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V Semana de Administração, Orçamentária, Financeira e de Contratações Públicas Elaboração, Análise e Avaliação de Políticas Públicas Organização: EDSON RONALDO NASCIMENTO Abril de 2008 Introdução ao Estudo da Administração Pública 2 I – Introdução: a Nova Gestão Pública A Gestão Pública representa a prática que deve ser aprimorada para o alcance de determinados fins, incluindo a redução da pobreza, a melhoria nos sistemas educacionais e de saúde, o aumento da competitividade da economia, a preservação e a conservação dos recursos naturais, a difusão e a expansão da cultura nacional, além da segurança que o Estado deve oferecer aos cidadãos. Em geral, essas são algumas das principais demandas de uma sociedade e todo o aperfeiçoamento de uma Nova Gestão Pública deverá ser orientado estrategicamente para o atendimento desses objetivos, ou seja, o desenvolvimento econômico e social do país. Nesse sentido, a Nova Gestão Pública proposta nesse estudo deve fazer parte de um projeto de desenvolvimento nacional. A melhoria das organizações e dos métodos, da informação gerencial, da capacitação das pessoas ganha um sentido estratégico quando parte de um projeto de desenvolvimento. Humberto Falcão Martins1 entende que para atuar nesse novo perfil de Gestão Pública os governos tentam buscar alguns referenciais estratégicos: a questão da visão de futuro, as novas variáveis e, principalmente, a definição de alguns objetivos estratégicos a serem traçados; o foco em resultados, que se expressa na orientação para o desempenho e que pressupõe planejamento, definição dos instrumentos, mensuração de desempenho e avaliação. Dessa forma, uma Nova Gestão Pública dá ênfase à descentralização, e, principalmente, à gestão baseada na percepção da complexidade do ambiente e dos problemas enfrentados. Essa complexidade tem a ver com a abordagem interdisciplinar e multisetorial, que passa a ser exigida no tratamento dos problemas. Outro aspecto refere-se à visibilidade, à responsabilização sobre as ações governamentais, a partir do momento em que a sociedade passa a ser muito mais exigente e participativa, passando a valorizar temas como transparência, ética, accountability, eficiência e controle social. 1 Mestre e Doutor em Administração Pública pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas – EBAPE/FGV Introdução ao Estudo da Administração Pública 3 O papel do profissional que, historicamente, trabalha no setor público, baseado no modelo tradicional, burocrático e weberiano, vem sendo questionado. Hoje é quase um consenso de que esse perfil de gestor público já não atende mais às necessidades da sociedade. Novas condições e novos ambientes requerem também novas formas de governança. Os instrumentos contábil-gerenciais que permitem a mensuração econômica do valor criado na gestão pública prestam-se à superação das incompatibilidades de escalas e unidades diversas de medida na informação subjacente à avaliação da eficácia governamental, geralmente ainda restrita, na consideração dos benefícios, a índices físicos e qualitativos. Ainda segundo Humberto Falcão Martins, ao obter, mediante o custo de oportunidade, a expressão monetária não apenas dos custos, mas também dos benefícios da Gestão Pública, o modelo de gestão por resultados consegue identificar e mensurar o valor agregado à sociedade pela gestão pública, ou seja, o seu resultado econômico. Esta constitui a mais abrangente expressão e medida da eficácia da moderna Gestão Pública por objetivos e resultados, própria do modelo de governo empreendedor. A mensuração econômica se insere no próprio processo de Gestão Pública, desde a simulação e planejamento das políticas até às diversas etapas de execução e controle que asseguram, mediante avaliações contínuas pelos usuários, a eficácia da Gestão Pública no atendimento aos seus interesses e demandas. Para discorrer a respeito dessa Nova Gestão Pública este estudo está dividido em 9 (nove) partes. Iniciando por essa introdução, o texto passa a seguir a analisar o papel do setor governamental na economia. A terceira e a quarta parte tratam da elaboração e da avaliação das políticas públicas, de acordo com metodologia do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID. Na parte quinta o trabalho discorre a respeito da forma da mensuração da eficiência na Administração Pública, enquanto que na sexta e na sétima parte são analisados os princípios da Administração Pública no Brasil e a evolução da Administração como ciência. Introdução ao Estudo da Administração Pública 4 II - O Papel do Setor Público na Economia Das teorias que procuram explicar o papel do Setor Público na economia, a mais conhecida entre nós é aquela desenvolvida por Richard Musgrave: os governos realizam três funções clássicas na economia, envolvendo a alocação de recursos à sociedade, a estabilização macroeconômica e a distribuição de renda e riqueza (função