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44 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ENFERMEIRO A depressão não é o mesmo que “baixo astral”, por mais que esteja incluída na gíria como “fulano está na maior ‘deprê’ ”. Ao contrário da tristeza comum, a depressão caracteriza-se por um estágio mais prolongado e grave de abatimento do humor. A pessoa com depressão apresenta tristeza patológica com perda da auto-estima, normalmente reclama de falta de ânimo, cansa- ço fácil e de não sentir interesse por nada Transtornos de ansiedade Sabemos que a ansiedade faz parte de todos nós. Como sin- toma, ela pode aparecer em vários transtornos. Nos transtornos de ansiedade, entretanto, ela aparece como sintoma central. Os transtornos de ansiedade constituem grande parte da deman- da psiquiátrica e envolve um grande grupo de classificações de transtornos, dos quais veremos os principais: O paciente com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é, normalmente, considerado um paciente difícil, pois permanece em constante estado de irritabilidade, impaciência, apreensão. Geralmente ele reclama de tensão, suores constantes (frios ou não), sensa- ção de “cabeça leve”, tonteiras, mal-estar gastrintestinal, palpi- tações e dificuldade para dormir. A pessoa com TAG costuma mostrar-se constantemente preocupada. O fato é que se trata de uma ansiedade “impossível de controlar” sem o tratamento adequado, fazendo com que a pessoa tenha suas atividades li- mitadas. O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade no qual o indivíduo desenvolve pensamentos ou ações repetitivas que ele próprio considera na maioria das vezes como inapropriadas, mas que não consegue controlar, muitas vezes porque acredita que algo trágico ocorrerá a si ou a outros caso ele não as execute. Por exemplo, diante de um pensamento obsessivo de que há doenças espalhadas por todo o ar e que poderá contraí-las a qualquer momento através de sua pele, o indivíduo com TOC poderá desenvolver o ato compulsivo de to- mar longos e repetidos banhos, o que na verdade é um compor- tamento evitativo da ansiedade que pode causarlhe imaginar-se doente. Esse é um transtorno que pode ser extremamente in- capacitante, pois, dependendo do grau em que se encontra, o indivíduo fica preso em uma série de rituais, não conseguindo, muitas vezes, realizar nem mesmo tarefas de organização diária a contento. Além disso, dependendo do ato compulsivo reali- zado, a pessoa pode provocar lesões em si mesma, como por exemplo na lavagem quase contínua das mãos. No Transtorno de Estresse Pós-Traumático o paciente refere geralmente um evento fortemente trau- mático (estupro, catástrofes sequestros), muito gerador de es- tresse e a partir do qual passou a desenvolver repetidos episó- dios nos quais, mediante a lembrança do evento, desenvolve toda uma série de reações como entorpecimento, ausência de respostas aos estímulos do ambiente, sonolência excessiva, re- dução da memória ou concentração. Transtornos somatoformes Os pacientes com esse tipo de transtorno são aqueles que vão repetidamente à clínica geral, com queixas de problemas fí- sicos que não são identificados como de causa orgânica, o que não lhes satisfaz, fazendo com que solicitem continuamente no- vas investigações (às vezes mudando de um médico para outro). Só conseguem identificar seu “mal estar” como tendo ori- gem no corpo, o que faz com que geralmente resistam a um en- caminhamento para o setor de Saúde Mental, ou se sintam, até mesmo, ofendidos Transtorno esquizofrênico Normalmente chamado esquizofrenia, esse é um dos mais graves transtornos mentais. É também o que mais frequente- mente as pessoas identificam como loucura, pois escapa mais claramente a nossa idéia de normalidade. O indivíduo com transtorno esquizofrênico está com suas funções perceptivas alteradas, vê, ouve e sente coisas que não são reais (as chama- das alucinações); seleciona estímulos do ambiente que normal- mente passam despercebidos, com frequência estando alheio ao que se passa à sua frente. Seu pensamento encontra-se inva- riavelmente esvaziado, sem sentido. Ás vezes, sente que alguém lhe “rouba os pensamentos da cabeça”. Seu comportamento é geralmente identificado como estranho e sua aparência também pode causar estranheza, pois, estando imerso em percepções distorcidas do mundo e de si mesmo, acaba deixando de cuidar de si (inclusive hábitos de higiene) ou pode vestir-se de acordo com os pensamentos