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ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
Unidade 4
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
JULIANE MARISE BARBOSA TEIXEIRA
KARINE HERANI
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Juliane Marise Barbosa Teixeira
Olá. Sou Doutoranda em Engenharia da Produção 
e Sistemas pela (PUCPR) com foco em Engenharia das 
Organizações, Mestre em Tecnologia e Desenvolvimento do 
PPGTE na UTFPR, Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas 
pela PUCPR, Especialização em Psicopedagogia; Especialista em 
Pedagogia Empresarial e Educação Corporativa, Especialista 
em Formação Docente e Tutoria em EaD e possuo MBA em 
Administração pública e Gerenciamento de Cidades. Graduada 
em Letras pela PUCPR e Graduanda em Administração. Atuei 
como Diretora de EaD e Professora na Faculdade Inspirar. 
Orientadora do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI 
SebraePR). Coordenadora da Agência de Inovação da UNINTER, 
Coordenadora Adjunta do Curso Tecnológico Superior em Gestão 
Pública, MBA em Administração pública e Gerência de Cidades e 
MBA em Marketing Político e Organização de Campanha Eleitoral, 
além de Especialização em Sustentabilidade e Políticas Públicas 
na Escola de Gestão Pública, Política e Jurídica da EGPPJ no Centro 
Universitário Internacional da UNINTER. Atuei como professora 
Tutora convidada na Coordenação de Tecnologia na Educação 
na COTED da UTFPR. Trabalhei quatro anos em Angola como 
coordenadora de Recursos Humanos em empresa de engenharia 
com aproximadamente dois mil funcionários e cinco filiais pelo 
país. Possuo experiência na área de Administração, com ênfase 
em Gestão Estratégica de Pessoas e Formação Profissional. Sou 
docente na área de Gestão de Pessoas na administração pública 
e Gestão da Inovação e Modelos de Gestão. Sou apaixonada pelo 
que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles 
que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta 
fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
5ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Karine Herani
Sou advogada com mais de 22 anos de experiência na 
área de consultoria jurídica empresarial e gestão de negócios, 
desenvolvimento de negócios, processos de inovação, negócios 
internacionais e gestão de projetos. Trabalho como consultora 
e tive oportunidade de trabalhar em diferentes setores da 
indústria, de alimentos a equipamentos, em 3 países diferentes. 
Estou imensamente feliz em iniciar com você essa jornada rumo 
a novos conhecimentos. Vamos lá?
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Assuntos diretamente ligados aos aspectos processuais, 
tecnológicos e políticos da Administração pública estão 
fortemente conectados com a inovação, a globalização e a 
mudança de perspectiva do funcionalismo público mundial.
Certamente a sociedade brasileira, assim como as demais 
sociedades, foi diretamente influenciada por suas políticas 
públicas estabelecidas em função das práticas econômicas e 
interesses político-partidários. O país foi colonizado por décadas 
e este fato refletiu nos modelos de gestão nacionais. Os primeiros 
ensaios para a libertação desse quadro tradicional permaneceram 
por décadas amarrados em processos burocráticos da máquina 
do governo, mas com as transformações sociais e econômicas, 
o panorama foi favorecendo a adoção de modelos alternativos 
para a gestão como, por exemplo, o Projeto Judicial Digital 
(PROJUDI). Veremos ao decorrer deste estudo, como as formas 
de pensar a formação técnico-profissional a partir da primeira 
república foram sendo direcionadas para que permanecêssemos 
amarrados à burocratização dos processos públicos até os dias 
atuais. 
Nosso ponto de partida será a concepção dos processos 
e recursos das tecnologias aplicadas à administração e à 
governança de TI. Logo depois, faremos uma reflexão sobre os 
ganhos da modernização da máquina pública versus burocracia. 
Com isso, poderemos compreender quais são os limites da 
política atuando sobre a máquina pública e finalmente, perceber 
os conceitos e implicações das relações e processos da ética na 
administração pública, passando desde o contexto histórico, 
passando pelo cenário atual até as tendências.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai 
mergulhar nesse universo!
 
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Olá. Seja muito bem vindo a nossa Unidade 4, e o nosso 
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender os processos e os recursos tecnológicos 
aplicados à administração e à governança de TI.
2. Identificar os ganhos da Modernização da máquina 
pública versus burocracia.
3. Avaliar os limites da política no que concerne à sua 
atuação sobre a máquina pública.
4. Organizar os conceitos e implicações das relações e 
processos da ética na administração pública, desde o 
contexto histórico, cenário atual e tendências.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
 
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Processos e tecnologias na administração pública ............. 10
A economia e seus reflexos nas tecnologias aplicadas à administração e a 
governança de TI ...............................................................................................14
Globalização versus mundialização ..................................................17
A tecnologia da informação e sua presença nos demais 
cenários da administração 
pública ....................................................................................22
Modernização da máquina pública versus burocracia ......... 25
Quesitos legais e trajetória da modernização da administração pública no 
Brasil.....................................................................................................................28
LEI Nº13.726/2018 ..............................................................................31
O Decreto Lei 200/1967 .....................................................38
Os limites da política sobre a máquina pública ................... 44
 Direitos sociais fundamentais ........................................................................47
Parâmetro para o controle judicial das políticas públicas ...........52
Os Limites constitucionais ..................................................56
Ética na administração pública .............................................. 60
O conceito de ética ............................................................................................61
Os princípios da ética pública ...........................................................65
Lei de Responsabilidade Fiscal .........................................71
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Processos e tecnologias na 
administração pública
OBJETIVO
Neste capítulo você verá como a modernização 
e a globalização impulsionaram a reforma nos 
modelos e processos de entrega de serviços da 
administração pública para a sociedade. Nos 
cenários educacionais, você aprenderá o que são 
as Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TICs) que são ações que vêm moldando um 
novo modelo de sociedade e consequentemente 
diferentes modalidades de gestão, entre elas, 
as que refletem a administração pública, tão em 
evidência no atual cenário brasileiro.
 A administração pública tem, ao longo das décadas, 
enfrentado desafios crescentes para se modernizar e otimizar 
sua operação. Nesse cenário, a revisão de processos e a adoção 
de novas tecnologias emergem como ferramentas fundamentais 
paralimites”.
Esses limites transitam desde onde pode avançar as 
alterações e suas disposições ao quanto aos limites estão 
enumeradas no texto constitucional blindando a continuidade 
dos valores eleitos como imutáveis pelo seu documento original 
(FERREIRA apud CANELA JR., 2011).
Bonavides (2004, pág.198) caracteriza as limitações em 
três aspectos:
a. Limites temporais.
b. Limites circunstanciais.
c. Limites materiais. 
A SUBSEÇÃO II – Da Emenda à Constituição, traz:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta:
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I–de um terço, no mínimo, dos membros da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II–do Presidente da República;
III–de mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela 
maioria relativa de seus membros.
§ 1o A Constituição não poderá ser emendada 
na vigência de intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio.
§ 2o A proposta será discutida e votada 
em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, considerando-se aprovada se 
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros.
§ 3o A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o 
respectivo número de ordem.
§ 4o Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir:
I–a forma federativa de Estado;
II–o voto direto, secreto, universal e 
periódico;
III–a separação dos Poderes;
IV–os direitos e garantias individuais.
§ 5o A matéria constante de proposta 
de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova 
proposta na mesma sessão legislativa. 
(BRASIL, 2019, pág.51-52)
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Imagem 4.11 - Constituição blindada. 
 
 
Fonte: Wikimedia Commons.
RESUMINDO
Você viu que não cabe ao Poder Judiciário limitar 
ou ditar a atuação das políticas públicas e sim 
atuar quando esse deixa de cumprir seu papel ou 
o faz de forma alheia à lei e às garantias essenciais 
constituídas à sociedade. Aprendeu quais as 
limitações de atuação do Poder Judiciário e como 
a Constituição pode ser emendada, muito embora 
a liberdade de mudança seja limitada pela própria 
constituição original.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Constituição_do_Brasil_de_1988_in_exposition.JPG
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Ética na administração pública
OBJETIVO
Neste capítulo você conhecerá como a 
competitividade extrema e desregulada afeta o 
ambiente econômico, político e comercial. Como 
mesmo em um cenário de inovações, colaboração 
e integração, muitas empresas privadas e órgãos 
públicos ainda acreditam que devem ter como 
objetivo o lucro a qualquer custo, principalmente 
se puderem ser conseguidos com o prejuízo da 
concorrência e até mesmo dos clientes. Veremos 
o papel da ética na atuação da administração 
pública. Mesmo em um ambiente competitivo 
como o econômico, as considerações éticas não 
podem perder sua relevância. Você verá que cada 
vez mais há uma procura por um atendimento 
de qualidade frente às demandas do cidadão e 
proteção ao meio ambiente.
Uma nova tendência vem crescendo a cada ano e hoje 
é quase que uma realidade. Estamos falando das exigências 
do cidadão, que não recaem apenas na procura por produtos 
ou serviços de qualidade, mas também, se as empresas que os 
fornecem são éticas e se atuam com responsabilidade social 
e ambiental. Em outras palavras, na hora da compra, além da 
relação custo/benefício o consumidor também presta atenção 
se a empresa tem uma atuação positiva na comunidade em que 
está inserida. Sabemos que uma das questões mais “quentes” 
atualmente é o controle social sobre a agressão ao meio 
ambiente. 
Os altos custos ambientais, por exemplo, pela ameaça 
que representam à população e ao planeta, estão colocando as 
empresas devastadoras numa posição muito delicada. Afinal, 
os interesses desse tipo de empresa (seja de caráter público 
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ou privado) entram em conflito direto com os interesses da 
coletividade. 
A ética na administração pública desempenha um papel 
fundamental na garantia da integridade, responsabilidade e 
transparência dos órgãos governamentais e seus agentes. Trata-
se de um conjunto de princípios e valores que orientam as ações 
dos servidores públicos no exercício de suas funções, buscando 
assegurar o bem comum, a imparcialidade nas decisões, a 
prestação de serviços de qualidade à sociedade e a utilização 
adequada dos recursos públicos. A promoção de uma cultura 
ética na administração pública não apenas fortalece a confiança 
dos cidadãos nas instituições governamentais, mas também 
contribui para o alcance de objetivos sociais e econômicos de 
forma justa e equitativa.
O conceito de ética
A ética é um campo filosófico que explora os princípios 
e valores que guiam o comportamento humano, definindo o 
que é considerado certo ou errado, justo ou injusto. Ela fornece 
um arcabouço para a reflexão sobre as escolhas individuais 
e coletivas, levando em conta o impacto dessas decisões na 
sociedade, nos relacionamentos interpessoais e no próprio 
indivíduo. A ética não apenas busca orientar ações morais, mas 
também examina os fundamentos e justificativas por trás dessas 
ações, considerando aspectos como o respeito pelos direitos dos 
outros, a equidade e a busca pelo bem comum.
Segundo Sá (2009), a ética “estuda os fenômenos 
morais, as morais históricas, os códigos de normas que regulam 
as relações e as condutas dos agentes sociais, os discursos 
normativos que identificam, em cada coletividade, o que é certo 
ou errado fazer” (SÁ, 2009, pág.15). 
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A ética não pode ser confundida com lei, embora, com 
certa frequência, a lei tenha como base princípios éticos. Porém, 
diferentemente da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, 
pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas 
éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a essas. 
Mas a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas pela 
ética (SUÁREZ e TELLERÍA, 2007). 
A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada 
à vertente profissional. Existem códigos de ética profissional 
que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito 
da sua profissão. A ética e a cidadania são dois dos conceitos 
que constituem a base de uma sociedade próspera (SUÁREZ e 
TELLERÍA, 2007).
Está diretamente relacionada com a forma em que os 
agentes públicos exercem seus cargos e desempenham suas 
funções. Conforme vimos acima, existem descritivos de condutas 
éticas esperadas em algumas classes profissionais. Dos agentes 
públicos, espera-se a exibição de valores morais pungentes. Em 
destaque a boa fé e todos aqueles necessários para manutenção 
de uma convivência harmoniosa em sociedade. Espera-se 
também que o agente público seja transparente, comprometido 
com o bem estar da sociedade, que aja e trabalhe em prol do 
desenvolvimento social e comungue com os princípios da 
administração pública em todos os seus atos, renunciando ao 
favoritismo e à beneficiação pessoal.
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Imagem 4.12 - Agente público transparente. 
 
