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Introdução-a-protese-princípios-do-preparo (1)

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Aula de Prótese - Carlão
PRÓTESE
“Substituto artificial de uma parte perdida acidentalmente, ou retirada de modo intencional, ou que permanecendo no corpo é de muito pouca ou nenhuma utilidade e pode produzir dano”.
Função de uma Prótese:
“Reabilitar o individuo funcionalmente e esteticamente, com vários graus de limitação, dependendo de sua extensão”. - isso quer dizer: quanto menor a prótese, melhor será seu prognóstico.
Prótese Dentária
“Ramo da Odontologia responsável pela restauração e preservação das funções orais, conforto, aparência e saúde do paciente através da reposição de dentes e tecidos adjacentes utilizando elementos artificiais”.
Materiais utilizados para confecção de Próteses Fixas:
Metais (não é mais utilizado).
Metalo-plásticos (metal e resina só nas partes estéticas do dente. Não se usa mais).
Metalo-cerâmicas (muito utilizado).
Metal “free” (pode ser de resina ou cerômero – cada vez menos utilizado, ou só em cerâmica – muito utilizado).
Restauração Inlay, Onlay e Overlay
(Porcelana- material preferido para restaurações deste tipo; antigamente se fazia em metal)
Inlay sem envolvimento de cúspides (dentro da mesa oclusal, ou seja, do dente). Geralmente em pré molar.
Onlay com envolvimento de algumas cúspides. Geralmente em molar.
Overlay com envolvimento de todas as cúspides. Geralmente em molar.
----- Coopings cerâmicos (metal free): infraestrutura de porcelana que será recoberta por porcelana.
Classificação das Próteses Dentárias:
Prótese Fixa [unitária e parcial] ** 3º ano
Prótese Removível * 4º ano
Prótese Maxilo-Facial * 5º ano 
PRÓTESE FIXA UNITÁRIA (coroa) é uma restauração cimentada (pode ser cimentação convencional com fosfato de zinco, ou adesiva com cimento resinoso ou ionômero de vidro próprio para cimentação) que recobre ou reveste a superfície externa de uma coroa clínica. 
É dividida em: Coroa Total ou Parcial.
PRÓTESE PARCIAL FIXA (ponte fixa) é uma restauração cimentada que visa repor um ou mais dentes faltantes.
A prótese Parcial Fixa é composta por: (QUESTÃO DE PROVA)
- Pilar: dente preparado para receber a ponte.
- Retentor: parte da prótese (coroa) que vai em cima do pilar preparado.
- Pôntico: dente da prótese que substitui o dente ausente na boca.
- Conector: conecta o pôntico ao retentor.
Dividida em: Convencional e Adesiva.
Convencional: cimentadas de maneira convencional, com preparo prévio que visa manter a prótese em posição através de princípios mecânicos combinado a adesão do cimento. Desgaste mais amplo.
Adesiva: ponte fica sem envolver desgastes coronários significativos, unida aos pilares através de um sistema adesivo (cimento resinoso). Cimentação adesiva.
PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL repõe dentes faltantes em uma arcada parcialmente desdentada por meio de uma prótese que pode ser tirada e recolocada pelo próprio paciente. Repõe além dos dentes a parte gengival (resina rosa).
Tipos: PPR definitiva e provisória (perereca).
PRÓTESE TOTAL é uma prótese que substitui todos os elementos dentais, sendo integralmente apoiada em tecido mucoso. Prótese muco suportável. 
PRINCÍPIOS DE PREPARO DE DENTES COM FINALIDADE PROTÉTICA:
Preparo dental é o processo de desgaste de tecido dental em quantidade e áreas pré-determinadas, dentro de uma sequência de passos operatórios, com a finalidade de criar espaços para um elemento protético. 
Tipos de princípios: (QUESTÃO DE PROVA)
*Mecânicos, biológicos e estéticos.
1. Princípios Mecânicos ** tudo isso haverá no final do seu preparo, se seguir os passos corretamente.
1.1. Retenção – quando se fala em retenção deve-se pensar na via de inserção da prótese ou coroa, quando você insere ela para cimentar. É capacidade do preparo em impedir o deslocamento da peça protética (impedir que ela solte, saia do preparo) no sentido contrário à sua inserção. É a resistência à força de tração exercida por alimentos pegajosos (deslocamento vertical em relação ao eixo de inserção da peça).
