável pela visão de detalhes. A avaliação da Acuidade Visual (AV) depende do tamanho do ângulo visual, que é formado pelas duas linhas traçadas das extremidades do objeto até a retina. Para produzir-se uma imagem do tamanho mínimo, o objeto deve ter um ângulo visual mínimo de um minuto (1’). Cada detalhe (pedaço) da letra de Snellen tem um ângulo visual de 1 minuto (1’). A letra completa tem um ângulo visual de 5 minutos (5’) a uma distância estabelecida (6,10 metros). 17.1 PARA DETERMINAR A CAPACIDADE DA VISÃO, UTILIZAMOS OS SEGUINTES PRINCÍPIOS: Mínimo Visível - É capacidade de determinar o brilho e contraste mínimo visível de um objeto. Mínimo Perceptível - É a capacidade de perceber o objeto no espaço por meio de detecção de pontos e linhas em fundo uniforme. Mínimo Separável - É o menor ângulo visual necessário para que possa haver detecção entre dois objetos. Mínimo Legível - É a capacidade em reconhecer letras ou formas (optotipos) cada vez menores. 17.2 CLASSIFICAÇÃO DA AV Segundo a visão: • Monocular (OD/OE) • Binocular (AO) A & W 42 Segundo a distância: • Visão de longe: VL – 6,10 mts • Visão de perto: VP – 33 a 40 cm Segundo correção: • S/C – Sem correção • C/C – Com correção Segundo o OPTOTIPO: • Angular: 1 caractere por vez (visível) • Morfoscópico: 1 linha inteira (separável) 18. OPTOTIPOS Optotipos são tabelas composta por letras ou figuras baseadas no ângulo visual de 5’, construídas para serem destinadas a medição da acuidade visual (AV). 18.1 TIPOS DE OPTOTIPOS • Snellen • E-direcional • Anéis de Landolt • Bicromáticos (Verde/Vermelho) • Visão Subnormal • Jaeger (visão de perto – 33 a 40 cm) 18.1.1 OPTOTIPOS DE SNELLEN Tabelas construídas com letras do alfabeto para medir a AV morfoscópica em adultos ou crianças alfabetizadas. A & W 43 18.1.2 OPTOTIPOS E DIRECIONAL Tabela construída com a letra E em distintas direções e sentidos. 18.1.3 OPTOTIPOS ANÉIS DE LANDOLT Tabela construída com a falha do anel ou a “boca” da letra C orientada em 4 posições. Serve para medir a AV morfoscópica em adultos, analfabetos e crianças. 18.1.4 OPTOTIPOS BICROMÁTICOS Utilizado para o afinamento da dioptria esférica, verificando se há hipo ou hipercorreção na mesma. A & W 44 18.1.5 OPTOTIPOS DE ALLEN Tabela construída a partir do ângulo visual de 5’, com figuras e desenhos populares de fácil interpretação para crianças ou analfabetos. 18.1.6 OPTOTIPOS DE JAEGER Tabelas construídas com frases em diversos tamanhos para medir a AV de perto em jovens e adultos, mas principalmente adultos a partir dos 40 anos. 18.1.7 TABELA DE ROSENBAUM ETDRS (EARLY TREATMENT DIABETIC RETINOPATHY STUDY) - (LOGMAR). Tabela de perto construída com números e E direcional para medir a AV de perto a 40 cm. A & W 45 Estudo no tratamento precoce da Retinopatia Diabética. O ETDRS OU LOGmar foi projetado para eliminar imprecisões da tabela de Snellen e Sloan. 19. COMO MEDIR A ACUIDADE VISUAL (AV) 19.1 - VISÃO DE LONGE 1) Selecione o optotipo adequado para o paciente. 2) Observar sempre o paciente, nunca a tabela de optotipo. 3) Coloque o paciente diante do optotipoà uma distância de 6,10 mts e na altura de seus olhos. 4) Oclua o olho esquerdo do paciente. 5) Peça ao paciente que leia desde o início da tabela até onde consiga enxergar com nitidez. Atente-se até quando o paciente for incapaz de ler algumas das letras de determinada linha. Anote o resultado da escala para a AV do Olho Direito (OD). Exemplo: OD 20/60. 6) Após a anotação da AV do OD. Oclua o olho direito do paciente e repita o procedimento para o OE e anote os resultados. Exemplo: OE 20/40 7) Em seguida, Px com os dois olhos abertos, proceda com a AV, tomando nota para AO. Exemplo: 20/40 SEQUÊNCIA PARA MEDIDA A & W 46 19.1.1 - ANOTAÇÃO EM CASO DE LEITURA PARCIAL OD: 20/40 +2 Paciente leu toda a linha do 20/40 + 2 letras da linha 20/30. OE: 20/30 -2 Paciente leu mais da metade da linha 20/30, não conseguindo ler apenas 2 letras desta linha. 19.1.2 - APROXIMAR A 3 METROS 8) Se o paciente não conseguir enxergar a maior letra da tabela (20/200) estando a uma distância de 6 metros, aproxime o Px a 3 mts. A linha que o Px enxergar, devemos multiplicar por 2x o valor do denominador da escala de AV de 6 mts. Exemplo, a letra 20/200, será uma letra 20/400 a 3 mts. 19.1.3 - APROXIMAR A 1,5 METROS 9) Caso o Px não enxergue nítido a maior letra da tabela estando a 3 metros, aproxime o Px a 1,5 metro. A linha que o Px enxergar multiplique, neste caso por 4x o valor do denominador da escala de AV de 6 mts. Exemplo, a linha 20/200 da tabela feita para 6 mts, se for lida a 1,5 metro terá o valor de AV 20/200 x 4 = 20/800. CASO O PX NÃO ENXERGUE A MAIOR LETRA DA TABELA A UMA DISTÂNCIA DE 1,5 MTS, PROCEDA COM OS SEGUINTES PASSOS: 19.1.4 - CONTAR DEDOS (CD) 10) Posicione-se a 1 metro do Px e peça para que ele responda a quantidade de dedos que está vendo a 1 metro. Caso ainda não enxergue, avance para 50 cm. O paciente enxergando, anote: Registre como CONTAGEM DE DEDOS à 50 cm. 19.1.5 - MOVIMENTO DE MÃO (MM) 11) Caso o Px não tenha consegui êxito na Contagem de Dedos, posicione-se a 1 metro do Px e movimente sua mão. Pergunte ao Px se ele consegue ver a mão em movimento. Inicie a uma distância de 1 mt, caso ainda não enxergue, refaça à 50 cm. Px enxergando, registre como MOVIMENTO DE MÃO à 50 cm. A & W 47 19.1.6 - PROJEÇÃO E PERCEPÇÃO LUMINOSA (PPL) 12) Caso o PX não veja o Movimento de Mão, coloque uma luz a 50 cm e movimente-a nos quatro pontos do campo visual (superior, inferior, nasal, temporal), perguntando se o mesmo consegue vê-la. Caso o paciente enxergue: registre como PROJEÇÃO LUMINOSA. 19.1.7 - PERCEPÇÃO DE FOSFENO (PF) 13) Caso você tenha feito os testes anteriores e mesmo assim o Px reporta não enxergar, peça ao Px que feche os olhos, sobre suas pálpebras, incida a luz da lanterna fazendo uma pressão leve sobre o globo ocular. Verifique se o paciente percebe a luz. Caso ele consigo perceber essa projeção de luz, registre como PERCEPÇÃO DE FOSFENO. 19.1.8 - AMAUROSE Caso não haja Percepção Luminosa Caso não haja percepção de luz. Registre como AMAUROSE (Paciente Cego) 19.1.9 - FURO ESTENOPÊICO - (PH – Pin Hole) Toma-se a acuidade visual com o Furo Estenopêico, quando a AV habitual em visão de longe for igual ou inferior a 20/40. Ao diminuir os círculos de difusão de luz e aumentar a profundidade do foco, melhora se a Acuidade Visual. Melhorando a AV com o furo estenopêico, a visão poderá ser melhorada com lentes graduadas, caso não haja melhora na AV, isso poderá ser o indício de alguma anormalidade que não será possível a correção através de lentes graduadas. 19.1.10 - FATORES QUE DEVEM SER LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO PARA UMA BOA AV. ➢ Iluminação adequada do ambiente ➢ Iluminação do optotipo ➢ Contraste das letras ➢ Tamanho correto das letras em relação à distância do paciente ➢ Posicionamento do optotipo ➢ Diâmetro pupilar ➢ Altura do paciente em relação à altura do optotipo ➢ Utilização do optotipo de acordo com a capacidade intelectual de cada paciente ➢ Postura do paciente ➢ Oclusão correta do olho ➢ Estado fisiológico do paciente 19.1.11 - COMO ANOTAR NO HISTÓRICO CLÍNICO ➢ Anotar o tipo de tabela e a distância entre a mesma e o paciente. ➢ Anotar em leitura de Snellen (20/20) ou decimal (1,0). ➢ Caso o paciente leia toda a linha e não consiga ler a linha seguinte, anote onde ele parou: Exemplo: 20/60. ➢ Caso ele leia a linha, mas não consiga ler as últimas letras, anote: ➢ Exemplo: 20/60 -2. ➢ Caso ele leia a linha 20/60 completa e a próxima apenas 2 letras, anote: 20/60 +2. A & W 48 19.2 - VISÃO DE PERTO 1) Selecione a tabela de perto (Jaeger) adequada para o paciente, podendo utilizar E-direcional, números ou texto. 2) Ilumine a tabela de perto. 3) Oclua o olho esquerdo (OE), pois começaremos a medição pelo OD. 4) Tabela na distância de 33 à 37 cm do olhar do Px. Peça ao paciente que leia a primeira linha (J1), caso ele não consiga, passe para a próxima. 5) Anote o valor da AV de perto para o OD pela medida de Jaeger ou pela medida em metros. Exemplo: J1= 0,37m / J2= 0,50m. 6) Oclua o OD e repita o procedimento para o OE e depois em AO. Faça as devidas anotações. 7) Caso o paciente não enxergue a linha J6 em um dos olhos ou com ambos abertos, peça para ler o título. O Px lendo, anote: TÍTULO A & W 49 8) Se mesmo assim o paciente não conseguir ler, peça para observar o contorno da tabela, a qual tem o formato quadrado e peça para relatar quantas linhas enxerga. Anote a quantidade de linha: 6 LINHAS 19.2.1 - FATORES QUE DEVEM SER LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO PARA UMA BOA AV. ➢ Iluminação da tabela de perto ➢ Posicionamento correto da tabela ➢ Distância correta da tabela ➢ Utilização da tabela de acordo com a capacidade intelectual de cada paciente ➢ Oclusão correta do olho ➢ Estado fisiológico do paciente 19.2.2 - COMO ANOTAR NO HISTÓRICO CLÍNICO ➢ Anotar em Jaeger (JX – Título – XLinhas) ➢ Utilizar as siglas: S/C – sem correção C/C – com correção OD – olho direito OE – olho esquerdo AO – ambos os olhos. ➢ Anotar cada olho separadamente e depois a AV de ambos os olhos. ➢ Primeiro anote a visão de longe (VL) e depois a visão de perto (VP). 19.3 – AV EM CRIANÇAS 19.3.1 - PVE – POTENCIAL VISUAL EVOCADO (recém nascido a 16 meses) O olho é estimulado por pulsos brilhantes de luz ou pela observação de listras brancas e pretas quadriculadas. A & W 50 19.3.2 - TAMBOR OPTOCINÉTICO (recém-nascido a 16 meses) O tambor é girado provocando nistagmo, havendo a presença do mesmo, significa que a visão está presente. 19.3.3 - TESTE DE OLHAR PREFERENCIAL (16 meses a 2 anos) Verifica-se a preferência da criança em relação a listras de cores branca e preta e sua espessura (Cartões de Teller). 19.3.4 - CUBOS DE FOOK (a partir de 4 anos) Cubo com caracteres de tamanhos variados. Avalia-se a AV angular. 19.3.5 - NYLH: NEW YOUK LIGHT HOUSE (de 3 a 5 anos) Avalia a AV angular com cartões a 3 mts. A & W 51 20. AVALIAÇÃO REFLEXOS PUPILARES Exame de reação das pupilas ao estímulo luminoso (reflexo fotomotor) que provocam movimentos pupilares de miose e midríase. Objetivo: Avaliar as vias aferentes (visual de ida da informação) e eferentes (visual de volta da informação) das funções neurovisuais, através de um estímulo visual, determinando a capacidade de reação a esse estímulo, responsável pela função pupilar. BASE FISIOLÓGICA: REFLEXO FOTOMOTOR O estímulo parte da retina, nervo óptico, quiasma óptico e trato óptico. Neste ponto a via pupilar se separa da via óptica atravessa o corpo geniculado lateral sem fazer sinapse. As fibras retino pré tectais dirigem-se ao colículo superior através dos braços do colículo superior, chegando ao teto do mesencéfalo, onde fica o núcleo pré tectal,então as fibras cruzam parcialmente e vão aos núcleos de Edinger Westphal. A partir daí, começa a via eferente onde as fibras saem dos núcleos do III par envolvendo o nervo motor ocular comum, fazendo a última sinapse nos gânglios ciliares, chegando ao olho pelos nervos ciliares curtos, ocasionando miose. Resumo reflexo fotomotor Aferência (luz): nervo óptico (II NC) – fibras retino-pré-tectais. Mediação central: núcleo pré-tectal (teto do mesencéfalo, na borda do colículo superior). Eferência (miose): núcleo de Edinger-Westphal – nervo oculomotor (III NC)- músculo esfíncter da pupila. REFLEXO CONSENSUAL Contração das duas pupilas quando uma é estimulada. Se produz devido ao entrecruzamento das fibras da via aferente. REFLEXO ACOMODATIVO Por inervação recíproca do III par que produz acomodação pelos músculos ciliares, convergência pelos retos médios e miose pelo esfíncter pupilar. A & W 52 Resumo Reflexo Acomodativo/Convergêncial Aferência (luz desfocada): nervo óptico (II NC) – fibras retinogeniculadas, e radiações ópticas. Mediação central: córtex visual e campo ocular pré-frontal (área ocular frontal). Eferência (ajuste do foco): nervo oculomotor (III NC) - retos mediais-músculo ciliar-músculo esfíncter da pupila. 20.1 - FOTOMOTOR O teste avalia a via AFERENTE através da contração pupilar, se está presente ou ausente e será realizado através da iluminação de um dos olhos com uma fonte luminosa. Este reflexo é conhecido também como direto ou ipsi lateral. TÉCNICA • Monocular • Paciente olhando para o infinito. • Incidir a luz no olho do paciente (OD) • Iluminar e avaliar o mesmo olho. • Repetir o procedimento 3x. • Observar o reflexo, o diâmetro pupilar, velocidade de contração (miose/midríase). ANOTAÇÃO CLÍNICA • Presente Reagente. • Presente Reagente Lento • Ausente PIRRLA: Pupilas Iguais, Redondas, Reagem a Luz e Acomodação. Repetir o procedimento no olho esquerdo. A & W 53 20.2 - CONSENSUAL O teste avalia a via EFERENTE e será realizado através da iluminação de um dos olhos e a observação do olho OPOSTO. Este reflexo é conhecido também como indireto ou contralateral. TÉCNICA • Paciente olhando para o infinito. • Incidir a luz no olho do paciente (OD) • Avaliar olho oposto (OE). • Repetir o procedimento 3x. • Observar o reflexo, o diâmetro pupilar, velocidade de contração (miose/midríase). ANOTAÇÃO CLÍNICA • Presente/Reagente. • Presente/Reagente Lento • Ausente Incidir agora a luz no OE e avaliar o OD. 20.3 - ACOMODATIVO Quando se olha para um objeto que está perto dos olhos, as pupilas se contraem (miose), independente de modificações na iluminação. Este movimento está associado à contração dos músculos retos mediais (convergência) e dos músculos ciliares (acomodação). O teste irá avaliar a CONVERGÊNCIA dos olhos para um objeto próximo, causando a contração pupilar. TÉCNICA • Objeto a frente do paciente. • Paciente com AO abertos, olha para o infinito, depois olha para o objeto próximo. • Avaliar a contração pupilar. • Repetir o procedimento 3x. • Procedimento feito com o objeto a 40 e 20 cm. ANOTAÇÃO CLÍNICA • Presente/Reagente. • Presente/Reagente Lento • Ausente A & W 54 21. ÂNGULO DE KAPPA O ângulo Kappa é o ângulo entre o eixo visual e o eixo pupilar. Eixo pupilar é a linha perpendicular à linha corneal que passa no centro da pupila. Eixo visual é a linha que une o ponto de fixação (objeto) com o ponto imagem (fóvea). OBJETIVO: Dar indício da fixação do paciente, permitindo-nos observar onde a fixação encontra-se. Ao incidirmos a luz no olho do paciente, a mesma tem que incidir na região macular (fóvea) e se refletir na córnea, no ponto exato onde atravessa o eixo pupilar e o eixo visual. O teste avalia a fixação de forma monocular. TÉCNICA • Teste monocular (ocluir o OE) • Incidir a luz no olho do paciente. • Distância de aproximadamente 40 cm. • Luz direta ao olho do paciente (OD). • Observar a posição do reflexo corneal em relação ao centro da pupila. • Repetir o procedimento no OE. ANOTAÇÃO CLÍNICA Kappa Zero: O reflexo coincide com o centro da pupila. A imagem se localiza na fóvea e a fixação é central. Kappa Positivo: O reflexo está deslocado nasalmente. Considera-se positivo fisiológico e a fixação possivelmente será central. A imagem se localiza na fóvea, pois a fóvea possui um pequeno deslocamento na retina, devido à inclinação do olho. Kappa Negativo: O reflexo corneal/foveal está deslocado temporalmente e nos dá indício de uma fixação excêntrica. A imagem se localiza em um ponto nasal da retina, distante da fóvea e a AV normalmente é menor que 20/40. A & W 55 22. TESTE DE HIRSCHBERG Visa avaliar o paralelismo dos eixos visuais (binocular) ligados a posição primária da visão, ou seja, ambos os olhos estarão na mesma posição, bem como a presença ou não de estrabismo manifesto (tropias). PARALELISMO: ambos os olhos estarão na mesma posição. O método de Hirschberg baseia-se na premissa de que para cada 1 mm de descentração do reflexo de luz na córnea, corresponde a 7° e para cada 1° de desvio há uma perda de 1,75 Δ. Portanto, um reflexo de luz na margem pupilar (pupila de 4 mm), corresponde a 14°, arredondado para 15º, dando um valor real de 26,25 DP. Sendo mais uma vez arredondado para 30 DP. TÉCNICA • Teste binonocular • Incidir a luz no arco interciliar do paciente. • Distância de aproximadamente 40 cm. • Pedir ao paciente que observe a luz. • Observar a posição do reflexo corneal em relação ao centro da pupila. • Observar a posição dos reflexos em ambos os olhos. ANOTAÇÃO CLÍNICA Centrado: O reflexo de luz deve estar centrado simetricamente em ambos os olhos. Descentrado: Em um olho centrado e no outro olho desviado, tanto nasal quanto temporal, superior ou inferior. Igualmente descentrado em ambas (nasal ou temporal). O reflexo igualmente descentrado em ambos os olhos, seja temporal ou nasalmente, não há desvio manifesto, portanto, será Hirschberg centrado. Classificação: Centrado ou Descentrado A & W 56 22.1 DESVIOS OCULARES ENDODESVIO/ESODESVIO: Desvio para o lado nasal. EXODESVIO: Desvio para o lado temporal. HIPERDESVIO: Desvio para cima. HIPODESVIO: Desvio para baixo. 23. PPC – PONTO PRÓXIMO DE CONVERGÊNCIA É o ponto mais próximo aos olhos no qual há convergência e esta pode ser mantida por alguns segundos, usando o máximo de convergência e mantendo a fusão. A uma distância menor que essa, ocorre a quebra da fusão e o paciente ou relata diplopia ou suprime uma das imagens. A insuficiência de convergência ocorre quando o paciente tem dificuldade de convergir o bastante e manter a convergência a uma distância adequada a atividades de perto, como a leitura. Os principais sintomas da insuficiência de convergência são astenopia ou cefaléia frontal em trabalhos de perto e dificuldade de leitura. Objetivo: Avaliar a capacidade de convergir, mantendo a fusão. O teste é realizado com a face do cartão que contém apenas uma letra e/ou um desenho voltados para a extremidade do objeto real. Pré-requisitos: • Paciente ter binocularidade; • Paciente não ter estrabismo manifesto; • Paciente não possuir Nistagmo (não importa o valor, pois todo nistagmo tem bloqueio); • Afácia Se o reflexo encontra-se no meio da pupila, o Hirschberg é 0. Se o reflexo encontra-se dentro da pupila, porém descentralizado, o desvio representa 7. Se o reflexo está sobre o bordo pupilar - 15. Se o reflexo está entre o bordo pupilar e o limbo, o desvio é de 30. Se o reflexo está no limbo, o desvio é de 45. A & W 57 FORMAS DE AVALIAR: Objetiva: quando o avaliador percebe o rompimentoda binocularidade. Subjetiva: quando o paciente reporta ver duplo. MEIOS DE AVALIAÇÃO: • Objeto real (palito acomodativo). • Lanterna (luz). • Lanterna (luz) + filtro. • Régua de PPC/PPA ou Escala milimétrica. TÉCNICA: PPC com O.R. (Objeto Real) • Teste binocular. • Colocar um objeto a frente dos olhos do paciente a 40 cm, solicitando que o mesmo fixe a parte superior com os 2 olhos abertos. • Posicionar uma régua na lateral do rosto ou uma escala. Subjetivo: Aproximar progressivamente o objeto até que o paciente reporte ver duplo. Objetivo: Aproximar progressivamente o objeto e verificar qual o olho que irá desviar. O olho que permanecer fixando será o olho dominante e o que não conseguir fixar será o dominado. Registra-se a distância a que um dos olhos cessa a fixação (ponto de ruptura) e qual olho. Medir a distância com uma régua. Após registrar a distância a que um dos olhos cessou a fixação (ponto de ruptura), afastar o objeto até que o paciente reporte recuperar a fixação (ponto de recuperação). PPC com Luz: O avaliador deverá proceder da mesma forma que o teste anterior, porém neste teste utilizará a lanterna (luz). Aproxima-se a lanterna. Valor normal +/- 2 cm mais afastado que o PPC com OR. PPC com Luz + Filtro vermelho: O avaliador deverá proceder da mesma forma que o teste anterior, porém neste teste utilizará a lanterna (luz) + armação de prova + filtro vermelho no olho direito. Pedir ao paciente que reporte o que está vendo (deverá ver duas cores misturadas). Aproximar a lanterna até que o paciente veja duas cores separadas ou quando verificarmos que houve a ruptura. Paciente irá reportar ver duas luzes, uma vermelha e outra branca, em posição horizontal ou vertical (raro). Medir a distância que deverá ser +/- 2 cm mais afastada que o PPC com luz. ANOTAÇÃO CLÍNICA Criança: PPC Objeto Real: dorso (nariz) ou entre 5 e 6 cm Adulto Objeto Real: entre 6 e 10 cm Présbita Objeto Real: acima de 10 cm Acima de 15 cm: Insuficiência de Convergência Ponto de Recuperação: entre 10 e 15 cm Obs.: os testes de acomodação e convergência (ppc/ppa), devem ser realizados com correção e sem correção. Nos casos de pacientes com presbiopia, os testes devem ser realizados com a devida correção para ponto próximo. A & W 58 Problemas de acomodação podem levar a uma falsa insuficiência de convergência e, por isso, o paciente deve ter sua acomodação avaliada. 