 
Fonte: Freepik.
Um profissional que desempenha uma função pública 
deve ser capaz de pensar de forma estratégica, inovar, cooperar, 
aprender e desaprender quando necessário, elaborar formas 
mais eficazes de trabalho. Infelizmente, os casos de corrupção 
no âmbito do serviço público são fruto de profissionais que não 
trabalham de forma ética (SUÁREZ e TELLERÍA, 2007).
A liderança é a questão central de todas as organizações, 
se generaliza o porquê de fato são esses os atores principais que 
vão conduzir as organizações, quando um profissional resolve 
ser um líder e ao conquistar o cargo, aceitar com humildade, 
responsabilidade e principalmente ética nas ações e decisões.
No passado, a questão da obediência, “eu mando e você 
executa”, erao processo de chefiar, já que não havia o diálogo 
e a discussão sadia para verificar a melhor forma de alcançar 
os objetivos traçados. Se nos aprofundarmos no sentido da 
palavra consentimento, consenso, vamos verificar que não 
basta somente o consentimento porque devemos obedecer um 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/feche-pessoas-sorridentes_20550533.htm#query=funcionário%20público&position=39&from_view=search&track=ais
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superior, mas deve ser exaurido por meio do diálogo sobre qual 
a direção a ser tomada (TEIXEIRA e RIBEIRO, 2017).
O papel do líder é de suma importância, pois deverá 
ter poder de influenciar na decisão que melhor aprouver à 
organização, de posse das informações fornecidas durante 
o debate. Momento rico que faz com que o líder também 
compreenda qual o melhor caminho a ser tomado (TEIXEIRA e 
RIBEIRO, 2017).
Imagem 4.13 -Liderança. 
 
 
Fonte: Freepik.
A lista não é estática, pelo contrário, à cada virada de 
mercado, que sabemos que é dinâmica, novas características são 
requisitadas dos líderes. O profissional, ao aceitar o desafio de 
assumir uma posição de comando, deverá ter como princípio o 
quanto lhe será exigido e deve querer isso. Sabemos que não são 
todos os profissionais que querem ser gestores e com certeza as 
empresas não possuem esta posição para todos. Por isso que as 
empresas devem ter programas bem estabelecidos de sucessão 
e de acompanhamento de seus potenciais líderes (TEIXEIRA e 
RIBEIRO, 2017).
https://br.freepik.com/fotos-gratis/arranjo-do-dia-do-chefe-com-barquinhos-de-papel_10014368.htm#query=liderança&position=26&from_view=search&track=sph
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As empresas devem entender que o setor de Recursos 
Humanos, é extremamente estratégico, deve ter autonomia para 
estabelecer programas de lideranças, auxiliar os CEOs de forma 
isonômica, para que possa ser um facilitador até para que os 
candidatos a esta posição compreendam se estão preparados 
para esta missão. Assim, para assumir o papel de gestor é preciso 
uma exaustiva reflexão e análise (TEIXEIRA e RIBEIRO, 2017).
Os princípios da ética pública
Os princípios da ética pública são os fundamentos 
norteadores que orientam o comportamento e as decisões dos 
agentes que atuam na esfera governamental, visando garantir 
a integridade, a justiça e a responsabilidade nas ações do 
setor público. Esses princípios constituem um guia essencial 
para promover a confiança da sociedade nas instituições 
governamentais e para assegurar que os interesses coletivos 
prevaleçam sobre os interesses individuais. Alguns dos princípios 
centrais da ética pública incluem:
a. Legalidade: Os agentes públicos devem agir de acordo 
com a legislação vigente, respeitando as normas e 
regulamentos estabelecidos. Isso garante que as ações 
governamentais sejam realizadas dentro dos limites 
legais e evita abusos de poder.
b. Impessoalidade: Os agentes públicos devem tratar 
todos os cidadãos de forma igual e imparcial, sem 
discriminação ou favorecimento injustificado. As 
decisões devem ser baseadas em critérios objetivos, 
sem influências pessoais ou partidárias.
c. Transparência: A divulgação aberta e acessível das 
informações relativas às atividades governamentais 
é essencial para possibilitar o monitoramento pela 
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sociedade. A transparência promove o controle e reduz 
a possibilidade de práticas obscuras ou corrupção.
d. Responsabilidade: Os agentes públicos devem assumir a 
responsabilidade por suas ações e decisões, prestando 
contas pelos resultados alcançados. Isso inclui a 
disposição para corrigir erros e promover melhorias 
quando necessário.
e. Integridade: A integridade implica em agir de maneira 
honesta, ética e moralmente correta, evitando conflitos 
de interesse, subornos e corrupção. Os agentes 
públicos devem manter altos padrões de conduta e 
ética em todas as situações.
f. Eficiência: A busca pela eficiência no uso dos recursos 
públicos é essencial para otimizar a prestação de 
serviços e alcançar resultados de maneira eficaz, 
evitando desperdícios e ineficiências.
g. Bem comum: As ações da administração pública devem 
ser pautadas pelo interesse coletivo e pelo benefício da 
sociedade como um todo. Os agentes públicos devem 
considerar o impacto de suas decisões na melhoria da 
qualidade de vida dos cidadãos.
h. Competência: Os agentes públicos devem possuir 
as habilidades e conhecimentos necessários para 
desempenhar suas funções de maneira competente e 
eficaz, assegurando a entrega de serviços de qualidade.
i. Respeito pelos direitos humanos: A ética pública deve 
incluir a proteção e promoção dos direitos humanos, 
garantindo que as ações do governo não violem os 
direitos fundamentais dos cidadãos.
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j. Equidade: A equidade diz respeito à justiça distributiva, 
garantindo que os recursos e benefícios sejam 
alocados de maneira justa e igualitária, considerando 
as necessidades de todos os membros da sociedade.
Esses princípios formam um quadro ético sólido que 
orienta o comportamento dos agentes públicos, contribuindo 
para uma governança mais transparente, responsável e eficaz.
SAIBA MAIS
Para saber mais e se aprofundar na Justiça 
distributiva e seus fundamentos leia o artigo “A 
Justiça distributiva”. Disponível abaixo.
Segundo Cristina Seijo Suárez e Noel Añez Tellería 
(2007) os princípios da ética citados no artigo: “Gestão Ética na 
Administração Pública: Uma Base Fundamental para a Gestão 
Ética do Desenvolvimento” são ações positivas e voltadas ao bem 
coletivo. Vejamos seus fundamentos:
Os processos seletivos para o ingresso na função pública 
devem estar ancorados no princípio do mérito e da capacidade 
e não só o ingresso como carreira no âmbito da função pública 
(SUÁREZ e TELLERÍA, 2007).
A formação continuada que se deve proporcionar aos 
funcionários públicos deve ser dirigida, entre outras coisas, para 
transmitir a ideia de que o trabalho a serviço do setor público 
deve realizar-se com perfeição, sobretudo porque se trata de 
https://www.jusbrasil.com.br/doutrina/secao/7-a-justica-distributiva-segunda-parte-o-direito-como-justo-axiologia-juridica-introducao-a-ciencia-do-direito/1314941186
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trabalho realizado em benefícios de “outros” (SUÁREZ e TELLERÍA, 
2007). 
A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na 
administração pública devem estar presididas pelo bom propósito 
e uma educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem 
ser positivos e os funcionários devem se esforçar para viver 
no cotidiano esse espírito de serviço para a coletividade que 
justifica a própria existência da administração pública (SUÁREZ 
e TELLERÍA, 2007). A atitude de serviço e interesse visando 
o coletivo deve ser o elemento mais importante da cultura 
administrativa. A mentalidade e o talento se encontram na raiz 
de todas as considerações sobre a ética pública e explicam, por 
si mesmos, a importância do trabalho administrativo (SUÁREZ e 
TELLERÍA, 2007).
Constitui um importante valor deontológico potencializar 
o orgulho que provoca a identificação do funcionário com os 
fins do organismo público no qual trabalha. Trata-se da lealdade 
institucional, a qual constitui um elemento capital e uma obrigação 
central para uma gestão pública que aspira a manutenção de 
comportamentos éticos (SUÁREZ e TELLERÍA, 2007).
A formação em ética deve ser um ingrediente 
imprescindível nos planos de formação dos funcionários 
públicos. Além do mais, devem buscar fórmulas educativas que 
tornem possível que esta disciplina se incorpore nos programas 
docentes prévios ao acesso à função pública. Embora, deva estar 
presente na formação contínua do funcionário. No ensino da ética 
pública deve-se ter presente que os conhecimentos teóricos de 
nada servem se não se interiorizam na práxis do servidor público 
(SUÁREZ e TELLERÍA, 2007).
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O comportamento ético deve levar o funcionário público 
à busca das fórmulas mais eficientes e econômicas para levar a 
cabo sua tarefa (SUÁREZ e TELLERÍA, 2007).
A atuação pública deve estar guiada pelos princípios 
da igualdade e não discriminação. O funcionário deve atuar 
sempre como servidor público e não deve transmitir informação 
privilegiada ou confidencial. O funcionário, como qualquer outro 
profissional, deve guardar o sigilo de ofício (SUÁREZ e TELLERÍA, 
2007);
O interesse coletivo no Estado social e democrático de 
Direito existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições 
que torne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita 
um exercício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. 
Para tanto, os funcionários devem ser conscientes de sua função 
promocional dos poderes públicos e atuar em consequência 
disso. (SUÁREZ e TELLERÍA, 2007).
Imagem 4.14 - Listando a ética na administração Pública. 
 
