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Aulas Site: AVA - FACULDADE UNIDA Curso: 02 - Ensino Religioso Escolar no Brasil: História e Legislação Livro: Aulas Impresso por: Rômulo Luiz da S Data: sábado, 22 fev 20 Índice Apresentação da Disciplina Aula 1 - Aspectos da história da conquista do Brasil e sua colonização: evangelização e catequização dos povos indígenas Aula 2 - A Religião apoiou e justificou a longa escravidão no Brasil Aula 3 - Chegada da família imperial em 1808: primeira Constituição brasileira outorgada em 1824 e a relação com a religião Aula 4 - Brasil Imperial: Constituição de 1824, a educação e o Ensino Religioso Aula 5 - Constituição Republicana proclamada em 1891 e o Ensino Religioso Escolar Aula 6 - Governo provisório de Vargas e o Ensino Religioso Aula 7 - Constituição outorgada por Vargas em 1937 e o Ensino Religioso Aula 8 - Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1961 e o Ensino Relig Aula 9 - Ensino Religioso: Constituição de 1967 e LDBEN de 1971 Aula 10 - Período de redemocratização: Constituição de 1988 e o Ensino Religioso Aula 11 - Criação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) em 1995 Aula 12 - Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996 e a nova redaçã artigo 33, que trata do Ensino Religioso, na lei nº 9475/97 Aula 13 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) Aula 14 - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (1997) Aula 15 - Concordata/Acordo Brasil-Vaticano/2010 e o Ensino Religioso Aula 16 - Ensino Religioso nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação – 1998 e 2010 Aula 17 - Sistemas de Ensino e o Ensino Religioso Aula 18 - Modelos de Ensino Religioso escolar que fazem parte da história da educação brasileira. Aula 19 - Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Ensino Religioso Aula 20 - Formação docente para lecionar o componente Ensino Religioso: Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos licenciatura em Ciências da Religião/2018 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 1/104 https://ead1.fuv.edu.br/ Apresentação da Disciplina Prezados e Prezadas estudantes, Neste semestre, vamos estudar o Ensino Religioso Escolar no Brasil: hist legislação. Este componente curricular tem história na educação brasileira e ap nas diferentes legislações. Buscaremos entender como o Ensino Religioso foi construído a partir dos contextos históricos, sociais, políticos, educacionais e Estudaremos o Ensino Religioso Escolar no Brasil a partir de três tópicos: hi legislação e a concepção deste componente curricular. Neste sentido, perceberemos como o Ensino Religioso aparece nas Constit brasileiras, Leis de Diretrizes de Base na Educação Nacional (LDBEN), Base Na Comum Curricular (BNCC), bem como, constatar que existem professores/ Ensino Religioso, organizados no Fórum Nacional de Pesquisadores do E Religioso (FONAPER). Ao longo das aulas, vocês terão acesso há muitas leituras, reflexões, po imagens, artigos, vídeos e temas para ampliar o processo de aprendizagem. de termos uma aula on-line. Vocês estão convidadas e convidados para viajarem comigo em alguns aspec tempo da história e nas diferentes legislações do Brasil, ampliando o conheci sobre este componente curricular, que ainda hoje continua sendo um cam conhecimento em disputa. Bons estudos! Estaremos juntos nesta linda aventura da construçã conhecimento! QUEM É A DOCENTE DESTA DISCIPLINA? Claudete Beise Ulrich, doutora em teologia: área de concen educação e religião, pós-doutorado em história e edu Graduada em Teologia e Licenciada em Pedagogia. Pós-grad em Ensino Religioso. Professora da Faculdade Unida de V Coordenadora do Curso Licenciatura em Ciências das Rel Coordenadora dos grupos de Pesquisa Cátedra de Teologia P e Estudos da Religião Rev. João Dias de Araújo e Religião, Gênero, Violê Direitos Humanos (REGEVI) 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 2/104 Vídeo disponível no AVA 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 3/104 Aula 1 - Aspectos da história da conquista do Brasil e sua colonização: evangelização e catequizaç povos indígenas Objetivo: Estudar aspectos da conquista do Brasil e a sua coloniz evangelização e catequização dos povos indígenas. Vídeo disponível no AVA Introdução Não é de agora que o Ensino Religioso participa dos currículos escolares no Br Ensino Religioso aparece nas reflexões sobre educação neste país, nos dife períodos históricos. Em cada fase histórica, o Ensino Religioso assumiu dife características pedagógicas e legais. No período do Brasil Colônia não é possível falar em políticas públicas p educação e tampouco em Ensino Religioso. A inclusão de temas religios educação brasileira aconteceu devido as atividades de evangelização realizada Companhia de Jesus (a partir da sua chegada em 1549) e outras instit religiosas cristãs católicas. Percebe-se isto no documento dos Jesuítas, na Studiorum, que não era um método pedagógico “inovador que influencia educação moderna, mesmo assim, foi ponte entre o ensino medieval moderno”. Como um dos ministérios mais importantes da nossa Compan ensinar ao próximo todas as disciplinas convenientes ao n Instituto, de modo a levá-lo ao conhecimento* e amor do Criad Redentor nosso, tenha o Provincial como dever seu zelar com empenho para que aos nossos esforços tão multiformes no ca escolar corresponda plenamente o fruto que exige a graça da n vocação. O objetivo da educação, portanto, era conduzir os indígenas ao abandono da crenças, modos de vida, costumes, submetendo-os ao Catolicismo e ao tra forçado. Importante registrar que os Jesuítas foram expulsos do Brasil em 175 Marquês de Pombal, devido a criação de aldeamentos e de se colocarem co escravização dos indígenas. A educação passou para outros grupos/ordens reli afirmando ainda mais a catequização. #001 #002 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 4/104 Aprofunde seu conhecimento sobre o tema, assistindo ao vídeo: Jesuít no Brasil. Vídeo disponível no AVA 1 - Conquista do Brasil pelos portugueses Selo Comemorativo do Brasil 2012 O Brasil foi conquistado em 1500, e esta signif morte de muitos povos indígenas que aqui res Portanto, a chegada dos portugueses em solo bra e na América Latina não foi nada harmoniosa e pa Houve luta e o continente foi conquistado com a e e a cruz. Os povos indígenas transmitiam oralmente a religião para seus filhos e filhas acontecia através da vida cotidiana, das festas, dos ritos, do contar histórias, Lembro aqui o mito da mandioca que é um elemento fundamental da vi diferentes povos indígenas para alimentação, e rituais religiosos, apontando uma relação feminina, materna das mulheres com as plantas. A mandioca é da Amazônia. Há diferentes mitos sobre a mandioca. Os mitos estão ligados natureza, com a vida cotidiana, com modos de ser e viver. Mani: A lenda da Mandioca Diz a lenda tupi que, certa vez, uma índia teve uma linda filhin quem deu o nome de Mani. A menina era muito bonita e de pele clara, alegre e falante, e era amada por todos. Mani parecia esconder um mistério, era uma menina muito diferen restante das crianças, vivia sorrindo e transmitindo alegria par pessoas da tribo. Certo dia, porém, a indiazinha não conseguiu se levantar da rede. a tribo ficou alvoroçada. O pajé correu pra acudir, levou erv bebidas, fez muitas rezas. Mesmo assim, nem as rezas do pajé, nem os segredos da mata vir nem as águas profundas e muito menos a banha de animais puderam evitar a morte de Mani. A menina morreu com um longo sorriso no rosto. Os pais resolv enterrá-la na própria oca onde moravam, pois isso era costume índios tupi. Regaram a cova com água, mas também com m lágrimas, devido à saudade da menina. #003 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 5/104 Passados alguns dias, no local em queDe acordo com Maria Amélia Schmidt Dickie (2003) “Ao os limites da responsabilidade do Estado pela disciplina do Ensino Religioso permitiu que ele se realizasse de acordo com o interesse das Igrejas. A elas c iniciativa de implementá-lo nas escolas públicas (por definição não confessio assumindo elas a responsabilidade pelos conteúdos e pela escolha professores.” Isto permitiu à Igreja Católica retomar a sua hegemonia ta na educação. A autora também aponta, citando a pesquisadora Lurdes Caron, maioria dos professores/as de Ensino Religioso, neste período histórico, padres, freiras e ou professores leigos ligados a movimentos de igrejas, ser outros serviços comunitários. Quase todos eram voluntários como professor ER, alguns poucos pagos pelo estado ou pelas prefeituras”. A Constituição de 1946 e a primeira LDBEN de 1961 afirmou um Ensino Re baseado na confessionalidade dos alunos/as e, poderíamos dizer, a voluntari dos/as professores/as. Isto significa que não era exigida uma formação esp para estes/as professores/as. A única exigência era que os/as professore lecionassem a disciplina fossem da mesma confessionalidade dos/as alunos #059 #060 #061 #062 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 41/104 seguir, vamos estudar a sexta Constituição proclamada em 1967 e segunda L de 1971 e como a disciplina Ensino Religioso foi tratado pela mesma, os avan recuos. Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histór Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201 20): 1946 – Art 168 – A legislação do ensino adotará os seguintes princípios V Ensino Religioso constitui disciplina dos horários das escolas oficiais, matrícula facultativa e será ministrado de acordo com a confissão religios aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou pelo seu representante lega responsável. 1961 - Art. 97 - O Ensino Religioso constitui disciplina dos horários das es oficiais, é de matrícula facultativa, e será ministrado sem ônus para os pod públicos, de acôrdo com a confissão religiosa do aluno, manifestada por êle, s capaz, ou pelo seu representante legal ou responsável. § 1º A formação de classe para o Ensino Religioso independe de número mí de alunos. § 2º O registro dos professôres de Ensino Religioso será realizado peran autoridade religiosa respectiva. DICA: Assista aos vídeos e expanda seu conhecimento sobre a história e a educação brasileira: Movimento de Educação de Base/MEB - 1961/1966. Vídeo disponível no AVA Resumão de história da educação brasileira. Vídeo disponível no AVA Referências: BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Maria: UFSM, NTE, 2018. BRASIL. Constituição dos Estados Unidos do Brasil (18 de setembro de 1 Presidência da República; Casa Civil; Subchefia para assuntos jurídicos. Disp em: . Acesso em 20 maio 2020. DICKIE, Maria Amélia Schmidt. “Todos os caminhos levam a Deus” - o CONE Ensino Religioso em Sta. Catarina, Brasil. Reunião anula da associação nacio pós-graduação. Caxambu. Resumos, São Paulo: Anpocs, 2003. p. 1-26. Disp em: . Acesso em 20 maio de 2020. FONSECA, Alexandre Brasil. Relações e privilégios: estado, secularizaç diversidade religiosa no Brasil. Rio de Janeiro: Novos Diálogos, 2011. JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Rel Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20 7. Disponível em: . Acesso maio 2020. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Lei de Diretrizes e Bases da Edu Nacional: nº 4024/61. Brasília: MEC, 1961. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4024.htm>. Acesso em 13.jun.2015 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 43/104 http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-ldben http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-ldben https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4024.htm Aula 9 - Ensino Religioso: Constituição de 1967 e LDBEN de 1971 Objetivo: Estudar como o Ensino Religioso foi entendido na Constit proclamada em 1967 e na segunda LDBEN n.º 5.692/71. Introdução Prezados e Prezadas estudantes, Espero que esteja tudo bem! Que vocês estejam acompanhando o desenvolvi histórico das discussões do Ensino Religioso na educação brasileira. O Ensino Religioso no Brasil, como vimos na Constituição brasileira de 1 também na primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBE 1961, fortaleceu um modelo confessional, com viés catequético, sem ônus p Estado, de preferência com professores/as voluntários/as. Foi entendido disciplina, mas pode-se dizer, que não de forma plena. Ao ser regulamenta LDBEN, introduziu-se elementos novos, dando-lhe o tratamento de um compo da educação, mas “sem ônus para os cofres públicos”. Segundo Sérgio Jun (2015), “em 1964, no quarto período republicano, o governo militar, por meio golpe armado, depôs o presidente constitucional João Goulart, e, para progra regime autoritário da ditadura, foi necessário revogar e alterar dispositiv legislação sobre a educação.” O golpe civil-militar também significou ref na educação brasileira. Em 24 de janeiro de1967, foi promulgada e decretada uma nova Constituiçã 17 de outubro de 1969, foi realizada uma Emenda Constitucional. Desta forma nova proposta de LDBEN n.º 5.692/71 foi promulgada, para o ensino de 1º Graus, que, em seu artigo 7º (sem revogar totalmente a LDBEN de 1961), rep dispositivo da Carta Magna de 1967 e a Emenda Constitucional n.º 1/69. Emenda introduziu Educação Moral e Cívica com disciplina obrigatório no curríc Queremos, a seguir, estudar como o Ensino Religioso foi entendido na Consti de 1967 e período histórico do Brasil. 1 - Constituição de 1967 e o Ensino Religioso A Constituição de 1967 no seu Art 150 – e parágrafos 1º e 5 º assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdad segurança e à propriedade, nos termos seguintes: #063 #06 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 44/104 § 1º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção, de sexo, trabalho, credo religioso e convicções políticas. O preconceito de será punido pela lei. § 5º - É plena a liberdade de consciência e fica assegurado aos cr o exercício dos cultos religiosos, que não contrariem a ordem púb os bons costumes. É importante frisar que a Constituição de 1967 garantia a liberdade de consciê de cultos. Em relação ao Ensino Religioso o Art. 167 no item “V – o Ensino Rel de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das e oficiais de grau primário e médio.” No entanto,a lei não deixa claro como serão as aulas e a contratação d professores/as. Apenas afirma o Ensino Religioso como disciplina nos ho normais nas escolas oficiais e nos graus primário e médio. Também a em constitucional de 17 de outubro de 1969 nada alterou em relação a esta disc Portanto, a novidade desta Constituição é a extensão do Ensino Religioso p ensino médio. A seguir, vamos estudar a segunda LDBEN Nº 5.692, decretada e sanciona Brasil no dia de 11 de agosto de 1971. 2 - LDBEN Nº 5.692 A segunda Lei de Diretrizes de Bases para Educação Nacional (LDBEN) nº fixou Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus. A educação e perspectiva tecnicista. A LDBEN do período do governo militar introduziu alg disciplinas novas de forma obrigatória no currículo Art. 7ºSerá obrigatória a inclusão de Educação Moral e C Educação Física, Educação Artística e Programas de Saúde currículos plenos dos estabelecimentos de lº e 2º graus, obser quanto à primeira o disposto no Decreto-Lei n. 369, de 12 de sete de 1969. Foram introduzidas as disciplinas de Educação Moral e Cívica, Educação Educação Artística e Programas de Saúde. Buscou-se, neste período, formar a voltados ao civismo e à moral, de acordo com o regime militar. O Ensino Re assim foi definido, num parágrafo único: #065 #066 #067 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 45/104 Parágrafo único. O Ensino Religioso, de matrícula faculta constituirá disciplina dos horários normais dos estabelecimentos of de 1º e 2º graus. O Ensino Religioso é colocado na LDBEN, nos governos militares, como disc nos horários normais e estendido para o 2º grau. No entanto, continua matrícula facultativa. De acordo com Evaldo Luiz Pauly (2004) Os ministros dos governos militares, por sua vez, mantiveram o e religioso ao outorgarem a Constituição de 1967, e, pela le 5.692/71, os cofres públicos reassumiram os custos de sua realiz Além disso, o ensino religioso é estendido para o 2º grau. Além do mais o Ensino Religioso assumiu, neste período, uma perspecti formação moral do sujeito, ligado à disciplina Educação Moral e Cívica. É período que se introduziu a questão de trabalhar valores no Ensino Religio Brasil começou a se industrializar e necessita de mão de obra que não seja c Neste sentido, Luiz Claudio Borin (2018) afirma O governo não possuía nenhum interesse em promover algum m de discussão relativo ao tema da religiosidade, pois a finalidad Ensino Religioso consistia, além de formar cidadãos com atit morais adequadas ao status quo, em moldar um sujeito acrítico propósitos governamentais. Para entender melhor como o Ensino Religioso estava organi basta verificarmos que procurar alinhar-se com os modelo educação em vigência naquele momento histórico (década de 1 Nesse sentido, justificava-se o seu caráter “moral”, pois juntam com a disciplina de Educação Moral e Cívica, visava formar moralm cidadãos cônscios de suas responsabilidades para com o Estado. dizer que então o Ensino Religioso poderia favorecer os pod vigentes da época. É importante lembrar também que aqueles que não concordavam com este si saíram do país, foram exilados e muitos assassinados. Um importante educado foi exiliado doi Paulo Freire, devido ao trabalho de alfabetização que realizav agricultores, na região nordeste do Brasil. Um livro importante deste períod livro Pedagogia de Oprimido de FREIRE, Paulo, publicado em 1970 nos Es #068 #069 #070 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 46/104 Unidos e no Brasil somente em 1981. O método de Paulo Freire valoriz realidade, o contexto das pessoas, constituindo-se não como uma edu bancária e sim, como emancipadora. Paulo Freire Dica: Paulo Freire é o terceiro autor mais lido no mundo. Assista o Vídeo: Audiobook: "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire. Vídeo disponível no AVA Neste período, surgiu também na América Latina a Teologia da Libertação, consequência do Vaticano II, apresentando mudanças significativas na form Igreja Católica atuar, colocando no centro da reflexão-ação os pobres. Impo lembrar que o livro do peruano GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da Libertaçã publicado em 1971. Por parte, dos protestantes lembro o livro de ALVES, Rube Esperança, publicado nos Estados Unidos em 1969 e no Brasil somente, em 1 Veja o vídeo - Da Esperança (Rubem Alves) – Resenha Vídeo disponível no AVA Havia ditaduras militares em vários países da América Latina. Todo o cont latino-americano necessitava, urgentemente, de nova reflexão teológ pedagógica. Estes movimentos sociais, educacionais, entre outros, fundamentais para o processo de redemocratização do Brasil. Na próxima vamos estudar o processo de redemocratização, depois de 21 anos de ditatur militar, e a reorganização cidadã e na proclamação da atual Constituição bras em 1988. DICA: Sugiro que assista essa sequência de entrevistas para ampliar seu conhecimento sobre o período ditatorial e religião: #071 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 47/104 Religare - Conhecimento e Religião sobre religião e ditadura, parte 1. Vídeo disponível no AVA Religare - Conhecimento e Religião sobre religião e ditadura, parte 2 Vídeo disponível no AVA Religare - Conhecimento e Religião sobre Igrejas cristãs e ditadura, p 1. Vídeo disponível no AVA Religare - Conhecimento e Religião sobre Igrejas cristãs e ditadura, p 2. Vídeo disponível no AVA Referências: BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Maria: UFSM, NTE, 2018. BRASIL. Constituição da República Federativa de 1967. Disponível . A em 22 maio de 2020. BRASIL. Lei N 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases p ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Disponível . Acesso em 22 maio 20 JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Rel Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20 7. Disponível em: . Acesso maio 2020. PAULY, Evaldo Luiz. O dilema epistemológico do ensino religioso. Revista Bra de Educação, n. 27, 2004. p. 127-212. Disponível . Acesso em 22 maio 2020 o 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 48/104 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.692-1971?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.692-1971?