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Neurose suite Jalloud Osvaldo TRANSTORNO OBSESSIVO E COMPULSIVO (TOC). Prevalência: Estima-se que este transtorno afeta 2 a 3 % da população em geral, independentemente do modo cultural. Proporção entre os sexos: 2 homens por I mulher, ela reside preferencialmente na adolescência, entre os 20 anos com predominância masculina. Definição: Uma obsessão se define como uma ideia fazendo interrupção de forma recorrente aos pensamentos do sujeito. Angustiado, o paciente recorre a compulsões, quer dizer aos actos intencionais e estereotípicos de formas a expulsar as ideias obsessivas. A compulsão tornada sistemática e efetuada por vezes antes mesmo da ideia obsessiva, toma o nome de ritual. Um sentimento de sofrimento acompanha estas condutas desde o momento que elas se tornam importantes. FISIOPATOLOGIA: A neurobiologia interessou-se nesta patologia. Os primeiros mediadores concernentes a esta patologia é a serotonina. E isto esta na base da eficacidade particularmente observada em doentes tratados com inibidores da recaptação da serotonina. Mas infelizmente nenhuma explicação devidamente verificada sobre a eficacidade dos agentes serotoninergéticos foi apresentada. Pelo contrário os estudos de imagiologia cerebral como o PET- scan deram resultados surpreendentes. Nos sujeitos afetados com TOC, encontrou-se uma hiperatividade localizada no lobo frontal e nos gânglios da base, nomeadamente no núcleo caudal. Conseguiu-se também meter em evidência, em certos casos um desaparecimento destas anomalias, após tratamento medicamentoso ou psicoterapia comportamental. CLÍNICA: fluentemente os individuos que sofrem deste transtorno escondem dos amigos e familiares essas ideias e comportamentos, tanto por vergonha quanto por terem noção do absurdo das exigências autoimpostas. Muitas vezes desconhecem que esses problemas fazem parte de um quadro psicológico tratável. As obsessões tendem a aumentar a ansiedade da pessoa ao passo que a execução de compulsões a reduz. Porém, se uma pessoa resiste a realização de uma compulsão ou é impedida de fazê-la surge intensa ansiedade. A pessoa pode perceber que a obsessão é irracional e reconhecê-la como um produto de sua mente, experimentando tanto a obsessão quanto a compulsão como algo fora de seu controle e desejo, o que causa muito sofrimento. Tornando-se deste modo um problema incapacitante porque as obsessões podem consumir tempo (muitas horas do dia) e interferirem significativamente na rotina normal do indivíduo, no seu trabalho, em atividades sociais ou relacionamentos com amigos e familiares. As obsessões não devem ser confundidas com delírios, visto que a grande parte dos pacientes tem a consciência de que seus pensamentos e ideias não estão de acordo com a realidade. TRANSTORNO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO. Prevalência: Estima-se que afeta 9 a 10 % da população mundial. As expostas a um traumatismo representam aproximadamente até 75%. Proporção entre os sexos: é a mesma entre os sexos, preferencialmente os jovens adultos, é também possível que afete as crianças. Definição: Trata-se do desenvolvimento dos sintomas característicos da exposição a um fator traumático extremo. O episódio é suficientemente intenso para poder afetar todas as pessoas expostas (guerras, atentados, violos, etc.). O sujeito revive estas experiencias através das reminiscências (recordações do passado) ou dos pesadelos, e neles é associado o medo de reviver tais experiencias, por vezes um sentimento de desespero faz-se sentir. FISIOPATOLOGIA: A implicação da noradrenalina pelo facto que ela influência na memória, na antecipação (córtex pré-frontal), no eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal e no sistema simpático (implicado nos sintomas somáticos e vegetativos) é mais que possível que este neuro transmissor esteja implicado. E os estudos realizados com animais vão nesta direção (de confirmação da implicação da Noradrenalina). Apesar de tudo os mesmos estudos sugerem uma participação da Serotonina (5-hidroxitriptamina ou 5-HT) e do GABA (Ácido gama-aminobutírico). CLÍNICA: Os pacientes com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) costumam apresentar associado a ansiedade, os sintomas de cada uma das quatro categorias a seguir: a. Sintomas intrusivos (o evento invade os pensamentos de maneira repetida e incontrolável): O evento traumático pode reaparecer repetidamente na forma de memórias indesejadas involuntárias ou pesadelos recorrentes. Algumas pessoas têm flash-backs, durante os quais elas revivem os eventos como se eles estivessem realmente acontecendo em vez de simplesmente se lembrarem deles. Evitar qualquer coisa que as relembre do evento: A pessoa evita de maneira persistente tudo; atividades, situações ou pessoas que possa recordá-la do trauma. c. Efeitos negativos sobre o pensamento e o humor: Apesar da presença de uma amnesia dita dissociativa a pessoa pode também se sentir emocionalmente entorpecida ou desligada das outras pessoas. A sindrome depressiva (não confundir com depressão-doença) é comum e a pessoa afetada mostra menos interesse por atividades que costumava apreciar. d. Alterações no estado de alerta e nas reações: A pessoa pode ter