alocativa, função estabilizadora e função distributiva).Em geral essas funções ocorrerão simultaneamente e de alguma maneira complementar. A estabilidade macroeconômica poderá facilitar a alocação de recursos ou mesmo a distribuição de renda, por exemplo. No Brasil, podemos identificar a predominância de alguns desses papéis na nossa história recente. Podemos associar o Governo Militar a uma fase de predominância da função alocativa de recursos a partir de um “Estado Empresário” que investiu maciçamente em diversos setores da economia. Nesse período a grande oferta de bens e serviços era coberta pelo setor governamental (serviços de transportes ferroviários, energia elétrica, telefonia, serviços financeiros, exploração de minérios etc). Durante o Governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) podemos identificar a busca pela estabilidade na economia que levou a criação do Plano Real e da Lei de Responsabilidade Fiscal, para citar alguns exemplos. Ao contrário da situação observada durante o regime militar o Governo FHC buscou reduzir a presença do Estado na economia deixando a alocação de bens e serviços preferencialmente ao setor privado. Mai recentemente no Governo Lula verificamos a adoção de Programas de Transferência Condicionada de Renda, experiência que vem apresentando bons resultados sociais em países como o México (Programa Oportunidades) e o Chile (Programa Chile Solidário). Em outras palavras, no atual governo predomina a função distributiva de renda, conforme definição de Musgrave. Outras questões relacionadas à participação do Setor Público na economia podemos identificar nos estudos de Adolph Wagner que desenvolveu um modelo – conhecido como Lei de Wagner – para demonstrar que os gastos públicos na economia crescem mais do que o PIB. De acordo com esse autor, o aumento das despesas governamentais acima do Produto Interno deve-se ao fato de que mesmo com a redução do tamanho do Estado, novos serviços na área da Justiça e junto ao Poder Legislativo tornam-se necessários quando o Introdução ao Estudo da Administração Pública 5 setor privado expande sua atuação na economia. Além disso, para a proteção social de uma classe de excluídos os governos deveriam atuar de forma mais intensa no fornecimento de bens públicos e meritórios. Também a questão da regulação aumentam os gastos governamentais visto que o setor empresarial poderá buscar uma maior lucratividade a partir da constituição de monopólios, cartéis etc, o que exige o controle do Estado. Além de Wagner e Musgrave outros autores se debruçaram sobre a questão dos gastos do Setor Público considerando, além dos fatores citados, a questão da previdência pública e a oferta de produtos, tendo em vista as chamadas externalidades positivas (controle de doenças, redução doanalfabetismo etc). Nesse sentido podemos destacar ainda os trabalhos de Peacock e Wiseman, Herbert e Rostow. Podemos então verificar que em maior ou menor grau, o Setor Público desenvolve funções importantes no sistema econômico e, apesar da eterna crença neoclássica em uma mão invisível condutora da economia, não há dúvida que os governos desenvolvem uma atividade importante e necessária junto ao sistema econômico. Mas para que se desenvolvam essas atividades (complementares ou não) de forma a melhor servir a comunidade também o Setor Público deverá buscar algum tipo de aperfeiçoamento contínuo, alguma forma de inovação. De forma a garantir que o Estado brasileiro agregue algum valor ao sistema de mercado onde está inserido, a Constituição Federal de 1988 criou os chamados “princípios da Administração Pública brasileira”. Dessa forma, a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e por fim a eficiência, passaram a orientar a gestão pública e a conduta dos agentes públicos em nosso país. Esses princípios da Administração vêm em continuação a outras regras estabelecidas em um período anterior, onde o Setor Público sofreu influência de uma Teoria Gerencialista. De fato, o Decreto-Lei nº 200 de 1967 já apregoava uma especialização e um maior profissionalismo da Administração Pública, deixando para os órgãos centrais a função de planejamento e direção, enquanto que as funções executivas ficariam com uma administração indireta e, preferencialmente, com o setor privado (mediante contratos e concessões). Introdução ao Estudo da Administração Pública 6 III – Elaboração e Análise das Políticas Públicas Iniciamos essa parte estabelecendo uma diferença conceitual entre Administração Pública e Gestão Pública. Dentro deste estudo, Administração Pública representa o conjunto de agentes, técnicos e políticos que exercem atividades dentro do Setor Governamental. Gestão Pública, por outro lado representa a materialização das atividades da Administração nas diversas áreas de governo (orçamento, administração financeira, arrecadação etc). Além disso, consideraremos que a Administração é responsável pela elaboração de Políticas Públicas que