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464 18 - Sistemas com 2 GDL Vibração Livre sem Amortecimento Freqüências Naturais Modos de Vibração LT.: 5.1 a 5.4 Problemas: 5.1 a 5.31 465 Introdução Até agora, estudamos sistemas mecânicos com apenas 1 GDL: x(t), para a translação, ou (t), para a rotação Sistemas reais: na maioria dos casos, há necessidade de mais de uma coordenada independente para descrever o movimento Casos mais simples de sistemas multidimensionais: sistemas com 2 GDL Com ele introduziremos conceitos que serão estendidos para sistemas com n GDL (Cap. 6) 466 Ex.: Sistema motor-bomba Coordenadas generalizadas: 1. deslocamento linear x(t) do centro de gravidade 2. deslocamento angular (t), o qual representa a rotação da massa m em torno do seu centro de gravidade Logo, o sistema tem dois GDL: x(t) e (t) Poderíamos, também, ter usado outros pares de coordenadas. Por exemplo, os deslocamentos verticais das extremidades da base, x1(t) e x2(t) 467 O sistema possui apenas uma massa, apesar de ter dois graus de liberdade, logo não devemos vincular a quantidade da massas com a quantidade de GDL de um sistema Regra geral para o cálculo do número de graus de liberdade: No GDL do sistema = no de massas do sistema x no de movimentos possíveis de cada massa Existem n equações de movimento para um sistema com n GDL, uma para cada GDL. No caso mais geral, são n equações diferenciais acopladas, isto é, as n coordenadas (e/ou suas derivadas) estão presentes em mais de uma equação Entretanto, se for usado um conjunto adequado de coordenadas, denominadas coordenadas naturais, principais ou modais, podemos desacoplar as equações diferenciais, de maneira que elas podem ser resolvidas independentemente uma da outra 468 Vibração natural (ou livre) de um sistema com 1 GDL: • O sistema vibra na sua freqüência natural • Possui 1 freqüência natural Vibração natural (ou livre) de um sistema com n GDL: • Se forem dadas condições iniciais adequadas, o sistema vibrará em uma de suas freqüências naturais de vibração, ou seja, em um certo modo de vibrar denominado modo natural de vibração •Se forem dadas condições iniciais arbitrárias, vibrará em uma superposição dos modos normais • Possui n freqüências naturais •Possui n modos naturais de vibração Vibração forçada harmonicamente • Neste caso, o sistema vibrará na mesma freqüência da excitação • Existe risco de ressonância em n situações 469 Número mínimo de coordenadas independentes necessárias para especificar o movimento do sistema Exemplos: 1. movimento de rotação de um corpo rígido em torno de um eixo: 1 GDL (1 rotação) 2. corpo rígido solto no espaço: 6 GDL (3 translações e 3 rotações) Grau de Liberdade (GDL) 470 Restrições Mecânicas Reduzem a quantidade de GDL Exemplo: Pêndulo Simples A massa só pode se movimentar no plano do papel: 2 translações + 1 rotação = 3 GDL Se L = constante e m uma partícula, a quantidade de GDL fica reduzida a apenas 1, isto é, à rotação em torno do ponto de suspensão do pêndulo 471 Coordenadas x e y x2 + y2 = L2 a qual estabelece uma dependência entre as coordenadas x e y, denominadas coordenadas generalizadas dependentes No coordenadas dependentes: ncd = 2 No equações de restrição: ner = 1 Relação: nGDL = ncd - ner Equações de Restrição 472 Coordenada : L é constante: nci = 1 = coordenada generalizada independente Verificamos facilmente que nGDL = nci 473 MODELO MATEMÁTICO - SISTEMA COM 2 GDL CASO GERAL D.C.L.: 474 2a Lei de Newton: 1 .. 11221 . 2 . 2111 . 11 xm)xx(k)xx(cxkxc)t(F =−+−+−− 2 .. 2232 . 31221 . 2 . 22 xmxkxc)xx(k)xx(c)t(F =−−−−−− Ordenando: )t(Fxkx)kk(xcx)cc(xm 1221212 . 21 . 211 .. 1 =−++−++ )t(Fx)kk(xkx)cc(xcxm 2232122 . 321 . 