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A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 1 
 
A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO: UMA ANÁLISE DO CONSTRUTIVISMO, APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA, EXPERIENCIAL E MULTISSENSORIAL. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Bruna Silva Felix 
Eliana Drumond de Carvalho Silva 
Giane Demo 
Thamirys Patricia Ramos da Costa 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Ediana Maria Cacau Oliveira 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Sandro Garabed Ischkanian 
O presente artigo analisa a importância das principais teorias de aprendizagem – Construtivismo, 
Aprendizagem Significativa, Experiencial e Multissensorial – e como elas contribuem para o 
processo de alfabetização. A partir das perspectivas de Jean Piaget, Lev Vygotsky, David Ausubel, 
David Kolb e Howard Gardner, explora-se como o aprendizado ocorre de forma ativa, 
conectando-se a experiências e conhecimentos prévios. A integração das neurociências no 
contexto educacional é abordada, destacando como o conhecimento sobre o funcionamento do 
cérebro potencializa as práticas pedagógicas e promove uma alfabetização mais eficaz, o contexto 
ressalta a importância de estratégias multissensoriais e experienciais para atender às diferentes 
formas de aprendizagem, consolidando uma visão holística do desenvolvimento cognitivo. 
Palavras-chave: Construtivismo; aprendizagem significativa; neurociências; alfabetização; 
letramento; estratégias multissensoriais. 
 
 
This article analyzes the importance of the main learning theories – Constructivism, Meaningful 
Learning, Experiential Learning, and Multisensory Learning – and how they contribute to the 
literacy process. From the perspectives of Jean Piaget, Lev Vygotsky, David Ausubel, David 
Kolb, and Howard Gardner, it explores how learning occurs actively, connecting to experiences 
and prior knowledge. The integration of neuroscience into the educational context is discussed, 
highlighting how knowledge about brain functioning enhances pedagogical practices and 
promotes more effective literacy. The context emphasizes the importance of multisensory and 
experiential strategies to meet different learning styles, consolidating a holistic view of cognitive 
development. 
Keywords: Constructivism; meaningful learning; neuroscience; literacy; literacy development; 
multisensory strategies. 
 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 2 
 
1. INTRODUÇÃO 
A alfabetização é um dos pilares fundamentais no processo de desenvolvimento cognitivo 
e social dos indivíduos, e sua eficácia depende de uma série de fatores que envolvem tanto os 
aspectos pedagógicos quanto os biológicos do aprendizado. 
A constante busca por métodos mais eficientes e inclusivos levou ao desenvolvimento de 
várias teorias de aprendizagem que buscam compreender os processos mentais envolvidos na 
aquisição de habilidades de leitura e escrita. Nesse contexto, teorias como o Construtivismo, a 
Aprendizagem Significativa, a Aprendizagem Experiencial e a abordagem Multissensorial 
desempenham um papel crucial na formação de um ambiente educacional mais dinâmico e 
adaptado às necessidades dos alunos. Estas abordagens não apenas consideram os processos 
cognitivos como a construção ativa do conhecimento, mas também enfatizam a conexão entre o 
aprendizado e as experiências anteriores dos alunos, oferecendo um espaço para a integração de 
novas informações. 
O Construtivismo, como proposto por Jean Piaget, vê o conhecimento como algo que é 
ativamente construído pelo indivíduo, não apenas transmitido de forma passiva. Piaget acreditava 
que o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio da interação do sujeito com o ambiente, em um 
processo de adaptação contínua. Já Lev Vygotsky, com sua teoria socioconstrutivista, destacou a 
importância das interações sociais e do contexto cultural na aprendizagem, argumentando que o 
desenvolvimento da criança é amplamente influenciado pelo seu entorno social e pelas 
ferramentas culturais, como a linguagem, que facilitam a construção do pensamento. A interação 
com o meio social é, assim, um elemento central no processo de aprendizagem e alfabetização, 
pois promove o compartilhamento de experiências e o desenvolvimento de habilidades cognitivas 
através da mediação de adultos ou colegas mais experientes. 
Por sua vez, a Aprendizagem Significativa (AS), proposta por David Ausubel, coloca 
grande ênfase na importância do conhecimento pré-existente e na organização desse conhecimento 
para que novas informações possam ser significativas. Ausubel afirmou que o aprendizado 
acontece de maneira mais eficaz quando o novo conteúdo é relacionado de forma substancial a 
ideias já conhecidas pelos alunos. Esse processo de organização e contextualização das 
informações facilita a retenção e a aplicação do conhecimento, o que é particularmente relevante 
no contexto da alfabetização, onde é fundamental estabelecer conexões entre as palavras e os 
conceitos já presentes no repertório da criança. 
Aprendizagem Experiencial (AE), de David Kolb, por sua vez, destaca a importância da 
experiência direta no processo de aprendizagem. Segundo Kolb, a aprendizagem é um ciclo 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 3 
 
contínuo que envolve a experiência concreta, a reflexão sobre essa experiência, a concepção 
abstrata e, por fim, a experimentação ativa. Esse ciclo é visto como fundamental para a construção 
do conhecimento, pois permite que os alunos se envolvam ativamente no processo, 
experimentando e refletindo sobre suas descobertas, o que facilita a internalização dos conteúdos. 
Essa abordagem, quando aplicada à alfabetização, sugere que as crianças devem ser envolvidas em 
atividades que vão além da simples leitura e escrita, incluindo práticas que permitam que elas 
interajam com as palavras e explorem seu significado de maneiras mais tangíveis e vivenciais. 
As estratégias multissensoriais, que incluem o uso de diferentes canais sensoriais (como a 
visão, a audição, o tato e o movimento), têm se mostrado fundamentais no processo de 
alfabetização. A utilização de abordagens multissensoriais permite que os alunos acessem 
diferentes formas de aprendizado, atendendo às diversas formas de processamento cognitivo, o 
que facilita a compreensão e a retenção dos conteúdos. Essas estratégias são especialmente 
eficazes para alunos com dificuldades de aprendizagem ou que necessitam de uma abordagem 
diferenciada para superar barreiras cognitivas. A integração das neurociências nesse contexto tem 
demonstrado como o cérebro processa e armazena as informações, proporcionando uma base 
científica para a utilização de técnicas pedagógicas que considerem a neuroplasticidade e as 
diferenças individuais de aprendizado. 
As descobertas no campo das neurociências, ao serem incorporadas nas práticas 
pedagógicas, oferecem um panorama mais preciso e fundamentado sobre como o cérebro aprende, 
o que tem grande implicação nas estratégias de ensino e na forma como os professores podem 
otimizar as metodologias de alfabetização. Sabe-se hoje que a leitura e a escrita ativam diferentes 
áreas do cérebro, e que a combinação de estímulos auditivos, visuais e cinestésicos pode fortalecer 
as conexões neurais, facilitando o aprendizado, o conhecimento sobre a importância das emoções 
no processo de aprendizagem reforça a necessidade de criar ambientes educacionais que 
promovam o bem-estar emocional dos alunos, visto que emoções positivas favorecem a retençãouma forma de 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 27 
 
comunicação, mas também uma ferramenta essencial para o desenvolvimento do pensamento. 
Vygotsky afirma que a criança internaliza os símbolos e as representações sociais durante suas 
interações com os outros, especialmente com os adultos e colegas. Isso ocorre, de forma gradual, 
por meio da comunicação social, em que o discurso do adulto serve de guia para a organização do 
pensamento infantil. Assim, a fantasia e a brincadeira não apenas representam a realidade, mas 
ajudam na construção de novos conceitos, por meio de simbolizações cada vez mais complexas. 
David Ausubel, conhecido por sua teoria da aprendizagem significativa, propõe que o 
conhecimento prévio do aluno é a chave para a construção de novos conhecimentos. Para ele, a 
aprendizagem ocorre quando o novo conteúdo se conecta de forma significativa aos conceitos que 
o aluno já possui. A brincadeira e a fantasia podem ser vistas, nesse contexto, como ferramentas 
que ajudam a criança a integrar novas informações de forma mais eficaz, criando um vínculo entre 
o que já é conhecido e o novo aprendizado. Ausubel acredita que a representação simbólica, 
construída pela criança, serve como uma ponte entre o mundo real e o mundo das ideias, 
facilitando o processo de aprendizagem. 
David Kolb, com sua teoria da aprendizagem experiencial, defende que o aprendizado se 
dá por meio de experiências concretas seguidas de reflexão. A brincadeira, a imitação e a fantasia 
são, nesse sentido, experiências concretas fundamentais para o desenvolvimento simbólico, pois 
permitem que a criança construa e reconstrua a realidade por meio de ações práticas e simbólicas. 
A representação, nesse modelo, surge quando a criança reflete sobre as experiências vividas e cria 
novas maneiras de expressar e compreender o mundo ao seu redor. 
Howard Gardner, com sua teoria das inteligências múltiplas, amplia a compreensão sobre 
a diversidade das formas de aprender. Para Gardner, a brincadeira e a fantasia podem ser vistas 
como expressões da inteligência emocional e da inteligência linguística, mas também estão 
relacionadas a outras formas de inteligência, como a espacial e a corporal-cinestésica. Ao 
considerar a multiplicidade de inteligências, é possível compreender como diferentes crianças 
podem construir símbolos de maneiras distintas, com base em suas preferências e habilidades 
individuais. A aprendizagem simbólica, assim, é uma experiência única e pessoal, que se adapta à 
forma de pensar e compreender de cada criança. 
A integração das neurociências no contexto educacional proporciona uma compreensão 
ainda mais profunda de como o cérebro humano funciona, especialmente no que diz respeito ao 
desenvolvimento simbólico. As práticas pedagógicas modernas devem, portanto, incorporar 
estratégias multissensoriais e experiencias que atendam às diferentes formas de aprendizagem das 
crianças, como sugerido pelos autores Ischkanian et al. (2025). A partir desse ponto de vista, a 
alfabetização deve ser tratada de maneira holística, levando em consideração não apenas a 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 28 
 
aprendizagem de símbolos linguísticos, mas também a interação desses símbolos com as 
experiências vividas, as emoções e as representações internas das crianças. Isso promove uma 
aprendizagem mais rica e eficaz, que respeita as diferenças individuais e propicia uma evolução 
cognitiva mais completa e integrada. 
Tabela 5: A Construção do Símbolo na Infância (CSI): imitação, brincadeira, fantasia, 
imagem e representação. 
Aspectos 
Autores 
Jean Piaget 
(1971) 
Vygotsky 
(1987) 
David 
Ausubel 
(2003) 
David 
Kolb 
(1984) 
Howard 
Gardner 
(1983) 
Ischkanian 
et al. (2025) 
 
 
 
 
Imitação 
Piaget vê a 
imitação como 
um mecanismo 
fundamental no 
desenvolvimento 
simbólico. A 
imitação é uma 
das primeiras 
formas de 
representação e 
ajuda a criança a 
entender o 
mundo. 
Para Vygotsky, 
a imitação é um 
processo social. 
A criança 
internaliza 
comportamentos 
e representações 
culturais por 
meio da 
imitação. 
A imitação 
pode ser 
considerada 
como uma base 
para a 
aprendizagem 
significativa, 
conectando 
conhecimentos 
prévios à 
realidade do 
aluno. 
A imitação é 
uma 
experiência 
concreta que 
permite à 
criança refletir 
sobre as ações 
realizadas, 
favorecendo a 
construção de 
novas 
representações. 
A imitação pode 
ser uma 
expressão da 
inteligência 
linguística e 
corporal-
cinestésica. Ela 
varia conforme 
as inteligências 
predominantes 
de cada criança. 
A imitação é 
vista como um 
meio de ativar a 
aprendizagem 
por meio da 
observação e de 
sua inserção em 
contextos 
pedagógicos, 
onde a criança 
reproduz 
comportamentos 
observados. 
 
 
 
 
Brincadeira 
Piaget considera 
a brincadeira 
como uma 
atividade 
essencial para o 
desenvolvimento 
simbólico. Ela 
envolve a 
reorganização de 
objetos do 
mundo real em 
símbolos. 
A brincadeira é 
uma forma de 
internalizar 
representações 
sociais. Para 
Vygotsky, ela 
ajuda a criança 
a desenvolver 
habilidades 
cognitivas e 
sociais. 
A brincadeira, 
associada ao 
aprendizado 
significativo, 
permite que as 
crianças 
conectem o 
que sabem ao 
que estão 
aprendendo, 
expandindo 
seus conceitos 
e a capacidade 
simbólica. 
A brincadeira 
reflete uma 
experiência de 
aprendizagem 
ativa. Ela 
envolve a 
criança em 
situações 
concretas que 
depois podem 
ser refletidas e 
transformadas 
em 
representações 
mentais. 
A brincadeira 
pode estar 
relacionada com 
diversas 
inteligências, 
incluindo a 
interpessoal e a 
intrapessoal, 
ajudando na 
construção de 
significado e 
desenvolvimento 
de habilidades 
sociais. 
A brincadeira 
pode ser vista 
como uma 
prática 
experiencial que 
permite à 
criança acessar o 
significado dos 
símbolos ao 
associá-los a 
suas próprias 
vivências. 
 
 
 
 
Fantasia 
Piaget vê a 
fantasia como 
um estágio do 
desenvolvimento 
simbólico, em 
que a criança 
cria 
representações 
mentais mais 
complexas e se 
distanciam da 
realidade. 
A fantasia, no 
olhar de 
Vygotsky, é um 
meio para a 
criança 
experimentar 
novas formas de 
pensamento e 
criar mundos 
fictícios que 
alimentam a 
criatividade. 
A fantasia é 
uma 
ferramenta 
para ampliar o 
conhecimento, 
conectando o 
mundo 
concreto com o 
imaginário, e 
ampliando o 
significado do 
que é 
aprendido. 
A fantasia 
também é uma 
forma de 
vivenciar 
experiências 
concretas, que 
ao serem 
refletidas, 
geram novas 
compreensões 
e 
representações. 
A fantasia se 
conecta com 
várias 
inteligências, 
como a criativa 
e a espacial, e é 
essencial para o 
desenvolvimento 
de novas formas 
de simbolização 
e resolução de 
problemas. 
A fantasia é 
abordada como 
um recurso 
pedagógico para 
estimular a 
criatividade e o 
pensamento 
simbólico das 
crianças, 
possibilitando 
uma nova visão 
do mundo. 
 
 
 
 
 
Imagem 
Piaget considera 
que a imagem é 
um tipo de 
símbolo, 
especialmente 
nas fases mais 
avançadas do 
desenvolvimento 
infantil, onde o 
Vygotsky 
acredita que a 
imagem tem 
uma função 
mediadora entre 
a criança e o 
mundo, 
facilitando a 
internalização 
A imagem, 
como forma de 
simbolização, é 
uma 
representação 
mental que 
pode ser ligada 
ao 
conhecimento 
Para Kolb, a 
imagem é 
resultado da 
reflexão sobre 
experiências 
vividas. Ao 
criar 
representações 
visuais, a 
A imagem pode 
se associarà 
inteligência 
visual-espacial, 
sendo um 
recurso 
importante para 
a representação 
simbólica, pois 
A imagem, 
como forma 
simbólica, está 
interligada ao 
processo de 
construção do 
significado, 
sendo essencial 
no 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 29 
 
uso de imagens 
começa a se 
consolidar. 
de significados 
culturais. 
prévio, 
permitindo que 
a criança 
organize e 
compreenda 
melhor os 
novos 
conteúdos. 
criança 
organiza suas 
ações de forma 
mais clara e 
compreensível. 
permite ao aluno 
visualizar o 
mundo de 
diferentes 
formas. 
desenvolvimento 
cognitivo das 
crianças para a 
construção de 
representações 
mentais. 
 
 
 
 
 
Representação 
Piaget descreve 
a representação 
como uma forma 
de a criança 
recriar a 
realidade em sua 
mente, a partir 
das interações 
com o ambiente 
e das próprias 
experiências. 
Para Vygotsky, 
a representação 
simbólica é 
mediada pela 
linguagem e 
pelas interações 
sociais, e serve 
como um meio 
de 
internalização 
de 
conhecimentos 
culturais. 
A 
representação 
mental é uma 
forma que a 
criança utiliza 
para construir 
novos 
conhecimentos. 
Ausubel 
destaca a 
importância da 
representação 
para a 
aprendizagem 
significativa. 
Para Kolb, a 
representação 
simbólica é o 
resultado da 
experiência 
refletida, em 
que a criança 
cria modelos 
mentais para 
interpretar e 
organizar o 
mundo. 
A representação 
simbólica, em 
Gardner, 
envolve várias 
formas de 
inteligência, 
especialmente as 
linguísticas e 
espaciais, e é 
crucial para a 
construção de 
novos 
significados. 
A representação 
é vista como o 
processo de 
tornar 
experiências e 
conceitos 
acessíveis por 
meio de 
simbolizações, e 
é essencial para 
a aprendizagem 
e o 
desenvolvimento 
cognitivo. 
Fonte: ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, B. S.; SILVA, E. D. C.; DEMO, G.; COSTA, T. P. 
R.; BRAGA, R. D. O.; OLIVEIRA, E. M. C.; CARVALHO, S. N.; ISCHKANIAN, S. G., (2025). 
 