visam atender as principais demandas sociais. Essas políticas representam a última etapa de um acordo social entre uma sociedade que elege seus representantes e um partido político que submete aos cidadãos eleitores um programa de governo. De acordo com estudos desenvolvidos pelo BID, as políticas públicas em todos os países deverão apresentam algumas características essenciais: • Estabilidade, o que significa que as políticas públicas deverão manter-se estáveis ao longo do tempo (sem grandes mudanças de rumo). • Adaptabilidade o que significa que as políticas públicas poderão sofrer modificações, se necessário, para atingirem seus objetivos. • Coordenação e coerência representando que as políticas públicas são resultados de ações bem coordenadas entre os atores que participam de sua elaboração • Qualidade da elaboração e efetiva implementação. • Orientada aos interesses do grande público - o que representa que as políticas públicas devem promover o bem-estar geral. • Eficiência, que de acordo com o BID significa buscar altos rendimentos com os recursos econômicos escassos. O critério da estabilidade impõe aos governos a garantia da liberdade econômica e a facilitação no que se refere à comercialização de bens e serviços pelo mercado; a imposição de normas jurídicas que cumpram seu papel social, mas que não venham a dificultar o planejamento e os negócios das empresas; a continuidade de programas essenciais iniciados Introdução ao Estudo da Administração Pública 7 em governos anteriores, mesmo que tenham origem em partido político oposto. Além disso, a estabilidade ocorrerá quando os governos honrarem seus compromissos contratuais tanto em nível internacional quanto no mercado doméstico e quando as políticas públicas não flutuarem ao sabor dos interesses políticos ou da tecnocracia governamental (BID, 2006). A adaptabilidade, conforme preceitua o BID envolve não apenas um exercício democrático por parte dos governantes (pacto social), mas também um pacto político em benefício do país. Em geral a adaptabilidade esta relacionada à capacidade do governo central de por em prática suas políticas tendo para isso a colaboração da sociedade – que deve entender que as políticas públicas devem atingir em primeiro lugar os mais necessitados – como também dos organismos políticos que não deverão propor medidas de engessamento para as ações governamentais. Muitas vezes algumas leis e normas regulatórias são criadas não tendo como propósito mais importante o bem-estar social, mas uma disputa por poder. A coordenação e a coerência das políticas públicas envolvem todos os agentes que participam direta ou indiretamente das diversas fases dessas políticas, desde a sua concepção até a implantação e o controle. Nos dias atuais a idéia de uma “Rede de Políticas Públicas” faz parte do arcabouço teórico que fundamenta essa integração de agentes públicos e privados com um objetivo comum: maximizar a utilidade das ações governamentais junto à sociedade. Certamente que essas redes somente conseguirão atingir suas metas se houver coordenação, complementação, controle recíproco etc. No Brasil, muitas vezes as relações federativas criam barreiras para essa coordenação e coerência na execução das políticas públicas (Ministério da Saúde x Prefeitura do Rio de Janeiro em 2007) e em outras a integração é positiva (Ministério do Desenvolvimento Social e Prefeituras para repasse do Programa Bolsa Família). A implementação e a efetiva aplicação é outro fator que deverá ser considerado na elaboração e execução de políticas públicas, de acordo com o BID. Um política poderá estar bem desenhada, e mesmo tendo passado pelo processo de aprovação se tornará totalmente ineficaz se não vier a ser aplicada. De acordo com o BID, isso ocorre quando não existe um corpo técnico capaz e independente dentro dos governos e quando o Sistema Judiciário não consegue desempenhar suas funções devido às pressões políticas ou interesses diversos. Introdução ao Estudo da Administração Pública 8 A orientação ao interesse público é outra característica que deverá ser observada na elaboração das políticas públicas, o que significa que os governos (seja em nível nacional ou local) não deverão atender aos interesses de grupos privados, mas buscar o bem-estar da coletividade. Algumas vezes o favorecimento poderá aparecer sob a forma de alocação de bens e serviços em determinadas localidades, enquanto que outras acabam não recebendo nenhum benefício. Outra forma de favorecimento se dá sob a forma de subsídios para determinado tipo de indústria em detrimento de outros setores produtivos, e assim por diante. Finalmente, a eficiência deverá ser outro objetivo a ser perseguido na elaboração das políticas públicas, o que se verificará quando os recursos do Estado forem canalizados para aquelas áreas onde o rendimento (custo-benefício) seja maior. Em geral, por meio da análise da eficiência pode-se medir a qualidade das políticas empregas