 
Fonte: Pixabay.
https://pixabay.com/pt/vectors/garota-saia-sorriso-bonitinho-1600991/
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Sem nunca deixar de considerar que o novo modelo 
de gestão pública, aquele conectado à TI e redes sociais, visa 
manter um bom perfil e uma elevada qualificação de seus 
usuários, assim, serviços como Ouvidorias e Call Centers para 
atendimentos são regulamentadas e disponibilizadas pela 
Administração Pública (direta e também indireta), bem como a 
outros órgãos competentes que vistoriem e intervenham no bom 
funcionamento dos serviços públicos à sociedade. 
Sob olhares da Lei nº 8.429/92 e a lei 14.230/21 (que deu 
nova redação a artigos da lei 8.429/92) versam sobre improbidade 
administrativa. Dispondo sobre as sanções aplicáveis aos agentes 
públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de 
mandato, cargo, emprego ou função na administração pública 
direta, indireta ou fundacional e dá outras providências, cabe 
também à cobrança e fiscalização das condutas éticas e orais dos 
agentes públicos.
DEFINIÇÃO
A improbidade administrativa se refere a ações 
desonestas, fraudulentas ou ilegais cometidas por 
agentes públicos no exercício de suas funções, que 
resultam em prejuízos para o patrimônio público, 
a moralidade administrativa e os interesses da 
sociedade como um todo. Essa conduta viola os 
princípios da ética pública, incluindo a legalidade, a 
honestidade, a imparcialidade e a responsabilidade. 
A improbidade administrativa abrange uma 
variedade de comportamentos, como desvio de 
recursos, nepotismo, enriquecimento ilícito, uso 
indevido do cargo público em benefício próprio ou 
de terceiros, entre outros.
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Imagem 4.15 - Improbidade Administrativa tem punição. 
 
 
Fonte: Pixabay.
Lei de Responsabilidade Fiscal 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei complementar 
101/2000, representa um marco legal crucial na gestão 
financeira e fiscal dos governos, tanto em nível federal quanto 
nos estados e municípios. Criada com o objetivo de estabelecer 
normas e critérios para o equilíbrio das contas públicas, a 
LRF visa promover a transparência, a responsabilidade e a 
sustentabilidade fiscal, assegurando que os gestores públicos 
ajam de maneira responsável no uso dos recursos e na condução 
das políticas econômicas. A legislação estabelece limites para 
gastos com pessoal, endividamento, concessão de garantias e 
contratação de operações de crédito, garantindo que as finanças 
públicas sejam geridas de forma prudente e em conformidade 
com princípios éticos e econômicos sólidos.
https://pixabay.com/pt/photos/fiscal/
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A Lei Complementar Nº 101/2000 estabelece normas de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão 
fiscal e dá outras providências.
ACESSE
Para acessar a Lei complementar nº101/2000 na 
íntegra acesse o link a seguir:
A Lei Complementar nº 101/2000, estabelece os 
fundamentos e diretrizes para a gestão fiscal responsável por 
parte dos entes federativos. 
A abrangência da LRF é ampla, incluindo diversos aspectos 
da gestão fiscal, como despesas com pessoal, endividamento, 
transparência, limites para gastos e operações de crédito. A lei 
define limites e critérios que os gestores públicos devem observar 
ao tomar decisões financeiras e orçamentárias, contribuindo 
para a prevenção do desequilíbrio fiscal e a promoção de uma 
administração pública responsável e transparente.
A aplicação prática da Lei Complementar nº 101/2000, a Lei 
de Responsabilidade Fiscal (LRF), envolve uma série de medidas 
e procedimentos que os entes federativos devem adotar para 
garantir a saúde financeira, a transparência e a responsabilidade 
na gestão pública. Alguns exemplos de aplicação prática da LRF 
incluem:
A LRF estabelece limites para as despesas com pessoal, 
tanto do Poder Executivo quanto do Legislativo e do Judiciário. 
Esses limites visam evitar que o crescimento descontrolado 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13726.htm
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dessas despesas comprometa a capacidade de investimento 
e os serviços públicos essenciais. Define critérios para o 
endividamento público, incluindo limites para a relação entre a 
dívida consolidada e a receita corrente líquida. Isso impede que 
os entes federativos acumulem dívidas excessivas que possam 
comprometer sua capacidade de pagamento.
A LRF exige que os entes federativos disponibilizem 
informações sobre suas finanças de maneira clara e acessível 
ao público. Isso inclui a publicação de relatórios fiscais, balanços 
contábeis e demonstrativos de gastos, permitindo que os 
cidadãos acompanhem e fiscalizem a utilização dos recursos 
públicos.
Os entes federativos são obrigados a estabelecer metas 
fiscais para os próximos anos, indicando seus objetivos de 
arrecadação e gastos. Se as metas não forem atingidas, medidas 
de contingenciamento e ajuste podem ser acionadas, incluindo a 
redução de despesas e a suspensão de aumentos salariais.
A LRF estabelece limites para as operações de crédito que 
os entes federativos podem contratar. Isso evita o endividamento 
excessivo e desordenado, assegurando que as obrigações 
financeiras sejam sustentáveis.
A lei estabelece que o ente federativo deve divulgar 
relatórios e demonstrativos que evidenciem a situação 
fiscal, permitindo avaliar o cumprimento dos limites e metas 
estabelecidos.
Estabelece sanções para gestores que não cumpram as 
determinações da lei, incluindo a possibilidade de inelegibilidade 
e a proibição de receber transferências voluntárias da União.
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A aplicação prática da LRF requer a adoção de práticas 
de gestão responsável, o monitoramento constante das finanças 
públicas e a tomada de decisões embasadas em critérios técnicos 
e orçamentários sólidos. Isso contribui para a promoção da 
transparência, o uso eficiente dos recursos e a sustentabilidade 
fiscal, garantindo uma administração pública mais equilibrada e 
responsável.
RESUMINDO
Neste capítulo vimos que o comportamento 
ético deve levar o funcionário público à busca 
das fórmulas mais eficientes e econômicas para 
levar a cabo sua tarefa. Vimos ainda, que o novo 
modelo de gestão pública, aquele conectado à TI 
e redes sociais, visa manter um bom perfil e uma 
elevada qualificação de seus usuários e ainda há 
lei própria para as sanções aplicáveis aos agentes 
públicos nos casos de enriquecimento ilícito no 
exercício de mandato, cargo, emprego ou função 
na administração pública direta, indireta ou 
fundacional. Vimos que a lei estabelece normas de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade 
na gestão fiscal.
75ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/osmodelosdeadministra%C3%A7%C3%A3op%C3%BAblicapatrimonialistaburocr%C3%A1tica-e-gerencial
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/osmodelosdeadministra%C3%A7%C3%A3op%C3%BAblicapatrimonialistaburocr%C3%A1tica-e-gerencial
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http://www.publicaciones.urbe.edu/https://scorm.onilearning.com.br/scorm.php?scorm=713e0453cb70d6d35e982945edcf5748&estudante=0&nome=&licao=&sessao=ek7l7hesha6i8knhq5oa3oo60p/.../1402-venezuela
https://singep.org.br/4singep/resultado/436.pdf
https://singep.org.br/4singep/resultado/436.pdf
	_Hlk143631833
	_Hlk143632275
	_Hlk143633053
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	_Hlk143634538
	_Hlk143635224
	_Hlk143636412
	Processos e tecnologias na administração pública
	A economia e seus reflexos nas tecnologias aplicadas à administração e a governança de TI 
	Globalização versus mundialização
	A tecnologia da informação e sua presença nos demais cenários da administração 
pública
	Modernização da máquina pública versus burocracia
	Quesitos legais e trajetória da modernização da administração pública no Brasil
	LEI Nº13.726/2018
	O Decreto Lei 200/1967 
	Os limites da política sobre a máquina pública
	 
	Direitos sociais fundamentais
	Parâmetro para o controle judicial das políticas públicas
	Os Limites constitucionais
	Ética na administração pública
	O conceito de ética
	Os princípios da ética pública
	Lei de Responsabilidade Fiscaltransformar a maneira como o setor público interage com a 
sociedade e presta seus serviços.
Historicamente, a administração pública era vista como 
uma entidade burocrática, lenta e resistente a mudanças. Porém, 
a evolução social e a crescente demanda por serviços mais ágeis 
e transparentes impulsionaram uma revisão dessa abordagem. 
Ao repensar processos, a administração busca eliminar 
redundâncias, reduzir tempos de espera e garantir uma melhor 
utilização dos recursos públicos.
Nessa jornada de modernização, a tecnologia tem 
sido uma aliada de peso. Sistemas integrados de gestão (ERP), 
plataformas digitais de atendimento ao cidadão e soluções de 
inteligência artificial são apenas algumas das inovações que têm 
revolucionado a prestação de serviços públicos. A digitalização de 
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processos, por exemplo, não apenas agiliza operações internas, 
mas também oferece ao cidadão facilidades como o acesso a 
serviços públicos online, reduzindo deslocamentos, custos e 
tempo de espera. O conceito de Governo Eletrônico, ou e-Gov, é 
um reflexo dessa transformação. Através dele, busca-se utilizar 
as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para melhorar 
a eficiência, eficácia, transparência e responsabilidade da 
administração pública. Com plataformas online de participação 
cidadã, por exemplo, se amplia o canal de comunicação entre 
governo e sociedade, fomentando a participação popular nas 
decisões públicas.
Por outro lado, a incorporação de novas tecnologias 
na administração pública também apresenta desafios. É 
essencial garantir a segurança das informações, especialmente 
quando lidamos com dados sensíveis da população. Além 
disso, a capacitação contínua dos servidores públicos torna-se 
imprescindível para que possam operar e tirar proveito máximo 
dessas novas ferramentas.
Imagem 4.1 - Integração de processos. 
 
Fonte: Freepik.
https://br.freepik.com/fotos-gratis/conceito-de-colagem-de-controle-de-qualidade-padrao_30589262.htm#page=2&query=integra%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos&position=37&from_view=search&track=ais
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A integração de processos otimizados e tecnologias 
avançadas na administração pública é um caminho sem volta. 
Embora desafiador, esse processo é essencial para construir 
uma administração ágil, transparente e, acima de tudo, alinhada 
às necessidades e expectativas da população no século XXI.
A atuação da administração pública tem sido 
profundamente impactada por diversas tecnologias emergentes 
e consolidadas. Essas tecnologias estão remodelando a forma 
como os serviços públicos são prestados, trazendo maior 
eficiência, transparência e participação cidadã. Algumas das 
principais tecnologias que têm causado esse impacto incluem:
1. Computação em nuvem (Cloud Computing): Permite que 
a administração pública armazene, acesse e compartilhe 
grandes volumes de dados online, reduzindo a necessidade 
de infraestruturas físicas caras e promovendo maior 
flexibilidade e colaboração.
2. Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de máquina: 
São usados para melhorar a tomada de decisão, prever 
tendências, otimizar processos e fornecer atendimento 
ao cidadão de forma mais eficiente através de chatbots e 
sistemas automatizados.
3. Blockchain: Essa tecnologia, conhecida pela sua aplicação 
nas criptomoedas, tem potencial na administração pública, 
principalmente em áreas como registro de propriedades, 
gestão de identidade e transparência em processos 
licitatórios.
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SAIBA MAIS
Para saber mais e compreender essa tecnologia 
revolucionária do blockchain, leia o artigo “O que é 
blockchain?”. Disponível abaixo.
4. Big Data e Análise de dados (Data Analytics): A capacidade 
de coletar, processar e analisar grandes volumes de dados 
pode ajudar os governos a identificarem padrões, melhorar 
a tomada de decisão e otimizar a alocação de recursos.
5. Internet das Coisas (IoT): A integração de dispositivos 
conectados pode melhorar a gestão de cidades (cidades 
inteligentes), otimizando o tráfego, monitorando o 
consumo de recursos e melhorando a segurança pública
6. Aplicações móveis e Plataformas online: Permitem 
que os cidadãos acessem serviços públicos, 
realizem consultas, pagamentos e obtenham 
informações em tempo real, de qualquer lugar.
7. Redes sociais e Plataformas de participação cidadã: Favorecem 
a comunicação direta entre o governo e a população, além 
de promover a participação cidadã nas decisões políticas.
8. Realidade virtual e aumentada: Podem ser usadas 
em treinamentos, simulações e na educação, além de 
possibilitar visitas virtuais a espaços públicos ou históricos.
9. Biométricos e reconhecimento facial: São úteis para aprimorar 
a segurança, autenticação e verificação de identidades, 
embora também levantem preocupações com a privacidade. 
https://aws.amazon.com/pt/what-is/blockchain/?aws-products-all.sort-by=item.additionalFields.productNameLowercase&aws-products-all.sort-order=asc
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10. Cibersegurança: Enquanto a tecnologia avança, 
também aumenta a necessidade de proteger os sistemas 
e dados da administração pública contra ameaças digitais. 
Investir em cibersegurança tornou-se fundamental. 
 