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n27/n27a11.pdf 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 49/104 Aula 10 - Período de redemocratização: Constituição de 1988 e o Ensino Religioso Objetivo: Refletir sobre a Constituição de 1988 e o Ensino Religioso Introdução Vídeo disponível no AVA O Ensino Religioso como parte do sistema educacional brasileiro necessita novas articulações entre as entidades religiosas. Desta forma, foram criadas, período da ditadura civil-militar brasileira, em alguns estados, associações com exemplo, em Curitiba a ASSINTEC (Associação Interconfessional de Educaç Curitiba – PR). Esta associação, surgiu em 02 de janeiro de 1973, a par movimento ecumênico. Em Santa Catarina, o CIER (Conselho de Igrejas p Educação Religiosa de Santa Catarina), foi fundado em 08/ de fevereiro de 19 IRPAMAT (Instituto Regional de Pastoral doMato Grosso – MS) surgiu em dezembro de 1977. Estas instituições que se organizaram como entidades assessoravam as Secretarias de Educação, nos seus estados. Estas organiz tinham uma dimensão ecumênica, interconfessional. De acordo com Maria A Schmidt Dickie (2003) “A inter-confessionalidade cristã foi uma opção de mu que possibilitou suavizar o caráter catequético do ER.” Isto significa q reuniram, especialmente, representantes de Igrejas Cristãs, neste pr momento. Estas e outras entidade mantiveram-se como grupos organizados para repre os coordenadores estaduais de Ensino Religioso de todo o país, e justif apresentar a emenda que visava a normatização da educação religiosa no constitucional encaminhada à Comissão de Sistematização da Assembleia Na Constituinte. Com isso, criou-se um forte lobby das Igrejas Cristãs, em espec liderança aberta ou não da Igreja Católica Apostólica Romana. A Constituição foi proclamada em 1988, depois de um longo período de discuss propostas realizadas em diferentes grupos, associações, organizações em t Brasil (processo este chamado de constituinte). A redemocratização do país re muitas esperanças dos/as brasileiros/as. Nas décadas de 1980 e 1990 m mudanças aconteceram nos diferentes aspectos da vida nacional. 1 - Constituição de 1988 e o Ensino Religioso A proclamação da Constituição de 1988 afirmou a cidadania* do povo brasileir se lê logo no primeiro artigo. #072 #073 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 50/104 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constit em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. A Constituição de 1988 é conhecida como Constituição Cidadã, isto signific todos/as brasileiros/as têm direitos e deveres. Também o Ensino Religioso d assim estar declarado na Constituição, com o viés da cidadania. Assim diz o 210 Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundame de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos va culturais e artísticos, nacionais e regionais. § 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disc dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. § 2º O ensino fundamental regular será ministrado em l portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utiliz de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. O Ensino Religioso está garantido na Constituição como disciplina dos ho normais das escolas públicas de ensino fundamental, mas será de ma facultativa. Importante também mencionar o artigo 5º, que torna todos e iguais diante da lei, portadores de direitos. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer nat garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolab do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos t seguintes: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, s assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na f da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assist religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para exim #074 # 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 51/104 de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir pres alternativa, fixada em lei; No Art. 19 lemos. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada forma da lei, a colaboração de interesse público; A Constituição de 1988 afirmou de forma muito clara a liberdade de consciênc culto, a cidadania e o Ensino Religioso como disciplina dos horários normai escolas públicas de ensino fundamental, ainda que de matrícula facultativa. I os/as pais tinham e tem a liberdade de escolher se o seu/sua filho/filh participar do Ensino Religioso. No entanto, a escola tem a obrigação de ofer disciplina em seu currículo escolar. Entretanto, uma questão, que ficou em ab sobre a formação, contratação e pagamento dos/as professores/as do E Religioso. Na próxima aula vamos estudar a criação do Fórum Nacional Perma do Ensino Religioso (FONAPER) em 1994 e a LDBEN de nº 9.304/96. A Constituição de 1988 afirma a liberdade cultos. Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histó Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 1988 - Proclamada a “Constituição Cidadã”. Com ela o Ensino Religioso no 210, parágrafo primeiro diz: "O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, cons disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental". Por sua vez, o artigo 5 define: "é inviolável a liberdade de consciência e de c sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma a proteção aos locais de culto e a suas liturgias". No artigo 19, consta: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal Municípios: #076 #077 #078 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 52/104 I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-l funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de depen ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. DICA: Veja os vídeos a seguir e aprofunde seu conhecimento sobre liberdade religiosa no Brasil, bem como Ensino Religioso nas escolas públicas: Liberdade religiosa & Estado laico. Vídeo disponível no AVA Ensino Religioso nas Escolas Públicas - parte 3. Vídeo disponível no AVA Referências: BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 29. BRASIL. Constituição da República Federativa do 1988. Disponível . Acesso em 20 maio. 2020. DICKIE, Maria Amélia Schmidt. “Todos os caminhos levam a Deus” - o CONE Ensino Religioso em Sta. Catarina, Brasil. Reunião anual da associação nacio pós-graduação. Caxambu. Resumos, São Paulo: Anpocs, 2003. p. 1-26. Disp em: . Acesso em 20 maio de 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 53/104 https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file Aula 11 - Criação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) em 1995 Objetivo: Estudar a criação Fórum Nacional Permanente do Ensino Reli (FONAPER) em 1995. Vídeo disponível no AVA Introdução A Constituição de 1988 declarou e afirmou a educação básica como um universal. Neste sentido, é importante perceber que o Ensino Religioso tamb colocado como disciplina nos horários normais, mesmo que ainda de facultativa, pois isto tem a ver com a liberdade de crença, também garant Constituição como um direito. A educação, no entanto, necessitava de legislação própria, de uma nova LDBEN, a qual foi aprovada em 20 de dezem 1996. Neste sentido,antes de estudarmos a LDBEN, em relação ao Ensino Rel vamos refletir sobre a organização do Fórum Nacional Permanente do E Religioso (FONAPER) que aconteceu de forma articulada em 1995. Como já anteriormente, já havia, nos diferentes estados brasileiros, associações, instit ecumênicas interconfessionais que estavam assessorando as secretaria educação em relação ao Ensino Religioso. No entanto, a criação do FONAPER b reunir num Fórum nacional e permanente de discussão sobre o Ensino Religio ano de 2020, este fórum completa 25 anos. 1 - Criação do FONAPER Na aula anterior, acentuamos que a organização interconfessional, ecumênic fundamental como movimento para dialogar frente à crise política, no p histórico, da ditadura no Brasil. A reunião destes grupos nas décadas de 1 1980 ajudaram a fortalecer o trabalho em conjunto das diferentes Igrejas C Com a redemocratização, o Ensino Religioso procurou a sua redefinição disciplina regular no currículo escolar. Neste sentido, foi fundamental, em vis elaboração da nova LDBEN, a criação do Fórum Nacional Permanente do E Religioso (FONAPER), em 26 de setembro de 1995. Assim podemos ler no s FONAPER, no 1º artigo do estatuto. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 54/104 Art. 1º – Sob a denominação de Fórum Nacional Permanente do E Religioso (FONAPER), fica constituída uma associação civil de d privado, de âmbito nacional, sem vínculo político-partid confessional e sindical, sem fins econômicos, com duração por te indeterminado, que congrega pessoas físicas e jurídicas identific com o Ensino Religioso não confessional. O FONAPER é uma associação civil, de âmbito nacional, não ligado a nenhum p político partidário, confessional ou sindical, a sua sede fica localizad Florianópolis/SC. O Fórum congrega pessoas físicas e jurídicas identificadas Ensino Religioso não confessional. Os fins do fórum também ficam bem clar Estatuto da associação, no capítulo II, no 3º artigo Capítulo II – Dos Fins Art. 3º – O FONAPER tem por finalidade: I – Subsidiar a oferta do Ensino Religioso aos estudantes de Educ Básica, em conformidade com os dispositivos jurídicos vige assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa, ved quaisquer formas de proselitismos. II – Contribuir para a consolidação do Ensino Religioso como áre conhecimento responsável por propiciar aos estudantes o acesso saberes e conhecimentos religiosos e não religiosos a parti pressupostos científicos, éticos, sociais e culturais. III – Induzir a definição de diretrizes curriculares ao Ensino Relig tendo em vista a necessidade de salvaguardar a liberdade expressão religiosa e não religiosa e de assegurar a promoção e d da dignidade humana. IV – Induzir a definição de políticas públicas para formação inic continuada de professores de Ensino Religioso. V – Realizar eventos e atividades diversas que contribuam pa formação docente e para a socialização de estudos, pesquis práticas pedagógicas em Ensino Religioso. VI – Acompanhar as atividades legislativas e normativas das câm legislativas e órgãos educacionais com vistas a zelar pela manute do Ensino Religioso enquanto área de conhecimento. VII – Consultar, fiscalizar e zelar pelo cumprimento da legis pertinente ao Ensino Religioso em nível nacional, estadual e munic VIII – Fomentar a criação de associações de professores de E Religioso e/ou de representações regionais do FONAPER em #079 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 55/104 unidade da federação. IX – Estabelecer parcerias com instituições nacionais e internaci com atuação no campo da educação, diversidade cultural religio direitos humanos, buscando o crescente fortalecimento institucion FONAPER; X – Ampliar canais de comunicação com a sociedade, institui pesquisadores, educadores e associados. O Fórum apresenta dez objetivos, que buscam colocar-se em conformidade Constituição Cidadã e a educação brasileira, que deve primar pela cidadan respeito a pluralidade religiosa e cultural. Além disso, busca fortalecer a organ regional de professores/as do Ensino Religioso. Uma questão fundamental do é a contribuição para consolidação do Ensino Religioso como uma áre conhecimento humano, propiciando aos estudantes, o acesso aos sabe conhecimentos religiosos e não religiosos a partir de pressupostos científicos, é sociais e culturais. Outra questão importante é a definição das diretrizes curric do Ensino Religioso, tendo em vista a necessidade de salvaguardar a liberda expressão religiosa e não religiosa e de assegurar a promoção e defesa da dign humana. O artigo IV aponta para a definição de políticas públicas para form inicial e continuada de professores de Ensino Religioso. Este Fórum vem atuan 25 anos para a consolidação do Ensino Religioso na perspectiva da cidadania respeito à diversidade religiosa* cultural brasileira e também na construção d área do conhecimento, a partir das Ciências das Religiões. Outro ponto fundam do Fórum, tem sido a articulação na criação das licenciaturas de Ensino Relig Ciências da Religiões, para a formação de professores/as de Ensino Religios próxima aula, vamos refletir sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na (LDBEN) nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996 e a nova redação dada ao artig Lei nº 9475/97, em relação ao Ensino Religioso. DICA: Confira no vídeo abaixo, informações sobre o VIII Congresso Nacional Ensino Religioso reúne pesquisadores e professores de todo o Brasil na Universidade Católica de Pernambuco, em 2015. VIII CONERE FONAPER Vídeo disponível no AVA VEJA neste vídeo, uma entrevista com Felippe Werneck sobre a importância d componentes curriculares do Ensino Religioso para uma formação cidadã. #080 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 56/104 Religare - Conhecimento e Religião sobre Ensino Religioso Vídeo disponível no AVA Referências: FONAPER. Estatuto do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAP Disponível em: . Acesso em 20 de 2020. Consulte o Portal do FONAPER - https://fonaper.com.br/ Portal do FONAPER#081 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 57/104 https://fonaper.com.br/estatuto-do-fonaper/ https://fonaper.com.br/ Aula 12 - Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.304 de 20 de dezem 1996 e a nova redação da lei artigo 33, que trata do Ensino Religioso, na lei nº 9475/97 Objetivo: Identificar a Lei de nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996 estabeleceu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) alteração do artigo 33, que trata do Ensino Religioso, na Lei nº 9475/97. Vídeo disponível no AVA Introdução Em nosso estudo, está ficando claro como o componente curricular Ensino Re foi palco de disputas, mas também como a organização dos/as professores diferentes organizações educativas e religiosas foram e continuam importantes para a implementação na educação escolar brasileira. Ainda ho discussões, argumentos e embates travados ao longo da história da educaçã relação ao Ensino Religioso e a escola pública continuam se atualizando no Importante perceber que o Ensino Religioso tem história e que somente a legi não é suficiente. Fundamental é a articulação e a reflexão crítica, const permanente dos/as professores/as. Neste sentido, procuraremos identific pontos da Lei de nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996 que estabeleceu as Dire e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e a alteração do artigo 33, que tra Ensino Religioso na Lei nº 9475/97. O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) atravé organização de professores/as e diferentes instituições teve um papel fundam na mudança da lei, no que se refere ao Ensino Religioso. A alteração encon alinhada aos objetivos da Constituição brasileira que é a construção da cidadan respeito a pluralidade cultural* e religiosa brasileira. Vamos, então, estudar a Lei de nº 9.304 de 20 dedezembro de 199 estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e a L 9475/97, que rege o Ensino Religioso até hoje nas escolas públicas brasileira entanto, é importante afirmar que as discussões e as polêmicas sobre componente curricular continuam em nossas escolas e nas secretarias de edu estaduais, municipais. 1 - LDBEN nº 9.304/96 (como Lei Orgânica da Carta Magna): artigo definição do Ensino Religioso 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 58/104 A LDBEN nº 9.304/96 (como Lei Orgânica da Carta Magna) assim definiu o E Religioso, no artigo 33: O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, s oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis caráter: I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do responsável, ministrado por professores ou orientadores relig preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entid religiosas; ou II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entid religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respe programa. Este trecho na LDBEN despertou no país inteiro, novas discussões sobre o E Religioso e o encaminhamento de várias novas propostas. A lei afirmava o E Religioso como disciplina, mas sem ônus para o Estado. Além do mais, oferecia possibilidades de Ensino Religioso: confessional e interconfessional, considerando a diversidade cultural e religiosa brasileira. Este processo, a pa articulação de várias entidades civis e FONAPER, resultou em alteração da re do artigo 33; oficializada pela promulgação da Lei nº 9475/97, apresentando referenciais e status para esta disciplina. 2 - Lei nº 9475/97 – nova redação do Ensino Religioso Escolar. A lei nº 9475/97, de 22 de julho de 1997, portanto dá uma nova redação ao a da Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo as diretrizes e ba educacional nacional. Art. 1º O art. 33 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, pa vigorar com a seguinte redação: Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integ da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos hor normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegura respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais formas de proselitismo. § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos p definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as no #082 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 59/104 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art33 para a habilitação e admissão dos professores. § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdo ensino religioso. Art. 2° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 22 de julho de 1997; 176º da Independência e 109 República. FERNANDO HENRIQUE CARD Paulo Renato Souza Pode-se, portanto, perceber sete novos enfoques importantes a serem conside no currículo do Ensino Religioso: 1 – O ensino religioso é parte integrante na formação básic cidadão. 2 – O ensino religioso constitui disciplina dos horários normais. 3 – No ensino religioso é assegurado o respeito à diversidade cultu religiosa do Brasil. 4 – No ensino religioso são vedadas quaisquer formas de proselitis 5 – No ensino religioso será ministrado com professor habilitados/as e admitidos/as para esta disciplina. 6 – O ensino religioso tem, na entidade civil, a sua representante acompanhar o seu desenvolvimento. 7 – A entidade civil do ensino religioso é constituída pelas difer denominações religiosas. A nova lei reconhece o Ensino Religioso como parte integrante na formação do/a cidadão/cidadã, fazendo parte da formação do ser humano. A cidadani ligada com a democracia, com a liberdade de consciência e de crença. O E Religioso também foi reconhecido como disciplina dos horários normais das e públicas do ensino fundamental. O Ensino Religioso necessita ter o mesmo p valor como as outras disciplinas (atualmente a nomeclatura é componente curr vamos ver mais adiante na BNCC). Essa lei inseriu o Ensino Religioso no contexto global da educação, q acabou por preconizar o respeito à diversidade cultural-religiosa d Brasil. #084 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 60/104 Como vimos, na história da educação brasileira e nas legislações, o Ensino Re nem sempre foi reconhecido como uma disciplina de igual peso às outras discip Foi entendido como instrução religiosa, aula de religião, catequese. Neste sent importante lembrar que a Câmara de Educação Básica na resolução Nº 2, de abril de 1998, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o E Fundamental e o Ensino Religioso é apresentado como área do conhecimen educação religiosa. É com base nestes princípios que a educação brasileira apresenta o Ensino Re como área do conhecimento, de acordo com o art. 33 da Lei 9.394, de dezembro de 1996, que recebeu nova legislação em 9.475/1997. Portanto, a reconhecido como disciplina, o Ensino Religioso, passa também a ser visto área do conhecimento. O objetivo do Ensino Religioso é o fenômeno religio novidade da lei também, é que o Ensino Religioso necessita ser reflet organizado a partir da escola. A lei é clara. “Os sistemas de ensino regulame os procedimentos para a definição dos conteúdos do Ensino Religio estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.” Os sistemas de ensino ouvirão a entidade civil, constituída pelas dife denominações religiosas para definições dos conteúdos. As entidades geralmente, nos estados é chamada de Conselho de Ensino Religioso (por exe no estado do Espírito Santo – CONERES –Conselho Nacional de Ensino Religio Espírito Santo; no estado do Rio Grande do Sul - CONER-RS – Conselho do E Religioso do Estado do Rio Grande do Sul, no Paraná - ASSINTEC - Associação Religiosa de Educação). Importante ressaltar que cada município/estado ta tem as suas peculiaridades, questões locais, festas, denominações relig filosofias, por isto, também a importância destas entidades civis que se coloca diálogo com as secretarias de educação municipais e estaduais. O Ensino Religioso necessita abarcar todas as expressões reli locais/contextuais, tendo também a dimensão global. Portanto, a partir legislação o ponto de partida do Ensino Religioso não é mais a entidade re (igrejas) e sim a entidade educacional (escola). Neste sentido, é importante le que em 1997 foram elaborados os Parâmetros Curriculares do Ensino Relig como eles se articularam com os Parâmetros Curriculares Nacionais, que ta foram publicados no mesmo ano, que iremos estudar na próxima aula. RELEMBRANDO: Resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. His do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201 29): #085 #086 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 61/104 A Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), de dezembro de 1996, definia po novos na sua redação: O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, con disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, s oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferê manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter: I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu respons ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenc pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religi que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa. Em julho, a lei n° 9.475/97 deu uma nova redação para o artigo 33 da 9394/96: O EnsinoReligioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação b do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas pública ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religios Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitaç admissão dos professores. § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas difere denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso. DICA: Assista aos vídeos que tratam do Ensino Religioso nas escola públicas: Ensino Religioso nas Escolas Públicas, parte 1. Vídeo disponível no AVA Ensino Religioso nas Escolas Públicas, parte 2. Vídeo disponível no AVA Referências: A Nova LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB Lei nº 9.39 APUBH: Ação Comunitária, 1997. Artigo 33, p. 41. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 62/104 BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 29. BRASIL. Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997. Disponível . Acesso em 21 ma 2020. FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO (FONAPER). E Religioso é disciplina integrante da formação básica do cidadão. Cader (Caderno de Estudos Integrante do Curso de Extensão – a distância – de E Religios0, 2000. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. Senado Federal: Br 2005. Disponível . Acess 20 maio de 2020. p. 18. RESOLUÇÃO CEB nº 2, de 7 de abril de 1998. Disponível . Acesso e de maio de 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 63/104 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.475-1997?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.475-1997?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9475.htm https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/resolucao_ceb_0298.pdf Aula 13 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) Objetivo: Entender a importância dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN Introdução Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram publicados em 1997, um ano a Congresso ter decretado e sancionado a LDBEN - 9.394/96. Os parâmetros s conjunto de textos, organizados em livros, para cada área de ensino, que ob nortear a elaboração dos currículos escolares de todo o país. Importante lem criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais para entendermos a importân criação dos Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso. 1 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) Os PCNs são propostas, nas quais as secretarias estaduais/municipais de educa as unidades escolares podiam se basear para elaborar os seus próprios plan ensino. Eram uma espécie de guia/orientação para as escolas brasileiras. lemos na introdução dos Parâmetos Curriculares Nacionais, O conjunto das proposições aqui expressas responde à necessidad referenciais a partir dos quais o sistema educacional do Pa organize, a fim de garantir que, respeitadas as diversidades cultu regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma socie múltipla, estratificada e complexa, a educação possa a decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cida baseado nos princípios democráticos. Essa igualdade im necessariamente o acesso à totalidade dos bens públicos, entr quais o conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes. O objetivo maior dos PCNs, portanto é o de garantir que sejam respeitad diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas presentes sociedade múltipla, diversa, estratificada e complexa. Busca-se, assim, fortal papel da educação no processo de construção da cidadania, tendo como met crescente igualdade de direitos entre os/as cidadãos/cidadãs, baseada nos prin democráticos. Neste sentido, é necessário que todos e todas tenham “ace totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos conhecim socialmente relevantes.” Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), lem #087 #088 #089 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 64/104 Discutir a cidadania no Brasil de hoje significa apontar a necess de transformação das relações sociais nas dimensões econô política e cultural, para garantir a todos a efetivação do direito d cidadãos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais também deixavam muito claro que a cida foi eleita como núcleo central da educação brasileira. Isto significa eleger prin baseados na Constituição, que orientam a educação escolar: dignidade hu igualdade de direitos, participação e co-responsabilidade pela vida social. Porta Ensino Religioso compreendido como área de conhecimento indispensáv formação do cidadão/ã, situa-se no contexto dos propósitos educacionai marcam o novo milênio. Os temas transversais também foram fundamentais: trabalho, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual. Estes deveriam transversalizar todas as áreas do conhecimento. Seguem os princípios que os PCNs, temas transversais, colocaram para educação comprometida com a cidadania, Dignidade da pessoa humana Implica respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminaçã qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo relações interpessoais, públicas e privadas. Igualdade de direitos Refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma dignida possibilidade de exercício de cidadania. Para tanto há que se consi o princípio da eqüidade, isto é, que existem diferenças (étn culturais, regionais, de gênero, etárias, religiosas, etc. desigualdades (socioeconômicas) que necessitam ser levadas em c para que a igualdade seja efetivamente alcançada. Participação Como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto complementaridade entre a representação política tradicional participação popular no espaço público, compreendendo que nã trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferença classe, étnicas, religiosas, etc. Co-responsabilidade pela vida social Implica partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos so organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida cole #090 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 65/104 É, nesse sentido, responsabilidade de todos a construção e a ampl da democracia no Brasil. Os princípios dos PCNs apontam para quatro pontos fundamentais na edu brasileira: dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, participação responsabilidade pela vida social. Necessita-se, portanto, garantir que respeitadas as diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e po presentes numa sociedade múltipla, estratificada e complexa. Para que is concretize, como já mencionado anteriormente, é necessário que todos e todas discriminação, tenham “acesso à totalidade dos bens públicos, entre os q conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes”. Os temas transversais indicados nos PCNs: ética, orientação Sexual, meio amb saúde, pluralidade cultural, trabalho apresentam questões importantes da soci brasileira. Estes temas deveriam transversalizar todos os componentes curric da escola, inclusive o Ensino Religioso. Neste sentido, chamamos a atenção p tema da pluralidade cultural que se liga com o respeito à diversidade religio MEC não elaborou PCNs para o componente curricular Ensino Religioso. sentido, FONAPER se organizou e elaborou os Parâmetros Curriculares Nacion Ensino Religioso (PCNER), que estudaremos na próxima aula. Diversidade Cultural Brasileira DICA: Assista ao vídeo a seguir, parauma explanação ilustratada sobre os PC Parâmetros Curriculares Nacionais. Vídeo disponível no AVA Referências: #091 #092 #093 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 66/104 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares naci introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Edu Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares naci apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 20. Verbete PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), por Ebenezer Takun Menezes, em Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Midiamix, 2001. Disponível em: . Acesso em: 24 de jun. 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 67/104 https://www.educabrasil.com.br/pcns-parametros-curriculares-nacionais/ https://www.educabrasil.com.br/pcns-parametros-curriculares-nacionais/ Aula 14 - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (1997) Objetivo: Revisitar os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Reli (1997). Introdução Assim como os PCNs foram publicados em 1997, de forma semelhante publicados os primeiros Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Rel organizados pelo FONAPER, a partir de um amplo processo de reflexão sob fundamentos históricos, epistemológicos e didáticos deste componente curr Em 1996, este documento foi entregue ao Ministério da Educação (MEC) e e pela primeira vez pela editora Ave-Maria, em 1997 e foi reeditado em 2009 Mundo Mirim. Interessante observar que este documento não foi elaborad profissionais ligados ao MEC como os PCNs, mas pelo FONAPER, uma entidade Foto do livro. 1 - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER) O FONAPER organizou os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Re (PCNER), que foram publicados, pela primeira vez, em 1997. Importante a que eles afirmam a importância de refletir o Ensino Religioso a partir da esco acordo Sérgio Junqueira O documento dos Parâmetros foi utilizado ainda para orient redação do novo texto do art.33 da LDB, pois, apesar do texto or preconizar duas modalidades para esta disciplina como confessio interconfessional, o Fonaper, após tantos anos de est compreendera que estas modalidades não eram mais compatíveis a realidade brasileira, por isso buscou todo um esforço para a lo. #094 #095 #096 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 68/104 O documento apresenta o Ensino Religioso a partir da abordagem pedagóg Ensino Religioso, “como área de conhecimento e não como um espa doutrinação de uma ou mais denominações religiosas, o que é tarefa restr família” . O objetivo dos PCNER foi responder à necessidade de fundame elaboração dos diversos currículos do Ensino Religioso na pluralidade cultu Brasil. Não se procura estudar as causas da pluralidade cultural e religiosa do mas lançar um novo olhar na perspectiva de visibilizar os/as outros/as, co grande respeito às diferenças, percebendo a manifestação do fenômeno religio cotidiano da vida. Importante deixar claro que o objetivo do Ensino Religios fenômeno religioso. Nos PCNER lemos Entende-se também que a Escola é o espaço de construçã conhecimentos e principalmente de socialização dos conhecim historicamente produzidos e acumulados. Como todo o conhecim humano é sempre patrimônio da humanidade, o conhecimento reli deve também estar disponível a todos os que a ele queiram acesso.#098 A alteração da legislação, como já mencionamos, foi consequência d significativo movimento articulador promovido pelo FONAPER, que, em elaborou coletivamente, em meio a um debate acadêmico, legislativo e c participação da sociedade civil, os Parâmetros Curriculares Nacionais do E Religioso (PCNER), com a finalidade de caracterização geral do Ensino Rel através da organização dos conteúdos (Cultura e Tradições Religiosas, Esc Sagradas, Teologias, Ritos, Ethos): tratamento didático dos conteúdos pressupostos para avaliação. É tomada como diretriz, neste período, a abord do fenômeno religioso e das religiões pelo prisma da Antropologia da Religião. Importante perceber que o FONAPER, na edição de 2009, aponta para a impor da “abertura de cursos de formação específica em Ciências da Religião habilitação em Ensino Religioso e mediante vasta produção e publicação cient partir de pesquisas e de eventos acadêmicos realizados em diferentes part país” . Portanto, a articulação dos/as professores/as de Ensino Religioso, a da organização do FONAPER, foi fundamental para a construção dos PCNER, inclusão do Ensino Religioso na BNCC e a habilitação dos/as professores/a ensino através de cursos de licenciatura em Ciências das Religiões. Os PCNER, portanto, afirmam o Ensino Religioso como componente curricula docência necessita promover a cidadania e respeitar a diversidade cultu religiosa do cotidiano escolar, objetivando o acesso de todos/as educandos/ #097 # #100 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 69/104 conjunto de conhecimentos religiosos. Estão proibidas qualquer form proselitismo* na escola. Necessário se faz garantir a liberdade religiosa, busca inclusão de todos/as, valorizando o conhecimento de todas as cultu religiões. Os PCNER precisam ser entendidos como um primeiro guia Ensino Religioso como componente curricular, enquanto área do conheci humano, respeitando a pluralidade e a diversidade religiosa brasileira. Os P definem como objetivos gerais da disciplina para o Ensino Fundamental: a) Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõ fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebida contexto do educando; b) Subsidiar o educando na formulação do questionamento existe em profundidade, para dar sua resposta devidamente informado; c) Analisar o papel das tradições religiosas na estruturaçã manutenção das diferentes culturas e manifestações socioculturais d) Facilitar a compreensão do significado das afirmações e verdad fé das tradições religiosas; e) Refletir o sentido da atitude moral, como consequência do fenôm religioso e expressão da consciência e da resposta pesso comunitária do ser humano; f) Possibilitar esclarecimentos sobre o direito à diferença na const de estruturas religiosas que têm na liberdade o seu inalienável. Os PCNER procura estar alinhados com as legislações vigentes no Brasil, afirm que o Ensino Religioso necessita ser refletido a partir da escola, no resp pluralidade e diversidade cultural e religiosa, não sendo possível, nenhuma for proselitismo ou de evangelização. O documento afirma o respeito à diver religiosa. Diversidade religiosa do povo brasileiro #101 #102 #103 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 70/104 Na próxima aula, vamos estudar o acordo Brasil-Vaticano assinado em 2010 suas implicações para o Ensino Religioso. Referências: FÓRUM NACIONAL PARÂMETROS DO ENSINO RELIGIOSO (FONAPER). Parâm Curriculares Nacionais – Ensino Religioso. São Paulo: Mundo Mirim, 2009. JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. O processo de escolarização do E Religioso no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 71/104 Aula 15 - Concordata/Acordo Brasil-Vaticano/2010 e o Ensino Religioso Objetivo: Analisar o acordo Brasil-Vaticano assinado em 2010 e sua influ para o Ensino Religioso. Introdução A relação com a Igreja Católica historicamente está ligada à conquista das brasilis, como vimos no início de nossas aulas. Em 2010, o presidente Luiz Lula da Silva, no decreto n. 7.107 de 2010, promulgou o acordo entre o gove República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Católica no Brasil, firmado na cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008 Nestaaula, buscaremos analisar este acordo e verificar as suas influências p Ensino Religioso. Este acordo gerou muitas controvérsias, pois permite q estados possam realizar o Ensino Religioso confessional, contrariando desta f também as lutas históricas empreendidas para um Ensino Religioso que consi cidadania e valorize a diversidade cultural e religiosa brasileira. A discussão concordata* foi levada ao Supremo Tribunal Regional pela Procuradoria Ge União. A Procuradoria Geral da República apresentou ao Supremo Tri Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade visando tan concordata Brasil-Vaticano quanto a Lei de Diretrizes e Base Educação Nacional. A ação pedia que o STF interpretasse ambo textos legais com base na Constituição, de modo a vedar o E Religioso nas escolas públicas em caráter confessional interconfessional, bem como proibir o ingresso no quadro do magis público de professores representantes de confissões religiosas. O STF acatou a discussão da ação e numa votação apertada de 6 votos a tribunal rejeitou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439. Porta Supremo entende que o Ensino Religioso pode ser confessional. O Rio de Ja por exemplo, é um estado que oferece o componente curricular Ensino Re confessional. Ele já se realizava assim, desde o ano 2000, Lei 3459/2000, apr pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Portan antes da concordada Brasil-Vaticano, o estado do Rio de Janeiro, não tem cum a Lei n. 9.475/97 que afirma que o Ensino Religioso é plural, na perspect cidadania e pluralidade. #104 #105 #106 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 72/104 1 - Ensino Religioso e a concordata Brasil-Vaticano O decreto nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010, promulga o acordo entre o go da República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Católica no Brasil, firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 20 Artigo 11 deste acordo, afirma o seguinte: Artigo 11 A República Federativa do Brasil, em observância ao direit liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confess do País, respeita a importância do ensino religioso em vist formação integral da pessoa. §1º. O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosa matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respe diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade co Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer form discriminação. Assim, este artigo contraria o artigo 33 do texto da LDBEN 9.394/96, alterad 1997, o qual determina que o conteúdo da disciplina Ensino Religioso estabelecido pelos sistemas de ensino (especificamente pelos respectivos con de educação), depois de ouvidas entidades civis constituídas pelas div confissões religiosas. Com a alteração do artigo 33, na lei de 1997, se ret confessionalidade e ou interconfessionalidade do Ensino Religioso na escol isso, não pode haver Ensino Religioso católico na escola, nem de nenhuma con cristã. O Ensino Religioso não é o ensino da religião, mas necessita trat fenômeno religioso em sua diversidade de religiões. Esta concordata novamente coloca a Igreja Católica em privilégio em relaç outras Igrejas Cristãs e religiões. A questão do Ensino Religioso confession encaminhada ao Supremo Tribunal Federal para decidir se isto era possível o O Supremo Tribunal Federal (STF) votou favorável, com votos 6 a 5 sobre a Direta de Inconstitucionalidade (ADI), nº 4439 no qual a Procuradoria-Ge República (PGR) questionava a constitucionalidade do artigo 11, parágrafo pr do Acordo Brasil-Santa Sé, firmado entre o Brasil e o Vaticano por meio do d nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010. #107 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 73/104 Importante lembrar, conforme mencionado por Luiz Antônio Cunha (2009), FONAPER expôs uma rejeição à concordata. Situado no cruzamento do campo religioso com o campo educacion entidade emitiu um "Manifesto referente ao acordo entre Brasil e S Sé" no qual a entidade expôs sua preocupação diante do artigo 11 alinhar-se com a concepção confessional do Ensino Religioso escolas públicas, contrária à LDB e aos parâmetros curricu nacionais dessa disciplina, elaborados pelo próprio FONAPER, q defende interconfessional. Como a entidade tem o respaldo polític própria Igreja Católica, constituindo aparelho de hegemonia sob demais organizações religiosas, seu manifesto é mais um sintom divisão do campo religioso acirrada pela concordata. O autor também faz menção outra ação concreta que foi enviada, na momento, a "Campanha Brasil para Todos" propôs uma petição con homologação da concordata pelo Congresso, com o seguinte conteúdo: Nós, abaixo assinados, entendemos que a concordata assinada en Brasil e o Vaticano no dia 13 de novembro de 2008 constitui violação a princípios básicos da democracia brasileira e uma afro Constituição do país, particularmente o art. 19, que proíbe o Estad subvencionar ou estabelecer aliança com cultos religiosos ou igr Ao invés de procurar diminuir as desigualdades que sofre o país, acordo as promove, criando privilégios à custa do erário e vio direitos fundamentais de milhões de cidadãos brasileiros. No entanto, o artigo 11 da Concordata Brasil-Santa Sé (Vaticano) foi aprovad STF, apoiando que os estados tomem a decisão sobre a ministração do E Religioso nos diferentes estados. Esta é uma questão polêmica ainda em deba próxima aula vamos perceber como o Ensino Religioso aparece nas Dire Curriculares Nacionais da Educação – 1998 e 2010. #108 #109 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 74/104 10 anos de Acordo Brasil-Santa Sé: Comissão prepara seminário Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histór Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201 29): 2009 - O Congresso Nacional Brasileiro em um acordo com Brasil – Sant assinado pelo Executivo em novembro de 2008, aprova a criação de um dispositivo, discordante da LDB em vigor: Artigo 11 - A República Federativa do Brasil, em observância ao direit liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confessional do respeita a importância do Ensino Religioso em vista da formação integra pessoa. §1º. O Ensino Religioso, católico e de outras confissões religiosas, de mat facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de e fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasi conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer form discriminação. Referências: AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA CONCORDATA. Universidade F Fluminense. Observatório da Laicidade na Educação. Disponível . Acesso em jun. 2020. BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 29. #110 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 75/104 http://ole.uff.br/acao-de-inconstitucionalidade-da-concordata/ BRASIL. Decreto nº 7.107 de 11 de fevereiro de 2010. Promulga o Acordo e Governo da República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Ju da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novem 2008. Disponível em: . Acesso em 31 maio 2020. CUNHA, Luiz Antônio. A educação na concordata Brasil-Vaticano. Educ. Campinas, v. 30, n. 106, p. 263-280, abr. 2009. Disponível . Acesso em 25 maio 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 76/104 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7107.