22 .. 2 =++−++− (5.1) (5.2) As eqs. (5.1) e (5.2) não são independentes, pois existem coordenadas e suas derivadas presentes nas duas equações O sistema está acoplado, ou seja, o movimento de uma massa depende do movimento da outra massa: 475 Uma maneira de desacoplar as duas equações: k2 = 0 e c2 = 0 Entretanto, trata-se de um caso sem interesse, pois não teríamos mais um sistema com 2 GDL, mas sim 2 sistemas com 1 GDL cada 476 forma matricial das equações (5.1) e (5.2) = +− −+ + +− −+ + )t(F )t(F x x kkk kkk x x ccc ccc x x m0 0m 2 1 2 1 322 221 2 . 1 . 322 221 2 .. 1 .. 2 1 matriz massa matriz amortecimento matriz rigidez vetor aceleração vetor velocidade vetor deslocamento vetor excitação 477 Assim, o modelo matemático pode ser representado de uma forma bastante compacta por uma equação diferencial matricial: )t(Fx]k[x]c[x]m[ ... → =++ A eq. (5.3) representa um conjunto de equações diferenciais independentes somente quando [m], [c] e [k] forem matrizes diagonais Para o modelo da figura, as matrizes [m], [c] e [k] são matrizes simétricas Vamos, por enquanto, nos ocupar dos casos de vibração livre, isto é, quando o vetor forçamento é nulo. Os casos de vibração forçada serão vistos mais tarde (5.3) 478 VIBRAÇÃO LIVRE DE SISTEMAS SEM AMORTECIMENTO Fazendo c1 = c2 = c3 =0 (sistema sem amortecimento) e F1 = F2 = 0 (sistema sem forçamento) nas eqs. (5.1) e (5.2), abaixo repetidas: )t(Fxkx)kk(xcx)cc(xm 1221212 . 21 . 211 .. 1 =−++−++ )t(Fx)kk(xkx)cc(xcxm 2232122 . 321 . 22 .. 2 =++−++− (5.1) (5.2) 0xkx)kk(xm 221211 .. 1 =−++ 0x)kk(xkxm 232122 .. 2 =++− (5.4) (5.5) 479 PROCEDIMENTO CLÁSSICO PARA DETERMINAR FREQÜÊNCIAS NATURAIS E MODOS DE VIBRAÇÃO Considerar que, assim como os sistemas com 1 GDL, as respostas livres das duas massas sejam também harmônicas: 1 x1 = X1cos(t + ) x2 = X2cos(t + ) Derivar duas vezes e substituir nas eqs. (5.4) e (5.5): [(-m1 2 + k1 + k2)X1 – k2X2]cos(t + )= 0 [– k2X1 + (-m2 2 + k2 + k3)X2]cos(t + )= 0 (5.8) 480 Como cos(t + ) não pode ser nulo a todo instante, as quantidades entre colchetes é que devem ser nulas: (-m1 2 + k1 + k2)X1 – k2X2 = 0 – k2X1 + (-m2 2 + k2 + k3)X2 = 0 Na forma matricial: = ++− −++ 0 0 X X kkm-k kkkm- 2 1 32 2 22 221 2 1 Como as amplitudes não podem ser nulas, então, para que essa última equação seja satisfeita, é necessário que o determinante da matriz seja nulo: 0 kkm-k kkkm- det 32 2 22 221 2 1 = ++− −++ 481 0 mm kkkkkk ) m kk m kk ( 21 1332212 2 32 1 214 = ++ + + + + − (5.9) Expandindo o determinante, chegamos à chamada Equação da Freqüência: Resolver a eq. (5.9) As raízes são as freqüências naturais 2 Em geral, a equação da freqüência tem grau 2n, onde n é o número de GDL do sistema A eq. (5.9) tem 4 raízes, sendo que duas delas são negativas e, portanto, não têm significado físico, pois não existem freqüências naturais negativas 482 Convenção: As raízes (freqüências naturais) são chamadas 1 e 2 1 = freqüência natural fundamental (menor) 2 = 2a freqüência natural (maior) A mesma convenção será usada para sistemas com n graus de liberdade Modos Naturais (ou Normais) de Vibração São as maneiras de vibrar (relações entre as amplitudes X1 e X2) nas duas freqüências naturais Na freqüência 1: 1 0 modo natural de vibração Na freqüência 2: 2 0 modo natural de vibração 483 3 Para obter os dois modos naturais de vibração, vamos definir Fração (ou Razão) Modal como sendo a relação entre as amplitudes das duas massas: 1 2 X X r = Poderíamos, também, ter definido a fração modal como X1/X2 Entretanto, é mais comum colocarmos no denominador a amplitudeda primeira massa como referência Para sistemas com n graus de liberdade, as frações modais serão definidas sempre em relação à primeira