Essas tecnologias, quando bem implementadas, têm o 
potencial de transformar a administração pública, tornando-a 
mais responsiva, eficiente e alinhada às necessidades e 
expectativas dos cidadãos. No entanto, também é crucial 
abordar questões éticas, de privacidade e de segurança, para 
garantir que os direitos dos cidadãos sejam sempre respeitados. 
 
A busca pela inovação e automatização dos processos, a 
iniciativa de modelos de formação mais técnica e específica 
e a visibilidade das redes sociais com a Internet amplia o 
acesso dos profissionais, busca suprir demandas de mercado 
e permite o acesso de maior facilidade aos indivíduos.
A economia e seus reflexos 
nas tecnologias aplicadas à 
administração e a governança de 
TI 
Leituras voltadas para o desenvolvimento da economia 
mostram que políticas públicas que estimulam, incentivam e 
promovem a multiplicação das possibilidades tecnológicas, 
são marcas comuns encontradas na constituição de realidades 
econômicas de sociedades desenvolvidas e que gozam de certa 
independência de seus processos (TEIXEIRA et. al, 2015). 
Sem dúvida alguma, é na inovação que as organizações 
(públicas e privadas) crescem e se desenvolvem. Para Lundvall 
(2003) a difusão do conhecimento deve estar presente em todas 
15ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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as relações, mas essencialmente, nas relações de trabalho, pois 
é possível identificar importantes elementos da aprendizagem 
com o “desenvolvimento de recursos humanos, das novas formas 
de organização empresarial, do formato de redes e da definição 
de uma função dos serviços intensivos em conhecimentos e das 
universidades” (LUNDVALL, 2003 pág. 117).
O dinamismo das relações sociais imputados pela 
globalização não combina com relações desconectadas entre 
sistemas de informação, em eficiência na prestação de serviço e 
no crescimento econômico. 
A administração e governança de Tecnologia da 
Informação (TI) evoluíram drasticamente ao longo das últimas 
décadas. Com o avanço tecnológico, novas ferramentas e práticas 
têm se tornado disponíveis, permitindo que as organizações 
otimizem seus processos, garantam a segurança dos dados 
e alinhem suas estratégias de TI aos objetivos de negócio, tais 
como:
 • Frameworks e padrões: Frameworks como o ITIL 
(Information Technology Infrastructure Library) e o 
COBIT (Control Objectives for Information and Related 
Technologies) são essenciais para estabelecer boas 
práticas em gestão de TI. Eles fornecem uma série de 
processos padronizados e melhores práticas para a 
administração de serviços de TI e governança.
 • Automação e orquestração: Com a introdução de 
tecnologias deautomação, as empresas podem 
agora automatizar tarefas repetitivas, reduzindo 
erros humanos e melhorando a eficiência. Isso se 
aplica a tudo, desde a implantação de software até o 
gerenciamento de recursos de infraestrutura.
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 • Computação em nuvem: A migração para a nuvem 
mudou a forma como as organizações gerenciam seus 
recursos de TI. Com a capacidade de escalar recursos 
rapidamente e pagar apenas pelo que é usado, as 
empresas podem ser mais ágeis e custo-efetivas.
 • Tecnologias de segurança: Ferramentas avançadas 
de monitoramento, detecção de intrusões, firewalls 
de próxima geração e soluções de gerenciamento de 
identidade e acesso são cruciais para proteger ativos 
de TI. A crescente onda de ciberataques torna a 
cibersegurança uma parte integral da governança de TI.
 • Gestão de ativos de TI: Soluções como sistemas de 
gestão de ativos de TI (ITAM) permitem que as empresas 
rastreiem e gerenciem seus ativos de hardware e 
software, otimizando o uso e garantindo conformidade 
com licenças.
 • Virtualização: Esta tecnologia permite que as 
organizações criem versões virtuais de recursos de TI, 
como servidores e redes. Isso não apenas otimiza o uso 
de recursos físicos, mas também oferece flexibilidade e 
escalabilidade.
 • Blockchain: Em termos de governança, o blockchain 
pode ser usado para garantir a integridade e a 
transparência dos dados, especialmente em transações 
e processos que requerem rastreabilidade e verificação.
 • Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning: Estas 
tecnologias estão sendo usadas para melhorar a 
eficiência operacional, prever falhas, otimizar a 
alocação de recursos e até mesmo para a automação 
de tarefas complexas.
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A integração de tecnologias avançadas na administração 
e governança de TI não é apenas uma tendência, mas uma 
necessidade. Em um mundo em rápida evolução, as organizações 
que adotam e implementam adequadamente essas tecnologias 
estarão melhor posicionadas para alcançar seus objetivos 
estratégicos, garantir a segurança dos dados e oferecer valor aos 
seus stakeholders.
Imagem 4.2 - Stakeholders. 
 
 
Fonte: Freepik.
Globalização versus mundialização
A globalização é um processo multifacetado que se refere 
à crescente interconexão e interdependência dos países em várias 
dimensões, incluindo economia, política, cultura e tecnologia. 
Impulsionada principalmente por avanços tecnológicos e políticas 
de liberalização econômica, a globalização tem facilitado o fluxo 
de bens, serviços, informações e ideias através das fronteiras 
nacionais.
https://br.freepik.com/vetores-gratis/reuniao-de-gestao-de-negocios_3975527.htm#query=stakeholders&position=12&from_view=search&track=sph
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O conhecido fenômeno de globalização pode ser 
caracterizado por um processo “histórico-social de vastas 
proporções, ... que rompe e recria o mapa do mundo, 
inaugurando outros processos, outras estruturas e outras formas 
de sociabilidade, que se articulam e se impõem aos povos, tribos, 
nações e nacionalidades” (IANNI, 1998, pág.2). 
Esse processo acontece no âmbito social, mas implica 
nas estruturas políticas e econômicas com oscilações entre 
avanços e retrocessos, podendo permanecer nesse processo 
por décadas. Ela também é independente de região geográfica, 
demográfica, econômica, política e cultural ainda que seus efeitos 
sejam sentidos em todos esses quesitos (TEIXEIRA et. al, 2015). 
A globalização, como a conhecemos hoje, tem suas raízes 
na expansão marítima dos séculos XV e XVI, mas ganhou maior 
impulso no final do século XX. A queda do Muro de Berlim em 
1989, o fim da Guerra Fria e as reformas econômicas em muitos 
países emergentes abriram portas para uma integração global 
mais profunda. Simultaneamente, a revolução tecnológica, 
especialmente na comunicação e no transporte, tornou mais 
fácil e barato fazer negócios e se comunicar globalmente.
Os impactos globalização na Administração Pública são 
vários e em diferentes aspectos, vejamos:
 • Adoção de boas práticas e benchmarking internacional: 
Com a crescente interconexão global, a administração 
pública tem buscado referências internacionais para 
adotar as melhores práticas em áreas como governança, 
gestão fiscal, atendimento ao cidadão e combate à 
corrupção.
19ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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DEFINIÇÃO
Benchmarking é um processo de comparação 
das práticas, processos e desempenho de uma 
organização com os de outras empresas ou 
setores reconhecidos como líderes ou melhores 
naquilo que fazem. O objetivo do benchmarking 
é identificar áreas de melhoria, estabelecer metas 
eficazes e adotar práticas de excelência para 
aprimorar o desempenho organizacional. 
 • Pressões para reformas: Organizações internacionais, 
como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco 
Mundial, muitas vezes influenciam as políticas nacionais. 
Isso tem levado a reformas na administração pública, 
particularmente em países que buscam assistência 
financeira ou integração em blocos econômicos.
 • Desafios de regulação: A globalização tem apresentado 
desafios regulatórios, especialmente em áreas como 
comércio, finanças e meio ambiente. A administração 
pública tem que se adaptar rapidamente para gerenciar 
e mitigar riscos associados à rápida integração 
econômica e tecnológica.
 • Mudança na dinâmica do trabalho: A competição 
global por talentos e a necessidade de habilidades 
mais diversificadas têm impactado a forma como a 
administração pública recruta, treina e retém seus 
funcionários.
 • Aumento da expectativa do cidadão: Com acesso 
a informações globais, os cidadãos têm agora 
expectativas mais elevadas em relação à qualidade dos 
serviços públicos, transparência e responsabilidade.
 • Questões de soberania e identidade: Enquanto a 
globalização oferece oportunidades, também apresenta 
desafios relacionados à soberania e identidade 
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nacionais. A administração pública é frequentemente 
colocada em uma posição onde precisa equilibrar 
interesses nacionais com compromissos e normas 
globais.
 • Inovação e adoção de tecnologia: A rápida evolução 
tecnológica e sua disseminação global têm forçado a 
administração pública a adaptar-se e inovar, adotando 
novas tecnologias para melhorar a eficiência e eficácia 
dos serviços públicos.
A globalização, apesar de seus inúmeros benefícios, 
trouxe consigo diversos riscos para a administração pública. A 
crescente interdependência entre os países ampliou a exposição 
a crises financeiras e econômicas externas, tornando os governos 
mais vulneráveis a choques globais. Além disso, a pressão 
da competição internacional tem levado à flexibilização de 
regulamentações, o que pode comprometer padrões locais em 
áreas como meio ambiente, trabalho e segurança. A globalização 
também intensificou desafios regulatórios, com a movimentação 
acelerada de capital, bens e serviços transcendendo fronteiras, 
complicando a fiscalização e a cobrança de tributos. Por fim, a 
difusão rápida de informações e a influência de normas e valores 
globais podem gerar tensões culturais e sociais, desafiando a 
administração pública a equilibrar as demandas locais com as 
expectativas globais.
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Imagem 4.3 - Mundialização e Informação. 
 