pelo Setor Público. A análise da eficiência – e, portanto das próprias políticas – será feita pela Administração para verificar a melhor forma de alocar recursos, mas também pela sociedade por meio do controle social. Em geral, políticas ineficientes do ponto de vista da gestão pública, acabam trazendo externalidades negativas para a sociedade, ao passo que políticas eficientes tendem a gerar externalidades positivas. Ressalte-se que na concepção do Banco Interamericano de Desenvolvimento o Brasil apresenta bons resultados em todas essas áreas (classificação “ALTA”), exceto no que se refere aos itens Orientação ao Interesse Público e Eficiência (que apresentam classificação“MÈDIA”, de acordo com o Informe BID 2006). De qualquer forma, os resultados globais são positivos e colocam o Brasil em segundo lugar na América Latina no que se refere à elaboração de políticas públicas. Em primeiro lugar aparece o Chile e em último (na concepção do BID), o Equador. IV - Avaliação das Políticas Públicas De acordo com Cavalcanti (2008) na literatura identificamos quatro tipos de avaliação para as políticas públicas: avaliação ex-ante, avaliação ex-post ou somativa, avaliação formativa ou de processo e monitoramento. Introdução ao Estudo da Administração Pública 9 A avaliação ex-ante é realizada antes do início do projeto, ou seja, trata-se de uma avaliação que procura medir a viabilidade do programa a ser implementado, no que diz respeito a sua relação custo-benefício. Geralmente é utilizada por órgãos financiadores de projetos e pode ter como objetivo a identificação de prioridades e metas. A avaliação formativa ou de processo representa a categoria, em que os resultados de um programa ou política são focalizados, onde a avaliação assume um caráter somativo. Essa modalidade de avaliação que se realiza ao final da fase de implementação ou após a conclusão de um programa, consiste no exame e análise de objetivos, impactos e resultados. Focaliza a relação entre processo, resultados e impacto, comparando os diferentes programas, o que possibilita escolher o mais adequado e viável para atingir as metas no prazo pretendido. O objetivo principal da avaliação somativa, de acordo com Cavalcanti, é o de analisar a efetividade de um programa, compreendendo em que medida o mesmo atingiu os resultados esperados. A avaliação ex-post investiga em que medida o programa atinge os resultados esperados pelos formuladores. Entretanto, essa análise de resultados pode ser agrupada em duas modalidades: resultados esperados e resultados não-esperados. Referem-se, de acordo com a autora, respectivamente, aos efeitos gerados e aos efeitos não-antecipados pelo programa no plano de implementação. Nesta categoria a avaliação assume um caráter somativo, sendo que essa modalidade de avaliação - que se realiza ao final da fase de implementação ou após a conclusão de um programa - consiste no exame e análise de objetivos, impactos e resultados. A avaliação ex-post focaliza a relação entre processo, resultados e impacto, comparando os diferentes programas, o que possibilita escolher o mais adequado e viável para atingir as metas no prazo pretendido. O objetivo principal da avaliação somativa é o de analisar a efetividade de um programa, compreendendo em que medida o mesmo atingiu os resultados esperados. O monitoramento é um processo sistemático e periódico de análise da gestão, funcionamento e desempenho de programas e projetos Cavalcanti (2008). Tem como objetivo identificar desvios na execução das ações, entre o programado e o executado, diagnosticando suas causas e propondo ajustes operacionais, com vistas à adequação entre o plano e sua implementação. Ainda de acordo com a autora, Introdução ao Estudo da Administração Pública 10 as atividades de monitoramento são desenvolvidas durante a execução do programa. Entretanto, para realizá-las é necessário ter conhecimento do projeto nas suas fases inicial e final, bem como na sua fase de desenvolvimento, pois isto permite verificar o seu andamento com relação a objetivos e metas, viabilizando, se necessário, redirecionar, ou mesmo, redesenhar algumas ações que se comportaram de forma não prevista. Trata-se, portanto, de um processo contínuo que retroalimenta o ciclo de ajustes de uma política. O monitoramento é a medida da eficiência e eficácia de um programa ou projeto. Sendo assim, para monitorar é imprescindível que o problema esteja bem definido, bem como as ações estejam bem desenhadas e programadas, identificadas por indicadores claros e objetivos, possíveis de serem trabalhados. Não se pode monitorar o que não pode ser medido, portanto, os indicadores são ferramentas fundamentais para tornar possível uma ação efetiva de monitoramento. Já Holanda (2003) entende que o processo de avaliação pode ser desenvolvido em diversos níveis e sob diferentes enfoques, pressupondo a explicitação de um modelo de avaliação. De acordo com o autor, podemos identificar seis tipos