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Vinda da Família Real - Slide

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A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL
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A TRANSMIGRAÇÃO DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL:
Pela manhã de 07 de março de 1808, a população da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro foi alertada da entrada de navios da esquadra real portuguesa pelas fortalezas que defendiam a Baía de Guanabara. Estes navios traziam a rainha Da Maria I e o príncipe regente D. João. Uma tempestade ocorrida durante a viagem de Lisboa para o Brasil dividiu a frota em dois grupos: uma parte da frota veio para o Rio de Janeiro, tendo adentrado a Baía de Guanabara em 17 de Janeiro de 1808, enquanto a outra parte da esquadra que conduzia a rainha e o príncipe regente aportou em Salvador em 21 de Janeiro, onde ficou por mais de um mês.
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A transferência da Corte portuguesa para sua colônia sul-americana não significou simplesmente a vinda da família real para o Brasil. Esta transferência, na verdade, representou:
A instalação do governo do Império Português no Brasil (mais precisamente, no Rio de Janeiro);
O fim do período colonial brasileiro.
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Motivo da vinda
Concebida desde o século XVII, como solução emergencial para períodos de crise, a transferência da Corte para o Brasil começou a ganhar contornos mais definidos nos primeiros anos do século XIX, quando as conquistas napoleônicas no continente europeu e o confronto do imperador francês com a Inglaterra tornaram insustentável a permanência da Casa de Bragança (a qual pertenciam Da Maria I e o regente, seu filho, D. João) no comando do Império Português a partir de Lisboa;
Com a instalação da Corte no Rio de Janeiro, o príncipe regente D. João tratou de, através de uma série de atos administrativos, adequar a cidade à condição de sede da monarquia, promovendo a construção dos “pilares institucionais” do governo;
Além disso, a própria cidade do Rio de Janeiro se transformou em um espaço de um “processo civilizatório” e de difusão dos “modos civilizados” da Europa ilustrada para todo o território 
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A ABERTURA DOS PORTOS BRASILEIROS E OS TRATADOS DE 1810
Encontra-se firmado certo consenso, em termos historiográficos, de que as medidas tomadas pelo príncipe regente D. João a partir da instalação da Corte portuguesa no Brasil contribuíram de maneira significativa para o futuro processo de emancipação política brasileiro. Com toda certeza, a medida de maior impacto foi a que decretou a “abertura dos portos brasileiros às nações amigas”;
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Na carta régia de 28 de janeiro de 1808
O príncipe regente ordenava, EM CARÁTER PROVISÓRIO, que fossem admissíveis nas alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas ou mercadorias, transportadas ou em navios da real coroa ou em navios dos vassalos, pagando um imposto de importação de 24%;
Determinava também que, não somente os vassalos portugueses, mas também os estrangeiros pudessem exportar para quaisquer portos em benefício do comércio e da agricultura, excetuando-se o pau-brasil e outros produtos “estancados” (ou seja, sob monopólio do Estado);
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Observações
OBS I: A abertura dos portos deve ser entendida como uma etapa fundamental do processo pelo qual o Brasil passou do antigo monopólio português para uma nova modalidade de inserção na economia mundial;
OBS II: Ainda que Inglaterra tivesse sido a grande beneficiária da medida que determinou a abertura dos portos brasileiros, a reivindicação britânica, desde 1807, era de que um porto fosse aberto exclusivamente para o comércio inglês (o porto de Santa Catarina) – isto significa dizer que no início do século XIX a Inglaterra ainda não era a grande defensora de um “irrestrito livre comércio internacional”;
OBS III: Esta medida favoreceu também os proprietários rurais produtores de bens destinados à exportação (algodão, açúcar) que se livraram do monopólio comercial da Metrópole portuguesa
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OBS IV: A abertura dos portos contrariou, todavia, os interesses de grandes comerciantes provocando protestos no Rio de Janeiro e em Lisboa, o que levou o príncipe regente a fazer algumas concessões dentre as quais podemos destacar:
Por meio de um decreto de junho de 1808, o comércio livre ficou limitado aos portos de Belém, S. Luís, Recife, Salvador e Rio de Janeiro;
O comércio de cabotagem na costa brasileira ficou reservado a navios portugueses;
O imposto sobre produtos de importação que havia sido fixado em 24% “ad valorem”, foi reduzido para 16% quando se tratasse de importação feita em embarcações portuguesas;
OBS IV: Outra medida significativa que contribuiu para o fim do “estatuto colonial” do Brasil foi a determinação da abertura de fábricas e manufaturas no Brasil pelo alvará de 1º de maio de 1808.