A retenção visa impedir o deslocamento da restauração no sentido axial do dente (vertical) depois de cimentada. Nenhum cimento que seja compatível com a vida do dente e com o meio biológico bucal tem propriedades de adesão suficientes para manter uma restauração no lugar unicamente mediante adesão. A configuração geométrica do preparo do dente deve por o cimento sob compressão pra se obter a retenção necessária. Ou seja, não adianta apenas cimentar a peça... o preparo deve seguir um esquema de configuração geométrica que ajudo o cimento a segurar a peça no preparo.
A retenção ideal depende de alguns fatores:
Aspereza da superfície do preparo: microscopicamente falando, deve ser áspero, porém na região nobre do preparo (término cervical) deve ser extremamente polido e definido (princípio da integridade) para que a peça assente certinho. Portanto o término deve ser extremamente definido. Porém acima do término, o ideal é que a superfície seja áspera, para ajudar na retenção.
Cimento: que preenche o espaço entre o dente preparado e a coroa, que vai auxiliar na retenção, como o próprio nome diz.
Retenção Friccional: É o contato existente entre as superfícies internas da restauração e as externas do dente preparado. Influencia 80% ou mais na retenção da peça, principal fator de retenção do preparo.
Principalmente na 1ª Inclinação: pouco convergente, tende mais ao paralelo (terço cervical) isto dá bastante retenção.
2ª Inclinação: bastante convergente (terço médio pra cima), não deve ser um preparo em ponta de lápis, porém deve ser mais convergente que a 1ª inclinação.
Área (ou altura) X Retenção: a área do preparo, pois quanto maior for a altura da coroa clínica, ou seja, quanto maior for a área do preparo, maior será a retenção friccional, uma vez que a área de contato será maior; Se tiver um preparo mais alto ou também mais largo a retenção será maior. Em um preparo curto ou estreito a retenção será baixa.
Conicidade X Retenção: Em um preparo, quanto mais cônico ele for menos retenção ele tem. A inclinação ideal das paredes axiais é de 6° (3 graus de cada lado do preparo). Quanto mais paralelismo, mais retenção o preparo tem, porém clinicamente, para se ter um preparo paralelo há a necessidade de um desgaste dental muito grande, além de que se o preparo for demasiadamente paralelo, haverá dificuldade de remoção da peça na hora da prova. Então estudos demonstraram que o preparo deve ter uma leve conicidade, para que haja retenção satisfatória sem que a peça fique presa no preparo.
1.2. Resistência ou Estabilidade – Forma conferida ao preparo que previne o deslocamento da restauração quando submetida à forças oblíquas que podem provocar a rotação da peça. O preparo de ter um formato de forma que quando a coroa seja encaixada no preparo esteja estável. Esse formato do preparo deve impedir que a coroa rode / gire durante a mastigação. Ele deve ter um formato que mantenha a peça estável.
Fatores relacionados à forma de resistência:
Magnitude e direção da força de mastigação: o tamanho e a direção da força aplicada sobre a peça encaixada no preparo. 
Relação altura X largura do preparo: deve haver uma área suficiente para dar estabilidade ao preparo e impedir a rotação da peça.
Integridade do preparo (geométrico): preparo em forma mais geométrica, para dar adequada estabilidade. Preparo íntegro impede a rotação da peça (a peça sempre tem a tendência a rodar, porém o preparo adequado impede esta tendência). 
Forças laterais: ciclos mastigatórios/parafunção (apertamento, bruxismo) X área resistente ao deslocamento. A área vai dar a estabilidade para que a peça não rode.
Figura 1 e 2: há área suficiente pra dar estabilidade, a conicidade está ideal. Quando as forças aplicadas sobre a crista, a peça encontra uma boa área de resistência e não gira. Nestas 2 figuras podemos observar que o preparo está mais geométrico.
Figuras 3 e 4: preparo com acentuada conicidade, com consequente área menor. Quando há forças aplicadas sobre a peça ela gira, pois não há boa relação
entre a força aplicada, formato do preparo e conicidade do preparo.
Meios adicionais de retenção: sulcos, canaletas ou caixas nas proximais e na incisal, ou orifícios para colocar pinos (não é mais utilizado).
POR QUE UM PREPARO EM PONTA DE LÁPIS É MENOS RETENTIVO E MENOS ESTÁVEL QUE UM PREPARO MAIS GEOMÉTRICO? Porque no Ponta de Lápis não vai existir apenas um eixo de inserção e remoção, existirão vários, vai ser removido e inserido de várias formas. Uma peça mais geométrica só vai ter um eixo de inserção e remoção, vai ser colocada de uma forma e retirada da mesma forma.
Conicidade Padrão
Ideal 6°= coisa de livro (palavras do Carlão)
Dente padrão 10° = o que geralmente a gente consegue em boca. 