de modelos de avaliação de políticas públicas: 1) o modelo baseado em objetivos, quando estes estão claramente definidos e constituem parâmetros explícitos para o trabalho de avaliação; 2) O modelo voltado para a tomada de decisão (ou orientado para a gestão) ou seja, para obter informações que permitam a tomada de decisões em relação ao futuro do programa; 3) O modelo livre de objetivos (“goal free model”) quando o avaliador se debruça sobre os resultados efetivamente alcançados, independentemente do que estabeleciam os objetivos iniciais; 4) O modelo transacional ou orientado para os participantes, dentro do qual o avaliador é um observador participante e se estabelece uma interação entre avaliador e avaliados (esse modelo é usado principalmente em monitoramento e avaliação de processo); 5) O modelo do contraditório (“adversary oriented” ou “advocacy oriented)”, quando deliberadamente se pretende chegar à avaliação contrastando pontos de vistas divergentes, como em um júri; 6) O modelo de discrepâncias, utilizado em programas e projetos que se realizam em ambientes complexos, quando não se pode estabelecer previamente relações de causa e efeito entre variáveis; neste caso a avaliação tem por objetivo exatamente definir essas relações, comparando os resultados obtidos com os padrões temporários e tentativos estabelecidos inicialmente. Para Cunha (2006) no Brasil, algumas razões para a demanda por avaliações envolvem a crise fiscal brasileira, que diminuiu a capacidade de gasto dos governos e aumentou a pressão por maior eficiência, além do fim do processo inflacionário, na medida em que acabou com as receitas financeiras (inflacionárias) dos governos e expôs os Introdução ao Estudo da Administração Pública 11 problemas das finanças públicas. Além disso, de acordo com o autor, o aprofundamento da democracia trouxe novos atores sociais e novas reivindicações aos governos. A longa crise econômica brasileira aumentou a desigualdade social e a busca pelos programas sociais do governo, considerando-se ainda a desestruturação da função de planejamento, que deixou os governantes sem elementos de informação e avaliação. Segundo Cunha (2006) appud Silva (1999) o motivo mais imediato do interesse pela avaliação de atividades de governo seria a preocupação com a efetividade, isto é, com a aferição dos resultados esperados e não-esperados alcançados pela implementação dos programas. O segundo motivo seria o de entender o processo pelo qual os programas alcançaram ou não esses resultados, analisando a dinâmica da intervenção estatal e os problemas concretos advindos da implementação. Outros motivos relevantes seriam a aprendizagem organizacional das instituições públicas sobre suas atividades, a tomada de decisão sobre a continuidade ou não dos programas e, ainda, a transparência, qualidade e accountability na gestão dos recursos públicos (responsabilização dos gestores por decisões e ações implementadas). No que se refere à avaliação quantitativa das políticas públicas, nos últimos anos vem se desenvolvendo diversos modelos de medida de eficiência na gestão a na utilização de recursos públicos pelos governantes. Em geral esses modelos poderão apresentar um formato paramétrico – onde a identificação de parâmetros como a variância e desvio padrão oferecem uma análise mais pormenorizada dos gastos – ou uma metodologia não- paramétrica - que se utilizada de modelos conhecidos como o DEA (Data Envelopment Analisys) e o Free Disposal Hull (FDH). V - Mensuração da Eficiência A mensuração de fronteiraseficientes na economia tem início com os trabalhos de Farrell (1957). Em linhas gerais é possível separar as abordagens de análise de eficiência em dois grupos: aquelas que usam métodos paramétricos e as que utilizam os não- paramétricos para definir a fronteira de eficiência. As primeiras assumem que a fronteira pode ser representada por uma função especificada por parâmetros constantes. Com isso, uma forma funcional é estabelecida a priori para representar a tecnologia das firmas (ou municípios na presente Introdução ao Estudo da Administração Pública 12 análise). Nesse caso, a estimação da fronteira é feita, normalmente, utilizando métodos econométricos (Gasparini e Ramos, 2003). Já de acordo com Boueri (2006) o princípio da metodologia DEA é baseado na definição física de eficiência que é dada pela relação entre os insumos utilizados e os produtos gerados. Assim, quanto maior a produção de uma unidade para uma dada quantidade de insumos ou, alternativamente, quanto menor a quantidade de insumos utilizada para uma determinada quantidade de produto, maior será a eficiência desta unidade. Podemos utilizar um modelo não-paramétrico, por exemplo, para avaliar a eficiência em programas de saúde em nível estadual no Brasil. Nesse caso, podemos relacionar a variação nos gastos em saúde com o aumento na oferta de leitos hospitalares. De acordo com a metodologia DEA chegaremos ao gráfico a