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OS TRATADOS DE 1810:
Os tratados de 1810 representaram o ápice da preeminência britânica sobre o Império Português;
Diante das medidas tomadas pelo príncipe regente D. João no sentido de atenuar as vantagens e as ambições britânicas resultantes da abertura dos portos, intensas negociações se desenvolveram entre Londres e Rio de Janeiro visando a garantia do predomínio dos interesses britânicos sobre o mercado luso-brasileiro;
Depois de quase dois anos de negociações, os tratados foram assinados em 19 de fevereiro de 1810. Estes tratados foram o de ALIANÇA E AMIZADE (11 artigos públicos e dois decretos), o de COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO (32 artigos) e uma CONVENÇÃO (13 artigos);
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ALGUMAS DISPOSIÇÕES DO TRATADO DE ALIANÇA E AMIZADE
O tratado dispunha sobre questões de natureza política, estabelecendo-se a garantia da união perpétua entre os dois países e a obrigação de preservação da paz;
A Inglaterra comprometia-se a reconhecer como soberano de Portugal o legítimo herdeiro da casa de Bragança;
Pelo artigo 6º, os ingleses foram autorizados a cortar e comprar madeiras nos bosques e florestas brasileiros para a construção de navios de guerra, excetuando-se as florestas reais, cuja madeira destinava-se à marinha portuguesa – ao mesmo tempo, o príncipe regente se comprometia a não estender este privilégio a outras nações;
Pelos artigos 7º e 8º, as esquadras enviadas em socorro por qualquer dos reinos receberiam provisões da parte socorrida e os navios de guerra poderiam entrar livremente nos portos das nações aliadas;
Pelo artigo 9º, o príncipe regente se comprometia a não permitir o estabelecimento da Inquisição nos Estados da América Meridional;
Pelo artigo 10º, consentia-se na abolição gradual da escravidão, ao mesmo tempo em que eram delimitadas as possessões portuguesas que poderiam permanecer com o tráfico negreiro;
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ALGUMAS DISPOSIÇÕES DO TRATADO DE COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO:
Os primeiros nove artigos definiam reciprocidade de direitos de ambas as partes sob a égide do sistema de livre-comércio e navegação;
Pelo artigo 2º, os súditos de ambos os países poderiam negociar, viajar, residir ou se estabelecer nos portos, nas vilas, nas cidades dos respectivos Estados, exceto naqueles em que fossem proibidos estrangeiros;
Pelos artigos 3º, 4º, 5º e 7º, determinavam que haveria reciprocidade no tratamento dos súditos, produtos e navios das duas nações, no que se referia a impostos, tributos, direitos alfandegários e despesas nos portos;
Pelo artigo 8º, Portugal conservaria os monopólios sobre a venda de determinados produtos, tais como: marfim, madeira tintorial, diamantes, ouro em pó, pólvora e tabaco manufaturado;
Pelo artigo 10º, permitia-se aos ingleses a implantação de um tribunal privativo em cada um dos portos brasileiros, que seriam regidos por magistrados especiais, eleitos pelos ingleses residentes e confirmados pelo príncipe regente. Nos domínios ingleses, todavia, os portugueses seriam tratados como qualquer estrangeiro;
Pelo artigo 12º, era assegurada aos ingleses residentes liberdade de consciência e de culto religioso, devendo seus locais de culto assemelhar-se a domicílios particulares;
Pelo artigo 19º, estipulavam-se as seguintes taxas de importação: 15% “ad valorem” para produtos ingleses, 16% para artigos portugueses e 24% para produtos de outras nações;
Pelo artigo 22º, o porto de Santa Catarina tornava-se
um porto franco, o que visava facilitar o comércio britânico com Buenos Aires;
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ALGUMAS DISPOSIÇÕES DA CONVENÇÃO:
		A Convenção visava o estabelecimento de uma linha mensal de paquetes (navios)entre os portos de Falmouth e do Rio de Janeiro, parando na Ilha da Madeira para serviço postal.
