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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES Colisões Inelásticas OURO BRANCO / MG Agosto – 2013 Introdução As colisões podem ser vistas de várias formas em nosso dia-a-dia, logo podemos identificar tipos de colisões simples que acontecem entre pessoas, objetos, na prática de diversos esportes, entre outras. Mas no olhar da física as colisões possuem características e dimensões diferentes, consiste no choque entre partículas elementares. Ou seja, é uma interação entre corpos, sendo possível distinguir os instantes correspondentes ao antes e ao depois da interação. Em todas as colisões a energia se dissipa em outras formas de energia além da mecânica, como calor ou som. Nesta prática vamos comparar os valores empíricos, considerando a colisão como sendo elástica, desprezando o atrito do carrinho com o trilho a resistência do ar e outros fatores. Para uma situação em que a energia é conservativa, ou seja, onde não há perda de energia, a energia mecânica é a soma da energia cinética e a energia potencial. 𝐸𝑚𝑒𝑐 = 𝐾 + 𝑈 Considerando que a variação da energia mecânica é zero, temos: 𝑬𝒎𝒆𝒄 𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = 𝑬𝒎𝒆𝒄 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝑲𝒇 + 𝑼𝒇 = 𝑲𝒊 + 𝑼𝒊 Substituindo a equação de energia cinética em 𝑲𝒇, e considerando que a 𝑼𝒇 é zero, temos: 𝒎𝒗² 𝟐 + 𝟎 = 𝟎 + 𝒎𝒈𝒉 Logo, 𝑣 = √2𝑔ℎ Pela 3ª Lei de Newton, sabemos que quando ocorre a interação entre dois corpos de massa m1 e m2, as forças que neles atuam, uma devida a outra, são, em cada instante, iguais e opostas. Define-se o momento linear, ou quantidade de movimento linear (P) de um corpo, como sendo o produto da massa do mesmo pela sua velocidade. Na situação descrita no início da introdução teórica, temos que P não deve variar, pois a resultante das forças externas é nula e, portanto: Quando ocorre uma colisão perfeitamente inelástica, a quantidade de movimento linear (P) se conserva, porém o mesmo não acontece para as energias cinéticas. Para analisarmos se uma colisão é elástica, perfeitamente inelástica ou parcialmente elástica, basta analisar o coeficiente de restituição dado por: Se e=1, a colisão é perfeitamente elástica, se e=0, não há velocidade relativa de afastamento, portanto caímos num caso de colisão perfeitamente inelástica, e finalmente, se e estiver compreendido entre 0 e 1, temos um caso duma colisão parcialmente elástica. Objetivo Analisar o movimento de um carro que se desloca sob um trilho, utilizando os conceitos de energia e conservação de momento, e obter o coeficiente de restituição para o choque entre o carrinho e a base. Método Material Utilizado Computador; Interface; Carrinho; Trilho; Sensor de movimento; Paquímetro; Balança. Procedimentos No laboratório fixamos o sensor de movimento em uma das extremidades do trilho e nele colocamos um carrinho a dois metros do local de impacto. No trilho havia uma pequena inclinação que foi medida com auxilio de um paquímetro com incerteza de ±0,05 mm e encontramos um valor de altura igual a 20 mm. A massa do carrinho foi medida através de uma balança de precisão com incerteza de ±0,01 g, o valor da massa obtida do carrinho é de 509,91 g. Soltamos então o carrinho na posição determinada e iniciamos a coleta dos dados do sensor através do software até o momento de impacto. No software obtivemos um gráfico de velocidade ao longo do tempo, neste gráfico fizemos sua regressão linear e obtivemos o ângulo da reta obtida. Na segunda etapa do experimento soltamos o carrinho a uma distancia de um metro do ponto de impacto e iniciamos a coleta dos dados no software, aguardamos então que o impacto ocorresse quatro vezes. Resultados No primeiro experimento foi encontrado um ângulo igual a 0,1126m/s² e 𝑉𝑒 = 0. Figura 1- Velocidade ao longo do tempo 𝑽 𝒕( m/s) 𝑽 𝒆( m/s) ⍙% 0,625±0,05 0,650±0,05 2,4 Tabela 1- Comparação entre velocidade teórica e empírica Experimento 2 Figura 2- Posição ao longo do tempo Figura 3- Velocidade ao longo do tempo Choque 𝒙𝒊(m) 𝒙𝒇(m) 1 1,14 0,45 2 0,45 0,24 3 0,24 0,14 4 0,14 0,08 Tabela 2- Posição do carrinho após os choques Cálculo do coeficiente de restituição do primeiro impacto: 𝑒 = √ 1,14 0,45 =0,62 Gráfico 1- Posição do carrinho após os choques Através da linearização do gráfico, realizada pelo software GeoGebra, foi possível encontrar a equação da reta. Por manipulação algébrica da definição do coeficiente de restituição, deduzimos que podemos encontrar tal coeficiente através do coeficiente angular da reta encontrada. Sendo o coeficiente de restituição a raiz do coeficiente angular, como descrito abaixo: 𝑒 = √ 𝑥𝑓 𝑥𝑖 (𝑒)2 = (√ 𝑥𝑓 𝑥𝑖 ) 2 𝑥𝑓 = 𝑒²𝑥𝑖 Portanto 𝑒 = √0,37=0,61. Discussão No experimento 1, a velocidade empírica e a velocidade teórica estão bem próximas. No cálculo da velocidade é possível desprezar o atrito do carrinho com o trilho. No experimento 2 a velocidade do carrinho diminui a cada impacto, e o coeficiente de restituição é baixo, apresentando um resultado entre 0 e 1. 0 Acessado em: 18/08/2013 as 14:42.56 Acessado em: 18/08/2013 as 15:13.03