24. PPA – PONTO PRÓXIMO DE ACOMODAÇÃO O Ponto Próximo de Acomodação (PPA) é a menor distância dos olhos a um objeto para a qual ocorre a acomodação, isto é, a imagem pode ser vista com nitidez. O PPA varia com a idade, enquanto o PPC geralmente mantém-se. Via de regra, o PPC é muito mais próximo dos olhos que o PPA. OBJETIVO: Determinar a habilidade de acomodação de acordo com a idade. FORMAS DE AVALIAR: Subjetiva: quando o Px reporta ver desfocado. MEIOS DE AVALIAÇÃO: • Régua de PPC/PPA. TÉCNICA: O teste deve ser feito com o paciente sem sua correção e depois usando sua correção para longe, qualquer que seja o tipo de ametropia que apresente. Inicialmente, testa-se cada olho em separado e depois os dois olhos simultaneamente. Usa-se a face do cartão semelhante ao do teste de Snellen em tamanho reduzido. Inicialmente, o cartão será posicionado na extremidade da régua que deverá estar apoiada no buço do paciente. Pede-se que este escolha a menor letra que consiga ver com nitidez. Lentamente aproxima-se o cartão do paciente até que ele reporte ter perdido a nitidez daquela letra. Quando então deve-se recuar um pouco o cartão até que volta a nitidez. Faz-se a leitura da distância na régua. Nesse ponto, o cursor indica na escala de centímetros a distância do PPA do paciente. A resposta deve ser interpretada em função da idade. Na mesma posição do cursor em que foi feita a leitura do PPA, encontra- se na escala de Duane, idade para a qual aquele PPA é considerado normal. A terceira escala da régua indica o valor do PPA em dioptrias esféricas. A & W 59 25. DUCÇÕES Ducções é o estudo dos movimentos que se realiza de forma monocular com a finalidade de estabelecer a presença de limitações (paresias) ou paralisias musculares e a amplitude máxima de ação de cada músculo. TÉCNICA: • Teste monocular • Paciente posicionado de forma reta e cabeça imóvel. • Oclua o olho esquerdo e avaliar o olho direito. • Coloque um objeto aproximadamente a 40 cm na frente do olho direito do paciente. • Explique que deverá seguir o objeto unicamente com o olho, sem mover a cabeça. • Mova a luz nas diferentes posições de mirada, voltando após cada movimento a PPO (posição primária do olhar), direto em frente. Movimento para fora = ABDUÇÃO Movimento para dentro = ADUÇÃO Movimento para cima = SUPRADUÇÃO Movimento para baixo = INFRADUÇÃO • Avalia cada músculo no seu campo de ação. Detecta a presença de limitações (PARALISIA ou PARESIA). • O paciente deve seguir a luz sem mexer a cabeça nas 8 posições de mirada em X e retornando a posição primária. • Observar se o reflexo corneal está centrado em todas as posições. • Repetir o procedimento para o OE. ANOTAÇÃO CLÍNICA SPEC – Quando normais ou SEM LIMITAÇÕES - (Suave Preciso Extenso Completo). Com Limitação (PARESIA OU PARALISIA): Anota-se PARESIA ou PARALISIA seguido do músculo correspondente. Exemplo: Paralisia do RMD (reto medial direito), Paresia do OSE (oblíquo superior esquerdo). A & W 60 26. VERSÕES Versões é o estudo dos movimentos conjugados dos olhos, portanto realiza-se de forma binocular. Objetivo: Avaliar o movimento conjugado dos músculos e determinar se há a presença de HIPER ou HIPO funções nos músculos extra-oculares em casos onde existe visão binocular. TÉCNICA: • Teste binocular • Paciente posicionado de forma reta e cabeça imóvel. • Coloque um objeto a aproximadamente 40 cm, na altura dos olhos. • Mova o objeto nas 8 posições de mirada em H, voltando sempre entre cada uma delas à posição primária do olhar. • Observe se o reflexo corneal permanece centrado em ambos os olhos. Se em alguma posição diagnóstica deste reflexo se descentrar, analise qual dos músculos está falhando. A & W 61 DIAGNÓSTICO EM H DIAGNÓSTICO EM X ANOTAÇÃO CLÍNICA • SEM LIMITAÇÕES • COM LIMITAÇÕES: Hiper Leve + Hipo Leve - Hiper Moderada ++ Hipo Moderada - - Hiper Severa +++ Hipo Severa - - - 27. COVER TEST Teste para avaliar a presença, tipo e magnitude de um desvio (Tropia ou Foria). Deve ser realizado com correção e sem correção, em VL e VP. Pré-requisitos: Paciente colaborador e com fixação central. Distância medida: 6 m / 40 cm / 20 cm A & W 62 27.1 COVER TEST SIMPLES OU COVER-UNCOVER: Determina o tipo de desvio (foria ou tropia). Tem por finalidade diagnosticar a presença de heterotropias ou heteroforias em posição primária do olhar. Sendo um teste unilateral no qual o observador irá ocluir um olho e observar o olho contralateral. TÉCNICA: • Paciente olhando para o ponto de fixação. • Observador em frente ao paciente exceto em cover test ponto remoto. • Oclua o OE, e observe OD, deixe o oclusor na frente do OE por uns 3 segundos e retire. • Verifique se há movimentos do OD no momento que oclui o OE. • Repita o mesmo processo agora ocluindo OD e observando OE. • Repita o processo para cada olho pelo menos 3 vezes. • Caso perceba algum movimento teremos diagnosticado uma tropia, seja constante ou intermitente. • Caso não observe nenhum movimento de fixação ou refixação, o pacientenão possuirá desvio manifesto ou latente. • Execute agora o cover test alternante para detectar heteroforias. 27.2 COVER ALTERNANTE: Determina o sentido do desvio (endo (eso), exo, hiper, hipo). Ocluí-se alternadamente os olhos e observa-se se há movimento do olho que é desocluído. TÉCNICA: • Peça ao paciente que olhe para o optotipo a 6 metros. • Oclua o OD por 2 segundos. • Passe o oclusor para o OE por 2 segundos e observe se o OD direito realiza algum movimento ao ser desocluído. • Passe o oclusor novamente para OD e observe se o OE realiza algum movimento ao ser desocluído. • Repita esse movimento mais duas vezes. Observa-se ao desocluir: ✓ Não há movimento, temos uma ORTOFORIA. ✓ Há um movimento de dentro para PPO, temos uma endoforia ou esoforia. ✓ Há um movimento de fora para PPO, temos uma exoforia. ✓ Há um movimento de baixo para PPO, temos uma hipoforia. ✓ Há um movimento de cima para PPO, temos uma hiperforia. Desvio Latente: Forias = não é perceptível, são bilaterais. Desvio Manifesto: Tropias = é perceptível, são uni ou bilaterais Tropia Intermitente: às vezes o olho desvia, às vezes não. Tropia Alternante: o olho sempre desvia A & W 63 Ø – ortoforia (normal) X – exoforia E – endorforia XT – exotropia XTD – exotropia direita XTE – exotropia esquerda ET – endotropia ETD – endotropia direita ETE – endotropia esquerda X(T) – exotropia intermitente E(T) – endotropia intermitente XTA – exotropia alternante ETA – endotropia alternante D/E – hiperforia do OD sobre OE ET/D – hipertropia do OE sobre OD A & W 64 28. REFRAÇÃO Quando a luz proveniente de um meio, incide numa superfície, a ultrapassa e passa a propagar-se em outro meio, chamamos de refração. Ação ou efeito de refratar, de desviar a luz de sua direção normal. 29. PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE TRABALHO 29.1 CAIXA DE PROVAS OU FORÓPTERO/REFRATOR GREENS • Lentes Esféricas Negativas • Lentes Esféricas Positivas • Lentes Cilíndricas Negativas • Lentes Cilíndricas Positivas • Prisma • Cilindro Cruzado de Jackson • Armação de Provas • Furo Estenopeico • Fenda Estenopeica • Acessórios A & W 65 29.2 CILINDRO CRUZADO Utilizado para afinamento do eixo e das dioptrias cilíndricas. 29.3 RÉGUA ESQUIASCÓPICA Composta por lentes esféricas positivas e negativas, colocadas sequencialmente. 29.4 QUADRO DE OPTOTIPOS - Tabelas para Longe - Tabelas para Perto TIPOS DE OPTOTIPOS ✓ Snellen; ✓ E direcional ✓ Anéis de Landolt ✓ Optotipos bicromáticos ✓ Optotipos para visão subnormal ✓ Optotipos de visão de perto 29.5 DIAL PARA POSIÇÃO DO EIXO Utilizado para verificar a posição do eixo. 29.6 BICROMÁTICO Teste utilizado para afinamento da dioptria esférica. 29.7 LUZES DE WORTH Teste utilizado para determinar a presença da visão binocular (fusão) e detectar anomalias da visão binocular como: supressão (mecanismo inibitório sensorial autônomo) e diplopia (visão dupla). A & W 66 29.8 RETINOSCÓPIO Equipamento utilizado para investigar, diagnosticar e avaliar os erros refrativos do olho do paciente. O sistema óptico do retinoscópio possui tanto o espelho plano como o côncavo. O espelho plano reflete os raios paralelos como se viessem do infinito e o espelho côncavo possui um ponto focal que inverte o efeito dos raios refletidos, por isso o movimento das sombras se observa contrário ao espelho plano. 29.9 OFTALMOSCÓPIO - PANOPTIC Equipamento utilizado para observar a transparência dos meios refringentes, determinar a existência de patologias, analisar alterações oculares, fixação do paciente. 30. RETINOSCOPIA Retinoscopia (análise da retina) é o nome originalmente dado a análise do reflexo da luz na retina. Também é denominada de esquiascopia, que significa a análise das sombras. Introduzida no final do século XIX por Ferdinand Cuignet, oftalmologista militar francês (1823 – 1889), a esquiascopia (do grego, skia = sombra e skopein = examinar) é um método objetivo de refração baseado na observação dinâmica de jogos de luz e sombra na pupila do paciente. Permite avaliar a refração ocular sem qualquer intervenção deste, por meio de simples projeção de um foco luminoso no olho e através da observação do movimento da sombra projetada pela pupila na retina. A Retinoscopia à luz em faixa representa o mais prático e exato dos métodos objetivos de refração (Alves, Aderbal – 2014). Retinoscopia é um método que objetiva investigar, diagnosticar e determinar o estado refrativo em visão de longe no olho do paciente. Com o auxílio do retinoscópio, que projeta através da pupila, uma faixa luminosa, podemos analisar o reflexo da luz na retina que nos permite avaliar e deduzir, através dos movimentos das sombras, a refração objetiva na superfície da retina. O princípio da esquiascopia consiste em projetar um feixe luminoso no olho do paciente e transformar a retina numa fonte de luz secundária. O feixe oriundo da retina refrata-se através do olho não acomodado e, por definição, forma o seu conjugado óptico no ponto remoto do paciente. A determinação da refração equivale a localizar a posição deste ponto remoto. Na retinoscopia, a retina se converte numa fonte luminosa ao refletir raios de luz que proveem do retinoscópio. Quando iluminamos o olho com o retinoscópio, observamos o movimento do reflexo de luz na retina e, ao compararmos com o movimento da luz proveniente do retinoscópio, estes dois movimentos devem se neutralizar por meio de uma lente apropriada. A Retinoscopia é uma das técnicas mais importante a ser dominada pelo optometrista, pois além de determinar o defeito refrativo, obtemos informações qualitativas do sistema visual através da observação das características do reflexo retiniano (intensidade do reflexo, oscilações de intensidade, oscilações do diâmetro pupilar etc.). Quando se ilumina o olho do paciente com a luz do retinoscópio, a retina se comporta como um espelho que absorve e reflete a luz até a pupila do paciente. Este reflexo é o que será observado pelo examinador e servirá para determinar o estado refrativo do paciente. O sistema óptico do retinoscópio contém um espelho que varia os focos. O espelho plano (faixa mais larga) reflete os raios paralelos como se viessem do infinito, já o espelho côncavo (faixa mais estreita) possui um ponto focal que inverte o efeito dos raios refletidos, por isso o movimento das sombras se observa contrário ao espelho plano, e se utiliza para confirmar o ponto de neutralização. A & W 67 30.1 O REFLEXO LUMINOSO PUPILAR E AS SOMBRAS Ao iluminarmos o olho do paciente, a luz refletida que emerge da retina, passa através da pupila do paciente e do orifício de observação do retinoscópio, para cair na retina do examinador (optometrista). Se esta luz chega, totalmente e sem desvios, à retina do examinador, este verá a pupila do paciente completamente iluminada, mas se a luz chega parcialmente à retina do examinador, este observará que uma parte da pupila do paciente estará iluminada, enquanto que a outra parte estará escura. Esta parte escura é o que se denomina "sombra ou reflexo" em retinoscopia. Ao movimentar o aparelho lateralmente, poderemos analisar a reação da sombra e interpretar o resultado. Ao realizar a retinoscopia, o primeiro passo é determinar o tipo de sombra que estamos observando: Direta (favor) ou Inversa (contra). Analisamos os meridianos principais de forma independente seguindo os seguintes parâmetros: Direção, espessura, brilho, velocidade. 30.2 FAIXA DE LUZ DO RETINO NA VERTICAL Posição da banda na vertical, movimenta-se a faixa na horizontal, avalia-se o meridiano de 180°. 30.3 FAIXADE LUZ DO RETINO NA HORIZONTAL Posição da banda na horizontal, movimenta-se a faixa na vertical, avalia-se o meridiano de 90°. 30.4 FAIXA DE LUZ DO RETINO OBLÍQUA Posição da banda na direção oblíqua, movimenta-se a faixa na direção perpendicular. Exemplo: Banda a 120°, observa-se meridiano a 30° A & W 68 30.5 POSIÇÃO DAS FAIXAS Avaliar sempre um meridiano e depois o outro perpendicularmente (Ângulo Reto – diferença de 90°) 30.6 AMETROPIAS ESFÉRICAS Ametropia esféricas terão as sombras com direção, brilho, espessura e velocidade IGUAIS em todos os meridianos. 30.7 AMETROPIAS CILÍNDRICAS Ametropias cilíndricas terão sombras com direção, brilho, espessura e velocidade DIFERENTES em cada meridiano. 30.8 NEUTRALIZANDO AS SOMBRAS O exame consiste em observar o movimento da faixa por meio da pupila, quando se desloca no mesmo sentido ou em sentido contrário ao movimento do aparelho, e neutralizar este movimento com o auxílio de lentes colocadas em frente ao olho do paciente. (Alves, Aderbal – 2014) Trabalhando com o espelho plano utilizaremos as lentes da seguinte forma: A & W 69 MOVIMENTO OBSERVADO LENTES UTILIZADAS Faixa Direta “A favor” (mesmo sentido do retinoscópio) Lentes Positivas Faixa Inversa “Contra” (sentido oposto ao do retinoscópio) Lentes Negativas Caso identifique no espelho plano, um movimento de faixa contra, será neutralizado com lentes negativas. Caso identifique no espelho plano, um movimento de faixa a favor, será neutralizado com lentes positivas. Movimento Neutro: Na incidência de luz, a pupila aparecerá toda iluminada e a faixa desaparecerá. 30.9 CARACTERÍSTICAS DAS SOMBRAS A sombra do reflexo retiniano apresenta características diferentes em cada dioptria, devendo ser observado os seguintes pontos: DIREÇÃO: Se a faixa está a direta (favor) – neutralizar com lentes positivas. Se a faixa está inversa (contra) – neutralizar com lentes negativas. VELOCIDADE: Se o movimento é rápido ou lento. E ametropias mais elevadas, a velocidade é mais lenta. A medida que se aproxima o ponto de neutralização, essa velocidade aumenta. ESPESSURA: se a faixa é fina ou mais grossa. INTENSIDADE: Se o reflexo está mais brilhante ou mais opaco. Nas ametropias mais altas o reflexo é opaco e tênue. A & W 70 31. RETINOSCOPIA ESTÁTICA Define-se retinoscopia estática, o exame feito com o olho do paciente completamente relaxado com foco de observação no infinito, tendo assim a retina conjugada com seu ponto remoto. Com esta postura, todo corpo ciliar e cristalino estarão relaxados, não interferindo no resultado final da retinoscopia e garantindo uma medição precisa da ametropia do paciente, ou seja, mantendo a acomodação em repouso, encontrando assim o Ponto Remoto mediante a neutralização das sombras que se produzem pela reflexão da luz na retina do paciente. Paciente não pode apresentar TROPIA, pois isso impossibilitará a realização do exame. 31.1 DISTÂNCIA DE TRABALHO E LENTE DE TRABALHO Para a realização da retinoscopia estática, o optometrista deverá estar a uma determinada distância do paiente, denominada de “DISTÂNCIA DE TRABALHO” e está deverá ser de acordo com a dioptria da “LENTE DE TRABALHO” (RL). A lente de trabalho tem como objetivo neutralizar a distância e o efeito negativo que o feixe do retino produz. A Lente de trabalho será de acordo com a distância focal (D = 1/f). Distância de trabalho = 50 cm D = 1/0,50mt = +2,00 D Distância de trabalho = 40 cm D = 1/0,40mt = +2,50 D ATENÇÃO Essa distância deve ser respeitada até o final da avaliação, sendo que qualquer variação compromete o resultado de sua retinoscopia. 31.2 MÉTODO DE NEUTRALIZAÇÃO POR ESFERA No método de neutralização por esfera o optometrista deverá neutralizar os dois principais meridianos do olho do paciente com lentes esféricas (positivas ou negativas), verificando se todos os meridianos são iguais (olho com poder esférico) ou se há diferença de faixas entre os meridianos (olho com astigmatismo regular). 31.3 TÉCNICA – RETINOSCOPIA ESTÁTICA • Realizada binocularmente; • Paciente com os dois olhos abertos olhando para o infinito (acomodação em repouso); • RL – lentes de trabalho de acordo com a distância → 50 cm = +2,00D em ambos os olhos; • Luz normal e banda para baixo com faixa mais larga; • Neutralizar as sombras • Sombras a favor, neutralizar com lentes positivas. • Sombras contras, neutralizar com lentes negativas. A & W 71 1. Primeiramente para a realização do exame é necessário que a sala de trabalho tenha as medidas adequadas, onde o paciente deverá estar posicionado a uma distância de 6 mt da tabela de optotipo para as mensurações optométricas do ponto remoto. 2. Verificar a postura do paciente, iluminação da sala (luz reduzida), altura da tabela em relação ao paciente, posicionamento e ajustes da armação de provas ou greens. 3. Defina a distância e a lente de trabalho. 4. Colocar de forma binocular as lentes de trabalho na armação de provas, ou seja, nos dois olhos e ajustar a armação no rosto do paciente. 5. Posicionar o paciente olhando para o optotipo (letra “E” da tabela - 20/200) a uma distância de 6 mts. 6. Paciente irá permanecer com os dois olhos abertos. 7. Posicionar-se para a realização do procedimento, alinhando-se ao eixo visual do OD do paciente e observar com seu OD através do retinoscópio, o reflexo retiniano. Mantendo os dois olhos abertos (examinador). Respeite o lado do exame, para que você não obstrua a visão do paciente e consequentemente provoque acomodação do cristalino. Peça para que o paciente lhe informe caso isso ocorra. 8. Observe o meridiano horizontal (180°) com a faixa de luz do retinoscópio na posição vertical. Faça um movimento lateralmente e observe a direção, velocidade e intensidade da sombra. 9. Gire a faixa de luz do retinoscópio perpendicularmente, ou seja, na posição horizontal para observar o meridiano vertical (90°) e movimentando pela vertical, observe as características do reflexo. A & W 72 10. Caso a sombra não esteja retilínea, gire a posição da faixa do retino e vá movimentando a faixa até que localize o eixo o qual a faixa de luz retiniana se torne mais precisa. Analise em seguida o eixo perpendicular a este. 11. Se o movimento do reflexo retiniano estiver “a favor” ao movimento da faixa luminosa do retinoscópio, adicione lentes positivas. Se o movimento do reflexo retiniano estiver “contra” o movimento da faixa luminosa do retinoscópio, adicione lentes negativas. A favor Contra A sombra “a favor” do movimento do retinoscópio ocorre no caso de hipermetropia. A sombra “contra” do movimento do retinoscópio ocorre no caso de miopia. 12. Neutralize o primeiro meridiano, de acordo com a posição de eixo encontrada e o movimento do reflexo retiniano. Adicione lentes positivas ou negativas, de acordo com a direção das sombras, que deverão ser colocadas sobre a lente de trabalho. Inicie de 0,25D em 0,25D (negativas ou positivas, de acordo com a faixa) até preencher todo o meridiano. Anote o valor da lente a qual houve o preenchimento e o eixo. Exemplo: OD +1,00 x 180° 13. Após neutralizar um meridiano, gire a faixa do retinoscópio para o eixo perpendicular em 90° e neutralize este segundo meridiano. Anote o valor da lente a qual houve o preenchimento e o eixo. A & W 73 Em pacientes com ametropias esféricas, os meridianos terão o mesmo valor e irão se neutralizar com a mesma lente. AMETROPIA ESFÉRICA Exemplo: OD +1,00 x 180° OD +1,00 x 90°Em pacientes com ametropias cilíndricas, os meridianos terão valores diferentes, uma sombra será mais rápida que a outra e serão neutralizados com lentes de valores diferentes. Sendo assim, remova a lente que neutralizou o meridiano anterior e comece a neutralização novamente com lentes de 0,25D em 0,25D. AMETROPIA CILÍNDRICA Exemplo: +1,00 x 180° +2,50 x 90° 31.4 RESULTADOS DA RETINOSCOPIA O resultado do valor encontrado deve ser anotado da seguinte forma: Em ametropias esféricas será anotado o valor da lente utilizada para neutralizar ambos os meridianos, sem a necessidade de se anotar o eixo, pois sendo uma ametropia esférica, o valor será o mesmo em todos os meridianos. AMETROPIA ESFÉRICA Exemplo: + 1,00 x 180° + 1,00 x 90° RESULTADO: OD +1,00 DE - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Em ametropias cilíndricas, o valor a ser utilizado como esférico será sempre o do MERIDIANO MAIS POSITIVO, neste caso, +2,50 D. O eixo a ser utilizado será sempre do MERIDIANO MAIS POSITIVO, que está relacionado ao cilíndrico negativo, portanto neste caso usaremos 90°. O valor do cilíndrico será A DIFERENÇA ENTRE AS DUAS LENTES (dois meridianos) AMETROPIA CILÍNDRICA Exemplo: + 1,00 x 180° + 2,50 x 90° O valor do cilindro será sempre a distância entre os dois meridianos. Cilíndrico: 2,50 – 1,00 = 1,50 O resultado será, portanto: RESULTADO: OD +2,50DE ˂˃ -1,50DC X 90° A & W 74 NÃO SE ESQUEÇA!!!! O valor do cilindro será sempre a distância entre os dois meridianos. EXEMPLO 1: +4,50 x 180° +2,00 x 90° +4,50DE -2,50DC X180° +4,50 = Esférico mais positivo -2,50 = Diferença entre os meridianos 180° = Eixo do mais positivo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - EXEMPLO 2: -1,25 x 180° +0,25 x 90° +0,25DE -1,50DC X90° +0,25 = Esférico mais positivo -1,50 = Diferença entre os meridianos 90° = Eixo do mais positivo ATENÇÃO Vale salientar que este não será o valor prescrito para o uso de óculos ou Lentes de Contato, mas o valor total que deverá ser afinado através dos passos seguintes. Tenha cuidado para não acabar confundindo e somando o valor da lente de trabalho ao valor final da retinoscopia, ou seja, em sua distância de 50 cm estará utilizando uma lente de +2,00D em AO, esse valor não será levado em consideração na retinoscopia final. Por exemplo, em uma neutralização OD -1,50DE em todos os meridianos, com lente de trabalho de +2,00DE, uma ametropia esférica, sua Retinoscopia Estática final será: OD -1,50DE → que será afinada posteriormente. 