A tabela compara como diferentes teóricos abordam aspectos da construção do símbolo 
na infância, incluindo imitação, brincadeira, fantasia, imagem e representação. Cada autor fornece 
uma perspectiva única sobre como esses processos simbólicos estão interligados com o 
desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem. 
A teoria de Piaget foca na evolução das capacidades cognitivas e no papel da interação 
com o ambiente. Vygotsky enfatiza a importância das interações sociais e culturais no 
desenvolvimento simbólico. Ausubel, Kolb e Gardner fornecem perspectivas adicionais, ligando 
esses processos simbólicos a experiências anteriores, reflexão e múltiplas formas de inteligência, 
respectivamente. Já os autores de ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, B. S.; 
SILVA, E. D. C.; DEMO, G.; COSTA, T. P. R.; BRAGA, R. D. O.; OLIVEIRA, E. M. C.; 
CARVALHO, S. N.; ISCHKANIAN, S. G., (2025), ampliam essa discussão, conectando a 
construção simbólica ao contexto educacional atual e a diferentes práticas pedagógicas. Esse 
enfoque multissensorial e experiencial reflete a ideia de que a construção do símbolo na infância 
não é um processo isolado, mas sim parte de um ciclo contínuo de interação entre o indivíduo e 
seu ambiente, no qual as representações simbólicas (imagens, palavras, gestos, etc.) são 
constantemente reformuladas e adaptadas. 
Compreender e aplicar essas perspectivas teóricas no cotidiano escolar pode resultar em 
práticas pedagógicas mais eficazes, que atendem às necessidades cognitivas e emocionais das 
crianças de forma mais abrangente e personalizada. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 30 
 
2.4 A INFLUÊNCIA DO CONSTRUTIVISMO NA ALFABETIZAÇÃO 
O construtivismo, teoria educativa central de Piaget, postula que o conhecimento não é 
transmitido passivamente ao aprendiz, mas construído ativamente por ele, como um processo 
contínuo de adaptação de estruturas cognitivas diante das experiências do mundo (Piaget, 1970). 
No contexto da alfabetização, isso implica que as crianças devem ser vistas como protagonistas do 
processo de aprendizagem, pois elas não apenas recebem informações, mas as constroem a partir 
de interações com o ambiente e estímulos ao seu redor. 
Lev Vygotsky, outro grande teórico, complementa essa perspectiva ao destacar a 
importância do contexto social para o desenvolvimento cognitivo. Ele introduz o conceito de zona 
de desenvolvimento proximal, onde o aprendiz, com a ajuda de um mediador, pode avançar de seu 
nível de competência atual para um nível superior, ampliando suas capacidades (Vygotsky, 2007). 
No caso da alfabetização, isso sugere que as crianças precisam de orientação e apoio, seja por 
parte dos professores, seja de outros indivíduos ao seu redor, para internalizar o conhecimento da 
leitura e da escrita. 
As neurociências, com suas descobertas sobre a plasticidade cerebral, corroboram essas 
teorias. Estudos mostram que o cérebro é altamente plástico, ou seja, capaz de se reorganizar e 
criar novas conexões à medida que novas informações são adquiridas (Doidge, 2007). Essa 
plasticidade é um indicativo de que a aprendizagem ocorre mais eficazmente quando novas 
informações são integradas às estruturas cognitivas pré-existentes. Assim, no processo de 
alfabetização, é fundamental que as novas informações sobre a escrita sejam conectadas com o 
que a criança já sabe, seja sobre a oralidade, seja sobre o mundo ao seu redor. 
David Ausubel, em sua teoria da aprendizagem significativa, reforça essa ideia ao afirmar 
que a aprendizagem ocorre quando novas informações se conectam de forma substancial com o 
que o aprendiz já conhece (Ausubel, 1963). Para ele, é a organização do conhecimento e a forma 
como as novas informações se articulam com as estruturas cognitivas existentes que determinam a 
eficácia do processo de aprendizagem. Essa abordagem está em sintonia com a ideia construtivista 
de que a aprendizagem não é uma mera repetição de informações, mas uma reconstrução contínua 
das estruturas cognitivas, com o aprendiz ativamente envolvido. 
O construtivismo quanto as descobertas das neurociências sugerem que a alfabetização 
não deve ser encarada apenas como o aprendizado mecânico de letras e palavras, mas como um 
processo interativo e dinâmico. 
 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 31 
 
Segundo a doutora, Idênis Glória Belchior (2025), “as crianças devem ser vistas como 
construtoras do seu conhecimento, sendo essencial que elas integrem as novas informações de 
leitura e escrita ao que já conhecem e vivenciam no mundo”. 
 
O processo citado por Belchior (2025) é o processo de construção ativa do conhecimento, 
mediado socialmente e apoiado pela plasticidade cerebral, oferece uma base sólida para um 
aprendizado mais significativo e eficaz. 
A alfabetização no construtivismo é baseada na ideia de que a aprendizagem é um 
processo ativo de construção de conhecimento, onde a criança é protagonista de seu aprendizado. 
Para alfabetizar uma pessoa nesse paradigma, o educador deve criar situações em que o 
aluno possa explorar, experimentar e refletir sobre a linguagem, utilizando a interação com o meio 
e com outros. 
 O professor não é um transmissor de conhecimento, mas um facilitador que organiza o 
ambiente de aprendizagem para que a criança desenvolva sua capacidade de construir significado 
a partir das experiências. 
Uma abordagem construtivista para alfabetização envolveatividades que incentivem a 
curiosidade e a investigação. Em vez de ensinar letras e palavras de forma isolada, o professor 
deve inserir essas estruturas de linguagem dentro de contextos significativos para o aluno. Isso 
pode ser feito por meio de histórias, jogos, atividades lúdicas e situações do cotidiano. 
A escrita e a leitura não são vistas como tarefas separadas, mas como práticas integradas 
que têm um propósito na vida do aluno, tornando a aprendizagem mais relevante e engajante. 
O papel do professor é fundamental, pois ele deve proporcionar experiências que 
estimulem a reflexão e a interação social. A aprendizagem no construtivismo ocorre de forma 
gradual, à medida que a criança testa hipóteses, realiza atividades de leitura e escrita e, por meio 
de tentativas e erros, constrói seu conhecimento sobre a língua. O erro, nesse contexto, é visto não 
como falha, mas como uma oportunidade de aprender e ajustar a compreensão. 
A avaliação no construtivismo não se limita a provas tradicionais, o progresso do aluno 
deve ser monitorado por meio da observação contínua de sua interação com o conteúdo e com 
seus pares, a análise de suas produções de texto e a sua participação nas atividades propostas. 
Em termos de neurociência, o construtivismo encontra respaldo no entendimento de que o 
cérebro é altamente plástico, ou seja, capaz de se reorganizar e formar novas conexões neurais à 
medida que a criança interage com o ambiente. 
A aprendizagem eficaz ocorre quando novas informações são conectadas ao que já se 
sabe, e a alfabetização construtivista permite justamente essa integração entre as novas 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 32 
 
experiências linguísticas e as estruturas cognitivas pré-existentes. Assim, a criança não aprende de 
forma mecânica, mas constrói ativamente seu conhecimento ao conectar e reorganizar suas 
experiências linguísticas. 
2.5 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA ALFABETIZAÇÃO 
A aprendizagem significativa, um conceito desenvolvido por David Ausubel, propõe que 
o conhecimento é mais eficazmente adquirido quando novas informações se conectam de maneira 
lógica e substancial ao que o aluno já sabe. Esse processo de integração das informações exige que 
o conteúdo não seja aprendido de forma isolada, mas sim como parte de uma rede cognitiva, o que 
facilita tanto a compreensão quanto a memorização. Este princípio é fundamental no processo de 
alfabetização, onde as crianças precisam associar letras, sons e palavras a conceitos já conhecidos. 
A relação entre a aprendizagem significativa e as neurociências é estreita. Estudos nas 
áreas de neurociência cognitiva e psicologia educacional revelam que a aprendizagem ocorre de 
forma mais eficaz quando novas informações são conectadas a estruturas cognitivas pré-
existentes, facilitando a formação de redes neuronais mais fortes e duradouras. Isso implica que, 
ao se estabelecerem conexões entre os novos conceitos e as experiências anteriores do aluno, o 
aprendizado se torna mais sólido e acessível. 
No contexto da alfabetização, a teoria de Ausubel sugere que a melhor forma de ensinar 
as crianças a ler e escrever é partindo do conhecimento prévio que elas já possuem. Por exemplo, 
se uma criança já está familiarizada com o som de uma letra em um contexto auditivo, a 
associação visual dessa letra ao som pode ser mais facilmente compreendida e memorizada. Isso 
se aplica à aprendizagem de palavras e frases, pois a relação entre som e grafia deve ser construída 
de maneira significativa. 
Uma das implicações dessa teoria para a prática pedagógica é a necessidade de os 
professores ajustarem seus métodos de ensino para conectar o conteúdo da leitura e escrita com o 
universo vivido dos alunos. Em vez de impor conteúdos de maneira desconectada, deve-se 
explorar o conhecimento prévio de cada aluno, criando pontes que favoreçam a aprendizagem de 
forma mais eficaz. Além disso, é essencial que os professores ofereçam oportunidades para que as 
crianças interajam com o conteúdo, por meio de atividades que proporcionem a exploração ativa 
da língua e da escrita. 
A prática pedagógica que segue os princípios da aprendizagem significativa pode ser 
enriquecida por recursos tecnológicos, como softwares educativos e aplicativos interativos, que 
promovem um ambiente de aprendizado dinâmico e conectado com as experiências do aluno. Tais 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 33 
 
recursos permitem a criação de situações que desafiem o aluno a estabelecer novas relações entre 
o conhecimento já adquirido e as novas informações. 
A neurociência confirma que o cérebro humano é extremamente plástico, ou seja, é capaz 
de se reorganizar e formar novas conexões neuronais ao aprender. Portanto, quando o 
conhecimento é relacionado ao que já é conhecido, a aprendizagem se torna mais fluida e o 
armazenamento da informação é mais eficiente. Ao utilizar esse princípio na alfabetização, o 
professor não apenas facilita a construção de conhecimento de forma eficaz, mas também garante 
que a aprendizagem seja mais duradoura. 
A combinação da teoria de aprendizagem significativa de Ausubel com as descobertas 
das neurociências reforça a importância de conectar o novo conhecimento ao que os alunos já 
sabem. Ao adotar essas abordagens, podemos garantir que a alfabetização seja mais eficiente, 
acessível e significativa, criando uma base sólida para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. 
As neurociências têm um papel crucial no entendimento da teoria da aprendizagem 
significativa de David Ausubel, pois fornecem uma base científica para o processo de 
aprendizagem. A neurociência moderna revela que o cérebro humano é altamente plástico, o que 
significa que ele é capaz de reorganizar suas conexões neurais em resposta a novas experiências e 
aprendizagens. Esse fenômeno, conhecido como neuroplasticidade, tem implicações diretas no 
modo como o conhecimento é adquirido e armazenado. 
De acordo com as neurociências, a aprendizagem ocorre de forma mais eficaz quando o 
novo conhecimento está relacionado ao que o aluno já sabe. Isso ocorre porque o cérebro não 
processa a informação de maneira isolada, mas, sim, a integra com o que já está presente em sua 
rede de conhecimentos preexistentes. Quando uma nova ideia ou conceito se conecta a uma 
estrutura de conhecimento já estabelecida, essa conexão facilita a formação de novas sinapses – as 
conexões entre os neurônios –, tornando o aprendizado mais sólido e acessível. 
Quando as informações adquiridas possuem uma relação significativa com o 
conhecimento pré-existente, elas são mais facilmente armazenadas na memória de longo prazo. 
Isso acontece porque a ativação de redes neuronais anteriores facilita a codificação das novas 
informações, quando as novas informações são bem integradas com o conhecimento já adquirido, 
elas criam redes neurais mais robustas, que tornam mais fácil a recuperação dessas informações 
quando necessário. Esse processo é fundamental para o aprendizado profundo e duradouro. 
Se o novo conhecimento não for relacionado ao conhecimento anterior, ele tende a ser 
processado de forma superficial, dificultando sua retenção. O cérebro pode ter mais dificuldades 
para estabelecer conexões duradouras e, como resultado, as informações podem ser esquecidas 
rapidamente ou ter um impacto limitado no aprendizado do indivíduo. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 34 
 
A relação entre a teoria de Ausubel e as neurociências é,portanto, evidente na forma 
como as novas aprendizagens podem ser mais eficazes quando se baseiam nas estruturas 
cognitivas que os alunos já possuem. O cérebro humano não aprende de forma fragmentada, mas, 
sim, por meio de um processo contínuo e dinâmico de integração de novas informações com o 
conhecimento pré-existente. Esse processo é facilitado pela plasticidade cerebral, que permite a 
formação de novas conexões neurais e a reorganização das existentes, promovendo uma 
aprendizagem mais eficaz e duradoura. 
A aprendizagem significativa não é apenas uma teoria pedagógica, mas também está 
embasada nos mecanismos de funcionamento do cérebro. Ao integrar novas informações com o 
conhecimento prévio, o cérebro forma redes neurais mais eficazes, facilitando o aprendizado e a 
retenção das informações ao longo do tempo. 
Na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel, a alfabetização deve focar em 
integrar o conhecimento novo com o que o aluno já sabe. Para isso, o professor deve construir uma 
base de conhecimento prévio relevante, permitindo que as crianças estabeleçam conexões entre 
letras, sons e palavras, facilitando a compreensão da leitura e escrita. O ensino precisa ser 
estruturado de forma que os alunos possam assimilar novas informações de maneira significativa, 
criando pontes entre o conhecimento pré-existente e o novo aprendizado. O uso de organizadores 
prévios é uma estratégia importante nesse processo. 
Na teoria de David Ausubel, ensinar as letras envolve conectar o novo conhecimento (as 
letras) com o que a criança já sabe. O professor pode começar com organizadores prévios, que são 
informações que preparam o aluno para o aprendizado, facilitando a compreensão. Ao ensinar as 
letras, é fundamental associá-las a palavras familiares e a sons que a criança já conheça, criando 
uma rede de significados. A introdução das letras deve ser feita de maneira contextualizada, 
ajudando os alunos a integrar e relacionar a forma da letra com seu som e significado. 
2.6 A ABORDAGEM EXPERIENCIAL E A PRÁTICA NA ALFABETIZAÇÃO 
A abordagem experiencial de David Kolb foca no aprendizado ativo, onde o aluno se 
engaja em experiências práticas e reflexivas, garantindo que o aprendizado seja mais profundo e 
duradouro. Na alfabetização, essa abordagem envolve práticas em que a criança interage 
diretamente com o objeto de estudo — as letras e as palavras — por meio de atividades que 
incentivam o uso do conhecimento de forma prática. Kolb divide o processo de aprendizagem em 
um ciclo de quatro etapas: experiência concreta, observação reflexiva, conceitualização abstrata e 
experimentação ativa, e todas essas etapas são fundamentais para o processo de alfabetização. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 35 
 
A leitura em voz alta é uma das práticas mais eficazes, pois envolve a criança de forma 
ativa no processo de aprendizagem. Ao ler, a criança utiliza suas habilidades cognitivas e motoras 
de forma integrada, ajudando a reforçar o conhecimento adquirido. Além disso, essa prática 
favorece o desenvolvimento da fluência verbal e fortalece a associação entre letras e sons. É 
importante que, durante essas atividades, o educador forneça feedback imediato, ajudando a 
criança a refletir sobre o processo de leitura e identificando possíveis dificuldades. 
A escrita criativa é outro método fundamental dentro da abordagem experiencial de Kolb. 
Ao escrever, a criança tem a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido de forma prática. 
Não se trata apenas de copiar ou escrever palavras, mas de explorar sua criatividade e inventar 
histórias, frases ou textos, o que a leva a refletir sobre o significado das palavras e a estrutura da 
linguagem. Nesse processo, a criança também é incentivada a experimentar a linguagem e a 
refletir sobre o uso das palavras em diferentes contextos. 
A manipulação de letras e palavras por meio de jogos pedagógicos também é uma 
atividade essencial para a alfabetização experiencial. Com o auxílio de materiais concretos, como 
blocos de letras, cartazes com palavras e outros recursos visuais, as crianças podem criar palavras 
e frases, experimentando as relações entre os símbolos gráficos e os sons correspondentes. Essa 
atividade ajuda a tornar o aprendizado mais tangível, promovendo a internalização do 
conhecimento de forma concreta e significativa. 
A leitura e a escrita não devem ser vistas como atividades isoladas, mas sim como parte 
de um ciclo contínuo de aprendizagem, onde a criança aprende fazendo e refletindo sobre suas 
ações. Esse ciclo de experimentação ativa, associado à reflexão constante sobre a experiência, 
favorece o aprendizado profundo e duradouro. O papel do educador é fundamental, pois ele deve 
criar ambientes de aprendizagem que incentivem o engajamento ativo dos alunos, fornecendo 
desafios que estimulem a exploração e a resolução de problemas. 
Dentro desse contexto, as neurociências oferecem uma explicação interessante sobre 
como o cérebro processa as informações durante o aprendizado experiencial. A aprendizagem 
ativa, que envolve a prática e a reflexão, ativa diversas áreas do cérebro, incluindo aquelas 
responsáveis pela memória, linguagem, cognição e coordenação motora. Isso significa que, ao 
engajar as crianças em atividades práticas como leitura em voz alta, escrita criativa e manipulação 
de letras, estamos não apenas estimulando o desenvolvimento de habilidades cognitivas e 
linguísticas, mas também fortalecendo as conexões neurais que são essenciais para o processo de 
alfabetização. 
Estudos das neurociências confirmam que a aprendizagem é mais eficaz quando novas 
informações são integradas às estruturas cognitivas já existentes. Isso ocorre porque o cérebro 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 36 
 
humano tem uma incrível capacidade de criar e reforçar conexões neurais à medida que adquire 
novos conhecimentos. No processo de alfabetização, quando a criança associa as letras a sons, 
palavras e significados, ela está criando redes neuronais mais complexas e robustas, que facilitam 
o acesso e o armazenamento das informações. 
O envolvimento de múltiplas áreas do cérebro na aprendizagem torna o processo mais 
eficaz, permitindo que a criança compreenda, memorize e utilize as informações de maneira mais 
eficaz. 
As neurociências sugerem que a prática de atividades que envolvem o uso físico, como a 
escrita manual, pode ser benéfica para o aprendizado, pois ativa áreas do cérebro associadas à 
memória motora e à coordenação. Quando as crianças escrevem à mão, não apenas estão 
praticando o alfabeto, mas também estão fortalecendo sua memória muscular, o que ajuda a 
internalizar o conhecimento de maneira mais eficiente. 
É importante destacar que, na abordagem experiencial, o erro é visto como uma parte 
essencial do processo de aprendizagem. As crianças devem ser incentivadas a cometer erros e 
refletir sobre eles, pois isso faz parte do processo de construção do conhecimento. A capacidade 
de aprender com os erros é uma habilidade importante que pode ser reforçada por meio de 
atividades práticas que permitem à criança testar suas ideias, corrigir equívocos e aprimorar suas 
habilidades de leitura e escrita. 
A metodologia experiencial também envolve o reconhecimento de que cada aluno é único 
e possui diferentes formas de aprender. Dessa forma, é fundamental que os professores adaptem as 
atividades para atender às necessidades específicas de cada criança, criando um ambiente de 
aprendizagem personalizado e inclusivo. Isso pode ser feito por meio da diversificação das 
atividades, utilizando materiais concretos, jogos,tecnologia e outros recursos que favoreçam a 
aprendizagem prática. 
A aprendizagem experiencial na alfabetização é, portanto, uma abordagem que valoriza a 
participação ativa do aluno no processo de aprendizagem, permitindo que ele construa o 
conhecimento de maneira significativa e profunda. Ao integrar a prática com a reflexão, os alunos 
se tornam mais autônomos e capazes de aplicar suas habilidades de leitura e escrita de maneira 
criativa e contextualizada. 
De acordo com Aquino (2007), a andragogia — que estuda os processos de aprendizagem 
em adultos — e as habilidades de aprendizagem devem ser aplicadas no ensino de crianças 
também. A aprendizagem significativa e experiencial é fundamental em qualquer fase da vida, 
pois permite que o aluno construa seu conhecimento de maneira ativa e envolvente. Davis e 
Oliveira (1994) corroboram essa ideia ao afirmar que a psicologia da educação reconhece a 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 37 
 
importância da vivência do aluno em seu processo de aprendizagem, enfatizando a necessidade de 
práticas pedagógicas que promovam a experiência direta e a reflexão contínua. 
A aprendizagem experiencial oferece uma abordagem rica e eficaz para a alfabetização, 
permitindo que os alunos se tornem aprendizes ativos e engajados, capazes de construir e aplicar 
seus conhecimentos de maneira criativa. 
Ao integrar as práticas da leitura, escrita e manipulação de letras com a reflexão 
constante, os alunos não apenas desenvolvem suas habilidades cognitivas e linguísticas, mas 
também fortalecem suas conexões neurais, garantindo um aprendizado mais profundo e 
duradouro. 
A utilização de práticas pedagógicas baseadas na aprendizagem experiencial é essencial 
para o sucesso do processo de alfabetização e para o desenvolvimento global das crianças. 
A utilização de práticas pedagógicas baseadas na aprendizagem experiencial no processo 
de alfabetização segue uma sequência de etapas que são fundamentais para garantir o aprendizado 
ativo e profundo do aluno. Essas etapas podem ser divididas da seguinte forma: 
Experiência concreta: O aluno vivencia situações de aprendizagem por meio de 
atividades práticas que envolvem a manipulação de letras, palavras e outros recursos visuais e 
auditivos. Isso pode incluir jogos de leitura, escrita criativa e atividades em que a criança interage 
fisicamente com o conteúdo. 
Observação reflexiva: Após vivenciar as experiências, o aluno reflete sobre o que 
aprendeu, identificando erros, acertos e pontos de dificuldade. Durante esse processo, o educador 
pode mediar as reflexões, ajudando a criança a conectar suas vivências com o conhecimento já 
existente. 
Conceitualização abstrata: A partir das experiências concretas e das reflexões, o aluno 
começa a formular teorias ou ideias sobre o funcionamento da língua, como a relação entre sons e 
letras. Ele vai, então, aplicando esse conhecimento em novas situações de leitura e escrita. 
Experimentação ativa: Nesta fase, a criança testa as novas ideias e conceitos que 
desenvolveu, aplicando-os em situações práticas, como a escrita de palavras ou frases e a leitura 
de textos curtos. Esse ciclo se repete continuamente, permitindo que o aluno refine suas 
habilidades de alfabetização. 
Essas etapas são interativas e cíclicas, e garantem que o aluno desenvolva não apenas a 
habilidade de ler e escrever, mas também a capacidade de refletir sobre sua aprendizagem, criando 
uma base sólida para o aprendizado contínuo. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 38 
 