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ALGUNS ASPECTOS DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DURANTE A PERMANÊNCIA DA FAMÍLIA REAL NO BRASIL:
No nível dos tribunais superiores, a administração de D.João criou a MESA DO DESEMBARGO DO PAÇO, DA CONSCIÊNCIA E ORDENS, pela fusão do DESEMBARGO DO PAÇO com a MESA DE CONSCIÊNCIA E ORDENS, pelo alvará de 22/04/1808 ;
Transformação do TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO em CASA DE SUPLICAÇÃO para todo o Reino, pelo Alvará de 10/05/1808;
Criação das RELAÇÕES DO MARANHÃO (1812) e de PERNAMBUCO (1821); 
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Foram criados também neste período, vários órgãos superiores de jurisdições especializadas:
Conselho Supremo Militar (Alvará de 1 de abril de 1808);
Intendência Geral da Polícia: criada pelo alvará de 05 de abril de 1808, com a finalidade de controlar as obras públicas e organizar as tropas na Corte;
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Intendência Geral da Polícia
O primeiro intendente geral de polícia nomeado foi o desembargador Paulo Fernandes Viana que já havia ocupado vários cargos públicos, inclusive o de OUVIDOR GERAL DO CRIME;
Mesmo com escassos recursos, o intendente organizou a GUARDA REAL DA POLÍCIA e iniciou o patrulhamento da cidade;
O intendente possuía ilimitada jurisdição para manter a ordem na cidade (possuía jurisdição sobre juízes criminais), ao mesmo tempo em que a Intendência assumia várias atribuições que, ordinariamente, caberiam ao Senado da Câmara, o que gerou desavenças entre as duas instâncias, uma vez que os camaristas perderam certas prerrogativas sobre o espaço urbano com a criação da Intendência.
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HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL -
A ORDEM CONSTITUCIONAL DE 1824 DO LIBERALISAMO À BRASILEIRA AO PENSAMENTO POSITIVISTA
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O Antigo Regime 
Na Europa, no final da Idade Média, com formação dos Estados centralizados, os reis deram caráter autoritário aos seus governos. O poder real assumiu um aspecto absoluto (centralizador do poder) e, nesse processo, ocorreu um afastamento maior da nobreza em relação à burguesia.
Em Leviatã, Thomas Hobbes (1588-1679) elaborou um sistema lógico e coerente para explicar a necessidade de um governo absolutista, sendo considerado por muitos o principal teórico do período. Para Hobbes, o Estado absoluto representa a superação do estado de natureza. 
O auge do absolutismo no século XVIII foi também o ponto máximo de suas contradições. As tensões entre os reis, a nobreza e a burguesia levaram a uma situação pré-revolucionária na Europa. 
No final do século XVIII, diversos reis absolutistas europeus, assessorados por seus ministros “esclarecidos”, realizaram reformas de cunho iluminista, para garantir uma sobrevida ao Estado absolutista.
Já era tarde. Começou o processo da queda do Antigo Regime, caracterizado pelo colapso do Estado moderno absolutista e a troca por um outro tipo de Estado, controlado pela burguesia, o chamado Estado liberal.
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O pensamento liberal 
 O que é liberalismo? Corrente política que se afirma na Europa, mas também na América do Norte a partir de meados do século XVIII.
Combate o intervencionismo do Estado em todos os domínios. O Estado deve limitar-se a facilitar a produção privada, a manter a ordem pública, fazer respeitar a justiça e proteger a propriedade. (Adam Smith).
Na primeira metade do século XIX - os liberais são acérrimos defensores da propriedade privada, da economia de mercado e da liberdade de comércio internacional. São pelo fim das corporações, a desregulamentação do trabalho, defendem as liberdades políticas, o governo representativo etc.  
Na segunda metade do século XIX - os liberais passam a exigir que o Estado garantisse a proteção do mercado interno face à concorrência internacional. 
No final do século XIX - reclamam a intervenção do Estado na conquista de novos mercados internacionais e o acesso a regiões com recursos naturais. 
O liberalismo acabou por conduzir a sociedades européias liberais para a 1ª Guerra Mundial.  
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A Ordem Constitucional de 1824 
 O primeiro processo constitucional do Brasil começou com um decreto do príncipe D. Pedro, que no dia 3 de junho de 1822 convocou a primeira Assembléia Geral Constituinte e Legislativa da nossa história, para elaborar uma constituição formalizando a independência política do Brasil em relação à Portugal. Assim, a primeira constituição brasileira deveria ter sido promulgada. Acabou porém, sendo outorgada, já que durante o processo constitucional, o choque de interesses entre o imperador e os constituintes, mostrou-se inevitável.