Dente longo 20° (deixar o preparo mais expulsivo) = naturalmente ele tem mais retenção e estabilidade, então você deixa o preparo mais expulsivo, desgasta mais.
1.3. Rigidez Estrutural – o preparo deve ser executado de forma que permita uma execução da peça na espessura suficiente de material para resistir aos esforços de mastigação. Ele deve ser executado seguindo a anatomia do dente (mais ou menos). Um incisivo preparado deve ser um incisivo reduzido, ou seja, deve ser desgastado de forma que lembre o formato original dele. Reduzir uniformemente o dente de forma que você olhe o preparo e saiba distinguir se ele é um molar, canino, incisivo ou pré molar. Porém deve haver desgaste suficiente para a espessura da peça.
CÚSPIDES DE TRABALHO: Vestibulares inferiores e Palatinas superiores (V.i.P.s.).
c.c.c – cúspide de contenção cêntrica = cúspides de trabalho
c.n.c. – cúspide de não contenção cêntrica = cúspides de balanceio
A profundidade do preparo depende de: Tipo de material restaurador; Oclusão (cúspides de contenção cêntrica, fossas); Posição dentária/dentes inclinados.
Em dentes inclinados, a situação varia. Cada caso é um caso. Tenho que desgastar de outra forma. Ou eu faço um tratamento ortodôntico pra colocá-lo em posição e desgastar da forma padrão; ou se a inclinação for pouca, eu preparo ele, vou desgastando onde for mais necessário.
Figura A está correta, pois segue a anatomia do dente preparado, figura b preparo sem anatomia pouco desgastado e coroa fina, figura C preparo sem anatomia e curto, pequeno, coroa grande e com sobrecontorno.
1.4. Integridade Marginal – quando a coroa estiver cimentada não pode haver nenhuma alteração na margem gengival. Os objetivos básicos são uma boa adaptação e uma linha mínima de cimento. Caso fique espaço entre dentes e restauração haverá retenção de biofilme e presença de cárie. Adaptação ótima da peça, na região do término cervical. 
PLANO DE INSERÇÃO
Plano de referência usado para o posicionamento da broca durante o preparo e obtenção do paralelismo das paredes axiais. 
Na hora em que eu preparar um dente, se ele for inclinado, não posso preparar ele de forma inclinada também, pq pode criar uma área de muita retenção (área amarela na figura), devo prepará-lo de forma que ele tenda ao paralelismo (de forma reta).
VISUALIZAÇÃO DO PLANO DE INSERÇÃO
Como vou visualizar o plano de inserção? 
Devo fechar um olho. Se você olha com os dois olhos abertos, com espelho ou visão direta, sempre verei todo término cervical do preparo, estando ele retentivo ou não. Agora se eu olhar com um olho só, e não conseguir ver todo o término cervical, a parte do término que você não enxergou está retentiva demais. Nesta região você vai ter que desgastar um pouco mais. Quando você conseguir com um olho só enxergar o término todo, aí o preparo estará ok.
2. Princípios Biológicos
2.1. Preservação do órgão pulpar (profundidade e extensão do preparo; pressão do desgaste, que pode causar superaquecimento no dente; brocas utilizadas; refrigeração; limpeza e secagem – em excesso causa dano pulpar). Isto quando o dente não tiver canal tratado.
2.2. Preservação da saúde periodontal (independente de dente vivo ou não) – preparo bem definido; provisório bem-feito, extremamente bem-adaptado; sem excesso de cimento provisório ou resina; extremamente polido, principalmente na região cervical.
3. Princípios Estéticos
Estética: planejamento estético deve considerar: localização, visibilidade do dente na arcada, altura da linha do sorriso, espessura da margem gengival, presença de pinos e núcleos metálicos, cor dos dentes adjacentes e presença da área incisal translúcida. Devem ser considerados:
Saúde periodontal: Uma vez que a gengiva deve esconder o colar metálico, é imprescindível que ela esteja saudável quando se planeja a localização do término do preparo. Uma gengiva inflamada possui maior volume que quando saudável e, sendo assim, algumas vezes a localização e o tipo do término do preparo podem aparentemente estar adequados, mas quando a gengiva deixa de ficar edemaciada, evidencia-se que aquele tipo/localização da margem estava incorreto, sendo necessário refazer o preparo. Assim, a saúde gengival deve ser restabelecida antes que a prótese seja confeccionada.
Forma, contorno e cor da prótese.
Posicionamento dental.
Quantidade de desgaste dental – se for desgastado pouco, para o protético chegar na cor que eu quero ele vai ter que fazer um dente mais gordo, aí dá problema de contorno e de desarmonia.

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