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7107.htmhttps://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302009000100013&lng=pt&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302009000100013&lng=pt&tlng=pt Aula 16 - Ensino Religioso nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação – 1998 e 2010 Objetivo: Estudar como as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educaçã referem ao Ensino Religioso. Introdução Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica estabelecem a nacional comum, responsável por orientar a organização, a articulaç desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas de todas as red ensino brasileiras. Um fato histórico é que o Ensino Religioso aparece pela pr vez como área do conhecimento nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o E Fundamental na Resolução da Câmara da Educação Básica (CEB) nº 02/98. fundamental a lei n° 9.475/97 ter dado uma nova redação para o artigo 33 d 9394/96. Resolução da Câmara da Educação Básica A Câmara da Educação Básica (CEB) identificou, na resolução nº 02 de 07 d de 1998 que o Ensino Religioso é reconhecido, pela primeira vez, de forma como área do conhecimento humano junto com as outras 9 áreas: 1. Língua Portuguesa 2. Língua Materna, para populações indígenas e migrantes 3. Matemática 4. Ciências 5. Geografia 6. História 7. Língua Estrangeira 8. Educação Artística 9. Educação Física 10. Educação Religiosa, na forma do art. 33 da Lei 9.394, de 2 dezembro de 1996. A educação religiosa foi reconhecida junto com as outras novas área conhecimento importantes para a formação cidadã. Ela necessita ser entend perspectiva da pluralidade cultural e religiosa. # #112 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 77/104 A Riqueza da Diversidade Cultural Religiosa 1 - Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (9 anos Em 2010 se realizou a Conferência Nacional de Educação (CONAE), no período de março a 1º de abril de 2010, o Ministério da Educação cumpriu o compro institucional de sua organização, assumido, em 2008, durante a Confe Nacional de Educação Básica, objetivando a construção do Sistema Nacion Educação, que assegurasse a articulação entre os entes federados e os seto sociedade civil. O documento afirmou a necessidade de trabalhar as difer para superar as desigualdades sociais. Em relação à educação religi documento inseriu os seguintes objetivos: a) Inserir, no Programa Nacional do Livro Didático, de ma explícita, a orientação para introdução da diversidade cultural-relig b) Desenvolver e ampliar programas de formação inicial e contin sobre diversidade cultural-religiosa, visando superar preconce discriminação, assegurando que a escola seja um espaço pedag laico para todos, de forma a garantir a compreensão da formaçã identidade brasileira. c) Inserir os estudos de diversidade cultural-religiosa no currículo licenciaturas. d) Ampliar os editais voltados para pesquisa sob educação da diversidade cultural-religiosa, dotando-os financiamento. e) Garantir que o ensino público se paute na laicidade, sem privil rituais típicos de dadas religiões (rezas, orações, gestos), que aca por dificultar a afirmação, respeito e conhecimento de que a plural religiosa é um direito assegurado na Carta Magna Brasileira. #113 #114 #115 #116 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 78/104 Estas questões foram, posteriormente, ratificadas nas Diretrizes Curric Nacionais Gerais da Educação Básica, na Resolução CEB/CNE nº 04/2010, in na Base Nacional Comum da Educação Básica. Assim lemos FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA Art. 14. A base nacional comum na Educação Básica constitui-s conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expre nas políticas públicas e gerados nas instituições produtora conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportiva corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercíc cidadania; e nos movimentos sociais. § 1º Integram a base nacional comum nacional: a) a Língua Portuguesa; b) a Matemática; c) o conhecimento do mundo físico, natural, da realidade soc política, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da Histó das Culturas Afro-Brasileira e Indígena, d) a Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo- música; e) a Educação Física; f) o Ensino Religioso. § 2º Tais componentes curriculares são organizados pelos sist educativos, em forma de áreas de conhecimento, disciplinas, temáticos, preservando-se a especificidade dos diferentes campo conhecimento, por meio dos quais se desenvolvem as habilida indispensáveis ao exercício da cidadania, em ritmo compatível co etapas do desenvolvimento integral do cidadão. O Ensino Religioso foi reconhecido como constituído de conhecimentos, sabe valores produzidos culturalmente. É parte integrante dos componentes curricu organizados pelos sistemas educativos, objetivando o desenvolviment habilidades indispensáveis ao exercício da cidadania, respeitando o ritmo comp com as etapas do desenvolvimento integral do cidadão e da cidadã. Na Resolução de CEB/CNE nº 4/2010, o Ensino Religioso, portanto, foi asseg com status de área de conhecimento que compõe os componentes curric obrigatórios do ensino fundamental, de matrícula facultativa ao estudante, parte integrante da formação básica da pessoa cidadã, constituindo compo #117 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 79/104 curricular dos horários normais das escolas públicas de ensino fundame assegurando o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, ve quaisquer formas de proselitismo, conforme art. 33 da Lei n. 9394/96. O E Religioso, no Brasil, vai também ter aspectos diferentes, dependendo dos con locais, a partir do olhar e localização geográfica da escola. Necessita estar de a com o Projeto Pedagógico Político da Escola, objetivando o viés da edu brasileira que é a construção da cidadania. Na próxima aula, vamos Sistem Ensino e o Ensino Religioso. DICA: Aprimore seu conhecimento sobre o Ensino Religioso reconhecido c área do conhecimento, assistindo a seguinte entrevista: Nós da Educação - Sergio Junqueira (parte 1 de 3) Vídeo disponível no AVA Nós da Educação - Sergio Junqueira (parte 2 de 3). Vídeo disponível no AVA Nós da Educação - Sergio Junqueira (parte 3 de 3). Vídeo disponível no AVA Referências: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Edu Básica. RESOLUÇÃO Nº 4, de 13 de julho de 2010. Disponível . Acesso em 25 m 2020. RESOLUÇÃO CEB Nº 2, de 7 de abril de 1998. Disponível . Acesso em 20 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 80/104 http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb02_98.pdf Aula 17 - Sistemas de Ensino e o Ensino Religioso Objetivo: Perceber diferenças nos sistemas de ensino em relação ao compon curricular Ensino Religioso Introdução No ano 2000, a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação e Out Santa Catarina solicitou pronunciamento, tendo em vista o Parecer CEB 04/ que se refere às Diretrizes Operacionais para a Educação Infantil, sobre sis Assim lê-se no documento A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação e Outros meio do Ofício n. 50/00, se dirigem à esta Câmara de Educação B do Conselho Nacional de Educação solicitando um Parecer orien deste conselho a respeito do entendimento sobre o município enqu sistema. Pede-se, pois, uma definição de sistema de ensino dent ordenamento jurídico-administrativo, tendo-se como referênc organização da educação nacional. Portanto, o termo começou a ser utilizado pelo Ministério da Educação, pel transparece, sem clareza para os municípios. O termo também já apare Constituição de 1988. Em resposta, a esta solicitação,foi homologado o P CNE/CEB 30/2000. O documento remete a vários autores para explicar o sistema. Recupero aqui o conceito apresentado por Dermeval Saviani (1999 acordo com o autor sistema denota um conjunto de atividades que se cumprem tend vista determinada finalidade, o que implica que as referidas ativid são organizadas segundo normas que decorrem dos valores que na base da finalidade preconizada. Assim, um sistema implica ta unidade e a multiplicidade em vista de uma finalidade comum qua modo como se procura articular tais elementos. Neste sentido, a LDBEN 9.304/96 aliada com o art. 211 da Consti Federal/1988, reconhece explicitamente a existência do sistema federal e sistemas estaduais e municipais de ensino (art. 8 º ). [... atribuições dos Municípios encontram-se nos artigos 11 e 18, #118 #119 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 81/104 prioridade para a educação infantil e o ensino fundamental. [...] O artigo 67 indica campos de atuações de todos e cada um sistemas de ensino, segundo sua autonomia e atribuições. Este artigo que incide diretamente sobre o caráter federativo do Bra permite aos Estados, Municípios, Distrito Federal e União darem aplicação diferenciada, de acordo com situações e contextos. Os sistemas de ensino, portanto, compreendem instituições escolares responsáveis pela oferta da educação es dentro de níveis e etapas discriminadas, com normas educacionais isentas de antinomias, dêem organicidade e unidade ao conjunto influxo dos princípios, finalidades, valores e deveres da educ postos na Constituição e na LDB e sob o competente órgão execu Cabe aos poderes públicos, sob o princípio da gestão democrá montar as regras e normas dos seus sistemas de ensino, capaze dar sustentação ao seu dever constitucional e legal e, segundo o 209 da Constituição e art. 9 º da LDB, cabe também autoriz presença da iniciativa privada e do setor público na educação es De acordo com a LDB, Estados e Municípios autorizam, credenci supervisionam os estabelecimentos dos seus respectivos sistema ensino. As instituições escolares podem ser públicas ou privadas, mas para funcio necessitam seguir as legislações brasileiras. Em relação ao componente cur Ensino Religioso, é fundamental observar o que diz a lei 9.475/97. A m afirma: § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos p definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as no para a habilitação e admissão dos professores. § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdo ensino religioso. A lei delega para os sistemas de ensino a regulamentação dos procedimentos definição dos conteúdos, as normas para a habilitação e admissã professores/as. Isto também traz vários problemas para o componente curricu Ensino Religioso, a legislação em vigor transfere a tarefa de organizar o compo curricular do Ensino Religioso em seus respectivos sistema de ensino. #120 #121 #122 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 82/104 Por um lado, a lei afirma o Ensino Religioso na formação básica, e por o colocado como facultativo. Os sistemas de ensino necessitam oferecer ativ alternativa a fim de não prejudicar sua formação para não comprometer a horária que no ensino fundamental é de no mínimo 800 horas, distribuidas p mínimo de 200 dias letivos, conforme artigo 34 da LDBEN. Os sistemas de e necessitam ouvir entidade civil, constituída pelas diferentes denomin religiosas, no respeito à pluralidade e diversidade religiosa. Neste sentido, é importante perceber que ainda há estados que tem Ensino Re confessional, como por exemplo, o estado do Rio de Janeiro , gerando prob inclusive, na relação com outros componentes curriculares. Há também cid como Vitória, capital do estado do Espírito Santo, que não oferece o compo currícular religioso nos sistemas de ensino público. A seguir vamos estud modelos de Ensino Religioso desenvolvidos na história da educação brasileira. O aumento do pluralismo religioso no Brasil DICA: Em relação aos sistemas de ensino e o Ensino Religioso, sugiro assistam ao seguinte vídeo: A Educação na Constituição de 1988 (preste ate na organização dos sistemas de ensino). Vídeo disponível no AVA Referências: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. CNE/CEB 30/ Disponível em: . Acesso em 22 jun. 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 84/104 https://www.scielo.br/pdf/ciedu/v22n4/1516-7313-ciedu-22-04-0875.pdf https://www.scielo.br/pdf/ciedu/v22n4/1516-7313-ciedu-22-04-0875.pdf Aula 18 - Modelos de Ensino Religioso escolar que fazem parte da história da educação brasile Objetivo: Refletir sobre modelos que fazem parte da história da educ brasileira: catequético/doutrinal, teológico/ecumênico e ciências das religiões. Vídeo disponível no AVA Introdução Nesta aula, refletiremos sobre três modelos de Ensino Religioso que fazem pa história da educação brasileira. O professor João Décio Passos desenvolveu três modelos, no livro: Ensino religioso: construção de uma proposta (2 Importante dizer que os dois primeiros modelos: catequético e teológico sobre e muitas vezes querem se sobrepor ao modelo que consideramos fundamenta o Ensino Religioso Escolar, a partir da Constituição de 1988, da LDBEN 9.394/9 e da BNCC, que é o modelo fundamentado nas Ciências das Religiões. Na e não se ensina religião e não se faz evangelização*, catequese ou proselitism escola, se estuda o fenômeno religioso, objetivando a construção do resp diversidade cultural e religiosa brasileira. O Ensino Religioso escolar nec despertar os estudantes/as para a atuação cidadã. Considerando a diversidad pluralidade religiosa no ambiente escolar, é importante primeiro refletir sobre o modelos de Ensino Religioso escolar que fazem parte da história do Brasil. 1 - Modelo Catequético/Doutrinal De acordo com Passos (2007), “modelo Catequético ainda subsiste em m práticas de ER e sustenta projetos advindos de Igrejas Cristãs e evang [...] , cujas características estão descritas no Quadro 1, o M Catequético. Modelo Catequético/Doutrinal Cosmovisão Unirreligiosa Contexto político Aliança Igreja- Estado Fonte Conteúdos doutrinais #125 #126 #127 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 85/104 Método Doutrinação Afinidade Escola tradicional Objetivo Expansão das Igrejas Responsabilidade Confissões religiosas Riscos Proselitismo e intolerância O modelo catequético tem suas fontes em uma determinada denominação re e é de responsabilidade das confissões religiosas. Ainda conforme Passos (200 modelo catequético do ER terá sempre uma territorialidade confessional subja estando demarcado, portanto, por uma visão que caracteriza a própria confissã se expande” . Esteela foi enterrada, nasceu bonita planta. As folhas eram viçosas, e a raiz era escura por fo branquinha por dentro, lembrando a cor da pele de Mani. A mãe chamou o arbusto de maniva, em homenagem à filha. Os í passaram a utilizar a tal planta para fabricar farinha e cauim, bebida de gosto forte. A planta ficou conhecida também mandioca, mistura de Mani e oca (casa de índio). Por ser tão tornou-se símbolo de alegria e abundância para os índios – das f às raízes. Além da leitura do mito, assista ao vídeo sobre: Mandioca: o alimento do Brasil. Conheça assim a importância deste alimento para os povos indígenas. Vídeo disponível no AVA O mito da mandioca conta que uma criança, uma menina morre e ressuscita planta, para dar comida/alimento ao seu povo. É um mito feminino que mo importância da mulher para a cultura indígena. Não iremos nos aprofund aspecto da espiritualidade e religiosidade indígena nesta aula, pois vocês terã componente curricular sobre Tradições Religiosas Indígenas. O que nós vamo atentar é que Deus já estava aqui no Brasil quando chegaram os portugueses. os conquistadores trouxeram foi o cristianismo, baseado na evangelização catequese*. Um documento importante deste período histórico é a carta de Pe de Caminha. Eu sugiro a leitura dela, pois apresenta uma imagem muito dos indígenas, como se eles estivessem encantados com a vinda dos portug Ao mesmo tempo, aponta para os corpos dos/as indígenas que não es vestidos como os europeus e isto foi visto como vergonha. #004 #005 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 6/104 Victor Meireles: quadro da primeira missa do Brasil. Também trago para nossa reflexão, uma poesia de Oswald de And sob o título Erro de Português: Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. Assista ao vídeo a segui sobre a análise da poesia de Oswald de Andra Vídeo disponível no AVA Esta poesia de Oswald de Andrade retrata a imposição cultural dos portug sobre os povos indígenas. Os povos indígenas necessitaram se vestir com a c europeia, portuguesa, sendo este um processo que não foi natural. Fo imposição e na maioria das vezes, muito violento. De acordo Sergio Jun (2015) “O Ensino da Religião é um elemento do projeto político que chegou c portugueses e foi utilizado como referência na proposta de educação jesuít período colonial brasileiro.’ A administração da Colônia (entre 1530 – estava nas mãos da coroa em parceria estreita com a Igreja Católica, esta r também foi chamada de padroado. #006 #007 #008 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 7/104 Portanto, a chegada dos portugueses e das ordens religiosas cristãs no significou devastação e imposição cultural e religiosa, a partir da evangeliza catequização dos povos indígenas. Os portugueses trouxeram a cruz e a es Alguns povos indígenas foram evangelizados e catequizados, mas muitos ta foram dizimados. A música e a aprendizagem da língua dos indígenas foi um utilizado pelos missionários para a evangelização e a catequização. DICA: Conheça os Povos Pataxós: Vídeo disponível no AVA E assista ao vídeo: Extermínio indígena Vídeo disponível no AVA Conclusão Na próxima aula vamos refletir sobre a chegada da família real ao Brasil 1824, foi outorgada a primeira Constituição do Brasil, no Brasil Imp percebendo as relações com a religião com a Igreja Católica. At Referências: ANDRADE, Oswald. Erro de Português. Disponível . Acesso em 14 de jun. 2020. FRANCA, Leonel. O Método Pedagógico dos Jesuítas – O “Ratio Studio Introdução e Tradução. Rio de Janeiro: Livraria AGIR, 1952. Disponíve . Acess 20 maio 2020. MINISTÉRIO DA CULTURA. A carta de Pero Vaz de Caminha. Fundação Bib Nacional Departamento Nacional do Livro. Disponível . Acesso e 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 8/104 https://www.ufrgs.br/psicoeduc/chasqueweb/poesia/oswald-erro-de-portugues.txt http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_fontes/acer_histedu/brcol013.htm http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/carta.pdf de junho de 2020. XAPURI: Socioambiental. Mani : A lenda da Mandioca. 