Com a Assembléia Constituinte dissolvida, D. Pedro I nomeou um Conselho de Estado formado por 10 membros que redigiu a Constituição, usando partes do anteprojeto de Antônio Carlos de Andrada e Silva.
O escravismo e o latifúndio não entraram em pauta no seu anteprojeto, pois colocariam em risco os interesses da aristocracia rural brasileira. O esquema mantém a igualdade sem democracia, o liberalismo fora da soberania popular. Tratava-se portanto, de uma adaptação tupiniquim dos ideais do iluminismo aos interesses da aristocracia rural. 
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A Ordem Constitucional de 1824
Foi outorgada (imposta) em 25 de março de 1824, estabelecendo os seguintes pontos:
um governo monárquico unitário e hereditário.
voto censitário (baseado na renda) e descoberto (não secreto).
eleições indiretas, onde os eleitores da paróquia elegiam os eleitores da província e estes elegiam os deputados e senadores. Para ser eleitor da paróquia, eleitor da província, deputado ou senador, o cidadão teria de ter, agora, uma renda anual correspondente a 100, 200, 400, e 800 mil réis respectivamente.
catolicismo como religião oficial.
submissão da Igreja ao Estado.
quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. O Executivo competia ao imperador e o conjunto de ministros por ele nomeados.
 O Legislativo representado pela Assembléia Geral, formada pela Câmara de Deputados (eleita por quatro anos) e pelo Senado (nomeado e vitalício). 
O Poder Judiciário formado pelo Supremo Tribunal de Justiça, com magistrados escolhidos pelo imperador. Por fim, o Poder Moderador era pessoal e exclusivo do próprio imperador, assessorado pelo Conselho de Estado, que também era vitalício e nomeado pelo imperador.
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A Ordem Constitucional de 1824
 "A mutabilidade: semi-rigidez da Constituição de 1824 - artigo 178 - os limites e atribuições dos poderes políticos e dos direitos políticos e individuais eram propriamente constitucional. Tudo o mais poderia ser alterado - garantia à Carta de 1824, plasticidade e capacidade de adaptação à conjuntura política, econômica e social jamais vista.
 As Reformas – 1a.) Ato Adicional de 12 de agosto de 1834, que suprimiu o Conselho de Estado e substituiu a Regência Trina Permanente por uma Regência Uma Provisória - ampliou os poderes dos Conselheiros-Gerais das províncias e os transformou em Assembléias Legislativas das províncias. 2ª.) Lei de Interpretação do Ato Adicional, de 12 de março de 1840, de forte inspiração conservadora, quando se restabeleceu o Conselho de Estado e se reduziu um pouco a competência das Assembléias Legislativas das províncias 
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Brasil Império
 Título VI da Constituição de 1824
 A Constituição Imperial de 1824 elevou a Justiça Brasileira a um dos Poderes do Estado (Poder Judicial – Título VI) -assim estruturada: a) juízes municipais e de órfãos - nomeados entre bacharéis com um mínimo de um ano de prática forense para períodos de quatro anos. Podiam ser promovidos a juiz de direito, ou renomeados, ou abandonar a carreira, não tinham estabilidade. b) juízes de direito - eram estáveis e só perdiam o cargo por processo legal, embora pudessem ser removidos de um lugar para outro. c) desembargadores - no final do Império eram onze, e que operavam nas capitais provinciais.
d) O degrau mais alto da carreira era o Superior Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro, cujos membros tinham honras de ministro.
Supremo Tribunal de Justiça - Para revista de determinadas causas e solução dos conflitos de jurisdição entre Relações Provinciais. Foi criado pela Lei de 18 de setembro de 1828, compondo-se de 17 Ministros - ao mesmo tempo em que foi extinta a Casa da Suplicação, o Desembargo do Paço e a Mesa da Consciência e Ordens.
 A via da conciliação estava disciplinada no artigo 159 e seguintes da Carta Constitucional. A conciliação era tentada por Juízes de Paz, eleitos pela população da cidade ou vila, para mandato de 4 anos.
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Brasil Império
 
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