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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO ENGENHARIA MECÂNICA COLISÕES ELÁSTICAS E INELÁSTICAS LAUANY SANTOS (202511418) JEFFERSON JUNIOR (202511413) ARTUR CRUZ (202511409) KALEBE ASSIS (202511417) Ilhéus - BA 2025 1. INTRODUÇÃO Nos campos físicos o movimento é estudado de inúmeras formas a fim de compreendê-lo em cada situação analisada. No caso de colisões, as grandezas físicas principais como energia e momento linear se envolvem nas interações entre os corpos, sendo assim a situação ideal para estudar como essas grandezas se comportam. Nesse experimento dividimos o estudo em colisões elásticas e inelásticas para compreender a variação da energia cinética e o comportamento do momento linear em cada caso. Utilizamos tanto o Tracker quanto o Labplot para definir os instantes e as velocidades em cada análise, gerar os gráficos, os valores de incertezas, a quantidade de movimento, energia e trabalho. Para isso utilizamos as seguintes equações: (1) 𝑝 → = 𝑚 . 𝑣 → Onde: é o momento linear; 𝑝 → m a massa do corpo; a velocidade do corpo. 𝑣 → Sendo o momento linear total a soma dos momentos de cada corpo : (2) 𝑃 → = 𝑝 1 → + 𝑝 2 → A energia cinética (K): (3) 𝐾 = 1 2 𝑚𝑣2 Onde: m é a massa do corpo; v a velocidade do corpo. E o trabalho (W) igual a variação de energia cinética (4) 𝑊 = ∆𝐾 = 𝐾𝑓 − 𝐾𝑖 Onde: Kf é a energia cinética final; Ki a energia cinética inicial. Com essas fórmulas e planilha Excel disponibilizada pelo professor Alex Miranda montamos as tabelas com cada valor a fim de observar as grandezas mencionadas. 2. OBJETIVOS O experimento teve como objetivo analisar os processos de colisões entre dois carrinhos em trilho de ar, observando a conservação do momento linear em diferentes tipos de colisões e a variação da energia cinética. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais ● 2 Carrinhos (Trilho de Ar) ● Trilho de ar ● Fonte de ar ● Tripé ● Celular ● Pesos ● Balança de precisão ● 2 encaixes de mola ● 2 encaixes para impacto ● Encaixe extra ● Pino de acoplamento ● Orifício de acoplamento ● Pesos adicionais 3.2 Métodos Na primeira parte do experimento, duas molas foram acopladas nas extremidades do carrinho 1. Depois, foram adicionados dois suportes no carrinho 2, um em cada lado, para receber o impacto das molas. Os dois carrinhos foram pesados separadamente. Um pequeno encaixe foi adicionado ao carrinho 2 para que ele ficasse com a mesma massa do carrinho 1. Os dois carrinhos foram postos sobre o trilho, o carrinho 1 em umas das extremidades e o carrinho 2 no meio do trilho. O carrinho 1 teve sua mola comprimida e em seguida foi solto para se movimentar pelo trilho, enquanto o carrinho 2 foi mantido imóvel.Momentos antes do impacto o carrinho 2 foi solto. Um celular gravou todo movimento e a reação dos carrinhos. O experimento foi repetido mais 4 vezes totalizando 5 vídeos. Na segunda parte do experimento foram retirados os objetos dos carrinhos para ser montado um sistema de acoplamento. Na extremidade do carrinho 1 foi adicionado o pino de acoplamento e no carrinho 2 foi acoplado o orifício de acoplamento. Os 2 carrinhos foram pesados separadamente. Foram adicionados pesos no carrinho 2 para que ele ficasse com cerca de 100g a mais do que o carrinho 1. Os 2 carrinhos foram postos sobre o trilho, o primeiro em uma das extremidades e o segundo no meio. O carrinho 1 foi solto para se movimentar enquanto o carrinho 2 era mantido imóvel. Momentos antes do impacto o carrinho 2 foi solto. Um celular gravou todo o movimento e a reação dos carrinhos. A segunda parte foi repetida mais 4 vezes totalizando 5 vídeos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Colisões Elásticas Para cada lançamento foi obtido com o Tracker a posição de ambos os carrinhos a cada intervalo de tempo. A Imagem 1 mostra o gráfico da posição em função do tempo de cada carrinho e do centro de massa do sistema de uma das trajetórias, feito por meio do LabPlot, onde a cor azul representa o carrinho 1, a cor laranja representa o carrinho 2 e a cor vermelha representa o centro de masa. O mesmo foi feito para as demais trajetórias. Imagem 1 - Gráfico da posição em função do tempo para colisão elástica A Imagem 2 contém uma tabela com as respectivas velocidades associadas onde cada linha corresponde a uma trajetória. Imagem 2 - Velocidades das colisões elásticas A Imagem 3 contém uma tabela com os valores de momento linear onde cada linha corresponde a uma trajetória. Imagem 3 - Momento linear das colisões elásticas A imagem 4 contém uma tabela com os valores de energia cinética e trabalho onde cada linha corresponde a uma trajetória. Imagem 4 - Energia cinética e trabalho das colisões elásticas 4.2. Colisões Totalmente Inelásticas Para cada lançamento foi obtido com o Tracker a posição de ambos os carrinhos a cada intervalo de tempo. A Imagem 5 mostra o gráfico da posição em função do tempo de cada carrinho e do centro de massa do sistema de uma das trajetórias, feito por meio do LabPlot, onde a cor azul representa o carrinho 1, a cor laranja representa o carrinho 2 e a cor vermelha representa o centro de masa. O mesmo foi feito para as demais trajetórias. Imagem 5 - Gráfico da posição em função do tempo para colisão inelástica A Imagem 6 contém uma tabela com as respectivas velocidades associadas onde cada linha corresponde a uma trajetória. Imagem 