2.7 O IMPACTO DAS ABORDAGENS MULTISSENSORIAIS NA ALFABETIZAÇÃO 
A alfabetização é um dos pilares da educação e, por conseguinte, a forma como ela é 
promovida impacta diretamente no desenvolvimento cognitivo e linguístico dos alunos. 
Uma abordagem que vem ganhando destaque no contexto educacional é a utilização de 
práticas pedagógicas multissensoriais. Essa estratégia busca integrar diferentes canais sensoriais 
no processo de aprendizagem, permitindo que os alunos se envolvam de maneira mais profunda e 
significativa com o conteúdo. 
As abordagens multissensoriais consistem no uso de diversos sentidos, como visão, 
audição, tato, olfato e paladar, durante o processo de aprendizagem. Elas têm como premissa que a 
ativação simultânea de diferentes canais sensoriais facilita a compreensão e retenção de 
informações. Por exemplo, uma atividade de alfabetização pode envolver a visualização de letras, 
a audição de sons associados a essas letras e a manipulação de materiais táteis para reforçar a 
aprendizagem. 
A neurociência tem demonstrado que o cérebro humano possui uma capacidade incrível 
de adaptação e plasticidade. Isso significa que, ao estimular diferentes áreas cerebrais, o cérebro se 
torna mais eficiente na construção de conexões neuronais e na retenção de informações. Quando a 
aprendizagem é multidimensional, ativando diferentes sentidos simultaneamente, ela envolve 
áreas distintas do cérebro, facilitando o armazenamento e a recuperação de informações. 
É importante ressaltar que as crianças possuem diferentes estilos de aprendizagem. 
Enquanto algumas podem ser mais visuais, outras podem aprender melhor por meio de atividades 
auditivas ou táteis. 
As abordagens multissensoriais têm a capacidade de atender a essas diferentes 
necessidades, proporcionando uma forma mais inclusiva e eficaz de aprendizagem, onde cada 
aluno pode encontrar o método que melhor se adapta ao seu perfil. 
Na alfabetização, as abordagens multissensoriais podem ser aplicadas de diversas formas. 
Algumas das estratégias incluem: 
 Cartões táteis: Utilizar cartões com texturas ou formas elevadas para que as crianças 
toquem e reconheçam letras. 
 Leitura sonora: Ler em voz alta histórias e associar palavras com sons, utilizando 
diferentes entonações para engajar as crianças. 
 Vídeos educativos: Mostrar vídeos animados que explicam conceitos como sons das 
letras e suas combinações. 
 Atividades de escrita no ar: Fazer com que os alunos escrevam no ar com os dedos, 
estimulando o movimento e a visualização das letras. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 39 
 
 Papel lixa: Cartões de papel lixa com letras ou números para os alunos desenharem 
com os dedos. 
 Leitura em grupo: Realizar leituras coletivas onde as crianças acompanham com os 
dedos, promovendo a sincronização entre som e imagem. 
 Aplicativos de leitura: Utilizar aplicativos interativos com sons e imagens para ajudar 
na compreensão de palavras e frases. 
 Jogos de memória tátil: Criar jogos com letras em diferentes materiais, como veludo 
ou plástico, para que as crianças associem o tato à visualização das letras. 
 Áudio-livros: Disponibilizar livros narrados que ajudem as crianças a associar o que 
ouvem ao texto visual. 
 Quadros interativos: Usar quadros interativos que emitem sons ao escrever letras e 
palavras. 
 Canções educativas: Integrar músicas que ensinam letras, sons ou palavras específicas 
para melhorar o aprendizado. 
 Teatro de fantoches: Usar fantoches para representar personagens de histórias, criando 
uma interação com os alunos enquanto eles acompanham a leitura. 
 Caixas de som com letras: Utilizar caixas de som que emitam o som das letras quando 
pressionadas. 
 Teclados com áudio: Usar teclados interativos, onde ao digitar, a criança ouve o som 
da letra correspondente. 
 Histórias com imagens dinâmicas: Apresentar livros ilustrados e manipular as páginas 
com efeitos visuais ou sonoros.Atividades de pintura e letras: Propor que as crianças pintem letras e palavras 
enquanto ouvem o som correspondente. 
 Desenhos com luzes: Projetar letras no quadro com luzes e solicitar que as crianças 
desenhem no ar acompanhando os contornos. 
 Brinquedos que associam som e forma: Usar brinquedos como blocos com letras que 
emitem sons ao serem encaixados de forma correta. 
 Relógios e objetos com letras sonoras: Usar objetos como relógios de brinquedo ou 
caixas registradoras que emitem sons ao clicar nas letras. 
 Ensino com objetos sensoriais: Criar objetos que representem sons de letras (como 
sinos e tambores), para que as crianças toquem e identifiquem os sons. 
Os benefícios das abordagens multissensoriais na alfabetização são diversos. Além de 
facilitar a retenção de informações, elas ajudam a manter o aluno engajado e motivado. O uso de 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 40 
 
diferentes sentidos no processo de aprendizagem contribui para uma experiência mais rica e 
significativa, que vai além da simples memorização de fatos. A prática também estimula a 
criatividade e o pensamento crítico, habilidades essenciais no desenvolvimento cognitivo dos 
alunos. 
Em um mundo cada vez mais dinâmico e multifacetado, as abordagens multissensoriais 
são uma ferramenta poderosa no processo de alfabetização. Elas promovem uma aprendizagem 
mais rica e inclusiva, capaz de atender às necessidades e estilos de aprendizagem de cada aluno. 
A neurociência confirma que a utilização desses métodos pode não apenas melhorar a 
compreensão, mas também contribuir para o desenvolvimento integral do aluno, reforçando 
conexões cerebrais que são essenciais para o aprendizado ao longo da vida. 
2.8 O PAPEL DAS EMOÇÕES E DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE 
ALFABETIZAÇÃO 
As abordagens humanistas, especialmente as de Carl Rogers, colocam o aluno no centro 
do processo de aprendizagem, destacando a importância do ambiente emocional e afetivo para o 
aprendizado. Essa perspectiva sustenta que a aprendizagem ocorre de maneira mais eficaz quando 
os indivíduos se sentem acolhidos, compreendidos e respeitados, um princípio fundamental para o 
sucesso da alfabetização. Rogers (1983) enfatiza que a criação de um ambiente seguro e sem 
julgamentos, onde o aluno possa expressar suas emoções e desenvolver uma relação de confiança 
com o educador, é essencial para o processo educativo. 
No contexto da alfabetização, um dos aspectos mais críticos é a motivação. A motivação 
intrinsica é fundamental, uma vez que permite ao estudante superar obstáculos e engajar-se no 
processo de aprendizagem. Rogers (1983) sublinha que a empatia, enquanto habilidade de 
compreender as experiências do aluno, facilita o desenvolvimento dessa motivação. Quando os 
alunos se sentem compreendidos e apoiados emocionalmente, tendem a se engajar de forma mais 
significativa nas tarefas de leitura e escrita, resultando em um aprendizado mais eficaz. A empatia 
do educador serve como um catalisador para a criação de um ambiente no qual a confiança e o 
respeito mútuo são promovidos, essenciais para o desenvolvimento cognitivo e emocional do 
aluno. 
Estudos recentes em neurociências comprovam que o processo de aprendizagem está 
diretamente ligado à ativação emocional. O cérebro humano, especialmente as áreas responsáveis 
pela memória, como o hipocampo, é fortemente influenciado por emoções positivas, facilitando a 
retenção de novos conhecimentos (GARDNER, 1983). No processo de alfabetização, isso 
significa que a criação de um ambiente emocionalmente seguro e estimulante não apenas facilita a 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 41 
 
motivação, mas também fortalece as redes neuronais relacionadas à aprendizagem da leitura e da 
escrita. Quando o aluno se sente emocionalmente conectado com o conteúdo e o ambiente de 
aprendizagem, sua capacidade de reter e aplicar o conhecimento aumenta significativamente. 
Para aplicar as abordagens humanistas na alfabetização, é necessário que os educadores 
se concentrem na criação de um ambiente seguro, onde o aluno possa explorar sem medo de errar. 
O erro, sob essa perspectiva, é visto como uma oportunidade de aprendizado, e não como algo a 
ser evitado. Isso ajuda a desenvolver a confiança necessária para a aprendizagem da leitura e 
escrita. O educador, como facilitador do processo, deve promover a autonomia do aluno, 
proporcionando-lhe liberdade para tomar decisões e experimentar de forma ativa e prática os 
elementos da linguagem, como as letras, os sons e as palavras. 
As neurociências demonstram que as emoções têm um impacto direto na formação de 
memórias de longo prazo. Quando os alunos estão emocionalmente engajados com o conteúdo, o 
cérebro libera substâncias químicas que favorecem o armazenamento das informações. Isso se 
aplica diretamente à alfabetização, pois as crianças que experimentam emoções positivas em 
relação ao aprendizado têm maior facilidade em reter e recordar as palavras, letras e sons 
aprendidos. Além disso, a conexão emocional com o conteúdo da leitura e escrita facilita a 
compreensão de textos e a aplicação do que foi aprendido em situações práticas, como a produção 
de textos e a leitura fluente. 
Na teoria humanista, a aprendizagem é vista como um processo contínuo e holístico, onde 
o aluno é considerado em sua totalidade, incluindo aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Isso 
implica que o processo de alfabetização deve englobar mais do que a simples decodificação de 
palavras. A alfabetização deve ser encarada como um meio de desenvolvimento pessoal e social, 
onde as habilidades de leitura e escrita estão interligadas com o crescimento emocional e a 
autoconfiança do aluno. O educador, portanto, deve ajudar o aluno a perceber a relevância da 
leitura e da escrita em sua vida cotidiana, permitindo-lhe fazer conexões pessoais com os 
conteúdos e com o mundo ao seu redor. 
A escuta ativa, uma das principais habilidades de Carl Rogers (1983), também 
desempenha um papel essencial na alfabetização. O educador, ao ouvir atentamente o aluno, é 
capaz de identificar as dificuldades, os interesses e as necessidades individuais, proporcionando 
uma abordagem personalizada para o aprendizado. Isso contribui para a construção de uma relação 
de confiança, permitindo que o aluno se sinta valorizado e encorajado a participar ativamente do 
processo de alfabetização. A escuta ativa, além disso, promove o desenvolvimento de habilidades 
de comunicação, fundamentais para a leitura e escrita. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 42 
 
A integração das abordagens humanistas na alfabetização é essencial para o 
desenvolvimento integral dos alunos. A teoria de Carl Rogers (1983) enfatiza que a aprendizagem 
se dá em um contexto de empatia, respeito e segurança emocional. As neurociências corroboram 
essa visão, demonstrando que as emoções e a motivação têm um impacto direto na aprendizagem, 
especialmente no que diz respeito à alfabetização. Ao criar um ambiente de aprendizagem 
emocionalmente seguro e estimulante, os educadores podem ajudar os alunos a superar obstáculos, 
a desenvolver habilidades de leitura e escrita de forma significativa e duradoura, e a cultivar um 
amor pela aprendizagem ao longo da vida. 
As teorias de Howard Gardner, especialmente a teoria das inteligências múltiplas, 
oferecem um quadro fundamental para a compreensão do papel das emoções e da motivação no 
processo de alfabetização. Gardner (1983) propôs que a inteligêncianão é uma habilidade única, 
mas sim composta por diversas capacidades cognitivas, emocionais e sociais. Isso implica que os 
alunos, ao desenvolverem suas habilidades de leitura e escrita, também necessitam de um 
ambiente emocionalmente estimulante e motivador. A motivação emocional positiva influencia a 
ativação das diversas inteligências e facilita a aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento 
mais eficaz das habilidades alfabetizadoras. 
 
Fonte: Keeps - VIANA. J, (2023) 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 43 
 
Segundo Gardner, a diversidade de inteligências inclui capacidades linguísticas, lógicas, 
musicais, espaciais, corporais-cinestésicas, interpessoais, intrapessoais e naturalistas, cada uma 
das quais pode ser aplicada ao aprendizado da leitura e escrita. Isso significa que, ao considerar 
diferentes formas de inteligência, os educadores podem adaptar as práticas pedagógicas para que 
se conectem com os estilos de aprendizagem únicos de cada aluno. 
 
Fonte: VIANA. J, (2023) 
Um ambiente positivo e motivador é essencial para que o aluno se engaje ativamente na 
alfabetização, ativando não apenas as habilidades cognitivas, mas também suas emoções e 
motivações internas. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 44 
 
As emoções e a motivação têm um papel central no processo de alfabetização, pois 
impactam a capacidade do aluno de se envolver, aprender e aplicar o que foi ensinado, seja por 
meio da linguagem verbal ou de outras inteligências, como a musical ou a corporal-cinestésica. 
Dicas dos autores (2025) de como alfabetizar utilizando a teoria das múltiplas 
inteligências de Howard Gardner: 
Inteligência Linguística: 
Como: Estimule a leitura de livros, histórias e poesias. 
Material: Livros infantis, palavras e cartões de leitura. 
Objetivos: Desenvolver habilidades de leitura, escrita e compreensão. 
Como proceder: Leia em voz alta para os alunos e incentive-os a fazer o mesmo, 
discutindo o conteúdo e explorando novos vocabulários. 
 
Inteligência Lógica-Matemática: 
Como: Use jogos e desafios que envolvam sequências, padrões e números. 
Material: Jogos de tabuleiro, cartas com letras e números, quebra-cabeças. 
Objetivos: Melhorar a compreensão das letras e palavras através de padrões e 
associações. 
Como proceder: Organize atividades lúdicas que envolvam construção de palavras e 
sequências numéricas. 
 
Inteligência Musical: 
Como: Utilizar músicas e canções para ensinar rimas e fonemas. 
Material: Canções, instrumentos musicais simples. 
Objetivos: Associar sons e letras de forma rítmica. 
Como proceder: Cante músicas educativas e incentive as crianças a repetirem palavras e 
frases rítmicas. 
 
Inteligência Espacial: 
Como: Trabalhar com imagens e desenhos para associar palavras a figuras. 
Material: Cartões de figuras, livros ilustrados, mapas. 
Objetivos: Desenvolver a percepção visual e a associação de imagens com palavras. 
Como proceder: Use ilustrações e desenhos para reforçar o significado das palavras e 
estimular a memorização visual. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 45 
 
Inteligência Corporal-Cinestésica: 
Como: Promover atividades que envolvam movimento físico, como danças ou 
dramatizações. 
Material: Espaço para movimentação, brinquedos que imitem letras ou palavras. 
Objetivos: Associar letras e palavras com movimentos. 
Como proceder: Organize jogos em que as crianças formem letras ou palavras com o 
corpo, ou dramatizem pequenas histórias. 
 
Inteligência Interpessoal: 
Como: Fomentar o trabalho em grupo para discussão e construção de conhecimento. 
Material: Cartões de palavras, histórias coletivas. 
Objetivos: Estimular a colaboração na aprendizagem e troca de ideias. 
Como proceder: Organize atividades em grupos, onde as crianças possam compartilhar o 
que aprenderam e criar coletivamente palavras e frases. 
 
Inteligência Intrapessoal: 
Como: Incentivar a reflexão pessoal sobre o aprendizado de letras e palavras. 
Material: Diários de leitura, folhas para desenhos ou reflexões. 
Objetivos: Estimular a autoavaliação e o autoconhecimento. 
Como proceder: Peça aos alunos para escreverem ou desenharem como se sentiram ao 
aprender novas palavras ou ao ler uma história. 
 
Inteligência Naturalista: 
Como: Utilizar o ambiente natural para aprender novas palavras. 
Material: Cartões com nomes de plantas, animais ou elementos da natureza. 
Objetivos: Associar palavras e letras com elementos da natureza. 
Como proceder: Faça passeios ao ar livre e incentive as crianças a nomear e descrever o 
que observam. 
 
