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WBA0444_v1.0 ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Larissa Maria Palacio dos Santos Leitura crítica: Wilson Campanholi Junior Olá aluno, tudo bem? Seja bem-vindo à disciplina de Ecossistema de Inovação. Você terá a oportunidade de aprender sobre como a cooperação entre diferentes atores pode promover um ambiente que favorece o desenvolvimento de inovações abertas e mais radicais. A disciplina está estruturada em quatro partes: em um primeiro momento, falaremos sobre ambientes, redes e ecossistema de inovação, compreendendo quais e quem são os diferentes atores que compõem cada um deles, e como são explicadas as abordagens teóricas sobre o tema; na segunda parte, falaremos sobre colaboração entre universidades, empreendedores e investidores, trazendo também a teoria da tríplice hélice e suas derivadas, além de abordar as formas de financiamentos existentes; na terceira parte, trataremos o tema de incubadoras e aceleradoras, fazendo as devidas distinções entre os dois e propiciando a compreensão das dinâmicas de cada um deles; por fim, mas não menos importante, a quarta parte aborda os modelos de maturidade em ecossistemas de inovação, apresentando uma percepção acerca da evolução desses organismos e apresentando propostas de modelos para análise. Todas as temáticas estão relacionadas também ao fomento ao empreendedorismo, ao universo de startups e aos impactos no desenvolvimento local como consequência do empreendedorismo e da inovação. Preparado? Então vamos lá! 3 INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Ambientes, redes e ecossistema de inovação ______________________________________________________________ Autoria: Larissa Maria Palacio dos Santos Leitura crítica: Wilson Campanholi Junior 5 DIRETO AO PONTO O processo de inovação, inicialmente, era pensado a partir de pesquisas e desenvolvimento, os quais ocorriam no ambiente interno da empresa. Com o passar do tempo, percebeu-se que diversos fatores externos poderiam impactar positivamente na forma e na capacidade de inovar das empresas. Este conceito ficou conhecido como processo de inovação aberto, o qual leva em consideração que empresas que estão inseridas ou que estabelecem relações de cooperação com outras empresas têm uma capacidade maior de inovar. Esse tipo de relacionamento entre empresas e os sucessos advindos dessa forma de correlação são internacionalmente reconhecidos e, no Brasil, passaram a ser fomentados a partir da promulgação da Lei da Inovação em 2004 (Lei nº 10.973) (BRASIL, 2004) Para compreender a dinâmica dessas relações entre empresa, utilizou-se, por muitos anos, a abordagem teórica de redes. Atualmente, considera-se interessante analisá-las sob a ótica teórica de ecossistemas de inovação. Do ponto de vista da abordagem de redes, podemos afirmar que diversos fatores contribuíram para que fosse necessário estudar as empresas sob uma perspectiva que ultrapassasse suas barreiras internas, dentre elas, o fato de as mudanças relacionadas aos modelos de produção vigente, pautados na perspectiva de lean manufacturing – produção enxuta –, que levou a fenômenos como terceirização ou à compreensão da importância da cadeia de suprimentos e de sua adequada gestão. Além deste, podemos citar o surgimento de novas tecnologias que permitiram uma melhor comunicação entre 6 empresas, o conceito de especialização flexível e até mesmo a política industrial. Em suma, a perspectiva de redes prevê que as empresas estabelecem relações entre si, sendo, portanto, os elementos da rede. A estrutura está interligada por nós e pode assumir diferentes formas. Dentro deste ambiente circundam fluxo de produtos e informações. Para as empresas que pertencem a uma rede, há inúmeras vantagens, como atratividade de público consumidor, possibilidade de economia e ganhos de escala, e difusão do conhecimento. A abordagem de ecossistema, por sua vez, oriunda do termo de ecossistema da biologia e foi utilizado pela primeira vez por Moore, em um trabalho com o título de Ecossistemas de negócios, sob a premissa da coopetição. O ponto focal desta abordagem é o desenvolvimento de inovação, embora ela também analise as relações entre empresas. Outra diferença reside no fato de ela estudar as ligações a partir de um foco central com o qual as demais empresas se interligam. Considera ainda que a ele acrescenta outros elementos não abordados na perspectiva de rede. Há que acrescentar que os ecossistemas de inovação levam, também, em conta o fenômeno de cocriação, o qual parte da premissa de trabalhos colaborativos para desenvolvimento de novos produtos e não apenas se beneficiar da profusão de conhecimentos. Outras diferenças estão listadas na Tabela 1 a seguir: 7 Tabela 1 – Diferenças entre as abordagens de rede e de ecossistemas Abordagem de redes Ecossistema de inovação Atores independentes, beneficiam- se das relações, mas não dependem delas para sobreviver. Atores interdependentes, um depende do outro para continuar saudável. Dificuldade de delimitar fronteiras. Possibilita a delimitação de fronteira a partir da escolha de um critério específico. Como propósito, busca compreender movimentos futuros de diferentes atores. Como propósito, busca a formalização de processos, definindo as funções de cada ator e sua importância para o conjunto. Fonte: elaborada pela autora. A tabela mostra que, embora as duas abordagens apresentem algumas semelhanças, tais como a consideração da existência de conexão entre diferentes atores e a consideração da dinamicidade desses atores, há também diferenças no que tange à aplicação de cada uma das abordagens teóricas. No entanto, há que salientar que, de maneira geral, ambas confirmam a potencialidade dos processos de inovação aberta e da colaboração entre empresas e outros atores. Referências bibliográficas BRASIL, Legislação. Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2004. BRITTO, J. Cooperação interindustrial e redes de empresas. In: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia industrial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. p. 168-230. IKENAMI, R. K.; GARNICA, L. A.; RINGER, N. J. Ecossistemas de inovação: abordagem analítica da perspectiva empresarial para formulação de estratégias de interação. Revista de Administração, Contabilidade e Economia da Fundace, [S.L.], Ribeirão Preto, v. 7, n. 1, p. 1-13, 11 mar. 2016. Disponível em : https://www.fundace.org.br/revistaracef/index.php/racef/ article/view/232. Acesso em: 3 nov.2020. MOORE, J.F. Predators and prey: The new ecology of competition. Harvard Business Review, 1993, 71(3), 75–83. https://www.fundace.org.br/revistaracef/index.php/racef/article/view/232 https://www.fundace.org.br/revistaracef/index.php/racef/article/view/232 8 PARA SABER MAIS O processo de inovação apresenta alto grau de complexidade, não se trata de um processo linear, mas do resultado de interações de diferentes naturezas, entre atores que apresentam temas e variações de frequência. O que dita essa interação é o fluxo do conhecimento entre os elos que podem ser internos ou externos à organização. Além disso, a quantidade de atores e o grau de complexidade varia de acordo com o tipo de projeto. Há, portanto, diversos tipos de redes de inovação, dentre as quais podemos mencionar: • Redes de empreendedores: embora suas atividades sejam individuais, os empreendedores buscam suprir lacunas e coletar recursos necessários em extensas redes de relacionamentos que auxiliam seu empreendimento a obter sucesso. • Redesinternas de empreendedores: visa fomentar o intraempreendedorismo, tendo acesso a ideias de funcionários. • Clusters espaciais: redes caracterizadas pela localização geográfica aproximada. • Redes setoriais: redes de atores que têm uma atividade em comum e que podem ter por propósito o fomento da inovação para gerar ganhos competitivos. • Redes de aprendizagem: grupos que promovem experiências de compartilhamento de aprendizagem. 9 • Crowdfunding: mobilização de grande grupo de pessoas para avaliar ideias e mobilizar mercados. • Redes de usuários: estimula a conexão entre usuários de um determinado produto ou uma tecnologia, estimulando a contribuição para inovação. Existem inúmeros outros tipos de redes que poderíamos considerar, aqui citamos alguns exemplos deles. Quando se pretende criar intencionalmente uma rede de inovação, deve- se levar em conta todos os tipos antes de realizar a escolha do projeto de rede, levando em consideração o grau de inovação que se pretende. É preciso considerar, no entanto, que gerenciar uma rede de inovação é uma tarefa árdua, já que não há controle sobre esse tipo de rede e os interesses do sistema se sobrepõem aos interesses individuais. Outro ponto é compreender de que forma é possível estimular a confiança entre os membros para que eles compartilhem conhecimentos. Referências bibliográficas BESSANT, J.; TIDD, J. Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2019. TEORIA EM PRÁTICA O município de Jaú (SP) é conhecido em todo o território brasileiro como a capital do calçado feminino. O arranjo produtivo local é composto essencialmente por micro e pequenas empresas, por isso, no município, existe até um shopping específico para atender atacadistas e varejistas. O setor conta com o fomento político, 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina com incubadora de empresas, com a Fatec como instituição de pesquisa, dentre outros. Considera-se, então, que há uma rede de empresas nesta localidade, no entanto, muitos empresários ainda resistem à ideia de agir de forma cooperativa, temendo que seus modelos sejam copiados. Você recomendaria o compartilhamento de informações? Se sim, quais outras ações conjuntas você proporia para os empresários? Como você acha que a rede poderia influenciar na capacidade de inovação dessas empresas e em sua capacidade competitiva? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 O livro aborda o contexto da inovação radical, que é aquela que tem maior impacto para as empresas, para a sociedade, mas que também é mais complexa do que os demais tipos. O capítulo indicado, em um primeiro momento, traz uma abordagem sobre a definição do termo inovação, justificativas e tipos. Em um segundo momento, fala acerca das plataformas de tecnologia, produtos e negócios e sobre os ecossistemas de inovação como promotores de inovações radicais. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Minha Biblioteca e busque pelo título da obra. SALERNO, M. S.; GOMES, L. A. V. Gestão da inovação radical. 1. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. Cap. 2, p. 14-27. Indicações de leitura 11 Indicação 2 O conceito de inovação aberta defende que a colaboração é uma forma de otimização da inovação e coloca em xeque os antigos modelos de inovação pautados em pesquisa e desenvolvimento, os quais partiam da premissa da proteção da informação. O capítulo 6 do livro indicado aborda este conceito, bem como os fatores estruturais e conjunturais que estimulam o processo de inovação aberta, apresenta alguns casos nacionais e internacionais de inovação e aborda as formas de processos para esse tipo de trabalho. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Minha Biblioteca e busque pelo título da obra. SCHERER, F. O.; CARLOMAGNO, M. S. Gestão da inovação na prática: como aplicar conceitos e ferramentas para alavancar a inovação. São Paulo: Atlas S.A., 2000. Cap. 6, p. 67-77. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 12 1. A inovação é um fator crucial para a competitividade das empresas. Sobre este assunto, assinale a alternativa correta: a. Sempre ocorre em ambientes internos da organização, envolvendo um grupo de pessoas. b. Sempre ocorre em ambientes externos à organização, envolvendo uma rede de atores. c. O processo de inovação que coloca o consumidor como desenvolvedor da inovação é denominado de inovação fechada. d. A inovação ocorre de maneira natural e não deve ser estimulada, está relacionada à criatividade. e. A inovação pode ocorrer dentro do ambiente interno da organização e de forma aberta, envolvendo diferentes atores. 2. Ao considerarmos a inovação como sendo um processo aberto, estamos admitindo que diferentes atores, parceiros e empresas trabalham em uma relação de coopetição. Duas abordagens são especialmente utilizadas para estudar esses processos: a abordagem de ____________ considera que os indivíduos compõem o arranjo de inovação como seres independentes, mas que se beneficiam do agrupamento. Já a abordagem de _____________ considera que a relação entre os atores é imprescindível à sobrevivência das empresas e busca compreender o ____________ de cada um dos atores, bem como sua importância para o grupo. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas: a. Ecossistemas de inovação; redes; papel. b. Redes; ecossistemas de inovação; poder. c. Redes; ecossistemas de inovação; papel. d. Clusters; redes; poder. e. Clusters; ecossistemas de inovação; papel. 13 GABARITO Questão 1 - Resposta E Resolução: O processo de inovação pode se dar de forma aberta ou fechada. O conceito de inovação fechada foi utilizado, inicialmente, na história da inovação, considerando processos de pesquisa e desenvolvimento. Na atualidade, sabe-se que a abertura da empresa e sua relação de colaboração com diferentes atores é um fator que pode alavancar a capacidade inovativa. Tal conceito ficou conhecido como inovação aberta. Questão 2 - Resposta C Resolução: Ao considerarmos a inovação como sendo um processo aberto, estamos admitindo que diferentes atores, parceiros e empresas trabalham em uma relação de coopetição. Duas abordagens são especialmente utilizadas para estudar esses processos: a abordagem de redes considera os indivíduos que compõem o arranjo de inovação como seres independentes, mas que se beneficiam do agrupamento. Já a abordagem de ecossistemas de inovação considera que a relação entre os atores é imprescindível à sobrevivência das empresas e busca compreender o papel de cada um dos atores, bem como sua importância para o grupo. TEMA 2 Colaboração entre universidade, empreendedores e investidores ______________________________________________________________ Autoria: Larissa Maria Palacio dos Santos Leitura crítica: Wilson Campanholi Junior 15 DIRETO AO PONTO As universidades representam um importante papel dentro do contexto da inovação, pois é dentro delas que são criados novos produtos, novas tecnologias e que, muitas vezes, são geradas empresas de base tecnológicas. Por isso, o relacionamento entre empresas e universidades torna-se cada vez mais fundamental nas estratégias de desenvolvimento local, já que empresas são capazes de gerar renda, emprego e promover o desenvolvimento local. A questão do envolvimento da universidade com atividades típicas de mercado levantaa discussão acerca do papel desta e da finalidade da ciência, por isso, emergem debates acerca de sua neutralidade da segunda, desvio de função da primeira além de aspectos como reputação e outros. No entanto, com o passar dos anos, percebeu-se que a universidade foi passando por uma mudança em seu papel, a qual ficou conhecida como Segunda Revolução Acadêmica, caracterizada por coloca-la em um papel de empreendedora. Este movimento originou-se na transição da economia e da sociedade pautada no conhecimento. Esse movimento foi motivado por uma série de razões, dentre as quais podemos destacar o acesso das empresas às fronteiras científicas, a capacidade de previsão da ciência e a delegação de atividades de pesquisa às universidades com um fator de redução de custos das empresas. Quando falamos em ambiente de inovação e na relação entre os diferentes atores (universidade-governo-indústria), automaticamente os remetemos à mais famosa teoria de modelo de inovação, a teoria da tríplice hélice de Henry Etzowitz. O modelo é considerado um guia para o desenvolvimento e a 16 implementação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional. Nessa teoria, os três atores têm papéis igualitários, conforme ilustra a Figura 1. Figura 1 – Universidade-governo-empresa Fonte: adaptada de Etzkowitz e Zhou (2017). Tal modelo é mundialmente conhecido por ter sido o utilizado no Vale do Silício e pode ser aplicado a diferentes localidades. É possível considerar a dinamicidade dessas relações no modelo e seu grande diferencial reside no fato de ele partir da perspectiva de um ator que inicia o processo de inovação e reúne os demais atores. O governo, neste contexto, assume um papel de moderador e é considerado como um aliado potencial. A colaboração, o apoio e a troca de informações entre os diferentes elementos é capaz de potencializar a capacidade competitiva dessas redes e de criar uma atmosfera que propicia o desenvolvimento de inovações. Como consequência, temos o desenvolvimento econômico e social da região na qual está instalada. 17 Das intersecções entre estes diferentes elementos, emergem as estruturas híbridas, as quais podem ser parques tecnológicos, incubadoras e firmas de capital de risco. Aliás, para que sejam realizados pesquisas e desenvolvimento, é necessário aporte de recursos, certo? Neste sentido, temos um ator adicional nessas relações, o investidor. O investimento pode ser realizado tanto por parte de estruturas de fomento governamentais quanto por capital privado. Ocorre que, em muitos casos, as empresas não estão listadas no mercado de valores e não conseguem obter recursos de outras formas de capitalização. Neste sentido, ressalta-se o papel do investidor de risco e sua importância para a inovação. O investidor de risco é aquele que está disposto a realizar investimentos mais ousados e, normalmente, caracteriza-se por ser experiente e ter conhecimentos no ramo, contribuindo, ainda, com a disseminação e profusão de conhecimentos, à medida que, por vezes, como contrapartida do investimento, ele atua como um consultor do negócio. Referências bibliográficas AUDY, J. A inovação, o desenvolvimento e o papel da Universidade. Estudos avançados, São Paulo, v. 31, n. 90, p. 75-87, maio/ago. 2017. Disponível em: scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142017000200075&script=sci_arttext. Acesso em: 28 jul. 2020. ETZKOWITZ, H.; ZHOU, C. Hélice tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-indústria-governo. Estudos avançados, São Paulo, v. 31, n. 90, p. 23-48, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ea/v31n90/0103- 4014-ea-31-90-0023.