seguir. A linha em destaque (na cor azul) representa a fronteira de eficiência técnica estabelecida pelo modelo DEA. Nesse caso, verificamos que o Estado “H”, apesar de estar na parte mais elevada da curva (possui o maior número de hospitais), não é o mais eficiente, sendo superado pelo Estado “F” que apresenta um número maior de hospitais Introdução ao Estudo da Administração Pública 13 proporcionalmente aos recursos despendidos com a saúde. Maiores detalhes a respeito desse exemplo serão apresentados em nossas aulas presenciais. Resta considerar que as políticas públicas desenvolvidas no Brasil nos últimos anos estão voltadas principalmente para políticas sociais e distribuição condicionada de renda (Programa Bolsa Família), conforme visto anteriormente. Mais recentemente, com a estabilidade fiscal e o controle dos principais agregados macroeconômicos, o Governo Federal busca uma retomada no desenvolvimento da infra-estrutura a partir de programas como o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. VI – Princípios da Administração Pública Brasileira Os princípios básicos da Administração Pública no Brasil estão elencados na Constituição Federal de 1988, que no caput do artigo 37 determina, in verbis: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ................................................................................................. Pelo princípio da legalidade, vemos que a Administração Pública possui limites, e que não está livre para fazer ou deixar de fazer algo, de acordo com a vontade do governante somente, mas que deverá obedecer a lei em toda a sua atuação. O princípio da legalidade representa uma garantia para os administrados, pois, qualquer ato da Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei, em sua acepção ampla. Representa um limite para a atuação do Estado, visando à proteção do administrado em relação ao abuso de poder. Importante diferenciar legalidade de reserva legal. O princípio da legalidade estrita veicula uma ordem genérica, segundo a qual a criação ou a modificação de direitos ou obrigações depende de espécie jurídica regularmente produzida, na conformidade com o processo legislativo constitucional. O princípio da reserva legal, por outro lado, ocorre sempre que a Constituição Federal referir-se a determinado tema e atribui a sua regulamentação “aos termos da lei” ou “na forma da lei”. O princípio da impessoalidade tem por objetivo fazer com que a Administração Pública atue na efetivação precisa do interesse público, através de um caráter Introdução ao Estudo da Administração Pública 14 eminentemente impessoal. Este caráter impessoal poderá ocorrer de duas maneiras: a primeira está relacionada à vedação de qualquer favorecimento ou prejuízo de pessoas ou grupos, isso porque há uma finalidade objetiva e esta direciona-se justamente em uma atuação coletiva, impessoal, voltada tão somente a uma finalidade pública, e se desrespeitada poderá ensejar na anulação do ato que fora praticado pela administração. A segunda forma de se perceber o caráter impessoal está em se observar que os atos administrativos não devem ser atribuídos ao agente público que o está praticando, mas sim a Administração Pública. Portanto, é vedado pela Carta Magna qualquer promoção pessoal ou benefício exclusivo com fins políticos ou pessoais dos agentes públicos. Para explicar o princípio da moralidade na Constituição Federal, destaco o magistério de Hely Lopes Meirelles. De acordo com o autor, a moralidade administrativa constitui hoje em dia, pressuposto da validade de todo ato da Administração Pública. Não se trata da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. O agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. Por considerações de direito e de moral, o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria instituição, porque nem tudo que é legal é honesto. A moral comum é imposta ao homem para sua conduta externa; a moral administrativa é imposta ao agente público para a sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum. De acordo com o princípio da publicidade, é dever atribuído à Administração Pública dar total transparência a todos os atos que praticar, além de fornecer todas as informações solicitadas pelos particulares, sejam públicas, de interesse pessoal ou mesmo personalíssimas, que constem de bancos de dados públicos, pois, como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso.O aludido princípio comporta algumas exceções, como os atos e as atividades relacionados com a segurança da sociedade ou do Estado, ou quando o conteúdo da informação for resguardado pelo direito à intimidade. De acordo com o professor Leandro Cadenas “o princípio da publicidade diz respeito à obrigação de dar publicidade, levar ao conhecimento de todos os seus atos, contratos ou instrumentos Introdução ao Estudo da Administração Pública 15 jurídicos como um todo. Isso dá transparência e confere a possibilidade de qualquer