Cada uma dessas estratégias se alinha com diferentes formas de aprender, aproveitando as 
diversas inteligências que as crianças podem ter, e fornecendo experiências ricas para o processo 
de alfabetização. O uso de múltiplos recursos e atividades oferece um ambiente inclusivo, 
acessível e engajador para os alunos, atendendo às suas necessidades cognitivas e emocionais. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 46 
 
2.9 A PERSONALIZAÇÃO DO ENSINO E AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NO 
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO 
A personalização do ensino é um princípio essencial para garantir uma alfabetização 
eficaz, considerando as diferenças individuais de cada aluno. De acordo com as teorias de 
aprendizagem, como o construtivismo de Piaget e a aprendizagem significativa de David Ausubel, 
cada criança possui características e ritmos distintos, que devem ser respeitados durante o 
processo educacional. Essas teorias defendem que o ensino deve ser adaptado para atender às 
necessidades individuais, permitindo que o aluno se desenvolva de maneira autônoma e construa 
seu conhecimento com base em suas experiências e conhecimentos prévios. 
No contexto da alfabetização, essa personalização é fundamental, pois as crianças não 
aprendem da mesma forma ou no mesmo tempo. Cada aluno possui um ritmo diferente de 
aprendizagem, influenciado por suas características cognitivas, emocionais e sociais. As 
neurociências corroboram essa ideia, indicando que a plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade 
do cérebro de se modificar com a aprendizagem, varia de pessoa para pessoa. Em outras palavras, 
cada cérebro se desenvolve de forma única, o que implica que a forma de aprender e o tempo 
necessário para alcançar determinados marcos de aprendizagem também serão diferentes. 
Quando os educadores adotam práticas pedagógicas que respeitam essas diferenças 
individuais, eles aumentam as chances de sucesso no processo de alfabetização. Isso porque, ao 
personalizar o ensino, o professor consegue oferecer atividades que estão alinhadas ao estágio de 
desenvolvimento de cada aluno. Por exemplo, algumas crianças podem ter uma melhor 
compreensão visual das letras e palavras, enquanto outras podem se beneficiar mais de práticas 
auditivas ou táteis. 
A personalização do ensino envolve o uso de estratégias pedagógicas diversificadas, 
adaptadas aos diferentes estilos de aprendizagem. Isso inclui o uso de materiais variados, como 
livros ilustrados, recursos audiovisuais, jogos e atividades práticas, que podem ser ajustados 
conforme a necessidade de cada aluno. Ao proporcionar essas experiências, o professor permite 
que os alunos se engajem ativamente na aprendizagem, o que é um princípio fundamental das 
abordagens construtivistas. 
É importante reconhecerque a alfabetização não é apenas um processo cognitivo, mas 
também emocional e social. A motivação e a confiança desempenham papéis cruciais na 
aprendizagem, e um ambiente educacional personalizado ajuda a promover esses aspectos. A 
empatia do professor, o reconhecimento das dificuldades individuais e o incentivo constante são 
componentes essenciais para que a criança se sinta segura e motivada a aprender. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 47 
 
Estudos em neurociências confirmam que a motivação está intimamente ligada à 
atividade cerebral. Quando o aluno está motivado, o cérebro libera substâncias químicas que 
favorecem a aprendizagem, como a dopamina, que é associada à recompensa e à sensação de 
prazer. Isso demonstra como a personalização do ensino pode não apenas tornar a aprendizagem 
mais eficiente, mas também mais prazerosa, pois o aluno se sente reconhecido e compreendido em 
suas necessidades. 
A neurociência sugere que o cérebro responde bem ao feedback imediato e preciso, pois 
ele ajuda a consolidar as informações e orienta o aluno sobre seu progresso. Dessa forma, a 
avaliação deve ser contínua e adaptativa, respeitando o ritmo de aprendizagem de cada criança, 
sem forçar uma abordagem única que possa não ser eficaz para todos. 
Quando a alfabetização é personalizada, o aluno se torna o protagonista do seu 
aprendizado. Ele é encorajado a explorar, experimentar e descobrir, de acordo com suas próprias 
capacidades e interesses. Isso significa que a sala de aula deixa de ser um espaço rígido e 
padronizado, para se tornar um ambiente dinâmico e flexível, onde o professor é um facilitador do 
processo de aprendizagem. 
É crucial, portanto, que o educador tenha um profundo conhecimento sobre as 
características e necessidades de seus alunos. A personalização do ensino não se limita a um ajuste 
superficial das atividades, mas envolve uma análise contínua do desenvolvimento cognitivo, 
emocional e social de cada criança. Além disso, é necessário que o professor esteja aberto a 
modificar suas práticas pedagógicas de acordo com os feedbacks que recebe dos alunos e das 
observações realizadas ao longo do processo. 
Em termos de prática pedagógica, a personalização do ensino na alfabetização pode 
envolver a utilização de tecnologias educacionais. Ferramentas digitais, como aplicativos de 
leitura, jogos interativos e plataformas de aprendizagem online, permitem que o ensino seja ainda 
mais adaptado às necessidades de cada aluno. Por meio dessas tecnologias, é possível oferecer 
atividades diferenciadas, que atendem ao ritmo e aos interesses de cada criança, promovendo uma 
aprendizagem mais personalizada. 
A personalização do ensino deve ser acompanhada por uma abordagem inclusiva, que 
leve em consideração a diversidade da turma. Isso significa que o professor precisa estar atento às 
diferentes deficiências e dificuldades de aprendizagem que seus alunos podem apresentar, criando 
estratégias específicas para cada caso. 
Crianças com dislexia (Figuras 1 e 2), por exemplo, podem se beneficiar de recursos 
táteis ou audiovisuais, enquanto outras crianças podem precisar de um suporte maior na 
construção do raciocínio lógico e na associação de letras e sons. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 48 
 
 
 
Fonte: http://simonehelendrumond.blogspot.com/2011/04/dislexia-e-as-dificuldades-de.html, (2011) 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 49 
 
A personalização do ensino também envolve o desenvolvimento de estratégias de ensino 
colaborativo, que permitam que os alunos aprendam uns com os outros, respeitando as diferenças. 
A aprendizagem cooperativa é uma das abordagens mais eficazes para personalizar o ensino, pois 
ela permite que os alunos se ajudem mutuamente, desenvolvendo habilidades sociais e cognitivas 
de forma conjunta. Ao trabalhar em grupo, as crianças podem explorar diferentes maneiras de 
resolver problemas e compartilhar estratégias de aprendizagem. 
A personalização do ensino é fundamental para garantir uma alfabetização eficaz e 
inclusiva. Ao reconhecer as diferenças individuais de cada aluno, o educador consegue criar um 
ambiente de aprendizagem mais adequado, onde as crianças podem se desenvolver de forma 
plena. 
As neurociências confirmam que a personalização favorece o desenvolvimento cerebral, 
facilitando o processo de aprendizagem e tornando-o mais prazeroso e eficaz, ao adotar práticas 
pedagógicas diferenciadas e adaptativas, os professores contribuem significativamente para o 
sucesso de seus alunos no processo de alfabetização. 
 
2.10 PIAGET E VYGOTSKY: NEUROCIÊNCIAS NA ALFABETIZAÇÃO, 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, EXPERIENCIAL E MULTISSENSORIAL 
 
A alfabetização é um processo complexo que envolve não apenas a aquisição de 
habilidades mecânicas de leitura e escrita, mas também a compreensão dos contextos 
socioculturais e cognitivos. As contribuições de Jean Piaget e Lev Vygotsky, aliadas às 
descobertas das neurociências, fundamentam práticas pedagógicas inovadoras que promovem a 
aprendizagem significativa, experiencial e multissensorial. 
 
Fonte: Google, (2025) 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 50 
 
Piaget propôs que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios sequenciais, cada um 
marcado por capacidades específicas que influenciam o aprendizado. Durante o estágio pré-
operacional (2 a 7 anos), as crianças começam a desenvolver a capacidade simbólica, essencial 
para a alfabetização. ―A alfabetização, nesse estágio, deve ser centrada na exploração concreta de 
símbolos e na mediação de significados‖ (Davis & Oliveira, 1994). Assim, práticas que envolvem 
manipulação de materiais, como letras em blocos, são cruciais para associar sons e formas. 
Para Vygotsky, o aprendizado ocorre em contextos sociais por meio da interação com 
pares e mediadores. A alfabetização, nesse sentido, é favorecida pela "zona de desenvolvimento 
proximal" (ZDP), espaço onde a criança consegue realizar tarefas com a ajuda de um adulto ou 
colega mais experiente. A leitura compartilhada e os jogos cooperativos são exemplos de 
estratégias que podem ser utilizados para promover o avanço nessa zona. 
A integração de múltiplos sentidos no processo de alfabetização é respaldada pela 
neurociência, que demonstra que experiências multissensoriais ativam áreas diversificadas do 
cérebro. Segundo Aquino (2007), ―o uso de estímulos visuais, auditivos e táteis reforça a 
codificação e a recuperação das informações‖. Atividades como desenhar letras na areia ou utilizar 
texturas diferentes para formar palavras podem potencializar a retenção de informações. 
 
Fonte: Concurseiros da Educação, (2024) 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 51 
 
 
Fonte: Concurseiros da Educação, (2024) 
 
Ausubel (1963) propõe que o novo conhecimento é mais efetivo quando conectado ao 
conhecimento prévio do aluno. No contexto da alfabetização, isso significa que as crianças devem 
associar palavras e sons a experiências e contextos familiares. 
A leitura de histórias contextualizadas à realidade da criança é uma prática eficaz para 
alcançar esse objetivo. 
David Kolb, em sua teoria da aprendizagem experiencial, destaca que o aprendizadoocorre por meio da experiência ativa. 
Na alfabetização, isso pode incluir atividades como dramatizações, jogos de tabuleiro 
com letras e palavras e a criação de histórias coletivas. Fuentes (2018) reforça que essas práticas 
criam um ambiente de engajamento ativo, promovendo a autonomia e a criatividade. 
A aplicação integrada dessas teorias e descobertas exige práticas pedagógicas flexíveis e 
adaptativas. Para atender às demandas individuais, o professor deve identificar os estilos de 
aprendizagem predominantes de cada aluno, promovendo atividades que engajem suas 
inteligências múltiplas, conforme proposto por Gardner (1983). Por exemplo, crianças com 
inteligência corporal-cinestésica podem se beneficiar de jogos de movimento para aprender letras. 
Cada aluno possui um ritmo único de desenvolvimento, o que exige personalização. As 
neurociências apontam que a plasticidade cerebral permite adaptações significativas no 
aprendizado. De acordo com Davis & Oliveira (1994), "um ensino centrado no aluno, que valoriza 
suas características individuais, é essencial para o sucesso educacional". 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 52 
 
O professor desempenha um papel central ao criar um ambiente alfabetizador que 
combina exploração, interação social e atividades multissensoriais. Fuentes (2018) destaca a 
importância da preceptoria pedagógica, que orienta o professor na escolha de estratégias que 
atendam às necessidades dos alunos. 
A alfabetização fundamentada nas teorias de Piaget, Vygotsky, neurociências e 
abordagens multissensoriais promove uma aprendizagem integral e eficaz. Essa combinação 
respeita as diferenças individuais e valoriza o potencial de cada aluno, garantindo que a aquisição 
da leitura e escrita seja significativa e prazerosa. 
 
3. CONCLUSÃO 
A alfabetização fundamentada nas teorias de aprendizagem e no suporte das 
neurociências aponta para um cenário educativo promissor, onde o aprendizado é mais eficaz, 
inclusivo e adaptado às necessidades individuais. As contribuições de Piaget e Vygotsky destacam 
o aluno como protagonista, com ênfase na interação social e na construção ativa do conhecimento. 
Paralelamente, a aprendizagem significativa de Ausubel possibilita que novos conhecimentos se 
integrem ao repertório prévio do aluno, promovendo compreensão e retenção mais profundas. 
A abordagem experiencial de Kolb reforça a importância de atividades práticas no 
processo educativo, valorizando a experimentação e a reflexão. Quando somada à perspectiva 
multissensorial de Gardner, que reconhece as múltiplas inteligências, essa prática abre espaço para 
uma educação mais inclusiva, atendendo diferentes estilos e capacidades de aprendizagem. Essa 
integração de abordagens enriquece o processo de alfabetização, ao combinar práticas que 
exploram aspectos emocionais, sociais, cognitivos e sensoriais. 
A neurociência fortalece esse entendimento ao demonstrar como o cérebro aprende e se 
adapta. Estudos indicam que a alfabetização não é apenas um processo mecânico, mas um 
fenômeno neurobiológico complexo que envolve emoções, memória e atenção. Assim, estratégias 
que englobam múltiplos sentidos, como a utilização de materiais táteis, atividades interativas e 
estímulos audiovisuais, promovem conexões neurais mais robustas e duradouras, favorecendo o 
aprendizado. 
O avanço das práticas pedagógicas fundamentadas nas neurociências demonstra que a 
personalização do ensino não é apenas um ideal, mas uma necessidade para que todos os alunos 
tenham acesso equitativo à alfabetização. Isso é especialmente relevante em um mundo onde as 
diferenças individuais, como ritmo de aprendizado, preferências sensoriais e estilos cognitivos, 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 53 
 
são reconhecidas e valorizadas. Ao atender a essas particularidades, o professor potencializa o 
aprendizado e ajuda o aluno a desenvolver suas habilidades de forma plena. 
As teorias e práticas apresentadas neste artigo convergem para a construção de um 
processo de alfabetização mais inclusivo e eficaz. A valorização do protagonismo do aluno, aliada 
à utilização de métodos que considerem suas experiências e capacidades, permite que a educação 
seja um instrumento de transformação social. A alfabetização, nesse contexto, não é apenas uma 
habilidade técnica, mas uma porta para o desenvolvimento integral, abrindo caminhos para a 
autonomia e o pensamento crítico. 
A integração entre as teorias de aprendizagem e as descobertas das neurociências 
representa uma oportunidade única de reimaginar a alfabetização no século XXI. Ferramentas 
tecnológicas e materiais pedagógicos inovadores, quando utilizados em alinhamento com esses 
princípios, criam ambientes de aprendizagem mais ricos e estimulantes. Nesse sentido, o futuro da 
alfabetização está intrinsecamente ligado à capacidade de adaptação e criatividade dos educadores. 
O impacto desse enfoque não se limita à sala de aula. Ele reverbera na sociedade como 
um todo, ao formar indivíduos mais preparados para lidar com os desafios do mundo 
contemporâneo. Alfabetizar-se com base nessas perspectivas significa, portanto, aprender a 
aprender, desenvolvendo habilidades que transcendem o domínio da linguagem e se estendem a 
outras áreas da vida. 
A esperança reside na possibilidade de criar um sistema educacional que seja, ao mesmo 
tempo, cientificamente fundamentado e humanisticamente orientado. As práticas pedagógicas que 
emergem desse entendimento promovem uma alfabetização que respeita a singularidade de cada 
indivíduo, enquanto incentiva a colaboração, a empatia e o pensamento crítico. 
O maior legado dessas abordagens é a visão otimista de que todos os alunos podem 
aprender e prosperar, desde que lhes sejam oferecidas as condições adequadas. O desafio está em 
transformar essas possibilidades em ações concretas, garantindo que a alfabetização seja uma 
experiência enriquecedora para todos. 
 
REFERÊNCIAS 
AUSUBEL, David P. The psychology of meaningful verbal learning. New York: Grune & 
Stratton, 1963. 
 
CABRAL, A e OITICICA, C.M. (2017) Piaget, J. A. Formação do símbolo na criança. 
Imitação, jogo, sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro, LTC. (original 1964). 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 54 
 
DAVIS, C.; OLIVEIRA, Z. Ramos de Psicologia da Educação. 2 ed. São Paulo: Coleção 
Magistério Série Formação do Professor, 1994. 
DE AQUINO, C. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. 1ª Ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
DOIDGE, Norman. O cérebro que se transforma. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2007. 
FUENTES, N. Preceptoria Parapedagógica na formação docente conscienciológica. Revista 
de Parapedagogia, Foz do Iguaçu, p. 3-14, 2018. 
______. O Processo de Aprendizagem e o Papel do Educador. Revista de Parapedagogia, Foz 
do Iguaçu, p. 77-99; 2020. 
GARDNER, Howard. Frames of mind: The theory of multiple intelligences. New York: Basic 
Books, 1983. 
GAUTHIER, C. A Pedagogia: teorias e práticas da Antiguidade aos nossos dias. Petrópolis: 
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ILLERIS, K. (Org.). Teorias Contemporâneas da Aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2013. 
ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; COSTA, T. P. R. da; SILVA, E. da S.; SANTOS, C. 
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por Meio de Metodologias de Projetos. Disponível em: 
https://www.academia.edu/126906207/APRENDIZAGEM_POR_MEIO_DE_METODOLOGIAS_DE_PROJETOS. Acesso em: 10 jan. 2025. 
ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, B. S.; COELHO, T.; TEIXEIRA, E. S.; 
OLIVEIRA, E. M. C.; DEMO, G.; RONQUE, W. D. S.; SILVA, F. A. da; ISCHKANIAN, S. G. 
Desafios e Avanços na Alfabetização de Crianças com Deficiências (PCDs), Progressos 
Tecnológicos, Metodologias de Letramento, Consciência Fonológica, Softwares Educativos, 
Aplicativos de Leitura, Escrita e Ferramentas Interativas. Disponível em: 
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Neurociências: Inovações na Educação. Disponível em: 
https://www.academia.edu/126632921/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O_E_NEUROCI%C3%
8ANCIAS_INOVA%C3%87%C3%95ES_NA_EDUCA%C3%87%C3%83O. Acesso em: 10 jan. 
2025. 
ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; SILVA, Lucas Serrão da; 
BRAGA, Regina Daucia de Oliveira; CARVALHO, Silvana Nascimento de; SILVA, Milca Ruiz 
da. Alfabetização e Neurociência. 2025. Disponível em: 
https://www.academia.edu/126449303/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O_E_NEUROCI%C3%
8ANCIAS. Acesso em: 10 jan. 2025. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 55 
 
KOLB, David A. Experiential learning: Experience as the source of learning and 
development. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1984. 
MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. 
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e 
representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. 
PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1970. 
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 56 
 
 
 
 
A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO: UMA ANÁLISE DO CONSTRUTIVISMO, APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA, EXPERIENCIAL E MULTISSENSORIAL. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Bruna Silva Felix 
Eliana Drumond de Carvalho Silva 
Giane Demo 
Thamirys Patricia Ramos da Costa 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Ediana Maria Cacau Oliveira 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Sandro Garabed Ischkanian 
Unidade de Ensino: ________________________________________ 
Acadêmico (a): ____________________________________________ 
Curso: __________________________________________________ 
Período: _________________________________________________ 
Anotações: ________________________________________________ 
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
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 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 57 
 
COLETÂNEA DE CITAÇÕES 2025 EM CONSONÂNCIA COM “A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE 
APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA ALFABETIZAÇÃO: UMA ANÁLISE DO 
CONSTRUTIVISMO, APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, EXPERIENCIAL E MULTISSENSORIAL”. 
 