 
Fonte: Freepik.
Seguimos com a definição de mundialização. Para tanto, 
adotaremos o conceito de Chesnais (1996) apud Teixeira et. al 
(2015), que retrata o fenômeno identificado a partir dos anos 80 
como sendo um novo perfil do capitalismo mundial em todas as 
suas adjacências, ou seja, comando, desempenho e regulação 
(TEIXEIRA et. al, 2015).
Ainda, complementando Catani et. al, reforça a definição 
de Chesnais destacando na mundialização a marca do acúmulo 
de capital recorrente da integração internacional dos mercados, 
das políticas neoliberais de liberalização, desregulamentação,privatização, desmantelamento das conquistas sociais e 
democráticas, do desenvolvimento financeiro, das novas 
tecnologias da informação e da comunicação (TEIXEIRA et. al, 
2015). 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/negociacao-de-parceria-de-sucesso-handshaking-de-parceiros_11669283.htm#page=1&query=globalização&position=1
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A tecnologia da informação e sua presença 
nos demais cenários da administração 
pública
Podemos entender a tecnologia como um complexo 
de conhecimentos práticos e teóricos, que considera, além de 
instrumentos físicos, também experiências de gestão, sejam elas 
com resultados bons ou ruins. Se por um lado os equipamentos 
são artefatos tecnológicos visíveis, por outro, temos a técnica, a 
competência e a expertise do agente que a opera (CORAZZA e 
FRACALANZA, 2004 apud FERREIRA et. al, 2015). 
Dosi (2006) define tecnologia como um conjunto de 
conhecimentos (práticos e teóricos), know-how, métodos, 
procedimentos, experiências de sucesso e fracassos, bens físicos 
e equipamentos concebidos para o alcance de um determinado 
fim (FERREIRA Jr. et. al, 2015).
Imagem 4.4 - Mundialização e Informação. 
 
 
Fonte: Freepik.
https://br.freepik.com/fotos-gratis/conceito-dos-trabalhos-em-rede-da-noticia-da-tabuleta-de-digitas-da-amizade-das-mulheres_2970921.htm#query=tecnologia%20aliada%20ao%20saber%20fazer&position=21&from_view=search&track=ais”>Imagem%20de%20rawpixel.com
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As palavras inovação e tecnologia foram adicionadas aos 
processos da administração pública desde a década de 50. Os 
estudiosos da inovação a percebiam como um processo composto 
de fases previsíveis, desde a elaboração até a implementação e 
generalização. (MESSINA, 2001 apud FERREIRA et. al, 2015). 
Então, é com a definição de que a inovação estava 
relacionada à educação, à formação do profissional e às formas 
de realização do trabalho que começa a perseverar a crença 
de que os avanços da ciência e da tecnologia determinariam 
o desenvolvimento econômico, social e cultural. Diante dessa 
percepção, o aprimoramento científico e tecnológico deveria 
consistir em benefícios e valorização onde quer que fosse 
empregado, no indivíduo, num produto ou no antigo processo. 
(GOMEZ, 2007, apud FERREIRA JR. et. al, 2015).
Em campo aberto, a gestão e administração pública hoje 
precisam relacionar-se e principalmente fazer uso de recursos 
como: Redes sociais, computação em nuvem, e-Commerce, 
Teleconferências via Web, Eletromedicina, virtualização do 
Desktop, TIC no mercado de capitais, TIC no sistema de ensino 
público e privado, entre outras, para que a máquina pública 
incorpore, transite e redirecione essas ferramentas a favor da 
qualidade de entrega de seus serviços à sociedade.
Pensando nisso, é parte essencial dessa incorporação, 
a efetiva formação de pessoas capazes de operacionalizar 
seus processos. Obviamente num sistema privado, todas estas 
inovações são suportadas mais facilmente por sofisticadas 
redes. Mas essa não é a realidade dos sistemas operacionais da 
máquina pública brasileira. Empresas e organizações em todo o 
mundo (principalmente no Brasil) estão experimentando uma 
aguda escassez de profissionais e gerentes qualificados em TIC 
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para liderar equipes para desenhar, projetar, instalar, gerenciar 
e/ou manter estas redes. 
Imagem 4.5 - Escassez de mão de obra especializada: Preocupação para Área de TI. 
 
 
Fonte: Freepik.
Constata-se da escassez de gerentes de vendas 
de empresas de TIC, de Help Desk ou de Call Center, com 
conhecimentos apropriados sobre suporte, soluções, 
equipamentos e serviços para essas redes.
É preciso, não só que a administração adote sistemas 
de Gestão e Tecnologia da Informação, mas que também 
incentivem as instituições educacionais a formar profissionais 
com características a desenvolver a capacidade competitiva 
com visão holística do processo administrativo integrado, dotar 
o indivíduo de ferramentas para tomada de decisões (a tão 
cobrada: proatividade), qualificar profissionais para atuarem 
em organizações, no sentido de contemplarem a relação 
multidisciplinar, proporcionar fundamentação epistemológica 
de análise dando relevo à crítica acerca das práticas que se 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/procurando-por-fundo-de-talentos_3362134.htm#page=2&query=ecassez%20de%20funcionários&position=6&from_view=search&track=ais
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desenvolvem no contexto das organizações e introduzir a prática 
de pesquisa nas áreas de atuação dos profissionais.
RESUMINDO
Revisitando os conceitos vistos, temos que a 
mundialização um fenômeno de maior ascendência 
no âmbito econômico e regional, com incidência 
no capital fictício. Já a globalização é um fenômeno 
mais abrangente, em que podemos observar seus 
efeitos não só na perspectiva econômica, mas 
também social, política, cultural e religiosa. Vimos 
que é com a definição de que a inovação estava 
relacionada à educação, à formação do profissional 
e às formas de realização do trabalho que começa 
a perseverar a crença de que os avanços da ciência 
e da tecnologia determinariam o desenvolvimento 
econômico, social e cultural.
Modernização da máquina 
pública versus burocracia
OBJETIVO
Neste capítulo você verá que a evolução tecnológica 
que acontece gradativamente e influencia direta 
e indiretamente, positiva e negativamente as 
empresas públicas e privadas, podem determinar 
o nível de sustentação econômica e a manutenção 
da concorrência na prestação de serviços à 
sociedade.
A modernização da máquina pública é uma necessidade 
intrínseca ao progresso da sociedade. À medida que o mundo 
evolui, com novas tecnologias e demandas sociais, os governos 
precisam adaptar-se para atender às expectativas crescentes 
dos cidadãos e garantir uma gestão eficiente e transparente.
A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental 
na transformação das administrações públicas. Sistemas 
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informatizados e plataformas digitais estão sendo implementados 
em diversos setores, desde a gestão de documentos até a 
prestação de serviços ao cidadão. Portais de transparência, por 
exemplo, permitem que qualquer pessoa acesse informações 
sobre orçamentos, licitações, despesas e receitas do governo, 
promovendo o controle e combatendo a corrupção.
NOTA
O Brasil seguindo as novas tendências também 
tem investido em desenvolver e oferecer mais 
informação e transparência para a atuação 
da administração pública. Conheça o portal 
transparência. Disponível abaixo.
Além da digitalização, a modernização envolve a revisão 
de processos. Burocracias antiquadas e redundantes são 
identificadas e eliminadas, facilitando o acesso do cidadão aos 
serviços públicos e tornando a gestão mais ágil. A simplificação de 
processos, muitas vezes acompanhada de desregulamentação, 
também pode incentivar investimentos e fomentar a atividade 
econômica.
Outro pilar fundamental é a capacitação dos servidores 
públicos. Não basta apenas implementar novas ferramentas e 
processos; é essencial que os funcionários estejam devidamente 
preparados para operá-los. Isso demanda um investimento 
contínuo em treinamentos, workshops e cursos de atualização.
A modernização também abrange a reavaliação das 
políticas públicas. Baseado em evidências e dados, o governo 
https://portaldatransparencia.gov.br
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pode repensar e ajustar programas e iniciativas para garantir 
que eles atendam efetivamente às necessidades da população e 
alcancem os resultados desejados.
A participação cidadã é um aspecto crucial da 
modernização. Em uma era de informação e conectividade, os 
cidadãos desejam ter voz ativa nas decisões que impactam suas 
vidas. Mecanismos de consulta pública, fóruns de discussão 
e plataformas de feedback são instrumentos valiosos para 
incorporar a perspectiva do público naformulação e execução 
de políticas.
A modernização da máquina pública é um processo 
contínuo e abrangente, que visa tornar o governo mais responsivo, 
eficiente e transparente. Em um mundo em constante mudança, 
é imperativo que as instituições públicas evoluam para atender 
adequadamente às demandas da sociedade e contribuir para o 
desenvolvimento sustentável do país.
Para que seja possível sobreviver a esse elemento, é 
preciso se cercar de estratégias e inteligência (organizacional e 
operacional). Oliveira (2014), define essa ação como inteligência 
estratégica ou administrativa: 
Que é o processo sistemático e sintomático, de 
identificação, coleta, processamento e análise 
de conhecimentos e de informações, por 
meios legais e éticos, que impactam, positiva 
e diferencialmente os negócios, os produtos e 
serviços de uma empresa pública e seu modelo 
de administração. (OLIVEIRA, 2014, pág. 70) 
O autor apresenta um quadro que representa, não só a 
tecnologia, mas outros fatores tão importantes que influenciam, 
engessam, burocratizam e conferem esforços para manutenção 
da gestão eficiente da máquina pública. Observe:
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Imagem 4.6 - Ambiente da instituição pública. 
 
 
Fonte: Oliveira (2014. Pág. 71).
Quesitos legais e trajetória da 
modernização da administração 
pública no Brasil
Com base na Constituição Federal de 1988 art. 39, § 7º Lei 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios será 
disciplinada a aplicação de recursos orçamentários provenientes 
da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia 
e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas 
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, 
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço 
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de 
produtividade (BRASIL, 2010).
Em muitos países, a necessidade de tornar a administração 
pública mais eficiente, transparente e responsiva às demandas 
dos cidadãos levou à formulação de legislações específicas para 
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orientar e implementar a modernização. Essas legislações visam 
criar um arcabouço legal que facilite as reformas administrativas 
e garanta que as mudanças ocorram de maneira estruturada e 
duradoura.
Em muitos contextos nacionais, foram criadas leis 
específicas para a implantação e uso de tecnologias de 
informação e comunicação no setor público. Estas podem tratar 
desde a digitalização de serviços, passando pela segurança de 
dados até a promoção do acesso à informação. A ideia é garantir 
que as tecnologias sejam usadas para facilitar a vida do cidadão 
e tornar a administração mais eficiente.
As leis de acesso a informação são fundamentais para 
promover a transparência. Ao estabelecer diretrizes claras 
sobre quais informações devem ser públicas e como podem ser 
acessadas, essas leis incentivam o controle e permitem que os 
cidadãos monitorem e avaliem a atuação do governo.
Em busca de agilizar processos, muitos países têm revisado 
e modificado procedimentos burocráticos, simplificando ou até 
mesmo eliminando etapas redundantes. Isso pode envolver 
desde a criação de um ambiente mais amigável para negócios 
até a facilitação de processos para os cidadãos, como a obtenção 
de documentos.
Engajar os cidadãos no processo decisório é fundamental 
para uma administração moderna e democrática. Algumas 
legislações focam em garantir e formalizar mecanismos de 
consulta e participação pública, seja através de audiências, 
consultas online ou conselhos participativos.
Além das leis voltadas à tecnologia e transparência, 
muitos países têm legislações que tratam da própria estrutura 
e funcionamento da máquina pública, abordando temas como 
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carreiras, avaliação de desempenho, contratações e compras 
públicas.
Imagem 4.7 - Contratações. 
 