6 - Velocidades das colisões inelásticas A Imagem 7 contém uma tabela com os valores de momento linear onde cada linha corresponde a uma trajetória. Imagem 7 - Momento linear das colisões inelásticas A imagem 8 contém uma tabela com os valores de energia cinética e trabalho onde cada linha corresponde a uma trajetória. Imagem 8 - Energia cinética e trabalho das colisões inelásticas 4.3. Discussões Para um sistema isolado, o momento linear total é sempre conservado. A energia cinética, no entanto, pode ou não ser conservada, dependendo do tipo de colisão. A conservação do momento linear é uma consequência direta da Terceira Lei de Newton (Ação e Reação). Durante a colisão, o carrinho 1 exerce uma força sobre o carrinho 2 (F1,2). Pela Terceira Lei de Newton, o carrinho 2 exerce uma força de mesma magnitude e sentido oposto sobre o carrinho 1 (F2,1 ). Portanto, F1,2 = −F2,1, ou seja, a soma das forças internas do sistema é 0. Em um sistema idealmente isolado, a força externa resultante é zero. Para um sistema de dois corpos, o momento linear total do sistema em qualquer instante pode ser dado pela Eq.2. Que pode ser derivada: (5) 𝑑𝑃 → 𝑑𝑡 = 𝑑𝑝 1 → 𝑑𝑡 + 𝑑𝑝 2 → 𝑑𝑡 A Segunda Lei de Newton nos diz que a força resultante sobre uma partícula é igual à taxa de variação do seu momento linear total. (6) 𝑑𝑃 → 𝑑𝑡 = ∑ 𝐹 1 → + ∑ 𝐹 2 → Neste sistema isolado, não há atuação de forças externas e todas as forças internas se anulam pela lei da ação e reação. Desse modo, a taxa de variação do momento total é 0, o que implica dizer que o momento linear total do sistema é constante. (7) 𝑃 𝑖→ = 𝑃 𝑓 → A conservação da energia cinética depende de como a energia é transformada durante o impacto. Em uma colisão perfeitamente elástica entre dois corpos, no breve instante do impacto, a energia cinética deles é temporariamente convertida em energia potencial elástica que é devolvida aos corpos na forma de energia cinética quando eles se separam, sem perdas. No caso de uma colisão completamente inelástica, parte da energia cinética inicial é convertida em outras formas de energia que não são recuperadas como movimento. Os corpos se unem após o choque e o mecanismo que os une, seja qual for, realiza um trabalho que dissipa energia. Por isso, a energia cinética final do conjunto é menor que a energia cinética inicial. A energia cinética se conserva apenas quando as forças de interação são perfeitamente conservativas. Se o processo de colisão envolve atrito, som ou deformação permanente, parte da energia cinética é convertida nessas outras formas, e, portanto, a energia cinética do sistema diminui. Para as colisões elásticas o valor médio de impulso (J) encontrado foi de (284 ± 422) , e para as colisões inelásticas foi de (242 ± 134) . O esperado era 𝑔 𝑐𝑚 𝑠 𝑔 𝑐𝑚 𝑠 que o momento linear se conservasse, ou seja, que o impulso fosse nulo. Observa-se que o erro associado ao valor do impulso em ambos os tipos de colisão foi bem alto, além disso, em certas colisões, a diferença entre o momento linear inicial é bem pequena. Dentre as colisões elásticas existe uma em que o impulso obtido foi de (2,9 ± 528,5) e dentre as inelásticas existe uma em que o 𝑔 𝑐𝑚 𝑠 impulso obtido foi de (53,5 ± 76,4) . Diante disso, considera-se que o 𝑔 𝑐𝑚 𝑠 experimento foi eficaz para demonstrar a conservação do momento linear. Para as colisões elásticas o valor médio de energia cinética convertida (W/Ki) encontrado foi de 0,07 ± 0,11, e para as colisões inelásticas foi de 0,416 ± 0,024. Os resultados foram coerentes com o esperado, a energia cinética nas colisões elásticas foi bastante conservada, em contrapartida, nas colisões inelásticas parcela significativa da energia cinética foi convertida em outras formas de energia. 5. CONCLUSÃO O experimento demonstrou que, em sistemas isolados onde a força externa resultante é nula, o momento linear total do sistema deve ser conservado, como consequência direta da Terceira Lei de Newton independentemente do tipo de colisão. Apesar das incertezas experimentais elevadas, os valores médios de impulso ficaram próximos de zero, como em uma colisão elástica com impulso de (2,9 ± 528,5) g·cm/s e uma inelástica com (53,5 ± 76,4) g·cm/s. o que confirma a validade da conservação do momento linear. Quanto à energia cinética, os resultados mostraram uma clara diferença entre os dois tipos de colisão, para as colisões elásticas, a fração média de energia cinética convertida foi de 0,07 ± 0,11 o que indica que a maior parte da energia foi preservada como movimento dos corpos após o impacto. Já nas colisões inelásticas, esse valor foi significativamente maior, 0,416 ± 0,024, evidenciando que grande parte de energia cinética inicial foi dissipada em outras formas. Esses resultados estão de acordo com a teoria, que afirma que a energia cinética só se conserva quando as forças de interação são totalmente conservativas. Assim, o experimento foi útil e eficaz para aplicar e verificar os princípios da conservação do momento linear, da energia cinética e a influência das forças envolvidas em diferentes tipos de colisão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física. Vol. 1: Mecânica. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO ENGENHARIA MECÂNICA COLISÕES ELÁSTICAS E INELÁSTICAS 1.INTRODUÇÃO 2.OBJETIVOS 3.MATERIAIS E MÉTODOS 3.1Materiais 3.2Métodos 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.CONCLUSÃO