Ana Cristina Sales dos Santos (2025): "A alfabetização multissensorial promove uma 
aprendizagem significativa ao integrar estímulos que enriquecem a experiência educativa." 
Ana Luzia Amaro dos Santos (2025): "A construção do conhecimento, segundo as 
neurociências, reflete o potencial humano quando as metodologias são adequadas ao perfil do 
aluno." 
Andréia de Lima Aragão Teixeira (2025): "A personalização no ensino fortalece a 
alfabetização ao considerar as diferenças individuais e os contextos sociais." 
Bruna Silva Felix (2025): "As teorias de Vygotsky destacam a interação como chave no 
processo de alfabetização, conectando o aluno ao meio social." 
Celine Maria de Souza Azevedo (2025): "A alfabetização eficaz resulta da combinação de 
métodos construtivistas com estratégias inovadoras e interativas." 
Cíntia Aparecida Nogueira dos Santos (2025): "A aprendizagem significativa transforma 
o aluno em protagonista, promovendo autonomia e engajamento." 
David de Almeida Simões (2025): "A integração de neurociências e educação reforça a 
importância de práticas pedagógicas baseadas na ciência do aprendizado." 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 58 
 
Diogo Rafael da Silva (2025): "O construtivismo permite uma alfabetização ativa, onde o 
aluno reconstrói saberes com base em suas experiências." 
Ederson da Silva e Silva (2025): "A abordagem multissensorial amplia as possibilidades 
de aprendizado, conectando os sentidos à aquisição de conhecimento." 
Ediana Maria Cacau Oliveira (2025): "A alfabetização vai além do domínio técnico, 
sendo um caminho para o desenvolvimento integral do indivíduo." 
Eliana Drumond de Carvalho Silva (2025): "O aprendizado experiencial fortalece a 
memória e a retenção ao envolver o aluno em atividades práticas." 
Eunice Soares Teixeira (2025): "A inclusão de estratégias colaborativas no ensino 
promove uma alfabetização mais significativa e equitativa." 
Evelyn Noelia Seixas Solorzano (2025): "As neurociências educacionais destacam a 
importância das emoções para a alfabetização efetiva." 
Francisca Araújo da Silva (2025): "A prática docente deve ser adaptável, incorporando as 
teorias de aprendizagem para atender a diversidade da sala de aula." 
Gabriel Nascimento de Carvalho (2025): "Uma alfabetização eficaz reconhece o papel do 
ambiente social na formação de leitores críticos." 
Giane Demo (2025): "O letramento crítico potencializa a capacidade de interpretação e 
participação ativa na sociedade." 
Gladys Nogueira Cabral (2025): "A alfabetização deve integrar múltiplos estímulos e 
perspectivas, promovendo uma aprendizagem diversificada." 
Hevelin Katana Farias Ribeiro (2025): "A construção do conhecimento na alfabetização 
envolve uma abordagem inclusiva e dinâmica." 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 59 
 
José Maria Oliveira Araújo Júnior (2025): "A aprendizagem significativa conecta novos 
conhecimentos à realidade do aluno, potencializando resultados." 
Juliana Balta Ferreira (2025): "A alfabetização baseada em teorias de aprendizagem é um 
processo transformador que impacta toda a vida do aluno." 
Leizane Ferreira dos Santos (2025): "A aplicação prática das teorias de Piaget e Vygotsky 
favorece a alfabetização interativa e significativa." 
Lucas Serrão da Silva (2025): "Os avanços das neurociências reforçam a necessidade de 
práticas pedagógicas adaptadas e inovadoras." 
Luciana Tavares de Barros (2025): "O aprendizado é maximizado quando as 
metodologias consideram o estágio de desenvolvimento do aluno." 
Milca Ruiz da Silva (2025): "O construtivismo oferece um alicerce para a alfabetização 
ativa e baseada em experiências reais." 
Natali Maria Serafim (2025): "A inclusão de múltiplas inteligências no ensino promove 
uma alfabetização mais abrangente e equitativa."de informação e o engajamento dos estudantes. 
Neste contexto, a integração das teorias de aprendizagem com as descobertas das 
neurociências oferece uma abordagem mais holística da alfabetização, considerando não apenas os 
aspectos cognitivos, mas também os afetivos, sociais e físicos envolvidos no processo. 
A análise das teorias de aprendizagem – como o Construtivismo, a Aprendizagem 
Significativa, a Aprendizagem Experiencial e as estratégias Multissensoriais – em conjunto com 
os avanços das neurociências, oferece aos educadores ferramentas poderosas para a construção de 
metodologias de ensino mais inclusivas e eficazes. Essas teorias não apenas contribuem para um 
entendimento mais profundo do processo de aprendizagem, mas também fornecem bases para 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 4 
 
práticas pedagógicas que atendem às diferentes formas de aprender dos alunos, consolidando a 
alfabetização como um processo contínuo e dinâmico de desenvolvimento cognitivo e social. 
2. DESENVOLVIMENTO 
A aplicação dessas teorias permite uma prática pedagógica mais eficaz e inclusiva, que 
atende às necessidades de todos os alunos, respeitando suas diferenças individuais e promovendo 
uma alfabetização que seja tanto significativa quanto duradoura. 
2.1 TEORIAS DA AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO 
O estudo das teorias de aprendizagem se baseia na compreensão dos processos cognitivos 
envolvidos na aquisição de conhecimento e no desenvolvimento de habilidades. Essas teorias 
(Figura 1) oferecem uma visão aprofundada de como os indivíduos absorvem, processam e retêm 
informações ao longo do tempo. Elas são fundamentais tanto na psicologia quanto na educação, 
pois ajudam a guiar as práticas pedagógicas, oferecendo uma base para o aprimoramento das 
metodologias de ensino. 
 
Fonte: Natalia Fuente (2021), professora e pesquisadora da REAPRENDENTIA. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 5 
 
 2.1.1 TEORIA DA APRENDIZAGEM 
Uma teoria de aprendizagem não é apenas uma explicação sobre como o processo de 
aprendizagem acontece, mas também uma tentativa de desvendar os mecanismos que regem esse 
processo. As teorias de aprendizagem procuram responder a questões como: O que realmente 
acontece na mente de um indivíduo quando ele aprende algo novo? Como ele organiza o novo 
conhecimento com o que já sabe? Como o contexto e as experiências anteriores influenciam a 
capacidade de aprender? Tais questionamentos são fundamentais para o desenvolvimento de 
práticas pedagógicas que atendam às necessidades de cada aluno de forma individualizada. 
As teorias de aprendizagem também se dividem em modelos que explicam as várias 
formas como o aprendizado pode ocorrer, como as abordagens comportamentais, cognitivas, 
construtivistas e sociais. Cada uma dessas perspectivas traz uma visão única sobre o processo de 
aprendizagem, com diferentes ênfases, objetivos e implicações pedagógicas. 
 
 2.1.2 PRINCIPAIS ABORDAGENS 
Dentro do estudo da aprendizagem, algumas correntes se destacam por suas diferentes 
explicações sobre como o conhecimento é adquirido. Duas das principais abordagens teóricas que 
surgem em relação à aquisição de conhecimento são o empirismo e o racionalismo, com teorias 
que derivam desses paradigmas. 
Empirismo (ou Ambientalismo/Associacionismo): É uma abordagem que acredita que o 
conhecimento provém da experiência sensorial e da interação com o ambiente. De acordo com 
essa corrente, os indivíduos começam como uma "tabula rasa" (uma folha em branco) e, à medida 
que interagem com o mundo ao seu redor, vão adquirindo conhecimentos através das percepções 
sensoriais. Teorias associacionistas, como as de John Locke e David Hume, enfatizam como as 
experiências podem ser associadas para formar uma rede de ideias ou conceitos. No contexto 
educacional, essa abordagem sugere que o aprendizado é um processo contínuo de interação com 
o ambiente, onde estímulos externos geram respostas que levam ao aprendizado. 
Racionalismo: Sustenta que o conhecimento não se origina apenas da experiência 
sensorial, mas também da razão e da reflexão interna. Filósofos como René Descartes e Immanuel 
Kant propuseram que existem ideias inatas ou categorias mentais que moldam como os indivíduos 
percebem e compreendem o mundo. O racionalismo enfatiza a importância dos processos 
cognitivos internos, como a dedução lógica e a análise crítica, para a construção do conhecimento. 
Em termos educacionais, essa teoria sugere que os alunos devem ser incentivados a usar sua razão 
para explorar e resolver problemas, muitas vezes por meio de questionamentos e reflexão 
profunda. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 6 
 
2.1.3 APLICAÇÕES PRÁTICAS NO ENSINO 
No contexto educacional, as teorias de aprendizagem têm um impacto direto na forma 
como os professores abordam o ensino e como as estratégias pedagógicas são elaboradas. A 
integração dessas abordagens no ambiente escolar pode ser feita de diversas maneiras: 
Ensino Empírico (ambientalista): Pode ser aplicado por meio de atividades práticas, 
experiências e observações que permitem aos alunos aprender de forma ativa, estimulando o uso 
dos sentidos e a interação com o mundo ao redor. 
Ensino Racionalista: Enfatiza o desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade 
de resolução de problemas, estimulando os alunos a pensar de forma lógica e reflexiva. Aqui, o 
professor atua como facilitador, guiando os alunos para que eles descubram respostas e 
compreendam conceitos de maneira profunda e fundamentada. 
Em ambos os casos, a aplicação de uma ou mais dessas abordagens depende do contexto 
educacional e das necessidades dos alunos. Algumas metodologias mais recentes, como as 
baseadas no Construtivismo, oferecem uma fusão dessas correntes, sugerindo que o conhecimento 
é construído ativamente pelo aluno através de experiências, interações e reflexões, apoiadas em 
uma base sólida de conhecimentos prévios. 
O estudo das teorias de aprendizagem é essencial para o aprimoramento da prática 
pedagógica. A compreensão das diferentes abordagens teóricas oferece aos educadores um vasto 
leque de ferramentas para personalizar o ensino de acordo com as necessidades de seus alunos. 
Seja pela ênfase no empirismo ou no racionalismo, o que é indiscutível é que a aprendizagem é 
um processo dinâmico, multifacetado e contínuo, que envolve tanto aspectos internos quanto 
externos do indivíduo. As teorias de aprendizagem são, portanto, essenciais para a criação de 
ambientes educacionais mais eficientes e significativos, que favoreçam o desenvolvimento integral 
dos alunos. 
 
2.1.4 EMPIRISMO OU AMBIENTALISMO 
O Empirismo ou Ambientalismo é uma corrente filosófica que destaca a influência do 
ambiente na aquisição do conhecimento, tendo como principais representantes David Hume 
(1711-1776) e John Locke (1632-1704). Segundo essa perspectiva, o ambiente desempenha um 
papel fundamental no desenvolvimento humano, sendo que as condições do meio são 
determinantes na formação das capacidades cognitivas e comportamentais. 
O planejamento ambiental é visto como uma ferramenta para criar estímulos que induzam 
respostas específicas, enfatizando a ideia de que o ambiente molda o indivíduo de maneira direta e 
exclusiva. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 7 
 
Conforme destaca MizukamiNeuza Venditte (2025): "O foco na personalização do ensino é essencial para atender às 
necessidades únicas de cada aluno." 
Regina Daucia de Oliveira Braga (2025): "Uma alfabetização significativa considera os 
aspectos emocionais e sociais do processo de aprendizado." 
Rita Cristina Guimarães de Almeida (2025): "A alfabetização multissensorial conecta os 
sentidos à aquisição do letramento." 
Samara Mesquita dos Santos (2025): "A aprendizagem experiencial possibilita um 
engajamento mais profundo e duradouro no processo educativo." 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 60 
 
Sandro Garabed Ischkanian (2025): "A alfabetização deve ser baseada em práticas que 
respeitem as diferenças individuais e promovam o desenvolvimento pleno." 
Simone Helen Drumond Ischkanian (2025): "A aplicação de estratégias neurocientíficas 
no ensino melhora significativamente a alfabetização." 
Silvana Nascimento de Carvalho (2025): "A alfabetização requer práticas dinâmicas que 
integrem experiências e teoria." 
Silvia Drumond de Carvalho (2025): "A construção do saber é potencializada pelo uso de 
métodos que conectem emoção e cognição." 
Sygride Nascimento de Carvalho (2025): "A personalização do ensino valoriza as 
singularidades do aluno, promovendo uma alfabetização eficaz." 
Tatiana Coelho (2025): "A alfabetização significativa transcende o ato de ler e escrever, 
promovendo cidadania." 
Tatiani Bonfim Bianchini (2025): "O construtivismo oferece bases sólidas para uma 
alfabetização reflexiva e ativa." 
Thamirys Patricia Ramos da Costa (2025): "A aprendizagem multissensorial conecta 
estímulos diversos à aquisição do letramento." 
Wanessa Delgado Silva Ronque (2025): "A alfabetização eficaz une ciência, emoção e 
prática, gerando impacto duradouro no aprendizado." 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 61 
 
Qual é a importância do construtivismo no processo de alfabetização? 
Como o construtivismo fomenta uma abordagem centrada no aluno, refletindo sobre sua 
capacidade de construir conhecimento ativamente em vez de recebê-lo de forma passiva? 
 
Como Vygotsky contribuiu para o entendimento da aprendizagem colaborativa na 
alfabetização? 
De que maneira a interação social e o papel do mediador influenciam na aquisição de habilidades 
de leitura e escrita? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 62 
 
De que forma a Aprendizagem Significativa, proposta por Ausubel, auxilia no ensino da 
leitura e da escrita? 
Como os educadores podem conectar os novos conteúdos ao conhecimento prévio dos alunos para 
torná-los mais relevantes e eficazes? 
 
Explique a importância do aprendizado experiencial no desenvolvimento de habilidades de 
alfabetização. 
De que modo vivências concretas e práticas ajudam a criar uma base sólida para a leitura e a 
escrita? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 63 
 
Como as neurociências podem ajudar a personalizar o ensino para atender diferentes estilos 
de aprendizagem? 
De que forma o conhecimento sobre funções cerebrais específicas pode orientar estratégias 
pedagógicas mais eficazes? 
 
O que caracteriza uma abordagem multissensorial na alfabetização? 
Como atividades que englobam sentidos como visão, audição e tato podem melhorar a retenção e 
o engajamento dos alunos? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 64 
 
Qual a relação entre a memória de trabalho e a alfabetização, segundo as neurociências? 
Por que é essencial entender a capacidade de memória de trabalho dos alunos para adaptar os 
conteúdos de forma eficaz? 
 
Por que é importante conectar o aprendizado a experiências anteriores, segundo David 
Ausubel? 
Como a criação de associações significativas pode evitar o esquecimento e reforçar a 
alfabetização? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 65 
 
Como o conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo de Piaget pode ser aplicado na 
alfabetização? 
De que maneira os estágios de desenvolvimento infantil orientam a escolha de metodologias para 
a leitura e a escrita? 
 
Qual é o papel das emoções na aprendizagem, conforme estudos neurocientíficos? 
Como sentimentos de segurança e motivação impactam diretamente a capacidade de aprender a ler 
e escrever? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 66 
 
Como a mediação social influencia a aprendizagem, de acordo com Vygotsky? 
Quais são os benefícios de envolver adultos ou pares mais experientes no processo de 
alfabetização? 
 
Quais são os benefícios de usar atividades práticas e experienciais no ensino da 
alfabetização? 
Como a experimentação direta pode ajudar os alunos a internalizarem conceitos fundamentais da 
linguagem? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 67 
 
Explique o conceito de "zona de desenvolvimento proximal" e sua aplicação na 
alfabetização. 
Como identificar e trabalhar com as capacidades emergentes dos alunos pode acelerar o processo 
de leitura e escrita? 
 
De que forma o aprendizado ativo é promovido no construtivismo? 
Por que o envolvimento direto dos alunos no processo de alfabetização resulta em maior 
compreensão e retenção? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 68 
 
Qual a importância das múltiplas inteligências, de Gardner, no planejamento de atividades 
de alfabetização? 
Como adaptar estratégias para diferentes inteligências pode garantir que todos os alunos tenham 
suas necessidades atendidas? 
 
Como o uso de tecnologia pode potencializar estratégias multissensoriais na alfabetização? 
De que modo ferramentas digitais e interativas ampliam as possibilidades de engajamento e 
aprendizado? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 69 
 
O que diferencia o aprendizado significativo do aprendizado mecânico? 
Por que a compreensão profunda dos conceitos é mais importante do que a memorização simples 
de informações? 
 
Como as teorias construtivistas podem ser aplicadas no ensino de crianças com dificuldades 
de aprendizado? 
Quais adaptações podem ser feitas para criar um ambiente mais inclusivo e eficaz para esses 
alunos? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 70 
 
Qual é a importância da inclusão de estímulos visuais, auditivos e táteis na alfabetização? 
Como a combinação de diferentes estímulos pode fortalecer conexões cerebrais e facilitar o 
aprendizado? 
 
Explique a relação entre atenção e alfabetização, segundoos estudos neurocientíficos. 
Por que manter a atenção dos alunos é um desafio e uma prioridade na alfabetização? 
 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 71 
 
Por que o contexto cultural é relevante para o processo de alfabetização? 
Como o respeito às vivências e tradições dos alunos pode enriquecer o ensino da leitura e da 
escrita? 
 
Como a prática de leitura compartilhada contribui para a alfabetização, segundo Vygotsky? 
Quais habilidades cognitivas e sociais são desenvolvidas por meio dessa prática? 
 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 72 
 
Qual o impacto da neuroplasticidade no desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita? 
De que maneira o cérebro se adapta para adquirir novas competências no processo de 
alfabetização? 
 
 
De que forma o aprendizado experiencial pode melhorar a retenção de informações na 
alfabetização? 
Por que atividades práticas são mais eficazes do que métodos exclusivamente teóricos? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 73 
 
Como a teoria das múltiplas inteligências pode ajudar na personalização do ensino da 
alfabetização? 
Quais são os desafios e benefícios de adaptar as aulas para atender diferentes perfis de 
inteligência? 
 
Qual é o papel do professor como mediador no construtivismo? 
Por que é essencial que o professor oriente o processo sem se tornar a fonte única de 
conhecimento? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 74 
 
Como a integração das neurociências com a pedagogia pode transformar o processo de 
alfabetização? 
Quais avanços recentes mostram como o estudo do cérebro pode revolucionar práticas educativas? 
 
Por que é importante considerar os aspectos emocionais na alfabetização? 
Como trabalhar a autoestima dos alunos pode ser decisivo no desenvolvimento da leitura e da 
escrita? 
 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 75 
 
Explique como atividades colaborativas ajudam no processo de letramento. 
Quais são os ganhos de aprendizagem social no desenvolvimento de competências linguísticas? 
 
Qual é a importância de estratégias interdisciplinares no ensino da alfabetização? 
Como unir conhecimentos de diferentes áreas pode enriquecer o processo de alfabetização? 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 76 
 
O que caracteriza a abordagem construtivista? O construtivismo é um movimento pedagógico 
que se destaca como uma nova proposta de ensino, que vem ganhando destaque nas últimas 
décadas. No entanto, seus maiores defensores não o consideram como uma metodologia 
consolidada, mas sim como um campo de estudo ainda em processo de amadurecimento. Esse 
enfoque exige tempo para desenvolver e estruturar práticas de ensino, exceto nas áreas de 
alfabetização, que já estão mais avançadas. 
 