31.5 RETINOSCOPIA SEM A LENTE DE TRABALHO Caso não utilize a lente de trabalho (RL), o valor da lente deverá ser compensado (de acordo com a distância de trabalho) “NEGATIVA E ALGEBRICAMENTE” do resultado da dioptria esférica encontrada na refração. Exemplo 1: Distância de Trabalho = 50 cm → Lente de Trabalho +2,00DE OD: +2,50DE -1,00DC x 180° Conta a ser feita: Diop Esf. +2,50 - (+2,00 Dist Trab) = +0,50DE Resultado Final = +0,50DE -1,00DC x 180° A & W 75 Exemplo 2: Distância de Trabalho = 50 cm → Lente de Trabalho +2,00DE OD: -3,00DE – 1,50DC x 180° Conta a ser feita: Diop Esf. -3,00 - (+2,00 Dist Trab) = -5,00DE Resultado Final = -5,00DE -1,50DC x 180° 31.6 AV PÓS RETINOSCOPIA Após a neutralização dos meridianos, com os devidos valores anotados e com o valor da Retinoscopia, devemos proceder da seguinte maneira: ➢ Retirar as lentes de trabalho da armação de provas ou do Foróptero. ➢ Montar na armação de provas o valor Esférico e Cilíndrico no eixo da retinoscopia. ➢ Realizar e anotar a AV visual monocular e binocularmente. 32. RETINOSCOPIA DINÂMICA Na retinoscopia dinâmica estaremos trabalhando com a acomodação e a convergência. Existem 6 tipos de retinoscopia dinâmica, e em todas elas serão necessárias compensar ao resultado encontrado um valor referente ao esforço acomodativo. Dentre elas a mais utilizada e difundida é a técnica dinâmica de Merchan ou MEM (Método Estimado Monocular). OBJETIVO: Determinar a refração objetiva para visão de longe mantendo a acomodação ativa, fixando à uma distância próxima. REQUISITO: O paciente não pode ser afácico. 32.1 TÉCNICA – RETINOSCOPIA DINÂMICA • Monocular - Paciente com um dos olhos ocluídos • Fixando (olhando) para o retinoscópio ou para o cartão do retino; • Acomodação totalmente ativada; • Sem utilização de RL – (lente de trabalho); • DT – (distância de trabalho) 40 cm; • Luz normal e banda para baixo com faixa mais larga; • Neutralizar sombras. • Ao valor encontrado devemos descontar do esférico algebricamente um valor de acordo com a idade do paciente. 1. Técnica monocular – Começaremos avaliando o OD. 2. Ocluir o OE do Paciente. A & W 76 3. Colocar-se a 40 cm a frente do paciente (Distância de Trabalho). 4. Na retinoscopia dinâmica o paciente deve fixar a uma distância de 40 cm, olhando em direção a luz do retinoscópio ou um cartão de fixação posicionado na cabeça do retino. 5. ACOMODAÇÃO ATIVADA – sem utilização da lente de trabalho. 6. Luz normal e banda do retino para baixo com a faixa mais larga. 7. Avalie o meridiano horizontal (180°) e o vertical (90°) do mesmo modo realizado na Retinoscopia Estática. 8. Observe o movimento e as características da sombra. 9. Neutralize o primeiro meridiano, de acordo com a posição de eixo encontrada e o movimento do reflexo retiniano. Adicione lentes positivas ou negativas, de acordo com a direção das sombras. Inicie de 0,25D em 0,25D (negativas ou positivas, de acordo com a faixa) até preencher todo o meridiano. Anote o valor da lente a qual houve o preenchimento e o eixo. Exemplo: OD + 4,00 x 180° 10. Após neutralizar um meridiano, gire a faixa do retinoscópio para o eixo perpendicular em 90° e neutralize este segundo meridiano. Exemplo: OD + 2,00 x 90° 32.2 RESULTADOS DA RETINOSCOPIA Ao VALOR ESFÉRICO encontrado será compensado algebricamente um determinado valor, sendo este o LAG da acomodação, e esse valor será descontado de acordo com a idade do PX. A & W 77 Exemplo: AMETROPIA ESFÉRICA – Paciente com 35 anos EXEMPLO: +4,00 x 180° +4,00 x 90° Retinoscopia: OD: +4,00 – 1,25 = +2,75DE RESULTADO: OD: +2,75DE EXEMPLO: -4,00 x 180° -4,00 x 90° Retinoscopia: OD: -4,00 – 1,25 = -5,25DE RESULTADO: OD: -5,25DE EXEMPLO: 0,00 x 180° 0,00 x 90° Retinoscopia: OD: PL – 1,25 = -1,25DE RESULTADO: OD: -1,25DE - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - AMETROPIA CILÍNDRICA – Paciente com 35 anos EXEMPLO: +4,00 x 180° +2,00 x 90° Retinoscopia: OD: +4,00DE ˂˃ -2,00DC X 180° OD: +4,00 – 1,25 = +2,75DE RESULTADO: OD: +2,75DE ˂˃ -2,00DC X 180° EXEMPLO: -4,00 x 180° -2,00 x 90° Retinoscopia: OD: -2,00DE ˂˃ -2,00DC X 90° OD -2,00 – 1,25 = -3,25DE RESULTADO: OD: -3,25DE ˂˃ -2,00DC X 90° A & W 78 EXEMPLO: +2,00 x 180° -1,00 x 90° Retinoscopia: OD: +2,00DE ˂˃ -3,00DC X 180° OD +2,00 – 1,25 = +0,75DE RESULTADO: OD: +0,75DE ˂˃ -3,00DC X 180° ATENÇÃO O astigmatismo não muda, nem o eixo, somente a Dioptria Esférica. 32.3 AV PÓS RETINOSCOPIA Após a neutralização dos meridianos, descontar o valor da tabela de acordo com a idade, e com os devidos valores da Retinoscopia, devemos proceder da seguinte maneira: ➢ Montar na armação de provas o valor Esférico e Cilíndricono eixo da retinoscopia. ➢ Realizar e anotar a AV visual monocular e binocularmente. 32.4 OBSERVAÇÕES FINAIS A Retinoscopia Dinâmica é normalmente realizada em casos especiais, como crianças não colaboradoras e pelo fator de acomodação, estrabismo, problemas acomodativos, PX com prótese ocular. Geralmente esta técnica é realizada logo após a obtenção da refração do Px pelo método da retinoscopia estática, no que permite uma análise objetiva sobre o estado da acomodação do paciente. A retinoscopia dinâmica será de 0,50 a 0,75D mais positiva que a retinoscopia estática. Se a diferença for maior ou menor, indicará problemas na acomodação. A & W 79 33. TESTES SUBJETIVOS DEFINIÇÃO Determinar SUBJETIVAMENTE o estado refrativo do paciente. É utilizado após a retinoscopia, sendo que poderá modificar significamente o seu valor. Tem como objetivo evitar a acomodação, que é capaz de modificar os valores obtidos na retinoscopia, bem como dar ao paciente a lente mais positiva que obtenha a melhor AV para visão de longe monocularmente, para depois ser balanceada binocularmente. EQUIPAMENTOS: • Optotipos (Snellen, dial, cruz, relógio) • Caixa de provas • Armação de provas ou Foróptero 33.1 TÉCNICA 1: MONOCULAR DE EMBORRONAMENTO (MIOPIZAÇÃO) A técnica serve para afastar um possível erro causado pela acomodação. − Paciente deve estar bem posicionado; − Na armação de provas ou greens, ajustar a distância pupilar do paciente; A & W 80 − Realizar monocularmente (começar pelo OD e ocluir o OE); Utiliza-se o método de emborramento, que consiste em colocar diante do olho do paciente lentes de potência positiva para deslocar a imagem retiniana para antes da retina e depois reduzir progressivamente o valor da potência da lente até posicionar a imagem sobre a retina. AO VALOR DO ESFÉRICO ENCONTRADO NA RETINOSCOPIA 1 Passo - Monocular. 2 Passo - Ao valor do esférico encontrado na retinoscopia iremos acrescentar dioptrias positivas para relaxar a acomodação e borrar a visão do paciente de forma que faça com que o mesmo enxergue borrada a letra 20/200 do optotipo localizado a 6 metros de distância (em média positivando em +2,00D). EXEMPLO: Retinoscopia: +1,50 DE -1,00DC x 180 Adicionar mais +2,00 ao esférico = +3,50DE Retinoscopia: -3,50 DE -1,00DC x 180 Adicionar mais +2,00 ao esférico = -1,50DE Adicionar mais ou menos +2,00 ao esférico, o que irá deixar a letra do 20/200 borrada. 3 Passo - Explique ao paciente que ele verá a letra borrada e que necessitará de sua máxima colaboração, tratando de ler as linhas do optotipo à medida que as identifique, mesmo que não estejam totalmente nítidas. AO VALOR DO CILÍNDRICO DA RETINOSCOPIA, IREMOS PROCEDER DA SEGUINTE MANEIRA: • Se o valor do cilíndrico for menor que 1,00D, iremos retirá-lo e iniciaremos o subjetivo somente com o valor esférico. • Se o valor do cilíndrico for maior que 1,00D e menor que 3,00D iremos colocar na armação 50% do valor encontrado na retinoscopia. • Se o valor do cilíndrico for maior que 3,00D iremos colocar 75% do valor encontrado na retinoscopia. Exemplo 1: Retinoscopia: +1,50 DE -1,00DC x 180 Subjetivo: +3,50 DE (retirar todo o cilindro) Exemplo 2: Retinoscopia: +1,50 DE -2,50 DC x 180 Subjetivo: +3,50 DE -1,25DC (50% de 2,50) x 180 A & W 81 Exemplo 3: Retinoscopia: +1,50 DE -4,00 DC x 180 Subjetivo: +3,50 DE -3,00 DC (75% de 4,00) x 180 Exemplo 4: Retinoscopia: -1,50 DE -1,00DC x 180 Subjetivo: +0,50 DE (retirar todo o cilindro) Exemplo 5: Retinoscopia: -2,50 DE -2,50 DC x 180 Subjetivo: -0,50 DE -1,25 DC (50% de 2,50) x 180 Exemplo 6: Retinoscopia: -3,00 DE -4,00 DC x 180 Subjetivo: -1,00 DE -3,00 DC (75% de 4,00) x 180 Paciente deverá observar atentamente o optotipo 4 Passo - Trabalhando com o esférico (maior facilidade utilizando o Foroptero). Inicie o processo positivando o esférico em 0,25 e diminua 0,50 de maneira que o paciente consiga ler cada vez melhor as linhas do optotipo sem ser necessário ver completamente nítida. Iniciaremos a massagem acomodativa aumentando o valor do esférico positivado na técnica anterior em 0,25 e diminuindo 0,50. Essa técnica normalmente é feita através do foróptero. Exemplo 1: Retinoscopia: +1,50 DE -4,00 DC x 180 Miopização: +3,50 DE -3,00 DC x 180 Subjetivo: +3,75 DE (aumentou +0,25) Subjetivo: +3,25 DE (diminuiu -0,50) Subjetivo: +3,50 DE (aumentou +0,25) Subjetivo: +3,00 DE (diminuiu -0,50) Subjetivo: +3,25 DE (aumentou +0,25) Subjetivo: +2,75 DE (diminuiu -0,50) Retinoscopia: -2,50 DE -2,50 DC x 180 Miopização: -0,50 DE -1,25 DC x 180 Subjetivo: -0,25DE (aumentou +0,25) Subjetivo: -0,75 DE (diminuiu -0,50) Subjetivo: -0,50 DE (aumentou +0,25) Subjetivo: -1,00 DE (diminuiu -0,50) Subjetivo: -0,75 DE (aumentou +0,25) Subjetivo: -1,25 DE (diminuiu -0,50) 4 Passo - Trabalhando com o esférico na caixa de provas. Na armação de provas iremos diminuir o valor positivado de 0,25D em 0,25D da seguinte forma: - Inserir o valor positivado. - Colocar a próxima e retirar a anterior, isso irá controlar melhor a acomodação. - Paciente deverá fechar e abrir os olhos entre a mudança das lentes. De maneira que o paciente consiga ler cada vez melhor as linhas do optotipo. A & W 82 5 Passo – Esse processo deverá ser feito até que o paciente enxergue a acuidade visual de 20/40. 6 Passo – Ao chegar a uma acuidade visual de 20/40 mude o optotipo para o dial ou leque astigmático para obter a correção cilíndrica, caso paciente seja astigmata. 33.2 TÉCNICA 2: DIAL ASTIGMÁTICO O Dial é utilizado para confirmar o astigmatismo do paciente. Caso o paciente reporte ver umas das linhas do dial mais nítidas, o eixo do astigmatismo estará a 90° do eixo relatado. Para determinar o eixo do astigmatismo, perguntamos ao paciente: - Existe alguma linha mais escura que as outras? - Qual das linhas você vê mais preta? - Quais ressaltam mais? EXEMPLO: Paciente reporta ver as linhas 5,6,7 mais nítidas. Entre as três, escolhemos a do meio e o eixo será o contrário em 90°, ou seja 180°. Dial original Dial já com o eixo perpendicular A & W 83 A linha respondida com maior nitidez, a diferença em 90° será tomada como posição do eixo do astigmatismo. No Leque Astigmático a direção destas linhas e feita em comparação com as horas do relógio. Multiplicamos o número que o paciente reporta por 30°, com isso iremos obter o eixo do cilindro. EXEMPLO: Paciente reporta ver a linha 6 mais nítida. Realizamos o seguinte cálculo: 6 x 30 °= 180° A linha respondida com maior nitidez, iremos multiplicar por 30°, que dará como resultado o eixo do astigmatismo. 3 4 5 6 1 2 3 EM CILÍNDRICOS BAIXOS (ATÉ -1,00) O QUAL NO INÍCIO DO SUBJETIVO RETIRAMOS TODO O VALOR: - Paciente pode reportar que vê todas as linhas com a mesma intensidade, com isso podemos entender que o paciente não tem astigmatismo. - O paciente pode reportar que vê uma ou mais linhas mais escura em relação as demais, com isso podemos entender que o paciente tem astigmatismo e continuaremos com o afinamento do cilindro. Para o Dial de Snellen: A & W 84 Com a marcação da lente cilíndrica na posição do eixo indicado, iremos adicionar lentes cilíndricas de -0,25 em -0,25 até que o paciente reporte ver todas as linhas iguais do leque ou dial astigmático. EXEMPLO 1 Retinoscopia: +1,50 DE -1,00 DC x 180 Miopização: +2,00 DE Dial: +2,00 DE -0,25 DC x 180 (acrescentar lentes cilíndricas negativas até o paciente reportar que esteja..Dial: +2,00 DE -0,50 DC x 180 ...vendo todas da mesma forma) Dial: +2,00 DE -0,75 DC x 180 EXEMPLO 2 Retinoscopia: -2,50 DE -2,50 DC x 180 Miopização: -2,00 DE -1,25 DC x 180 Dial: -2,00 DE -1,25 DC x 180 (acrescentar lentes cilíndricas negativas até o paciente reportar que esteja... Dial: -2,00 DE -1,50 DC x 180 ...vendo todas da mesma forma) Dial: -2,00 DE -1,75 DC x 180 Dial: -2,00 DE -2,00 DC x 180 Dial: -2,00 DE -2,25 DC x 180 A & W 85 Projetar de novo o optotipo de acuidade visual (Snellen). Acertado o valor e eixo do cilindro, retornar à linha de 20/40 do optotipo. Caso seja necessário, diminuir as esferas positivas até a melhor acuidade visual com nitidez. 34. TESTE BICROMÁTICO O Teste Bicromático de AV tem como objetivo, obter o afinamento da dioptria esférica verificando se há uma hiper ou hipo correção na dioptria do paciente. Esse teste é baseado no princípio de que o índice de refração do meio relaciona-se com o comprimento de onda da luz que determina o balanceamento entre os efeitos de dispersão da luz pelo sistema dióptrico ocular. Na óptica as duas cores com comprimento, frequência e amplitude de onda utilizadas para estudo dos erros refrativos (ametropias) são o verde (aproximadamente 550 nm) e o vermelho (aproximadamente 720 nm). O teste bicromático é utilizado para verificação da correção esférica. Este teste explora a aberração cromática longitudinal natural do olho, que resulta numa imagem retiniana que se estende numa sucessão de imagens correspondendo a cada uma das cores do espectro luminoso. Baseia-se particularmente no fato da imagem verde se formar à frente da imagem vermelha. O teste permite avaliar a focagem do olho, por simples observação de caracteres sobre fundo vermelho e verde. A & W 86 34.1 TESTE - Monocular; - Paciente posicionado a 6 metros da tabela do Bicromático; - Paciente com a correção encontrada no afinamento; PERGUNTAR: Qual dos dois lados o paciente vê as letras mais nítidas, se é sobre o fundo vermelho ou sobre o fundo verde? Ou se estão iguais? RESPOSTAS: Vê melhor do lado VERMELHO - Aumentar esferas NEGATIVAS RESPOSTAS: Vê melhor do lado VERDE - Aumentar esferas POSITIVAS A & W 87 RESPOSTAS: Os dois lados estão iguais! - A dioptria esférica está adequada. ATENÇÃO!!! A pergunta deve ser bem direcionada para que o paciente observe e escolha as letras sobre o fundo vermelho ou verde, não a cor que vê melhor! 34.2 HIPER E HIPO CORREÇÃO - MÍOPE Quando temos um MÍOPE HIPERCORRIGIDO ele verá as letras do lado VERDE mais nítidas, por isso precisará de afinamento positivo, ou seja, diminuir esferas negativas. Exemplo: OD: -1,00DE → -0,75DE Quando temos um MÍOPE HIPOCORRIGIDO ele verá as letras do lado VERMELHO mais nítidas, por isso precisará de afinamento negativo, ou seja, aumentar esferas negativas. OD: -1,00DE → -1,25DE 34.3 HIPER E HIPO CORREÇÃO - HIPERMÉTROPE Quando temos um HIPERMÉTROPE HIPERCORRIGIDO ele verá as letras do lado VERMELHO mais nítidas, por isso precisará de afinamento negativo, ou seja, diminuir esferas positivas. OD: +1,00DE → +0,75DE Quando temos um HIPERMÉTROPE HIPOCORRIGIDO ele verá as letras do lado VERDE mais nítidas, por isso precisará de afinamento positivo, ou seja, aumentar esferas positivas. OD: +1,00DE → +1,25DE “BICROMÁTICO” Fundo Verde → Positivar Fundo Vermelho → Negativar A & W 88 35. CILINDRO CRUZADO DE JACKSON (CCJ) – DIOPTRIA CILÍNDRICA O Cilindro Cruzado de Jackson (CCJ) é uma das ferramentas mais úteis na refração subjetiva. É um método subjetivo de afinar o astigmatismo. É um instrumento constituído de 2 cilindros de mesma potência, mas sinais diferentes, com eixos colocados perpendicularmente na mesma lente e um cabo equidistante fixo em sua bissetriz. Possuem intervalos dióptricos de: +ou- 0,25D, +ou- 0,50D. Existem cilindros com outras potencias, mas menos usados na prática clínica: +/- 0,75, +/- 1,00. Os eixos dos cilindros estão representados por: • Pontos/Riscos vermelhos: cilindro negativo • Pontos/Riscos brancos ou pretos: cilindro positivo. 35.1 MANUSEIO Uma alça é anexada entre os dois eixos marcados, que permite que a lente seja "girada" frente aos olhos de maneira rápida. Desta forma, as posições dos eixos negativo e positivos são trocados rapidamente e alternados. A & W 89 35.2 A ESCOLHA DO CCJ Visão 20/25 ou melhor: use o CCJ de 0,25DC (até -1,50 DC). Se os resultados não forem confiáveis, mude para o CCJ de 0,50 e veja se obtém resposta do paciente mais confiável. Visão 20/40 ou pior: use o CCJ de 0,50DC (maior -1,50DC). Se os resultados forem confiáveis e a visão melhorar, mude para o CCJ de 0,25. “POR QUE COMEÇAR O AFINAMENTO PELO EIXO? Porque o eixo correto pode ser encontrado na presença de uma potência incorreta, mas a potência cilíndrica completa não será encontrada na presença de um eixo incorreto.” 35.3 AFINANDO O EIXO DA DIOPTRIA CILÍNDRICA TÉCNICA DE AFINAMENTO DO CCJ VAMOS AO EXEMPLO Retinoscopia: OD: PL -1,00DC x 180° Coloque a lente cilíndrica de -1,00 x 180° 1. Coloque na armação de prova a correção obtida na refração subjetiva. O afinamento com CCJ é iniciado com a correção subjetiva do eixo do cilíndrico da refração. Refração montada na armação de provas ou greens. 2. Monocular. Ocluir o olho contralateral e medir AV do olho com a lente cilíndrica. 3. Paciente deve ser orientado sobre qual optotipo deverá fixar (letra ou figura) da 1ª ou 2ª linha acima da melhor acuidade visual. Explique ao paciente que ele deverá escolher uma letra da linha acima da melhor acuidade visual e que você irá mostrar 2 imagens, sendo imagem “1” e imagem “2”. Ele deverá informar em qual posição ele vê melhor a letra, se é na primeira, segunda ou se as 2 estão iguais (nítidas ou borradas). 4. Segure o CCJ pelo cabo, paralelo à marcação do cilíndrico da lente de prova. Lembrando sempre de deixar o olho contralateral ocluído. Para afinamento do “EIXO” o CABO SEMPRE ficará paralelo ao eixo da lente cilíndrica. A & W 90 Obteremos duas posições que serão denominadas 1 e 2. Pergunte ao paciente em qual posição ele vê a figura mais nítida ou se estão iguais. 5. Caso o paciente não perceba uma melhora em nenhuma das imagens e diga que AMBAS ESTÃO IGUAIS, é provável que a posição de eixo esteja correta. 6. Se houver melhora visual, ocorrerá em uma das duas posições. 7. Na posição que o paciente relatar melhor imagem, remova o CCJ e gire a lente no sentido da marcação VERMELHA. Primeira vez gire 15°. PACIENTE ENXERGOU MELHOR NA “POSIÇÃO 2” Recoloque o CCJ alinhando o cabo com o novo Eixo → 15° 8. Posicione agora o cabo do CCJ no novo eixo e faça novamente o teste. Verifique qual imagem estará mais nítida ao girar o CCJ. 9. Paciente reportando melhora em uma delas: na segunda vez gire 10° e na seguinte apenas 5º no sentido da marcação VERMELHA. A & W 91 10. Quando paciente relatar melhora na imagem, no sentido contrário ao que esta seguindo, volte 5° e encerre o afinamento do eixo. Esteja atento para girar a lente sempre na posição do cilindro negativo, marcação VERMELHA. 11. Repita a operação até o paciente não sentir ou quase não sentir diferença nas imagens. POSIÇÃO FINAL DO EIXO - 20° OD: PL – 1,00DC X 20° 35.4 AFINANDO A POTÊNCIA DA DIOPTRIA CILÍNDRICA TÉCNICA DE AFINAMENTO DO CCJ VAMOS AO EXEMPLO VALOR INICIAL DA POTÊNCIA -1,00DC OD: PL – 1,00DC X 20° 1. Coloque o CCJ com os pontos do cilindro paralelos aos da lente cilíndrica da armação de prova, seja o vermelho ou29 7.4 Sinais e Sintomas ................................................................................................................................... 29 7.5 Adição .................................................................................................................................................... 29 7.6 Correção da Presbiopia ......................................................................................................................... 30 7.7 Modelo de Prescrição para Perto .......................................................................................................... 30 7.8 Modelo de Prescrição para Longe + Adição .......................................................................................... 