 
Fonte: Freepik.
Reconhecendo a importância de estar à frente em 
inovação, algumas legislações incentivam a adoção de novas 
tecnologias e práticas inovadoras no setor público, seja através 
de incentivos fiscais, parcerias público-privadas ou incubadoras 
de soluções tecnológicas.
A legislação, nesse contexto, desempenha um papel 
crucial ao definir o escopo, as diretrizes e os limites para a 
modernização da administração pública. No entanto, é essencial 
que essa legislação seja flexível o suficiente para se adaptar às 
mudanças rápidas do cenário global e às inovações tecnológicas, 
garantindo que o setor público permaneça relevante, eficiente e 
alinhado às necessidades e expectativas dos cidadãos.
O Brasil não diferente dos demais países tem buscado criar 
um arcabouço legal para a desburocratização e modernização 
da administração pública, dentre as leis promulgadas nesse 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/maos-de-alto-angulo-assinando-documentos_27645058.htm#query=contratações%20públicas&position=6&from_view=search&track=ais
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sentido está a lei nº 13.726/2018), também chamada da lei de 
Desburocratização.
LEI Nº13.726/2018
A Lei nº 13.726, sancionada em 8 de outubro de 2018, 
foi instituída no Brasil com o intuito de racionalizar atos e 
procedimentos administrativos dos órgãos e das entidades da 
administração pública direta, autárquica e fundacional dos 
Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Em 
essência, essa lei visa simplificar processos, eliminando exigências 
burocráticas consideradas desnecessárias ou ultrapassadas e 
tornando a relação entre cidadão e poder público mais fluida e 
eficiente.
Os principais pontos abordados pela lei incluem:
 • Proíbe a exigência de reconhecimento de firma, 
autenticação de cópia de documento, apresentação de 
título de eleitor (exceto para votar ou registrar-se como 
eleitor) e apresentação de certidão de nascimento, que 
pode ser substituída por cédula de identidade, carteira 
de trabalho ou carteira nacional de habilitação.
 • Veda a exigência de prova de quitação com as eleições 
ou com o serviço militar se o cidadão estiver em 
exercício de seus direitos políticos.
 • O governo não pode recusar atestados de saúde 
ou de vida se estiverem dentro dos padrões legais e 
regulamentares. Atestado de vida para aposentados 
pode ser realizada pelo órgão pagador, por meio de 
prova de vida realizada eletronicamente.
 • Determina que as repartições públicas disponibilizem 
aos cidadãos formulários, instruções e instrumentos 
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necessários ao reconhecimento de direitos ou à 
obtenção de certidões, documentos ou informações.
 • Veda a exigência de certidões ou documentos previstos 
em lei para comprovação de regularidade fiscal, quando 
a administração pública puder obter a informação 
diretamente em sistema eletrônico.
 • Os órgãos públicos não podem rejeitar documentos 
por falhas que não comprometam sua essencialidade, 
devendo permitir a correção ou a ratificação do 
documento no momento do atendimento.
A Lei nº 13.726/2018 é parte de um movimento mais 
amplo de reforma administrativa no Brasil, visando descomplicar 
processos, otimizar o atendimento ao público e promover maior 
eficiência na máquina pública. Ao eliminar procedimentos 
burocráticos desnecessários, a expectativa é que haja uma 
relação mais direta e produtiva entre o cidadão e a administração 
pública, reduzindo custos e tempo despendidos em processos 
muitas vezes morosos e redundantes.
ACESSE
Para conhecer a 13726/2018 lei na íntegra, acesse 
o link a seguir:
Passemos então a um resgate histórico sobre os 
processos de mudanças e tentativas de modernização (algumas 
positivas outras nem tanto). Observe:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13726.htm
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Tabela 1: Trajetória da modernização da administração pública no Brasil
Período Ações
Administração Colonial (séculos XVI 
e XIX) e Primeira República 
(1889 – 1930)
 • Processoscentralizados e 
ausência de diferenciação 
funcional.
 • Administração 
patrimonialista.
 • Forte presença do poder 
Militar.
 • Texto de tabela
Vargas e o modelo burocrático 
(1930 - 1945)
 • Forma de administração 
autoritária.
 • Amplo desenvolvimento do 
capitalismo.
 • Início do processo 
de modernização da 
administração pública 
via Departamento 
Administrativo do Serviço 
Público (DASP). 
 • Franco investimento 
econômico. 
 • Instituição de regras para 
administração de materiais, 
de pessoal e finanças.
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Governo Juscelino Kubitschek 
(1956 - 1961)
 • Grandes movimentações 
contrárias à burocratização.
 • Aparições de 
frentes em prol ao 
desenvolvimentismo. 
 • Administração voltada para 
o desenvolvimento.
 • Ações em prol da 
modernização do aparelho 
do Estado (administração 
Indireta e grupos 
executivos).
Ditadura 
(1964–1985) 
 • Marco da administração 
gerencial no Brasil 
(Decreto-lei 200).
 • Continuidade do 
modelo voltado ao 
desenvolvimento.
 • Descentralização 
administrativa.
 • Programa Nacional de 
Desburocratização de 1979 
agora para Administração 
Direta.
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Constituição Federal 
de 1988
 • Fortemente representativa 
no processo de retrocesso 
burocrático.
 • Restrição da flexibilidade da 
administração indireta.
 • Ampla descentralização 
política fortalecendo os 
municípios.
Plano Diretor 
(1995) 
 • Vem com a tentativa de 
reverter o retrocesso da 
Constituição Federal de 
1988.
 • Institui a diferenciação dos 
quatro setores de atuação 
do Estado: 
• Núcleo Estratégico. 
• Atividades Exclusivas. 
• Serviços Não-Exclusivos.
• Produção de Bens e 
Serviços para o Mercado.
 • Criação das Agências 
Autônomas (atuais agências 
executivas).
 • Projeto, publicização e 
organizações sociais.
 • Privatizações.
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Governo Lula 
(2003 – 2011) 
 • Fortes críticas à redução 
das atividades estatais.
 • Recomposição da força de 
trabalho do setor público.
 • Realinhamento de salários, 
de carreiras, posições e 
condições gerenciais da 
burocracia.
 • Redefinição de marcos 
regulatórios e a 
consequente redefinição 
do papel das agências 
reguladoras.
Agências 
reguladoras 
 • Criadas no período 
de privatizações, são 
autarquias em regime 
especial porque são 
dotadas de maior 
autonomia e independência 
que as demais entidades.
 • Podem ser: 
• Agência Reguladora Federal
• Agência Reguladora 
Estadual
• Agência Reguladora 
Municipal
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Contrato 
de gestão
 • Ferramentas e instrumento 
de gestão por resultados.
 • Busca ampliar a autonomia 
do gestor público com a 
contrapartida de maior 
responsabilidade pelo 
alcance de resultados. 
 • Dois tipos: 
• Dentro do poder público.
• Com entidades privadas 
sem fins lucrativos.
Agências 
executivas
 • Autarquias e fundações 
que exerçam atividades 
exclusivas de Estado, 
que tenham assinado 
um contrato de gestão 
e que apresentem 
um plano estratégico 
de reestruturação 
organizacional e 
desenvolvimento 
institucional podem receber 
essa qualificação para 
ampliar sua autonomia na 
gestão.
Fonte: Adaptado do documento: Administração Pública - O Processo De Modernização Da 
Administração Pública
https://www.cram.com/flashcards/administrao-pblica-o-processo-de-modernizao-da-administrao-pblica-901836
https://www.cram.com/flashcards/administrao-pblica-o-processo-de-modernizao-da-administrao-pblica-901836
38 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Importante entender que modernizar a máquina pública 
não é uma opção futurista ou visionária do agente público e sim, 
uma obrigação prevista na Constituição Federal de 1988.
O Decreto Lei 200/1967 
Constituindo um marco na busca de superar a rigidez 
da burocracia. O Decreto-Lei Nº 200, de 25 de fevereiro de 
1967, dispõe sobre a organização da Administração Federal, 
estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras 
providências. Também considerado como o primeiro contato da 
Administração Pública brasileira com o gerencialismo por meio 
do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE).
O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, é um 
marco regulatório na administração pública federal brasileira. Sua 
aprovação e implementação representam um dos esforços mais 
significativos na história do país para modernizar e reorganizar 
a estrutura do poder executivo federal. Os principais pontos e 
objetivos deste decreto-lei incluem:
 • Descentralização: O decreto promoveu a 
descentralização da administração federal, conferindo 
mais autonomia às entidades da administração indireta 
(autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista).
 • Planejamento: O texto legal ressaltou a importância do 
planejamento na administração federal, estabelecendo 
diretrizes e metas a serem seguidas pelos órgãos e 
entidades.
 • Autonomia de Gestão: A norma concedeu às entidades 
da administração indireta maior liberdade de gestão 
administrativa, financeira e técnica, permitindo uma 
39ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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gestão mais dinâmica e adaptável às necessidades 
específicas de cada entidade.
 • Coordenação: Mesmo com a descentralização, o 
decreto-lei estabeleceu a necessidade de coordenação 
entre os diversos órgãos e entidades, assegurando que 
todos trabalhassem de maneira alinhada e harmoniosa.
 • Controle: Enquanto o decreto-lei promoveu a 
descentralização e a autonomia, ele também enfatizou 
a importância do controle administrativo, visando 
garantir a eficiência e a responsabilidade na gestão dos 
recursos e atividades públicas.
 • Simplificação: O texto incentivava a simplificação de 
procedimentos e estruturas, eliminando formalidades 
desnecessárias e buscando tornar a administração 
mais ágil e eficaz.
 • Modernização: O decreto-lei abriu espaço para a 
modernização da administração pública, promovendo 
a adoção de novos métodos e técnicas administrativas.
 • Estabilidade e Eficiência: Uma das finalidades do 
decreto era combinar os princípios de estabilidade e 
eficiência, garantindo que os servidores públicos fossem 
selecionados por mérito, capacitados adequadamente 
e avaliados com base em seu desempenho.
O Decreto-Lei nº 200/1967 foi uma resposta às demandas 
crescentes por uma administração pública mais eficiente e 
moderna no Brasil durante a década de 1960. Sua aprovação 
refletiu a busca por uma administração menos centralizada e 
mais adaptável às demandas e desafios do período. Ainda hoje, 
muitos de seus princípios e diretrizes são referência quando se 
40 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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discute a organização e a eficiência da administração pública no 
Brasil.
Artigo 5º. Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por 
lei, com personalidade jurídica, patrimônio 
e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública, que 
requeiram, para seu melhor funcionamento, 
gestão administrativa e financeira 
descentralizada.
II - Empresa Pública - a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, 
com patrimônio próprio e capital exclusivo 
da União, criado por lei para a exploração 
de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência 
ou de conveniência administrativa podendo 
revestir-se de qualquer das formas admitidas 
em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 
900, de 1969)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade 
dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, criada por lei para a exploração 
de atividade econômica, sob a forma de 
sociedade anônima, cujas ações com direito a 
voto pertençam em sua maioria à União ou a 
entidade da Administração Indireta. (Redação 
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada 
de personalidadejurídica de direito privado, 
sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa, para o desenvolvimento 
de atividades que não exijam execução por 
41ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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órgãos ou entidades de direito público, com 
autonomia administrativa, patrimônio próprio 
gerido pelos respectivos órgãos de direção 
e funcionamento custeado por recursos da 
União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 
7.596, de 1987)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade 
for submetida a regime de monopólio estatal, 
a maioria acionária caberá apenas à União, 
em caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as 
entidades da Administração Indireta 
existentes nas categorias constantes deste 
artigo.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV 
deste artigo adquirem personalidade jurídica 
com a inscrição da escritura pública de sua 
constituição no Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas, não se lhes aplicando as demais 
disposições do Código Civil concernentes às 
fundações. (BRASIL, 2019)
Artigo 10. A execução das atividades da Administração 
Federal deverá ser amplamente descentralizada.
§ 1º A descentralização será posta em prática 
em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração 
Federal, distinguindo-se claramente o nível de 
direção daquele de execução;
b) da Administração Federal para a das 
unidades federadas, quando estejam 
devidamente aparelhadas e mediante 
convênio;
42 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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c) da Administração Federal para a órbita 
privada, mediante contratos ou concessões.
§ 2° Em cada órgão da Administração Federal, 
os serviços que compõem a estrutura central 
de direção devem permanecer liberados das 
rotinas de execução e das tarefas de mera 
formalização de atos administrativos, para 
que possam concentrar-se nas atividades de 
planejamento, supervisão, coordenação e 
controle.
§ 3º A Administração casuística, assim 
entendida a decisão de casos individuais, 
compete, em princípio, ao nível de execução, 
especialmente aos serviços de natureza local, 
que estão em contato com os fatos e com o 
público.
§ 4º Compete à estrutura central de direção 
o estabelecimento das normas, critérios, 
programas e princípios, que os serviços 
responsáveis pela execução são obrigados a 
respeitar na solução dos casos individuais e 
no desempenho de suas atribuições.
§ 5º Ressalvados os casos de manifesta 
impraticabilidade ou inconveniência, a 
execução de programas federais de caráter 
nitidamente local deverá ser delegada, no 
todo ou em parte, mediante convênio, aos 
órgãos estaduais ou municipais incumbidos 
de serviços correspondentes.
§ 6º Os órgãos federais responsáveis pelos 
programas conservarão a autoridade 
normativa e exercerão controle e fiscalização 
indispensáveis sobre a execução local, 
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condicionando-se a liberação dos recursos ao 
fiel cumprimento dos programas e convênios.
§ 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas 
de planejamento, coordenação, supervisão 
e controle e com o objetivo de impedir o 
crescimento desmesurado da máquina 
administrativa, a Administração procurará 
desobrigar-se da realização material de tarefas 
executivas, recorrendo, sempre que possível, 
à execução indireta, mediante contrato, 
desde que exista, na área, iniciativa privada 
suficientemente desenvolvida e capacitada a 
desempenhar os encargos de execução.
§ 8º A aplicação desse critério está 
condicionada, em qualquer caso, aos ditames 
do interesse público e às conveniências da 
segurança nacional. (BRASIL, 2019)
RESUMINDO
Neste capítulo você viu um resgate histórico 
sobre os processos de mudanças e tentativas de 
modernização do aparelho público. Compreendeu 
que a execução das atividades da administração 
federal deverá ser descentralizada nos preceitos da 
lei. Aprendeu também o que vem a ser autarquia, 
empresa pública, a sociedade de economia mista 
e fundação pública, passando pela legislação que 
busca superar a rigidez da burocracia. O processo 
de busca pela modernização da administração 
pública vem de longa data e conhecemos algumas 
das leis em vigou para garantir esse processo.
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Os limites da política sobre a 
máquina pública
OBJETIVO
Compreender que com a Constituição Federal de 
1988, por meio da Emenda Constitucional nº 19, o 
Brasil chega ao terceiro modelo de Administração 
Pública gerencial cujo princípio é a eficiência e 
que, de acordo com Sarturi (2013) caracteriza 
“um Estado não mais prioritariamente produtor 
de bens e serviços, mas regulador da economia e 
da sociedade”. Veremos também que mediante as 
mudanças ocorridas nas estruturas organizacionais 
e o conceito moderno da nova gestão pública 
onde o objetivo é a redução da máquina estatal e 
a redução de custos, o modelo da administração 
gerencial tornou-se mais adequado ao que se 
espera da prestação de serviços dos órgãos 
públicos. Mas existem limites na sua atuação.
 