Quais são os princípios centrais da pedagogia construtivista? A pedagogia construtivista 
propõe que o aluno se envolva ativamente no processo de aprendizagem por meio da 
experimentação, colaboração, questionamento e raciocínio. Ao contrário de oferecer 
conhecimento pronto, o método foca em técnicas inovadoras, incluindo a memorização de forma 
criativa. A abordagem acredita que o aprendizado se torna mais efetivo quando o aluno participa 
da construção do conhecimento. O erro é visto como uma oportunidade de crescimento, não como 
um fracasso, e o sistema de ensino propõe flexibilidade ao invés de rigidez. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 77 
 
Por que o construtivismo adota essas práticas? O construtivismo se baseia nos estudos de Jean 
Piaget, psicólogo suíço que revolucionou a compreensão do processo de aquisição do 
conhecimento. Ele mostrou que as crianças raciocinam de forma lógica, mas com estruturas que 
evoluem conforme a idade, e são diferentes das lógicas adultas. Por exemplo, uma criança pode 
achar que uma "salsicha" feita com massa contém mais que uma bolinha devido ao formato, o que 
não é um erro, mas uma forma de raciocínio adequada à sua fase de desenvolvimento. O 
construtivismo propõe práticas pedagógicas que respeitam essas diferentes fases de 
amadurecimento intelectual. 
 
Piaget criou o construtivismo? Não, Piaget nunca se dedicou a criar uma pedagogia específica. 
Ele se concentrou em estudar os processos da inteligência humana. Outros especialistas, baseando-
se nas suas descobertas, aplicaram essas ideias para desenvolver métodos pedagógicos inovadores. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 78 
 
De onde surgiu o construtivismo? O termo "construtivismo" foi introduzido por Emilia Ferreiro, 
psicóloga argentina e discípula de Piaget. Ela se dedicou ao estudo do processo de aprendizagem 
da leitura e escrita, baseando-se na teoria de Piaget e desenvolvendo suas próprias propostas, que 
ela chamou de construtivismo. 
 
 
Emilia Ferreiro é a autora do construtivismo? Não, Emilia Ferreiro, assim como Piaget, criou 
uma teoria científica, mas não uma pedagogia. A pedagogia construtivista se desenvolveu com o 
uso das descobertas de ambos, além de outros educadores como Lev Vygotsky, cujas ideias 
também foram incorporadas. Inicialmente, o termo "construtivismo" se referia à teoria de Ferreiro, 
mas com o tempo passou a englobar todas as propostas pedagógicas inspiradas nessa abordagem. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 79 
 
O que sustenta a teoria de Emilia Ferreiro? Emilia Ferreiro aplicou a teoria de Piaget para 
estudar como as crianças aprendem a ler e escrever entre 4 e 6 anos. Ela descobriu que as crianças 
não seguem os métodos tradicionais de ensino, pois aprendem segundo uma lógica própria. Ou 
seja, elas não aprendem exatamente como são ensinadas, o que levou à criação de novas práticas 
pedagógicas de alfabetização adaptadas à lógica infantil. 
 
 
Como é a lógica infantil na alfabetização, segundo Emilia Ferreiro? Ferreiro identificou uma 
sequência lógica no desenvolvimento da alfabetização. Inicialmente, na fase pré-silábica, as 
crianças não associam letras a sons e escrevem com repetições de uma letra. Na fase silábica, elas 
atribuem um valor silábico a cada letra. Depois, na fase silábico-alfabética, começam a combinar 
sílabas. Por fim, na fase alfabética, dominam completamente o valor das letras e sílabas. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 80 
 
O construtivismo se aplica apenas à alfabetização infantil? Embora o construtivismo tenha 
começado com a alfabetização, suas práticas já são utilizadas até a quarta série, adaptadas para 
outros conteúdos. Contudo, a partir daquinta série, quando há especialização dos professores por 
matéria, o construtivismo é menos aplicado devido à falta de teorias equivalentes à de Ferreiro. 
 
 
Por que o construtivismo critica a "prontidão" na alfabetização infantil? Os construtivistas, 
com base nas teorias de Piaget e Ferreiro, consideram que o treinamento motor, frequentemente 
usado para preparar as crianças para a escrita, é inútil. Para eles, aprender a ler e escrever envolve 
mais do que habilidades motoras; trata-se de um processo cognitivo mais complexo.(1986), essa linha de pensamento parte da premissa de que 
o ser humano, ao nascer, é como uma "tábula rasa", ou seja, uma folha em branco, pronta para ser 
preenchida pelas experiências sensoriais e motoras que vivencia. 
O conhecimento, portanto, não é algo inato ou derivado de uma estrutura mental pré-
existente, mas sim uma cópia das informações provenientes do mundo externo, sendo uma 
"descoberta" do sujeito sobre algo que já existia na realidade. Essa visão implica que a 
aprendizagem ocorre por meio da percepção e da interação com o ambiente, no qual o 
conhecimento é adquirido à medida que o sujeito descobre e interpreta o que está ao seu redor. 
A partir dessa corrente empirista, surgiram outras abordagens, como o behaviorismo (ou 
comportamentalismo) e o conexionismo, que enfatizam a influência do ambiente nas respostas 
observáveis e nas conexões estabelecidas entre estímulos e respostas. 
 
2.1.5 RACIONALISMO 
Na filosofia moderna, René Descartes (1596-1650) é considerado o precursor do 
racionalismo, corrente que afirma que o conhecimento humano é alcançado principalmente por 
meio da análise lógica e da reflexão. Segundo essa visão, a aprendizagem não depende 
exclusivamente das percepções sensoriais, mas sim de processos mentais que envolvem raciocínio, 
análise de proposições e lógica. Descartes defendeu que a mente humana possui uma capacidade 
única de compreender e avaliar proposições, determinando sua veracidade ou probabilidade 
através do pensamento estruturado, independente das experiências sensoriais diretas. 
No contexto do racionalismo, o ambiente tem um papel importante, mas não é o único 
determinante da aprendizagem. A ideia central é que o ambiente gera estímulos que influenciam o 
indivíduo, e, uma vez que o indivíduo processa esses estímulos, ele se transforma internamente. 
A mudança interna gerada pela aprendizagem, por sua vez, permite ao indivíduo 
influenciar e modificar o ambiente ao seu redor, gerando novos estímulos que, em um ciclo 
contínuo, propiciam mais aprendizagem. Esse processo é visto como uma interação dinâmica e 
contínua, ou seja, uma via de mão dupla, onde tanto o ambiente quanto o indivíduo se influenciam 
mutuamente, como destaca. 
A partir do racionalismo, surgiram outras correntes filosóficas que deram origem a teorias 
importantes, como o inatismo (ou nativismo), que postula que certos conhecimentos ou 
capacidades são inatos ao ser humano, e o interacionismo (como o construtivismo), que acredita 
que o conhecimento é construído por meio da interação entre o indivíduo e o ambiente, processo 
que envolve tanto fatores internos (mentais) quanto externos (ambientais). 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 8 
 
2.1.6 BEHAVIORISMO 
O behaviorismo é uma teoria psicológica que se concentra no estudo dos comportamentos 
observáveis e nas formas como os indivíduos respondem aos estímulos do ambiente. Segundo 
Illeris (2013), o behaviorismo se caracteriza por sua ênfase na observação do comportamento e na 
relação entre estímulos e respostas, enquanto rejeita o estudo dos processos mentais internos, 
como pensamentos e emoções, por serem considerados inacessíveis à observação científica direta. 
Existem duas vertentes principais dentro do behaviorismo: o behaviorismo metodológico 
e o behaviorismo radical. A primeira vertente foi criada por John B. Watson (1878-1958), 
considerado o fundador do estudo do comportamento observável. Para Watson, todo ser humano 
aprende a partir do seu ambiente, sendo este o principal fator na formação de seus 
comportamentos. Ele rejeitava a importância dos processos mentais, pois estes não poderiam ser 
observados cientificamente. Watson defendia que a única forma válida de estudar o 
comportamento humano seria através da análise dos estímulos do ambiente e das respostas 
observáveis dos indivíduos a esses estímulos (Illeris, 2013). De acordo com essa abordagem, ao 
modificar o ambiente e os estímulos, seria possível prever e controlar as respostas do indivíduo, ou 
seja, o comportamento humano passaria a ser algo controlável e condicionado. 
O conceito central do behaviorismo metodológico, segundo Illeris (2013), é o modelo de 
estímulo-resposta. Isso implica que o comportamento humano é uma reação direta a estímulos 
externos, o que o torna previsível. Dessa forma, o indivíduo não possui um papel ativo ou 
reflexivo em relação ao seu comportamento, sendo o ambiente o principal responsável pela 
formação de suas respostas. 
Mais tarde, o behaviorismo radical, desenvolvido por B.F. Skinner (1904-1990), 
expandiu a teoria do behaviorismo metodológico ao considerar que, além dos estímulos externos, 
as consequências das ações de um indivíduo também influenciam seu comportamento. Skinner 
introduziu o conceito de reforço, que postula que os comportamentos seguidos de consequências 
positivas tendem a ser repetidos, enquanto os seguidos de consequências negativas tendem a ser 
reduzidos (Illeris, 2013). O reforço pode ser positivo (ao adicionar uma recompensa) ou negativo 
(ao remover um estímulo aversivo), e ambos têm o poder de modificar o comportamento. 
Embora o behaviorismo tenha sido fundamental para a aplicação de técnicas de 
modificação de comportamento, principalmente no campo educacional e terapêutico, ele também 
foi criticado por correntes como o cognitivismo, que argumenta que o comportamento não pode 
ser totalmente compreendido apenas em termos de estímulos e respostas, pois fatores internos, 
como cognições e emoções, desempenham um papel crucial na aprendizagem e no comportamento 
humano (Illeris, 2013). 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 9 
 
Conforme destacado na (tabela 1) o behaviorismo tem sido uma das abordagens mais 
influentes no estudo do comportamento humano, porém, suas limitações são evidentes quando se 
considera a complexidade do funcionamento mental. 
 
Tabela 1: Perspectivas sobre o Behaviorismo. 
AUTOR PERSPECTIVA SOBRE O BEHAVIORISMO 
 
John B. Watson 
(1878-1958) 
Watson propôs que o comportamento humano é um reflexo direto do 
ambiente, sendo este o principal agente na formação de respostas do 
indivíduo. A aprendizagem ocorre por meio da associação de estímulos e 
respostas observáveis. 
 
B.F. Skinner 
(1904-1990) 
Skinner aprofundou o estudo do behaviorismo ao introduzir o conceito de 
reforço, sugerindo que os comportamentos são moldados através de 
consequências positivas ou negativas, destacando o papel das respostas do 
indivíduo em contextos específicos de aprendizagem. 
Simone Helen 
Drumond 
Ischkanian (2025) 
Ischkanian propõe que, no ambiente educacional, os princípios do 
behaviorismo podem ser aplicados para reforçar comportamentos desejados, 
enfatizando a importância de estímulos ambientais que estimulem o 
aprendizado e a interação com o meio. 
 
Gladys Nogueira 
Cabral (2025) 
Cabral analisa como o comportamento do aluno pode ser melhor 
compreendido a partir da interação entre o ambiente escolar e as respostas 
dos alunos, sugerindo que a aprendizagem é um processo de adaptação às 
condições externas e aos reforços positivos ou negativos que os estudantes 
recebem. 
 
Bruna Silva Felix 
(2025) 
Felix destaca a relevância dos estímulos como ferramentas poderosas de 
modificação de comportamento, reconhecendo que a aprendizagem no 
contexto escolar é favorecida pela repetição de respostas a determinados 
estímulos do ambiente. 
Eliana Drumond 
de Carvalho Silva 
(2025) 
Drumond de Carvalho reforça que, no modelo behaviorista, o papel do 
educador é fundamental como mediador dos estímulos ambientais, sugerindo 
que, ao moldar esses estímulos,o educador pode direcionar a aprendizagem 
de forma mais eficaz. 
 
Giane Demo 
(2025) 
Demo discute que o aprendizado, na perspectiva behaviorista, ocorre quando 
o aluno é condicionado a responder a estímulos, sendo necessário um 
planejamento cuidadoso de atividades que possam fortalecer essas respostas 
através de reforços. 
Thamirys 
Patricia Ramos 
da Costa (2025) 
Ramos da Costa aponta que, dentro do contexto behaviorista, a 
aprendizagem não é apenas uma questão de acumular informações, mas sim 
de respostas comportamentais que são modificadas de acordo com a 
experiência de reforços e punições. 
Regina Daucia de 
Oliveira Braga 
(2025) 
Braga explica que a teoria behaviorista enfatiza a importância da observação 
e mensuração do comportamento, sugerindo que as práticas pedagógicas 
devem ser baseadas na análise das respostas dos alunos a estímulos do 
ambiente educacional. 
Ediana Maria 
Cacau Oliveira 
(2025) 
Oliveira propõe que, no comportamento humano, as respostas aos estímulos 
são fundamentais para o processo de aprendizagem, sendo o ambiente um 
fator crucial para a formação e modificação desses comportamentos. 
Silvana 
Nascimento de 
Carvalho enfatiza que a aplicação do behaviorismo no ensino pode ser eficaz 
para controlar e modificar comportamentos indesejáveis, utilizando o reforço 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 10 
 
Carvalho (2025) positivo como estratégia pedagógica. 
Sandro Garabed 
Ischkanian (2025) 
Ischkanian sugere que, a partir do behaviorismo, as práticas educacionais 
podem ser otimizadas ao identificar padrões de resposta e reforçar 
comportamentos que favoreçam o aprendizado, resultando em mudanças 
observáveis no comportamento dos alunos. 
Fonte: ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, B. S.; SILVA, E. D. C.; DEMO, G.; COSTA, T. P. 
R.; BRAGA, R. D. O.; OLIVEIRA, E. M. C.; CARVALHO, S. N.; ISCHKANIAN, S. G., (2025). 
 
Essa tabela organiza as ideias de cada autor sobre o comportamento e a aprendizagem, 
com foco nas influências do ambiente, estímulos e respostas no processo de aprendizagem. O 
aprendizado, segundo os teóricos, envolve mais do que a simples resposta a estímulos; ele também 
envolve processos internos de pensamento, memória e resolução de problemas, que não podem ser 
observados diretamente, mas são igualmente fundamentais para a compreensão do comportamento 
humano (Illeris, 2013). 
 
2.1.7 SKINNER E O BEHAVIORISMO RADICAL 
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi um dos principais defensores do behaviorismo 
radical, que se fundamenta na ideia de que o comportamento humano pode ser moldado e 
modificado por meio do controle e reforço de estímulos ambientais. Ao contrário de outras 
abordagens psicológicas que se concentravam nos processos mentais internos, como pensamentos 
ou sentimentos, Skinner argumentava que o foco da psicologia deveria ser no comportamento 
observável e mensurável. A aprendizagem, em sua concepção, não seria uma questão de adquirir 
conhecimento abstrato, mas sim uma mudança no comportamento do sujeito em resposta a 
estímulos do ambiente. Essa perspectiva levou à formulação do conceito de condicionamento 
operante, que é a ideia de que o comportamento é fortalecido ou enfraquecido dependendo das 
consequências que se seguem. 
Segundo Skinner, o processo de aprendizagem ocorre quando uma resposta é dada a um 
estímulo, e essa resposta é reforçada positivamente, aumentando a probabilidade de que o 
comportamento se repita no futuro. Esse reforço pode ser positivo, quando algo agradável é 
apresentado após a resposta, ou negativo, quando algo desagradável é removido. O princípio 
central da teoria skinneriana é que o comportamento pode ser moldado através de reforços 
sistemáticos e controlados, sendo o ambiente a chave para o desenvolvimento do comportamento 
desejado. 
Para Skinner, a educação deve ser organizada de forma a criar condições ambientais que 
favoreçam o aprendizado de maneira estruturada e eficiente. O ensino não é visto como uma 
transmissão passiva de informações, mas como um processo ativo de manipulação e controle de 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 11 
 
condições que possibilitam a aprendizagem. Os métodos de ensino devem ser cuidadosamente 
planejados para garantir que as respostas desejadas sejam reforçadas adequadamente, com o 
objetivo de promover o desenvolvimento de habilidades e comportamentos esperados. O aluno, 
assim, é visto como um agente que reage ao ambiente e, por meio da repetição e reforço de suas 
respostas, aprende a se comportar de maneiras específicas, dentro dos parâmetros estabelecidos. 
Skinner aplicou sua teoria em diversos contextos, especialmente no ensino, propondo que 
o processo educacional fosse moldado de acordo com os princípios do reforço operante. Ele 
introduziu técnicas como o ensino programado, que utiliza uma série de estímulos controlados e 
reforços imediatos para promover a aprendizagem de forma sequencial e gradual. O ensino 
programado, por exemplo, permite que o aluno avance de forma autônoma, recebendo reforços a 
cada pequena conquista, o que o motiva a continuar a aprendizagem. Esse modelo se distancia das 
abordagens tradicionais de ensino, que muitas vezes dependem de métodos mais passivos e 
repetitivos, e oferece uma experiência de aprendizagem mais personalizada e adaptada ao ritmo do 
estudante. 
Entretanto, a teoria de Skinner tem sido alvo de críticas, especialmente no que diz 
respeito à sua ênfase na manipulação do ambiente em vez da consideração dos aspectos cognitivos 
e afetivos do indivíduo. Críticos argumentam que a teoria ignora a complexidade do 
comportamento humano e as influências internas que também desempenham um papel 
significativo no processo de aprendizagem. Além disso, a abordagem pode ser vista como 
excessivamente mecanicista, tratando o ser humano como um "reflexo" do ambiente, sem levar em 
conta as variáveis subjetivas e as motivações pessoais que podem influenciar o comportamento. 
Apesar das críticas, a teoria de Skinner tem importância significativa no campo 
educacional, especialmente em áreas que envolvem treinamento comportamental, ensino de 
habilidades práticas e reabilitação. A aplicação dos princípios do condicionamento operante, como 
reforços imediatos e feedback constante, tem mostrado eficácia em contextos de aprendizagem de 
habilidades motoras, ensino de alunos com dificuldades de aprendizagem e modificação de 
comportamentos em diversas configurações educacionais. 
De acordo com Illeris (2013), a abordagem de Skinner se mantém relevante em certos 
contextos específicos, como a aprendizagem precoce, o retreinamento e a educação de indivíduos 
com limitações cognitivas. Nesses casos, onde é essencial promover respostas comportamentais 
específicas e sustentadas, os princípios do reforço operante são fundamentais para garantir que o 
aprendizado ocorra de forma eficaz. Contudo, é importante reconhecer que o comportamento 
humano é multidimensional e que a teoria de Skinner deve ser considerada como uma das várias 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 12 
 
abordagens possíveis no processo educacional, sendo complementada por outras teorias que 
enfatizam a importância dos aspectos cognitivos, emocionais e sociais no aprendizado. 
 