massa: X2/X1, X3/X1, ... , Xn/X1 Obtenção da fração modal: é feita a partir da eq. (5.8) 484 0XkX)kkm( 22121 2 1 =−++− 2 2 121 1 2 k mkk X X r −+ == 0X)kkm(Xk 232 2 212 =++−+− 2 232 2 1 2 mkk k X X r −+ == 2 232 2 2 2 121 1 2 mkk k k mkk X X r −+ = −+ == (5.11) Assim, substituindo em qualquer uma das frações acima: 1 obtemos o primeiro modo de vibração, r1 2 obtemos o segundo modo de vibração, r2 485 EXEMPLO 5.1 Para simplificar, vamos considerar que m1 = m2 = m k1 = k2 = k3 = k 0 mm kkkkkk ) m kk m kk ( 21 1332212 2 32 1 214 = ++ + + + + − 0 m kkkkkk ) m kk m kk ( 2 24 = ++ + + + + − Substituindo na eq. (5.9): 0 m k3 m k4 2 2 24 =+− (5.9) 486 2 m k3 4 m k4 m k4 2 22 2 − − = m k3 e m k 21 == Levando em qualquer uma das eqs. (5.11), temos os dois modos naturais de vibração: 2 m k2 m k4 2 = 2 232 2 2 2 121 1 2 mkk k k mkk X X r −+ = −+ == (5.11) 487 k m k3 mkk X X r )2( 1 )2( 2 2 −+ == 1r2 −= k m k mkk X X r )1( 1 )1( 2 1 −+ == 1r1 = 488 Vetores Modais Os modos normais podem ser expressos pelos chamados vetores modais = = )1( 11 )1( 1 )1( 2 )1( 1)1( Xr X X X X = = )2( 12 )2( 1 )2( 2 )2( 1)2( Xr X X X X Amplitude da massa m1 no 10 modo Amplitude da massa m2 no 10 modo Amplitude da massa m1 no 20 modo Amplitude da massa m2 no 20 modo 489 Resposta Livre )tcos( Xr X )t(x )t(x )t( 11)1( 11 )1( 1 )1( 2 )1( 1)1( + = =x )tcos( Xr X )t(x )t(x )t( 22)2( 12 )2( 1 )2( 2 )2( 1)2( + = =x são determinadas pelas condições iniciais21 )2( 1 )1( 1 e ,X ,X 10 modo 20 modo (5.13) 490 0)0(x Xr)0(x 0)0(x constante alguma X)0(x 2 . )i( 112 1 . )i( 11 = = = == Se as condições iniciais forem estabelecidas adequadamente, então apenas um dos dois modos naturais pode ocorrer Podemos fazer com que o sistema vibre no seu i-ésimo modo natural (i = 1, 2) sujeitando-o às seguintes condições iniciais específicas: 491 Para condições iniciais impostas arbitrariamente, os dois modos naturais serão excitados O movimento resultante, dado pela solução geral das EDOL’s do modelo matemático, pode ser obtido superpondo os dois modos normais, eqs. (5.13): )tcos( Xr X )t(x )t(x )t( 11)1( 11 )1( 1 )1( 2 )1( 1)1( + = =x )tcos( Xr X )t(x )t(x )t( 22)2( 12 )2( 1 )2( 2 )2( 1)2( + = =x 10 modo: 20 modo: )tcos(Xr)tcos(Xr)t(x)t(x)t(x )tcos(X)tcos(X)t(x)t(x)t(x 22 )2( 1211 )1( 11 )2( 2 )1( 22 22 )2( 111 )1( 1 )2( 1 )1( 11 +++=+= +++=+= (5.15) (5.13) 492 Se as condições iniciais forem arbitrárias, ou seja, dadas pelos valores não nulos )0(x ,)0(x )0(x ,)0(x 2 . 2 1 . 1 21 )2( 1 )1( 1 e ,X ,X podem ser determinadas resolvendo-se as seguintes equações (obtidas substituindo as eqs. (5.16) nas (5.15): (5.16) 2 )2( 1221 )1( 1112 . 2 )2( 121 )1( 112 2 )2( 121 )1( 111 . 2 )2( 11 )1( 11 senXrsenXr)0(x cosXrcosXr)0(x senXsenX)0(x cosXcosX)0(x −−= += −−= += (5.17) Aparentemente, temos 6 incógnitas e 4 equações. Entretanto, as eqs. (5.17) podem ser vistas como um sistema de quatro equações algébricas cujas quatro incógnitas são 2 )2( 11 )1( 12 )2( 11 )1( 1 oscX e oscX ,senX ,senX 493 Após determinar essas quatro incógnitas, podemos calcular, a partir de conhecimentos trigonométricos elementares: 21 )2( 1 )1( 1 e ,X ,X )tcos(Xr)tcos(Xr)t(x)t(x)t(x )tcos(X)tcos(X)t(x)t(x)t(x 22 )2( 1211 )1( 11 )2( 2 )1( 22 22 )2( 111 )1( 1 )2( 1 )1( 11 +++=+= +++=+= (5.15) (ver L.T. eq. (5.18)) Finalmente, para obtermos a resposta livre completa, basta substituir os parâmetros acima na eq. (5.15), repetida abaixo: Slide 464 Slide 465 Slide 466 Slide 467 Slide 468 Slide 469 Slide 470 Slide 471 Slide 472 Slide 473 Slide 474 Slide 475 Slide 476 Slide 477 Slide 478 Slide 479 Slide 480 Slide 481 Slide 482 Slide 483 Slide 484 Slide 485 Slide 486 Slide 487 Slide 488 Slide 489 Slide 490 Slide 491 Slide 492 Slide 493