30 8. A Visão ........................................................................................................................................................ 31 8.1 Binocularidade ou Visão Binocular ........................................................................................................ 31 8.2 Diplopia ou Visão Dupla ......................................................................................................................... 31 9. Anisometropia ............................................................................................................................................ 32 9.1 Classificação da Anisometropia ............................................................................................................. 32 9.2 Sintomas ................................................................................................................................................ 33 9.3 Correção da Anisometropia ................................................................................................................... 33 10. Ambliopia .................................................................................................................................................. 34 10.1 Descrição e Classificação da Ambliopia ............................................................................................... 34 10.2 Causa da Ambliopia Funcional ............................................................................................................ 34 10.3 Causa Psicogênicas .............................................................................................................................. 35 10.4 Causas Estruturais/Patológicas ........................................................................................................... 35 A & W 4 10.5 Sinais Comuns, Sintomas e Complicações ........................................................................................... 35 10.6 Detecção e Prevenção Antecipada ...................................................................................................... 35 10.7 Tratamento .......................................................................................................................................... 35 11. História Clínica Optométrica .................................................................................................................... 36 11.1 Ficha Clínica ......................................................................................................................................... 36 11.2 Identificação do Paciente .................................................................................................................... 36 12. Anamnese ................................................................................................................................................. 36 12.1 Motivo Principal da Consulta .............................................................................................................. 37 12.2 Sinais e Sintomas ................................................................................................................................. 37 12.3 Antecedentes Pessoais: Saúde Geral e Ocular .................................................................................... 37 12.4 Antecedentes Familiares ..................................................................................................................... 38 13. Dominância Ocular ................................................................................................................................... 38 13.1 Técnica .................................................................................................................................................. 38 14. Exame do Segmento Anterior .................................................................................................................. 39 14.1 Técnica ................................................................................................................................................. 39 14.2 Aspectos a Serem Observados ............................................................................................................ 39 EXAME CLÍNICO 15. Acuidade Visual ........................................................................................................................................ 40 16. Tabela de Snellen ..................................................................................................................................... 40 17. Medida da Acuidade Visual ..................................................................................................................... 41 17.1 Princípios ............................................................................................................................................. 41 17.2 Classificação da A.V. ............................................................................................................................ 41 18. Optotipos .................................................................................................................................................. 42 18.1 Tipos de Optotipos .............................................................................................................................. 42 18.1.1 Optotipos de Snellen ................................................................................................................ 42 18.1.2 Optotipos E Direcional ............................................................................................................. 43 18.1.3 Optotipos Anéis de Landolt ...................................................................................................... 43 18.1.4 Optotipos Bicromáticos ............................................................................................................ 43 18.1.5 Optotipos de Allen ................................................................................................................... 44 18.1.6 Optotipos de Jaeger ................................................................................................................. 44 18.1.1 Tabela de Rosenbaum ETDRS ................................................................................................... 44 19. Como Medir a Acuidade Visual ................................................................................................................ 45 19.1 Visão de Longe ..................................................................................................................................... 45 19.1.11 Como Anotar No Histórico Clínico ......................................................................................... 47 19.2 Visão de Perto ..................................................................................................................................... 48 A & W 5 19.2.2 Como Anotar No Histórico Clínico ...........................................................................................branco/preto. Para afinamento da “POTÊNCIA” os PONTOS do CCJ referentes ao valor do cilindro SEMPRE ficarão paralelos ao eixo da lente cilíndrica. 2. Gire o cabo do CCJ, alternando entre os pontos vermelhos (negativo) e os brancos ou pretos (positivos). Diga ao paciente que você irá mostrar 2 imagens, sendo imagem “1” e imagem “2”. Pergunte ao paciente em qual posição ele vê a figura mais nítida ou se estão iguais. 3. Caso o paciente não perceba melhora em nenhuma das imagens e diga que AMBAS ESTÃO IGUAIS, é provável que o valor da potência esteja correto e o teste termina. A & W 92 4. Se houver melhora visual, ocorrerá em uma das duas posições. 5. Caso paciente escolha a melhor posição com os pontos VERMELHOS sobre a marcação, deverá ser aumentado o valor do cilindro de acordo com a potência do mesmo (-0,25/-0,50). Exemplo: – 1,00DC X 20° → Nova lente – 1,25 DC X 20° 6. Se a escolha for dos pontos BRANCOS/PRETOS (positivos) sobre a marcação, o valor do cilíndrico deverá ser diminuído de acordo com a potência do mesmo (-0,25/-050). Exemplo: – 1,00DC X 20° → Nova lente – 0,75 DC X 20° 7. Recoloque o CCJ alinhando os pontos do CCJ com a marcação da lente cilíndrica e repita o procedimento até o paciente não indicar melhoria em nenhumas das duas posições diagnósticas. 35.5 DETECTANDO O ASTIGMATISMO Procedimento para quando a retinoscopia não foi capaz de detectar o poder dióptrico astigmático. Coloque o CCJ a 90°, 180°, 45° e 135° para verificar o astigmatismo por quadrantes isolados. Caso em uma dessas posições: 180°, 90°, 45°, 135°, o paciente relate alguma melhora, coloque uma lente cilíndrica de “-0,25DC” na posição indicada por ele e comece o afinamento do EIXO. Realize a prova ambulatorial para este paciente e tome a acuidade visual de perto com a refração final. Caso o paciente necessite de correção para perto, realize as técnicas para visão de perto. A & W 93 36. CILINDRO CRUZADO DE JACKSON (CCJ) – DIOPTRIA ESFÉRICA 36.1 AFINANDO O ESFÉRICO Após realizar o afinamento do EIXO e a POTÊNCIA da DIOPTRIA CILÍNDRICA do paciente, mesmo que este leia a linha 20/20 na tabela de optotipo, é necessário e obrigatório afinar a DIOPTRIA ESFÈRICA, para isso usamos várias técnicas, sendo uma delas o CCJ. TÉCNICA DE AFINAMENTO DO CCJ 1. MONOCULAR. 2. Mude o optotipo para a cruz. 3. Coloque o cilindro cruzado na posição A (VERMELHO a 90º e BRANCA/PRETO a 180º) NÃO GIRAR. 4. Pergunte ao paciente qual dos componentes da cruz vê mais nítido: Horizontal, vertical ou iguais? 5. POSSIBILIDADES DE RESPOSTAS: ✓ Vê melhor o componente HORIZONTAL. Positivar o valor do esférico, ou seja, AUMENTE as Dioptrias Positivas ou DIMINUA as Dioptrias Negativas de 0,25D em 0,25 D até que paciente reporte que os dois componentes são vistos igualmente. A & W 94 ✓ Vê melhor o componente VERTICAL. Negativar o valor do esférico, ou seja, DIMINUA as Dioptrias Positivas ou AUMENTE as Dioptrias Negativas de 0,25D em 0,25D até que o paciente reporte que os dois componentes são vistos igualmente. ✓ Todos estão iguais, dioptria está correta. 5. Tome a Acuidade Visual do paciente MONOCULARMENTE. 6. Repita todo o procedimento de afinamento para o olho contralateral, sempre de forma monocular. RECOMENDAÇÕES: Em astigmatismo oblíquo, em astigmatismo irregular, em astigmatismo regular muito baixo ou muito alto, os resultados nem sempre são confiáveis. 37. REFRAÇÃO COM FENDA ESTENOPEICA Um dos objetivos da fenda estenopêica é identificar o eixo do astigmatismo, quando há uma maior dificuldade em identificar os meridianos através do retinoscópio. Na utilização da fenda estenopeica a participação do paciente é imprescindível. A refração com fenda estenopêica é mais eficaz em acuidades visuais abaixo de 20/40. TÉCNICA DE AFINAMENTO DO CCJ 1. MONOCULAR. Ocluir o OLHO ESQUERDO e colocar a fenda no OLHO DIREITO do paciente. 2. Com a Fenda na HORIZONTAL, ajuste a armação de prova de maneira PRECISA para que a altura da fenda fique centralizada na PUPILA do paciente. 3. Com a Fenda na VERTICAL, ajuste a armação de prova de maneira PRECISA para que a DNP da fenda fique centralizada na PUPILA do Paciente. A & W 95 Depois do ajuste PRECISO da armação de prova, começaremos nossa refração SUBJETIVA com a Fenda Estenopeica. 4. Sem lente de trabalho no olho direito, somente com a fenda na HORIZONTAL vamos medir a Acuidade Visual do Paciente. 5. Após mediar a AV do paciente, peça que o mesmo GIRE a fenda até que ele perceba uma melhora em sua Acuidade Visual (peça para ele fixar uma letra). Verifique o eixo escolhido e anote. 6. Com o paciente olhando uma linha abaixo de sua melhor Acuidade Visual, pegue duas lente da caixa de prova, uma NEGATIVA outra POSITIVA. 7. Pergunte ao paciente: A visualização fica melhor com a Lente 1 ou Lente 2. 8. Caso o paciente escolha, por exemplo a Lente 2 (-0,50D), pegamos uma lente de -0,25D e novamente perguntamos ao paciente: a visualização fica melhor com a Lente 1 (-0,25) ou Lente 2 (-0,50). Caso o paciente escolha a Lente 2, iremos aumentando o valor da lente até que ele reporte ver com nitidez a linha escolhida. Meridiano 45° = - 0,75 Esférico / AV =20/20 9. Retire as lentes, e gire perpendicularmente a FENDA em relação ao eixo encontrado, e recomece seguindo os passos anteriores realizados no primeiro meridiano. Meridiano 135° = + 0,50 Esférico / AV =20/20 RX Subjetiva +0,50-1,25x135° 38. PROVA AMBULATORIAL Consiste em montar a refração final, após todos os afinamentos, na armação de provas, ajustando: DNP, Distância ao vértice, Ângulo pantoscópico, altura da ponte, hastes, e pedir que o paciente caminhe e observe ao seu redor; olhando em todas as direções; ângulo dos objetos (quadros, portas etc) pela sala de exame, durante uns 5 minutos para que este sinta e avalie como será sua nova correção. É uma avaliação subjetiva feita de forma binocular, a qual realizamos para determinar a dioptria de aceitação e conforto visual do paciente. A & W 96 39. VISÃO DE PERTO - ADIÇÃO 39.1 ADIÇÃO A correção é realizada com lentes esféricas, as quais denominamos de adição. Pacientes com presbiopia irão necessitar de correção ocular que irá variar entre +0,75D e +3,00D para melhorar a sua visão de perto. A tabela abaixo serve como orientação para a avaliação e prescrição, ela pode variar, caso o paciente tenha alguma ametropia ou problemas acomodativos. 39.2 TÉCNICA 1. Técnica MONOCULAR. 2. Paciente deve estar bem posicionado e com a correção para longe já afinada e pós teste ambulatorial. Deverá segurar uma tabela de perto à uma distância de 35 cm. 2. Tomar a Acuidade Visual com a nova correção (monocularmente e binocularmente). 3. Adicione lentes esféricas positivas sobre a correção de longe. Pacientes que estão iniciando a presbiopia ou pré-presbitas, inicie com uma lente de +0,75D e aumente de +0,25D em +0,25D, até que o paciente enxergue a linha de melhor acuidade visual (J1). Pacientes já presbita, utilize como base a tabela acima. 4. Repita o procedimento para o olho contralateral e anote os resultados. 5. Binocularmente, solicite ao paciente que leia toda a linha do J1. Caso tenha dado diferença nos valores da adição entre um olho e outro, exemplo +1,50OD e +1,75OE. Prescreva a adição que ficar mais confortável em sua binocularidade. 39.3 MODELOS DE PRESCRIÇÕES ➢SOMENTE PRESBITA - ADIÇÃO Paciente com 41 anos A & W 97 ➢AMÉTROPE E PRESBITA Paciente com 41 anos COM A ADIÇÃO DESTACADA COM A ADIÇÃO JÁ SOMADA A RECEITA. Antes de refratar, uma boa anamneses ocupacional será fundamental.Se o paciente usar muito a visão de perto no trabalho, fique atento aos sintomas e a prescrição. Após a adição, caso o paciente afaste a carta de optotipo a mais de 40 cm, significa que a dioptria usada é insuficiente. Caso aproxime demasiadamente a carta de optotipo, este estará hiper refratado. Um bom trabalho e uma boa refração evita que o paciente reclame posteriormente que sente dores intraoculares (identificadas por ele como dor de cabeça). Oriente com inteligência o paciente, pois isto faz parte do sucesso da correção. 40. CILINDRO CRUZADO DE JACKSON (CCJ) – VISÃO PARA PERTO Afinar a correção da visão de perto a uma distância de trabalho determinada segundo os requerimentos do paciente (adição: Add) . 40.1 TÉCNICA DE AFINAMENTO DO CCJ 1. MONOCULAR. 2. Cartilha para visão de perto (Cruz). A & W 98 3. Coloque a correção de perto no paciente, ocluindo o OE. 4. Coloque o cilindro cruzado na posição A (VERMELHO a 90º e BRANCA/PRETO a 180º) NÃO GIRAR. 5. Peça ao paciente que fixe a cartilha para visão de perto, colocando a mesma na sua distância habitual de trabalho. 6. Pergunte ao paciente qual dos componentes da cruz vê mais nítido: Horizontal, vertical ou iguais? 7. POSSIBILIDADES DE RESPOSTAS: ✓ Vê melhor o componente HORIZONTAL. Positivar o valor do esférico, ou seja, AUMENTE as Dioptrias Positivas ou DIMINUA as Dioptrias Negativas de 0,25D em 0,25 D até que paciente reporte que os dois componentes são vistos igualmente ou se inverta o padrão (vê melhor os componentes verticais). ✓ Vê melhor o componente VERTICAL. Negativar o valor do esférico, ou seja, DIMINUA as Dioptrias Positivas ou AUMENTE as Dioptrias Negativas de 0,25D em 0,25D até que o paciente reporte que os dois componentes são vistos igualmente ou se inverta o padrão (vê melhor os componentes horizontais). ✓ Todos estão iguais, dioptria está correta. 8. Repita todo o procedimento de afinamento para o olho contralateral, sempre de forma monocular. 41. RX FINAL Ao final dos testes para afinamento, encontraremos o máximo positivo para a melhor AV, porem nem sempre será com o maior conforto para o paciente. A análise através da anamnese, a correlação de dados, o teste ambulatorial serão ao final a soma que dará ao paciente o melhor conforto visual, com boa AV, com isso nem sempre o valor dióptrico será o valor refratado e mais positivo. Esse valor encontrado será a refração que será prescrita ao paciente. A & W 99 42. OFTALMOSCOPIA 42.1 OFTALMOSCOPIA OU FUNDOSCOPIA Avalia o segmento anterior e posterior do olho. É o exame em que se visualizam as estruturas do fundo de olho, dando atenção ao nervo óptico, aos vasos retinianos e a retina propriamente dita, especialmente sua região central, denominada mácula. O exame de fundo de olho é realizado desde 1851, quando Von Helmholtz inventou o primeiro oftalmoscópio. Se constitui no principal elo entre a oftalmologia e os demais ramos da medicina. O princípio óptico consiste na projeção de luz, que proveniente do oftalmoscópio é projetado no interior do olho e mediante a reflexão dessa luz na retina, é possível observar suas estruturas. Extremamente importante para a detecção de várias doenças, não apenas relacionadas ao olho em si, mas também ao nosso Sistema Vascular (sistema composto por veias e artérias, e que está relacionado à doenças, como a Hipertensão). O exame do Fundo de Olho é a melhor forma que temos para analisar as condições dos vasos sanguíneos de nosso corpo sem utilizar um método invasivo. Existem dois tipos de fundoscopia: DIRETA: na qual se obtém uma imagem ampliada, quinze vezes maior, mas com restrito campo de visão. INDIRETA: que proporciona uma imagem com ampliação menor, porém com visualização mais ampla da retina, evidenciando-se até sua periferia. A & W 100 42.1.1 OFTALMOSCOPIA DIRETA VANTAGENS: ✓ Portátil; ✓ Fácil uso; ✓ Imagem direta; ✓ Magnificação de 15 vezes; ✓ Pode ser usado com e sem dilatação. DESVANTAGENS: ✓ Campo visual pequeno; ✓ Sem estereopsia (percepção de profundidade); ✓ Opacidades mínimas podem degradar a imagem. 42.1.2 OFTALMOSCOPIA INDIRETA VANTAGENS: ✓ Campo visual mais amplo; ✓ Visão binocular, favorece estereopsia. DESVANTAGENS: ✓ Requer mais habilidade; ✓ Magnificação apenas 3 vezes; ✓ Requer dilatação; ✓ Imagem invertida. 42.2 EXEMPLOS DE DIAGNÓSTICOS QUE PODEMOS ENCONTRAR NA OFTALMOSCOPIA: ✓ Aumento da pressão intracraniana; ✓ Hipertensão intracraniana idiopática (pseudo tumor cerebral). ✓ Trombose veia cerebral. ✓ Encefalopatia hipertensiva. ✓ Neuropatia óptica isquêmica ✓ Oclusão da artéria central da retina. 42.3 FISIOLOGIA DA OFTALMOSCOPIA A & W 101 Constrição Pupilar (miose): Contração do músculo circular (constritor) da íris. Mediação: Sistema Nervoso Parassimpático Dilatação Pupilar (midríase): Contração do músculo radial (dilatador) da íris. Mediação: Sistema Nervoso Simpático 42.3.1 DILATAR OU NÃO VANTAGENS ✓ Melhor exame de fundo de olho (amplitude) DESVANTAGEM ✓ Visão Turva; ✓ 15 minutos ou mais para ocorrer a dilatação; ✓ Limita as respostas de reflexo pupilar para outros exames neurológicos; ✓ Risco de induzir glaucoma de ângulo fechado. 42.4 FERRAMENTAS DA OFTALMOSCOPIA DIRETA 42.4.1 LENTES DO OFTALMOSCÓPIO DIRETO Composto de duas rodas principais que são utilizadas para a troca das lentes (positivas e negativas) que irão permitir uma focalização melhor das diversas estruturas. Filtro verde: Detecção de pequenas hemorragias e alterações vasculares a nível retiniano. Elimina a coloração vermelha do fundo do olho deixando-se perceber em contrastes as alterações vasculares. Filtro Polarizado: Diminui a intensidade da luz do oftalmoscópio. A & W 102 42.4.2 MIRAS FILTRO AZUL COBALTO: Utiliza-se para teste com fluoresceína em adaptação de lentes de contato. GRANDE ABERTURA OU GRANDE ANGULAR (foco maior): Utilizada em pupilas maiores ou dilatadas e no Teste de Bruckner. MÉDIA ABERTURA OU MÉDIA ANGULAR: Utilizadas em pupilas de tamanho normal. PEQUENA ABERTURA OU PEQUENA ANGULAR (foco menor): Utilizadas em pupilas não dilatadas ou em ambientes com grande iluminação. Diminui a MIOSE por estimular uma zona menor da retina. FENDA: Determina elevações ou depressões do tapete retiniano. RETÍCULO DE FIXAÇÃO: Utilizado para determinar a zona da retina com a qual o paciente fixa. 42.5 TESTE DE BRUCKNER O teste de Bruckner, também conhecido como “teste do olhinho”, avalia a transparência dos meios refringentes do olho (córnea, humor aquoso, cristalino, humor vítreo). Recomenda-se realizar o Teste de Bruckner antes de iniciar-se a oftalmoscopia propriamente dita. 1. Binocular - Iremos observar as duas pupilas do paciente utilizando o oftalmoscópio a uma distância de 50 cm. 2. O oftalmoscópio deverá estar com a lente em 0. 