Ao longo da história contemporânea, assistimos a uma 
reconfiguração das funções e responsabilidades do Estado em 
relação à economia e à sociedade. Um dos movimentos mais 
significativos nesse contexto é a transição do Estado como 
principal fornecedor de serviços para um papel mais regulador 
e garantidor.
No modelo de Estado Fornecedor, o Estado assume 
a responsabilidade direta pela prestação de uma variedade 
de serviços à sociedade, como saúde, educação, transporte 
e infraestrutura. Isso muitas vezes envolve a propriedade e a 
operação de empresas e instituições que fornecem esses serviços, 
como hospitais públicos, escolas e sistemas de transporte. Esse 
modelo foi especialmente prevalente no período pós-Segunda 
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Guerra Mundial até os anos 1980, especialmente em muitos 
países de economia mista ou orientados para o bem-estar social.
A transição para o Estado Regulador ocorre quando 
o Estado começa a se retirar da prestação direta de serviços, 
passando a estabelecer normas, diretrizes e regulamentos que as 
entidades privadas e semi privadas devem seguir. Em vez de ser o 
operador direto, o Estado atua como um supervisor ou regulador, 
garantindo que os padrões sejam atendidos e que os direitos dos 
cidadãos sejam protegidos. Já como Estado Garantidor, o papel 
do Estado é assegurar que todos os cidadãos tenham acesso a 
serviços essenciais, independentemente de sua capacidade de 
pagamento ou status social, por meio de subsídios, vouchers ou 
outras formas de apoio.
Essa mudança foi impulsionada por várias razões:
 • Eficiência Econômica: A percepção de que o setor 
privado pode, em certos setores, operar de forma mais 
eficiente e inovadora do que o setor público, levando a 
melhores serviços a um custo menor.
 • Cargas Fiscais: O desejo de aliviar as cargas fiscais 
do Estado, transferindo alguns dos custos e riscos 
associados à prestação de serviços para o setor privado.
 • Adaptação e Flexibilidade: A transição permitiu uma 
resposta mais rápida e adaptável às mudanças nas 
demandas e necessidades da sociedade.
 • Globalização e Competitividade: Em um mundo 
globalizado, muitos governos buscaram tornar 
suas economias mais competitivas, abrindo setores 
anteriormente monopolizados pelo Estado para a 
concorrência internacional.
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 • Empoderamento do Consumidor: Proporcionar escolha 
e voz ao consumidor, permitindo-lhes selecionar entre 
diferentes provedores de serviços.
A transição também trouxe desafios. A regulação 
inadequada pode levar a falhas de mercado, como monopólios ou 
cartéis. Além disso, há a preocupação de que serviços essenciais 
possam se tornar inacessíveis para os mais vulneráveis se não 
forem adequadamente subsidiados ou apoiados. Essa transição 
reflete uma mudança na visão sobre o papel do Estado na 
economia e na sociedade. Embora esse modelo traga muitos 
benefícios potenciais em termos de eficiência, flexibilidade e 
escolha, tambémrequer uma regulamentação e supervisão 
cuidadosas para garantir que os direitos e necessidades de todos 
os cidadãos sejam atendidos.
Imagem 4.8 -Direitos fundamentais. 
 
 
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Direitos sociais fundamentais
A Administração Pública, em sua essência, é o aparato 
através do qual o Estado executa suas políticas, serviços e ações, 
atuando como interface direta entre o poder público e a sociedade. 
Em um Estado Democrático de Direito, a Administração Pública 
não atua apenas como um executor de tarefas, mas também 
como um guardião e promotor dos direitos fundamentais dos 
cidadãos.
Os direitos fundamentais são aqueles inerentes à 
condição humana, indispensáveis para uma existência digna e 
para a plena realização do indivíduo na sociedade. Eles estão 
geralmente inscritos nas constituições nacionais e em tratados 
internacionais de direitos humanos e incluem direitos civis, 
políticos, sociais, econômicos e culturais.
A Administração Pública tem o dever primordial de 
promover e proteger os direitos fundamentais. Isso implica 
em criar e manter serviços que garantam a saúde, educação, 
segurança e bem-estar dos cidadãos. Os direitos fundamentais 
atuam como limitadores do poder estatal. Isso significa que, em 
suas ações, a Administração Pública deve sempre respeitar e 
proteger os direitos dos cidadãos, evitando qualquer forma de 
abuso ou arbitrariedade.
Muitos direitos fundamentais exigem uma ação proativa 
do Estado. Por exemplo, o direito à educação requer a criação 
e manutenção de escolas e instituições de ensino. Assim, a 
Administração Pública deve não apenas se abster de violar 
direitos, mas também atuar positivamente para realizá-los.
Para garantir que os direitos fundamentais sejam 
respeitados, a Administração Pública deve operar de maneira 
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transparente e ser responsabilizada por suas ações. Isso implica 
em prestar contas à sociedade e ser submetida a mecanismos 
de controle e fiscalização. A garantia dos direitos fundamentais 
é potencializada quando os cidadãos têm canais para participar 
das decisões administrativas, seja através de consultas públicas, 
audiências ou outros mecanismos de participação.
A relação entre Administração Pública e direitos 
fundamentais não está isenta de tensões. Em situações de 
escassez de recursos, a administração pode enfrentar dificuldades 
em garantir plenamente todos os direitos. Além disso, situações 
de emergência, como crises econômicas ou pandemias, podem 
colocar em debate a primazia de certos direitos em detrimento 
de outros.
A Administração Pública, em sua atuação, deve sempre 
ter os direitos fundamentais como bússola orientadora. O 
respeito, promoção e garantia desses direitos são indicativos de 
uma administração comprometida com a dignidade, liberdade e 
bem-estar de seus cidadãos. Afinal, em um Estado Democrático 
de Direito, a verdadeira finalidade da máquina pública é servir ao 
cidadão e garantir a concretização de seus direitos mais básicos 
e essenciais.
SAIBA MAIS
Para aprofundar o estudo acerca dos Direitos 
fundamentais, leia o artigo “Direito e garantias 
fundamentais: conceito e característica”. Disponível 
abaixo.
https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/#:~:text=Os%20direitos%20e%20garantias%20fundamentais,para%20que%20o%20indivíduo%20exista.
https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/
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Os artigos 5º ao 17 da Constituição Federal estipulam 
quais são os direitos fundamentais e garantias que o indivíduo 
brasileiro e a sociedade desfrutam de forma contínua. Os direitos 
e garantias fundamentais estão divididos na Constituição Federal 
por temas específicos. São eles: direitos individuais e coletivos 
(artigo 5º da CF), direitos sociais (do artigo 6º ao artigo 11 da 
CF), direitos de nacionalidade (artigos 12 e 13 da CF) e direitos 
políticos (artigos 14 ao 17 da CF).
São categorizados da seguinte maneira:
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (artigo 
5º):
 • Igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza.
 • Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade.
 • Direito de resposta e direito ao habeas corpus e habeas 
data.
 • Liberdade de expressão, de atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação.
 • Liberdade de consciência, de crença e de exercer cultos 
religiosos.
 • Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra 
e da imagem das pessoas.
 • Inviolabilidade do lar e sigilo de correspondência e das 
comunicações.
 • Direito de propriedade e função social da propriedade.
 • Direito de herança.
 • Livre associação profissional ou sindical, entre outros.
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Dos Direitos Sociais (artigo 6º ao 11):
 • Direito à educação, saúde, alimentação, trabalho, 
moradia, lazer, segurança, previdência social, 
proteção à maternidade e à infância e assistência aos 
desamparados.
 • Direito de greve.
 • Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, como 
jornada de trabalho de 8 horas, salário mínimo, férias 
remuneradas, 13º salário, entre outros.
Da Nacionalidade (artigo 12 e 13):
 • Estabelece quem são os brasileiros natos e naturalizados 
e quais são seus direitos e restrições.
 • Direito ao uso da língua portuguesa como língua oficial 
da República Federativa do Brasil.
Dos Direitos Políticos (artigo 14 ao 16):
 • Garante o direito ao voto, a participação política e os 
mecanismos de soberania popular.
Dos Partidos Políticos (artigo 17):
 • Garante a liberdade de criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos políticos.
Os direitos fundamentais não se limitam apenas ao Título 
II. Ao longo da Constituição, outros direitos, como os direitos 
dos índios (artigos 231 e 232) e os direitos relacionados ao meio 
ambiente (artigo 225) tratados.
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Imagem 4.9 - Direito a educação. 
 
 
Fonte: Freepik.
O reconhecimento e a proteção desses direitos na 
Constituição Federal de 1988 refletem uma resposta às graves 
violações de direitos humanos que ocorreram durante o período 
da ditadura militar no Brasil. 
A Emenda Constitucional nº 90, de 2015 dá nova redação ao 
art. 6º da Constituição Federal de 1988 introduzindo o transporte 
como direito social. As Mesas da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, nos termos do art. 60 da Constituição Federal 
de 1988, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
Artigo único: O art. 6º da Constituição Federal 
de 1988 passa a vigorar com a seguinte 
redação:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-lei-de-patentes-com-homem-e-balanca_10491654.htm#page=3&query=direito%20a%20educação&position=33&from_view=search&track=ais
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a assistência aos desamparados, na forma 
desta Constituição. (BRASIL, 2010, pág. 387)
Assim, é preciso reconhecer que: 
Evidentemente, como a Constituição brasileira é 
indubitavelmente programática - traça planos, 
diretrizes e metas – a seus destinatários. Em 
larga medida, o fundamento da própria política 
pública está desenhada no texto constitucional, 
o que gera, em muitos casos, a justiciabilidade 
desses direitos ... É dizer, a Constituição é em 
importante elemento de referência e validade 
para o desenvolvimento de inúmeras políticas 
públicas nos diversos segmentos e atividades 
por ela regulados, traçando em maior ou menor 
grau, os próprios elementos da política pública 
que devem ser desenvolvidos e concretizados. 
(FIGUEIREDO, 2008, pág. 16)
Parâmetro para o controle judicial das 
políticas públicas
Políticas públicas podemser compreendidas como um 
conjunto de ações, estratégias e diretrizes definidas pelo Estado, 
com o objetivo de atender às necessidades e aspirações da 
população em diversas áreas, como educação, saúde, transporte, 
habitação, meio ambiente, dentre outras. Originadas do processo 
democrático, essas políticas são ferramentas fundamentais 
na transformação social, econômica e política de uma nação, 
refletindo a capacidade do Estado em responder de forma efetiva 
aos desafios e demandas da sociedade.
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A formulação de políticas públicas geralmente passa 
por etapas que incluem a identificação de problemas ou 
necessidades, a elaboração de propostas, a implementação 
das ações propostas e a posterior avaliação dos resultados. 
Este processo requer a interação entre diferentes atores, como 
gestores públicos, especialistas, representantes da sociedade civil 
e, em muitos casos, organismos internacionais. A participação 
cidadã é um elemento chave na formulação de políticas públicas 
eficientes e eficazes. Por meio de mecanismos de participação, 
como audiências públicas, conselhos participativos e consultas 
públicas, os cidadãos têm a oportunidade de influenciar decisões, 
priorizar demandas e fiscalizar a aplicação dos recursos.
No entanto, para que as políticas públicas alcancem seus 
objetivos, é fundamental que sejam baseadas em evidências, 
informações precisas e análises técnicas. Além disso, devem ser 
adaptáveis, uma vez que as necessidades sociais são dinâmicas e 
podem se alterar conforme o contexto socioeconômico e cultural.
As políticas públicas são reflexos das escolhas e 
prioridades de uma sociedade, mediadas pela ação estatal. 
Elas são instrumentos essenciais na promoção da justiça 
social, equidade e desenvolvimento sustentável, moldando o 
presente e definindo o futuro de uma nação. Seu entendimento 
é fundamental para qualquer cidadão que deseje compreender 
e participar ativamente da construção e aprimoramento da vida 
coletiva em seu país.
O controle judicial das políticas públicas refere-se à 
capacidade do Poder Judiciário de intervir e analisar as ações e 
omissões dos demais poderes estatais, especialmente o Executivo 
e Legislativo, quando estes implementam ou se abstêm de 
implementar políticas públicas. Esse controle tem como principal 
finalidade assegurar que os direitos fundamentais dos cidadãos 
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sejam respeitados e efetivados. O controle das políticas públicas 
pode ocorrer por diversas razões como:
1. A Constituição estabelece um conjunto de direitos e 
garantias que os cidadãos possuem. Se uma política 
pública violar esses direitos ou se a ausência de uma 
política resultar na violação destes, o Poder Judiciário 
pode ser acionado para corrigir essa situação.
2. Em muitos casos, o Judiciário atua de maneira subsidiária, 
intervindo quando os outros poderes falham em cumprir 
seus deveres ou quando agem de forma abusiva.
3. Muitas vezes, as políticas públicas são discutidas sob o prisma 
da disponibilidade orçamentária. Contudo, o Judiciário pode 
intervir para garantir que a alegada falta de recursos não 
seja um obstáculo na concretização de direitos essenciais.
O controle das políticas públicas pode trazer desafios de 
diferentes naturezas, vejamos:
 • O controle judicial pode gerar tensões entre o Judiciário 
e os demais poderes, especialmente quando o primeiro 
determina a alteração ou implementação de uma 
política pública.
 • Políticas públicas frequentemente envolvem questões 
técnicas e avaliações especializadas. O Poder Judiciário 
pode não ter a expertise necessária para avaliar todas 
as nuances de determinada política.
A linha entre a proteção de direitos fundamentais e o 
ativismo judicial pode ser tênue. Há um debate constante sobre 
até que ponto o Judiciário deve intervir nas políticas públicas sem 
usurpar as funções dos demais poderes. O controle judicial das 
políticas públicas é uma ferramenta essencial para garantir que os 
direitos dos cidadãos sejam protegidos e efetivados. Entretanto, 
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esse controle deve ser exercido com cautela, equilíbrio e respeito 
às competências dos demais poderes. O desafio está em 
encontrar o ponto de equilíbrio onde os direitos fundamentais 
sejam resguardados sem que haja uma superposição desmedida 
do Judiciário sobre as funções dos outros poderes.
EXEMPLO: o Sistema Único de Saúde (SUS), no final 
dos anos 1980, em meio à redemocratização brasileira, 
houve uma forte demanda por reformas em várias áreas, 
incluindo a saúde. A Constituição de 1988 estabeleceu 
a saúde como um direito de todos e dever do Estado, 
dando origem à criação do SUS. Essa medida tinha como 
objetivos: Universalização do acesso à saúde, integralidade 
da assistência, descentralização da gestão e a participação 
da população. O SUS representa uma das maiores políticas 
públicas de saúde do mundo, atendendo milhões de 
brasileiros diariamente. Ao longo dos anos, o sistema foi 
responsável por várias campanhas de vacinação, programas 
de prevenção de doenças, tratamentos especializados, 
transplantes, entre outros.
Ferreira, 2012 em seu artigo “Políticas Públicas e Limites 
ao Poder Discricionário - Análise Da STA-AGR 175” traz com 
propriedade em seu artigo a conjugação de três fatores de 
inferência:
I. sendo a política pública um dos meios eficazes para a adjudicação 
dos direitos fundamentais, notadamente os de índole social. 
II. sendo a margem de discricionariedade diminuída em detrimento 
dos objetivos a serem alcançados insculpidos na Constituição
III. não podendo o Poder Judiciário eximir-se de apreciar lesão 
ou ameaça a direito, parece restar clara a possibilidade 
de controle das políticas públicas por parte do Judiciário.
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Ainda, o autor traz reflexões que destacam o quão 
profundo é o tema das limitações de atuação do Poder Judiciário 
que tem uma atribuição constitucional residual em matéria de 
políticas públicas. Isto significa que a jurisdição não pode intervir 
indistintamente nas políticas públicas desenvolvidas pelos demais 
poderes. Somente no caso de omissão ou de contrariedade com 
os núcleos constitucionais de irradiação e sempre de forma a 
respeitar a proporcionalidade é que o Poder Judiciário intervém 
nas políticas públicas (FERREIRA apud CANELA JR., 2011, pág. 148).
Imagem 4.10 - Poder Judiciário e a Gestão Pública. 
 
 
Fonte: Freepik.
Os Limites constitucionais
As reformas constitucionais são mecanismos essenciais 
para atualizar e adaptar a Carta Magna às transformações sociais, 
políticas e econômicas que ocorrem ao longo do tempo. No 
entanto, tais reformas não são absolutas e encontram limitações 
intrínsecas. Em muitos ordenamentos jurídicos, as Constituições 
estabelecem cláusulas pétreas, que são disposições consideradas 
fundamentais e, por isso, imunes a modificações. Essas cláusulas 
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funcionam como baluartes de valores e princípios que a 
sociedade, em determinado momento histórico, entendeu como 
essenciais e indeléveis. Deste modo, mesmo que uma proposta 
de emenda à Constituição obtenha aprovação parlamentar, 
se esta afrontar uma cláusula pétrea, poderá ser considerada 
inconstitucional. Esse mecanismo busca preservar a essência e 
a estabilidade constitucional, protegendo-a de alterações que 
possam comprometer os pilares fundamentais do Estado de 
Direito.
Muito se tem falado sobre ações, projetos e propostas 
da Reforma Constitucional. Entretanto, a liberdade de mudança 
é limitada pela própria Constituição Original, conforme destaca 
Ferreira apud Canela Jr. (2011) “a reforma constitucional deve ser 
elaborada dentro de parâmetros previamente estipulados, são 
os denominados

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