dificuldade em adormecer ou se concentrar. Ela pode se tornar excessivamente vigilante quanto à presença de sinais de alerta e de risco. É possível que ela se assuste facilmente. ANSIEDADE GENERALIZADA. Prevalência: 5,1 % da população em geral. Proporção entre os sexos: 1.83 mulheres por 1 homem. Mulheres jovens sobre tudo. Definição: devemos relembrar que a ansiedade não é diretamente uma situação patológica; a escola psicanalítica nos ensinou que ela estava presente ao longo da nossa vida, tomando formas diferentes. Toda ansiedade não deve deste modo ser tratada medicalmente, não devemos com isto ter medo do estresse ao ponto de tomar os ansiolíticos como a única resposta a diversas situações sociais, afetivas etc. Contudo a ansiedade generalizada pode tornar-se patologia quando ela está presente em todo momento, o sujeito não controla mais a sua apreensão (foco), alguns sinais físicos são associandos muitas das vezes a este quadro clinico. Fisiopatologia: várias pesquisas foram realizadas sobre essa patologia e a prioridade baseou- se nos neurotransmissores do tipo GABA, tendo em conta as actividades ansiolíticas dos compostos tais como as benzodiazepinas. Lembra-nos que existe uma ligação forte entre os receptores das benzodiazepinas e os receptores GABA-a, apesar de tudo nem um argumento formal foi posto em evidência. Certos estudos mostraram as anomalias dos receptores das benzodiazepinas (nas pessoas não tratadas) na região occipital. É na realidade nesta região onde se encontra, a mais forte densidade de receptores das benzodiazepinas, mas até agora nenhuma teoria foi formulada. Clínica: A ansiedade como simptomatologia maior e instalada de forma recorrente nela se associa; Alterações do sono; Apetite desregulado; Tensão Muscular; Medo de falar em público e Ver perigo em tudo; Preocupações em excesso; Ficar sempre próximo de ataques de nervos; Medos irracionais; Inquietação constante; Sintomas físicos; Pensamentos obsessivos; Perfeccionismo; Problemas digestivos. TRANSTORNO DE PÂNICO/NEUROSE FOBICA. A escolha destas duas patologias no mesmo subcapítulo Transtorno de pânico/neurose fobica reside na extrema frequência da associação de um ataque de pânico com uma agorafobia. Prevalência do Transtorno de Pânico: 2% da população em Geral. Proporção entre os sexos no Transtorno de Pânico: mais as mulheres do que os homens idade entre 20 e 30 anos. Associação com a agora fobia: 35 a 95% Prevalência da Neurose Fobica: 11% da população geral. Proporção entre os sexos na Neurose Fobica: 2 vezes mais frequente nas mulheres. Definição: Transtorno de Pânico é uma perturbação de angústia caracterizada por «Ataques de Pânico» recorrentes e inesperados. O Ataque de Pânico é uma angústia intensa associada a uma sintomatologia física (Palpitação, Tremuras, etc.), encontramos-lhenos transtornos de pânico e em certas fobias específicas. Na psicanalise o conceito de Neurose Fobica se estende para alem dos conceitos biológicos. A Neurose Fobica é uma forma mais organizada de angústia qui é levada e focalizada sobre uma situação ou objetivo preciso. A Agorafobia é um medo que aparece quando nos encontramos em lugares vastos ou no seio da multidão. As outras fobias são sociais (Medo de falar em publico por exemplo), ou seja, fobias especificas tipo Claustrofobia (medo diante da presença de uma situação ou de um objeto preciso), ou então fobias impulsivas (medo de cair de um prédio, ou lançar-se sobre uma viatura, etc.). Andando com medo um cavalo ou de encontrar um lobo, o sintoma fobico induz a contra uma angústia substituída a angústia profunda. Desenvolvendo-se assim mecanismos de esquiva da situação fobiogénica, ou de condutas de confiança de proteção, levando por exemplo consigo um objeto feitiços. Fisiopatologia: Como nos outros Distúrbios Nevróticos evoca-se a participação da serotonina e do GABA na sintomatologia e na eficácia de certos medicamentos que atuam nos receptores desses neurotransmissores. Algumas substâncias são capazes de induzir um ataque de pânico como por exemplo: a. O lactato de sódio: uma perfusão deste produto induz ao aparecimento dos ataques de pânicos nos pacientes que já sofrem de transtornos de pânico mais não nos sujeitos que não sofrem. O mecanismo em causa é desconhecido. b. O dióxido de Carbono também provoca o mesmo efeito c. A Colecistocinase (CCK): Os trabalhos foram realizados depois da descoberta do bloqueio da CCK pelas benzodiazepinas. Vários estudos mostraram que a CCK-4 é capas de induzir a um ataque de pânico nas pessoas sadias como nos sujeitos penicados. CLÍNICA: A ansiedade é apresentada sobre forma de angústia que se caracteriza pela simptomatologia: Dificuldade respiratória Tonturas ou sensação de desmaio Aumento da frequência cardíaca Tremores Transpiração Náuseas ou diarreia Dores abdominais Formigueiros Afrontamentos ou calafrios Aperto no peito. E sobre esta angústia associam-se os sinais no qual o paciente subjetivamente diz que: Sente medo em sair de casa Evita locais onde já sentiu sintomas de ansiedade Evita circunstâncias causadoras de estress Sente medo de morrer Evita ambientes com muitas pessoas Sente medo de «enlouquecer» Sente medo de perder o controlo Sente-se separado do seu corpo, espectador da sua própria vida