3. O paciente deverá estar observando um ponto de fixação (E do optotipo). 4. O teste será realizado com o paciente sem oclusão de qualquer espécie. Caso não haja nenhuma obstrução/alteração nos meios refringentes, as pupilas aparecerão com a coloração avermelhada ou alaranjada. Reflexo Normal Reflexo Anormal em Olho Direito Reflexo Anormal em Olho Direito A & W 103 42.6 TÉCNICA DA OFTALMOSCOPIA ✓ Deve realizar o exame em uma sala escura; ✓ Escolha da abertura; ✓ Utilize a mão direita e olho direito para examinar o olho direito do paciente e vice versa; ✓ Paciente sem óculos, mas pode estar com lente de contato; ✓ Usar seletor de dioptrias; ✓ Evitar usar iluminação do oftalmoscópio no máximo, 80%. ✓ Paciente deve olhar para um ponto de fixação. ✓ Comece em uma distância de 30 cm e em um ângulo de 15°;✓ Lentamente aproxime-se do olho do paciente e focalize a retina; ✓ Use seletor de dioptrias para ajustar o foco; ✓ Localize o disco óptico, que está posicionado a nasal, caso não o localize de imediato, selecione um vaso e siga-o sentido nasal. ✓ O Disco óptico poderá ser visto a uma distância de 3 cm à 5 cm do paciente; ✓ Examine o disco óptico em sua cor, bordas, elevação, escavação; ✓ Examine as condições dos vasos e siga os até onde conseguir; ✓ Para localizar a mácula, foque no disco óptico e conte dois diâmetros do mesmo em sentido temporal, ou foque no disco e solicite ao paciente que olhe para a luz do aparelho. ✓ Usar o filtro verde ajuda a examinar as condições da mácula. Para examinar a periferia da retina peça ao paciente olhar: ✓ Para cima, para baixo, para temporal, para nasal e examine toda a área da retina. Utilizando a roda de lentes, através das lentes de dioptrias positivas e negativas, serão analisadas as estruturas como: • Córnea e filme lacrimal: lente +20,0 a +25,0D • Câmara Anterior: lente +17,0 a +20,0D • Íris e Cristalino: +10,0 a +12,0D • Humor vítreo: +6,0 a +8,0D • Retina: +2,0 a –2,0D. OBS: Estes valores podem mudar, isso irá depender do olho do avaliado e avaliador. O observador estará aproximadamente a 2,5 cm do olho do paciente. Em cada uma das estruturas deve-se observar se estão livres de qualquer anomalia. A & W 104 42.7 ANOTAÇÕES FUNDO DE OLHO: Observaremos sua coloração e em geral seu conteúdo, pois não é normal ver manchas vermelhas, brancas ou amarelas no fundo de olho, devendo estar limpo de qualquer tipo de alteração. COLORAÇÃO: Devemos observar a coloração e o aspecto geral do fundo do olho. Manchas vermelhas ou brancas devem ser analisadas, pois não são consideradas normais. A coloração de ser de um vermelho pálido uniforme, com variações normais segundo a raça, segundo o estado refrativo e segundo a idade. PAPILA OU DISCO ÓPTICO: Observaremos suas bordas, a cor do disco (amarelo suave), o tamanho, a forma (redonda, ligeiramente ovalada vertical/horizontal), escavação que não deve alcançar nunca a borda do disco, a pulsação venosa. • As margens estão finas, borradas ou inchadas? • A cabeça do nervo óptico está elevada? • Qual a cor? Está pálido? Tamanho normal da papila +/- 1,5mm vertical e +/- 1,2 mm horizontal. Papila Inclinada: Papila em forma de gota. Geralmente ocorre em Astigmatismos acima de 6,00D. ANEL DE COROIDEO: (cor marrom) Anel encontrado margeando a borda da papila. ESCAVAÇÃO: Analisar a proporção do diâmetro da escavação em relação ao diâmetro da papila. Qual proporção da escavação em relação ao disco óptico? Valor normal da escavação: de 0,1 a 0,4 – simétricos em AO. A escavação é medida de 0,1 a 1,0. Escavação de até 0,5 simétrico podemos considerar como normal. Valores acima de 0,5 simétricos, podemos considerar como anormal (suspeita de glaucoma) e diferenças de 0,2 assimétricos, devemos suspeitar de aumento de escavação no olho que estiver com a escavação maior, podemos considerar anormal (suspeita de glaucoma). A & W 105 Na avaliação da relação Escavação/Disco E/D, além da proporção, verificamos também a espessura entre a borda neurorretiniana e a borda da escavação, para essa avaliação damos o nome de regra ISNT, sendo “fundamental” na clínica do glaucoma. O uso da “regra ISNT” — em relação à espessura decrescente fisiológica da camada de fibras — inferior, superior, nasal e temporal do nervo, é imprescindível para um correto exame do paciente. O examinador deve se concentrar na rima neural ou neurorretiniana ao invés da escavação apenas. A & W 106 PROFUNDIDADE DA ESCAVAÇÃO: Para saber a profundidade da escavação, medimos a profundidade apenas quando o tamanho é acima de 0,4. Para avaliarmos a profundidade, devemos aumentar as dioptrias negativas. Dentro da escavação observaremos a lâmina crivosa (pontos cinzas). A cada 3,00D negativas, será equivalente a 1mm de profundidade. O resultado será quando os pontos cinzas estiverem nítidos. A profundidade normal é de 1 a 1,5mm. ARCADA VASCULAR: Na avaliação vascular da retina, dividimos os ramos arteriovenosos principias em áreas de interesse. Essas áreas denominamos de arcadas vasculares são divididas em porções: nasais, temporais, superiores e inferiores, tendo como delimitação o ponto de origem no nervo óptico. VASOS: AS VEIAS são mais largas e mais escuras, vem da periferia e vão se unindo e aumentando o calibre conforme aproximam-se da papila. No fundo de olho existe a presença de pulso venoso, visualizado no nervo óptico. Não é a artéria que pulsa no fundo de olho, é a veia. Ao visualizar a papila, pode-se encontrar as bordas borradas e então pesquisa-se a presença de pulso venoso no centro. Se esta veia não apresentar pulso nervoso, tem-se a certeza de que está havendo edema nesta papila. Pulso venoso e bordas borradas caracterizam quadro de borda borrada. Edema de papila não tem pulso venoso. ARTÉRIAS mais estreitas e mais claras, apresentam o reflexo dorsal arteriolar. Iniciam na artéria central da retina que penetra pela papila e se bifurca em ramos. Devemos observar o percurso desde a papila até a periferia da retina. Verificar as tortuosidades, os cruzamentos artério/venosos. As veias são de cor mais escura que as artérias e duas vezes mais grossas, tendo como relação A/V - 2/1, ou seja a espessura de duas artérias equivale a espessura de uma veia. CRUZAMENTOS A/V PATOLÓGICOS: ENTRECRUZAMENTOS ARTÉRIO-VENOSOS NORMAIS: Geralmente as artérias passam sobre as veias sem haver interrupção do fluxo sanguíneo venoso e quando não há retificação no trajeto venoso. Normalmente as artérias passam sobre as veias sem que haja alterações. Existem anomalias em que as veias passam sobre as artérias. ENTRECRUZAMENTOS ARTÉRIO-VENOSOS PATOLÓGICOS: Acontecem na retinopatia hipertensiva, retinopatia diabética, hipercolesterolemia, arteriosclerose. Podem se apresentar em diversas formas: bico de flauta (a artéria passa por cima da veia e esta fica com dois lados, com aspecto de bico de flauta), ponta de lápis (a artéria passa sobre a veia e esta fica mais fina, junto à artéria), deflexão da veia (a veia sofre deflexão quando ela “vai para baixo” para evitar que a passagem da artéria cause interrupção do seu fluxo), embainhamento arteriolar (é um edema; ao redor da artéria surge uma faixa branca, que é um edema na parede desta artéria, criando uma flebite – processo inflamatório), interrupção venosa próxima à artéria (ocorre mais comumente nas arterioscleroses, a região ao redor da artéria fica esbranquiçada devido à turgidez “endurecimento” da artéria). A & W 107 A arteríola e a vênula compartilham a adventícia no local onde se cruzam. O espessamento arteriolar na hipertensão causa alterações patológicas nos cruzamentos. O sinal mais precoce é o ocultamento da vênula. Com a progressão, podem ocorrer apagamento (sinal de Gunn), deflexão (sinal de Salus) e dilatação (sinal de Bonnet) venosos. Gunn: Cruzamento de artéria sobre veia. Salus: Cruzamento de veia sobre artéria. Bonnet: Dilatação do segmento distal da vênula no cruzamento. MÁCULA: Situada no lado temporal da papila e a uns dois diâmetros papilares de distância. Observaremos o brilho foveal, sua uniformidade, coloração e ausência de vasos. De cor mais intensa que o restante da retina. EFICIÊNCIA RETINIANA: Relaciona e quantifica a Acuidade Visual A/V do paciente em relação ao ponto de fixação retiniana. A & W 108 FIXAÇÃO: Para melhor avaliação, mude a mira do oftalmoscópio para a mira do retículo de fixação, lente em zero, peça ao paciente que olhe a luz. • Oclui o outro olho. • Deveapresentar aspecto avascular, cor vermelho cereja com um reflexo central brilhante (fóvea). • Repita o procedimento com o olho esquerdo, colocando o oftalmoscópio na sua mão esquerda e observando também com seu olho esquerdo. ✓ Fixação Central: quando o brilho foveal estiver localizado no centro da mira. ✓ Fixação Central Instável: quando o brilho foveal ora está localizado dentro da mira, ora fora da parte central da mira. ✓ Fixação Excêntrica: quando o brilho foveal estiver localizado fora da mira. A fixação excêntrica indica tropias ou microtropias. HUMOR VÍTREO: Deve apresentar-se limpo e transparente. Podemos encontrar depósitos de cálcio, depósitos de colesterol, condensações, degenerações, hemorragias e deslocamentos. 42.8 PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO FUNDO DE OLHO 42.8.1 GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO ABERTO O glaucoma é uma doença grave que surge na sequência do aumento da pressão intraocular. A perda de visão é consequência da destruição das células ganglionares (nervo óptico), uma estrutura que liga o olho ao cérebro occipital e responsáveis pela condução das imagens da retina até ao cérebro. Geralmente é assintomático até os estágios mais tardios. Sintomas precoces podem incluir perda da visão periférica. Visão tubular e perda da fixação central ocorrem, em geral, quando a doença está avançada. Sinais: Pressão intraocular: Embora a maioria dos pacientes tenha PIO elevada (faixa normal de 10 a 21 mmHg), quase metade apresenta PIO de 21 mmHg, ou ainda mais baixa, em qualquer rastreamento. Nervo óptico: Apresenta-se com perda de tecido da borda, palidez regional, hemorragia em chama de vela ou na camada de fibras nervosas que atravessam a margem do disco (hemorragia de Drance), fosseta adquirido, defeito na camada de fibras nervosas, assimetria escavação/disco (E/D) > 0,2 na ausência de uma causa (exemplo: anisometropia, tamanhos de nervo diferentes), vasos em baioneta (angulação aguda dos vasos sanguíneos conforme saem do nervo), razão E/D aumentada (> 0,6; menos específico), aumento progressivo da escavação e maior escore de Disc Damage Likelihood Scale . Glaucoma primário de ângulo aberto com escavação avançada do nervo óptico. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 204 a 212 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/glaucoma/ A & W 109 42.8.2 GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO FECHADO Sintomas: Dor, visão borrada, halos coloridos ao redor de luzes, cefaleia frontal, náuseas e vômitos. Sinais Críticos: Ângulo fechado no olho envolvido, PIO agudamente elevada e edema microcístico da córnea. Ocorrência de ângulo estreito ou ocluído no outro olho se for de etiologia primária. Bloqueio pupilar: A aposição do cristalino e da íris posterior na pupila causa bloqueio do fluxo de humor aquoso da câmara posterior para a câmara anterior. Esse mecanismo provoca aumento da pressão na câmara posterior, movimentação anterior da periferia da íris e obstrução subsequente da malha trabecular (MT). Olhos predispostos têm recesso do ângulo da câmara anterior estreito, inserção da raiz da íris na íris anterior ou comprimento axial mais curto. Glaucoma agudo de ângulo fechado com pupilas em dilatação média e câmara anterior rasa. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 204 a 212 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/glaucoma/ 42.8.3 PAPILEDEMA Edema de disco óptico causado por pressão intracraniana aumentada. Sintomas: Episódios de perda visual transitória, frequentemente bilateral (durando segundos), muitas vezes precipitada após levantar-se de uma posição deitada ou sentada (alterando a pressão intracraniana); cefaleia; visão dupla; náuseas; vômitos; e, raramente, diminuição na acuidade visual (uma diminuição leve na acuidade visual pode ocorrer em uma situação aguda se associada a um distúrbio macular). Defeitos do campo visual e perda grave da acuidade visual central ocorrem mais comumente com papiledema crônico. Papiledema. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 271 a 273 42.8.4 DESLOCAMENTO VÍTREO POSTERIOR O vítreo é um fluido gelatinoso e transparente que preenche a maioria do interior do globo ocular e que ajuda a manter a forma do olho, sendo constituído por 99% de água, encontrando-se em contato com a superfície da retina. A retina está localizada na parte mais interna do olho e ocupa um importante papel na visão. O sistema ótico do olho foca a luz na retina, esta recebe as imagens e envia-as para o cérebro, através do nervo ótico sob a forma de impulsos nervosos. O descolamento do vítreo ocorre quando existe uma separação do vítreo com a retina. O descolamento do vítreo é das patologias que mais frequentemente afetam o humor vítreo. Sintomas: Moscas volantes (“teias de aranha”, “insetos” ou “manchas” que mudam de posição com os movimentos oculares), visão borrada, flashes de luz, os quais são mais comuns com pouca iluminação e no campo visual temporal. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 293, 294 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/descolamento-de-vitreo/ A & W 110 42.8.5 DESLOCAMENTO DE RETINA O descolamento de retina é um problema grave em que ocorre o descolamento da retina neurossensorial do epitélio pigmentado, podendo provocar perda de visão. A retina possui um importante papel na visão, é uma fina camada de tecido, sensível à luz, localizada na parte mais interna do olho. O sistema ótico do olho foca a luz na retina, esta por sua vez recebe as imagens e envia-as para o cérebro, através do nervo ótico sob a forma de impulsos nervosos. O descolamento posterior do vítreo, lesões ou traumas no olho ou na cabeça podem causar rasgaduras ou buracos na retina. As rasgaduras permitem que o vítreo se infiltre para debaixo da retina. O descolamento inicial da retina pode ser localizado ou amplo, todavia se não se efetuar um tratamento rápido toda a retina pode descolar, levando à cegueira. Sintomas Flashes de luz, moscas volantes, cortina ou sombra movendo-se sobre o campo visual, perda de visão central ou periférica, ou ambas. Sinais Críticos: Elevação da retina a partir do epitélio pigmentar da retina (EPR) por líquido no espaço sub- retiniano devido a uma concomitante ruptura ou rupturas da espessura total da retina. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 295 a 298 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/descolamento-de-retina/ 42.8.6 EXSUDATOS DUROS E MOLES (ALGODONOSOS) Embranquecimento da retina decorrente da retinite infecciosa, como vista em toxoplasmose, vírus herpes simples, vírus varicela-zóster e citomegalovírus. Essas entidades normalmente têm vitreíte e hemorragias retinianas associadas a elas. Obs.: Mesmo quando houver a presença de um único exsudato algodonoso (EA), essa alteração não será algo normal. Sintomas: A acuidade visual costuma ser normal. Em geral são assintomáticos. Sinais Críticos: Embranquecimento na Camada de Fibras Nervosas da superfície da retina. Exsudatos moles: são observados como manchas brancas superficiais, bem delimitadas de bordos irregulares, que tendem a desaparecer em semanas ou meses. Resultam da isquemia microvascular na camada de fibras nervosas da retina, causando infarto e destruição dos axônios. Histologicamente correspondem a acúmulo de organelas, pela alteração no transporte axoplasmático das fibras acometidas. https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/descolamento-de-vitreo/ A & W 111Exsudato mole (algodonoso) FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 300, 301 Exsudatos duros: (também chamados de exsudatos graxos) são depósitos profundos intra-retinianos, que usualmente ocorrem na hipertensão, arteriosclerose, diabetes, anemias, doença de Coats, oclusão da veia retiniana e neuropatias ópticas. Aparecem como manchas individuais bem delineadas, pequenas, discretas, brilhantes, amarelo-esbranquiçadas ou ligeiramente cerosas, como anel parcial ou completo que circunda os microaneurismas, ou zonas de edema retiniano, geralmente se localizam perto da mácula, ou espalhadas pelo fundo de olho. Exsudato duro FONTE: https://www.diabetes.org.br/ebook/component/k2/item/41-retinopatia-diabetica 42.8.7 RETINOPATIA HIPERTENSIVA A retinopatia hipertensiva resulta de alterações sofridas pelos vasos da retina em doentes com hipertensão arterial. As mudanças observadas na retina, resultantes da retinopatia hipertensiva, são mudanças ocorridas na circulação arterial e arteriolar como consequência da pressão arterial elevada. Sintomas: Em geral assintomática, embora possa apresentar visão diminuída. Sinais Críticos: Estreitamento arteriolar retiniano generalizado ou localizado, quase sempre bilateral. Alterações em cruzamentos arteriovenosos (“entrecruzamentos AV patológicos”), esclerose arteriolar retiniana (em fio de “cobre” ou “prata”), exsudatos algodonosos, hemorragias em forma de chama de vela, macro aneurismas arteriais, oclusão central ou de um ramo de uma artéria ou veia. Retinopatia hipertensiva com estreitamento arteriolar e entalhamento em cruzamento arteriovenoso. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 308 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/retinopatia-hipertensiva/ A & W 112 42.8.7.1 CLASSIFICAÇÃO DA RETINOPATIA HIPERTENSIVA RETINOPATIA HIPERTENSIVA GRAU 1 Alterações hipertensivas e ateroscleróticas (retinopatia hipertensiva grau I). Estreitamento arteriolar generalizado com relação e cruzamento arteriovenosos patológicos. FONTE: http://www.ligadeoftalmo.ufc.br/?s=ensino&p=atlas RETINOPATIA HIPERTENSIVA GRAU 2 Estreitamento arteriolar generalizado, relação e cruzamento arteriovenosos patológicos e exsudatos duros. FONTE: http://www.ligadeoftalmo.ufc.br/?s=ensino&p=atlas RETINOPATIA HIPERTENSIVA GRAU 3 Estreitamento arteriolar generalizado, relação e cruzamento arteriovenosos patológicos e hemorragia em chama de vela. FONTE: http://www.ligadeoftalmo.ufc.br/?s=ensino&p=atlas Estreitamento arteriolar generalizado, relação e cruzamento arteriovenosos patológicos, dilatação e tortuosidades venosas, hemorragias em chama de vela e exsudatos algodonosos. FONTE: http://www.ligadeoftalmo.ufc.br/?s=ensino&p=atlas A & W 113 RETINOPATIA HIPERTENSIVA GRAU 4 Edema de papila. Carateriza a hipertensão acelerada maligna. FONTE: http://www.ligadeoftalmo.ufc.br/?s=ensino&p=atlas 42.8.8 RETINOPATIA DIABÉTICA A retinopatia diabética é uma doença ocular causada por altos valores de açúcar (glicemia) no sangue (diabetes) e que também é responsável por provocar danos nos vasos da retina. A retinopatia diabética apresenta uma incidência superior à retinopatia hipertensiva, resultando mesmo numa das principais causas de cegueira nos adultos. A retinopatia diabética pode causar perda de visão de duas formas: 1. Os vasos sanguíneos anormais (neo-formados), como são frágeis, rompem-se e libertam sangue na cavidade vítrea, obscurecendo ou tirando mesmo a visão. Isto, normalmente, acontece nos estágios mais avançados da doença. 2. O fluido sanguíneo pode exsudar para a região macular (parte da retina que corresponde à visão central), provocando edema e consequentemente perda de visão. Pode ocorrer em qualquer estágio da retinopatia diabética, embora seja mais provável que ocorra em fases avançadas da doença. 