delirantes, que comumente apresenta. Transtornos alimentares Dos transtornos mentais que levam a dificuldades na ali- mentação talvez o mais frequente e grave seja a anorexia ner- vosa. Nesse transtorno, a pessoa não consegue comer, emagre- cendo exageradamente, entrando muitas vezes em estado de desnutrição grave. Muitos casos necessitam de internação para um tratamento adequado. Outro transtorno bastante falado é a bulimia que se caracteriza pela pessoa provocar vômitos após a ingestão de comida pelo medo de ganhar peso, sendo comum entre as modelos e as atletas. Já a hiperfagia é a fome insaciável, fazendo com que a pessoa coma compulsivamente. Referência http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ profae/pae_ 10. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM GERONTOLOGIA. Os profissionais de diversas áreas do conhecimento ne- cessitam discutir e avançar os conhecimentos em relação ao processo de envelhecimento humano. Na área da saúde, a Ge- rontologia, enquanto especialidade busca estudar de forma in- terdisciplinar o processo de envelhecimento humano, incluindo os aspectos físicos, biológicos, sociais, culturais e econômicos que são inerentes ao indivíduo idoso. Na figura 2 apresenta a relação entre as áreas de conhecimento em gerontologia. O cuidado é a essência do cuidar da Enfermagem. Por sua vez, o cuidado pode ser entendido por meio das teorias de en- fermagem que embasam o conhecimento científico e oferecem subsídios na estruturação de metodologias para a assistência em enfermagem. Frente à diversidade de teorias que surgiram entre as décadas de 50 a 70, se destacam: 45 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ENFERMEIRO Teoria de Orem, que aborda o autocuidado de cada indiví- duo em relação as suas necessidades e atividades do cotidiano, seja elas básicas ou instrumentais. Os pressupostos teóricos pos- sibilitam a prevenção de fatores de risco às doenças por meio de cuidados de enfermagem para manter ou buscar o bem-estar diante do processo saúde-doença, sendo estes orientados pe- lo(a) enfermeiro(a); Teoria de Leininger, que propõe o cuidado transcultural como valores, crenças e expressões, que auxiliam, subsidiam ou capacitam indivíduos ou grupos para manter ou buscar o bem-- estar diante das condições de vida. O cuidado transcultural é um meio de respeitar, usar a empatia, de conhecer, de explicar, de justificar, de prevenir, e de orientar os cuidados de enfermagem frente à diversidade cultural; Teoria de Watson, que enfoca o cuidado transpessoal de caráter humanístico ao cuidado do indivíduo nas dimensões biológica, psicológica, espiritual e sociocultural. Assim, o foco principal em enfermagem é o cuidado visando uma perspectiva humanista alicerçada aos conhecimentos científicos. Em 1960, nos Estados Unidos as enfermeiras se organizaram para constituir uma especialidade que congregasse os conheci- mentos do processo de envelhecimento, sendo esta denomina- da de Enfermagem Geriátrica. No entanto, após 16 anos institui- -se através de estatutos e passa ser chamada essa especialidade como Enfermagem Gerontológica, por compreenderem que o processo de envelhecimento abrange a multidimensionalidade do ser humano. (GONÇALVES e ALVAREZ, 2002). A Enfermagem Gerontológica pode ser definida segundo DUARTE apud GONÇALVES e ALVAREZ como “o estudo científico do cuidado de enfermagem ao idoso, caracterizado como ciên- cia aplicada com o propósito de utilizar os conhecimentos do processo do envelhecimento para o planejamento da assistência de enfermagem e dos serviços que melhor atendam a promoção da saúde,à longevidade, à independência e ao nível mais alto de funcionamento da pessoa.” Gonçalves e Alvarez (2002) enfatizam a definição dos objeti- vos específicos da Enfermagem Gerontológica, são eles: -Prestar a assistência integral ao idoso, à família e à comu- nidade, de maneira em que os atores sociais entendam as alte- rações decorrentes do processo de envelhecimento saudável e patológico, e ao mesmo tempo em que possa facilitar a adapta- ção desses ao cotidiano; -Realizar ações educativas ao idoso e sua família em nível de prevenção primária, secundária e terciária; -Manter ao máximo a autonomia e o autocuidado do idoso, assim como favorecer a participação ativa dos atores sociais na busca do bem-estar e da qualidade de vida. Salienta-se que para concretização desses objetivos em Enfermagem Gerontológica torna-se necessária uma avaliação interdisciplinar, multidimensional