2.1.8 TEORIAS RACIONALISTAS 
As teorias racionalistas sobre o desenvolvimento humano propõem que a maior parte das 
qualidades e capacidades do ser humano, como seus traços de personalidade, valores, habilidadescognitivas e comportamentais, são inatas, ou seja, já presentes no momento do nascimento e não 
são moldadas de forma substancial pelas experiências adquiridas ao longo da vida. Essas teorias 
contrapõem-se à visão empírica, que enfatiza o papel do ambiente como determinante no processo 
de aprendizagem e desenvolvimento. Ao longo dos séculos, diferentes correntes filosóficas e 
psicológicas deram forma ao racionalismo e aos seus desdobramentos. As principais abordagens 
dentro dessa linha de pensamento são o inatismo, o interacionismo e o construtivismo. Cada uma 
dessas perspectivas oferece uma visão única sobre o papel da experiência e da biologia no 
processo de aprendizagem e desenvolvimento humano. 
O inatismo, uma das mais antigas e influentes teorias dentro do racionalismo, sustenta 
que muitos aspectos da personalidade e do comportamento humano são pré-determinados 
geneticamente e, portanto, não são significativamente influenciados pela experiência. De acordo 
com essa perspectiva, a educação deve ter um papel secundário, limitando-se a interferir o mínimo 
possível no processo natural de desenvolvimento. A ideia central do inatismo é que as habilidades 
cognitivas e os traços de personalidade fundamentais são dados ao nascimento e permanecem 
relativamente estáveis ao longo da vida. 
A teoria inatista tem implicações importantes para a educação, uma vez que sugere que, 
em vez de moldar e transformar os indivíduos, a educação deve focar em criar condições 
favoráveis para que esses traços inatos se expressem de maneira adequada e eficaz. 
Na prática educacional, essa teoria implica que o papel dos educadores seria mais o de 
observadores e facilitadores, proporcionando condições mínimas para que os alunos se 
desenvolvam conforme sua predisposição inata. O inatismo também pode ser visto como uma base 
para teorias como o nativismo, que propõe que certos conhecimentos ou capacidades cognitivas 
são, de fato, inatos, como a capacidade de aprender uma língua. 
Diferentemente do inatismo, o interacionismo argumenta que o desenvolvimento humano 
ocorre através de uma interação constante entre o organismo e seu ambiente. Essa perspectiva 
reconhece a importância tanto das características biológicas e genéticas quanto das influências 
externas no processo de aprendizagem. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 13 
 
O interacionismo destaca a ideia de que o conhecimento não é pré-existente e tampouco 
adquirido de forma passiva; pelo contrário, ele é continuamente construído pelo indivíduo com 
base em suas experiências e na interação com o ambiente social e físico. 
Para os interacionistas, o aprendizado é visto como um processo dinâmico, em que o ser 
humano vai adaptando suas estruturas cognitivas e emocionais à medida que interage com o meio. 
O conhecimento não é algo dado, mas algo que se constrói ao longo do tempo, com base nas 
experiências vividas e nas relações estabelecidas com o mundo ao redor. Essa teoria tem uma forte 
conexão com o trabalho de Jean Piaget, no que diz respeito à forma como as crianças constroem 
suas próprias compreensões de mundo a partir de interações ativas com seu ambiente físico e 
social. Ao mesmo tempo, pode ser relacionada com o trabalho de Lev Vygotsky, que focou a 
importância da interação social para o desenvolvimento cognitivo, especialmente a interação com 
figuras de autoridade ou colegas mais experientes. 
O interacionismo cognitivista de Piaget e o sociointeracionismo de Vygotsky 
exemplificam diferentes maneiras de entender essa interação. Enquanto Piaget enfatiza a 
construção do conhecimento a partir da experiência individual, Vygotsky coloca um maior ênfase 
nas interações sociais e culturais como elementos fundamentais para o desenvolvimento cognitivo. 
O construtivismo, particularmente a teoria de Jean Piaget, vê o processo de aprendizagem 
como uma busca ativa do organismo por um estado de equilíbrio com o ambiente. Piaget formulou 
o conceito de equilibração, que descreve como os indivíduos buscam um equilíbrio entre as novas 
informações que adquirem e as estruturas cognitivas previamente estabelecidas. Esse processo é 
essencial para a adaptação às mudanças no ambiente e para o crescimento intelectual. 
O construtivismo é fundamentado na ideia de que o conhecimento não é algo 
simplesmente transmitido ao indivíduo, mas algo que é construído ativamente por ele. Piaget 
descreveu dois mecanismos essenciais para esse processo: assimilação e acomodação. 
Na assimilação, o indivíduo tenta entender novas informações utilizando seus 
conhecimentos já existentes. Em contraste, a acomodação ocorre quando o indivíduo precisa 
modificar suas estruturas cognitivas para se ajustar a novas informações ou experiências que não 
podem ser assimiladas da forma como são. A interação entre esses dois processos é o que permite 
o desenvolvimento cognitivo contínuo. 
O socioconstrutivismo de Lev Vygotsky propõe que o conhecimento é construído 
principalmente nas interações sociais. Vygotsky argumenta que as habilidades cognitivas mais 
complexas se desenvolvem a partir da interação social com adultos e com outros indivíduos mais 
experientes. Isso inclui o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que descreve a 
diferença entre o que uma criança pode fazer sozinha e o que pode fazer com o auxílio de outros. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 14 
 
Segundo Vygotsky, o aprendizado é mais eficaz quando se adianta o desenvolvimento da criança, 
guiando-a através de desafios que ela ainda não pode resolver sozinha, mas que pode atingir com o 
apoio de um adulto ou colega. 
 
Fonte: Natalia Fuente (2021), professora e pesquisadora da REAPRENDENTIA. 
 
O inatismo, o interacionismo e o construtivismo oferecem diferentes perspectivas sobre o 
processo de aprendizagem e o desenvolvimento humano, cada uma enfatizando diferentes 
aspectos da interação entre o ser humano e seu ambiente. Enquanto o inatismo sugere que a maior 
parte do desenvolvimento é predeterminada geneticamente, o interacionismo e o construtivismo 
destacam o papel ativo das experiências e das interações sociais na construção do conhecimento. 
Essas teorias têm profundas implicações para a educação, pois influenciam diretamente a forma 
como entendemos o papel do professor, o método de ensino e a interação entre alunos e o 
ambiente de aprendizagem. Ao longo do tempo, essas teorias evoluíram e continuam a influenciar 
a prática pedagógica, sendo fundamentais para a compreensão do desenvolvimento cognitivo 
humano e da aprendizagem. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 15 
 
2.1.9 TEORIAS DE TRANSIÇÃO ENTRE O BEHAVIORISMO CLÁSSICO E O 
COGNITIVISMO 
A Teoria de Processamento da Informação, desenvolvida por Robert Gagné (1916-2002), 
se posiciona entre o behaviorismo e o cognitivismo, pois reconhece tanto a importância dos 
estímulos e respostas, como os processos internos envolvidos na aprendizagem. De acordo com 
Gagné, a aprendizagem não pode ser explicada apenas pelo processo de crescimento, sendo, na 
verdade, uma modificação nas capacidades cognitivas do indivíduo, que é ativada por estímulos 
provenientes do ambiente externo (input). Essa modificação leva a uma mudança observável no 
comportamento, que se manifesta como desempenho humano (output) (FUENTES, 2018). 
Ao contrário de Skinner e outros behavioristas, que focam nas respostas externas ao 
ambiente, Gagné se concentra no processamento mental interno do aluno. Ele distingueentre os 
eventos externos e internos da aprendizagem: os eventos externos são os estímulos que afetam o 
aluno e os resultados de sua resposta, enquanto os internos dizem respeito às atividades mentais 
que ocorrem no sistema nervoso central. Gagné analisa o ato de aprendizagem como uma 
sequência de eventos internos, que podem ser organizados nas seguintes fases: motivação 
(expectativa), apreensão (atenção e percepção seletiva), aquisição (entrada e armazenamento de 
informações), retenção (armazenamento na memória), rememoração (recuperação), generalização 
(transferência de aprendizagem), desempenho (resposta) e retroalimentação (reforço) 
(GAUTHIER, 2010). 
Para Gagné, a aprendizagem gera estados persistentes no indivíduo, conhecidos como 
capacidades humanas, que se dividem em categorias como: informação verbal, habilidades 
intelectuais, estratégias cognitivas, atitudes e habilidades motoras. A função do ensino, para 
Gagné, é criar condições externas favoráveis à aprendizagem, que, por sua vez, ativem as 
condições internas do aluno. Dessa forma, o papel do professor é essencial para planejar eventos 
externos que iniciem, ativem e mantenham o processo de aprendizagem, promovendo assim o 
desenvolvimento das capacidades cognitivas do aluno (FUENTES, 2020). 
 
2.1.10 TEORIAS HUMANISTAS 
Carl Rogers (1902-1987) desenvolveu uma abordagem humanista que marcou uma 
ruptura significativa em relação aos modelos educacionais anteriores, como o behaviorismo e o 
cognitivismo. Sua proposta, que coloca o crescimento pessoal do aluno no centro do processo de 
aprendizagem, difere profundamente das abordagens que visam controlar o comportamento ou 
simplesmente transmitir conhecimentos específicos. Rogers não via o ensino como uma forma de 
simplesmente moldar o comportamento do aluno ou transmitir conteúdos cognitivos, mas sim 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 16 
 
como um meio de ajudar o aluno a se tornar a melhor versão de si mesmo, em termos tanto 
intelectuais quanto emocionais. 
A visão de Rogers sobre o processo educacional está centrada na noção de 
autorrealização, ou seja, na capacidade do aluno de se compreender e se desenvolver de maneira 
autêntica, com liberdade para explorar, questionar e integrar novos conhecimentos em sua vida. 
Para ele, a educação deve ir além da simples aquisição de informações ou habilidades, devendo 
alcançar a transformação do indivíduo como um todo. 
O professor, segundo Rogers, deve se posicionar como um facilitador dessa 
aprendizagem, criando um ambiente no qual a confiança e a aceitação mútua sejam os pilares da 
relação educacional. 
A centralidade do aluno na abordagem humanista é marcada pela ideia de que o 
aprendizado deve ser um processo autodirigido, no qual o aluno assume um papel ativo e 
protagonista. Rogers enfatiza que o verdadeiro "homem educado" não é aquele que apenas 
acumula informações, mas sim aquele que desenvolve a habilidade de aprender ao longo da vida, 
adaptando-se a novas situações e buscando constantemente novos conhecimentos. Essa visão do 
professor como facilitador implica uma mudança de postura, em que o educador deixa de ser a 
figura autoritária, que detém o saber, para se tornar uma pessoa real, autêntica e transparente, 
capaz de criar um clima de aprendizagem baseado no respeito mútuo e na empatia. 
Em consonância com a abordagem humanista, Rogers defende que a comunicação no 
contexto educacional deve ocorrer dentro de um clima de empatia genuína. Ele sugere que, para 
facilitar o processo de aprendizagem, o professor deve ser capaz de entender o aluno em um nível 
profundo, compartilhando suas experiências e sentimentos de maneira que promova a confiança e 
a abertura para o aprendizado. Essa empatia, de acordo com Rogers, permite que o aluno se sinta 
compreendido e acolhido, o que, por sua vez, favorece o engajamento emocional e intelectual com 
o conteúdo. 
A empatia é vista como uma habilidade essencial para o professor, pois permite que ele 
perceba as necessidades, interesses e preocupações dos alunos, ajustando sua abordagem de ensino 
de forma personalizada e eficaz. Além disso, o conceito de empatia não se limita à relação entre 
professor e aluno, mas se estende à relação entre os próprios alunos, criando um ambiente 
colaborativo e harmonioso para o aprendizado. 
Na década de 1970, Jack Mezirow propôs a teoria da aprendizagem transformadora, que 
se concentra no processo de transformação pessoal do aprendiz por meio da reflexão crítica sobre 
suas crenças, valores e suposições. Mezirow argumenta que a educação deve ser uma ferramenta 
para provocar mudanças profundas na maneira como os adultos percebem o mundo e a si mesmos. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 17 
 
Esse tipo de aprendizagem envolve um questionamento das ideias preconcebidas e uma análise 
crítica das perspectivas pessoais, levando o aluno a uma reinterpretação mais profunda e mais 
consciente da realidade. Ao refletir sobre suas próprias crenças e experiências, os aprendizes se 
tornam mais independentes, autossuficientes e críticos em relação às informações que recebem. 
A teoria de Mezirow, portanto, enfatiza a necessidade de promover uma aprendizagem 
que vá além do simples acúmulo de informações e que leve o indivíduo a questionar e, se 
necessário, redefinir seu entendimento do mundo. 
O objetivo final dessa abordagem é o crescimento pessoal e intelectual, com o aluno 
alcançando uma maior compreensão de si mesmo e do mundo ao seu redor. 
A teoria da aprendizagem experiencial, proposta por David Kolb em 1971, fundamenta-se 
na ideia de que a aprendizagem é mais eficaz quando os alunos vivenciam o processo de 
aprendizagem de forma ativa, ao invés de apenas receberem informações de maneira passiva. Kolb 
baseou sua teoria em pesquisas anteriores de Kurt Lewin, Jean Piaget e John Dewey, e sua 
proposta se aplica especialmente à aprendizagem de adultos. Ele introduziu o conceito de um ciclo 
de aprendizagem, no qual os aprendizes passam por quatro estágios: a experiência concreta, a 
observação reflexiva, a formação de conceitos abstratos e a experimentação ativa. Esse ciclo 
permite que o aprendiz, por meio da vivência e reflexão sobre a experiência, construa novos 
conhecimentos de forma mais profunda e significativa. 
A teoria de Kolb também enfatiza a importância da autonomia e da autorregulação na 
aprendizagem, pois os alunos, ao vivenciar as situações de aprendizagem, são capazes de se tornar 
mais independentes e críticos em relação aos seus próprios processos de aprendizagem. 
As teorias cognitivas concentram-se nos processos mentais que ocorrem quando o 
indivíduo adquire, organiza e utiliza informações. Diferente das abordagens behavioristas, que se 
preocupam com a observação e controle de comportamentos, as teorias cognitivas buscam 
entender como a mente humana processa informações e como os indivíduos atribuem significados 
à realidade. A cognição envolve uma série de processos mentais, como percepção, memória, 
atenção e raciocínio, que permitem ao indivíduo compreender, interpretar e responder ao ambiente 
ao seu redor. 
Autores como Jerome Bruner, Jean Piaget, David Ausubel, Joseph Novak e George Kelly 
contribuíram significativamente para o campo das teorias cognitivas, propondo diferentes 
abordagens sobre como a aprendizagem ocorre e como os alunos constroem o conhecimento. 
Embora cada um desses autores tenha uma perspectiva única, todos enfatizam a importância da 
construção ativa do conhecimento, na qual o aprendiz não é um receptor passivo de informações, 
mas um agente ativo na construção de seus própriossignificados. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 18 
 
A teoria de David Ausubel (1918-2008) destaca a aprendizagem significativa como um 
processo fundamental no qual a nova informação se integra de maneira substantiva à estrutura 
cognitiva pré-existente do aprendiz. De acordo com Ausubel, a aprendizagem é mais eficaz 
quando as novas informações se conectam de maneira lógica e relevante com o conhecimento 
previamente adquirido, o que permite ao aluno compreender e reter melhor o conteúdo. Ele 
introduziu o conceito de "subsunçores", que são conceitos ou ideias existentes na estrutura 
cognitiva do aprendiz que podem servir de âncoras para a nova informação. 
 
Fonte: Natalia Fuente (2021), professora e pesquisadora da REAPRENDENTIA. 
 
A aprendizagem significativa, portanto, ocorre quando o aluno consegue relacionar a 
nova informação com esses subsunçores, transformando-a em conhecimento duradouro e 
utilizável. Em contraste, a aprendizagem mecânica ocorre quando a nova informação é 
armazenada de maneira arbitrária, sem qualquer vínculo significativo com o conhecimento pré-
existente, o que resulta em uma compreensão superficial e na dificuldade de aplicar o que foi 
aprendido em novos contextos. 
A abordagem de Ausubel orienta os professores a organizarem o conteúdo de forma 
hierárquica, identificando quais conceitos fundamentais precisam ser ensinados primeiro para que 
o aluno seja capaz de aprender de maneira significativa. 
O entendimento das bases cognitivas e psicológicas da aprendizagem é crucial para os 
educadores, pois permite que eles escolham e apliquem estratégias de ensino mais eficazes. 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 19 
 
Conhecer como o cérebro processa e organiza a informação ajuda o professor a estruturar as 
atividades de aprendizagem de forma que favoreçam a retenção, compreensão e aplicação do 
conhecimento. 
A aplicação de estratégias adequadas pode não apenas melhorar a qualidade do 
aprendizado, mas também ajudar a criar um ambiente mais inclusivo e acessível, que atenda às 
necessidades de todos os alunos. 
Tabela 2: As principais abordagens de aprendizagem humanistas. 
ABORDAGEM 
TEORIA 
DESCRIÇÃO AUTOR(ES) 
 
Humanismo 
Foca no crescimento pessoal do aluno, 
considerando-o como pessoa. A educação 
visa facilitar sua autorrealização, abrangendo 
aprendizagens afetiva, cognitiva e 
psicomotora. 
 
Carl Rogers 
(1902-1987) 
 
Empatia 
A comunicação na aprendizagem deve ser 
feita em um clima de compreensão empática, 
permitindo que o aluno se sinta 
compreendido e acolhido, favorecendo o 
aprendizado. 
 
Carl Rogers 
(1902-1987) 
 
Aprendizagem 
Autodirecionada 
O aluno aprende a ser independente, criativo 
e autoconfiante. A autocrítica e a 
autoavaliação são fundamentais, com menor 
foco na avaliação externa. 
 
Carl Rogers 
(1970) 
Teoria da 
Aprendizagem 
Transformadora 
Busca transformar o aluno, levando-o a 
refletir sobre suas suposições, crenças e 
valores, favorecendo o crescimento pessoal e 
a independência. 
 
Jack Mezirow 
(1970) 
Teoria da 
Aprendizagem 
Experiencial 
A aprendizagem é mais eficaz quando o 
aluno vivencia o processo, ao invés de 
simplesmente receber passivamente o 
conhecimento. Enfatiza a aprendizagem ativa 
e reflexiva. 
 
David Kolb 
(1971) 
 
Teorias Cognitivas 
Foca nos processos mentais envolvidos na 
compreensão, armazenamento e utilização 
das informações. Explora a construção ativa 
do conhecimento pelo aprendiz. 
Jerome Bruner, Jean 
Piaget, David Ausubel, 
Joseph Novak, George 
Kelly 
 
Aprendizagem 
Significativa 
A nova informação se relaciona com o 
conhecimento pré-existente do aluno de 
forma relevante, permitindo uma 
compreensão profunda e duradoura do 
conteúdo. 
 
David Ausubel 
 (1918-2008) 
 
 
Bases da 
Aprendizagem 
Compreensão de como o indivíduo adquire e 
organiza o conhecimento, permitindo o uso 
de estratégias eficazes que favorecem uma 
aprendizagem de qualidade e aplicável, 
Ischkanian, S. H. D.; 
Cabral, G. N.; 
Felix, B. S.; 
 Silva, E. D. C.; 
Demo, G.; 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 20 
 
contemporânea aliada a integração das neurociências no 
contexto educacional, destacando como o 
conhecimento sobre o funcionamento do 
cérebro potencializa as práticas pedagógicas 
e promove uma aprendizagem eficaz. 
 Costa, T. P. R.; 
Braga, R. D. O.; 
Oliveira, E. M. C.; 
Carvalho, S. N.; 
Ischkanian, S. G., (2025) 
 
Fonte: ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, B. S.; SILVA, E. D. C.; DEMO, G.; COSTA, T. P. 
R.; BRAGA, R. D. O.; OLIVEIRA, E. M. C.; CARVALHO, S. N.; ISCHKANIAN, S. G., (2025). 
 