42.8.8.1 RETINOPATIA DIABÉTICA NÃO PROLIFERATIVA A retinopatia diabética não proliferativa é o estágio menos avançada da doença, podendo-se dentro desta também identificar diferentes graus de evolução da retinopatia. Muitas vezes, estes estágios iniciais também são apelidados por retinopatia diabética pré-proliferativa. Na retinopatia diabética incipiente como o próprio nome indica, a doença encontra-se numa fase inicial e não acarreta alterações visuais. No entanto, a perda de visão pode acontecer, afetando ambos os olhos, se ocorrer a evolução da retinopatia diabética. A retinopatia diabética não proliferativa ligeira é o estágio precoce da doença. Nesta fase da retinopatia diabética são visíveis micro aneurismas (pequenas dilatações vasculares) na retina posterior. Na retinopatia não proliferativa moderada, à medida que a doença vai progredindo são visíveis para além dos micro aneurismas, hemorragias, exsudados moles e duros na retina posterior. Na retinopatia não proliferativa severa ou grave para além dos sinais da retinopatia moderada, são também visíveis vasos sanguíneos obstruídos, privando diversas áreas da retina do suprimento sanguíneo. Estas áreas da retina isquêmicas vão estimular a formação de novos vasos sanguíneos. Retinopatia diabética não proliferativa moderada com micro aneurismas e exsudatos algodonosos. A & W 114 42.8.8.2 RETINOPATIA DIABÉTICA PROLIFERATIVA A retinopatia diabética proliferativa é a fase mais avançada da doença, sendo caracterizada pelo aparecimento de novos vasos na superfície da retina e da papila. Estes vasos sanguíneos são frágeis e constituídos apenas por endotélio. Crescem ao longo da retina e em direção ao vítreo sem causar qualquer sintomatologia ou perda de visão, no entanto, como têm finas e frágeis paredes podem romper e libertar sangue na cavidade vítrea, provocando perda de visão severa e até mesmo cegueira. A retinopatia diabética proliferativa, se não for tratada antecipadamente, pode causar perda severa da visão. Retinopatia diabética proliferativa com neovascularização e micro aneurismas dispersos. Retinopatia diabética proliferativa com neovascularização do disco óptico. Retinopatia diabética não proliferativa com edema macular clinicamente significativo. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 310, 311, 312 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/retinopatia-diabetica/ 42.8.9 DMRI – DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA A IDADE A degeneração macular é uma doença da retina que afeta a mácula em que o envelhecimento é a sua principal causa. Contudo, nem sempre o envelhecimento é a causa para a degeneração da mácula. A degeneração macular em jovens e crianças, ou seja numa idade mais precoce também é possível apesar de ser bastante menos frequente que nas pessoas mais idosas. Na degeneração macular, a mácula encontra-se danificada, o centro do campo visual é afetado e as imagens são desfocadas, distorcidas ou escuras. O termo maculopatia é utilizado para nos referirmos a patologias da mácula. 42.8.9.1 DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA A IDADE - SECA DMRI seca ou atrófica é a forma mais comum e mais leve da doença, acometendo cerca de 90% dos casos. Neste caso, as drusas estão localizadas na região macular (área central da retina) e evoluem lentamente para atrofia levando à perda da visão. Não existe hoje nenhum tratamento específico para DMRI seca, sendo necessária reabilitação com auxílios ópticos para visão subnormal. Durante a oftalmoscopia poderá ser percebida a presença de drusas maculares, que são depósitos de algumas substâncias, de cor amarela e que surgem debaixo da retina. A maioria das pessoas desenvolve https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/maculopatia/ A &W 115 drusas maculares muito pequenas, como resultado do envelhecimento. A presença de drusas maculares de médio e grande dimensão pode indiciar a presença da doença oculares. DMRI seca com drusas finas. 42.8.9.2 DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA A IDADE - ÚMIDA DMRI úmida ou exsudativa é a forma mais grave da doença. Neste caso existe uma neovascularização, ou seja, a formação de novos vasos sanguíneos ruins, sob a retina, chamados de membrana neovascular sub retiniana e que leva a uma perda rápida e irreversível da visão. Para este quadro, existem tratamentos com laser e injeção intra-vítreo que impedem a formação dos novos vasos sanguíneos. DMRI exsudativa. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 322, 323, 324 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/degeneracao-macular/ 42.8.10 CATARATA A catarata ocular caracteriza-se pela perda progressiva da transparência do cristalino (lente natural do olho). Os sintomas iniciais como a visão turva, diminuição da visão noturna e fotofobia (sensibilidade à luz) podem ser muito ténues numa primeira fase, agravando-se a sintomatologia com o decorrer do tempo, ou seja, o cristalino torna-se opaco (turvo) com a idade, instalando-se de uma forma lenta e progressiva, afetando, desta forma, a visão. Esta causa (o envelhecimento) é a mais comum no surgimento da catarata no olho, contudo podem existir outras para além do envelhecimento. No olho com catarata, a visão estará dependente do grau de opacificação do cristalino. Quanto maior for a opacificação do cristalino, maiores serão as perturbações na visão. Em situações extremas os doentes podem perder a visão (cegueira). Sintomas: Borramento ou perda da visão lentamente progressivos, em geral ao longo de meses a anos, afetando um ou ambos os olhos. Ofuscamento, particularmente por faróis de automóvel ao se dirigir à noite, e percepção diminuída para cores podem ocorrer, mas não no mesmo grau que nas neuropatias ópticas. As características da catarata determinam os sintomas particulares. Sinais Críticos: Opacificação do cristalino, visão borrada da retina com turvação do reflexo vermelho à retinoscopia. Alteração miópica, ou “segunda visão”, assim chamada. A catarata isoladamente não causa defeito pupilar aferente relativo (DPAR). Catarata. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 394, 395, 396 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/cataratas/ A & W 116 42.8.11 TOXOPLASMOSE A toxoplasmose ocular é uma doença dos olhos provocada por um protozoário designado por “toxoplasma gondii”. A toxoplasmose também é conhecida como a “doença do gato” por ser, habitualmente, transmitida pelas fezes deste animal, sendo ele o hospedeiro definitivo. Os roedores, os pássaros, os animais domésticos e o homem são hospedeiros intermediários. A toxoplasmose é uma doença infeciosa crônica que pode provocar danos em diversas partes do nosso organismo e não apenas nos olhos. A toxoplasmose ocular provoca uma ou várias lesões (cicatrizes) na retina como retinite necrosante focal, associada a vitrite e, por vezes, com uveíte. Quanto maiores forem as lesões provocadas pela toxoplasmose, mais comprometida estará a visão podendo até, em alguns casos, o doente vir a cegar. As lesões vão ficando cicatrizadas sob a forma de múltiplas áreas de branco acinzentadas ao nível do epitélio pigmentado da retina e quanto maiores forem, maior será a sua interferência na visão, podendo mesmo conduzir à cegueira, se a lesão for na mácula. Esta patologia pode provocar lesões num olho (unilateral) ou nos dois olhos (bilateral). Sintomas: Visão borrada e moscas volantes. Pode ter vermelhidão e fotofobia. A dor está normalmente ausente, exceto na presença de iridociclite. Sinais Críticos: Lesão retiniana nova unilateral branco-amarelada, geralmente associada a cicatriz coriorretiniana pigmentada antiga. Há reação inflamatória vítrea focal moderada a severa diretamente sobre a lesão. A cicatriz pode estar ausente em casos de toxoplasmose adquirida recentemente. Toxoplasmose. FONTE: Gerstenblith, Adam T., Rabinowitz, Michael P. Manual de Doenças Oculares do Wills Eye Hospital, 6ª edição, Editora Artmed. Pag 369, 370, 371 FONTE: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/toxoplasmose-ocular/ 43. LUZES DE WORTH É um teste clínico usado principalmente para avaliar o grau de visão binocular de um paciente. Visão binocular envolve uma imagem sendo projetada por cada olho simultaneamente em uma área no espaço e sendo fundida em uma única imagem. O teste é usado na detecção da supressão do olho direito ou esquerdo, ou em casos de diplopia homônima ou cruzada. A supressão ocorre durante a visão binocular quando o cérebro não processa a informação recebida de um dos olhos. Esta é uma adaptação comum ao estrabismo, ambliopia e aniseiconia. É composto de quatro círculos iluminados (dois verdes, um vermelho e um branco) em um fundo negro. O teste é subjetivo e realizado Binocularmente: Longe: 6,10 mts (Tabela de Optotipo) Perto: 33 a 50 cm. (Lanterna Worth) https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/uveite/ A & W 117 43.1 TESTE SUBJETIVO BINOCULAR PARA LONGE 1. Tabela na distância de 6,10 mts. 2. Paciente com óculos Bicromático (lente vermelha (RL) no OD e lente verde (GL) no OE) 3. Inicie o teste perguntando quantas luzes o paciente enxerga. 4. Depois pergunte quais as cores e as posições de cada uma delas. POSSÍVEIS RESULTADOS PARA LONGE Resposta: Relata ver 4 luzes e acerta a posição de cada cor. Resultado: Visão Binocular Normal, sem Diplopia e Supressão. 43.2 TESTE SUBJETIVO BINOCULAR PARA PERTO 1. Tabela na distância de 33 cm a 50 cm. 2. Paciente com óculos Bicromático (lente vermelha (RL) no OD e lente verde (GL) no OE) 3. Aproxime a lanterna de Worth na distância indicada. 3. Inicie o teste perguntando quantas luzes o paciente enxerga. 4. Depois pergunte quais as cores e as posições de cada uma delas. POSSÍVEIS RESULTADOS PARA PERTO Resposta: Relata ver 4 luzes e acerta a posição de cada cor. Resultado: Visão Binocular Normal, sem Diplopia e Supressão. DEMAIS RESULTADOS... Resposta: Relata ver 2 luzes vermelhas. Resultado: Visão Binocular Alterada. Supressão O.E A & W 118 Resposta: Relata ver 3 luzes verdes. Resultado: Visão Binocular Alterada; Supressão O.D Resposta: Relata ver 5 luzes 3 verdes e 2 vermelhas. Resultado: Diplopia Homônima. Resposta: Relata ver 5 luzes 3 verdes e 2 vermelhas. Resultado: Diplopia Cruzada. Resposta: Relata ver 1 luz vermelha, 2 verdes, a branca ele relata ver mesclado em com predominância do verde. Resultado: Síndrome de Mono fixação com OE dominante.49 19.3 Acuidade Visual em Crianças ............................................................................................................... 49 TESTES VISUAIS 20. Avaliação dos Reflexos Pupilares ............................................................................................................ 51 20.1 Fotomotor ........................................................................................................................................... 52 20.2 Consensual ........................................................................................................................................... 53 20.3 Acomodativo ....................................................................................................................................... 53 21. Ângulo de Kappa ...................................................................................................................................... 54 22. Teste de Hirschberg .................................................................................................................................. 55 23. PPC – Ponto Próximo de Convergência ................................................................................................... 56 24. PPA – Ponto Próximo de Acomodação .................................................................................................... 58 25. Ducções ..................................................................................................................................................... 59 26. Versões ..................................................................................................................................................... 60 27. Cover Test ................................................................................................................................................. 61 TÉCNICAS REFRATIVAS 28. Refração .................................................................................................................................................... 64 29. Principais Instrumentos de Trabalho ....................................................................................................... 64 30. Retinoscopia ............................................................................................................................................. 66 30.1 O Reflexo Luminoso Pupilar e as Sombras .......................................................................................... 67 30.2 Faixa de Luz do Retino na Vertical ...................................................................................................... 67 30.3 Faixa de Luz do Retino na Horizontal .................................................................................................. 67 30.4 Faixa de Luz do Retino Oblíqua ........................................................................................................... 67 30.5 Posição das Faixas ............................................................................................................................... 68 30.6 Ametropias Esféricas ........................................................................................................................... 68 30.7 Ametropias Cilíndricas ......................................................................................................................... 68 30.8 Neutralizando as Sombras ................................................................................................................... 68 30.9 Características das Sombras ................................................................................................................ 69 31. Retinoscopia Estática ............................................................................................................................... 70 31.1 Distância de Trabalho e Lente de Trabalho ......................................................................................... 70 31.2 Método de Neutralização por Esferas ................................................................................................. 70 31.3 Técnica ................................................................................................................................................. 70 31.4 Resultados ........................................................................................................................................... 73 31.5 Retinoscopia sem a Lente de Trabalho ............................................................................................... 74 31.6 AV Pós Retinoscopia ............................................................................................................................ 74 A & W 6 32. Retinoscopia Dinâmica ............................................................................................................................. 75 32.1 Técnica .................................................................................................................................................. 75 32.2 Resultados ........................................................................................................................................... 76 32.3 AV Pós Retinoscopia ............................................................................................................................ 78 32.5 Observações Finais .............................................................................................................................. 78 AFINAMENTOS REFRATIVOS SUBJETIVOS 33. Testes Subjetivos ...................................................................................................................................... 79 33.1 Técnica 1: Monocular de Emborramento (Miopização) ..................................................................... 79 33.2 Técnica 2: Dial Astigmático .................................................................................................................. 82 34. Teste Bicromático ..................................................................................................................................... 85 34.1 Teste .................................................................................................................................................... 86 34.2 Hiper e Hipo Correção - Míope ........................................................................................................... 87 34.3 Hiper e Hipo Correção - Hipermétrope ............................................................................................... 87 35. Cilindro Cruzado de Jackson (CCJ) – Dioptria Cilíndrica .......................................................................... 88 35.1 Manuseio ............................................................................................................................................. 88 35.2 A Escolha do CCJ .................................................................................................................................. 89 35.3 Afinando o Eixo da Dioptria Cilíndrica .................................................................................................. 89 35.4 Afinando a Potência da Dioptria Cilíndrica .......................................................................................... 91 35.5 Detectando o Astigmatismo ................................................................................................................. 92 36. Cilindro Cruzado de Jackson (CCJ) – Dioptria Esférica ............................................................................ 93 36.1 Afinando o Esférico ............................................................................................................................. 93 37. Refração com Fenda Estenopeica ............................................................................................................94 38. Prova Ambulatorial .................................................................................................................................. 95 39. Visão de Perto - Adição ............................................................................................................................ 96 39.1 Adição .................................................................................................................................................. 96 39.2 Técnica ................................................................................................................................................. 96 39.3 Modelos de Prescrições ....................................................................................................................... 96 40. Cilindro Cruzado de Jackson (CCJ) – Visão para Perto ........................................................................... 97 40.1 Técnica ................................................................................................................................................. 97 41. RX Final ..................................................................................................................................................... 98 OFTALMOSCOPIA 42. Oftalmoscopia .......................................................................................................................................... 99 42.1 Oftalmoscopia ou Fundoscopia ........................................................................................................... 99 42.1.1 Oftalmoscopia Direta ............................................................................................................. 100 A & W 7 42.1.1 Oftalmoscopia Indireta .......................................................................................................... 100 42.2 Exemplos de Diagnosticos que Podemos Encontrar na Oftalmoscopia ........................................... 100 42.3 Fisiologia da Oftalmoscopia .............................................................................................................. 100 42.3.1 Dilatar ou Não ........................................................................................................................ 101 42.4 Ferramentas da Oftalmoscopia Direta .............................................................................................. 101 42.4.1 Lentes do Oftalmoscopio Direto ............................................................................................ 101 42.4.1 Miras ....................................................................................................................................... 102 42.5 Teste de Bruckner .............................................................................................................................. 102 42.6 Técnica da Oftalmoscopia ................................................................................................................. 103 42.7 Anotações .......................................................................................................................................... 104 42.8 Principais Patologias do Fundo de Olho ............................................................................................ 108 42.8.1 Glaucoma Primário de Ângulo Aberto ................................................................................... 108 42.8.2 Glaucoma Primário de Ângulo Fechado.................................................................................. 109 42.8.3 Papiledema ............................................................................................................................. 