pessoa questionar e controlar toda a atividade administrativa que deve representar o interesse público, por isso não se justifica, de regra, o sigilo”. Ressalte-se que o princípio da publicidade está relacionado à transparência e ao incentivo à participação social no controle da gestão pública. O princípio da eficiência, instituído a partir da Emenda Constitucional nº 19 não se limita à qualidade do serviço prestado pela Administração Pública direta e indireta, mas também dos serviços que possam ser operacionalizados por terceiros mediante concessão dos serviços públicos. O princípio da eficiência é de suma importância nas mais diversas searas em que a Administração Pública atua, desde a contratação e exoneração de agentespúblicos até a prestação de seus serviços. Novamente destaco a doutrina de Hely Lopes Meirelles que definiu o princípio da eficiência como "o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros." Além dos princípios da Administração Pública o artigo 37 da CF/1988 destaca também o seguinte: • Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação; • Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas anteriormente, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; • Os atos de improbidade administrativa importarão na suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível; • A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de Introdução ao Estudo da Administração Pública 16 metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre o prazo de duração do contrato, os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes e a remuneração do pessoal. Verifica-se, portanto, que a CF/1988 não apenas define os princípios gerais como também trata de aspectos operacionais relacionados à Administração Pública. VII - Evolução da Administração Pública como Ciência Podemos encontrar a idéia de uma Administração Pública eficiente e voltada para o interesse coletivo na Europa do Século XIX. Da “revolução das idéias”, no que se refere à relação da sociedade com o Estado nasce a percepção de que “boas instituições administrativas” são tão importantes quanto à liberdade política. Essas idéias inspiraram Paulino José Soares de Sousa, conhecido como Visconde do Uruguai, a desenvolver uma obra que pode ser considerada como marco da Administração Pública brasileira. Em seu livro “Ensaio sobre Direito Administrativo, de 1862, Uruguai destaca a importância de uma Administração Pública independente de interesses políticos partidários. Para o autor, em um momento em que no Brasil e na América Latina se propagavam os movimentos separatistas (Revolução Farroupilha no Sul) havia a necessidade da criação de uma Administração Pública centralizada e com princípios que alcançassem todas as regiões do país. Essa era a forma que o político Visconde do Uruguai entendia como mais eficiente para que o Brasil mantivesse suas fronteiras. Nesse sentido, a grande contribuição do Visconde do Uruguai para a Administração Pública foi a separação da Administração da Política e a especialização dos agentes públicos e servidores do Estado. Introdução ao Estudo da Administração Pública 17 Visconde do Uruguai Paulino José Soares de Sousa, o Visconde de Uruguai foi um político brasileiro nascido na França. Iniciou a vida pública na magistratura, sendo juiz de fora na cidade de São Paulo e, depois, ouvidor da comarca. Chegou a Desembargador da Relação da Corte, em 1852, aposentando-se como Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, em 1857. É ainda hoje considerado um dos maiores juristas brasileiros, especialmente na área do Direito Público e Constitucional. Deixou diversos trabalhos parlamentares e jurídicos, entre os quais Ensaios sobre o Direito Administrativo (1826) e Estudos Práticos sobre a Administração das Províncias no Brasil (1865). Mais tarde, em 1887, Woodrow Wilson, naquela época professor da Universidade de Princeton, escreveu artigo onde expõe idéias e reflexões morais e filosóficas a respeito de dois temas principais: Administração Pública e Política. No texto intitulado “O Estudo da Administração” Wilson discorre a respeito da evolução histórica dos métodos e técnicas administrativas, apresenta uma crítica ao sistema político norte-americano da época e destaca experiências internacionais, estabelecendo uma comparação entre a Administração Pública que se processava na Europa e nos Estados Unidos da América no início do Século XIX. Introdução ao Estudo da Administração Pública 18 Woodrow Wilson Após se eleger governador de Nova Jersey em 1910, foi indicado para a presidência na convenção democrata de 1912. Wilson venceu a campanha com um programa chamado "Nova Liberdade", que destacava o individualismo e os direitos dos estados. Foi eleito presidente dos Estados Unidos da América por duas vezes seguidas, ficando no cargo de 1912 a 1921. Era membro do Partido Democrata, tendo também sido reitor da Universidade de Princeton e laureado do Prêmio Nobel da Paz em 1919. Woodrow Wilson é considerado um pai do idealismo, lutou por uma Alemanha livre e com condições para um desenvolvimento econômico e democrático. As diversas reflexões que permeiam o artigo desembocam na tentativa de construir um método histórico comparativo, visando justificar a existência de uma Administração Pública que melhor se adapte ao regime democrático pluralista que, na visão do autor, caracterizava o espírito do povo norte-americano na época. Introdução ao Estudo da Administração Pública 19 O aspecto mais importante do texto é, portanto, o desenvolvimento de um estudo de Administração Pública Comparada, buscando identificar as melhores técnicas e a melhor forma de gestão dos serviços públicos oferecidos à sociedade O autor destaca ainda o papel da sociedade frente a uma conduta administrativa do Estado, não como forma de fiscalização, mas de um controle social que vise aperfeiçoar o papel da burocracia a serviço do cidadão. Para tanto, de acordo com Wilson, a educação torna-se peça fundamental, não apenas no sentido de melhor preparar o indivíduo para o controle social do Estado, mas para o próprio aperfeiçoamento da Administração Pública. O artigo publicado por Wilson é considerado ponto de partida, em nível internacional, da Administração Pública como ciência na forma como a conhecemos na atualidade. Mais recentemente em nosso país tivemos a chamada Reforma Administrativa do Estado que buscava entre outros objetivos uma maior eficiência da máquina pública a serviço da sociedade. Essa Reforma teve como principais características, de acordo com Bresser-Pereira (1997): a) a delimitação das funções do Estado, reduzindo seu tamanho em termos principalmente de pessoal através de programas de privatização, terceirização e publicização implicando na transferência para o setor público não-estatal dos serviços sociais e científicos prestados pelo Estado; b) a redução do grau de interferência do Estado ao efetivamente necessário através de programas de desregulação que visem o aumento de recursos aos mecanismos de controle via mercado, transformando o Estado em um promotor da capacidade de competição do país a nível internacional ao invés de protetor da economia nacional contra a competição externa; c) o aumento da governança do Estado, ou seja, da sua capacidade de tornar efetivas as decisões do governo, através do ajuste fiscal, que devolva autonomia financeira ao Estado, da Reforma Administrativa rumo a uma Administração Pública gerencial (ao invés de burocrática), e a separação, dentro do Estado, ao nível das atividades exclusivas de Estado, entre a formulação de políticas públicas e a sua execução; e d) o aumento da governabilidade, ouseja, do poder do governo, graças à existência de instituições políticas que garantam uma melhor intermediação de interesses e tornem mais legítimos e democráticos os governos, aperfeiçoando a democracia representativa e abrindo espaço para o controle social ou democracia direta. Essas práticas, principalmente aquelas relacionadas ao ajuste fiscal, controle dos gastos públicos e auto-sustentabilidade continuam sendo na atualidade os grandes objetivos da Administração Pública no Brasil. Soma-se a isso o investimento na qualificação de Introdução ao Estudo da Administração Pública 20 pessoal no setor público e a criação das chamadas “carreiras típicas de Estado” como forma de separar a Administração Pública da política, conforme proposição de Uruguai e Wilson. VIII - Conclusão Esse texto dá início a um novo debate dentro da Semana de Administração, Orçamentária, Financeira e de Contratações Públicas com uma abordagem que propõe a discussão a respeito de uma Nova Gestão Pública e de novas formas de análise e avaliação de políticas públicas, visando à tomada de decisão em nível governamental. É importante que os gestores públicos tenham à sua disposição não apenas o referencial teórico que envolve este tema. É necessário conhecer também as ferramentas que poderão ser utilizadas para elaborar, acompanhar e mensurar a Gestão Pública suas diversas fases. IX – Bibliografia Consultada AFONSO, Antônio. A Eficiência do Estado. Boletim de Desenvolvimento Fiscal nº 03, IPEA, Brasília, 2006. AFONSO. A.,SCHUKNECHT, L e TANZI, V. Public Sector Efficiency: an international comparison. Public Choice, 2005, 123: 321-347 AMARAL. Antônio Carlos Cintra. O Princípio da Eficiência no Direito Administrativo. Revista Eletrônica sobre a Reforma do Estado – RERE nº 5, Salvador, 2006. BLAU, Peter M. SCOTT,W. Richard. Formal Organizations: A Comparative Approach. Publisher: Chandler Publishing. Place of Publication: San Francisco. Publication Year: 1962. BOUERI, Rogério. Uma Avaliação da Eficiência dos Municípios Brasileiros na Provisão de Serviços Públicos usando “Data Envelopment Analysis”. Boletim de Desenvolvimento Fiscal | 03 |. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA dez. 2006. 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