A tabela resume as abordagens e teorias de aprendizagem humanistas, focando em seu 
propósito de promover o crescimento pessoal, a autorrealização e a aprendizagem significativa. 
O foco deve ser o desenvolvimento de uma aprendizagem que seja significativa, 
duradoura e aplicável, promovendo o crescimento intelectual e pessoal dos estudantes. 
 
2.2 A FORMAÇÃO DO SÍMBOLO NA CRIANÇA: IMITAÇÃO, JOGO E SONHO, 
IMAGEM E REPRESENTAÇÃO 
 
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, no dia 9 de agosto de 1896, e faleceu em 
Genebra, em 16 de setembro de 1980, aos 84 anos. Sua formação inicial foi na área de Biologia, 
na qual concluiu o doutorado. No entanto, seu interesse pelas questões filosóficas o conduziu a um 
campo interdisciplinar que culminou na criação da Epistemologia Genética, um estudo sobre como 
o conhecimento é construído e desenvolvido ao longo do tempo. Ao longo de sua carreira, Piaget 
foi professor de Psicologia e disciplinas correlatas, autor de mais de 70 livros e cerca de 200 
artigos, tornando-se um dos maiores influenciadores da Psicologia e da Educação do século XX. 
 
2.2.1 CONTRIBUIÇÕES FUNDAMENTAIS DE PIAGET À PSICOLOGIA E À 
EDUCAÇÃO 
Piaget buscava entender como o ser humano desenvolve sua capacidade de raciocinar, 
questionando, desde jovem, os processos que levam à construção do conhecimento. Essa 
inquietação o levou a investigar o desenvolvimento cognitivo das crianças, campo em que se 
tornou referência mundial. Piaget sustentava que o desenvolvimento intelectual ocorre de forma 
contínua, por meio de interações ativas entre o indivíduo e o ambiente. Para ele, o aprendizado não 
é apenas uma transmissão passiva de informações, mas um processo ativo em que o sujeito 
constrói e reconstrói seu conhecimento. 
Um dos trabalhos mais significativos nesse contexto é o livro A Formação do Símbolo na 
Criança. Nesse estudo, Piaget explora como as crianças constroem representações simbólicas, um 
tema central para compreender o desenvolvimento da inteligência. Ele argumenta que a 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 21 
 
capacidade de usar símbolos — como palavras, imagens ou gestos — é essencial para o avanço 
cognitivo, pois permite à criança transcender o imediato e pensar em termos de abstrações. 
 
2.2.2 BASES EPISTEMOLÓGICAS E CONTEXTO HISTÓRICO 
Piaget desenvolveu suas teorias em um momento histórico marcado por grandes avanços 
no pensamento científico e filosófico. Desde o Iluminismo, no século XVIII, a razão era vista 
como a principal ferramenta para compreender os fenômenos naturais e sociais. Inspirado por esse 
legado, Piaget procurou responder a uma questão filosófica fundamental: comoo ser humano 
constrói a razão? Embora essa questão tenha um caráter abstrato, ele a abordou com base em 
métodos empíricos, utilizando observações sistemáticas e experimentos com crianças. 
Um aspecto distintivo de sua abordagem foi a observação de seus próprios filhos, que 
serviram como objeto de estudo para algumas de suas investigações. Ele complementou essas 
observações com dados experimentais coletados em interações com grupos de crianças, utilizando 
o método clínico. Essa abordagem permitiu que Piaget criasse um modelo detalhado e dinâmico 
sobre o desenvolvimento da inteligência. 
 
2.2.3 OS QUATRO ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Piaget descreveu o desenvolvimento cognitivo como um processo que ocorre em quatro 
estágios principais: 
1. Estágio Sensório-Motor (do nascimento até os 2 anos): Neste estágio, a inteligência é 
predominantemente prática e está relacionada a ações diretas no mundo. O bebê explora o 
ambiente por meio dos sentidos e da manipulação de objetos, desenvolvendo gradualmente 
conceitos básicos como permanência do objeto. 
2. Estágio Pré-Operatório (dos 2 aos 7 anos): Nesse período, a criança desenvolve a 
capacidade de usar símbolos, como palavras e imagens, mas ainda apresenta limitações em seu 
pensamento lógico. É nesse estágio que o jogo simbólico ganha destaque, permitindo à criança 
expressar ideias, sentimentos e desejos por meio de representações imaginativas. 
3. Estágio das Operações Concretas (dos 7 aos 11 anos): Aqui, a criança começa a 
pensar logicamente sobre eventos concretos e compreende conceitos como conservação e 
reversibilidade. 
4. Estágio das Operações Formais (a partir dos 12 anos): Neste último estágio, o 
indivíduo desenvolve a capacidade de pensar de forma abstrata, formulando hipóteses e 
raciocinando logicamente sobre ideias e situações hipotéticas. 
 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 22 
 
2.2.4 O PAPEL DO SIMBOLISMO E DO JOGO NO DESENVOLVIMENTO 
INFANTIL 
A Formação do Símbolo na Criança destaca o papel central da função simbólica no 
desenvolvimento cognitivo. Para Piaget, a construção da relação significante-significado é 
essencial para que a criança possa superar as ações concretas e iniciar um processo de 
representação mental mais avançado. Essa função simbólica se manifesta inicialmente no jogo 
simbólico, no qual a criança utiliza sua imaginação para transformar a realidade de acordo com 
seus desejos e emoções. 
O jogo simbólico, segundo Piaget, cumpre três funções principais: 
 Representação simbólica: Utiliza símbolos para recriar a realidade de maneira 
imaginativa. 
 Função afetiva: Permite que a criança expresse e lide com suas emoções de forma 
lúdica. 
 Imaginação criadora: Serve como base para o desenvolvimento da criatividade e do 
pensamento abstrato. 
Piaget observa que o jogo simbólico é substituído gradualmente pelo pensamento lógico à 
medida que a criança desenvolve estruturas cognitivas mais complexas. 
 
2.2.5 A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E PENSAMENTO 
Piaget enfatiza que a aquisição da linguagem está subordinada à função simbólica. Ele 
argumenta que a linguagem não é a única forma de expressão simbólica; a imitação e o jogo 
também desempenham papéis cruciais nesse processo. A criança, ao aprender a falar, não apenas 
nomeia objetos, mas também constrói significados que refletem sua interação com o ambiente. 
A relação entre linguagem e pensamento tem sido objeto de análise em diversas áreas do 
conhecimento, como filosofia, psicologia, linguística e educação. Essa conexão é fundamental 
para compreender como os seres humanos organizam, processam e expressam suas ideias e 
conhecimentos sobre o mundo. Linguagem e pensamento não são processos independentes; pelo 
contrário, estão profundamente interligados, influenciando-se mutuamente em diversas dimensões 
do desenvolvimento cognitivo e social. 
Na visão de teóricos como Lev Vygotsky, a linguagem desempenha um papel central no 
desenvolvimento do pensamento. Para ele, o pensamento se manifesta por meio da linguagem, que 
funciona como mediadora entre o indivíduo e o meio sociocultural. A linguagem não apenas 
expressa o pensamento, mas também o molda, fornecendo as ferramentas necessárias para 
categorizar, abstrair e sistematizar o conhecimento. Essa perspectiva sugere que, à medida que a 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 23 
 
linguagem se desenvolve, o pensamento se torna mais complexo, permitindo a resolução de 
problemas e a construção de significados. 
Por outro lado, Jean Piaget entende que o pensamento precede a linguagem em algumas 
fases do desenvolvimento humano. Segundo ele, a criança desenvolve estruturas cognitivas antes 
mesmo de adquirir a fala, utilizando esquemas sensório-motores para interagir com o ambiente. A 
linguagem, nesse contexto, é uma consequência do pensamento e um meio para comunicar ideias 
que já foram previamente construídas. Com o desenvolvimento, a linguagem e o pensamento 
passam a se influenciar mutuamente, especialmente no estágio das operações concretas e formais, 
onde o raciocínio abstrato emerge. 
Na contemporaneidade, com a introdução das tecnologias digitais, essa relação é ainda 
mais desafiadora e dinâmica, o pensamento é constantemente estimulado por novas formas de 
comunicação, como textos multimodais, emojis e hipertextos, que não apenas ampliam o alcance 
da linguagem, mas também criam novas formas de organização cognitiva. A linguagem digital 
contemporânea reformula os padrões tradicionais de pensamento, proporcionando novas formas de 
expressar e articular ideias. 
Essa interdependência entre linguagem e pensamento é evidente também em contextos 
educacionais. A aquisição da linguagem é uma ferramenta essencial para o aprendizado, pois 
permite que os alunos compreendam conceitos complexos, articulem argumentos e interajam com 
o conhecimento de forma significativa, ao mesmo tempo, o pensamento crítico e criativo 
potencializa o uso da linguagem, possibilitando que os aprendizes explorem diferentes formas de 
expressão. A relação entre linguagem e pensamento é dinâmica e dialética, constituindo a base 
para o desenvolvimento humano e a interação social em qualquer sociedade. 
Tabela 3: A relação entre linguagem e pensamento. 
TEÓRICO VISÃO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E 
PENSAMENTO 
 
 
 
Jean Piaget 
Piaget propõe que o pensamento precede a linguagem em estágios 
iniciais do desenvolvimento infantil. A criança constrói suas 
primeiras representações mentais por meio de ações concretas e 
interações com o mundo físico. A linguagem surge posteriormente 
como uma forma de expressão dessas estruturas cognitivas que foram 
inicialmente formadas sem a necessidade da linguagem. Ao avançar 
para os estágios das operações concretas e formais, pensamento e 
linguagem se tornam mais interdependentes. A linguagem auxilia na 
organização de conceitos e na realização de operações cognitivas 
mais complexas. 
 
 
Para Vygotsky, a linguagem e o pensamento são intimamente 
interligados. A linguagem não é apenas um reflexo do pensamento, 
 A RELEVÂNCIA DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E DAS NEUROCIÊNCIAS NA 
ALFABETIZAÇÃO. Página 24 
 
Lev Vygotsky mas um dos fatores que molda e desenvolve as funções cognitivas. A 
linguagem, inicialmente social e externa, torna-se internalizada, 
permitindo que a criança organize seus pensamentos, tome decisões e 
desenvolva capacidades cognitivas mais avançadas. A interação 
social, especialmente a fala, é essencial para o desenvolvimento 
cognitivo epara a construção do conhecimento. 
ISCHKANIAN, S. H. D.; 
CABRAL, G. N.; 
FELIX, B. S.; SILVA, E. 
D. C.; DEMO, G.; 
COSTA, T. P. R.; 
BRAGA, R. D. O.; 
OLIVEIRA, E. M. C.; 
CARVALHO, S. N.; 
ISCHKANIAN, S. G., 
(2025) 
Os autores (2025) discutem a relação entre linguagem e pensamento 
em contextos educacionais e sociais, destacando que a linguagem é 
uma ferramenta essencial na organização do pensamento crítico e 
criativo. A aprendizagem da linguagem permite ao indivíduo acessar 
diferentes níveis de abstração e comunicação. Eles enfatizam que, no 
contexto da educação, o desenvolvimento de habilidades linguísticas 
facilita a construção de sentidos mais profundos e complexos sobre o 
mundo, influenciando diretamente o processo de aquisição de 
conhecimento e a capacidade de reflexão crítica. 
Fonte: ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, B. S.; SILVA, E. D. C.; DEMO, G.; COSTA, T. P. 
R.; BRAGA, R. D. O.; OLIVEIRA, E. M. C.; CARVALHO, S. N.; ISCHKANIAN, S. G., (2025). 
 
Essa tabela sintetiza as diferentes perspectivas sobre a interação entre linguagem e 
pensamento, refletindo as abordagens distintas desses teóricos fundamentais na psicologia e 
educação. 
 
2.2.6 CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS E CRÍTICAS 
Jean Piaget revolucionou a compreensão do desenvolvimento cognitivo ao propor que a 
inteligência humana se desenvolve em estágios, marcados por processos dinâmicos de assimilação 
e acomodação. Para Piaget, a criança é um ser ativo na construção de seu conhecimento, 
interagindo com o ambiente de maneira a reorganizar suas estruturas cognitivas. Em contrapartida, 
autores contemporâneos como Ischkanian, Cabral, Félix, Silva, Demo, Costa, Braga, Oliveira, 
Carvalho e Garabed Ischkanian (2025) expandem a visão piagetiana ao incorporar perspectivas 
interdisciplinares que valorizam não apenas os aspectos intrínsecos do desenvolvimento infantil, 
mas também os fatores sociais, culturais e tecnológicos que influenciam a aprendizagem. 
Enquanto Piaget enfatizava a lógica interna da construção do conhecimento, os autores modernos 
consideram que a inserção de novas tecnologias e métodos pedagógicos transformadores 
desempenham papel fundamental na formação do sujeito contemporâneo. Essas abordagens 
complementam a visão clássica com reflexões sobre os desafios da era digital e a necessidade de 
práticas pedagógicas inclusivas e adaptadas à diversidade dos alunos. 
 
 
 
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ALFABETIZAÇÃO. Página 25 
 
Tabela 4: Contribuições Teóricas de Piaget e os autores, (2025). 
ASPECTOS 
RELEVANTES 
AO 
CONTEXTO 
TEÓRICAS 
JEAN 
PIAGET 
ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, 
B. S.; SILVA, E. D. C.; DEMO, G.; COSTA, T. P. 
R.; BRAGA, R. D. O.; OLIVEIRA, E. M. C.; 
CARVALHO, S. N.; ISCHKANIAN, S. G., (2025) 
Foco 
principal 
das 
teorias 
Desenvolvimento 
cognitivo baseado em 
estágios (sensório-motor, 
pré-operatório, operações 
concretas, operações 
formais). 
Aprendizagem como processo multidimensional, 
integrando fatores sociais, culturais e 
tecnológicos. 
Natureza 
da 
aprendizagem 
Construção ativa do 
conhecimento pelo 
indivíduo, em interação 
com o meio. 
Construção do conhecimento mediada por 
tecnologias e práticas pedagógicas inovadoras. 
Papel 
do 
ambiente 
O ambiente é uma 
condição essencial para o 
desenvolvimento, mas a 
criança é protagonista. 
O ambiente inclui elementos sociais e culturais 
complexos, como a digitalização e a globalização. 
Importância 
do 
social 
Considerado secundário; 
o desenvolvimento 
individual é 
predominante. 
Enfatiza a interação social como essencial, 
incluindo as dinâmicas de colaboração e inclusão. 
Uso de 
tecnologia 
Não explorado, dado o 
contexto histórico da 
época. 
Fundamental; aborda o impacto de tecnologias 
digitais na educação e na construção do 
conhecimento. 
 
Perspectiva 
inclusiva 
Foco nas capacidades 
gerais de 
desenvolvimento 
cognitivo, com pouca 
ênfase nas 
especificidades 
individuais. 
Priorização da inclusão e da personalização do 
ensino para atender à diversidade dos aprendizes. 
Método de 
investigação 
Observação clínica e 
experimentação 
sistemática com crianças. 
Abordagens interdisciplinares, com integração de 
métodos qualitativos e quantitativos. 
Objetivo 
educacional 
Desenvolver a 
capacidade de 
pensamento lógico e 
abstrato. 
Formar sujeitos críticos, autônomos e preparados 
para desafios do século XXI. 
Fonte: ISCHKANIAN, S. H. D.; CABRAL, G. N.; FELIX, B. S.; SILVA, E. D. C.; DEMO, G.; COSTA, T. P. 
R.; BRAGA, R. D. O.; OLIVEIRA, E. M. C.; CARVALHO, S. N.; ISCHKANIAN, S. G., (2025). 
 
A tabela mostra como as teorias de Piaget, baseadas na epistemologia genética, são 
complementadas pelos autores contemporâneos (2025), que ampliam a discussão ao considerar o 
impacto da sociedade moderna e das novas demandas educacionais no desenvolvimento cognitivo 
e social dos indivíduos. 
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ALFABETIZAÇÃO. Página 26 
 
2.2.7 RELEVÂNCIA CONTEMPORÂNEA 
Mesmo após décadas de sua publicação, A Formação do Símbolo na Criança permanece 
uma leitura essencial para estudiosos da Psicologia e da Educação. Suas descrições precisas, a 
análise sistemática das interações entre sujeito e ambiente e as elaborações teóricas continuam 
influenciando a pesquisa e a prática pedagógica. O livro não apenas ilumina os processos de 
desenvolvimento cognitivo, mas também oferece insights valiosos para compreender como 
crianças constroem significados e enfrentam desafios do mundo ao seu redor. 
Piaget demonstra que a evolução cognitiva é um processo contínuo de equilíbrio entre 
assimilação e acomodação, levando o indivíduo a níveis mais elevados de adaptação e 
compreensão. Sua obra, além de clássica, é atemporal, pois seus conceitos básicos continuam a 
inspirar debates e avanços no campo da Educação e da Psicologia. 
 
2.3 A CONSTRUÇÃO DO SÍMBOLO NA INFÂNCIA: IMITAÇÃO, BRINCADEIRA, 
FANTASIA, IMAGEM E REPRESENTAÇÃO 
 
A formação simbólica na infância é um processo complexo que envolve a imitação, a 
brincadeira, a fantasia, a imagem e a representação, sendo um dos temas centrais do 
desenvolvimento cognitivo infantil. A partir das perspectivas de diversos teóricos, como Jean 
Piaget, Lev Vygotsky, David Ausubel, David Kolb e Howard Gardner, o processo de 
aprendizagem é visto como algo ativo e dinâmico, no qual as crianças constroem seus 
conhecimentos a partir das experiências e das interações com o ambiente que as cerca. Esse 
processo é enriquecido com o envolvimento de diversas áreas do cérebro, uma vez que a 
integração das neurociências educacionais enfatiza a importância de conhecer o funcionamento 
cerebral para aprimorar as práticas pedagógicas e a alfabetização. 
Jean Piaget vê a criança como um ser ativo que constrói sua inteligência através de 
interações com o ambiente. Para Piaget, a formação do símbolo começa a se desenvolver na 
primeira infância, com a imitação e o jogo simbólico sendo elementos fundamentais nesse 
processo. 
A brincadeira, para Piaget, não é apenas uma expressão de criatividade, mas um 
momento em que a criança reinterpreta o mundo e começa a criar representações mentais que mais 
tarde permitirão o desenvolvimento de habilidades cognitivas mais complexas. A criança vai, 
assim, se deslocando entre as fases do desenvolvimento intelectual, desde a ação até a 
representação, passando pelo uso de símbolos na linguagem, no jogo e nas imagens mentais. 
Lev Vygotsky, por outro lado, destaca a importância da linguagem e da interação social 
no desenvolvimento simbólico. A linguagem, em sua teoria, não é apenas

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