109 42.8.4 Deslocamento de Vítreo Posterior ......................................................................................... 109 42.8.5 Deslocamento de Retina ........................................................................................................ 110 42.8.6 Exsudatos Duros e Moles ....................................................................................................... 110 42.8.7 Retinopatia Hipertensiva ........................................................................................................ 111 42.8.8 Retinopatia Diabética .............................................................................................................. 113 42.8.9 DMRI - Degeneração Macular Relacionada a Idade .............................................................. 114 42.8.10 Catarata ................................................................................................................................. 115 42.8.11 Toxoplasmose ....................................................................................................................... 116 43. Luzes de Worth ....................................................................................................................................... 116 A & W 8 Página em Branco A & W 9 Optometria: Medida da Visão OPTOMETRIA é a ciência que estuda o sistema visual, habilitando profissionais independentes na área da saúde, não médicos, que atuam na prevenção de problemas oculares e sistêmicos; sendo ainda um especialista na determinação de defeitos refrativos e disfunções visuais, especificando as ações e medidas corretoras adequadas sem a utilização de drogas ou intervenções cirúrgicas. (Fonte: WCO - World Council Optometry). 1. TERMINOLOGIAS E ABREVIATURAS MAIS UTILIZADAS EM OPTOMETRIA 1.1 ABREVIATURAS A. A. - Amplitude de Acomodação A° - Astigmatismo Acc – Acomodação Ad - Adição A. O. - Ambos os olhos A. V. - Acuidade Visual Cil ou Cyl – Cilíndrico C.V. - Campo Visual Conv. – Convergência ^ - Prisma D ou Dpt – Dioptria D^ ou Dpt^ - Dioptria Prismática DP – Distância Pupilar DNP – Distância Naso Pupilar Dx – Diagnóstico Div. – Divergência - Combinado Esf. ou E – Esférico F.O. – Fundo de Olho K – Keratometria - Ceratometria A & W 10 L.C. – Lente de Contato N.D.N. – Nada digno de nota O. D. – Olho Direito O. E. – Olho Esquerdo O.D.E. – Olho Direito e Esquerdo Ph. - Furo Estenopeico (Pinhole) P.P.C. – Ponto Próximo de Convergência P.P.A. – Ponto Próximo de Acomodação Px – Paciente R. E. – Retinoscopia Estática R. D. – Retinoscopia Dinâmica Rx – Receita, Fórmula, Prescrição C/C. – Com Correção S/C. – Sem Correção V.B. – Visão Binocular V.L. – Visão de Longe (∞ óptico 6,10mt) V.P. – Visão de Perto (33 a 40 cm) Tx. – Tratamento 1.2 TERMOS Acomodação – É a capacidade refrativa que o olho tem em produzir um poder aditivo para ver nítido os objetos localizados a diferentes distâncias. Acuidade Visual – É a capacidade de discriminação dos detalhes de um objeto. Adição – É o valor dióptrico utilizado para présbita. Afácia – Ausência do cristalino. Pseudo Afácia – Cristalino substituído por lente intra-ocular. Amaurose – Termo técnico para cegueira. Ametropia – Defeito de refração. Amplitude de Acomodação – É a capacidade máxima de acomodação do olho. Aniridia – Ausência congênita ou traumática da íris. Aniseiconia: Diferença de forma e tamanho de imagens retinianas. A & W 11 Anisocoria – Pupilas de diferentes tamanhos. Assintomático – Quando o paciente não apresenta sintomas. Astenopia– Cansaço/fadiga visual (conjunto de sinais e sintomas). Blefarite – Inflamação das bordas livres das pálpebras. Calázio – inflamação de uma das glândulas que produzem material sebáceo. Hordéolo – pequeno abscesso que ocorre na borda das pálpebras, cílios. Câmara Anterior (CA) – Espaço entre a córnea e a íris, preenchido pelo humor aquoso. Câmara Posterior (CP) – Espaço entre a parte posterior da íris e anteriordo cristalino, preenchido pelo humor aquoso. Segmento Anterior – Esclera, córnea, íris, corpo ciliar, humor aquoso e cristalino. Segmento Posterior – Câmara vítrea, humor vítreo, retina, coróide. Campo Visual (CV) – É o espaço que se pode perceber tendo o olhar fixo em um só ponto. Catarata – Opacificação do cristalino, normalmente associado ao processo senil, pode ocorrer congenitamente. Cefaléia – Dor de cabeça. Deve-se determinar a localização, a frequência, o período, a intensidade, se está associada à outra patologia (frontal, temporal, parietal, occipital). Conjuntivite – Inflamação da conjuntiva. Convergência (conv) – Capacidade de dirigir os eixos visuais em direção a um ponto próximo para manter a visão simples (normal) Coloboma – Ausência de parte de um tecido. Diagnóstico – Resumo simples e objetivo da história clínica. Diplopia – Visão dupla de um objeto. Na diplopia ou visão dupla o paciente vê duas imagens em vez de uma, ou seja, é um sintoma em que um único objeto é “entendido” pelo cérebro como se tratasse de dois objetos. Distância Pupilar – Distância do centro de uma pupila até a o centro da outra. Distância Nasopupilar – Distância do centro de uma pupila até a parte nasal. Divergência (div) – Capacidade de dirigir os eixos visuais em direção a um ponto mais afastado. Efeito estenopeico – Paciente entrecerra os olhos fazendo uma fenda para obter melhor visão. Enucleação – Remoção do globo ocular. Epífora – Lacrimejamento involuntário e contínuo, devido a obstrução das vias lacrimais, pode estar associada a patologias, esforço visual, defeitos refrativos. Estereopsia – visão pela percepção de profundidade. Escotoma – São áreas sem visão dentro do campo de visão que podem ser resultado de um dano na retina. A & W 12 Enoftalmia – Uma retração anormal do olho em relação à órbita. A enoftalmia é o afundamento do globo ocular para dentro da órbita, que pode ser congênito ou adquirido. Exoftalmia – Olhos saltados. Condição médica em que o paciente apresenta uma protrusão de um ou dos dois olhos para fora da órbita. A exoftalmia exibe uma proporção maior do que o normal da parte branca dos olhos, fazendo os olhos parecerem "arregalados" Fotofobia – Sensibilidade anormal e desconforto a luz. Filme Lacrimal – Porção de lágrima que recobre a córnea e a conjuntiva. Fundo de Olho – porção posterior do olho visualizada através da oftalmoscopia Fusão – junção das imagens recebidas pelos dois olhos em uma imagem Hemianopsia – perda de meio campo de visão de um ou ambos os olhos Hiperemia – Olhos vermelhos. Acúmulo excessivo de sangue em um determinado tecido, está associado a patologias do segmento anterior, defeitos refrativos, mobilidades oculares, alergias. Hifema – Presença de sangue na câmara anterior. Hipópio – Presença de pus na câmara anterior. Infinito Óptico (∞) – é a distância em que os raios de luz chegam paralelos ao sistema óptico. Em optometria é considerado como 6,10 metros Lâmpada de Fenda ou Biomicroscópio – instrumento utilizado para avaliação dos olhos e seus anexos. Midríase – Aumento do diâmetro da pupila. Miose – Diminuição do diâmetro da pupila. Miodesopsia (moscas volantes) – são pequenos pontos escuros que parecem mover-se na frente de um ou de ambos os olhos. Nistagmo – Movimento rápido e involuntário do globo ocular. Ortóptica – Estudo da visão binocular, anomalias e tratamentos. Ponto Próximo de Acomodação (PPA) – é o ponto mais próximo onde um objeto pode ser visto nítido, usando ao máximo a acomodação Ponto Próximo de Convergência (PPC) – é o ponto mais próximo onde um objeto pode ser visto simples usando ao máximo a convergência Prurido – Termo técnico para coceira. Pterígio – espessamento vascularizado da conjuntiva em formato triangular que se estende do ângulo interno (nasal) em direção à córnea. Pinguécula – degenerescência da conjuntiva que se manifesta como um depósito de cor amarela esbranquiçada na junção entre a córnea e a esclera. Ptose – Alteração da pálpebra superior, pode ser monocular ou binocular. O tratamento é cirúrgico quando as pálpebras afetam a visão. A & W 13 Ponto Cego – Área do campo visual que corresponde ao nervo óptico. Com o olho direito fechado, olhe para o círculo (distância de +/- 40 cm). Com o olho esquerdo fechado, olhe para a letra X (distância de +/- 40 cm). Receita (RX) – é a fórmula, a prescrição óptica que será dada ao paciente Sinais – Manifestações que o examinador observa. Pode ser sinais oculares ou gerais. Sintomas – Manifestações que o paciente relata. Distiquíase – Na distiquíase temos uma segunda fileira de cílios, parcial ou completa, que emergem na margem das pálpebras. Triquíase – Cílios crescem com desvio para dentro do globo ocular. Visão Binocular (VB) – capacidade dos olhos em focalizar um objeto e fundir as duas imagens em uma só Visão Monocular (VM) – visão de um olho só A & W 14 2. OLHO EMÉTROPE Olho que não precisa de correção. Classificamos um indivíduo como emétrope quando os raios de luz paralelos vindos do infinito óptico (∞ = 6,10 mts) incidem no olho, atravessando os meios refringentes, sendo o ponto focal formado exatamente sobre a retina, mais precisamente na fóvea, isso faz com que a imagem de um objeto distante se forme de maneira muito nítida na retina. O paciente emétrope possui as estruturas do globo ocular em equilíbrio em relação ao seu EAP (eixo anteroposterior), isso significa que a potência óptica (poder refrativo) do olho é compatível com seu tamanho. 2.1 DISTÂNCIA FOCAL Distância focal e a distância linear entre o centro de uma lente (ponto de origem) e o seu foco principal, ou seja, a distância que o olho humano foca o que quer enxergar. Esse ajuste de foco se dá por meio da acomodação do cristalino que permite ajustar a visão para objetos próximos ou distantes, proporcionando assim uma visão nítida, o que é chamado de “poder de acomodação”. 2.1.1 DISTÂNCIA FOCAL (DF) Exemplo: DF para 3,00D (Dioptrias) DF = (1/3,00) = 0,33 mts x 100 = 33 cm. Ou seja, a uma distância de 33 cm o paciente precisa acomodar 3,00D para poder enxergar com nitidez. Dioptria (D) Exemplo: D para 1 mt. D = (1/1) = 1,00D. Ou seja, a uma distância de 1 metro o paciente acomoda 1,00D para poder enxergar com nitidez. Quanto maior a distância, melhor a acomodação do olho, menor dioptria. DF = 0,50 cm → D = 2,00D DF = 2,00 mt → D = 0,50D A & W 15 2.2 ACOMODAÇÃO A acomodação do cristalino está associada ao poder de relaxamento ou contração dos músculos ciliares do globo ocular, de acordo com a distância. Processo esse que garante que a imagem seja fixada na retina permitindo uma visualização nítida do objeto/imagem. Quando o músculo ciliar relaxa, a lente do globo ocular fica com menor curvatura e mais esticada, o que permite a focalização de objetos distantes. Quando o músculo ciliar contrai, a lente do globo ocular aumenta sua curvatura, garantindo a visualização de objetos próximos. Podemos considerar que a acomodação é um mecanismo fisiológico que o olho possui, através do cristalino, de focalizar com nitidez os objetos localizados em diferentes distâncias, sendo necessária a variação do poder dióptrico. Essa distância está compreendida entre o ponto próximo (em média 25 cm) e o ponto remoto (infinito visual). Segundo Hermann Von Helmholtz (1821-1894), formado em física, tornou-se professor de fisiologia e física, dedicando toda sua vida ao estudo da fisiologia óptica. O ato de acomodação resulta de uma contração do músculo ciliar que reduz o diâmetro do corpo ciliar e relaxa a tensão zonular. Isto permite que cristalinos jovens retomem suas formas originais de curvaturas acentuadas e poder óptico elevado para focalizar objetos próximos sobre a retina. Quando a acomodação cessa, o músculo ciliar relaxa e retorna a sua configuraçãodesacomodada, a tensão zonular é novamente aumentada e o cristalino é tracionado no equador aumentando assim sua distância focal. Fonte: Duke-Elder S. Adjustments to the optical system: accommodation. In: Duke-Elder S, eds. System of Ophthalmology: Ophthalmic Optics and Refraction, St. Louis: C.V. Mosby, 1970; Vol. V, Chap. IV. 2.2.1 PROCESSO DE ACOMODAÇÃO − O músculo ciliar se contrai; − As zônulas se relaxam; − O esfíncter da íris se contrai; − O cristalino aumenta sua curvatura e seu poder dióptrico. A & W 16 2.2.2 TRÍADE DE ACOMODAÇÃO Ao ato da acomodação são verificadas três respostas fisiológicas: a) A pupila se contrai; b) Os olhos convergem; c) Ocorre a resposta acomodativa. Em conjunto as três respostas são denominadas de "tríade da acomodação” ou "reflexo de perto”. Muitos são os sintomas e sinais observados quando a acomodação de uma pessoa não está adequada. Tanto quando é excessiva ou simplesmente porque não consegue manter o foco em condições favoráveis por muito tempo. 2.2.3 SINCINESIA (MOVIMENTO) DE ACOMODAÇÃO a) Convergência: é a fusão das imagens em uma só. Se dá ao mesmo tempo que a acomodação. Toda vez que olhamos para perto, o olho acomoda. b) Acomodação: é ver nitidamente a qualquer distância. A acomodação proximal é provocada pela sensação de proximidade de um objeto. c) Miose: contração da pupila que elimina as aberrações esféricas para haver mais profundidade de foco. Sempre que o olho vê um objeto perto ocorre uma diminuição do diâmetro pupilar, essa contração é mais lenta que a produzida por luz. d) Retinal: estimulada pela percepção de uma imagem borrada na retina. Quando o processo de acomodação do cristalino é prejudicado, há alterações que implicam em alterações na visão, causando como, por exemplo, a presbiopia ou espasmo de acomodação. 2.2.4 COMPONENTES DE ACOMODAÇÃO Depois de vários anos de estudo, Heath (1956), dividiu a acomodação nos seguintes componentes: 2.2.4.1 - ACOMODAÇÃO REFLEXA A acomodação reflexa é a resposta automática do poder refrativo do olho em colocar uma imagem desfocada numa imagem nítida e focada na retina, ou seja, é a capacidade de resposta do mecanismo da acomodação de mudar a incidência da luz em vergência. Ocorre para um desfocamento até 2,00 D, sendo superior a isso é requerido um esforço de acomodação voluntária, é o primeiro componente mais importante para a acomodação. A & W 17 2.2.4.2 - ACOMODAÇÃO POR CONVERGÊNCIA A acomodação por convergência é a quantidade de acomodação que é estimulada ou relaxada pelo efeito da convergência. É induzida pela ligação neurológica entre a acomodação e a ação da inervação da convergência para manter a imagem nítida e perfeita quando os objetos se aproximam, é considerado o segunda maior componente da acomodação. 2.2.4.3 - ACOMODAÇÃO PROXIMAL A acomodação proximal é a quantidade de acomodação induzida pela sensação de proximidade. É ativada para objetos localizados até 3 metros, o que influência o sistema oculomotor. Em condições normais de binocularidade a contribuição proximal é relativamente baixa, cerca de 4%, em condições de ambiente fechado. 2.2.4.4 - ACOMODAÇÃO TÔNICA É a inervação que dá vitalidade ao músculo ciliar na ausência de qualquer estímulo, desfocado ou disparidade. Em sujeitos jovens, numa sala escura a três metros das paredes sem qualquer estímulo, o seu valor médio da acomodação tónica é aproximadamente de 1,00 D, num grupo de adultos entre os 21 anos a 50 anos de idade com a melhor correção e binocularidade normal, verificaram que a acomodação tónica varia significativamente no intervalo de 0,70 D a 2,50 D e vai diminuindo numa taxa de 0,04 D/ano ou seja, ao longo da idade. 2.2.4.5 - EXAME CLÍNICO DA ACOMODAÇÃO A visão binocular, para o seu bom funcionamento, tem dois sistemas interligados entre si que são o acomodativo e a vergência. Desse modo, os exames para medir os parâmetros acomodativos devem ser efetuados monocularmente para que não haja interferência da vergência. 2.2.4.6 - EXAMES CLÍNICOS DA ACOMODAÇÃO ➢ Amplitude de acomodação ➢ Atraso acomodativo ➢ Flexibilidade acomodativa 2.3 PONTO REMOTO É o ponto mais afastado para se ver uma imagem nítida e focada. Nesta situação os músculos ciliares encontram-se totalmente relaxados (acomodação em repouso). Em uma pessoa emétrope esse ponto encontra-se no infinito óptico. Emétrope: o ponto remoto está infinitamente afastado (D⇾∞) 2.4 PONTO PRÓXIMO É o ponto mais próximo que uma pessoa pode enxergar corretamente com nitidez. O que caracteriza esta situação é que os músculos ciliares encontram-se totalmente contraídos. Acomodação ativada. A & W 18 2.5 PONTO PRÓXIMO DE ACOMODAÇÃO É a posição em que um objeto pode se aproximar do olho, mantendo ainda a imagem nítida, momento esse em que está ocorrendo a máxima acomodação. 2.6 AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO É a variação máxima possível da acomodação. Corresponde à diferença entre a Acomodação máxima e ausência da mesma. Apresenta redução fisiológica com o tempo. A acomodação pode ser estimulada por vários métodos: ✓ Com lentes esféricas negativas ✓ Por aproximação de um estímulo ✓ Com prismas base externa 3. OLHO AMÉTROPE O olho amétrope apresenta alguma deficiência de refração caracterizada pela não formação da imagem sobre a retina, tendo os raios vindos do infinito, atravessando os meios transparentes e formando seu foco antes ou depois da retina. 3.1 AMETROPIA ESFÉRICA Quando a potência de refração do olho for igual em todos os meridianos, tendo seu ponto focal para longe formado antes ou após a retina. 3.2 AMETROPIA CILÍNDRICA Quando a potência de refração do olho for diferente nos dois meridianos principais. Os pontos focais podem ser formados tanto antes quanto depois da retina, um antes e outro após ou até mesmo um deles se formando sobre a retina. 4. MIOPIA Palavra que tem origem no grego myo(fechar) + óps(olho) A miopia é considerada uma ametropia esférica. Na miopia, os raios luminosos provenientes do infinito óptico ao penetrarem no olho são focalizados antes da retina, ou seja, o foco não é formado diretamente sobre a retina e sim antes dela, dificultando a visão do paciente.Devemos considerar que a miopia é uma ametropia que causa dificuldades para se enxergar ao longe, enquanto sua visão de perto é boa, mas dependendo do alto valor dióptrico o paciente apresentará dificuldades para enxergar de perto também. O olho de uma pessoa míope tem o comprimento maior que o normal ou o poder refrativo do cristalino encontra-se aumentado. Possui efeito similar ao de uma lente positiva (possui excesso de convergência – “olho maior”), por isso dizemos que a miopia é um defeito positivo que se corrige com lentes denominadas negativas ou divergentes. A & W 19 4.1 PONTO REMOTO DO MÍOPE: O ponto remoto do míope (PRM) que deveria estar no infinito, estará a uma distância menor de acordo com o grau de miopia, estando entre o infinito e o olho do paciente. Míope - o ponto remoto do míope (PRM) está a uma distância Dm finita (menor) do olho. Exemplo = PR em 20 cm. D = . 1 . = . 1 .= -5,00 D PR 0,20 mt 4.2 CLASSIFICAÇÃO DA MIOPIA MIOPIA REFRATIVA: causada pelo índice de refração dos meios transparentes e pela curvatura da córnea ou do cristalino. MIOPIA AXIAL: causada pelo alongamento do globo ocular, com diâmetro anteroposterior maior que o normal. MIOPIA PATOLÓGICA: miopia degenerativa que provoca alterações na retina e está associada com um alongamento anormal do olho, resultando em transformações no fundo de olho. MIOPIA CONGÊNITA: alto grau de miopia ao nascimento, pode estar associada a outra patologia como Toxoplasmose, Sífilis, Síndrome de Down. PSEUDOMIOPIA: situação patológica que simula a miopiae que se desenvolve pelo excesso de acomodação, provocada muitas vezes pela grande demanda da visão de perto. NOTURNA: Devido à falta de iluminação, o olho apresenta dificuldades em ver os detalhes e a pupila dilata para captar mais luz. Dilatação = midríase. A & W 20 4.3 CLASSIFICAÇÃO DA MIOPIA DE ACORDO COM A DIOPTRIA MUITO BAIXA: de - 0,25 D a - 1,00D BAIXA: de - 1,25 D a - 3,00D MÉDIA: de - 3,25 D a - 6,00D ALTA: de - 6,25 D a - 10,00D MUITO ALTA: > - 10,25D 4.4 SINAIS E SINTOMAS ✓ Baixa acuidade visual para longe, mas geralmente boa visão de perto ✓ Efeito estenopeico (Fenda com as pálpebras) ✓ Tensão ocular ✓ Olhos grandes 4.5 TIPOS DE CORREÇÃO DE MIOPIA ✓ Óculos: Lentes Esféricas (-), divergentes, côncavas. ✓ Lentes de Contato: Gelatinosas ou Rígidas ✓ Cirurgias refrativas: PRK ou Lasik 4.6 MODELO DE PRESCRIÇÃO PARA VISÃO DE LONGE ➢ MIOPIA 5. HIPERMETROPIA Palavra que tem origem no grego hyper(aumentada) + óps(olho) Ametropia esférica aonde os raios paralelos vindos do infinito óptico, que ao refratarem no olho, formam seu foco após a retina, estando à acomodação em repouso. Com isto, o indivíduo tem dificuldade de enxergar objetos que estão longe. Objetos quando são aproximados fazem com que o foco se distancie mais da retina, atrapalhando principalmente o hábito da leitura. Pacientes jovens de baixa hipermetropia costumam compensar a necessidade de correção através da acomodação do cristalino, sem que isso gere sintomas, ou seja, em alguns caso o paciente terá uma boa visão para longe devido a acomodação. A pessoa que tem Hipermetropia tem o comprimento do olho menor que o normal, com isso o EAP (eixo anteroposterior) do hipermetrope é muito pequeno em comparação ao poder refrativo do olho do paciente. Podemos definir como um defeito negativo que corrigimos com lentes denominadas positivas ou convergentes. A & W 21 5.1 PONTO PRÓXIMO DO HIPERMÉTROPE Para uma pessoa de visão normal este ponto está localizado a 25 cm do olho (do cristalino) que é denominada distância mínima de visão distinta, já para o hipermetrope este ponto próximo localiza-se a uma distância superior a 25 cm. Hipermetrope: o ponto próximo do hipermetrope (PPH) está a uma distância mínima maior do que 25 cm, que é a distância do ponto próximo do olho normal (PPN). Exemplo = PP em 40 cm. 1 . = . . 