09 nov. 2016. Disponíve . A em 21 maio. 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 9/104 https://www.xapuri.info/cultura/mitoselendas/mani-lenda-da-mandioca/ Aula 2 - A Religião apoiou e justificou a longa escravidão no Brasil Objetivo: Refletir sobre as relações da Igreja e da coroa portuguesa, justific a mais longa escravidão na América Latina. Vídeo disponível no AVA Introdução Olá Estudantes! O Ensino Religioso no Brasil tem história que acompanha a própria história do Como vimos na primeira aula, quando aqui chegaram os portugueses em encontraram uma diversidade de povos indígenas. Cada povo tinha o seu je viver e a sua relação com o sagrado. Muitos indígenas foram evangeli catequizados no cristianismo de tradição católica. A introdução do cristianism Brasil foi por imposição e de forma violenta. Nesta aula, vamos refletir so processo de escravidão* no Brasil, e a demonização das religiões afro-brasileira 1 - A longa escravidão no Brasil A história dos povos africanos que chegaram ao Brasil escravizados* ta tiveram que negar a sua tradição religiosa. Além da escravidão, receber sacramento do Batismo e assim, sem menos entender o que significava, torn se católicos. Todos que habitavam as Américas tinham que ser batiza submetidos aos reis da Espanha e Portugal. O Batismo foi o principal e o sacramento para as populações indígenas e para as/os africanas/os que chega este continente, como escravizados. Ser cristão/cristã significava renunciar própria história. O choque provocado pela chegada do cristão-soldado e do so cristão foi terrível. As populações americanas logo descobriram que o Deu invasores tinha um nome e se chamava ouro. Até hoje, o sacramento mais importante dentro das igrejas da América Latin Batismo. Ser cristão nas novas colônias era declarar a perda da individualida liberdade de consciência, a liberdade política e a liberdade cultural, pois tudo seria ditado pela Igreja administrada pelos reis. O evangelho apresentado missionários podia ser resumido em duas palavras: pecado e castigo. E a pro que Deus estava ao lado deles era ser ou não ser vencido e levado a ruína. A Joaquim Severino (1986) se refere ao catolicismo deste período como #009 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 10/104 [...]princípios de uma ética individualista e social fundada na sup prioridade da pessoa sobre a sociedade. A qualida de moral indivíduos repercutirá necessariamente sobre a qualidade mora sociedade. Todo o investimento da evange lização, em sentido es como da educação, sob inspiração cristã, se deu historicamente linha. Foi por isso mesmo que o Cristianismo e a Igreja conviv pacificamente com situações sociais de extrema opressão, co escravidão, a ex ploração no trabalho etc. É como se estas situa indepen dessem da vontade do homem, bastando que as consciê individuais se sentissem emmodelo faz parte de uma escola tradicional, não desenvolver a cidadania, mas sim, a expansão das igrejas. Ele foi, essencialm de tradição cristã. Passos (2007) afirma: “No Brasil, tanto a exclusão do E escolas com a implantação da República e a Constituição de 1891, quant inclusão nas diversas Constituições, a partir da década de 1930, fizeram q ficasse ligado intimamente com a confessionalidade” . Ainda segundo o autor citado: “O risco que ronda essa prática é do proselitism intolerância religiosa” . Pedagogicamente, isto tem significado no Brasi rejeição às práticas religiosas não cristãs, gerando uma rejeição, especialment religiões de matrizes africana e indígena. Estas tradições religiosas não fi parte do currículo do Ensino Religioso e foram vistas como inferiores. Desse m modelo catequético está intrinsicamente ligado com um modelo confession Ensino Religioso, isto é, procura-se catequizar para a sua p confessionalidade. O segundo modelo apresentado pelo autor é o modelo de Ensino Religioso Teo As características deste modelo procuram uma fundamentação que transpassa confessionalidade estrita, de maneira a não se limitar à “prática cateq buscando uma justificativa mais universal para a religião, enquanto dimensão humano e com um valor a ser educado” , como mostra o Quadro 2, M Teológico do Ensino Religioso. #128 #129 #130 #131 #132 #133 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 86/104 Modelo Teológico/Ecumênico Cosmovisão Plurireligiosa Contexto político Sociedade secularizada Fonte Antropologia, teologia do pluralismo Método Indução Afinidade Escola nova Objetivo Formação religiosa dos cidadãos Responsabilidade Confissões religiosas Riscos Catequese disfarçada O modelo Teológico, portanto, é mais arejado, permite um diálogo maior entre as igrejas cris pode até contemplar uma visão pluralista que inclua religiões cristãs. Mas continua sendo uma catequese mais sutil, pois ainda sob a responsabilidade de lideranças religiosas que, em ú instância, tem poder ou veto sobre os conteúdos a serem minist nas aulas. O grande mérito deste modelo é superar uma visão unirreligiosa e se pauta diálogo entre as confissões religiosas presentes nas escolas, numa perspect ecumenismo*. Não se visa um ER que tenha como objetivo a cidadania e s formação religiosa dos cidadãos. A responsabilidade ainda é das conf religiosas. Portanto, o modelo teológico de Ensino Religioso, mesmo que tenh abertura para uma visão pluralista, continua sendo uma catequese disfa estando ainda sob a responsabilidade de lideranças religiosas que podem dar palavra quanto ao conteúdo a ser ministrado em sala de aula. Como forma de superar um Ensino Religioso catequético e confessional é prop modelo de Ensino Religioso das Ciências das Religiões. Segundo Passos (2 “este terceiro modelo rompe com os dois anteriores em nome da auto #134 #135 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 87/104 epistemológica e pedagógica do ER – autonomia localizada no âmbi comunidade científica, dos sistemas de ensino e da própria escola” . O ER com o modelo das Ciências das Religiões recebe autonomia como ár conhecimento humano, localizada não mais nas instituições religiosas e sim sistemas de ensino, na escola e na comunidade científica. Ela passa a ser ta vista como uma área de pesquisa. Como, mais uma vez, aponta Passos (2007) suma, consiste em tirar as decorrências legais, teóricas e pedagógicas da afirm do ER como área do conhecimento” . Veja no quadro 3 o Modelo das Ciênci Religiões. Modelo das Ciências da Religião Cosmovisão Transreligiosa Contexto político Sociedade secularizada Fonte Ciência da Religião Método Indução Afinidade Epistemologia atual/Inter e Trandisciplinaridade Objetivo Educação do cidadão/da cidadã Responsabilidade Comunidade científica e do Estado Riscos Neutralidade científica O modelo das Ciências das Religiões toma como pressuposto do ER a educaç cidadão e da cidadã. Passos (2007) indica que: “O estudo da religião na m sequência e intensidade das demais disciplinas visa à educação dos sujeitos a que vivam responsavelmente em sociedade” . Desta forma, o Ensino Re torna-se uma disciplina reconhecida, tendo uma cosmovisão transreligiosa, o respeito ao outro, também em sua forma de expressar a sua religi #136 #137 #138 #139 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 88/104 fundamental. Também necessita-se trabalhar o Ensino Religioso na perspect transdisciplinaridade. A pluralidade e a diversidade religiosa começam entendidas como uma grande riqueza, onde se aprende mutuamente. Desta forma, propor o modelo das Ciências da Religião como base epistemo “[...], como área do conhecimento pertinente ao ER é a melhor mane desembaralhar, na teoria e na sala de aula, a confusão entre educaçã religiosidade e educação do cidadão” . Não é tarefa do Ensino Re aperfeiçoar a religiosidade, mas sim, de aprimorar a cidadania e a human do/a estudante por meio do componente curricular Ensino Religioso, reconhece pluralidade e diversidade religiosa e cultural presentes no Brasil. Necess também, uma formação docente adequada em Ciências das Religiões. Esta tem uma das lutas, empreendidas pelo FONAPER e pelos diferentes con municipais/estaduais no Brasil para a regularização da docência no Ensino Rel Em 2018 foram publicadas as BNCC, com a inclusão do Ensino Religioso com dos componentes curriculares. DICA: Este assunto é bastante interessante, pois os modelos criados por Pa (2007) deixam claros conceitos de confessionalidade e interconfessional vistos em aulas anteriores, além de expandir para uma terceira conce Acompanhe a entrevista realizada com João Décio Passos, criador dos mo estudados nesta aula, e continue seus estudos assistindo a discussão dirigida Prof. Clemildo Anacleto da Silva. Entrevista - João Décio Passos - Sobre a Ciência da Religião, parte 1. Vídeo disponível no AVA Entrevista João Décio Passos - Sobre a Ciência da Religião, parte 2. Vídeo disponível no AVA ENSINO RELIGIOSO: TRÊS CONCEPÇÕES Vídeo disponível no AVA Referências: #140 #141 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 89/104 ARAGÃO, Gilbraz; SOUZA, Mailson. Transdisciplinaridade, o campo das Ciênc Religião e sua aplicação ao Ensino Religioso. Estudos Teológicos, v. 58, n. 1 56, 2018. Disponível nos nove anos. A introdução do componente curricular Ensino Religioso na não foi sem debates. Na terceira versão da BNCC, primeiramente, havia retirado o Ensino Religioso. No entanto, após uma articulação, ele reapare versão final de 2018 , reafirmando a trajetória das duas primeiras versões. Capa do Documento Final BNCC 1 - Ensino Religioso na BNCC #142 # #144 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 91/104 O Ensino Religioso é parte integrante das cinco áreas do conhecim humano. “O Ensino Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecim Essas áreas, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201024, “favorec comunicação entre os conhecimentos e saberes dos diferentes compon curriculares” . Como podemos perceber na imagem abaixo (são cinco áre conhecimento com diferentes componentes curriculares): Linguagens (L Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa), componente cur Matemática (Matemática), componente curricular Ciências da Natureza (Ciên componente curricular Ciências Humanas (Geografia e História) e o detal Ensino Religioso que é uma área do conhecimento e também um compo curricular. Áreas do conhecimento e componentes curriculares O Ensino Religioso está incluso na BNCC como uma área do conhecimento hu igual às outras quatro áreas. Assim, a BNCC afirma os documentos que estud anteriormente em nossas aulas, Constituição/88 , LDBEN 93.94/96 , CN n.4/10 , CNE/CEB n.7/10 . 2 - Objetivos dos Ensino Religioso Considerando os marcos normativos e, em conformidade com as compet gerais estabelecidas no âmbito da BNCC, o Ensino Religioso deve atend seguintes objetivos: #145 #146 #147 #148 #149 #150 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 92/104 a) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e esté a partir das manifestações religiosas percebidas na realidade dos educandos; b) Propiciar conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência e de c no constante propósito de promoção dos direitos humanos; c) Desenvolver competências e habilidades que contribuam para o diálogo perspectivas religiosas e seculares de vida, exercitando o respeito à liberda concepções e o pluralismo de ideias, de acordo com a Constituição Federal; d) Contribuir para que os educandos construam seus sentidos pessoais de partir de valores, princípios éticos e da cidadania. A BNCC deixa claro que a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, cultu estéticos, necessita ser percebida a partir da realidade contextual d educandos/as. Os conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência crença, visa o estímulo do respeito ao outro, na promoção dos direitos human componente curricular também objetiva o desenvolvimento de competênc habilidades para construção do diálogo entre as diferentes perspectivas religio seculares da vida, a partir do respeito à liberdade no pluralismo de ideias. Al mais, também se busca a construção dos sentidos pessoais, a partir de va princípios éticos e cidadãos. Os objetivos do Ensino Religioso visam a construç uma relação de diálogo no respeito à diversidade e pluralidade religiosa. 3 - Competências específicas de Ensino Religioso para o E Fundamental As competências específicas de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental, sã 1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movim religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filos estéticos e éticos. 2. Compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosof vida, suas experiências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios. 3. Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enq expressão de valor da vida. 4. Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos e viver. 5. Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultu política, da economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente. #151 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 93/104 6. Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e prátic intolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo a assegu direitos humanos no constante exercício da cidadania e da cultura de paz. Para desenvolver, a competências que a BNCC coloca é necessário pesquisar, e e dialogar sobre o conhecimento religioso, objeto da área de Ensino Religioso, produzido no âmbito das diferentes áreas do conhecimento científico das Ci Humanas e Sociais, notadamente das Ciência(s) da(s) Religião(ões). O obje conhecimento religioso são os fenômenos religiosos em suas mú manifestações, sendo parte integrante do substrato cultural da humanidade. ao Ensino Religioso tratar os conhecimentos religiosos a partir de pressu éticos e científicos, sem privilégio de nenhuma crença ou convicção. Isso i abordar esses conhecimentos com base nas diversas culturas e tradições relig sem desconsiderar a existência de filosofias seculares de vida. Portanto, o componente Ensino Religioso, no ensino fundamental adota a pesq o diálogo como princípios mediadores e articuladores dos processos de observ identificação, análise, apropriação e ressignificação de saberes, visan desenvolvimento de competências específicas. Desta maneira, busca problem representações sociais preconceituosas sobre o outro, com o intuito de comb intolerância, a discriminação e a exclusão. Por isso, a interculturalidade* e a ética da alteridade constituem fundam teóricos e pedagógicos do Ensino Religioso, porque favorecem o reconhecime respeito às histórias, memórias, crenças, convicções e valores de dife culturas, tradições religiosas e filosofias de vida. O Ensino Religioso busca con por meio do estudo dos conhecimentos religiosos e das filosofias de vida, at de reconhecimento e respeito às alteridades. A BNCC também apre proposta de currículo para o 1º ao 9º ano do ensino fundamental). Ela obrigatória. É um guia. Cada município, estado e escola necessita organizar currículo, considerando o contexto local, na perspectiva do respeito à diver brasileira, sem caráter proselitista. Assim, percebe-se que para lecio componente curricular Ensino Religioso é necessário ter formação específ seguir vamos estudar as Diretrizes Curriculares Nacionais para os curs licenciatura em Ciências da Religião/2018 que orientam a formação docente lecionar o Ensino Religioso no Brasil. DICA: Para saber mais sobre a BNCC e o Ensino Religioso veja os vídeos: BNCC: Ensino Religioso. #152 #153 #154 #155 #156 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 94/104 Vídeo disponível no AVA ENSINO RELIGIOSO na BNCC. Obrigatório no ENSINO FUNDAMENTAL? Vídeo disponível no AVA Referências: BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: Educação é a base. Disponíve Ensino Religioso escola Brasil e a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os curso licenciatura em Ciências da Religião/2018. Vídeo disponível no AVA Introdução A formação do/a docente do Ensino Religioso tem sido um processo inten discussão na história da educação brasileira e do próprio Ensino Religioso. Se Sérgio Rogério Azevedo Junqueira, o FONAPER propôs alguns objetivos básico a licenciatura em Ensino Religioso, são eles: - possibilitar ao profissional de Ensino Religioso o referencial teó metodológico que oportunize a leitura e a interação crítica e consc do fenômeno religioso pluralista atual. - habilitar o profissional de Ensino Religioso para o pleno exe pedagógico, através da busca da construção do conhecimento, a de categorias, conceitos, práticas e informações sobre o fenôm religioso e suas consequências socioculturais no universo pluralis educação. - qualificar o profissional de Ensino Religioso pelo acesso conhecimento, e a compreensão do fenômeno religioso present todas as culturas, para o exercício pedagógico no âmbito s cultural, antropológico, filosófico, ético, pedagógico, científic religioso nas escolas. - possibilitar aos profissionais de Ensino Religioso o acesso aos dir previstos nas legislações específicas do magistério.#157 Os objetivos propostos afirmam que os/as professores/as de Ensino Re necessitam ter uma sólida formação, oportunizando uma leitura e interação cr consciente do fenômeno religioso, valorizando a riqueza da diversidade cult religiosa brasileira. A construção do conhecimento necessita se dar a pa categorias, conceitos, práticas e informações sobre o fenômeno religioso, ten vista o universo pluralista da educação. Precisa ter acesso ao conheciment #158 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 96/104 compreensão do fenômeno religioso, presente em todas as culturas, para exercício pedagógico aconteça de forma ampla, abrangendo os diferentes asp seja social, cultural, antropológico, filosófico, ético, pedagógico, científico e rel A qualificação docente deve também, possibilitar aos profissionais de E Religioso o acesso aos direitos previstos nas legislações específicas do magisté A prática pedagógica, portanto, necessita ter como fundamento o ensinar apenas o transferir conhecimentos , porque “[...] ensinar não significa tra pacotes sucateados, nem repassar o saber. Seu conteúdo correto é mot processo emancipatório com base em saber crítico, criativo, atua competente” . O artigo 62 da LDB/96 destaca que a “formação de professores para atu educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de grad plena, em universidades e institutos superiores de educação [...]” . maneira, a luta pela criação de licenciaturas no Brasil para o Ensino Religioso longo processo, pois está ligado com a história deste componente curricu educação brasileira. A seguir vamos trazer um recorte da homologação da Portaria nº 1.403 pa Diretrizes Curriculares Nacionais para a criação de cursos de licenciatur Ciências da Religião/2018. 