e holística da pessoa idosa, de sua família e de sua comunidade, no sentindo de vislumbrar um atendimento integral e resolutivo, em conformidade com as po- líticas de saúde vigentes no país. Duarte (2005) contribui que o plano de ação assistencial da Enfermagem Gerontológica é fundamental, visto que, estabe- lece o cuidado a ser prestado de forma integral e holística ao cliente idoso. Para tanto, deve ser elaborado juntamente como cliente e sua família, considerando as condições individuais e co- letivas dos atores sociais envolvidos no processo de cuidar. Smeltzer e Bare (2000) acrescentam que Enfermagem Ge- rontológica deve destacar o cuidado ao idoso direcionando suas ações à manutenção do estado funcional. Dessa forma, poderá ser promovida a independência, assim como preservada a dig- nidade e autonomia, mesmo que, com o passar do tempo, haja perdas físicas, sociais e psicológicas. Considera-se que a Enfermagem Geronto lógica focaliza o cuidado ao idoso, à família e à comunidade, respeitando as especificidades de cada sujeito e articulando às teorias de en- fermagem. Tal afirmação permite o planejamento e a avaliação das ações de promoção da saúde, de prevenção e de reabilita- ção dos agravos de longa duração, com o objetivo de manter a autonomia e a independência do idoso. Entretanto, o cuidar na Enfermagem Gerontológica é um processo dinâmico que depen- de das interações e das ações planejadas interdisciplinarmente no contexto da realidade do idoso e da família, considerando os aspectos biopsicossociais, culturais, econômicos e espirituais. (GONÇALVES e ALVAREZ, 2002). Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/arti- gos/conteudo/gerontologia/989 11. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ONCOLÓGICO NAS DIFERENTES FASES DA DOENÇA E TRATAMENTOS. 12. QUIMIOTERAPIA, RADIOTERAPIA E CIRURGIAS. Este artigo trata se de um estudo revisional bibliográfico sobre o câncer que é um conjunto de mais de 100 tipos de doen- ças, possui uma evolução silenciosa, traz angustia, depressão e medo do incerto. O maior desafio do profissional é conhecer os mecanismos internos desta doença. A atribuição do enfermeiro é prestar assistência especifica a cada diagnostico, possibilitan- do tratamento, reabilitação (quando possível) e atendimento aos familiares. O objetivo deste trabalho é compreender o papel do profis- sional de enfermagem ao paciente oncológico visando à inter- venção da assistência na evolução da doença. Para atingir este objetivo realizou uma busca de descritores oficiais sendo estes: Enfermagem oncológica, diagnostico oncológico e tratamento oncológico, ocorreu uma busca na biblioteca virtual de saúde sendo usados para este estudo 28 artigos. 46 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ENFERMEIRO Através deste foi observado o câncer, seu tratamento, o im- pacto sobre o paciente, seus familiares e profissionais de enfer- magem; a desumanização e humanização da assistência ao pa- ciente oncológico e a formação do enfermeiro nesta área. Deste modo concluímos então que para a enfermagem oncológica os cuidados devem ultrapassar as técnicas, a humanização deve estar acima de seus conhecimentos científicos e além de tudo, observamos que o paciente oncológico necessita de além de seu tratamento apoio emocional e psicológico. 1. INTRODUÇÃO A palavra câncer (karkinos) tem origem no grego, cujo signi- ficado é caranguejo. Possui este nome, pois as células afetadas atacam e se infiltram nas células normais como se fossem as gar- ras de um caranguejo. Esta doença tem um período de evolução silenciosa e pode levar anos para ser descoberta. Atualmente, foram identificados mais de cem tipos, sendo que a maioria pos- sui cura, desde que esta seja descoberta num estagio inicial e tratada de uma forma correta. ( INCA, 2012; ACS, 2011 ). O câncer é uma alteração em que as células começam a se proliferar descontroladamente formando os tumores que inva- dem áreas adjacentes, corrente sanguíneas e órgãos. Estímulos como cigarro, infecções virais, radiação excessiva, produtos quí- micos e drogas podem levar ao acúmulo de alterações genéticas causando a doença. A predisposição genética familiar pode cau- sar mudanças nos genes que têm a função de corrigir as altera- ções do material genético. Sendo assim o sistema de correção falhando gera um acúmulo de alterações que faz surgir o câncer. ( INCA, 2012 ). O câncer geralmente tem classificação de acordo com o te- cido de quais as células cancerígenas tiveram origem, sendo as- sim, com o tipo normal de célula com que mais se parecem. Para ter um diagnóstico de que um tumor é maligno ou benigno é necessário examinar o tecido canceroso através de uma biopsia, apesar de os próprios sintomas apresentados pelos pacien- tes muitas vezes serem indicações iniciais de um tumor.A maioria dos canceres podem ser tratados e alguns curados, dependendo do tipo específico, localização e estágio. Geralmente pode ser tratado com uma cirurgia, quimioterapia e radioterapia, as vezes com a combinação destes. ( BRASIL, 2007; INCA, 2007 ). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, as estimativas para o ano de 2012 que serão válidas tam- bém para o ano de 2013, apontam a ocorrência de aproxima- damente 385 mil casos novos, sem contar com os canceres de pele não melanoma, incluindo os casos deste tipo, estima-se um total de 518.510 casos novos, reforçando a magnitude do problema do câncer no país. Os tipos mais incidentes para o sexo mascu- lino serão; os de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago, e para o sexo feminino serão; os cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glân- dula tireoide.( INCA, 2012 ). Apesar do progresso da ciência relacionados aos procedi- mentos realizados para o tratamento das doenças terminais, o câncer ainda é uma patologia que se reveste de estigmas, estan- do associada a uma sentença de morte, podendo ocorrer, de for- ma inesperada, em algum momento da vida de uma pessoa que dificilmente encontra-se preparada para receber um diagnóstico que venha a interferir em seus hábitos, costumes, integridade física e ciclo biológico (SOUSA et al., 2009). Um grande desafio do câncer é conhecer mais profunda- mente os complexos mecanismos internos das células cancero- sas. Devido a isto o paciente necessita de um atendimento am- plo e complexo. Um sistema de saúde bem estruturado depen- de ainda da capacitação da equipe de saúde para que possam detectar o câncer em estágio inicial e promover uma melhor assistência. Não se trata de formar oncologistas na graduação, mas fazer com que a futura equipe de saúde pense sempre nos fatores de risco, avaliar a possibilidade da doença e encaminhar o quanto antes seus pacientes (OLIVEIRA, 2009; LOPES, 2003). Mesmo possuindo tratamento e cura, esta doença traz grande angústia para a família e para o paciente, podendo ocor- rer sequelas e até mesmo custar-lhe a vida. As palavras dos fa- miliares refletem que o sofrimento, portanto evoca significados desde força e fraqueza, medo e coragem, despertando emoções positivasou negativas na pessoa em sofrimento. Assim acredi- ta-se que o impacto da doença para o paciente precisa ser com- preendido, ou seja devem ser considerados as condições emo- cionais socioeconômicas e culturais dos pacientes e de seus fa- miliares. Deste modo, o câncer é uma das principais doenças de interesse para assistência de enfermagem (SALES et al., 2001). O câncer é acompanhado por atitudes que revelam a angús- tia do indivíduo perante sua situação, expressos por revolta e por diversos questionamentos, fazendo-os experimentar sentimen- tos contraditórios. Esses sentimentos podem ser exarcerbados no ambiente hospitalar pela falta de vínculo com os profissionais e sua linguagem técnica e, ainda, pelo medo do desconhecido. Sensações de solidão, insegurança, incerteza e angústia do pa- ciente gerado pelo impacto da doença que interfere na sua re- lação com a enfermagem e no diálogo estabelecido entre eles (SALES et al., 2001; LOPES, 2003). Deste modo o paciente oncológico necessita de cuidados específicos não apenas na clínica, mas, sobretudo no apoio emocional. É de fundamental importância que o paciente tenha um cuidado holístico durante todo o tratamento clínico oncoló- gico. A assistência ao paciente oncológico da provas de sua com- plexidade, pois, é necessário levar em considerações múltiplos aspectos, como: físico, psicológico, social, econômico, cultural e espirituais, além de preconceitos e tabus concernentes ao cân- cer. A enfermagem tem um papel fundamental nos cuidados a esses pacientes, requer conhecimento científico e habilidades técnicas, em todas as etapas e serviços de atendimento a es- tes pacientes (SKEEL, 1993; BONASSA; SANTANA, 2005; BRIDA, 2012). É essencial a enfermagem entender o impacto causado pelo câncer nos pacientes, pois isso lhe possibilitará estabele- cer estratégias de cuidado. A enfermagem imprimi no cuidado a