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020. http://scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142017000200075&script=sci_arttext https://www.scielo.br/pdf/ea/v31n90/0103-4014-ea-31-90-0023.pdf https://www.scielo.br/pdf/ea/v31n90/0103-4014-ea-31-90-0023.pdf 18 PARA SABER MAIS Como vimos, os investidores tendem a preferir realizar investimentos em empresas que estejam em estágios de maturidade mais avançados, assim, para as empresas que estão em estágio inicial, é necessária uma atuação do setor público para apoiá-las com venture capital. No Brasil, temos o exemplo do Criatec. O BNDES, em 1996, criou a primeira estrutura de fundos fechados, BNDESPAR, a qual era dedicada a valores mobiliários. Foi somente em 1999 que ocorreu a primeira atuação em fundos de capital, com o intuito de fomentar startups e pequenas empresas voltadas à inovação, com um aporte do RSTEC (Rio Grande do Sul). Posteriormente surgiram outras iniciativas localizadas em diferentes regiões. Esses fundos foram os precursores e introdutores do conceito de capital de risco no campo empreendedor brasileiro. Assim, com o decorrer dos anos, o BNDES foi adquirindo experiências e conhecimentos e conseguiu implementar o Criatec. Este modelo ultrapassa os anteriores na medida em que não se restringe a uma localidade ou região, tampouco especifica setores para investimentos. Outra vantagem é que este modelo é capaz de oferecer menores riscos aos gestores e melhor remuneração. Os principais objetivos dos fundos do Criatec são promover a capitalização de micro e pequenas empresas, apoiá-las do ponto de vista gerencial, capacitar e desenvolver novos gestores especializados em empresas inovadoras, ampliar mercados em escala nacional e global, fomentar o mercado de capital de risco e desenvolver empresas tecnológicas em diferentes localidades do país. Algumas lições foram apreendidas pela experiência do Criatec, como a necessidade de reservas de recursos para novas rodadas 19 de investimentos em determinados negócios, também chamada de follow-ons. Outro aprendizado foi a extensão do conceito da taxa de administração paga aos gestores, a qual passou a ser embasada na estrutura de custos de gestão da equipe. Os recursos também passaram a ser liberados em etapas (tranches), como uma forma de direciona-los às empresas com maior potencial de crescimento. Não menos importante, aprendeu-se que é fundamental o acompanhamento próximo por parte das equipes de gestão de fundos de capital e, por fim, a existência de comitês de análise de investimentos de fundo. Neste sentido, é possível afirmar que o Criatec, devido ao sucesso e às experiências dos fundos de investimentos (Criatec 1, Criatec 2 e Criatec 3), são capazes de atender às necessidades dessas empresas que se encontravam sem fonte de obtenção de recursos. Além disso, os investimentos do Criatec, ao fomentarem as empresas, estimulam o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação em sua totalidade. Desta forma, incentivam outras empresas a adentrarem estes ambientes. Como consequência, além da atração de outras empresas, universidades e investidores passam a interessar-se por estes ambientes, o que, por sua vez, leva à difusão de conhecimentos por intermédio das ações colaborativas entre os diferentes atores. Referências bibliográficas SILVA, F. B. da; BIAGINI, F. L. Capital de risco e o desenvolvimento de empresas de base tecnológica no Brasil – a experiência dos fundos Criatec e perspectivas. BNDES Setorial, n. 42, p. 101-130, set. 2015. Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/9619/2/ BNDES%20Setorial%2042%20Capital%20de%20risco%20e%20o%20 desenvolvimento%20de%20empresas%20de%20base._P_BD.pdf. Acesso em: 1 ago.2020. https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/9619/2/BNDES%20Setorial%2042%20Capital%20de%20risco%20e%20o%20desenvolvimento%20de%20empresas%20de%20base._P_BD.pdf https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/9619/2/BNDES%20Setorial%2042%20Capital%20de%20risco%20e%20o%20desenvolvimento%20de%20empresas%20de%20base._P_BD.pdf https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/9619/2/BNDES%20Setorial%2042%20Capital%20de%20risco%20e%20o%20desenvolvimento%20de%20empresas%20de%20base._P_BD.pdf 20 TEORIA EM PRÁTICA Um determinado munícipio possui algumas empresas de pequeno porte voltadas ao ramo de desenvolvimentode tecnologia. Observa-se que, neste território, existe uma potencialidade para a formação de um ecossistema de inovação, já que possui universidades e um número expressivo de empresas. No entanto, não há articulação entre esses atores. Sabendo que a interação entre eles poderia promover o desenvolvimento econômico e social da região, na medida em que é capaz de gerar empregos e promover a circulação de capital, como você acha que poderia iniciar-se uma estruturação para fomentar esta interação e estas atividades? Quais atores poderiam tomar a iniciativa para promover esta interação? Como isso afetaria cada um dos elementos (positiva ou negativamente)? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A presença de empresas inovadoras é capaz de promover o desenvolvimento local, assim, é importante fomentar a inovação. Neste livro, você encontrará quais são as organizações, no Brasil, que se dedicam ao fomento da inovação e quais são os programas vinculados a elas. Indicações de leitura 21 Para realizar a leitura, acesse a plataforma Minha Biblioteca, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. SILVA, F. P. da et al. Gestão da inovação. Porto Alegre: Sagah, 2018. Cap. 16, p. 207-216. Indicação 2 As universidades desenvolvem pesquisas que podem ser a mola propulsora do desenvolvimento de novas tecnologias, por isso a cooperação entre esses dois atores tem sido fomentada e tem se desdobrado até mesmo em estruturas híbridas entre esses dois elementos distintos. Para compreender as motivações e barreiras dessa relação, sugere-se a leitura do tópico “Motivações e barreiras ao relacionamento entre universidades e empresas no Brasil”, no capítulo 5 do livro Gestão da inovação tecnológica. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Minha Biblioteca, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. REIS, D. R. dos. Gestão da inovação tecnológica. 2. ed. Barueri: Manole, 2008. Cap.5, p. 133-136. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em 22 Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. A teoria da tripla hélice desenvolveu o modelo no qual três elementos interagem entre si, proporcionando uma atmosfera de _______________. Estes elementos são compostos pelas empresas, pelas __________________ e ____________________, e estimulam o desenvolvimento de _______________ Assinale a alternativa que preenche corretamente os temos das lacunas: a. Aprendizagem coletiva; universidades; governo; inovações. b. Competição acirrada; instituições de fomento; governo; produtos. c. Competitividade acirrada; universidades; banco; inovações. d. Aprendizagem coletiva; universidades; sociedade; produtos. e. Aprendizagem coletiva; instituições de fomento; sociedade; produtos. 2. O Criatec surgiu de uma iniciativa do BNDES com o intuito de fomentar o empreendedorismo inovador. Sobre o Criatec, assinale a alternativa correta: a. Atua apenas fomentando o desenvolvimento de determinadas regiões. b. É um programa da Bolsa de Valores que traz investimentos mais rentáveis. c. É direcionado às empresas de grande porte e que tenham caráter multinacional. d. Oferece apoio financeiro e gerencial para micros e pequenas empresas de setores tecnológicos. e. É destinado a mercados tradicionais, para empresas consolidadas, que ofertam serviços de consultoria. 23 GABARITO Questão 1 - Resposta A Resolução: Os elementos que compõem a tripla-hélice são universidade-indústria-governo, e a interação entre eles é capaz de criar uma atmosfera de aprendizagem coletiva, a qual estimula o desenvolvimento de inovações. Questão 2 - Resposta D Resolução: O Criatec é a tentativa brasileira de fomentar a inovação, uma iniciativa do BNDES com o intuito de impulsionar o empreendedorismo inovador em pequenas empresas do ramo tecnológico. O apoio é principalmente o aporte financeiro, mas caracteriza-se pela existência de comitês de gestão que apoiam também do ponto de vista técnico. TEMA 3 Incubadoras e aceleradoras ______________________________________________________________ Autoria: Larissa Maria Palacio dos Santos Leitura crítica: Wilson Campanholi Junior 25 DIRETO AO PONTO Incubadoras e aceleradoras são duas formas de fomentar o empreendedorismo, no entanto, os dois modelos diferem entre si em muitos aspectos e usá-los como expressões sinônimas é um erro. Incubadoras de empresas são instalações físicas compartilhadas entre diferentes empreendedores e que têm por objetivo oferecer apoio aos mesmos, interferindo em seu valor agregado, monitorando o comportamento do negócio e assistindo-o no que for necessário. Como as empresas compartilham espaços físicos, os gastos são reduzidos, além disso, ao receber suporte técnico, o que se observa é que há um aumento na expectativa de sobrevivência desses negócios e, muitas vezes, ampliação das taxas de crescimento. Pode-se dizer que as incubadoras apoiam os negócios sob três bases principais: infraestrutura, suporte comercial e acesso às redes. Além das reduções de custos e ganhos de economia de escala, os serviços ofertados permitem que os empreendedores se dediquem às suas atividades centrais. O suporte aos negócios amplia a capacidade de aprendizagem, o desenvolvimento de capacidades e habilidade de gestão. No que tange ao acesso às redes, as empresas incubadas têm uma ampliação da sua rede de contatos, o que lhes dá a vantagem de ter acesso a investidores, capital de risco e outras formas de fomento que teriam dificuldade de obter caso atuassem de maneira autônoma. Considerando os impactos do empreendedorismo como fator de desenvolvimento econômico, considera-se que as incubadoras são capazes de contribuir com o desenvolvimento local e regional, 26 por serem capazes de gerar empregos e comercializar novas tecnologias. É bem comum que as incubadoras estejam associadas a universidades e que haja uma transferência de capital intelectual de docentes e pesquisadores para empresas. No entanto, considerando o seu potencial de desenvolvimento territorial, elas ainda podem estar associadas a outros tipos de instituições mantenedoras, como comunidades, institutos de pesquisas, consórcios, ONGs ou prefeituras. A seleção e os critérios de saída das empresas dão margem para a caracterização de diferentes tipos de incubadoras, por isso nenhuma é idêntica à outra, podendo haver incubadoras que focam em um nicho de mercado ou atividade específica e incubadoras mistas. Em geral, o período de incubação é de três anos e, após este período, as empresas são graduadas para garantir que haja uma rotatividade dentro das incubadoras, que abrirão espaço para receber novos empreendimentos. Espera-se que, após este período, as empresas graduadas estejam aptas a responder sozinhas às pressões do mercado. Assim como as incubadoras, as aceleradoras fomentam o empreendedorismo, oferecem um local de trabalho e auxiliam os empreendedores na construção de negócios, na identificação de nichos de mercado, bem como auxiliam na ampliação da rede de contatos e no aporte de recursos. Porém, os programas de aceleração duram em torno de três meses e o foco central são as startups – empresas com alto potencial de crescimento. As empresas são fomentadas com capital-semente e o objetivo é promover a aceleração nas interações com o mercado, desta forma, a empresa ou tem um amadurecimento mais rápido, ou falha mais rapidamente. 27 Em geral, as aceleradorassão privadas e seus gestores são investidores-anjos ou capitalistas de risco que possuem amplos conhecimentos e experiência em empreendimentos. As empresas, neste caso, não são inquilinas, mas fazem parte do portfólio de mercado desses gestores. A Tabela 1 a seguir apresenta as principais diferença entre incubadoras e aceleradoras: Tabela 1 – Incubadoras versus aceleradoras Incubadoras Aceleradoras Duração 1 a 5 anos. 3 meses. Coortes Não. Sim. Modelo de negócios Aluguel e sem fins lucrativos. Investimentos, mas pode não haver fins lucrativos. Seleção Sem competitividade. Competitiva e cíclica. Estágio de risco Estágios iniciais ou mais tarde. Estágios iniciais. Educação Para fins específicos, recursos humanos, aspectos legais, contábeis, outros. Seminários. Mentoria Em nível tático e mínima. Intensa, pelo próprio gestor ou outros. Fonte: adaptada de Cohen (2013). Como bem ilustra a tabela, embora existam algumas semelhanças entre incubadoras e aceleradoras, critérios como o tempo do programa, o modelo de negócios, os estágios de risco do empreendimento, a forma como educam os empreendedores ou que estabelecem mentorias diferenciam um programa de outro. Isso porque os objetivos de ambos são distintos e os formatos também, embora, de maneira geral, eles sejam formas de apoio a empreendedores. 