1 - Homologação da Portaria n° 1.403 - Diretrizes Curriculares Naci (DCN) para os cursos de licenciatura em Ciências da Religião/2018 Em 18 de setembro de 2018, na sede do Conselho Nacional de Educação, oco audiência pública nacional sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para os de licenciatura em Ciências da Religião. A Comissão votou favoravelme aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatu Ciências da Religião, na forma do Parecer e do Projeto de Resolução anexo, d é parte integrante. Ela foi homologada pela portaria nº 1.403, publicada no Oficial da União, em 28 de dezembro de 2018, seção 1, p. 131 , e aprese histórico das reinvindicações para a criação de cursos de licenciatura profissionais. Em 1998, 2004 e 2008 foram enviadas propostas para Cur Graduação em Ciências da Religião-Licenciatura em Ensino Religioso. No entanto, o documento deixa claro que a ausência de Diretrizes Curric Nacionais para formação de professores/as no Ensino Religioso não impedi muitas licenciaturas fossem criadas por Instituições de Educação Superior (IE várias regiões do país: FURB (Blumenau/SC), UNIVILLE (Joinville/SC), U #159 #160 #161 #162 #163 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 97/104 (Tubarão/SC), Unochapecó (Chapecó/SC), UNOESC (São Miguel do Oeste/SC) (Canoinhas/SC), USJ (São José/SC), UEPA (Belém/PA), UEMA (São Luís/MA), (João Pessoa/PB), UFJF (Juiz de Fora/MG), UNIMONTES (Montes Claros/MG), MG (Belo Horizonte/MG), UERN (Natal/RN), UFS (São Cristóvão/Sergipe) (Manaus/AM), UFSM (Santa Maria/RS) e UNICAP (Recife/PE), tomando por inicialmente a caminhada interconfessional realizada na área, posteriormen PCNER elaborados pelo FONAPER (1997) e o artigo 33 da LDB 9.394/1996. O documento também afirma que busca pela não confessionalidade no E Religioso objetivando assegurar o respeito à diversidade religiosa no cot escolar por meio da compreensão dos fenômenos religiosos. E isso pressu estudo dos conhecimentos religiosos e da Constituição de relações intercultu inter-religiosas, tendo em vista os direitos humanos, a formação integra cidadania. Nas regiões em que há egressos dos cursos de licenciatura, os cr de contratação de docentes são similares aos utilizados para as demais áre conhecimento. Contudo, onde não há professores habilitados, há dificuldades implementar os objetivos do Ensino Religioso previstos na Base Nacional Cur Comum (BNCC). Esta inclusive, tem sido uma das desculpas utilizadas sistemas de ensino para a não implementação do Ensino Religioso nas e públicas. A mudança de concepção de Ensino Religioso e da profissionalizaç seu docente requer Diretrizes Curriculares Nacionais para a área. “A habi pressupõe sólida formação de cunho epistemológico e pedagógico nos sabe habilidades fundantes das Ciências da Religião e da Educação, qual se perspectiva inter-religiosa e intercultural para a docência do Ensino Religio Educação Básica.” . O conhecimento religioso produzido por diferentes crenças, filosofias, tradiç movimentos religiosos se constitui em referencial utilizado pelos sujeitos (re)construir caminhos, significados, sentidos e respostas às diferentes situaç desafios da vida cotidiana. Consequentemente, isso produz efeitos na formaçã identidades e na organização social. Daí, a necessidade de rigorosa form docente para o Ensino Religioso em nível de licenciatura. A formação inicia assegurar o desenvolvimento de processos de reconhecimento das ident religiosas e não religiosas, de forma que as diferentes culturas, religiosida filosofias de vida sejam estudadas a partir de pressupostos científicos, ét estéticos, salvaguardando os direitos humanos, a liberdade de pensamento, c culto e organização nos termos da lei. A dinâmica do reconhecimento mob ressignificação de concepções e práticas de colonialidade, reconstruindo atitud valoração e respeito às diversidades, ao mesmo tempo em que inst #164 #165 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 98/104 problematiza relações de saberes de caráter religioso, tanto nos espaços educ como na sociedade em geral. O processo de reconhecimento das identida alteridades torna-se possível na medida em que a formação inicial habilite docentes para o exercício do diálogo intercultural. O diálogo intercultural tem como objetivo a superação de assimetrias perspectivas religiosas entre si, ou entre pessoas com e sem religião em proc de exclusão, desigualdade, intolerância e discriminação. Trata-se de pr concepções e práticas que respeitem e valorizem as identidades, bus desenvolver a percepção de que cada sujeito é um ser singular no universo. A formação docente para o Ensino Religioso de perspectiva não confessional proselitista pressupõe que a licenciatura em Ciências da Religião assu reconhecimento, o diálogo intercultural e a cidadania enquanto prin orientadores do percursoformativo de caráter interdisciplinar, crítico e c oferecido a seus egressos. Por isso, a licenciatura em Ciências da Re dedica-se ao estudo dos fenômenos religiosos a partir de epistemolog metodologias específicas, o que a diferencia de outras área saber. Ela objetiva investigar e analisar os diferentes modos de crer, c finalidade de compreendê-los historicamente, da morfologia às doutrinas e práticas ritualísticas. Os conhecimentos religiosos e as filosofias de vida const objetos privilegiados do Ensino Religioso, mas seu processo formativo e domínio e manuseio interdisciplinar de metodologias e linguagens div envolvendo prática educativa, ensino e extensão. Com base nessas premis curso de licenciatura em Ciências da Religião estrutura-se em três núcleos: Um Núcleo de formação geral, que articulará : a) formação acadêmica, assegurada por meio da apropriação de conhecim estruturantes do Campo das Humanidades, incluindo as relações entre pesq metodologia científica, leitura e produção de textos, ciências e fenômenos relig b) formação pedagógica, assegurada pelo estudo e pesquisa dos fundamen Educação, dos seus dispositivos legais, princípios didáticos, processo organização da Educação Básica (gestão, currículo e avaliação), saberes da pro e da identidade docente; c) formação inclusiva, assegurada pelo estud relações entre educação e diversidade, direitos humanos e cidadania, edu ambiental, educação especial, relações étnicas e raciais, de gênero, de geraçã classes sociais. Um Núcleo de formação específica, que articulará : #16 #167 #168 #169 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 99/104 a) formação específica em Ciências da Religião, assegurada por meio do e dos eixos dessa ciência: i. fundamentos históricos e epistemológicos da de Ciências da Religião; ii. história das religiões, no que tange à aprop dos aspectos estruturantes das matrizes, tradições e movimentos religios origens africanas, indígenas, asiáticas, orientais e semitas/ocidentais, conside em sua multiplicidade de elementos (linguagem religiosa, símbolos, ritos, es territórios, mitos, divindade(s), crenças, doutrinas, textos orais e escritos, sobre existência e imortalidade, princípios e valores éticos); iii. corr filosóficas e movimentos socioculturais não religiosos; iv. e sistemático das religiões e movimentos religiosos, o que inclui abord comparativas, classificatórias e reflexivas, as quais visam a interface com tem transversais à sociedade e à cultura, tais como: religião e sociedade, relig política, religião e economia, religião e mídia, religião e ciência, religião e religião e violência, religião e sexualidade, religião e natureza; v. aplicaçã conhecimentos específicos das Ciências da Religião em espaços formais formais de ensino, na construção de processos de aprendizagem crít transdisciplinar sobre os fenômenos religiosos, a fim de subsidiar o d interreligioso, a interculturalidade, os direitos humanos e da cultura da paz formação específica busca construir um inventário abrangente das modal religiosas que compõem o campo das religiões no Brasil e no mundo, a part perspectivas históricas diacrônica e sincrônica, tendo em vista os process sínteses, repetições, recomposições e inovações que historicamente acomet religiões. Entende-se que a área de Ciências da Religião possibilita que licenciandos/as analisem as mútuas influências entre sociedade, cultura e re investigando, por exemplo, como os discursos religiosos se relacionam interpelações discursivas não religiosas: políticas, filosóficas, econômic científicas. b) formação específica em Ensino Religioso , assegurada por meio apropriação dos fundamentos históricos, epistemológicos e metodoló do Ensino Religioso de natureza não confessional e não prosel necessários à sua docência em diferentes etapas e modalidades da Educação B ii. análise, criação e uso de materiais didáticos, textos, tecnologias di e metodologias significativas de aprendizagens para o Ensino Reli baseado na área de Ciências da Religião. O estudo qualificado conhecimentos religiosos possibilitará a construção de saberes especializado subsidiarão o futuro exercício da docência em Ensino Religioso por me fundamentação científica própria das Ciências da Religião. A complexidad tema requer que o núcleo de formação específica mobilize um a #170 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 100/104 conjunto de saberes epistemológicos e pedagógicos que d fundamentar as atividades educativas. Quer-se, com isto, contribuir para sociedade civil mais respeitosa, regida pelos princípios da liberdade e da igua Nessa sociedade, cidadãos e cidadãs, religiosos e não-religiosos devem conviver plenamente com base no respeito às alteridades. Um Núcleo de estudos integradores com a finalidade de propor enriquecimento curricular por meio de: atividades de caráter científico e cultur enriqueçam o processo formativo dos licenciandos, tais como: a) eventos, prod de textos (comunicações científicas, artigos, capítulos e livros, monografias, ro de investigação e ou performances), estudos de casos, visitas, produções cole monitorias, resolução de situações-problemas, projetos de extensão, pr culturais e artísticos e residência docente; b) atividades práticas que pro vivências nas mais diferentes áreas do campo educacional, assegu aprofundamentos e diversificação de estudos, experiências e utilização de re pedagógicos; c) mobilidade estudantil, intercâmbio e outras atividades previs Projeto Pedagógico do Curso; d) atividades de comunicação e expressã favoreçam a aquisição e a apropriação de recursos de linguagem que facili comunicação e argumentação com base em dados, fatos e informações fidedig Outra dimensão significativa que articula e consolida as contribuições dos N estruturantes do Curso é o Estágio obrigatório. Ele deve ocorrer ao lon processo de formação, visando a aproximação dos/as licenciandos/as c realidade escolar por meio de processos de observação, pesquisa, planejame intervenção em diferentes etapas e modalidades da educação básica. O E consiste em um conjunto de atividades capazes de construir e sistem experiências em torno da dinâmica própria do universo escolar, constituindo- momento de integração dos conhecimentos apropriados ao longo do Curso. Ele ser realizado sob supervisão e acompanhamento sistemático da IES, par efetivamente favoreça o desenvolvimento sistemático do processo de observ ação-reflexão-ação em espaços formais ou não formais de ensino. O e obrigatório deve oportunizar aos/às licenciandos/as a reflexão e a vivência problemas contemporâneos correntes do Ensino Religioso baseado na ár Ciências da Religião, privilegiando a formação de educadores/as pesquisador Por isso, as atividades precisam ser cuidadosamente planejadas, a fim de qu licenciando/a observe e conheça a escola, sua história, função social, o seu P Pedagógico, estrutura física, organizacional e administrativa, processo e aprendizagem e as relações entre os sujeitos ali existentes. Lembrando o qu diz a BNCC #171 #172 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 101/104 No Ensino Fundamental, o Ensino Religioso adota a pesquisa diálogo como princípios mediadores e articuladores dos processo observação, identificação, análise, apropriação e ressignificaçã saberes, visando o desenvolvimento de competências especí Dessa maneira, busca problematizar representações so preconceituosas sobre o outro, com o intuito de combat intolerância, a discriminação e a exclusão. Por isso, a intercultural e a ética da alteridade constituem fundamentos teóricos e pedagó do Ensino Religioso, porque favorecem o reconhecimento e respei histórias, memórias, crenças, convicções e valores de difer culturas, tradições religiosas e filosofias de vida. Os(As) professores(as) de Ensino Religioso, segundo a BNCC, têm como mét pesquisa e o diálogo, numa perspectiva intercultural e interreligiosa. Ca eles(as),como profissionais, a interlocução entre a escola e a comunida mediação de possíveis conflitos, visando o desenvolvimento de habilida competências específicas, buscando “problematizar representações s preconceituosas sobre o outro, com o intuito de combater a intolerân discriminação e a exclusão” . Conclusão Como foi possível perceber, a história do Ensino Religioso está em con processo de reflexão. É somente viável entender os problemas com componente curricular no presente, olhando para o passado e as lutas p regularização dele nos sistemas de educação. O Ensino Religioso tem história é fundamental compreender. Outra questão fundamental é entender a impo mobilização dos/as professores/as e diferentes associações para a regular deste componente curricular e a criação das diretrizes nacionais para a criaç licenciaturas em Ciências das Religiões. Desta forma, também professores/ Ensino Religioso se tornam reconhecidos/as por terem uma formação específ Ensino Religioso, enquanto componente curricular, torna-se reconhecido como área do conhecimento humano, fundamentado no estudo do fenômeno religio forma inter e transdisciplinar, na construção da cidadania respeitosa à diver cultural e religiosa brasileira. A história do Ensino Religioso e a regulamentações continuam em processo. Cada um de vocês, como estudan licenciatura em Ciências das Religiões e ou atuando em sala de aula professor/a deste componente curricular, está fazendo parte da construção história. #173 #174 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 102/104 Conhecer e estudar o fenômeno religioso e respeitar à diversidade religiosa, p construção da cidadania – um dos objetivos da formação docente da Licenciatu Ciências das Religiões DICA: Amplie seu estudo sobre o curso Ciências da Religião e as Diret Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura em Ciências da Rel assistindo aos vídeos: As DCNs de Ciências da Religião e Ensino Religioso - RELIGARE HORIZONTE Vídeo disponível no AVA Religare - Conhecimento e Religião sobre as DCNs de Ciências da Relig Vídeo disponível no AVA E leia, na íntegra, o documento da Homologação da Portaria n° 1.403 - Dire Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de licenciatura em Ciência Religião/2018: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação Conselho Pleno. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012- 18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192 Referências: #175 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 103/104 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192 BRASIL. LDB. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Art. 62, 1996. Disp em: . Acesso em 19 2017. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Conselho Nacional de Educação. Conselho Resolução Nº 5, de 28 de dezembro de 2018. Resolução CNE/CP 5/2018. Oficial da União, Brasília, 31 de dezembro de 2018, Seção 1, pp. 64 e 65. Disp em: . Acesso em 21 maio 2 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 104/104 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm http://portal.mec.gov.br/docman/janeiro-2019-pdf/105531-rcp005-18/file http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192paz, nada se podendo fazer contra situações objetivas. Portanto, a religião neste período estava ligada à exploração da mão de escrava, especialmento do povo negro. Os/as africanos eram propriedade d senhor e de sua senhora. A escravidão iniciou por volta da década de 1530, q os portugueses implantaram as bases para a colonização e a exploração do ter brasileiro, se estendendo até 13 de maio de 1888 com a assinatura da aboli escravidão no Brasil durou 353 anos. O Brasil foi o último país a abolí-la. entanto, é importante dizer que os/as escravizados/as foram libertos e sem di uma situação que se mostra na desigualdade social e no racismo estrutural tempo presente. Importante lembrar que entre os/as escravizados/as havia ta muçulmanos, e foram eles que realizaram um dos primeiros movimentos co escravidão. Revolta dos Malés Prezados estudantes! Prezadas estudantes! Assistam e aumentem os conhecimentos sobre este período histórico: Vídeo da Profa. Lili Schwarcz: #010 #0 #012 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 11/104 Os malês* e a resistência negra na Bahia. Vídeo disponível no AVA Assim, é importante perceber que na história houve resistência à escra movimentos e revoltas contra este sistema de exploração dos seres hum Somente nos últimos anos, como veremos, a partir da Constituição de 1988 e de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN ) de 1996, inicia um processo p inclusão da diversidade das culturas* e tradições religiosas indígenas, brasileiras e outras religiões, no currículo escolar do Ensino Religioso. No enta importante registrar que este é um processo longo de lutas contra o racis intolerância, a demonização e a violência contra pessoas negras e os indígenas. Também a religião e a cultura destes povos ainda hoje é demoniz perseguida. Vocês terão uma disciplina, onde irão estudar de forma concentrada as religiões afro-brasileiras. Muitas crianças e jovens negros aind não concluem a educação básica, sendo esta uma das muitas causa desigualdade social e do racismo estrutural no Brasil. Neste sentido, indico o texto do estudante de Licenciatura em Ciências Religiões, mestre CALOTI, Vinicius de Aguiar. Representações sociais s estudantes negros nas escolas públicas da grande Vitória/ES: um estudo de na escola Clotilde Rato. Revista Pró-discente. v. 25, n. 2, p. 126-145, jul. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/prodiscente/article/view/24458 Este texto aponta, através de pesquisa, o preconceito e racismo instituc contra as pessoas negras, que se vive nas escolas públicas no Brasil. Conclusão A seguir, vamos estudar a primeira Constituição do Brasil, outorgada em 182 período histórico denominado Brasil Império, buscando perceber como apare relação da religião com o estado e a escola. Até Referências: 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 12/104 https://periodicos.ufes.br/prodiscente/article/view/24458 CALOTI, Vinicius de Aguiar. Representações sociais sobre estudantes negro escolas públicas da grande Vitória/ES: um estudo de caso na escola Clotilde Revista Pró-discente. v. 25, n. 2, p. 126-145, jul./dez. 2019. Disponíve . Acesso em 20 2020. DREHER, Martin Norberto. A Igreja Latino-americana no Contexto Mundial. v ed. São Leopoldo: Sinodal, 2007. p. 35-45. FREIRE, Simone. Há 185 anos, Revolta dos Malês entrava para a histór resistência negra no Brasil. Disponível . Acesso em 20 maio 2 JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Relig Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20 1. Disponível em: . Acess 20 maio 2020. SEVERINO, Antônio Joaquim. Educação, Ideologia e Contra-ideologia. São EPU, 1986. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 13/104 https://periodicos.ufes.br/prodiscente/article/view/24458 https://www.almapreta.com/editorias/realidade/ha-185-anos-revolta-dos-males-entrava-para-a-historia-da-resistencia-negra-no-brasil https://www.almapreta.com/editorias/realidade/ha-185-anos-revolta-dos-males-entrava-para-a-historia-da-resistencia-negra-no-brasil http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf Aula 3 - Chegada da família imperial em 1808: primeira Constituição brasileira outorgada em 182 relação com a religião Objetivo: Estudar a Constituição brasileira outorgada em 1824 e as relações a religião. Vídeo disponível no AVA Introdução A vinda da família real portuguesa para o Brasil ocorreu em 28 de novemb 1807 e a comitiva aportou na Bahia, em 22 de janeiro de 1808. A famíli chegou ao país, foragida da Europa, devido a conquista napoleônic Portugal. A independência do Brasil de Portugal foi declarada em 7 de set de 1822. Maria Isabel Moura Nascimento afirma que o país foi conquistado base em acordos políticos de interesse da classe dominante, composta da ca senhorial brasileira, que entrava em sintonia com o capitalismo europeu.” Com a independência do Brasil em 1822, muitas mudanças aconteceram estruturas de poder em vigor. Conflitos entre a antiga aristocracia escrav nordestina com a nova aristocracia cafeeira do Sudeste, assim como o surgimento dos grandes centros urbanos, que migraram junto com a mudan poder político. Na crista das mudanças, a Igreja Católica viu a oportunidade deixar de ser uma ferramenta a serviço da coroa e ser uma entidade indepen paralela ao Estado. A partir daí, ela reestabeleceu sua ligação com Roma e as para si as decisões do Concílio de Trento*. As principais características mudança na Igreja Católica foram as tentativas de abandono de um supersticiosa, semelhante ao que os protestantes também fizeram. As explic da sociedade necessitavam da ciência, para isto era fundamental uma relação com a razão. A Igreja buscou a alfabetização dos seus membros, implementaç catecismo com o intuito de doutrinação naquilo que Roma pregava. A discussão sobre a educação nas escolas iniciou com a vinda dos imig europeus, que começaram a chegar em maior escala. Os primeiros imigrante neste período histórico, chegaram ao Brasil são os ingleses que confessav anglicanismo (1810) e alemães, suíços em maioria eram luteranos (182 primeira capela dos anglicanos foi construída em 1822. A vinda dos imig protestantes questionou a relação entre estado e Igreja Católica e a falta de es #013 #014 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 14/104 O objetivo do incentivo da vinda de imigrantes ao Brasil visava a substituiç mão de obra escrava, branquear a raça (a maioria da população brasilei negra), criar a pequena propriedade rural, construir uma classe média e o áreas consideradas devolutas, especialmente, nas fronteiras do Brasil. Os prim europeus que aqui chegaram como imigrantes, geralmente, eram pe empobrecidas, famintas, sem-terras, boias-frias europeias, pequenos agricu artesãos. De acordo com o historiador Martin Dreher (2005), A Europa do século XIX expulsa seus filhos e suas filhas. Há situa em que algumas comunidades chegam inclusive a pagar a passa de seus cidadãos pobres. Essa também foi uma das possibilidade resolver a questão social. Alemães, suíços, holandeses, dinamarqueses, noruegueses, su austríacos, italianos, poloneses, russos, espanhóis, portugues muitos outros mais migram para o Brasil. Entre eles encontr muitos protestantes, luteranos, unidos, reformados, valde anabatistas. Importante perceber que neste período, a maioria da população era negra, de escravização. A introdução dos imigrantes europeus foi umprojeto e a sua ins no país foi construída em oposição ao trabalho dos povos indígenas e afri Questões que ainda hoje têm as suas consequências, como por exemplo, que é considerado trabalhador são os brancos europeus. A maioria dos negros negras ainda se encontram nos trabalhos com menor poder aquisitivo. O ra estrutural e institucional é consequência desta política colonialista. Os imigrantes europeus protestantes, no entanto, trouxeram consigo discu muito importantes para sociedade brasileira: o direito à educação e à libe religiosa. Desta forma, a primeira Constituição brasileira foi outorgada em março de 1824, pelo imperador D. Pedro I. 1 - CONSTITUIÇÃO DE 1824: Catolicismo religião do estado Fonte: Capa da Constituição de 1824 A primeira Constituição brasileira foi outorgada, em nome da Santíssima Trin pelo Imperador Dom Pedro I, em 1824. No Art. 5. lemos A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões permittidas com seu culto domestico, ou particula #015 #016 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 15/104 casas para isso destinadas, sem fórma alguma exteri Templo. Portanto, em nome da Santíssima Trindade, a pr Constituição afirma a religião Católica Apostólica Ro como a oficial do Brasil. Todas as outras religiõ poderiam ser “permitidas com seu culto doméstic particular, em casas para isso destinadas, sem forma a exterior de templo”. A Constituição de 1824 afirm relação entre estado e Igreja, promovendo uma libe religiosa (melhor uma tolerância) subordinada à religião do estado. O artigo 9 Constituição de 1824, determinava também quem podia votar e ser votado. os que podem ser Eleitores, abeis para serem nomeados Deputados. Exceptua O item III afirma “Os que não professarem a Religião do Estado”. Por quem não era católico não era considerado cidadão pleno na primeira Consti do Brasil. Entretanto, o Art. 179, parágrafo V afirma “Ninguem póde ser perse por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não offenda a Publica.” Percebe-se que há uma liberdade religiosa tolerada, desde que n contra o que apregoa o estado e a Igreja Católica. A proclamação da indepen do Brasil de Portugal em 1822, pelo primeiro imperador D. Pedro, o sistem padroado* continuou. O artigo 5º da Constituição da Imperial afirmou a r católica como religião do império. DICA: Revisite os conceitos estudados nesta aula e acesse ao resumo comple da Primeira Constituição brasileira (1824). Vídeo disponível no AVA Conclusão Na próxima aula, vamos olhar mais de perto a primeira Constituição outorgad Brasil e a relação com a educação e o Ensino Religioso. Referências: BRASIL. Constituição Política do Império do Brasil (de 25 de março de 1 Disponível . A em 20 maio de 2020. DREHER, Martin N. História do povo luterano. São Leopoldo: Sinodal, 2005. #017 #018 #019 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 16/104 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm JUNQUEIRA, Sergio. História, legislação e fundamentos do Ensino Reli Curitiba: IBPEX, 2008. JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Relig Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20 1. Disponível em: . Acess 20 maio 2020. OCTACIANO, Nogueira. Constituições Brasileiras: 1824. v. 1, 3. ed. Brasília: S Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012. Disponível . Acesso em 20 mar. 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 17/104 http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/137569/Constituicoes_Brasileiras_v1_1824.pdf Aula 4 - Brasil Imperial: Constituição de 1824, a educação e o Ensino Religioso Objetivo: Perceber como a Constituição de 1824 trata a educação e o Ensino Religioso. Vídeo disponível no AVA Introdução Nesta aula, vamos estudar como a primeira Constituição do Brasil Império ( 1889) refletiu a educação e o Ensino Religioso. Com a vinda da família real p Brasil, de acordo com Sergio Junqueira foi estimulada a organização de uma estrutura para a educação vista da formação da elite para assumir as terras brasílicas. Entret não era de interesse governamental estabelecer um sistema nac de ensino que integrasse os graus e modalidades. Algumas es foram criadas, com vistas a serem regulamentadas as vias de ace esses cursos, especialmente por meio dos secundários e dos ex de ingresso aos estudos de nível superior. A seguir, vamos estudar a Constituição de 1824, e as legislações que trou adendos a esta Constituição. 1 - Constituição de 1824 e a educação A Constituição do Brasil Imperial não se refere à educação do povo brasile palavra educação não aparece na primeira Constituição, mas fala de “esco primeiras letras”. Percebe-se que a Constituição regulamenta as câmaras muni dando a elas poder de fiscalização. As câmaras das cidades tinham a tarefa de fiscalizar o comércio de pólvora e fogos de artifício, assim autorizar a realização de espetáculos públicos nas ruas, praç arraiais, competindo-lhes também manter estabelecimentos caridade, de assistência médica e de vacinação pública, além de s sua atribuição fiscalizar as escolas de primeiras letras. É importante apontar que “as escolas de primeiras letras” eram de fato rara acordo com Maria Isabel Moura Nascimento(web), “em 15 de outubro de 18 Assembléia Legislativa aprovou a primeira lei sobre a instrução pública nacio #020 #021 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 18/104 Império do Brasil, estabelecendo que ‘em todas as cidades, vilas e lugares pop haverá escolas de primeiras letras que forem necessárias’.” Soment cidades maiores havia escolas. A maioria da população era analfabeta. segundo a professora Maria Isabel Moura Nascimento(web): A Constituição outorgada em 1824, que durou todo o período imp destacava, com respeito à educação: “A instrução primária é gra para todos os cidadãos.” Para dar conta de gerar uma lei espe para a instrução nacional, a Legislatura de 1826 promoveu m debates sobre a educação popular, considerada premente parlamentares. A Constituição de 1824, portanto, apontou para a importância da educação pú especialmente aqui, a educação primária. Somente com a vinda da família re 1808, o Brasil é elevado a império e começa a se preocupar com a educaçã entanto, é necessário ter clareza para quem a educação estava dirigida. De a com Carlos Roberto Jamil Cury Nossa Constituição Imperial de 1824, no capítulo das "Garantias Direitos Civis e Políticos dos Cidadãos Brasileiros" reconhece, no 179, XXXII, como direito dos mesmos "a instrução primária grat Ora, o art. 6º da mesma Constituição, ao definir o para quem d cidadania, tem como "cidadãos brasileiros os que no Brasil tiv nascido, quer sejam ingênuos ou libertos". Ora, os ingênuos são o nasceram livres e filhos de pais livres. São os livres e naturais do são cidadãos ex generatione e ex jus soli. Já os libertos são aq alforriados que, libertando-se da escravidão, recuperaram a condição de homens livres. Assim, por oposição, a Constit Imperial não reconhece os escravos como cidadãos. Desse mod estatuto da escravatura, tacitamente acolhido, tem, por abjeto seja, o outro como objeto, propriedade, mercadoria. A escola pública das primeiras letras no Brasil Império era somente para os lib Desta forma, dá para entender historicamente o grande índice de analfabetos as pessoas escravizadasnão eram reconhecidas como cidadãs, mas mercadorias, objetos e propriedade. Desta forma, também entende-se a negaç religião e da cultura dos/as escravizados/as que até o tempo presente, é vist desconfiança e até mesmo demonizada. #022 #023 #024 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 19/104 Em 12 de agosto de 1834, foi proclamado o ato adicional, que modifi Constituição de 1824, contemplando a educação. A partir desta alteração províncias deveriam assumir o ensino primário e o secundário, enquanto poder central encarregava-se do ensino superior, cristalizado nas faculdades m e jurídicas.” Pessoas escravizadas não tinham direito à educação 2 - Ensino doutrina religiosa Na Constituição de 1824, não aparece a questão do Ensino Religioso. No en documentos complementares do Império de 1827, mencionavam que o ens doutrina religiosa era um dos propósitos da escola, juntamente com o ensi leitura, da escrita e das quatro operações.” As escolas de primeiras também deveriam ensinar a religião, naturalmente referindo-se ao catolicismo esta era a religião do Império. A religião fazia parte do currículo escolar público. A Lei de 1 outubro de 1827, que mandava “criar escolas de primeiras letra todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império”, lista conteúdo do ensino na forma de matérias, entre elas “os princípio moral cristã e da doutrina da religião católica e apostólica rom proporcionados à compreensão dos meninos”. Os professores de t os níveis de ensino eram obrigados a prestar juramento de fidelida religião oficial, podendo ser punidos por perjúrio; nas escolas púb de todo o país, a doutrina católica deveria ser ensinada a todo alunos, pelo menos até 1875, quando os “acatólicos” puderam pos a dispensa dessas aulas no Colégio Pedro II. #025 #026 #027 #028 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 20/104 Percebe-se, no entanto, que o Ensino Religioso vai sendo tema nas escolas do à medida que os imigrantes europeus vão chegando, trazendo junto a discuss questão do direito à liberdade religiosa. Muitos/as imigrantes eram de tr protestante. A chegada do período republicano trará novos ares ao estado brasileiro. ideias, fortalecidas pelo positivismo, apontam para a separação do estado Igreja. Acompanhe o resumo (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. História do E Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 16): 1549 – Chegada da Companhia de Jesus. A meta era a catequizaç evangelização dos povos indígenas. 1759 – Expulsão dos Jesuítas do Brasil. O ensino passa para as mãos de o grupos católicos. 1824 – 1ª Constituição do Brasil Imperial. A Igreja Católica Apostólica é afirm como religião oficial do Brasil império. Um fato importante – Preste atenção! O Ensino Religioso é o único componente curricular que aparece em tod constituições brasileiras e tem sido fonte de grandes discussões na edu Nenhum outro componente curricular aparece nas constituições brasileira próxima aula, vamos estudar a Constituição de 1891, e como a mesma aprese questões relacionadas à educação e ao Ensino Religioso. DICA: Aprofunde seu conhecimento sobre este período histórico, assistindo a vídeos: História da Abolição da Escravidão no Brasil. Vídeo disponível no AVA Vídeo Educação no Brasil Império. Vídeo disponível no AVA Para saber mais sobre a educação no Brasil Império, acesse e leia: NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. O império e as primeiras tentativa organização da educação nacional (1822-1889). Histedbr, Unicamp. Dispo em: 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 21/104 . Acesso em 2 2020. BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Maria: UFSM, NTE, 2018. CUNHA, Luiz Antônio. Dicionário Verbetes: Ensino Religioso. Grupo de Estudos Política Educacional e Trabalho Docente. Disponível . Acesso e maio 2020. CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação escolar, a exclusão e seus destina Educação em Revista, n. 48, p. 205-222, 2008. Disponível . Acesso em 20 maio 2020. JUNQUEIRA, Sergio. História, legislação e fundamentos do Ensino Reli Curitiba: IBPEX, 2008. NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. O império e as primeiras tentativa organização da educação nacional (1822-1889). Histedbr, Unicamp. Disponíve de antes da proclamação da república, que se realizou em 15 de novembro de 188 #029 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 23/104 Foto da 1ª Igreja Protestante com Torre no Brasil, que fica em Domingos Mart Espírito Santo. 1 - Constituição Republicana de 1891 e a educação Constituição de 1891 A primeira Constituição Republicana, proclamada em 24 de fevereiro de 189 definiu como laico o ensino público no Brasil. Isso significa que a religião não poderia interferir nos assuntos referentes à educação pública. Além disso, 1891, há previsões nas nossas Constituições sobre a inviolabilidade da liberda consciência e de crença. No entanto, é necessário apontar que a Constituiç 1891, com seu recorte liberal, não afirmou a gratuidade da educação, assim estava posta na Constituição de 1824. A procura por educação escolar foi de como uma iniciativa individual do sujeito. Ao âmbito federativo ficou a possibilidade de se afirmar, nas respe Constituições Estaduais, tanto a gratuidade quanto, eventualmente, sua asso com a obrigatoriedade. Em vão foram as várias tentativas legais e pressões s no período da Velha República, pela afirmação nacional e constitucion #030 #031 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 24/104 gratuidade e de maior presença da União no ensino obrigatório. Nem mes Revisão Constitucional de 1925/26, em cujo processo havia emenda nesse se logrou êxito. Isto significou que a maioria dos brasileiros ficou sem educação. Somente t direito ao voto, homens alfabetizados, maiores de 21 anos. Geralmente, estudava eram os homens, pois com a implantação do voto universal, mascu letrado, a instrução tornou-se condição de direitos políticos. Pintura em que Aurélio de Figueredo incluiu sua mulher e as três filhas no balcão nobre canto. 2 - CONSTITUIÇÃO DE 1891: Ensino Leigo O parágrafo 6º, do artigo 72, da Constituição da República dos Estados Unid Brasil, promulgada em 1891, dizia: “será leigo o ensino ministrado estabelecimentos públicos”. Tal dispositivo, segundo Anísia de Paulo Figueiredo (1995), dá origem aos m debates da história do Ensino Religioso no Brasil. Fruto da Carta Magna, inspira Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade religiosa, o conteú matéria pretendia garantir tal liberdade, mas é interpretado à moda francesa proíbe qualquer tipo de ensino ou manifestação religiosa em estabelecim públicos, inclusive na escola. Neste período, a interpretação francesa no que ta liberdade religiosa levou em conta a “neutralidade da escola”. A expressão leigo”, segundo Figueiredo (1995), toma o sentido de sem religião, ateu, laic “sem a presença de elementos oriundos das crenças dos cidadãos que frequ as escolas mantidas pelo sistema estatal”. Na concepção dos legislador época, que eram contrários ao Ensino Religioso na escola, tais elem #033 #034 #035 #036 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 25/104 constituíam obstáculo à ideia de um regime onde Igreja e Estado fossem instit independentes. O Ensino Religioso era compreendido por lei como elemento e e de interesse da Igreja Católica, ou seja, era atribuição das instituições religi não do Estado. Além disso, não se pode esquecer, a presença dos imig protestantes no Brasil, que também estavam lutando pela liberdade religiosa. DICA: Aprofunde seu conhecimento sobre esse tema, lendo o artigo: CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação escolar, a exclusão e seus destinat Educação em Revista, n. 48, p. 205-222, 2008. Disponível em: . Acesso em 20 maio 2020. E veja o vídeo sobre a primeira Constituição Republicana, proclamada em 18 Estado Laico, Estados Unidos do Brasil e a Constituição de 1891 Vídeo disponível no AVA Na próxima aula, iremos estudar o período do Governo Vargas e como o E Religioso fez parte das disciplinas das escolas públicas e privadas. Referências: BRASIL. Constituição Brasileira. Diário do Congresso Nacional, de 24 de fev 1891. Legislação Informatizada – Constituição de 1891 - Publicação Or Disponível em: . Acesso: 29 maio 2020. CPDOC. FGV - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporân Brasil. Anos 20 > Crise Política > Constituição de 1891. Disponíve . Acesso em 20 maio 2020. FIGUEIREDO, Aurélio de. Compromisso Institucional (1896). Disponível . Acesso em 20 maio de 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 26/104 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200010&lng=pt&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200010&lng=pt&tlng=pt https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Constituicao1891#:~:text=No%20texto%20constitucional%2C%20debatido%20e,o%20sistema%20de%20governo%20presidencialista. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200010&lng=pt&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200010&lng=pt&tlng=pt https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CF_-_1891.jpg https://pt.wikipedia.org/wiki/1896 https://pt.wikipedia.org/wiki/Aur%C3%A9lio_de_Figueiredo#/media/Ficheiro:CF_-_1891.jpg https://pt.wikipedia.org/wiki/Aur%C3%A9lio_de_Figueiredo#/media/Ficheiro:CF_-_1891.jpg FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. O ensino religioso no Brasil: tendências, conqu perspectivas. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 1995. MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O celeste Porvir: A inserção do protestantism Brasil. 3. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008. p. 43-53. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 27/104 Aula 6 - Governo provisório de Vargas e o Ensino Religioso Objetivo: Perceber como o Ensino Religioso volta a entrar em cena na décad 1930, no Governo provisório de Getúlio Vargas. Introdução Como estão indo? É interessante perceber que o Ensino Religioso acompa debate da história da educação e as relações entre estado e religião no Brasil. Até a década de 1930, durante as quatro primeiras décadas da República, o E Religioso esteve ausente dos estabelecimentos oficiais de ensino. É impo lembrar que já existia, de forma incipiente, uma rede de escolas públicas, m este período, a educação esteve principalmente a cargo das escolas comun religiosas (católicas e protestantes). O Ensino Religioso voltou a ser assunto nas escolas públicas na década de 193 decisão do Chefe do Governo provisório Getúlio Vargas, que se estendeu de 1934. O fim da República Velha, aconteceu em outubro de 1930, quando G Vargas, um gaúcho, assumiu o poder. Iniciou-se também uma reforma do e neste período. Quem iniciou a reforma foi o mineiro, Francisco Luís da Silva Ca Em 30 de abril de 1931, foi editado o Decreto 19.941, que admite o Ensino Re em caráter facultativo nas escolas públicas, nesses termos: DECRETO N. 19.941 - DE 30 DE ABRIL DE 1931 Dispõe sobre a instrução religiosanos cursos primário, secund normal O Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do decreta: Art. 1º Fica facultado, nos estabelecimentos de instrução pri secundária e normal, o ensino da religião. Art. 2º Da assistência às aulas de religião haverá dispensa para os a cujos pais ou tutores, no ato da matrícula, a requererem. Art. 3º Para que o ensino religioso seja ministrado nos estabelecim oficiais de ensino é necessário que um grupo de, pelo menos, alunos se proponha a recebê-lo. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 28/104 Art. 4º A organização dos programas do ensino religioso e a escolh livros de texto ficam a cargo dos ministros do respectivo culto, comunicações, a este respeito, serão transmitidas às autor escolares interessadas. Art. 5º A inspeção e vigilância do ensino religioso pertencem ao E no que respeita a disciplina escolar, e às autoridades religiosas, no q refere à doutrina e à moral dos professores. Art. 6º Os professores de instrução religiosa serão designados autoridades do culto a que se referir o ensino ministrado. Art. 7º Os horários escolares deverão ser organizados de mod permitam os alunos o cumprimento exato de seus deveres religiosos Art. 8º A instrução religiosa deverá ser ministrada de maneira prejudicar o horário das aulas das demais matérias do curso. Art. 9º Não é permitido aos professores de outras disciplinas impug ensinamentos religiosos ou, de qualquer outro modo, ofender os d de consciência dos alunos que lhes são confiados. Art. 10. Qualquer dúvida que possa surgir a respeito da interpre deste decreto deverá ser resolvida de comum acordo ent autoridades civís e religiosas, afim de dar à consciência da família as garantias de autenticidade e segurança do ensino religioso mini nas escolas oficiais. Art. 11. O Governo poderá, por simples aviso do Ministério da Educa Saude Pública, suspender o ensino religioso nos estabelecimentos o de instrução quando assim o exigirem os interesses da ordem públi disciplina escolar. Rio de Janeiro, 30 de abril de 1931, 110º da Independência e 4 República. GETULIO VARGAS. Francisco Campos. Este Decreto facultou o oferecimento, nos estabelecimentos públicos de e primário, secundário e normal, da instrução religiosa/Ensino Religioso facultativo e não obrigatório. Era necessário ter pelo menos 20 aluno estivessem interessados em ter aulas de Ensino Religioso/instrução religios #037 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 29/104 entanto, não era considerada uma disciplina dos horários normais. Ela dever ofertada em horário que não prejudicasse o horário das outras disciplina legislações não apresentam esta condição para a ministração do Ensino Religio Naquele período, a instrução religiosa significava ensinar o catolicismo. também, o movimento chamado: “Pioneiros da Escola Nova” ou “Educador Escola Nova” que eram contra a inclusão do Ensino Religioso, por defender princípios da laicidade, da obrigatoriedade e da gratuidade do ensino público. entanto, a pressão da Igreja Católica era muito forte. Durante o período do Governo provisório que se iniciou em 1930, a Igreja Ca se reestruturou em torno da devoção*. Em 1931, a pedido do episcopado bras o Papa Pio XI nomeou Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil. A disto, a Igreja organizou grandes eventos com muita devoção, demonstrando sua influência sobre a população, o que serviria como pressão para que reivindicações fossem atendidas. No mesmo ano, o dia 12 de outubro foi ma pela inauguração do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, figura máxim reaproximação da Igreja Católica com o Novo Regime, a solenidade contou presença de 45 bispos e do Presidente da República. Vejam: Inauguração do Cristo Redentor em 12 de outubro de 1931 - A escolhida corresponde ao dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Vista panorâmica do Cristo Redentor Vejam: Imagem de Nossa Senhora Aparecida # #039 #040 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 30/104 Imagem de Nossa Senhora Aparecida que fica em uma vitrine blindada no San em Aparecida (SP). 1 - CONSTITUIÇÃO DE 1934: Ensino Religioso A terceira Constituição do Brasil, foi promulgada no 16 de julho de 1934 Assembleia Nacional Constituinte, no Governo provisório de Vargas. A constitucional de 1934 foi fundamental para aproximação da Igreja Católic Estado. Três pontos que caracterizavam esta ligação: 1) Proibição do divórcio e o reconhecimento do casamento religios lei civil; 2) Permissão do ensino religioso nas escolas públicas; 3) Possibilidade do estado financiar escolas, seminários, hospita qualquer outra instituição pertencente à Igreja que tratasse do inte coletivo. Nesta Constituição a disciplina do Ensino Religioso ficou garantida pelo Artigo 1 O ensino religioso será de freqüência facultativa e ministrado de a com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelo ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas pú primárias, secundárias, profissionais e normais. Chamo a atenção para expressão “frequência facultativa” que aparece Constituição pela primeira vez e vai permanecer até os dias atuais. Como j referimos anteriormente, o movimento Escola Nova*, manifestou-se contrário artigo, pois entendiam que ele feria a laicidade da escola pública. O artig afirma em parte decreto N. 19.941, de 30 de abril de 1931. O Ensino Relig #041 #04 #043 #044 #045 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 31/104 constituído como matéria nos horários das escolas públicas primárias, secund profissionais e normais, sendo ministrada de acordo com a confissão religio aluno, de acordo com os pais ou responsáveis. Portanto, o Ensino Religio constitui como Ensino Religioso Confessional, cada aluno terá aulas de E Religioso de acordo com os princípios da sua confessionalidade. Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histór Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201 19): 1889 - Proclamação da República Federativa do Brasil. Separação de quais religiões ou cultos. Liberdade de consciência e crença. As diferentes religiõe aceitas no nosso país, tendo suas práticas livres e abertas. 1891 - Proclamação da Constituição, Carta Magna Republicana que afirm separação do Estado de quaisquer religiões ou cultos. Artigo Art. 72 § 6º leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos”. 1931 - O Ensino Religioso é novamente introduzido nas escolas públicas, s ela de matéria facultativa. 1934 - O Ensino Religioso será de frequência facultativa e ministrado de ac com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pa responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primá secundárias, profissionais e normais. DICA: Expanda seu conhecimento e assista ao vídeo sobre a Escola Nova de Vargas e a relação com o Ensino Religioso: Escola Nova Vargas e Ensino Religioso. Vídeo disponível no AVA A seguir, continuaremos refletindo sobre o período Vargas, no Estado Novo proclamação da Quarta Constituição brasileira, de 1937, percebendo com Ensino Religioso aparece neste período histórico e legislação. Referências: BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 19. BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (16 de jul 1934). Disponível . Aces 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 32/104 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm 22 maio. 2020. BRASIL. Decreto nº 19.941, de 30 de abril de 1931. Diário Oficial da União. Br DF: 06 de maio, 1931. Disponível .Acesso: 15 maio 2020. CPDOC. FGV - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporân Brasil. Anos de incerteza (1930 - 1937) > Constituição de 1934. Disponíve . Acesso em 22 maio. 2020. FONSECA, Alexandre Brasil. Relações e privilégios: estado, secularizaç diversidade religiosa no Brasil. Rio de Janeiro: Novos Diálogos, 2011. JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Rel Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20 6. Disponível em: . Acesso maio 2020. SENADO FEDERAL. Decreto n. 19.941, de 30 de abril de 1931. Disponíve . Disponível em 17 jun. 2020. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 33/104 https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19941-30-abril-1931-518529-publicacaooriginal-1-pe.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19941-30-abril-1931-518529-publicacaooriginal-1-pe.html https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/Constituicao1934 https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/Constituicao1934 http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto%2019.941-1931sobre%20o%20ensino%20religioso.htm http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto%2019.941-1931sobre%20o%20ensino%20religioso.htm Aula 7 - Constituição outorgada por Vargas em 1937 e o Ensino Religioso Objetivo: Verificar como o Ensino Religioso aparece na Constituição outorg por Getúlio Vargas, em 1937. Introdução Como estão? Vocês estão conseguindo perceber como o Ensino Religioso tem um elemento de disputa, especialmente da Igreja Católica, na sua relação Estado e na educação brasileira? O primeiro período do governo Vargas começou em 1930 encerrando em sendo que este período historicamente é dividido em três fases: 1930 a (Governo provisório), 1934 a 1937 (Vargas governou como Presidente da Rep do Governo constitucional, sendo o primeiro presidente eleito pela Assem Nacional Constituinte que se realizou em 1934), e 1937 a 1945 ( período ditat o Estado Novo). Como percebemos na aula anterior, no governo Vargas a Católica se reestruturou, a partir da devoção. Em 1931, a pedido do episcopado brasileiro, o Papa Pio XI nomeou Nossa Se Aparecida como padroeira do Brasil e na mesma data, 12 de outubro de 193 inaugurado o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (considerado uma das 7 mara do mundo moderno). Em 10 de novembro de 1937, Getúlio inaugurou o E Novo, marcado pela centralização do poder, com um nacionalismo exace sentimento anticomunista e autoritário. Os historiadores chamam esse perío Terceira República. O historiador Boris Fausto diz que este período ao mesmo em que foi autoritário, foi também modernizante. 1 - CONSTITUIÇÃO de 1937 e o Ensino Religioso A Constituição de 1937 é a quarta da história do Brasil. Ela marca o fechame Congresso e o início da ditatura de Vargas. Chamada como a Constituição do E Novo, ela foi outorgada pelo presidente Getúlio Vargas no dia 10 de novemb 1937. Neste mesmo dia, foi implantada a ditadura do Estado Novo, por meio golpe de Estado. Esta Constituição afirmava o autoritarismo e o centralism mãos do chefe do Executivo, “a colocava em sintonia com os modelos fascistiz de organização político-institucional então em voga em diversas partes do m rompendo com a tradição liberal dos textos constitucionais anteriormente vig #046 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 34/104 no país” Esta Constituição, por este motivo, também era chamada de Pola texto constitucional não consta a questão da liberdade de consciência e de c refletindo o contexto autoritário deste período histórico. Em relação ao Ensino Religioso, o texto constitucional afirma no Artigo O ensino religioso poderá ser contemplado como matéria do ordinário das escolas primárias, normais e secundárias. Não po porém, constituir objeto de obrigação dos mestres ou professores, de freqüência compulsória por parte dos alunos. O Ensino Religioso, na Constituição é contemplado como matéria do ordinário dos diferentes níveis de ensino: escolas primárias, secundárias e no No entanto, não constitui como objeto de obrigação dos mestres e professore tampouco a obrigação de alunos/as participarem das aulas. Nesta Constituiç 1937, portanto, perdeu-se a obrigatoriedade do Ensino Religioso. Importante também lembrar que, em 31 de março de 1938, saiu o decre nacionalização do Ensino, e com isto, foram estatizadas ou fechadas muitas e comunitárias no Brasil. Estas escolas eram mantidas pelos imigrantes e m vezes, as aulas se realizavam ainda na língua dos/as imigrantes. A partir do d da nacionalização do Ensino Religioso, afirmou-se novamente que a edu deveria acontecer na língua oficial brasileira, o português. Em muitas escolas, governo ditatorial, foram organizados altares à pátria brasileira, pois Constituição afirmava fortemente o nacionalismo. Cartilha " Getúlio Vargas para crianças", 1942. Rio de Janeiro(RJ). (CPDOC/ C Rev.30) Imagem 15 de 23. #047 #048 #049 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 35/104 Sugestão de Leitura: Para saber mais sobre este decreto da nacionalizaçã 1938 e a influência nas escolas comunitárias e na vida das mulheres sug leitura da tese de doutorado de ULRICH, Claudete Beise. Recuperando espaç emancipação na história de vida de ex-alunas de escola comunitária luterana Leopoldo: Escola Superior de Teologia, 2006. p. 133-205. Disponível http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Doutor/ulrich_cb_td55.pdf Outra questão importante deste período histórico é o Decreto-Lei nº 4.244, do de abril de 1942, que instituiu a lei orgânica do ensino secundário. No artigo 2 DA EDUCAÇÃO RELIGIOSA Art. 21. O ensino de relação constitue parte integrante da educ adolescência, sendo lícito aos estabelecimentos de ensino secun incluí-lo nos estudos do primeiro e do segundo cíclo Parágrafo único. Os programas de ensino de religião e o seu re didático serão fixados pela autoridade eclesiástica. O artigo 21 coloca o Ensino Religioso como parte integrante da edu adolescente, nos três ciclos de ensino: primeiro, segundo e ensino secundário claro que os programas de ensino de religião e o seu regime didático eram f pelas autoridades eclesiásticas. Portanto, o Ensino Religioso não responsabilidade da escola e sim, das igrejas. Na próxima aula, vamos estu Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na (LDBEN) de 1961 e o Ensino Religioso. DICA: Aprofunde seu conhecimento sobre o tema, assistindo ao vídeo: Ensino Religioso, Estado Laico e Vargas. Vídeo disponível no AVA Referências: BRASIL. Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 10 novembro de 1937 Civil: Subchefia para assuntos jurídicos. Disponível . Aces 21 maio de 2020. BRASIL. Decreto-Lei nº 4.244, de 9 de abril de 1942. Diário Oficial da Legislação Informatizada - DECRETO-LEI Nº 4.244, DE 9 DE ABRIL DE 1 Publicação Original. Brasí lia, DF: 10, abril, 1942. Disponível em #050 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 36/104 http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Doutor/ulrich_cb_td55.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4244-9-ab1942-414155-publicacaooriginal-1-pe.html >. Acesso: 21 maio 2020. CPDOC. FGV - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporân Brasil. Diretrizes do Estado Novo (1937 - 1945) > Constituição de 1937. Disp em: . Acesso em 21 maio de 2020. FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12 ed. São Paulo: Universidade de São 2007. 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 37/104 https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4244-9-abril-1942-414155-publicacaooriginal-1-pe.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4244-9-abril-1942-414155-publicacaooriginal-1-pe.html https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/Constituicao1937 https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/Constituicao1937 Aula 8 - Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBE 1961 e o Ensino Religioso. Objetivo: Estudar o histórico do Ensino Religioso no Brasil, bem com referências legais a partir da Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretri Bases da Educação Nacional (LDBEN). Introdução A Constituição de 1946, a quinta do Estado brasileiro, não apresenta gr inovações na área da educação. Esta Constituição foi promulgada no dia setembro de 1946. Retorna-se, de certo modo, à Constituição de 1934. Pod entendida como um passaporte para a volta à vida democrática, depois da dit de Vargas. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi deba elaborada no contexto de redemocratização* do país, logo após a queda do E Novo (1937-1945). No entanto, levou 13 anos para ser promulgada. E promulgada e somente em, 20 de dezembro de 1961, com o n° 4.024, e duas reformulada: pela Lei nº 5.692/1971 e pela Lei nº 9.394/1996. A primei que é mencionada a importância de se ter uma Lei de Diretrizes e Bas Educação Nacional (LDBEN) foi na Constituição de 1934. Buscaremos perceber são os principais aspectos que a Constituição de 1946 e a LDBEN apresentaram o Ensino Religioso. 1 - CONSTITUIÇÃO de 1946: liberdade de consciência e de crença A Constituição de 1946 voltou a afirmar a liberdade de consciência e de cren artigo 141 § 7º - “É inviolável a liberdade de consciência e de crença e assegu livre exercício dos cultos religiosos, salvo o dos que contrariem a ordem públ os bons costumes. As associações religiosas adquirirão personalidade juríd forma da lei civil.” Nos parágrafos seguintes afirma-se § 8º - Por motivo de convicção religiosa, filosófica ou política, ning será privado de nenhum dos seus direitos, salvo se a invocar pa eximir de obrigação, encargo ou serviço impostos pela lei brasileiros em geral, ou recusar os que ela estabelecer em substit daqueles deveres, a fim de atender escusa de consciência. § 9º - Sem constrangimento dos favorecidos, será prestada brasileiro (art. 129, nº I e II) assistência religiosa às forças arm e, quando solicitada pelos interessados ou seus representantes le também nos estabelecimentos de internação coletiva. #051 #052 s 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 38/104 § 10 - Os cemitérios terão caráter secular e serão administrados autoridade municipal. É permitido a todas as confissões relig praticar neles os seus ritos. As associações religiosas poderão forma da lei, manter cemitérios particulares. Portanto, aqui tem um dado interessante: ninguém poderia ser privado de direitos por convicção religiosa, filosófica ou política. Este aspecto é impor pois, em junho de 1937, o ministério das relações exteriores havia proib entrada de indivíduos de origem semítica no Brasil, dentro de uma p migratória restritiva iniciada em 1934, que estabelecia cotas por nacionalida questão relativa aos judeus indica, não somente um preconceito racial, m etnia, língua, nacionalidade e religião. Também a assistência religiosa às armadas aparece nesta Constituição. Os cemitérios também assumem c secular e todas as confissões religiosas podem realizar os seus ritos nos cemi As associações religiosas também podiam manter cemitérios particulares. E ele voltou... o Brasil no segundo governo Vargas 2 - Constituição de 1946: Ensino Religioso A educação é colocada como um direito e necessita estar baseada na liberd solidariedade humana. Assim lemos nos artigos 166 e 167 Art 166 - A educação é direito de todos e será dada no lar e na es Deve inspirar-se nos princípios de liberdade e nos ideais solidariedade humana. Art 167 - O ensino dos diferentes ramos será ministrado pelos Pod #053 #054 #055 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 39/104 Públicos e é livre à iniciativa particular, respeitadas as leis q regulem. A Constituição de 1946 também no do Art. 168, no item V afirma: Art 168 - A legislação do ensino adotará os seguintes princípios: V - o ensino religioso constitui disciplina dos horários das es oficiais, é de matrícula facultativa e será ministrado de acordo c confissão religiosa do aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou seu representante legal ou responsável. A Constituição de 1946 apresenta novidades. Afirma que o Ensino Religioso co disciplina dos horários das escolas oficiais. No entanto, afirma que é de ma facultativa e será ministrada de acordo com a confissão do/a aluno/a. O mod Ensino Religioso continuou a ser confessional. Cada aluno/a terá Ensino Rel conforme a sua confissão religiosa. Com a Constituição Federal de 1946, o E Religioso é contemplado como dever do Estado para com a liberdade religio cidadão. 3 - Primeira LDBEN nº 4024/61 A primeira LDBEN levou 13 anos para ser aprovada. Havia muitas discuss controvérsias, especialmente, em torno dos recursos do Estado para edu Havia debates se o recursos deveriam ser empregados somente para escola pú ou também para escola privada. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na (LDBEN), de nº 4.024 foi sancionada pelo Presidente da República, João Goula 20 de dezembro de 1961. A LDBEN manteve a estrutura tradicional do ens única vantagem foi que não prescreveu um currículo fixo e rígido para t território nacional em cada nível e ramo. 4 - LDBEN de 1961 e o Ensino Religioso A LDBEN assim regulamenta o Ensino Religioso Art. 97. O ensino religioso constitui disciplina dos horários das es oficiais, é de matrícula facultativa, e será ministrado sem ônus pa poderes públicos, de acôrdo com a confissão religiosa do a manifestada por êle, se fôr capaz, ou pelo seu representante leg responsável. § 1º A formação de classe para o ensino religioso independe de nú mínimo de alunos. #056 #057 #058 22/02/25, 10:32 Aulas https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 40/104 § 2º O registro dos professôres de ensino religioso será real perante a autoridade religiosa respectiva. A LDBEN de 1961 reconheceu o Ensino Religioso como disciplina nos ho oficiais, mas sem ônus para os cofres públicos. Uma questão que tem acompa a história do Ensino Religioso. Manteve também o Ensino Religioso confo confissão religiosa do aluno. Deixou claro que a formação de classe para a dis não dependia do número de alunos/as para a sua realização. Também a quest formação dos professores de Ensino Religioso não foi esclarecida. O regist professores para lecionar a disciplina era determinado pela autoridade religiosa De acordo com Sergio Junqueira (2015) Como consequência da Constituição da “Terceira República” estabelecida a primeira lei de orientação geral da educação brasile Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino, de 1961 (Lei n.º 4.024), em seu artigo 97, homologou o modelo mais antigo e utilizad Ensino Religioso em todo o território nacional, o Ensino Reli Confessional. A LDBEN legitimou o Ensino Religioso confessional, com a criação de turm acordo com as confissões religiosas dos/as alunos/as, sem responsabilida Escola e do Estado.