1 . . -.. 1 . .→. . 1 . . - . 1 . f PPn PPh 25 cm 40 cm → 1 . = 0,04 – 0,025 = 0,015 cm f → 1 . = .. 0,015 .. f 1 0,015f = .1 f = .1/0,015 f = 66, 7 cm D . = . 1 . → . 1 . = +1,50 D f 0,667 mt 5.2 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERMETROPIA HIPERMETROPIA REFRATIVA: aumento do índice de refração do núcleo do cristalino. Falta do cristalino (afácia). HIPERMETROPIA DE CURVATURA: Córnea ou cristalino de face muito plana. HIPERMETROPIA AXIAL: O comprimento do EAP (eixo anteroposterior) do olho é menor que o normal, neste caso não há poder positivo suficiente para focar os raios luminosos na retina. 5.3 ACOMODAÇÃO DO HIPERMÉTROPE A córnea e o cristalino operam juntos em refratar os raios de luz e focalizá-los no fundo do globo ocular. A acomodação resulta da mudança na forma do cristalino, através da alteração na sua curvatura e espessura central, modificando o poder dióptrico do olho. Em virtude dessa função, o cristalino pode corrigir determinados erros hipermetrópicos e quanto mais jovem a pessoa for, melhor será sua facilidade de acomodação. A & W 22 5.4 HIPERMETROPIA BASEADA NA ACOMODAÇÃO HIPERMETROPIA TOTAL: Obtida através da refração. HIPERMETROPIA LATENTE: Não aparente, oculta. Corrigida espontaneamente devido à sua grande amplitude de acomodação. Assintomática. HIPERMETROPIA MANIFESTA: Quando há a diminuição do poder de acomodação a hipermetropia pode deixar de ser automaticamente corrigida. Dividida em duas partes: facultativa ou absoluta. FACULTATIVA: O paciente tem 100% de acuidade visual com ou sem óculos. Pode ser compensada pela acomodação. Pode apresentar sintomatologia ou não dependendo da idade do paciente, da amplitude de acomodação e da demanda visual. ABSOLUTA: O paciente não tem 100% de acuidade visual sem os óculos. Não há compensação pela acomodação, sendo assim a visão de longe e de perto tornam-se borradas. 5.5 EXEMPLO DE CASO HIPERMETROPIA TOTAL: RX: +2,00DE (obtida através da refração) HIPERMETROPIA MANIFESTA: Pelo processo de miopização, paciente aceita uma correção de RX: +1,50DE. HIPERMETROPIA LATENTE: É a diferença entre a hipermetropia TOTAL e a MANIFESTA. Isto é: (+2,00) - (+1.50) = +0,50DE. 5.6 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERMETROPIA DE ACORDO COM A DIOPTRIA MUITO BAIXA: de + 0,25 D a +1,00 D BAIXA: de +1,25 D a +3,00D MÉDIA: de +3,25 D a +6,00D ALTA: de +6,25 D a +10,00D MUITO ALTA: > +10,25D 5.7 SINAIS E SINTOMAS ✓ Baixa acuidade visual para longe e perto. ✓ Lacrimejamento ✓ Cefaléia (dor de cabeça), predominante à noite e frontal. ✓ Astenopia acomodatícia (Cansaço ocular). ✓ Estrabismo convergente, pode estar associado a um endodesvio devido a acomodação excessiva. ✓ Hiperemia (Vermelhidão no final do dia) ✓ Olhos pequenos 5.8 TIPOS DE CORREÇÃO DE HIPERMETROPIA ✓ Óculos: Lentes Esféricas (+), lentes convergentes, convexas. ✓ Lentes de Contato: Gelatinosas ou Rígidas ✓ Cirurgias refrativas: PRK ou Lasik A & W 23 5.9 MODELO DE PRESCRIÇÃO PARA VISÃO DE LONGE ➢HIPERMETROPIA 6. ASTIGMATISMO Palavra que tem origem no grego em que “a”(falta de) + stigma (um ponto) É uma ametropia ocular onde o foco é formado em dois pontos diferentes no olho do indivíduo, pois os raios de luz que incidem nos olhos não são refratados igualmente em todos os meridianos, sendo assim não chegam ao mesmo ponto na retina. A diferença de curvatura nos meridianos principais da córnea ou cristalino irão resultar em diferentes profundidades de foco que irão distorcer a visão tanto de longe quanto de perto, ou seja, uma imperfeição na simetria do sistema óptico ocular causando assim o astigmatismo. Ametropia cilíndrica. 6.1 CAUSAS DO ASTIGMATISMO HERANÇA GENÉTICA: mal formação, geralmente o astigmatismo aparece ao nascimento e sofre poucas alterações durante o desenvolvimento. TRAUMAS: gerados por acidentes que deixam lesões que podem diminuir ou aumentar a curvatura em certos meridianos gerando astigmatismos. PÓS-CIRÚRGICO: como efeito colateral de certos tipos de cirurgias ou no manejo pós-operatório. CERATOCONE: problema de natureza patológica dentro das distrofias corneais assumindo um aspecto de cone que geralmente é bilateral. 6.2 CLASSIFICAÇÃO DO ASTIGMATISMO - I REGULAR: quando os dois principais meridianos do olho formam um angulo de 90° entre eles. Não patológico. IRREGULAR: quando os principais meridianos do olho não formam ângulos de 90° entre eles. Pode ser patológico ou não. Esse tipo de astigmatismo deve ser corrigido com outros meios ópticos, por exemplo lentes de contato específicas. Exemplo: Ceratocone. A & W 24 6.3 CLASSIFICAÇÃO DO ASTIGMATISMO - II ASTIGMATISMO CORNEAL Astigmatismo da Córnea. Córnea de formato irregular, é o tipo de astigmatismo mais comum, possui diferenças de até 6,00D que é o limite para sua classificação nos Astigmatismo regulares. Os valores dos meridianos principais da córnea são obtidos mediante medidas ceratométricas. ATC = D> - Dde córnea. ASTIGMATISMO TOTAL Será a soma do astigmatismo total de córnea com o astigmatismo residual. Será diagnosticado pelo especialista através do exame de refração (retinoscopia). DC RX = ATC + Res 6.4 ASTIGMATISMO INDUZIDO O astigmatismo induzido pode ser causado pela correção errada, óculos mal ajustados ou influência das lentes oftálmicas. 6.5 TRANSPOSIÇÃO A transposição é a MUDANÇA DE NÚMEROS E SINAIS, SEM ALTERAR O VALOR DIÓPTRICO DA LENTE. Toda lente cilíndrica, combinada ou tórica, possui duas formas de serem lidas ou prescritas, sendo uma com o cilíndrico positivo e outra com o cilíndrico negativo. REGRAS DA TRANSPOSIÇÃO: Esférico: Soma-se com o valor do cilíndrico. Cilíndrico: Manter o valor e inverter o sinal. Eixo°: 0° a 90° soma-se 90 Eixo°: 91° a 180° subtrai-se 90 A & W 25 6.6 O ASTIGMATISMO SEGUNDO SUA FOCALIZAÇÃO DIVIDE-SE EM: SIMPLES: quando não está associado a outro defeito de refração. COMPOSTO: quando os dois focos se formam antes ou depois da retina, podendo ser miópico ou hipermetrópico. MISTO: quando os dois focos se formam, um antes do plano retiniano e o outro atrás desse plano. 6.7 CLASSIFICAÇÃO CONFORME A FORMAÇÃO DA IMAGEM ASTIGMATISMO MIÓPICO SIMPLES: quando o foco de um meridiano é formado sobre a retina e o foco do outro meridiano é formado antes da retina. ASTIGMATISMO MIÓPICO COMPOSTOS: quando os dois meridianos formam dois focos diferentes antes da retina. ASTIGMATISMO HIPERMETRÓPICO SIMPLES: quando o foco de um meridiano é formado sobre a retina e o foco do outro meridiano é formado depois da retina. ASTIGMATISMO HIPERMETRÓPICO COMPOSTO: quando os dois meridianos formam dois focos diferentes depois da retina. ASTIGMATISMO MISTO: quando serão formados dois focos diferentes, sendo um antes da retina e o outro após. A diferença entre eles será o astigmatismo. A & W 26 6.8 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A POSIÇÃO DO EIXO ➢ CILÍNDRICO NEGATIVO A favor da regra: Quando a curva vertical da córnea é mais acentuada do que a horizontal. (WR). Contra a regra: Quando a curva horizontal da córnea é mais acentuada do que a vertical. (AR). Oblíquos: Astigmatismos que se encontram entre 30 e 60°, 120 e 150°. Quando uma superfície refratante tem o mesmo raio de curvatura em todos os meridianos se denomina superfície ESFÉRICA, e quando os raios de curvatura são diferentes se denominam TÓRICA. 6.9 SINTOMAS DO ASTIGMATISMO São geralmente subjetivos, podendo-se destacar: ✓ Astenopia (Cansaço ocular). ✓ Hiperemia. ✓ Prurido (Coceira) ✓ Dor ocular. ✓ Salto de letras ou linhas. ✓ Inversão de sequência numérica 321, 312. ✓ Visão embaçada. ✓ Visão dupla. 6.10 CORREÇÃO DO ASTIGMATISMO Óculos: os astigmatismos serão corrigidos com lentes cilíndricas que irão compensar tais diferenças de curvatura. Lentes de Contato: os astigmatismos irregulares serão corrigidos com lentes de contato rígidas. Correção por cirurgia refrativa. 6.11 MODELO DE PRESCRIÇÃO PARA VISÃO DE LONGE ➢ ASTIGMATISMO CILÍNDRICO NEGATIVO WR = A favor da regra AR = Contra a regra O = Oblíquo A & W 27 7. PRESBIOPIA Presbi (idoso) + opia (visão) Conhecida popularmente como “Síndrome do braço curto” ou “Vista Cansada”, a Presbiopia ocorre quando o cristalino não consegue focalizar objetos próximos, pela perda da capacidade acomodativa, uma condição em que a função fisiológica do cristalino foi perdida. É uma redução fisiológica da amplitude de acomodação devido à idade, normalmente se manifesta por volta dos 40 anos. Conforme se avança a idade, o músculo ciliar perde a sua elasticidade e o cristalino torna- se menos flexível, havendo assim a perda da capacidade acomodativa, prejudicando a visão de perto. 7.1 AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO Diferença entre o ponto mais próximo e o mais distante o qual se consegue focar um texto de maneira adequada, tendo como como base as posições do ponto remoto (ponto mais distante para visão nítida na retina) e o ponto próximo (ponto mais próximo em que se forma uma imagem nítida na retina). A diferença entre a capacidade de foco do olho, será a Amplitude de acomodação. ✓ Quando em repouso (cristalino), com refração mínima. ✓ Quando acomodado (cristalino), com refração máxima. Podemos medir a amplitude de acomodação através de algumas técnicas, dentre elas: ➢ Técnica de Sheard ➢ Técnica de Donders 7.1.1 TÉCNICA DE SHEARD Determinar a máxima capacidade acomodativa do olho, mediante o estímulo da acomodação com lentes negativas. ✓ Paciente usando sua correção para longe; ✓ Técnica monocular; ✓ Tabela de perto a 33 cm; ✓ Solicitar ao paciente que leia uma linha acima da melhor acuidade visual a 40 cm. ✓ Adicionar lentes negativas de -0,25D até o paciente reportar visão borrada. ✓ Não aproximar a tabela, mantê-la a 33 cm. Ao resultado final acrescenta-se -3,00, referente a distância de 33 cm que estava a tabela. 7.1.2 TÉCNICA DE DONDERS Determinar a máxima capacidade acomodativa do olho, mediante a aproximação da cartela de VP. ✓ Paciente usando sua correção para longe; ✓ Técnica monocular; ✓ Tabela de perto a 50 cm; ✓ Solicitar ao paciente que leia uma linha acima da melhor acuidade da tabela de perto; ✓ Aproximar a tabela até o paciente enxergar borrado; ✓ Após isso, medir a distância do olho até a tabela. ✓ Converter esse valor em dioptrias. A & W 28 A & W 29 7.2 PRESBIOPIA E A ACOMODAÇÃO A aparição da presbiopia pode variar de acordo com os fatores externos a que é condicionado o sistema acomodativo (cristalino e músculo ciliar) pela presença de ametropias e do tipo de trabalho visual que realiza o indivíduo, podendo ser antecipado ou retardado, ou seja, devemos levar em consideração tipo de ametropia, a idade do paciente, ocupação, distância que costuma trabalhar, se pratica leitura por horas extensas. 7.3 CLASSIFICAÇÃO DA PRESBIOPIA 1) INCIPIENTE: este é o primeiro estágio, o problema refrativo está na fase inicial, quando pode ser um pouco mais difícil de ler letras pequenas, mas com esforço consegue enxergar. 2) FUNCIONAL: é o momento em que a presbiopia passa a ser notada, o paciente relata queixas que são confirmadas através da AV. 3) ABSOLUTA: com a diminuição progressiva da acomodação, os olhos já não conseguem focar os objetos próximos, é o estado mais avançado da presbiopia. 4) PREMATURA: aparece antes dos 40 anos, deve-se a diversos fatores atribuídos. 5) NOTURNA: existe muita dificuldade na visão de perto em ambientes com pouca luminosidade. 7.4 SINAIS E SINTOMAS ✓ A principal queixa é de borramento visual para perto. ✓ Necessidade de afastar algo que se está lendo. ✓ Astenopia ✓ Visão imprecisa ✓ Cefaléia ✓ Esforço e ardência ocular. ✓ Dor ocular ✓ Lacrimejamento 7.5 ADIÇÃO A correção é realizada com lentes esféricas, as quais denominamos de adição. Pacientes com presbiopia irão necessitar de correção ocular que irá variar entre +0,75 D e +3,00 D para melhorar a sua visão de perto. A tabela abaixo serve como orientação para a avaliação e prescrição, ela pode variar, caso o paciente tenha alguma ametropia. A & W 30 7.6 CORREÇÃO DA PRESBIOPIA ÓCULOS – LENTES ESFÉRICAS As lentes simples para visão ao perto são adequadas para a correção da presbiopia em indivíduos emétropes. As lentes bifocais possuem duas lentes independentes para a visão de perto e de longe. As lentes trifocais são semelhantes às lentes bifocais, mas possuem três zonas de visão (para a visão de perto, longe e intermédia) apresentando assim uma zona para visão intermédia acima da zona de visão de perto. As lentes progressivas são lentes multifocais que possuem zonas de visão de perto e de longe permitindo uma boa visualização a todas as distâncias. As lentes ocupacionais são lentes adaptadas as necessidades especiais de visão, ligadasa determinadas profissões. LENTES DE CONTATO Lentes de contato simples (para a visão de longe) implicam na associação de óculos de leitura. Lentes de contato de monovisão: consiste na colocação de lentes de contato simples em cada olho (Longe e perto). Lentes de contato bifocais e multifocais: são as lentes de contato para pacientes que necessitam de uma boa visão a várias distâncias. TRATAMENTO CIRÚRGICO: Lasik e Técnica intraocular. 7.7 MODELO DE PRESCRIÇÃO PARA PERTO ➢SOMENTE PRESBITA - ADIÇÃO Paciente com 41 anos 7.8 MODELO DE PRESCRIÇÃO PARA LONGE + ADIÇÃO ➢AMÉTROPE E PRESBITA Paciente com 41 anos ÓCULOS PARA PERTO - 1ª CASO Adição: 1,25 Esférico positivo (+) = soma-se o valor do esférico + adição. OD → +2,00 + 1,25 = +3,25D Esférico negativo (-) = soma-se o valor do esférico + adição. OE → -2,00 + 1,25 = -0,75D O valor do cilíndrico permanece o mesmo. A & W 31 ÓCULOS PARA PERTO - 2ª CASO Adição: 1,25 (não visível na prescrição) Longe (esférico) = +2,00 D Perto (esférico) = +3,25 D OD → +3,25 – 2,00 = Adição de 1,25D Longe (esférico) = -2,00 Perto (esférico) = -0,75 OE → -0,75 – (- 2,00) = Adição de 1,25D 8. A VISÃO 8.1 BINOCULARIDADE OU VISÃO BINOCULAR Visão binocular ou Binocularidade consiste na coordenação e integração das informações que os olhos recebem separadamente (profundidade, largura, altura), sendo que a fusão no cérebro dessas duas imagens permite que se obtenha a formação de uma imagem única e tridimensional. PERCEPÇÃO: Cada olho capta uma imagem distinta em sua fóvea ou região da retina. FUSÃO: O cérebro unifica as imagens de cada olho sobrepondo-as e tornando uma só imagem. ESTEREOPSIA: O cérebro depois de unificar as imagens distintas, cria a sensação de volume e profundidade. 8.2 DIPLOPIA OU VISÃO DUPLA Visão dupla de um objeto. Na diplopia ou visão dupla o paciente vê duas imagens em vez de uma, ou seja, é um sintoma em que um único objeto é “entendido” pelo cérebro como se tratasse de dois objetos. A & W 32 9. ANISOMETROPIA “Palavra que tem origem no grego significando “diferentes medidas” Classificação clínica: A anisometropia poder ser classificada pelo erro refrativo, magnitude da diferença refrativa, etiologia e contribuição dos componentes oculares. Anisometropia é o termo empregado a condição em que o erro refrativo é diferente entre os olhos. Quanto maior a diferença existente, maior a possibilidade de causar transtornos na visão binocular. Nas anisometropias não corrigidas, além das diferenças de tamanho das imagens também ocorrem diferenças de nitidez na formação das mesmas, porém, quando as imagens são focadas na retina, com óculos ou lentes de contato, a diferença de nitidez desaparece. A diferença de tamanho ou forma das imagens projetadas na retina recebe o nome de aniseiconia. 9.1 CLASSIFICAÇÃO DA ANISOMETROPIA Pode ser classificada em: SEGUNDO O ERRO REFRATIVO: Hipermetropia simples: quando um olho é hipermetrope e o outro emétrope. Hipermetropia composta: quando ambos os olhos são hipermetropes. Miópica simples: quando um olho é míope e o outro emétrope. Miópica composta: quando ambos os olhos são míopes. Astigmática simples: quando um olho é astigmática e o outro não. Astigmática composta: quando ambos os olhos são astigmáticos. Antimetrópica: quando um olho é míope e o outro hipermetrope. SEGUNDO A MAGNITUDE DA DIFERENÇA REFRATIVA: 0 a 2,00D (baixa): boa tolerância para correção total com óculos. 2,01 a 6,00D (alta): problemas na integração binocular. + 6,00D (muito alta): assintomático pela presença de supressão central. SEGUNDO A ETIOLOGIA: Congênitas: Glaucoma congênito, catarata congênita, blefaroptose, edemas dos tecidos periorbitários, após trauma obstétrico. Adquiridas: Traumas oculares, ou seja, lesões que deformem o bulbo ocular (extração unilateral do cristalino, cirurgia refrativa, ceratoplastia penetrante). A & W 33 SEGUNDO OS COMPONENTES OCULARES: Axial: Resultado das diferenças de comprimento dos eixos dos bulbos oculares, ou seja, quando a anisometropia é resultado da diferença no comprimento do eixo anteroposterior do globo ocular. Refrativa: Consequências da diferença no índice de refração dos meios ópticos entre os olhos ou nas curvaturas das superfícies oculares. 9.2 SINTOMAS Os sintomas variam de acordo com o tipo de anisometropia. Todos os sintomas de uma anisometropia estão relacionados com as alterações binoculares. ✓ Astenopia ✓ Cefaléia ✓ Fotofobia ✓ Prurido ✓ Hiperemia ✓ Diminuição da AV ✓ Visão imprecisa ✓ Lacrimejamento Dados importantes: Analisadas 500 pessoas portadoras de anisometropias e que usam correção óptica verificou-se: ✓ Cefaléia (67%) ✓ Astenopia (67%) ✓ Fotofobia (27%) ✓ Dificuldade de leitura (23%) ✓ Náuseas (15%) ✓ Tontura (7%) ✓ Fadiga geral (7%) ✓ Percepção distorcida do espaço (6%) Anisometropia e Ambliopia: Ambliopia por anisometropia é a redução de visão resultante da refração desigual. Anisometropia e Anisoforia: Induzida pelos efeitos prismáticos das lentes corretoras. Aniseiconia: Diferenças de tamanhos as imagens formadas na retina, induzida pelo efeito prismático das lentes corretoras. 9.3 CORREÇÃO DA ANISOMETROPIA A prescrição ótica através de óculos ou lentes de contato é a forma de tratamento mais apropriada para a correção das anisometropias. Assim, o objetivo é possibilitar a formação de imagens claras na retina de ambos os olhos. Muitas correções ópticas existem para correção da anisometropia, evite diferenças maiores que 3,00D positivas, isso para óculos, pois o mesmo leva ao aparecimento de aniseiconia e anisoforia e seus sinais e sintomas. Para uso de óculos, otimizar a adaptação e recomenda-se prescrição iseicônica A & W 34 10. AMBLIOPIA Ambliopia é a baixa da visão em um olho que não se desenvolveu adequadamente na infância, as vezes é chamado "olho preguiçoso". Isto ocorre apesar deste olho ser anatomicamente normal. É uma condição unilateral ou bilateral em que a acuidade visual corrigida é mais pobre do que 20/20 na ausência de qualquer evidência de anomalia estrutural ou doença ocular. O olho amblíope não apresenta um amadurecimento normal da visão e é detectado quando se identifica uma diferença de visão entre os dois olhos. A condição é frequente, acometendo 2 a 3% da população. A Ambliopia causa déficits e não apenas diminuição da acuidade visual, incluindo: ✓ Maior sensibilidade aos efeitos de interação de contorno. ✓ Distorções espaciais anormais e incertas. ✓ Fixação monocular imprecisa e instável. ✓ Reflexo ocular de perseguição lento. ✓ Redução de sensibilidade ao contraste. ✓ Resposta acomodativa imprecisa. A perda de acuidade visual na Ambliopia pode variar entre 20/25 (abaixo da AV normal) para 20/200 ou pior (cego funcional). A Ambliopia funcional só se desenvolve em crianças até os 6-8 anos, embora possa persistir pela vida toda, uma vez estabelecida. Um estudo de acuidade visual patrocinado pela National Eye Institute, descobriu que a ambliopia funcional é a principal causa da perda da visão monocular na faixa etária entre 20 a 70 anos, superando a retinopatia diabética, glaucoma, degeneração macular e catarata. 10.1 DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA AMBLIOPIA Cada um dos olhos envia uma imagem para o cérebro que precisa “juntá-las” em uma só. Quando cada olho tem uma diferença na captação da imagem, o cérebro irá “receber” duas imagens muito diferentes entre si e não consegue trabalhar com elas, como defesa acaba eliminando automaticamente a imagem que vem do olho com baixa visão. Essa supressão faz com que não haja desenvolvimento de sua capacidade visual e ele vai ficar mais fraco (amblíope ou olho preguiçoso) A classificação da Ambliopia baseia-se nas condições clínicas responsáveis pelo seu desenvolvimento. Esta classificação serve como método prático