28 Referências bibliográficas COHEN, S. What do accelerators do? Insights from incubators and angels. Innovations: Technology, Governance, Globalization, [s.l.], v. 8, n. 3-4, p. 19-25, 2013. Disponível em: https://www.mitpressjournals.org/doi/ pdf/10.1162/INOV_a_00184. Acesso em: 8 ago. 2020. RATINHO, T. Are they helping? An examination of business incubators’ impact on tenant firms. 2011. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade de Twente, Enschede, 2011. Disponível em: http://doc.utwente.nl/78235/1/ thesis_T_Ratinho.pdf. Acesso em: 12 out. 2020. PARA SABER MAIS Além das semelhanças com as incubadoras, as aceleradoras se assemelham também e são, por vezes, confundidas com investidores-anjo. Como semelhanças entre aceleradoras e investidores-anjos, temos o fato de que ambos investem capital-semente, ou seja, em negócios-nascentes, e chamam os empreendimentos de portfólio de empresas, além do fato de ambos serem investidores que estão focados em auxiliar a expansão de negócios. Para os investidores-anjo, há vantagens em adotar o formato de acelerador, como a possibilidade de conhecer melhor as ideias dos empreendimentos e auxiliar a modificação no curso deles. Existem três pontos principais que diferenciam aceleradoras e investidores-anjo: duração, seleção, educação (mentoria). A duração da aceleração amplia o tempo do contato entre investidor e empreendedor, o trabalho conjunto em tempo integral permite interferir com maior veemência no direcionamento dos empreendimentos. Por ter duração limitada, também é possível que os investidores consigam ter acesso a uma ampla gama de empreendimentos. Acerca da seleção, o formato de aceleradora auxilia a combinar fundos de diferentes investimentos, assim, ao diversificar o portfólio, os riscos são diluídos e, consequentemente, minimizados. Por ter maior conhecimento dos https://www.mitpressjournals.org/doi/pdf/10.1162/INOV_a_00184 https://www.mitpressjournals.org/doi/pdf/10.1162/INOV_a_00184 http://doc.utwente.nl/78235/1/thesis_T_Ratinho.pdf http://doc.utwente.nl/78235/1/thesis_T_Ratinho.pdf 29 negócios, há também maior segurança para realizar investimentos mais altos e certeiros. No que tange à educação e mentoria, há a vantagem de poder dedicar-se mais a auxiliar e atuar como mentor das empresas. O programa de aceleração permite, então, fornecer maior apoio educacional e de aconselhamento aos empreendedores. Referências bibliográficas OHEN, S. What do accelerators do? Insights from incubators and angels. Innovations: Technology, Governance, Globalization, [s.l.], v. 8, n. 3-4, p. 19-25, 2013. Disponível em: https://www.mitpressjournals.org/doi/ pdf/10.1162/INOV_a_00184. Acesso em: 8 ago. 2020. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: um desenvolvedor de software tem a ideia de desenvolver um aplicativo para esportes que é capaz de ligar personal trainers a pessoas que queiram praticar exercícios, pagando por rodadas avulsas em um sistema análogo ao Uber ou outros aplicativos de prestação de serviços. O desenvolvedor já realizou um protótipo e testou gratuitamente por um período, verificando que há público consumidor para seu produto, no entanto, ele precisa de dinheiro para alavancar seu negócio e ajuda para desenvolver suas ideias e aprimorar o modelo de empreendimento. Como esse empresário pode obter recursos financeiros? De que forma ele pode obter auxílio para desenvolver conhecimentos e habilidades enquanto empreendedor? Seria o caso de procurar por uma incubadora ou aceleradora? Qual seria o mais indicado? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. https://www.mitpressjournals.org/doi/pdf/10.1162/INOV_a_00184 https://www.mitpressjournals.org/doi/pdf/10.1162/INOV_a_00184 30 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 As startups são relativamente novas no Brasil, mas têm crescido expressivamente e seus impactos positivos na economia e no desenvolvimento já são visíveis, prova disso é o fato de que, em 2019, o Brasil instituiu o Marco Legal das Startups, pela Lei Complementar nº 167/2019 e criou um Comitê Nacional de Apoio a Startups. A ideia de tais dispositivos legais é respaldar juridicamente esses empreendimentos e auxiliar na facilidade de acesso às informações sobre programas de apoio. Para saber mais sobre o tema, sugere-se a leitura do capítulo 9 do livro Startups e inovação: direito no empreendedorismo. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Minha Biblioteca, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. TEIXEIRA, T.; LOPES, A. M. (Org.). Startups e inovação: direito no empreendedorismo. 2. ed. Barueri: Manole, 2020. p. 112-114. Indicação 2 Quando uma startup decide iniciar seu negócio, já tendo sua ideia solidificada e decidido qual formato de investimento almeja, é hora de ela apresentar sua ideia ao mercado, atrair e convencer os investidores. Isso é feito utilizando a ferramenta Pitch, que consegue apresentar de forma sucinta os principais elementos do negócio. Para entender mais sobre Pitch, sugere-se a leitura das páginas 77 a 87 do livro Startups nos mares dos dragões. Indicações de leitura 31 Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0_ Pearson, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. MICELI, A. L.; SALVADOR, D. O. Startups nos mares dos dragões. Rio de Janeiro: Brasport, 2019. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Leia o trecho a seguir: “[....] surgem como mecanismo que tem ‘o objetivo de melhorar o ambiente competitivo das empresas’ (VEDOVELLO; FIGUEIREDO, 2005, p. 3) e de garantir maior sobrevida para empresas inovadoras, por meio de capacitação gerencial dos empresários” (DE FRANÇA BARBOSA; HOFFMAN, 2013, p. 208). (BARBOSA, Loyce Graycielle de França; HOFFMANN, Valmir Emil. Incubadora de Empresas de Base Tecnológica: percepção dos empresários quanto aos apoios recebidos. Review Of Administration And Innovation - Rai, [S.L.], v. 10, n. 3, p. 206-229, 1 out. 2013. Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade. http://dx.doi.org/10.5773/rai.v10i3.973. http://dx.doi.org/10.5773/rai.v10i3.973 32Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/ pii/S1809203916302662. Acesso em: 04 nov. 2020. O trecho refere-se a:. a. Aceleradoras de empresas. b. Incubadoras de empresas. c. Investidores-anjo. d. Seminários. e. Parques tecnológicos. 2. Leia o trecho a seguir: “Trata-se de um regime especial simplificado que concede às iniciativas empresariais de caráter incremental ou disruptivo, que se autodeclarem como startups ou empresas de inovação, tratamento diferenciado com vistas a estimular sua criação, formalização, desenvolvimento e consolidação como agentes indutores de avanços tecnológicos e da geração de emprego e renda” (TEIXEIRA; LOPES, 2020, p. 113). (TEIXEIRA, T.; LOPES, A. M. (Org.). Startups e inovação: direito no empreendedorismo. 2. ed. Barueri: Manole, 2020. p. 113.) O trecho destacado trata: a. Do Inova Simples. b. Da Lei Geral de Proteção de Dados. c. Do Marco Civil da Internet. d. Da Lei de Incentivo à Inovação. e. Da Lei do MEI. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809203916302662 https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809203916302662 33 GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: Incubadoras de empresas têm por objetivo aumentar a sobrevida destas na medida em que lhes fornece apoio, gerenciamento e outras vantagens. Questão 2 - Resposta A Resolução: O Marco Legal das Startups criou o Inova Simples, descrito no trecho destacado, e que, além disso, fixa ritos sumários para abertura e fechamento de empresas de forma simplificada e automática no Redesim, e outras facilidades. TEMA 4 Modelo de maturidade de ecossistema de inovação ______________________________________________________________ Autoria: Larissa Maria Palacio dos Santos Leitura crítica: Wilson Campanholi Junior 35 DIRETO AO PONTO Os ecossistemas de inovação não são estáticos, pelo contrário, eles evoluem com o tempo, passando por transformações. O estudo desses modelos evolutivos, classificados por fases, é interessante para a compreensão da dinâmica deles e para a formulação de estratégias de fomento ao empreendedorismo e à inovação em diferentes localidades. Os modelos para compreensão são chamados de modelos de maturidade. Podem existir inúmeros modelos de maturidade de ecossistemas, sendo que as classificações de fases podem apresentar distinções entre si. Aqui destacamos dois modelos, o de Moore e o de Cukier. Moore foi o primeiro a estudar os ambientes de inovação como ecossistemas e, a partir de seu estudo, inúmeros desdobramentos surgiram. Para Moore, os ecossistemas de inovação sofrem impactos externos que podem levá-los a colapsar ou a estabelecer profundas modificações em sua estrutura, tendo que se reinventar para novamente atingir o equilíbrio. É papel da liderança do ecossistema ditar os caminhos que garantirão sua sobrevivência e competitividade com outros ecossistemas. De acordo com Moore (1993), os ecossistemas de inovação são classificados em quatro fases distintas, conforme a Figura 1 a seguir: Figura 1 – Ecossistemas de negócios Fonte: elaborada pela autora. 36 Por óbvio, as fases não têm datas específicas para iniciar ou encerrar, tendo elementos de transição entre elas. Na fase de nascimento, a preocupação é de definir o plano de negócios, especificando produtos ou serviços a serem desenvolvidos e melhores formas de realização. Aqui é importante para as empresas estabelecerem parcerias para ampliar sua capacidade competitiva pela combinação de competências e habilidades. No segundo estágio de expansão é a fase em que ecossistemas buscam novos territórios ou mercado. Na terceira fase de liderança, há uma disputa por poder e posições de liderança dentro do ecossistema, emergindo um poder de barganha entre os elementos. Na quarta fase, há uma ameaça externa, há um ecossistema já amadurecido; esta ameaça, se concretizada, pode levar um ecossistema ao declínio, ou, ainda, gerar a necessidade de reestruturação (a autorrenovação) dos ecossistemas para conseguirem permanecer com suas fatias de mercado. Já o modelo de maturidade de Cukier e Kon é embasado em ecossistemas de startups e propõe as seguintes fases: 1. Nascente. 2. Em evolução. 3. Maduros. 4. Autossustentáveis. A fase 1 caracteriza-se por ser um ecossistema já reconhecido como um hub de inicialização, tendo algumas startups e acordos de investimentos. Na fase 2, de evolução, algumas empresas já atingiram o sucesso e conseguem impactar o desenvolvimento local. Na fase 3, temos o estágio de maturidade, em que o ecossistema já possui centenas de startups e empresas com impactos internacionais, além disso, há uma primeira geração de empreendedores agora focados em desenvolver o ecossistema, direcionando-os a serem autossustentáveis. A quarta e última 37 fase é a de autossustentabilidade, em que milhares de startups e aceleradoras compõem o ecossistema, deve haver uma segunda geração de empreendedores que retornam ao ecossistema, atuando como mentores das empresas em estágios iniciais, também ocorrem muitos eventos, os quais fortalecem os vínculos e ampliam a rede de contatos dos empreendedores. Referências bibliográficas CUKIER, D.; KON, F. A maturity model for software startup ecosystems. Journal of Innovation and Entrepreneurship, [s.l.], v. 7, n. 1, p. 14, 2018. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1186/s13731-018-0091-6. Acesso em: 15 ago. 2020. MOORE, J. F. Predators and prey: a new ecology of competition. Harvard Business Review, Boston v. 71, n. 3, p. 75-86, 1993. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/James_Moore29/ publication/13172133_Predators_and_Prey_A_New_Ecology_of_Competition/ links/59a9ad2d0f7e9bdd114ac690/Predators-and-Prey-A-New-Ecology-of- Competition.pdf. Acesso em: 15 ago. 2020. PARA SABER MAIS Os ecossistemas de inovação favorecem o desenvolvimento de inovações mais radicais por promover a cocriação. Uma empresa, no entanto, pode pertencer a dois ecossistemas distintos e isso não é raro de ocorrer na prática. Para alguns negócios em específico, a depender do segmento, a empresa precisa criar um ecossistema de inovação para garantir a sustentabilidade de seu negócio. Para gerar inovações mais radicais, utiliza-se o que chamamos de hipercubo da inovação. O hipercubo de inovação é um framework ou modelo que articula grupos de blocos que correspondem a fatores de https://link.springer.com/article/10.1186/s13731-018-0091-6 https://www.researchgate.net/profile/James_Moore29/publication/13172133_Predators_and_Prey_A_New_Eco https://www.researchgate.net/profile/James_Moore29/publication/13172133_Predators_and_Prey_A_New_Eco https://www.researchgate.net/profile/James_Moore29/publication/13172133_Predators_and_Prey_A_New_Eco https://www.researchgate.net/profile/James_Moore29/publication/13172133_Predators_and_Prey_A_New_Eco 38 desenvolvimento de inovações mais radicais. Alguns dos fatores variáveis dos blocos são os tipos de projetos e grau de inovação e que estes variam de graus de inovação que se pretende atingir (mas incrementais ou mais radicais) cada um desses representa um grau diferente de incerteza que, consequentemente, demandará níveis distintos em graus de complexidade para gerenciá-los. Cada tipo de inovação gerada demanda um tipo de estrutura de sistema de gestão distinto, combinando pessoas, estruturas, gestão de processos, projetos, estratégias e modelos de negócios. Assim, os blocos são: 1. Estratégia de modelo de negócios: devem ser adequados aos graus de inovação que se pretendem atingir. 2. Organização e pessoas: para inovação mais radical, as pessoas são consideradas como investimento. A forma como o capital intelectual será gerido também poderá impactar o grau de inovação gerado. A combinação de interações entre diferentes atores, sejam eles clientes, pesquisadores de universidades e/ou fornecedores, é capaz de promover a difusão de conhecimentos e inovações mais radicais. Quantomais radical for o grau de inovação pretendido, menos formais são as estruturas de organização de pessoas. 3. Gestão, processos e projetos: para gerar inovações mais radicais, é essencial adotar modelos de gestão de projetos que a favoreçam. Neste sentido destacam-se ferramentas como Design Thinking, jornada do cliente, proposta de valor e outras. 4. Ecossistema de inovação: articular a rede de atores do ecossistema de inovação é um fator promotor de geração de valor e competitividade. Trata-se de um requisito 39 fundamental para o desenvolvimento de produtos e processos com graus de inovação mais radicais. Em suma, o que se conclui é que é preciso criar sistemas de gestão que tornem a empresa capaz de resistir às mudanças e oscilações, resistindo às incertezas e criando valor a partir delas. Referências bibliográficas SALERNO, M. S.; GOMES, L. A. V. Gestão da inovação radical. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. TEORIA EM PRÁTICA Uma cidade X do estado do Paraná abriga uma série de empresas inovadoras, também possui universidades apoiando as empresas em estrutura de difusão de conhecimento. A maioria delas já possui bem definido o escopo do seu plano de negócios e o ecossistema em si está destinado à produção de produtos esportivos de alta tecnologia, por isso, podem ser consideradas bem-sucedidas. O ecossistema caminha para agora conquistar novos mercados, disputando com outro ecossistema. Desta forma, em qual fase do modelo de maturidade você considera que este se enquadra? Como ele deve proceder para conseguir sucesso e aumentar sua maturidade garantindo a sustentabilidade? Quais são os desafios de cooperação e competitivos enfrentados? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 40 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este artigo tem por objetivo mostrar os problemas relacionados à orquestração de recursos em redes de inovação aberta. O artigo amplia o escopo da revisão da literatura sobre estratégia baseada e gestão de portfólio para os limites externos à organização. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EbscoHOST, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. DA SILVA, S. B. A capacidade dinâmica de “orquestração de redes de inovação” no modelo de inovação aberta. Revista Alcance, [s. l.], v. 23, n. 1, p. 19-33, 2016. Indicação 2 As inovações mais radicais são capazes de criar negócios que geram maior valor aos consumidores finais. Normalmente, elas emergem de plataformas de tecnologia de produtos e de negócios. Também têm por base a composição de um ecossistema de inovação. Para compreender melhor o assunto, realize a leitura do capítulo 2 – “Inovação, inovações...”. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Minha Biblioteca, na Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título da obra. SALERNO, M. S.; GOMES, L. A. V. Gestão da inovação radical. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. Cap. 2, p.14-27. Indicações de leitura 41 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Moore foi o primeiro a abordar o conjunto de empresas e outros atores de negócios com a nomenclatura ecossistema, fazendo analogia aos ecossistemas biológicos. De acordo com o autor, os ecossistemas de negócios evoluem em quatro fases distintas. A quarta fase denomina-se: a. Inicialização. b. Autossustentável. c. Autorrenovação ou morte. d. Expansão. e. Maduros. 2. De acordo com Cukier e Kon, um ecossistema de startups evolui e passa por inúmeras transformações. Quando o ecossistema já conta com milhares de startups, com a promoção de muitos eventos que favorecem o estreitamento dos laços entre os atores, e já possui 42 inúmeras aceleradoras e mentores, pode-se dizer que ele está na fase: a. Nascente. b. Em evolução. c. Maduro. d. Autossustentável. e. De liderança. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: De acordo com Moore, a quarta fase é o estágio final de um ecossistema de negócios; nela, o ecossistema já amadurecido enfrenta uma oscilação drástica externa, para tanto, ou ele se adapta e consegue absorver as mudanças de forma a gerar valor, ou ele colapsa e acaba perdendo mercado para um ecossistema concorrente. Questão 2 - Resposta D Resolução: No modelo de Cukier e Kon, os ecossistemas autossustentáveis contam com uma série de elementos, tais como milhares de startups, empresas com alto grau de integração, uma segunda geração de empreendedores atuando como mentores, inúmeras aceleradoras. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto TEMA 3 Direto ao ponto TEMA 4 Direto ao ponto Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: Botão TEMA6: Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5: