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Aulas
Site: AVA - FACULDADE UNIDA
Curso: 02 - Ensino Religioso Escolar no Brasil: História e Legislação
Livro: Aulas
Impresso por: Rômulo Luiz da S
Data: sábado, 22 fev 20
Índice
Apresentação da Disciplina
Aula 1 - Aspectos da história da conquista do Brasil e sua colonização: evangelização e catequização dos povos indígenas
Aula 2 - A Religião apoiou e justificou a longa escravidão no Brasil
Aula 3 - Chegada da família imperial em 1808: primeira Constituição brasileira outorgada em 1824 e a relação com a religião
Aula 4 - Brasil Imperial: Constituição de 1824, a educação e o Ensino Religioso
Aula 5 - Constituição Republicana proclamada em 1891 e o Ensino Religioso Escolar
Aula 6 - Governo provisório de Vargas e o Ensino Religioso
Aula 7 - Constituição outorgada por Vargas em 1937 e o Ensino Religioso
Aula 8 - Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1961 e o Ensino Relig
Aula 9 - Ensino Religioso: Constituição de 1967 e LDBEN de 1971
Aula 10 - Período de redemocratização: Constituição de 1988 e o Ensino Religioso
Aula 11 - Criação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) em 1995
Aula 12 - Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996 e a nova redaçã
artigo 33, que trata do Ensino Religioso, na lei nº 9475/97
Aula 13 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
Aula 14 - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (1997)
Aula 15 - Concordata/Acordo Brasil-Vaticano/2010 e o Ensino Religioso
Aula 16 - Ensino Religioso nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação – 1998 e 2010
Aula 17 - Sistemas de Ensino e o Ensino Religioso
Aula 18 - Modelos de Ensino Religioso escolar que fazem parte da história da educação brasileira.
Aula 19 - Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Ensino Religioso
Aula 20 - Formação docente para lecionar o componente Ensino Religioso: Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos
licenciatura em Ciências da Religião/2018
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 1/104
https://ead1.fuv.edu.br/
Apresentação da Disciplina
Prezados e Prezadas estudantes,
Neste semestre, vamos estudar o Ensino Religioso Escolar no Brasil: hist
legislação. Este componente curricular tem história na educação brasileira e ap
nas diferentes legislações. Buscaremos entender como o Ensino Religioso foi 
construído a partir dos contextos históricos, sociais, políticos, educacionais e 
Estudaremos o Ensino Religioso Escolar no Brasil a partir de três tópicos: hi
legislação e a concepção deste componente curricular.
Neste sentido, perceberemos como o Ensino Religioso aparece nas Constit
brasileiras, Leis de Diretrizes de Base na Educação Nacional (LDBEN), Base Na
Comum Curricular (BNCC), bem como, constatar que existem professores/
Ensino Religioso, organizados no Fórum Nacional de Pesquisadores do E
Religioso (FONAPER).
Ao longo das aulas, vocês terão acesso há muitas leituras, reflexões, po
imagens, artigos, vídeos e temas para ampliar o processo de aprendizagem.
de termos uma aula on-line.
Vocês estão convidadas e convidados para viajarem comigo em alguns aspec
tempo da história e nas diferentes legislações do Brasil, ampliando o conheci
sobre este componente curricular, que ainda hoje continua sendo um cam
conhecimento em disputa.
Bons estudos! Estaremos juntos nesta linda aventura da construçã
conhecimento! 
QUEM É A DOCENTE DESTA DISCIPLINA?
Claudete Beise Ulrich, doutora em teologia: área de concen
educação e religião, pós-doutorado em história e edu
Graduada em Teologia e Licenciada em Pedagogia. Pós-grad
em Ensino Religioso. Professora da Faculdade Unida de V
Coordenadora do Curso Licenciatura em Ciências das Rel
Coordenadora dos grupos de Pesquisa Cátedra de Teologia P
e Estudos da Religião Rev. João Dias de Araújo e Religião, Gênero, Violê
Direitos Humanos (REGEVI)
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 2/104
Vídeo disponível no AVA
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 3/104
Aula 1 - Aspectos da história da conquista do Brasil e sua colonização: evangelização e catequizaç
povos indígenas
Objetivo: Estudar aspectos da conquista do Brasil e a sua coloniz
evangelização e catequização dos povos indígenas.
Vídeo disponível no AVA
Introdução 
Não é de agora que o Ensino Religioso participa dos currículos escolares no Br
Ensino Religioso aparece nas reflexões sobre educação neste país, nos dife
períodos históricos. Em cada fase histórica, o Ensino Religioso assumiu dife
características pedagógicas e legais.
No período do Brasil Colônia não é possível falar em políticas públicas p
educação e tampouco em Ensino Religioso. A inclusão de temas religios
educação brasileira aconteceu devido as atividades de evangelização realizada
Companhia de Jesus (a partir da sua chegada em 1549) e outras instit
religiosas cristãs católicas. Percebe-se isto no documento dos Jesuítas, na
Studiorum, que não era um método pedagógico “inovador que influencia
educação moderna, mesmo assim, foi ponte entre o ensino medieval
moderno”. 
Como um dos ministérios mais importantes da nossa Compan
ensinar ao próximo todas as disciplinas convenientes ao n
Instituto, de modo a levá-lo ao conhecimento* e amor do Criad
Redentor nosso, tenha o Provincial como dever seu zelar com 
empenho para que aos nossos esforços tão multiformes no ca
escolar corresponda plenamente o fruto que exige a graça da n
vocação.
O objetivo da educação, portanto, era conduzir os indígenas ao abandono da
crenças, modos de vida, costumes, submetendo-os ao Catolicismo e ao tra
forçado. Importante registrar que os Jesuítas foram expulsos do Brasil em 175
Marquês de Pombal, devido a criação de aldeamentos e de se colocarem co
escravização dos indígenas. A educação passou para outros grupos/ordens reli
afirmando ainda mais a catequização.
#001
#002
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 4/104
Aprofunde seu conhecimento sobre o tema, assistindo ao vídeo: Jesuít
no Brasil.
Vídeo disponível no AVA
1 - Conquista do Brasil pelos portugueses 
Selo Comemorativo do Brasil 2012
O Brasil foi conquistado em 1500, e esta signif
morte de muitos povos indígenas que aqui res
Portanto, a chegada dos portugueses em solo bra
e na América Latina não foi nada harmoniosa e pa
Houve luta e o continente foi conquistado com a e
e a cruz.
Os povos indígenas transmitiam oralmente a religião para seus filhos e filhas
acontecia através da vida cotidiana, das festas, dos ritos, do contar histórias, 
Lembro aqui o mito da mandioca que é um elemento fundamental da vi
diferentes povos indígenas para alimentação, e rituais religiosos, apontando
uma relação feminina, materna das mulheres com as plantas. A mandioca é 
da Amazônia. Há diferentes mitos sobre a mandioca. Os mitos estão ligados 
natureza, com a vida cotidiana, com modos de ser e viver.
Mani: A lenda da Mandioca
Diz a lenda tupi que, certa vez, uma índia teve uma linda filhin
quem deu o nome de Mani. A menina era muito bonita e de pele
clara, alegre e falante, e era amada por todos.
Mani parecia esconder um mistério, era uma menina muito diferen
restante das crianças, vivia sorrindo e transmitindo alegria par
pessoas da tribo.
Certo dia, porém, a indiazinha não conseguiu se levantar da rede. 
a tribo ficou alvoroçada. O pajé correu pra acudir, levou erv
bebidas, fez muitas rezas.
Mesmo assim, nem as rezas do pajé, nem os segredos da mata vir
nem as águas profundas e muito menos a banha de animais 
puderam evitar a morte de Mani.
A menina morreu com um longo sorriso no rosto. Os pais resolv
enterrá-la na própria oca onde moravam, pois isso era costume
índios tupi. Regaram a cova com água, mas também com m
lágrimas, devido à saudade da menina.
#003
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Passados alguns dias, no local em queDe acordo com Maria Amélia Schmidt Dickie (2003) “Ao 
os limites da responsabilidade do Estado pela disciplina do Ensino Religioso
permitiu que ele se realizasse de acordo com o interesse das Igrejas. A elas c
iniciativa de implementá-lo nas escolas públicas (por definição não confessio
assumindo elas a responsabilidade pelos conteúdos e pela escolha
professores.” Isto permitiu à Igreja Católica retomar a sua hegemonia ta
na educação. A autora também aponta, citando a pesquisadora Lurdes Caron, 
maioria dos professores/as de Ensino Religioso, neste período histórico, 
padres, freiras e ou professores leigos ligados a movimentos de igrejas, ser
outros serviços comunitários. Quase todos eram voluntários como professor
ER, alguns poucos pagos pelo estado ou pelas prefeituras”.
A Constituição de 1946 e a primeira LDBEN de 1961 afirmou um Ensino Re
baseado na confessionalidade dos alunos/as e, poderíamos dizer, a voluntari
dos/as professores/as. Isto significa que não era exigida uma formação esp
para estes/as professores/as. A única exigência era que os/as professore
lecionassem a disciplina fossem da mesma confessionalidade dos/as alunos
#059
#060
#061
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22/02/25, 10:32 Aulas
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seguir, vamos estudar a sexta Constituição proclamada em 1967 e segunda L
de 1971 e como a disciplina Ensino Religioso foi tratado pela mesma, os avan
recuos. 
Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histór
Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201
20): 
1946 – Art 168 – A legislação do ensino adotará os seguintes princípios V
Ensino Religioso constitui disciplina dos horários das escolas oficiais, 
matrícula facultativa e será ministrado de acordo com a confissão religios
aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou pelo seu representante lega
responsável. 
1961 - Art. 97 - O Ensino Religioso constitui disciplina dos horários das es
oficiais, é de matrícula facultativa, e será ministrado sem ônus para os pod
públicos, de acôrdo com a confissão religiosa do aluno, manifestada por êle, s
capaz, ou pelo seu representante legal ou responsável.
§ 1º A formação de classe para o Ensino Religioso independe de número mí
de alunos.
§ 2º O registro dos professôres de Ensino Religioso será realizado peran
autoridade religiosa respectiva.
DICA: Assista aos vídeos e expanda seu conhecimento sobre a história e a
educação brasileira:
Movimento de Educação de Base/MEB - 1961/1966.
Vídeo disponível no AVA
Resumão de história da educação brasileira.
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. 
Maria: UFSM, NTE, 2018. 
BRASIL. Constituição dos Estados Unidos do Brasil (18 de setembro de 1
Presidência da República; Casa Civil; Subchefia para assuntos jurídicos. Disp
em: . Acesso em 20 maio 2020. 
DICKIE, Maria Amélia Schmidt. “Todos os caminhos levam a Deus” - o CONE
Ensino Religioso em Sta. Catarina, Brasil. Reunião anula da associação nacio
pós-graduação. Caxambu. Resumos, São Paulo: Anpocs, 2003. p. 1-26. Disp
em: . Acesso em 20 maio de 2020. 
FONSECA, Alexandre Brasil. Relações e privilégios: estado, secularizaç
diversidade religiosa no Brasil. Rio de Janeiro: Novos Diálogos, 2011. 
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Rel
Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20
7. Disponível em: . Acesso 
maio 2020. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Lei de Diretrizes e Bases da Edu
Nacional: nº 4024/61. Brasília: MEC, 1961. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4024.htm>. Acesso em 13.jun.2015
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 43/104
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-ldben
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-ldben
https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file
https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4024.htm
Aula 9 - Ensino Religioso: Constituição de 1967 e LDBEN de 1971
Objetivo: Estudar como o Ensino Religioso foi entendido na Constit
proclamada em 1967 e na segunda LDBEN n.º 5.692/71.
Introdução
Prezados e Prezadas estudantes,
Espero que esteja tudo bem! Que vocês estejam acompanhando o desenvolvi
histórico das discussões do Ensino Religioso na educação brasileira.
O Ensino Religioso no Brasil, como vimos na Constituição brasileira de 1
também na primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBE
1961, fortaleceu um modelo confessional, com viés catequético, sem ônus p
Estado, de preferência com professores/as voluntários/as. Foi entendido 
disciplina, mas pode-se dizer, que não de forma plena. Ao ser regulamenta
LDBEN, introduziu-se elementos novos, dando-lhe o tratamento de um compo
da educação, mas “sem ônus para os cofres públicos”. Segundo Sérgio Jun
(2015), “em 1964, no quarto período republicano, o governo militar, por meio 
golpe armado, depôs o presidente constitucional João Goulart, e, para progra
regime autoritário da ditadura, foi necessário revogar e alterar dispositiv
legislação sobre a educação.” O golpe civil-militar também significou ref
na educação brasileira.
Em 24 de janeiro de1967, foi promulgada e decretada uma nova Constituiçã
17 de outubro de 1969, foi realizada uma Emenda Constitucional. Desta forma
nova proposta de LDBEN n.º 5.692/71 foi promulgada, para o ensino de 1º
Graus, que, em seu artigo 7º (sem revogar totalmente a LDBEN de 1961), rep
dispositivo da Carta Magna de 1967 e a Emenda Constitucional n.º 1/69.
Emenda introduziu Educação Moral e Cívica com disciplina obrigatório no curríc
Queremos, a seguir, estudar como o Ensino Religioso foi entendido na Consti
de 1967 e período histórico do Brasil.
1 - Constituição de 1967 e o Ensino Religioso
A Constituição de 1967 no seu Art 150 – e parágrafos 1º e 5 º
assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa
inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdad
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
#063
#06
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 44/104
§ 1º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção, de sexo, 
trabalho, credo religioso e convicções políticas. O preconceito de
será punido pela lei.
§ 5º - É plena a liberdade de consciência e fica assegurado aos cr
o exercício dos cultos religiosos, que não contrariem a ordem púb
os bons costumes.
É importante frisar que a Constituição de 1967 garantia a liberdade de consciê
de cultos. Em relação ao Ensino Religioso o Art. 167 no item “V – o Ensino Rel
de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das e
oficiais de grau primário e médio.”
No entanto,a lei não deixa claro como serão as aulas e a contratação d
professores/as. Apenas afirma o Ensino Religioso como disciplina nos ho
normais nas escolas oficiais e nos graus primário e médio. Também a em
constitucional de 17 de outubro de 1969 nada alterou em relação a esta disc
Portanto, a novidade desta Constituição é a extensão do Ensino Religioso p
ensino médio.
A seguir, vamos estudar a segunda LDBEN Nº 5.692, decretada e sanciona
Brasil no dia de 11 de agosto de 1971. 
2 - LDBEN Nº 5.692
A segunda Lei de Diretrizes de Bases para Educação Nacional (LDBEN) nº 
fixou Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus. A educação e
perspectiva tecnicista. A LDBEN do período do governo militar introduziu alg
disciplinas novas de forma obrigatória no currículo 
Art. 7ºSerá obrigatória a inclusão de Educação Moral e C
Educação Física, Educação Artística e Programas de Saúde
currículos plenos dos estabelecimentos de lº e 2º graus, obser
quanto à primeira o disposto no Decreto-Lei n. 369, de 12 de sete
de 1969.
Foram introduzidas as disciplinas de Educação Moral e Cívica, Educação 
Educação Artística e Programas de Saúde. Buscou-se, neste período, formar a
voltados ao civismo e à moral, de acordo com o regime militar. O Ensino Re
assim foi definido, num parágrafo único:
#065
#066
#067
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 45/104
Parágrafo único. O Ensino Religioso, de matrícula faculta
constituirá disciplina dos horários normais dos estabelecimentos of
de 1º e 2º graus. 
O Ensino Religioso é colocado na LDBEN, nos governos militares, como disc
nos horários normais e estendido para o 2º grau. No entanto, continua
matrícula facultativa. De acordo com Evaldo Luiz Pauly (2004) 
Os ministros dos governos militares, por sua vez, mantiveram o e
religioso ao outorgarem a Constituição de 1967, e, pela le
5.692/71, os cofres públicos reassumiram os custos de sua realiz
Além disso, o ensino religioso é estendido para o 2º grau.
Além do mais o Ensino Religioso assumiu, neste período, uma perspecti
formação moral do sujeito, ligado à disciplina Educação Moral e Cívica. É 
período que se introduziu a questão de trabalhar valores no Ensino Religio
Brasil começou a se industrializar e necessita de mão de obra que não seja c
Neste sentido, Luiz Claudio Borin (2018) afirma 
O governo não possuía nenhum interesse em promover algum m
de discussão relativo ao tema da religiosidade, pois a finalidad
Ensino Religioso consistia, além de formar cidadãos com atit
morais adequadas ao status quo, em moldar um sujeito acrítico
propósitos governamentais.
Para entender melhor como o Ensino Religioso estava organi
basta verificarmos que procurar alinhar-se com os modelo
educação em vigência naquele momento histórico (década de 1
Nesse sentido, justificava-se o seu caráter “moral”, pois juntam
com a disciplina de Educação Moral e Cívica, visava formar moralm
cidadãos cônscios de suas responsabilidades para com o Estado.
dizer que então o Ensino Religioso poderia favorecer os pod
vigentes da época.
É importante lembrar também que aqueles que não concordavam com este si
saíram do país, foram exilados e muitos assassinados. Um importante educado
foi exiliado doi Paulo Freire, devido ao trabalho de alfabetização que realizav
agricultores, na região nordeste do Brasil. Um livro importante deste períod
livro Pedagogia de Oprimido de FREIRE, Paulo, publicado em 1970 nos Es
#068
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22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 46/104
Unidos e no Brasil somente em 1981. O método de Paulo Freire valoriz
realidade, o contexto das pessoas, constituindo-se não como uma edu
bancária e sim, como emancipadora.
Paulo Freire 
Dica: Paulo Freire é o terceiro autor mais lido no mundo. Assista o Vídeo:
Audiobook: "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire.
Vídeo disponível no AVA
Neste período, surgiu também na América Latina a Teologia da Libertação, 
consequência do Vaticano II, apresentando mudanças significativas na form
Igreja Católica atuar, colocando no centro da reflexão-ação os pobres. Impo
lembrar que o livro do peruano GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da Libertaçã
publicado em 1971. Por parte, dos protestantes lembro o livro de ALVES, Rube
Esperança, publicado nos Estados Unidos em 1969 e no Brasil somente, em 1
Veja o vídeo - Da Esperança (Rubem Alves) – Resenha
Vídeo disponível no AVA
Havia ditaduras militares em vários países da América Latina. Todo o cont
latino-americano necessitava, urgentemente, de nova reflexão teológ
pedagógica. Estes movimentos sociais, educacionais, entre outros, 
fundamentais para o processo de redemocratização do Brasil. Na próxima
vamos estudar o processo de redemocratização, depois de 21 anos de ditatur
militar, e a reorganização cidadã e na proclamação da atual Constituição bras
em 1988. 
DICA: Sugiro que assista essa sequência de entrevistas para ampliar seu
conhecimento sobre o período ditatorial e religião:
#071
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 47/104
Religare - Conhecimento e Religião sobre religião e ditadura, parte 1.
Vídeo disponível no AVA
 
Religare - Conhecimento e Religião sobre religião e ditadura, parte 2
Vídeo disponível no AVA
 
Religare - Conhecimento e Religião sobre Igrejas cristãs e ditadura, p
1.
Vídeo disponível no AVA
 
Religare - Conhecimento e Religião sobre Igrejas cristãs e ditadura, p
2.
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. 
Maria: UFSM, NTE, 2018. 
BRASIL. Constituição da República Federativa de 1967. Disponível 
. A
em 22 maio de 2020.
BRASIL. Lei N 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases p
ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Disponível 
. Acesso em 22 maio 20
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Rel
Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20
7. Disponível em: . Acesso 
maio 2020.
PAULY, Evaldo Luiz. O dilema epistemológico do ensino religioso. Revista Bra
de Educação, n. 27, 2004. p. 127-212. Disponível 
. Acesso em 22 maio 2020
o
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 48/104
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.692-1971?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.692-1971?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n27/n27a11.pdf
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 49/104
Aula 10 - Período de redemocratização: Constituição de 1988 e o Ensino Religioso
Objetivo: Refletir sobre a Constituição de 1988 e o Ensino Religioso
Introdução
Vídeo disponível no AVA
O Ensino Religioso como parte do sistema educacional brasileiro necessita
novas articulações entre as entidades religiosas. Desta forma, foram criadas,
período da ditadura civil-militar brasileira, em alguns estados, associações com
exemplo, em Curitiba a ASSINTEC (Associação Interconfessional de Educaç
Curitiba – PR). Esta associação, surgiu em 02 de janeiro de 1973, a par
movimento ecumênico. Em Santa Catarina, o CIER (Conselho de Igrejas p
Educação Religiosa de Santa Catarina), foi fundado em 08/ de fevereiro de 19
IRPAMAT (Instituto Regional de Pastoral doMato Grosso – MS) surgiu em 
dezembro de 1977. Estas instituições que se organizaram como entidades
assessoravam as Secretarias de Educação, nos seus estados. Estas organiz
tinham uma dimensão ecumênica, interconfessional. De acordo com Maria A
Schmidt Dickie (2003) “A inter-confessionalidade cristã foi uma opção de mu
que possibilitou suavizar o caráter catequético do ER.” Isto significa q
reuniram, especialmente, representantes de Igrejas Cristãs, neste pr
momento.
Estas e outras entidade mantiveram-se como grupos organizados para repre
os coordenadores estaduais de Ensino Religioso de todo o país, e justif
apresentar a emenda que visava a normatização da educação religiosa no
constitucional encaminhada à Comissão de Sistematização da Assembleia Na
Constituinte. Com isso, criou-se um forte lobby das Igrejas Cristãs, em espec
liderança aberta ou não da Igreja Católica Apostólica Romana. A 
Constituição foi proclamada em 1988, depois de um longo período de discuss
propostas realizadas em diferentes grupos, associações, organizações em t
Brasil (processo este chamado de constituinte). A redemocratização do país re
muitas esperanças dos/as brasileiros/as. Nas décadas de 1980 e 1990 m
mudanças aconteceram nos diferentes aspectos da vida nacional. 
1 - Constituição de 1988 e o Ensino Religioso
A proclamação da Constituição de 1988 afirmou a cidadania* do povo brasileir
se lê logo no primeiro artigo.
#072 
#073
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constit
em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político. 
A Constituição de 1988 é conhecida como Constituição Cidadã, isto signific
todos/as brasileiros/as têm direitos e deveres. Também o Ensino Religioso d
assim estar declarado na Constituição, com o viés da cidadania. Assim diz o 
210 
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundame
de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos va
culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disc
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em l
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utiliz
de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
O Ensino Religioso está garantido na Constituição como disciplina dos ho
normais das escolas públicas de ensino fundamental, mas será de ma
facultativa. Importante também mencionar o artigo 5º, que torna todos e 
iguais diante da lei, portadores de direitos.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer nat
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolab
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos t
seguintes: 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, s
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na f
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assist
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para exim
#074
#
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de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir pres
alternativa, fixada em lei;
No Art. 19 lemos. 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou 
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada
forma da lei, a colaboração de interesse público;
A Constituição de 1988 afirmou de forma muito clara a liberdade de consciênc
culto, a cidadania e o Ensino Religioso como disciplina dos horários normai
escolas públicas de ensino fundamental, ainda que de matrícula facultativa. I
os/as pais tinham e tem a liberdade de escolher se o seu/sua filho/filh
participar do Ensino Religioso. No entanto, a escola tem a obrigação de ofer
disciplina em seu currículo escolar. Entretanto, uma questão, que ficou em ab
sobre a formação, contratação e pagamento dos/as professores/as do E
Religioso. Na próxima aula vamos estudar a criação do Fórum Nacional Perma
do Ensino Religioso (FONAPER) em 1994 e a LDBEN de nº 9.304/96. 
A Constituição de 1988 afirma a liberdade cultos. 
Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histó
Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 
1988 - Proclamada a “Constituição Cidadã”. Com ela o Ensino Religioso no 
210, parágrafo primeiro diz: "O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, cons
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental".
Por sua vez, o artigo 5 define: "é inviolável a liberdade de consciência e de c
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma 
a proteção aos locais de culto e a suas liturgias".
No artigo 19, consta: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
Municípios:
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 52/104
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-l
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de depen
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
DICA: Veja os vídeos a seguir e aprofunde seu conhecimento sobre liberdade
religiosa no Brasil, bem como Ensino Religioso nas escolas públicas:
Liberdade religiosa & Estado laico.
Vídeo disponível no AVA
Ensino Religioso nas Escolas Públicas - parte 3.
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. 
Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 29. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do 1988. Disponível 
. Acesso em 20 maio. 2020. 
DICKIE, Maria Amélia Schmidt. “Todos os caminhos levam a Deus” - o CONE
Ensino Religioso em Sta. Catarina, Brasil. Reunião anual da associação nacio
pós-graduação. Caxambu. Resumos, São Paulo: Anpocs, 2003. p. 1-26. Disp
em: . Acesso em 20 maio de 2020.
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 53/104
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html
https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file
https://anpocs.com/index.php/papers-27-encontro-2/gt-24/gt18-20/4274-mdickie-todos/file
Aula 11 - Criação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) em 1995
Objetivo: Estudar a criação Fórum Nacional Permanente do Ensino Reli
(FONAPER) em 1995.
Vídeo disponível no AVA
Introdução
A Constituição de 1988 declarou e afirmou a educação básica como um 
universal. Neste sentido, é importante perceber que o Ensino Religioso tamb
colocado como disciplina nos horários normais, mesmo que ainda de 
facultativa, pois isto tem a ver com a liberdade de crença, também garant
Constituição como um direito. A educação, no entanto, necessitava de
legislação própria, de uma nova LDBEN, a qual foi aprovada em 20 de dezem
1996.
Neste sentido,antes de estudarmos a LDBEN, em relação ao Ensino Rel
vamos refletir sobre a organização do Fórum Nacional Permanente do E
Religioso (FONAPER) que aconteceu de forma articulada em 1995. Como já 
anteriormente, já havia, nos diferentes estados brasileiros, associações, instit
ecumênicas interconfessionais que estavam assessorando as secretaria
educação em relação ao Ensino Religioso. No entanto, a criação do FONAPER b
reunir num Fórum nacional e permanente de discussão sobre o Ensino Religio
ano de 2020, este fórum completa 25 anos. 
1 - Criação do FONAPER 
Na aula anterior, acentuamos que a organização interconfessional, ecumênic
fundamental como movimento para dialogar frente à crise política, no p
histórico, da ditadura no Brasil. A reunião destes grupos nas décadas de 1
1980 ajudaram a fortalecer o trabalho em conjunto das diferentes Igrejas C
Com a redemocratização, o Ensino Religioso procurou a sua redefinição 
disciplina regular no currículo escolar. Neste sentido, foi fundamental, em vis
elaboração da nova LDBEN, a criação do Fórum Nacional Permanente do E
Religioso (FONAPER), em 26 de setembro de 1995. Assim podemos ler no s
FONAPER, no 1º artigo do estatuto. 
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 54/104
Art. 1º – Sob a denominação de Fórum Nacional Permanente do E
Religioso (FONAPER), fica constituída uma associação civil de d
privado, de âmbito nacional, sem vínculo político-partid
confessional e sindical, sem fins econômicos, com duração por te
indeterminado, que congrega pessoas físicas e jurídicas identific
com o Ensino Religioso não confessional. 
O FONAPER é uma associação civil, de âmbito nacional, não ligado a nenhum p
político partidário, confessional ou sindical, a sua sede fica localizad
Florianópolis/SC. O Fórum congrega pessoas físicas e jurídicas identificadas 
Ensino Religioso não confessional. Os fins do fórum também ficam bem clar
Estatuto da associação, no capítulo II, no 3º artigo 
Capítulo II – Dos Fins
Art. 3º – O FONAPER tem por finalidade:
I – Subsidiar a oferta do Ensino Religioso aos estudantes de Educ
Básica, em conformidade com os dispositivos jurídicos vige
assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa, ved
quaisquer formas de proselitismos.
II – Contribuir para a consolidação do Ensino Religioso como áre
conhecimento responsável por propiciar aos estudantes o acesso
saberes e conhecimentos religiosos e não religiosos a parti
pressupostos científicos, éticos, sociais e culturais.
III – Induzir a definição de diretrizes curriculares ao Ensino Relig
tendo em vista a necessidade de salvaguardar a liberdade
expressão religiosa e não religiosa e de assegurar a promoção e d
da dignidade humana.
IV – Induzir a definição de políticas públicas para formação inic
continuada de professores de Ensino Religioso.
V – Realizar eventos e atividades diversas que contribuam pa
formação docente e para a socialização de estudos, pesquis
práticas pedagógicas em Ensino Religioso.
VI – Acompanhar as atividades legislativas e normativas das câm
legislativas e órgãos educacionais com vistas a zelar pela manute
do Ensino Religioso enquanto área de conhecimento.
VII – Consultar, fiscalizar e zelar pelo cumprimento da legis
pertinente ao Ensino Religioso em nível nacional, estadual e munic
VIII – Fomentar a criação de associações de professores de E
Religioso e/ou de representações regionais do FONAPER em 
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 55/104
unidade da federação.
IX – Estabelecer parcerias com instituições nacionais e internaci
com atuação no campo da educação, diversidade cultural religio
direitos humanos, buscando o crescente fortalecimento institucion
FONAPER;
X – Ampliar canais de comunicação com a sociedade, institui
pesquisadores, educadores e associados.
O Fórum apresenta dez objetivos, que buscam colocar-se em conformidade 
Constituição Cidadã e a educação brasileira, que deve primar pela cidadan
respeito a pluralidade religiosa e cultural. Além disso, busca fortalecer a organ
regional de professores/as do Ensino Religioso. Uma questão fundamental do 
é a contribuição para consolidação do Ensino Religioso como uma áre
conhecimento humano, propiciando aos estudantes, o acesso aos sabe
conhecimentos religiosos e não religiosos a partir de pressupostos científicos, é
sociais e culturais. Outra questão importante é a definição das diretrizes curric
do Ensino Religioso, tendo em vista a necessidade de salvaguardar a liberda
expressão religiosa e não religiosa e de assegurar a promoção e defesa da dign
humana. O artigo IV aponta para a definição de políticas públicas para form
inicial e continuada de professores de Ensino Religioso. Este Fórum vem atuan
25 anos para a consolidação do Ensino Religioso na perspectiva da cidadania
respeito à diversidade religiosa* cultural brasileira e também na construção d
área do conhecimento, a partir das Ciências das Religiões. Outro ponto fundam
do Fórum, tem sido a articulação na criação das licenciaturas de Ensino Relig
Ciências da Religiões, para a formação de professores/as de Ensino Religios
próxima aula, vamos refletir sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na
(LDBEN) nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996 e a nova redação dada ao artig
Lei nº 9475/97, em relação ao Ensino Religioso. 
DICA: Confira no vídeo abaixo, informações sobre o VIII Congresso Nacional 
Ensino Religioso reúne pesquisadores e professores de todo o Brasil na
Universidade Católica de Pernambuco, em 2015. 
VIII CONERE FONAPER
Vídeo disponível no AVA
VEJA neste vídeo, uma entrevista com Felippe Werneck sobre a importância d
componentes curriculares do Ensino Religioso para uma formação cidadã.
#080
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 56/104
Religare - Conhecimento e Religião sobre Ensino Religioso
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
FONAPER. Estatuto do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAP
Disponível em: . Acesso em 20
de 2020. 
Consulte o Portal do FONAPER - https://fonaper.com.br/
Portal do FONAPER#081
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 57/104
https://fonaper.com.br/estatuto-do-fonaper/
https://fonaper.com.br/
Aula 12 - Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.304 de 20 de dezem
1996 e a nova redação da lei artigo 33, que trata do Ensino Religioso, na lei nº 9475/97
Objetivo: Identificar a Lei de nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996
estabeleceu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)
alteração do artigo 33, que trata do Ensino Religioso, na Lei nº 9475/97.
Vídeo disponível no AVA
Introdução
Em nosso estudo, está ficando claro como o componente curricular Ensino Re
foi palco de disputas, mas também como a organização dos/as professores
diferentes organizações educativas e religiosas foram e continuam 
importantes para a implementação na educação escolar brasileira. Ainda ho
discussões, argumentos e embates travados ao longo da história da educaçã
relação ao Ensino Religioso e a escola pública continuam se atualizando no 
Importante perceber que o Ensino Religioso tem história e que somente a legi
não é suficiente. Fundamental é a articulação e a reflexão crítica, const
permanente dos/as professores/as. Neste sentido, procuraremos identific
pontos da Lei de nº 9.304 de 20 de dezembro de 1996 que estabeleceu as Dire
e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e a alteração do artigo 33, que tra
Ensino Religioso na Lei nº 9475/97.
O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) atravé
organização de professores/as e diferentes instituições teve um papel fundam
na mudança da lei, no que se refere ao Ensino Religioso. A alteração encon
alinhada aos objetivos da Constituição brasileira que é a construção da cidadan
respeito a pluralidade cultural* e religiosa brasileira.
Vamos, então, estudar a Lei de nº 9.304 de 20 dedezembro de 199
estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e a L
9475/97, que rege o Ensino Religioso até hoje nas escolas públicas brasileira
entanto, é importante afirmar que as discussões e as polêmicas sobre
componente curricular continuam em nossas escolas e nas secretarias de edu
estaduais, municipais. 
1 - LDBEN nº 9.304/96 (como Lei Orgânica da Carta Magna): artigo
definição do Ensino Religioso 
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 58/104
A LDBEN nº 9.304/96 (como Lei Orgânica da Carta Magna) assim definiu o E
Religioso, no artigo 33: 
O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, s
oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com
preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis
caráter:
I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do
responsável, ministrado por professores ou orientadores relig
preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entid
religiosas;
ou
II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entid
religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respe
programa. 
Este trecho na LDBEN despertou no país inteiro, novas discussões sobre o E
Religioso e o encaminhamento de várias novas propostas. A lei afirmava o E
Religioso como disciplina, mas sem ônus para o Estado. Além do mais, oferecia
possibilidades de Ensino Religioso: confessional e interconfessional,
considerando a diversidade cultural e religiosa brasileira. Este processo, a pa
articulação de várias entidades civis e FONAPER, resultou em alteração da re
do artigo 33; oficializada pela promulgação da Lei nº 9475/97, apresentando 
referenciais e status para esta disciplina. 
2 - Lei nº 9475/97 – nova redação do Ensino Religioso Escolar. 
A lei nº 9475/97, de 22 de julho de 1997, portanto dá uma nova redação ao a
da Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo as diretrizes e ba
educacional nacional. 
Art. 1º O art. 33 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, pa
vigorar com a seguinte redação:
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integ
da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos hor
normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegura
respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais
formas de proselitismo.
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos p
definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as no
#082
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 59/104
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art33
para a habilitação e admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída 
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdo
ensino religioso.
Art. 2° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 22 de julho de 1997; 176º da Independência e 109
República.
FERNANDO HENRIQUE CARD
Paulo Renato Souza
Pode-se, portanto, perceber sete novos enfoques importantes a serem conside
no currículo do Ensino Religioso: 
1 – O ensino religioso é parte integrante na formação básic
cidadão.
2 – O ensino religioso constitui disciplina dos horários normais.
3 – No ensino religioso é assegurado o respeito à diversidade cultu
religiosa do Brasil.
4 – No ensino religioso são vedadas quaisquer formas de proselitis
5 – No ensino religioso será ministrado com professor
habilitados/as e admitidos/as para esta disciplina.
6 – O ensino religioso tem, na entidade civil, a sua representante
acompanhar o seu desenvolvimento.
7 – A entidade civil do ensino religioso é constituída pelas difer
denominações religiosas.
A nova lei reconhece o Ensino Religioso como parte integrante na formação 
do/a cidadão/cidadã, fazendo parte da formação do ser humano. A cidadani
ligada com a democracia, com a liberdade de consciência e de crença. O E
Religioso também foi reconhecido como disciplina dos horários normais das e
públicas do ensino fundamental. O Ensino Religioso necessita ter o mesmo p
valor como as outras disciplinas (atualmente a nomeclatura é componente curr
vamos ver mais adiante na BNCC). 
Essa lei inseriu o Ensino Religioso no contexto global da educação, q
acabou por preconizar o respeito à diversidade cultural-religiosa d
Brasil. 
#084 
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 60/104
Como vimos, na história da educação brasileira e nas legislações, o Ensino Re
nem sempre foi reconhecido como uma disciplina de igual peso às outras discip
Foi entendido como instrução religiosa, aula de religião, catequese. Neste sent
importante lembrar que a Câmara de Educação Básica na resolução Nº 2, de
abril de 1998, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o E
Fundamental e o Ensino Religioso é apresentado como área do conhecimen
educação religiosa.
É com base nestes princípios que a educação brasileira apresenta o Ensino Re
como área do conhecimento, de acordo com o art. 33 da Lei 9.394, de 
dezembro de 1996, que recebeu nova legislação em 9.475/1997. Portanto, a
reconhecido como disciplina, o Ensino Religioso, passa também a ser visto 
área do conhecimento. O objetivo do Ensino Religioso é o fenômeno religio
novidade da lei também, é que o Ensino Religioso necessita ser reflet
organizado a partir da escola. A lei é clara. “Os sistemas de ensino regulame
os procedimentos para a definição dos conteúdos do Ensino Religio
estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.” 
Os sistemas de ensino ouvirão a entidade civil, constituída pelas dife
denominações religiosas para definições dos conteúdos. As entidades 
geralmente, nos estados é chamada de Conselho de Ensino Religioso (por exe
no estado do Espírito Santo – CONERES –Conselho Nacional de Ensino Religio
Espírito Santo; no estado do Rio Grande do Sul - CONER-RS – Conselho do E
Religioso do Estado do Rio Grande do Sul, no Paraná - ASSINTEC - Associação 
Religiosa de Educação). Importante ressaltar que cada município/estado ta
tem as suas peculiaridades, questões locais, festas, denominações relig
filosofias, por isto, também a importância destas entidades civis que se coloca
diálogo com as secretarias de educação municipais e estaduais.
O Ensino Religioso necessita abarcar todas as expressões reli
locais/contextuais, tendo também a dimensão global. Portanto, a partir 
legislação o ponto de partida do Ensino Religioso não é mais a entidade re
(igrejas) e sim a entidade educacional (escola). Neste sentido, é importante le
que em 1997 foram elaborados os Parâmetros Curriculares do Ensino Relig
como eles se articularam com os Parâmetros Curriculares Nacionais, que ta
foram publicados no mesmo ano, que iremos estudar na próxima aula. 
RELEMBRANDO: Resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. His
do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201
29):
#085
#086
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 61/104
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), de dezembro de 1996, definia po
novos na sua redação: O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, con
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, s
oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferê
manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter:
I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu respons
ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenc
pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas;
ou
II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religi
que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa.
Em julho, a lei n° 9.475/97 deu uma nova redação para o artigo 33 da
9394/96:
O EnsinoReligioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação b
do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas pública
ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religios
Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição
conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitaç
admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas difere
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso. 
DICA: Assista aos vídeos que tratam do Ensino Religioso nas escola públicas:
Ensino Religioso nas Escolas Públicas, parte 1.
Vídeo disponível no AVA
Ensino Religioso nas Escolas Públicas, parte 2.
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
A Nova LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB Lei nº 9.39
APUBH: Ação Comunitária, 1997. Artigo 33, p. 41. 
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 62/104
BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. 
Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 29. 
BRASIL. Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997. Disponível
. Acesso em 21 ma
2020. 
FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO (FONAPER). E
Religioso é disciplina integrante da formação básica do cidadão. Cader
(Caderno de Estudos Integrante do Curso de Extensão – a distância – de E
Religios0, 2000. 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. Senado Federal: Br
2005. Disponível 
. Acess
20 maio de 2020. p. 18. 
RESOLUÇÃO CEB nº 2, de 7 de abril de 1998. Disponível 
. Acesso e
de maio de 2020.
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 63/104
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.475-1997?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.475-1997?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9475.htm
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/resolucao_ceb_0298.pdf
Aula 13 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
Objetivo: Entender a importância dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN
Introdução 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram publicados em 1997, um ano a
Congresso ter decretado e sancionado a LDBEN - 9.394/96. Os parâmetros s
conjunto de textos, organizados em livros, para cada área de ensino, que ob
nortear a elaboração dos currículos escolares de todo o país. Importante lem
criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais para entendermos a importân
criação dos Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso. 
1 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
Os PCNs são propostas, nas quais as secretarias estaduais/municipais de educa
as unidades escolares podiam se basear para elaborar os seus próprios plan
ensino. Eram uma espécie de guia/orientação para as escolas brasileiras. 
lemos na introdução dos Parâmetos Curriculares Nacionais, 
O conjunto das proposições aqui expressas responde à necessidad
referenciais a partir dos quais o sistema educacional do Pa
organize, a fim de garantir que, respeitadas as diversidades cultu
regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma socie
múltipla, estratificada e complexa, a educação possa a
decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo 
meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cida
baseado nos princípios democráticos. Essa igualdade im
necessariamente o acesso à totalidade dos bens públicos, entr
quais o conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes.
O objetivo maior dos PCNs, portanto é o de garantir que sejam respeitad
diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas presentes 
sociedade múltipla, diversa, estratificada e complexa. Busca-se, assim, fortal
papel da educação no processo de construção da cidadania, tendo como met
crescente igualdade de direitos entre os/as cidadãos/cidadãs, baseada nos prin
democráticos. Neste sentido, é necessário que todos e todas tenham “ace
totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos conhecim
socialmente relevantes.” Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), lem
#087
#088 
#089
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 64/104
Discutir a cidadania no Brasil de hoje significa apontar a necess
de transformação das relações sociais nas dimensões econô
política e cultural, para garantir a todos a efetivação do direito d
cidadãos. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais também deixavam muito claro que a cida
foi eleita como núcleo central da educação brasileira. Isto significa eleger prin
baseados na Constituição, que orientam a educação escolar: dignidade hu
igualdade de direitos, participação e co-responsabilidade pela vida social. Porta
Ensino Religioso compreendido como área de conhecimento indispensáv
formação do cidadão/ã, situa-se no contexto dos propósitos educacionai
marcam o novo milênio. Os temas transversais também foram fundamentais:
trabalho, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual. Estes 
deveriam transversalizar todas as áreas do conhecimento.
Seguem os princípios que os PCNs, temas transversais, colocaram para
educação comprometida com a cidadania, 
Dignidade da pessoa humana
Implica respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminaçã
qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo
relações interpessoais, públicas e privadas.
Igualdade de direitos
Refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma dignida
possibilidade de exercício de cidadania. Para tanto há que se consi
o princípio da eqüidade, isto é, que existem diferenças (étn
culturais, regionais, de gênero, etárias, religiosas, etc.
desigualdades (socioeconômicas) que necessitam ser levadas em c
para que a igualdade seja efetivamente alcançada.
Participação
Como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto 
complementaridade entre a representação política tradicional 
participação popular no espaço público, compreendendo que nã
trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferença
classe, étnicas, religiosas, etc.
Co-responsabilidade pela vida social
Implica partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos so
organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida cole
#090
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 65/104
É, nesse sentido, responsabilidade de todos a construção e a ampl
da democracia no Brasil.
Os princípios dos PCNs apontam para quatro pontos fundamentais na edu
brasileira: dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, participação 
responsabilidade pela vida social. Necessita-se, portanto, garantir que 
respeitadas as diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e po
presentes numa sociedade múltipla, estratificada e complexa. Para que is
concretize, como já mencionado anteriormente, é necessário que todos e todas
discriminação, tenham “acesso à totalidade dos bens públicos, entre os q
conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes”. 
Os temas transversais indicados nos PCNs: ética, orientação Sexual, meio amb
saúde, pluralidade cultural, trabalho apresentam questões importantes da soci
brasileira. Estes temas deveriam transversalizar todos os componentes curric
da escola, inclusive o Ensino Religioso. Neste sentido, chamamos a atenção p
tema da pluralidade cultural que se liga com o respeito à diversidade religio
MEC não elaborou PCNs para o componente curricular Ensino Religioso. 
sentido, FONAPER se organizou e elaborou os Parâmetros Curriculares Nacion
Ensino Religioso (PCNER), que estudaremos na próxima aula.
Diversidade Cultural Brasileira 
DICA: Assista ao vídeo a seguir, parauma explanação ilustratada sobre os PC
Parâmetros Curriculares Nacionais.
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
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#093
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 66/104
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares naci
introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Edu
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares naci
apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 20. 
Verbete PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), por Ebenezer Takun
Menezes, em Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São 
Midiamix, 2001. Disponível em: . Acesso em: 24 de jun. 2020.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 67/104
https://www.educabrasil.com.br/pcns-parametros-curriculares-nacionais/
https://www.educabrasil.com.br/pcns-parametros-curriculares-nacionais/
Aula 14 - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (1997)
Objetivo: Revisitar os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Reli
(1997).
Introdução 
Assim como os PCNs foram publicados em 1997, de forma semelhante 
publicados os primeiros Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Rel
organizados pelo FONAPER, a partir de um amplo processo de reflexão sob
fundamentos históricos, epistemológicos e didáticos deste componente curr
Em 1996, este documento foi entregue ao Ministério da Educação (MEC) e e
pela primeira vez pela editora Ave-Maria, em 1997 e foi reeditado em 2009
Mundo Mirim. Interessante observar que este documento não foi elaborad
profissionais ligados ao MEC como os PCNs, mas pelo FONAPER, uma entidade 
Foto do livro. 
1 - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER)
O FONAPER organizou os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Re
(PCNER), que foram publicados, pela primeira vez, em 1997. Importante a
que eles afirmam a importância de refletir o Ensino Religioso a partir da esco
acordo Sérgio Junqueira 
O documento dos Parâmetros foi utilizado ainda para orient
redação do novo texto do art.33 da LDB, pois, apesar do texto or
preconizar duas modalidades para esta disciplina como confessio
interconfessional, o Fonaper, após tantos anos de est
compreendera que estas modalidades não eram mais compatíveis
a realidade brasileira, por isso buscou todo um esforço para a
lo. 
#094
#095
#096
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 68/104
O documento apresenta o Ensino Religioso a partir da abordagem pedagóg
Ensino Religioso, “como área de conhecimento e não como um espa
doutrinação de uma ou mais denominações religiosas, o que é tarefa restr
família” . O objetivo dos PCNER foi responder à necessidade de fundame
elaboração dos diversos currículos do Ensino Religioso na pluralidade cultu
Brasil. Não se procura estudar as causas da pluralidade cultural e religiosa do 
mas lançar um novo olhar na perspectiva de visibilizar os/as outros/as, co
grande respeito às diferenças, percebendo a manifestação do fenômeno religio
cotidiano da vida. Importante deixar claro que o objetivo do Ensino Religios
fenômeno religioso. Nos PCNER lemos 
Entende-se também que a Escola é o espaço de construçã
conhecimentos e principalmente de socialização dos conhecim
historicamente produzidos e acumulados. Como todo o conhecim
humano é sempre patrimônio da humanidade, o conhecimento reli
deve também estar disponível a todos os que a ele queiram
acesso.#098 
A alteração da legislação, como já mencionamos, foi consequência d
significativo movimento articulador promovido pelo FONAPER, que, em 
elaborou coletivamente, em meio a um debate acadêmico, legislativo e c
participação da sociedade civil, os Parâmetros Curriculares Nacionais do E
Religioso (PCNER), com a finalidade de caracterização geral do Ensino Rel
através da organização dos conteúdos (Cultura e Tradições Religiosas, Esc
Sagradas, Teologias, Ritos, Ethos): tratamento didático dos conteúdos 
pressupostos para avaliação. É tomada como diretriz, neste período, a abord
do fenômeno religioso e das religiões pelo prisma da Antropologia da Religião.
Importante perceber que o FONAPER, na edição de 2009, aponta para a impor
da “abertura de cursos de formação específica em Ciências da Religião
habilitação em Ensino Religioso e mediante vasta produção e publicação cient
partir de pesquisas e de eventos acadêmicos realizados em diferentes part
país” . Portanto, a articulação dos/as professores/as de Ensino Religioso, a
da organização do FONAPER, foi fundamental para a construção dos PCNER, 
inclusão do Ensino Religioso na BNCC e a habilitação dos/as professores/a
ensino através de cursos de licenciatura em Ciências das Religiões.
Os PCNER, portanto, afirmam o Ensino Religioso como componente curricula
docência necessita promover a cidadania e respeitar a diversidade cultu
religiosa do cotidiano escolar, objetivando o acesso de todos/as educandos/
#097
#
#100
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conjunto de conhecimentos religiosos. Estão proibidas qualquer form
proselitismo* na escola. Necessário se faz garantir a liberdade religiosa, busca
inclusão de todos/as, valorizando o conhecimento de todas as cultu
religiões. Os PCNER precisam ser entendidos como um primeiro guia
Ensino Religioso como componente curricular, enquanto área do conheci
humano, respeitando a pluralidade e a diversidade religiosa brasileira. Os P
definem como objetivos gerais da disciplina para o Ensino Fundamental: 
a) Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõ
fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebida
contexto do educando;
b) Subsidiar o educando na formulação do questionamento existe
em profundidade, para dar sua resposta devidamente informado;
c) Analisar o papel das tradições religiosas na estruturaçã
manutenção das diferentes culturas e manifestações socioculturais
d) Facilitar a compreensão do significado das afirmações e verdad
fé das tradições religiosas;
e) Refletir o sentido da atitude moral, como consequência do fenôm
religioso e expressão da consciência e da resposta pesso
comunitária do ser humano;
f) Possibilitar esclarecimentos sobre o direito à diferença na const
de estruturas religiosas que têm na liberdade o seu 
inalienável. 
Os PCNER procura estar alinhados com as legislações vigentes no Brasil, afirm
que o Ensino Religioso necessita ser refletido a partir da escola, no resp
pluralidade e diversidade cultural e religiosa, não sendo possível, nenhuma for
proselitismo ou de evangelização. O documento afirma o respeito à diver
religiosa.
Diversidade religiosa do povo brasileiro 
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#103
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Na próxima aula, vamos estudar o acordo Brasil-Vaticano assinado em 2010
suas implicações para o Ensino Religioso.
Referências: 
FÓRUM NACIONAL PARÂMETROS DO ENSINO RELIGIOSO (FONAPER). Parâm
Curriculares Nacionais – Ensino Religioso. São Paulo: Mundo Mirim, 2009. 
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. O processo de escolarização do E
Religioso no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 71/104
Aula 15 - Concordata/Acordo Brasil-Vaticano/2010 e o Ensino Religioso
Objetivo: Analisar o acordo Brasil-Vaticano assinado em 2010 e sua influ
para o Ensino Religioso.
Introdução
A relação com a Igreja Católica historicamente está ligada à conquista das 
brasilis, como vimos no início de nossas aulas. Em 2010, o presidente Luiz 
Lula da Silva, no decreto n. 7.107 de 2010, promulgou o acordo entre o gove
República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da 
Católica no Brasil, firmado na cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008
Nestaaula, buscaremos analisar este acordo e verificar as suas influências p
Ensino Religioso. Este acordo gerou muitas controvérsias, pois permite q
estados possam realizar o Ensino Religioso confessional, contrariando desta f
também as lutas históricas empreendidas para um Ensino Religioso que consi
cidadania e valorize a diversidade cultural e religiosa brasileira. A discussão 
concordata* foi levada ao Supremo Tribunal Regional pela Procuradoria Ge
União. 
A Procuradoria Geral da República apresentou ao Supremo Tri
Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade visando tan
concordata Brasil-Vaticano quanto a Lei de Diretrizes e Base
Educação Nacional. A ação pedia que o STF interpretasse ambo
textos legais com base na Constituição, de modo a vedar o E
Religioso nas escolas públicas em caráter confessional
interconfessional, bem como proibir o ingresso no quadro do magis
público de professores representantes de confissões religiosas.
O STF acatou a discussão da ação e numa votação apertada de 6 votos a 
tribunal rejeitou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439. Porta
Supremo entende que o Ensino Religioso pode ser confessional. O Rio de Ja
por exemplo, é um estado que oferece o componente curricular Ensino Re
confessional. Ele já se realizava assim, desde o ano 2000, Lei 3459/2000, apr
pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Portan
antes da concordada Brasil-Vaticano, o estado do Rio de Janeiro, não tem cum
a Lei n. 9.475/97 que afirma que o Ensino Religioso é plural, na perspect
cidadania e pluralidade. 
#104
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#106
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 72/104
1 - Ensino Religioso e a concordata Brasil-Vaticano 
O decreto nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010, promulga o acordo entre o go
da República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da 
Católica no Brasil, firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 20
Artigo 11 deste acordo, afirma o seguinte:
Artigo 11 
A República Federativa do Brasil, em observância ao direit
liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confess
do País, respeita a importância do ensino religioso em vist
formação integral da pessoa.
§1º. O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosa
matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais
escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respe
diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade co
Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer form
discriminação. 
Assim, este artigo contraria o artigo 33 do texto da LDBEN 9.394/96, alterad
1997, o qual determina que o conteúdo da disciplina Ensino Religioso
estabelecido pelos sistemas de ensino (especificamente pelos respectivos con
de educação), depois de ouvidas entidades civis constituídas pelas div
confissões religiosas. Com a alteração do artigo 33, na lei de 1997, se ret
confessionalidade e ou interconfessionalidade do Ensino Religioso na escol
isso, não pode haver Ensino Religioso católico na escola, nem de nenhuma con
cristã. O Ensino Religioso não é o ensino da religião, mas necessita trat
fenômeno religioso em sua diversidade de religiões.
Esta concordata novamente coloca a Igreja Católica em privilégio em relaç
outras Igrejas Cristãs e religiões. A questão do Ensino Religioso confession
encaminhada ao Supremo Tribunal Federal para decidir se isto era possível o
O Supremo Tribunal Federal (STF) votou favorável, com votos 6 a 5 sobre a
Direta de Inconstitucionalidade (ADI), nº 4439 no qual a Procuradoria-Ge
República (PGR) questionava a constitucionalidade do artigo 11, parágrafo pr
do Acordo Brasil-Santa Sé, firmado entre o Brasil e o Vaticano por meio do d
nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010.
#107
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Importante lembrar, conforme mencionado por Luiz Antônio Cunha (2009), 
FONAPER expôs uma rejeição à concordata. 
Situado no cruzamento do campo religioso com o campo educacion
entidade emitiu um "Manifesto referente ao acordo entre Brasil e S
Sé" no qual a entidade expôs sua preocupação diante do artigo 11
alinhar-se com a concepção confessional do Ensino Religioso
escolas públicas, contrária à LDB e aos parâmetros curricu
nacionais dessa disciplina, elaborados pelo próprio FONAPER, q
defende interconfessional. Como a entidade tem o respaldo polític
própria Igreja Católica, constituindo aparelho de hegemonia sob
demais organizações religiosas, seu manifesto é mais um sintom
divisão do campo religioso acirrada pela concordata. 
O autor também faz menção outra ação concreta que foi enviada, na
momento, a "Campanha Brasil para Todos" propôs uma petição con
homologação da concordata pelo Congresso, com o seguinte conteúdo: 
Nós, abaixo assinados, entendemos que a concordata assinada en
Brasil e o Vaticano no dia 13 de novembro de 2008 constitui 
violação a princípios básicos da democracia brasileira e uma afro
Constituição do país, particularmente o art. 19, que proíbe o Estad
subvencionar ou estabelecer aliança com cultos religiosos ou igr
Ao invés de procurar diminuir as desigualdades que sofre o país,
acordo as promove, criando privilégios à custa do erário e vio
direitos fundamentais de milhões de cidadãos brasileiros. 
No entanto, o artigo 11 da Concordata Brasil-Santa Sé (Vaticano) foi aprovad
STF, apoiando que os estados tomem a decisão sobre a ministração do E
Religioso nos diferentes estados. Esta é uma questão polêmica ainda em deba
próxima aula vamos perceber como o Ensino Religioso aparece nas Dire
Curriculares Nacionais da Educação – 1998 e 2010.
 
#108
#109
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 74/104
10 anos de Acordo Brasil-Santa Sé: Comissão prepara seminário
Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histór
Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201
29):
2009 - O Congresso Nacional Brasileiro em um acordo com Brasil – Sant
assinado pelo Executivo em novembro de 2008, aprova a criação de um 
dispositivo, discordante da LDB em vigor:
Artigo 11 - A República Federativa do Brasil, em observância ao direit
liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confessional do 
respeita a importância do Ensino Religioso em vista da formação integra
pessoa.
§1º. O Ensino Religioso, católico e de outras confissões religiosas, de mat
facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de e
fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasi
conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer form
discriminação. 
Referências: 
AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA CONCORDATA. Universidade F
Fluminense. Observatório da Laicidade na Educação. Disponível 
. Acesso em
jun. 2020. 
BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. 
Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 29. 
#110 
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 75/104
http://ole.uff.br/acao-de-inconstitucionalidade-da-concordata/
BRASIL. Decreto nº 7.107 de 11 de fevereiro de 2010. Promulga o Acordo e
Governo da República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Ju
da Igreja Católica no Brasil, firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novem
2008. Disponível em: . Acesso em 31 maio 2020. 
CUNHA, Luiz Antônio. A educação na concordata Brasil-Vaticano. Educ. 
Campinas, v. 30, n. 106, p. 263-280, abr. 2009. Disponível 
. Acesso em 25 maio 2020.
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 76/104
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7107.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7107.htmhttps://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302009000100013&lng=pt&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302009000100013&lng=pt&tlng=pt
Aula 16 - Ensino Religioso nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação – 1998 e 2010
Objetivo: Estudar como as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educaçã
referem ao Ensino Religioso.
Introdução
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica estabelecem a
nacional comum, responsável por orientar a organização, a articulaç
desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas de todas as red
ensino brasileiras. Um fato histórico é que o Ensino Religioso aparece pela pr
vez como área do conhecimento nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o E
Fundamental na Resolução da Câmara da Educação Básica (CEB) nº 02/98.
fundamental a lei n° 9.475/97 ter dado uma nova redação para o artigo 33 d
9394/96.
Resolução da Câmara da Educação Básica
A Câmara da Educação Básica (CEB) identificou, na resolução nº 02 de 07 d
de 1998 que o Ensino Religioso é reconhecido, pela primeira vez, de forma
como área do conhecimento humano junto com as outras 9 áreas:
1. Língua Portuguesa
2. Língua Materna, para populações indígenas e migrantes
3. Matemática
4. Ciências
5. Geografia
6. História
7. Língua Estrangeira
8. Educação Artística
9. Educação Física
10. Educação Religiosa, na forma do art. 33 da Lei 9.394, de 2
dezembro de 1996.
A educação religiosa foi reconhecida junto com as outras novas área
conhecimento importantes para a formação cidadã. Ela necessita ser entend
perspectiva da pluralidade cultural e religiosa.
#
#112
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A Riqueza da Diversidade Cultural Religiosa 
1 - Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (9 anos
Em 2010 se realizou a Conferência Nacional de Educação (CONAE), no período 
de março a 1º de abril de 2010, o Ministério da Educação cumpriu o compro
institucional de sua organização, assumido, em 2008, durante a Confe
Nacional de Educação Básica, objetivando a construção do Sistema Nacion
Educação, que assegurasse a articulação entre os entes federados e os seto
sociedade civil. O documento afirmou a necessidade de trabalhar as difer
para superar as desigualdades sociais. Em relação à educação religi
documento inseriu os seguintes objetivos: 
a) Inserir, no Programa Nacional do Livro Didático, de ma
explícita, a orientação para introdução da diversidade cultural-relig
b) Desenvolver e ampliar programas de formação inicial e contin
sobre diversidade cultural-religiosa, visando superar preconce
discriminação, assegurando que a escola seja um espaço pedag
laico para todos, de forma a garantir a compreensão da formaçã
identidade brasileira.
c) Inserir os estudos de diversidade cultural-religiosa no currículo
licenciaturas. d) Ampliar os editais voltados para pesquisa sob
educação da diversidade cultural-religiosa, dotando-os 
financiamento.
e) Garantir que o ensino público se paute na laicidade, sem privil
rituais típicos de dadas religiões (rezas, orações, gestos), que aca
por dificultar a afirmação, respeito e conhecimento de que a plural
religiosa é um direito assegurado na Carta Magna Brasileira.
#113
#114
#115
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Estas questões foram, posteriormente, ratificadas nas Diretrizes Curric
Nacionais Gerais da Educação Básica, na Resolução CEB/CNE nº 04/2010, in
na Base Nacional Comum da Educação Básica. Assim lemos
FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA
Art. 14. A base nacional comum na Educação Básica constitui-s
conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expre
nas políticas públicas e gerados nas instituições produtora
conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho
desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportiva
corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercíc
cidadania; e nos movimentos sociais.
§ 1º Integram a base nacional comum nacional:
a) a Língua Portuguesa;
b) a Matemática;
c) o conhecimento do mundo físico, natural, da realidade soc
política, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da Histó
das Culturas Afro-Brasileira e Indígena,
d) a Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo-
música;
e) a Educação Física;
f) o Ensino Religioso.
§ 2º Tais componentes curriculares são organizados pelos sist
educativos, em forma de áreas de conhecimento, disciplinas, 
temáticos, preservando-se a especificidade dos diferentes campo
conhecimento, por meio dos quais se desenvolvem as habilida
indispensáveis ao exercício da cidadania, em ritmo compatível co
etapas do desenvolvimento integral do cidadão.
O Ensino Religioso foi reconhecido como constituído de conhecimentos, sabe
valores produzidos culturalmente. É parte integrante dos componentes curricu
organizados pelos sistemas educativos, objetivando o desenvolviment
habilidades indispensáveis ao exercício da cidadania, respeitando o ritmo comp
com as etapas do desenvolvimento integral do cidadão e da cidadã.
Na Resolução de CEB/CNE nº 4/2010, o Ensino Religioso, portanto, foi asseg
com status de área de conhecimento que compõe os componentes curric
obrigatórios do ensino fundamental, de matrícula facultativa ao estudante, 
parte integrante da formação básica da pessoa cidadã, constituindo compo
#117
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curricular dos horários normais das escolas públicas de ensino fundame
assegurando o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, ve
quaisquer formas de proselitismo, conforme art. 33 da Lei n. 9394/96. O E
Religioso, no Brasil, vai também ter aspectos diferentes, dependendo dos con
locais, a partir do olhar e localização geográfica da escola. Necessita estar de a
com o Projeto Pedagógico Político da Escola, objetivando o viés da edu
brasileira que é a construção da cidadania. Na próxima aula, vamos Sistem
Ensino e o Ensino Religioso. 
DICA: Aprimore seu conhecimento sobre o Ensino Religioso reconhecido c
área do conhecimento, assistindo a seguinte entrevista:
Nós da Educação - Sergio Junqueira (parte 1 de 3)
Vídeo disponível no AVA
Nós da Educação - Sergio Junqueira (parte 2 de 3).
Vídeo disponível no AVA
 
Nós da Educação - Sergio Junqueira (parte 3 de 3).
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Edu
Básica. RESOLUÇÃO Nº 4, de 13 de julho de 2010. Disponível 
. Acesso em 25 m
2020. 
RESOLUÇÃO CEB Nº 2, de 7 de abril de 1998. Disponível 
. Acesso em 20
2020.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 80/104
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb02_98.pdf
Aula 17 - Sistemas de Ensino e o Ensino Religioso
Objetivo: Perceber diferenças nos sistemas de ensino em relação ao compon
curricular Ensino Religioso
Introdução
No ano 2000, a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação e Out
Santa Catarina solicitou pronunciamento, tendo em vista o Parecer CEB 04/
que se refere às Diretrizes Operacionais para a Educação Infantil, sobre sis
Assim lê-se no documento 
A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação e Outros
meio do Ofício n. 50/00, se dirigem à esta Câmara de Educação B
do Conselho Nacional de Educação solicitando um Parecer orien
deste conselho a respeito do entendimento sobre o município enqu
sistema. Pede-se, pois, uma definição de sistema de ensino dent
ordenamento jurídico-administrativo, tendo-se como referênc
organização da educação nacional.
Portanto, o termo começou a ser utilizado pelo Ministério da Educação, pel
transparece, sem clareza para os municípios. O termo também já apare
Constituição de 1988. Em resposta, a esta solicitação,foi homologado o P
CNE/CEB 30/2000. O documento remete a vários autores para explicar o 
sistema. Recupero aqui o conceito apresentado por Dermeval Saviani (1999
acordo com o autor 
sistema denota um conjunto de atividades que se cumprem tend
vista determinada finalidade, o que implica que as referidas ativid
são organizadas segundo normas que decorrem dos valores que 
na base da finalidade preconizada. Assim, um sistema implica ta
unidade e a multiplicidade em vista de uma finalidade comum qua
modo como se procura articular tais elementos. 
Neste sentido, a LDBEN 9.304/96 aliada com o art. 211 da Consti
Federal/1988, 
reconhece explicitamente a existência do sistema federal e
sistemas estaduais e municipais de ensino (art. 8 º ). [...
atribuições dos Municípios encontram-se nos artigos 11 e 18, 
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#119
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prioridade para a educação infantil e o ensino fundamental. [...]
O artigo 67 indica campos de atuações de todos e cada um
sistemas de ensino, segundo sua autonomia e atribuições. Este 
artigo que incide diretamente sobre o caráter federativo do Bra
permite aos Estados, Municípios, Distrito Federal e União darem 
aplicação diferenciada, de acordo com situações e contextos. 
 
Os sistemas de ensino, portanto, compreendem 
instituições escolares responsáveis pela oferta da educação es
dentro de níveis e etapas discriminadas, com normas educacionais
isentas de antinomias, dêem organicidade e unidade ao conjunto 
influxo dos princípios, finalidades, valores e deveres da educ
postos na Constituição e na LDB e sob o competente órgão execu
Cabe aos poderes públicos, sob o princípio da gestão democrá
montar as regras e normas dos seus sistemas de ensino, capaze
dar sustentação ao seu dever constitucional e legal e, segundo o
209 da Constituição e art. 9 º da LDB, cabe também autoriz
presença da iniciativa privada e do setor público na educação es
De acordo com a LDB, Estados e Municípios autorizam, credenci
supervisionam os estabelecimentos dos seus respectivos sistema
ensino. 
As instituições escolares podem ser públicas ou privadas, mas para funcio
necessitam seguir as legislações brasileiras. Em relação ao componente cur
Ensino Religioso, é fundamental observar o que diz a lei 9.475/97. A m
afirma: 
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos p
definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as no
para a habilitação e admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída 
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdo
ensino religioso. 
A lei delega para os sistemas de ensino a regulamentação dos procedimentos 
definição dos conteúdos, as normas para a habilitação e admissã
professores/as. Isto também traz vários problemas para o componente curricu
Ensino Religioso, a legislação em vigor transfere a tarefa de organizar o compo
curricular do Ensino Religioso em seus respectivos sistema de ensino.
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Por um lado, a lei afirma o Ensino Religioso na formação básica, e por o
colocado como facultativo. Os sistemas de ensino necessitam oferecer ativ
alternativa a fim de não prejudicar sua formação para não comprometer a 
horária que no ensino fundamental é de no mínimo 800 horas, distribuidas p
mínimo de 200 dias letivos, conforme artigo 34 da LDBEN. Os sistemas de e
necessitam ouvir entidade civil, constituída pelas diferentes denomin
religiosas, no respeito à pluralidade e diversidade religiosa.
Neste sentido, é importante perceber que ainda há estados que tem Ensino Re
confessional, como por exemplo, o estado do Rio de Janeiro , gerando prob
inclusive, na relação com outros componentes curriculares. Há também cid
como Vitória, capital do estado do Espírito Santo, que não oferece o compo
currícular religioso nos sistemas de ensino público. A seguir vamos estud
modelos de Ensino Religioso desenvolvidos na história da educação brasileira.
O aumento do pluralismo religioso no Brasil
DICA: Em relação aos sistemas de ensino e o Ensino Religioso, sugiro
assistam ao seguinte vídeo: A Educação na Constituição de 1988 (preste ate
na organização dos sistemas de ensino).
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. CNE/CEB 30/
Disponível em: . Acesso em 22 jun. 2020.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 84/104
https://www.scielo.br/pdf/ciedu/v22n4/1516-7313-ciedu-22-04-0875.pdf
https://www.scielo.br/pdf/ciedu/v22n4/1516-7313-ciedu-22-04-0875.pdf
Aula 18 - Modelos de Ensino Religioso escolar que fazem parte da história da educação brasile
Objetivo: Refletir sobre modelos que fazem parte da história da educ
brasileira: catequético/doutrinal, teológico/ecumênico e ciências das religiões.
Vídeo disponível no AVA
Introdução
Nesta aula, refletiremos sobre três modelos de Ensino Religioso que fazem pa
história da educação brasileira. O professor João Décio Passos desenvolveu
três modelos, no livro: Ensino religioso: construção de uma proposta (2
Importante dizer que os dois primeiros modelos: catequético e teológico sobre
e muitas vezes querem se sobrepor ao modelo que consideramos fundamenta
o Ensino Religioso Escolar, a partir da Constituição de 1988, da LDBEN 9.394/9
e da BNCC, que é o modelo fundamentado nas Ciências das Religiões. Na e
não se ensina religião e não se faz evangelização*, catequese ou proselitism
escola, se estuda o fenômeno religioso, objetivando a construção do resp
diversidade cultural e religiosa brasileira. O Ensino Religioso escolar nec
despertar os estudantes/as para a atuação cidadã. Considerando a diversidad
pluralidade religiosa no ambiente escolar, é importante primeiro refletir sobre o
modelos de Ensino Religioso escolar que fazem parte da história do Brasil. 
1 - Modelo Catequético/Doutrinal 
De acordo com Passos (2007), “modelo Catequético ainda subsiste em m
práticas de ER e sustenta projetos advindos de Igrejas Cristãs e evang
[...] , cujas características estão descritas no Quadro 1, o M
Catequético. 
Modelo Catequético/Doutrinal
Cosmovisão Unirreligiosa
Contexto político
Aliança Igreja-
Estado 
Fonte
Conteúdos
doutrinais
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Método Doutrinação
Afinidade Escola tradicional
Objetivo
Expansão das
Igrejas
Responsabilidade
Confissões
religiosas
Riscos
Proselitismo e
intolerância
O modelo catequético tem suas fontes em uma determinada denominação re
e é de responsabilidade das confissões religiosas. Ainda conforme Passos (200
modelo catequético do ER terá sempre uma territorialidade confessional subja
estando demarcado, portanto, por uma visão que caracteriza a própria confissã
se expande” . Esteela foi enterrada, nasceu
bonita planta. As folhas eram viçosas, e a raiz era escura por fo
branquinha por dentro, lembrando a cor da pele de Mani.
A mãe chamou o arbusto de maniva, em homenagem à filha. Os í
passaram a utilizar a tal planta para fabricar farinha e cauim, 
bebida de gosto forte. A planta ficou conhecida também 
mandioca, mistura de Mani e oca (casa de índio). Por ser tão
tornou-se símbolo de alegria e abundância para os índios – das f
às raízes.
Além da leitura do mito, assista ao vídeo sobre: Mandioca: o alimento do
Brasil. Conheça assim a importância deste alimento para os povos indígenas.
Vídeo disponível no AVA
O mito da mandioca conta que uma criança, uma menina morre e ressuscita
planta, para dar comida/alimento ao seu povo. É um mito feminino que mo
importância da mulher para a cultura indígena. Não iremos nos aprofund
aspecto da espiritualidade e religiosidade indígena nesta aula, pois vocês terã
componente curricular sobre Tradições Religiosas Indígenas. O que nós vamo
atentar é que Deus já estava aqui no Brasil quando chegaram os portugueses. 
os conquistadores trouxeram foi o cristianismo, baseado na evangelização
catequese*. Um documento importante deste período histórico é a carta de Pe
de Caminha. Eu sugiro a leitura dela, pois apresenta uma imagem muito
dos indígenas, como se eles estivessem encantados com a vinda dos portug
Ao mesmo tempo, aponta para os corpos dos/as indígenas que não es
vestidos como os europeus e isto foi visto como vergonha.
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Victor Meireles: quadro da primeira missa do Brasil.
Também trago para nossa reflexão, uma poesia de Oswald de And
sob o título Erro de Português:
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Assista ao vídeo a segui sobre a análise da poesia de Oswald de Andra
Vídeo disponível no AVA
Esta poesia de Oswald de Andrade retrata a imposição cultural dos portug
sobre os povos indígenas. Os povos indígenas necessitaram se vestir com a c
europeia, portuguesa, sendo este um processo que não foi natural. Fo
imposição e na maioria das vezes, muito violento. De acordo Sergio Jun
(2015) “O Ensino da Religião é um elemento do projeto político que chegou c
portugueses e foi utilizado como referência na proposta de educação jesuít
período colonial brasileiro.’ A administração da Colônia (entre 1530 – 
estava nas mãos da coroa em parceria estreita com a Igreja Católica, esta r
também foi chamada de padroado.
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Portanto, a chegada dos portugueses e das ordens religiosas cristãs no 
significou devastação e imposição cultural e religiosa, a partir da evangeliza
catequização dos povos indígenas. Os portugueses trouxeram a cruz e a es
Alguns povos indígenas foram evangelizados e catequizados, mas muitos ta
foram dizimados. A música e a aprendizagem da língua dos indígenas foi um
utilizado pelos missionários para a evangelização e a catequização. 
DICA: Conheça os Povos Pataxós: 
Vídeo disponível no AVA
E assista ao vídeo: Extermínio indígena
Vídeo disponível no AVA
Conclusão
Na próxima aula vamos refletir sobre a chegada da família real ao Brasil
1824, foi outorgada a primeira Constituição do Brasil, no Brasil Imp
percebendo as relações com a religião com a Igreja Católica.
At
Referências: 
ANDRADE, Oswald. Erro de Português. Disponível 
. Acesso em 14 de jun. 2020. 
FRANCA, Leonel. O Método Pedagógico dos Jesuítas – O “Ratio Studio
Introdução e Tradução. Rio de Janeiro: Livraria AGIR, 1952. Disponíve
. Acess
20 maio 2020. 
MINISTÉRIO DA CULTURA. A carta de Pero Vaz de Caminha. Fundação Bib
Nacional Departamento Nacional do Livro. Disponível 
. Acesso e
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 8/104
https://www.ufrgs.br/psicoeduc/chasqueweb/poesia/oswald-erro-de-portugues.txt
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_fontes/acer_histedu/brcol013.htm
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/carta.pdf
de junho de 2020. 
XAPURI: Socioambiental. Mani : A lenda da Mandioca. 09 nov. 2016. Disponíve
. A
em 21 maio. 2020.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 9/104
https://www.xapuri.info/cultura/mitoselendas/mani-lenda-da-mandioca/
Aula 2 - A Religião apoiou e justificou a longa escravidão no Brasil
Objetivo: Refletir sobre as relações da Igreja e da coroa portuguesa, justific
a mais longa escravidão na América Latina.
Vídeo disponível no AVA
Introdução
Olá Estudantes!
O Ensino Religioso no Brasil tem história que acompanha a própria história do 
Como vimos na primeira aula, quando aqui chegaram os portugueses em 
encontraram uma diversidade de povos indígenas. Cada povo tinha o seu je
viver e a sua relação com o sagrado. Muitos indígenas foram evangeli
catequizados no cristianismo de tradição católica. A introdução do cristianism
Brasil foi por imposição e de forma violenta. Nesta aula, vamos refletir so
processo de escravidão* no Brasil, e a demonização das religiões afro-brasileira
1 - A longa escravidão no Brasil 
A história dos povos africanos que chegaram ao Brasil escravizados* ta
tiveram que negar a sua tradição religiosa. Além da escravidão, receber
sacramento do Batismo e assim, sem menos entender o que significava, torn
se católicos. Todos que habitavam as Américas tinham que ser batiza
submetidos aos reis da Espanha e Portugal. O Batismo foi o principal e o 
sacramento para as populações indígenas e para as/os africanas/os que chega
este continente, como escravizados. Ser cristão/cristã significava renunciar 
própria história. O choque provocado pela chegada do cristão-soldado e do so
cristão foi terrível. As populações americanas logo descobriram que o Deu
invasores tinha um nome e se chamava ouro.
Até hoje, o sacramento mais importante dentro das igrejas da América Latin
Batismo. Ser cristão nas novas colônias era declarar a perda da individualida
liberdade de consciência, a liberdade política e a liberdade cultural, pois tudo 
seria ditado pela Igreja administrada pelos reis. O evangelho apresentado 
missionários podia ser resumido em duas palavras: pecado e castigo. E a pro
que Deus estava ao lado deles era ser ou não ser vencido e levado a ruína. A
Joaquim Severino (1986) se refere ao catolicismo deste período como 
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[...]princípios de uma ética individualista e social fundada na sup
prioridade da pessoa sobre a sociedade. A qualida de moral
indivíduos repercutirá necessariamente sobre a qualidade mora
sociedade. Todo o investimento da evange lização, em sentido es
como da educação, sob inspiração cristã, se deu historicamente 
linha. Foi por isso mesmo que o Cristianismo e a Igreja conviv
pacificamente com situações sociais de extrema opressão, co
escravidão, a ex ploração no trabalho etc. É como se estas situa
indepen dessem da vontade do homem, bastando que as consciê
individuais se sentissem emmodelo faz parte de uma escola tradicional, não 
desenvolver a cidadania, mas sim, a expansão das igrejas. Ele foi, essencialm
de tradição cristã. Passos (2007) afirma: “No Brasil, tanto a exclusão do E
escolas com a implantação da República e a Constituição de 1891, quant
inclusão nas diversas Constituições, a partir da década de 1930, fizeram q
ficasse ligado intimamente com a confessionalidade” .
Ainda segundo o autor citado: “O risco que ronda essa prática é do proselitism
intolerância religiosa” . Pedagogicamente, isto tem significado no Brasi
rejeição às práticas religiosas não cristãs, gerando uma rejeição, especialment
religiões de matrizes africana e indígena. Estas tradições religiosas não fi
parte do currículo do Ensino Religioso e foram vistas como inferiores. Desse m
modelo catequético está intrinsicamente ligado com um modelo confession
Ensino Religioso, isto é, procura-se catequizar para a sua p
confessionalidade.
O segundo modelo apresentado pelo autor é o modelo de Ensino Religioso Teo
As características deste modelo procuram uma fundamentação que transpassa
confessionalidade estrita, de maneira a não se limitar à “prática cateq
buscando uma justificativa mais universal para a religião, enquanto dimensão 
humano e com um valor a ser educado” , como mostra o Quadro 2, M
Teológico do Ensino Religioso. 
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Modelo Teológico/Ecumênico
Cosmovisão Plurireligiosa
Contexto político Sociedade secularizada
Fonte
Antropologia, teologia
do pluralismo
Método Indução
Afinidade Escola nova
Objetivo
Formação religiosa dos
cidadãos
Responsabilidade Confissões religiosas
Riscos Catequese disfarçada
O modelo Teológico, portanto, 
é mais arejado, permite um diálogo maior entre as igrejas cris
pode até contemplar uma visão pluralista que inclua religiões
cristãs. Mas continua sendo uma catequese mais sutil, pois ainda
sob a responsabilidade de lideranças religiosas que, em ú
instância, tem poder ou veto sobre os conteúdos a serem minist
nas aulas. 
O grande mérito deste modelo é superar uma visão unirreligiosa e se pauta
diálogo entre as confissões religiosas presentes nas escolas, numa perspect
ecumenismo*. Não se visa um ER que tenha como objetivo a cidadania e s
formação religiosa dos cidadãos. A responsabilidade ainda é das conf
religiosas. Portanto, o modelo teológico de Ensino Religioso, mesmo que tenh
abertura para uma visão pluralista, continua sendo uma catequese disfa
estando ainda sob a responsabilidade de lideranças religiosas que podem dar 
palavra quanto ao conteúdo a ser ministrado em sala de aula.
Como forma de superar um Ensino Religioso catequético e confessional é prop
modelo de Ensino Religioso das Ciências das Religiões. Segundo Passos (2
“este terceiro modelo rompe com os dois anteriores em nome da auto
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epistemológica e pedagógica do ER – autonomia localizada no âmbi
comunidade científica, dos sistemas de ensino e da própria escola” .
O ER com o modelo das Ciências das Religiões recebe autonomia como ár
conhecimento humano, localizada não mais nas instituições religiosas e sim
sistemas de ensino, na escola e na comunidade científica. Ela passa a ser ta
vista como uma área de pesquisa. Como, mais uma vez, aponta Passos (2007)
suma, consiste em tirar as decorrências legais, teóricas e pedagógicas da afirm
do ER como área do conhecimento” . Veja no quadro 3 o Modelo das Ciênci
Religiões.
Modelo das Ciências da Religião
Cosmovisão Transreligiosa
Contexto político Sociedade secularizada
Fonte Ciência da Religião
Método Indução
Afinidade Epistemologia
atual/Inter e
Trandisciplinaridade
Objetivo Educação do cidadão/da
cidadã
Responsabilidade Comunidade científica e
do Estado
Riscos Neutralidade científica
 
O modelo das Ciências das Religiões toma como pressuposto do ER a educaç
cidadão e da cidadã. Passos (2007) indica que: “O estudo da religião na m
sequência e intensidade das demais disciplinas visa à educação dos sujeitos a 
que vivam responsavelmente em sociedade” . Desta forma, o Ensino Re
torna-se uma disciplina reconhecida, tendo uma cosmovisão transreligiosa, o
respeito ao outro, também em sua forma de expressar a sua religi
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fundamental. Também necessita-se trabalhar o Ensino Religioso na perspect
transdisciplinaridade. A pluralidade e a diversidade religiosa começam 
entendidas como uma grande riqueza, onde se aprende mutuamente.
Desta forma, propor o modelo das Ciências da Religião como base epistemo
“[...], como área do conhecimento pertinente ao ER é a melhor mane
desembaralhar, na teoria e na sala de aula, a confusão entre educaçã
religiosidade e educação do cidadão” . Não é tarefa do Ensino Re
aperfeiçoar a religiosidade, mas sim, de aprimorar a cidadania e a human
do/a estudante por meio do componente curricular Ensino Religioso, reconhece
pluralidade e diversidade religiosa e cultural presentes no Brasil. Necess
também, uma formação docente adequada em Ciências das Religiões. Esta tem
uma das lutas, empreendidas pelo FONAPER e pelos diferentes con
municipais/estaduais no Brasil para a regularização da docência no Ensino Rel
Em 2018 foram publicadas as BNCC, com a inclusão do Ensino Religioso com
dos componentes curriculares.
DICA: Este assunto é bastante interessante, pois os modelos criados por Pa
(2007) deixam claros conceitos de confessionalidade e interconfessional
vistos em aulas anteriores, além de expandir para uma terceira conce
Acompanhe a entrevista realizada com João Décio Passos, criador dos mo
estudados nesta aula, e continue seus estudos assistindo a discussão dirigida
Prof. Clemildo Anacleto da Silva.
Entrevista - João Décio Passos - Sobre a Ciência da Religião, parte 1.
Vídeo disponível no AVA
 
Entrevista João Décio Passos - Sobre a Ciência da Religião, parte 2.
Vídeo disponível no AVA
 
ENSINO RELIGIOSO: TRÊS CONCEPÇÕES
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
#140
#141
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ARAGÃO, Gilbraz; SOUZA, Mailson. Transdisciplinaridade, o campo das Ciênc
Religião e sua aplicação ao Ensino Religioso. Estudos Teológicos, v. 58, n. 1 
56, 2018. Disponível 
nos nove anos. A introdução do componente curricular Ensino Religioso na 
não foi sem debates. Na terceira versão da BNCC, primeiramente, havia
retirado o Ensino Religioso. No entanto, após uma articulação, ele reapare
versão final de 2018 , reafirmando a trajetória das duas primeiras versões.
Capa do Documento Final BNCC
1 - Ensino Religioso na BNCC 
#142 #
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O Ensino Religioso é parte integrante das cinco áreas do conhecim
humano. “O Ensino Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecim
Essas áreas, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201024, “favorec
comunicação entre os conhecimentos e saberes dos diferentes compon
curriculares” . Como podemos perceber na imagem abaixo (são cinco áre
conhecimento com diferentes componentes curriculares): Linguagens (L
Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa), componente cur
Matemática (Matemática), componente curricular Ciências da Natureza (Ciên
componente curricular Ciências Humanas (Geografia e História) e o detal
Ensino Religioso que é uma área do conhecimento e também um compo
curricular.
Áreas do conhecimento e componentes curriculares
 O Ensino Religioso está incluso na BNCC como uma área do conhecimento hu
igual às outras quatro áreas. Assim, a BNCC afirma os documentos que estud
anteriormente em nossas aulas, Constituição/88 , LDBEN 93.94/96 , CN
n.4/10 , CNE/CEB n.7/10 . 
2 - Objetivos dos Ensino Religioso 
Considerando os marcos normativos e, em conformidade com as compet
gerais estabelecidas no âmbito da BNCC, o Ensino Religioso deve atend
seguintes objetivos: 
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#146
#147 #148
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 92/104
a) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e esté
a partir das manifestações religiosas percebidas na realidade dos educandos;
b) Propiciar conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência e de c
no constante propósito de promoção dos direitos humanos;
c) Desenvolver competências e habilidades que contribuam para o diálogo 
perspectivas religiosas e seculares de vida, exercitando o respeito à liberda
concepções e o pluralismo de ideias, de acordo com a Constituição Federal;
d) Contribuir para que os educandos construam seus sentidos pessoais de 
partir de valores, princípios éticos e da cidadania. 
A BNCC deixa claro que a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, cultu
estéticos, necessita ser percebida a partir da realidade contextual d
educandos/as. Os conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência
crença, visa o estímulo do respeito ao outro, na promoção dos direitos human
componente curricular também objetiva o desenvolvimento de competênc
habilidades para construção do diálogo entre as diferentes perspectivas religio
seculares da vida, a partir do respeito à liberdade no pluralismo de ideias. Al
mais, também se busca a construção dos sentidos pessoais, a partir de va
princípios éticos e cidadãos. Os objetivos do Ensino Religioso visam a construç
uma relação de diálogo no respeito à diversidade e pluralidade religiosa. 
3 - Competências específicas de Ensino Religioso para o E
Fundamental 
As competências específicas de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental, sã
1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movim
religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filos
estéticos e éticos.
2. Compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosof
vida, suas experiências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios.
3. Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enq
expressão de valor da vida.
4. Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos 
e viver.
5. Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultu
política, da economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente.
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6. Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e prátic
intolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo a assegu
direitos humanos no constante exercício da cidadania e da cultura de paz. 
Para desenvolver, a competências que a BNCC coloca é necessário pesquisar, e
e dialogar sobre o conhecimento religioso, objeto da área de Ensino Religioso, 
produzido no âmbito das diferentes áreas do conhecimento científico das Ci
Humanas e Sociais, notadamente das Ciência(s) da(s) Religião(ões). O obje
conhecimento religioso são os fenômenos religiosos em suas mú
manifestações, sendo parte integrante do substrato cultural da humanidade.
ao Ensino Religioso tratar os conhecimentos religiosos a partir de pressu
éticos e científicos, sem privilégio de nenhuma crença ou convicção. Isso i
abordar esses conhecimentos com base nas diversas culturas e tradições relig
sem desconsiderar a existência de filosofias seculares de vida.
Portanto, o componente Ensino Religioso, no ensino fundamental adota a pesq
o diálogo como princípios mediadores e articuladores dos processos de observ
identificação, análise, apropriação e ressignificação de saberes, visan
desenvolvimento de competências específicas. Desta maneira, busca problem
representações sociais preconceituosas sobre o outro, com o intuito de comb
intolerância, a discriminação e a exclusão.
Por isso, a interculturalidade* e a ética da alteridade constituem fundam
teóricos e pedagógicos do Ensino Religioso, porque favorecem o reconhecime
respeito às histórias, memórias, crenças, convicções e valores de dife
culturas, tradições religiosas e filosofias de vida. O Ensino Religioso busca con
por meio do estudo dos conhecimentos religiosos e das filosofias de vida, at
de reconhecimento e respeito às alteridades. A BNCC também apre
proposta de currículo para o 1º ao 9º ano do ensino fundamental). Ela 
obrigatória. É um guia. Cada município, estado e escola necessita organizar 
currículo, considerando o contexto local, na perspectiva do respeito à diver
brasileira, sem caráter proselitista. Assim, percebe-se que para lecio
componente curricular Ensino Religioso é necessário ter formação específ
seguir vamos estudar as Diretrizes Curriculares Nacionais para os curs
licenciatura em Ciências da Religião/2018 que orientam a formação docente
lecionar o Ensino Religioso no Brasil. 
DICA: Para saber mais sobre a BNCC e o Ensino Religioso veja os vídeos: 
BNCC: Ensino Religioso.
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Vídeo disponível no AVA
ENSINO RELIGIOSO na BNCC. Obrigatório no ENSINO FUNDAMENTAL?
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: Educação é a base. Disponíve
Ensino Religioso escola
Brasil e a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os curso
licenciatura em Ciências da Religião/2018.
Vídeo disponível no AVA
Introdução 
A formação do/a docente do Ensino Religioso tem sido um processo inten
discussão na história da educação brasileira e do próprio Ensino Religioso. Se
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira, o FONAPER propôs alguns objetivos básico
a licenciatura em Ensino Religioso, são eles: 
- possibilitar ao profissional de Ensino Religioso o referencial teó
metodológico que oportunize a leitura e a interação crítica e consc
do fenômeno religioso pluralista atual.
- habilitar o profissional de Ensino Religioso para o pleno exe
pedagógico, através da busca da construção do conhecimento, a 
de categorias, conceitos, práticas e informações sobre o fenôm
religioso e suas consequências socioculturais no universo pluralis
educação.
- qualificar o profissional de Ensino Religioso pelo acesso
conhecimento, e a compreensão do fenômeno religioso present
todas as culturas, para o exercício pedagógico no âmbito s
cultural, antropológico, filosófico, ético, pedagógico, científic
religioso nas escolas.
- possibilitar aos profissionais de Ensino Religioso o acesso aos dir
previstos nas legislações específicas do magistério.#157 
Os objetivos propostos afirmam que os/as professores/as de Ensino Re
necessitam ter uma sólida formação, oportunizando uma leitura e interação cr
consciente do fenômeno religioso, valorizando a riqueza da diversidade cult
religiosa brasileira. A construção do conhecimento necessita se dar a pa
categorias, conceitos, práticas e informações sobre o fenômeno religioso, ten
vista o universo pluralista da educação. Precisa ter acesso ao conheciment
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 96/104
compreensão do fenômeno religioso, presente em todas as culturas, para 
exercício pedagógico aconteça de forma ampla, abrangendo os diferentes asp
seja social, cultural, antropológico, filosófico, ético, pedagógico, científico e rel
A qualificação docente deve também, possibilitar aos profissionais de E
Religioso o acesso aos direitos previstos nas legislações específicas do magisté
A prática pedagógica, portanto, necessita ter como fundamento o ensinar 
apenas o transferir conhecimentos , porque “[...] ensinar não significa tra
pacotes sucateados, nem repassar o saber. Seu conteúdo correto é mot
processo emancipatório com base em saber crítico, criativo, atua
competente” .
O artigo 62 da LDB/96 destaca que a “formação de professores para atu
educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de grad
plena, em universidades e institutos superiores de educação [...]” . 
maneira, a luta pela criação de licenciaturas no Brasil para o Ensino Religioso
longo processo, pois está ligado com a história deste componente curricu
educação brasileira.
A seguir vamos trazer um recorte da homologação da Portaria nº 1.403 pa
Diretrizes Curriculares Nacionais para a criação de cursos de licenciatur
Ciências da Religião/2018. 
1 - Homologação da Portaria n° 1.403 - Diretrizes Curriculares Naci
(DCN) para os cursos de licenciatura em Ciências da Religião/2018
Em 18 de setembro de 2018, na sede do Conselho Nacional de Educação, oco
audiência pública nacional sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para os 
de licenciatura em Ciências da Religião. A Comissão votou favoravelme
aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatu
Ciências da Religião, na forma do Parecer e do Projeto de Resolução anexo, d
é parte integrante. Ela foi homologada pela portaria nº 1.403, publicada no 
Oficial da União, em 28 de dezembro de 2018, seção 1, p. 131 , e aprese
histórico das reinvindicações para a criação de cursos de licenciatura
profissionais. Em 1998, 2004 e 2008 foram enviadas propostas para Cur
Graduação em Ciências da Religião-Licenciatura em Ensino Religioso.
No entanto, o documento deixa claro que a ausência de Diretrizes Curric
Nacionais para formação de professores/as no Ensino Religioso não impedi
muitas licenciaturas fossem criadas por Instituições de Educação Superior (IE
várias regiões do país: FURB (Blumenau/SC), UNIVILLE (Joinville/SC), U
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 97/104
(Tubarão/SC), Unochapecó (Chapecó/SC), UNOESC (São Miguel do Oeste/SC)
(Canoinhas/SC), USJ (São José/SC), UEPA (Belém/PA), UEMA (São Luís/MA),
(João Pessoa/PB), UFJF (Juiz de Fora/MG), UNIMONTES (Montes Claros/MG),
MG (Belo Horizonte/MG), UERN (Natal/RN), UFS (São Cristóvão/Sergipe)
(Manaus/AM), UFSM (Santa Maria/RS) e UNICAP (Recife/PE), tomando por
inicialmente a caminhada interconfessional realizada na área, posteriormen
PCNER elaborados pelo FONAPER (1997) e o artigo 33 da LDB 9.394/1996.
O documento também afirma que busca pela não confessionalidade no E
Religioso objetivando assegurar o respeito à diversidade religiosa no cot
escolar por meio da compreensão dos fenômenos religiosos. E isso pressu
estudo dos conhecimentos religiosos e da Constituição de relações intercultu
inter-religiosas, tendo em vista os direitos humanos, a formação integra
cidadania. Nas regiões em que há egressos dos cursos de licenciatura, os cr
de contratação de docentes são similares aos utilizados para as demais áre
conhecimento. Contudo, onde não há professores habilitados, há dificuldades
implementar os objetivos do Ensino Religioso previstos na Base Nacional Cur
Comum (BNCC). Esta inclusive, tem sido uma das desculpas utilizadas 
sistemas de ensino para a não implementação do Ensino Religioso nas e
públicas. A mudança de concepção de Ensino Religioso e da profissionalizaç
seu docente requer Diretrizes Curriculares Nacionais para a área. “A habi
pressupõe sólida formação de cunho epistemológico e pedagógico nos sabe
habilidades fundantes das Ciências da Religião e da Educação, qual se
perspectiva inter-religiosa e intercultural para a docência do Ensino Religio
Educação Básica.” .
O conhecimento religioso produzido por diferentes crenças, filosofias, tradiç
movimentos religiosos se constitui em referencial utilizado pelos sujeitos
(re)construir caminhos, significados, sentidos e respostas às diferentes situaç
desafios da vida cotidiana. Consequentemente, isso produz efeitos na formaçã
identidades e na organização social. Daí, a necessidade de rigorosa form
docente para o Ensino Religioso em nível de licenciatura. A formação inicia
assegurar o desenvolvimento de processos de reconhecimento das ident
religiosas e não religiosas, de forma que as diferentes culturas, religiosida
filosofias de vida sejam estudadas a partir de pressupostos científicos, ét
estéticos, salvaguardando os direitos humanos, a liberdade de pensamento, c
culto e organização nos termos da lei. A dinâmica do reconhecimento mob
ressignificação de concepções e práticas de colonialidade, reconstruindo atitud
valoração e respeito às diversidades, ao mesmo tempo em que inst
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 98/104
problematiza relações de saberes de caráter religioso, tanto nos espaços educ
como na sociedade em geral. O processo de reconhecimento das identida
alteridades torna-se possível na medida em que a formação inicial habilite
docentes para o exercício do diálogo intercultural.
O diálogo intercultural tem como objetivo a superação de assimetrias 
perspectivas religiosas entre si, ou entre pessoas com e sem religião em proc
de exclusão, desigualdade, intolerância e discriminação. Trata-se de pr
concepções e práticas que respeitem e valorizem as identidades, bus
desenvolver a percepção de que cada sujeito é um ser singular no universo.
A formação docente para o Ensino Religioso de perspectiva não confessional 
proselitista pressupõe que a licenciatura em Ciências da Religião assu
reconhecimento, o diálogo intercultural e a cidadania enquanto prin
orientadores do percursoformativo de caráter interdisciplinar, crítico e c
oferecido a seus egressos. Por isso, a licenciatura em Ciências da Re
dedica-se ao estudo dos fenômenos religiosos a partir de epistemolog
metodologias específicas, o que a diferencia de outras área
saber. Ela objetiva investigar e analisar os diferentes modos de crer, c
finalidade de compreendê-los historicamente, da morfologia às doutrinas e
práticas ritualísticas. Os conhecimentos religiosos e as filosofias de vida const
objetos privilegiados do Ensino Religioso, mas seu processo formativo e
domínio e manuseio interdisciplinar de metodologias e linguagens div
envolvendo prática educativa, ensino e extensão. Com base nessas premis
curso de licenciatura em Ciências da Religião estrutura-se em três núcleos:
Um Núcleo de formação geral, que articulará :
a) formação acadêmica, assegurada por meio da apropriação de conhecim
estruturantes do Campo das Humanidades, incluindo as relações entre pesq
metodologia científica, leitura e produção de textos, ciências e fenômenos relig
b) formação pedagógica, assegurada pelo estudo e pesquisa dos fundamen
Educação, dos seus dispositivos legais, princípios didáticos, processo
organização da Educação Básica (gestão, currículo e avaliação), saberes da pro
e da identidade docente; c) formação inclusiva, assegurada pelo estud
relações entre educação e diversidade, direitos humanos e cidadania, edu
ambiental, educação especial, relações étnicas e raciais, de gênero, de geraçã
classes sociais.
Um Núcleo de formação específica, que articulará :
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 99/104
a) formação específica em Ciências da Religião, assegurada por meio do e
dos eixos dessa ciência: i. fundamentos históricos e epistemológicos da
de Ciências da Religião; ii. história das religiões, no que tange à aprop
dos aspectos estruturantes das matrizes, tradições e movimentos religios
origens africanas, indígenas, asiáticas, orientais e semitas/ocidentais, conside
em sua multiplicidade de elementos (linguagem religiosa, símbolos, ritos, es
territórios, mitos, divindade(s), crenças, doutrinas, textos orais e escritos, 
sobre existência e imortalidade, princípios e valores éticos); iii. corr
filosóficas e movimentos socioculturais não religiosos; iv. e
sistemático das religiões e movimentos religiosos, o que inclui abord
comparativas, classificatórias e reflexivas, as quais visam a interface com tem
transversais à sociedade e à cultura, tais como: religião e sociedade, relig
política, religião e economia, religião e mídia, religião e ciência, religião e
religião e violência, religião e sexualidade, religião e natureza; v. aplicaçã
conhecimentos específicos das Ciências da Religião em espaços formais 
formais de ensino, na construção de processos de aprendizagem crít
transdisciplinar sobre os fenômenos religiosos, a fim de subsidiar o d
interreligioso, a interculturalidade, os direitos humanos e da cultura da paz
formação específica busca construir um inventário abrangente das modal
religiosas que compõem o campo das religiões no Brasil e no mundo, a part
perspectivas históricas diacrônica e sincrônica, tendo em vista os process
sínteses, repetições, recomposições e inovações que historicamente acomet
religiões. Entende-se que a área de Ciências da Religião possibilita que 
licenciandos/as analisem as mútuas influências entre sociedade, cultura e re
investigando, por exemplo, como os discursos religiosos se relacionam
interpelações discursivas não religiosas: políticas, filosóficas, econômic
científicas.
b) formação específica em Ensino Religioso , assegurada por meio 
apropriação dos fundamentos históricos, epistemológicos e metodoló
do Ensino Religioso de natureza não confessional e não prosel
necessários à sua docência em diferentes etapas e modalidades da Educação B
ii. análise, criação e uso de materiais didáticos, textos, tecnologias di
e metodologias significativas de aprendizagens para o Ensino Reli
baseado na área de Ciências da Religião. O estudo qualificado
conhecimentos religiosos possibilitará a construção de saberes especializado
subsidiarão o futuro exercício da docência em Ensino Religioso por me
fundamentação científica própria das Ciências da Religião. A complexidad
tema requer que o núcleo de formação específica mobilize um a
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 100/104
conjunto de saberes epistemológicos e pedagógicos que d
fundamentar as atividades educativas. Quer-se, com isto, contribuir para
sociedade civil mais respeitosa, regida pelos princípios da liberdade e da igua
Nessa sociedade, cidadãos e cidadãs, religiosos e não-religiosos devem 
conviver plenamente com base no respeito às alteridades.
Um Núcleo de estudos integradores com a finalidade de propor
enriquecimento curricular por meio de: atividades de caráter científico e cultur
enriqueçam o processo formativo dos licenciandos, tais como: a) eventos, prod
de textos (comunicações científicas, artigos, capítulos e livros, monografias, ro
de investigação e ou performances), estudos de casos, visitas, produções cole
monitorias, resolução de situações-problemas, projetos de extensão, pr
culturais e artísticos e residência docente; b) atividades práticas que pro
vivências nas mais diferentes áreas do campo educacional, assegu
aprofundamentos e diversificação de estudos, experiências e utilização de re
pedagógicos; c) mobilidade estudantil, intercâmbio e outras atividades previs
Projeto Pedagógico do Curso; d) atividades de comunicação e expressã
favoreçam a aquisição e a apropriação de recursos de linguagem que facili
comunicação e argumentação com base em dados, fatos e informações fidedig
Outra dimensão significativa que articula e consolida as contribuições dos N
estruturantes do Curso é o Estágio obrigatório. Ele deve ocorrer ao lon
processo de formação, visando a aproximação dos/as licenciandos/as c
realidade escolar por meio de processos de observação, pesquisa, planejame
intervenção em diferentes etapas e modalidades da educação básica. O E
consiste em um conjunto de atividades capazes de construir e sistem
experiências em torno da dinâmica própria do universo escolar, constituindo-
momento de integração dos conhecimentos apropriados ao longo do Curso. Ele
ser realizado sob supervisão e acompanhamento sistemático da IES, par
efetivamente favoreça o desenvolvimento sistemático do processo de observ
ação-reflexão-ação em espaços formais ou não formais de ensino. O e
obrigatório deve oportunizar aos/às licenciandos/as a reflexão e a vivência 
problemas contemporâneos correntes do Ensino Religioso baseado na ár
Ciências da Religião, privilegiando a formação de educadores/as pesquisador
Por isso, as atividades precisam ser cuidadosamente planejadas, a fim de qu
licenciando/a observe e conheça a escola, sua história, função social, o seu P
Pedagógico, estrutura física, organizacional e administrativa, processo e
aprendizagem e as relações entre os sujeitos ali existentes. Lembrando o qu
diz a BNCC 
#171
#172
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 101/104
No Ensino Fundamental, o Ensino Religioso adota a pesquisa
diálogo como princípios mediadores e articuladores dos processo
observação, identificação, análise, apropriação e ressignificaçã
saberes, visando o desenvolvimento de competências especí
Dessa maneira, busca problematizar representações so
preconceituosas sobre o outro, com o intuito de combat
intolerância, a discriminação e a exclusão. Por isso, a intercultural
e a ética da alteridade constituem fundamentos teóricos e pedagó
do Ensino Religioso, porque favorecem o reconhecimento e respei
histórias, memórias, crenças, convicções e valores de difer
culturas, tradições religiosas e filosofias de vida.
Os(As) professores(as) de Ensino Religioso, segundo a BNCC, têm como mét
pesquisa e o diálogo, numa perspectiva intercultural e interreligiosa. Ca
eles(as),como profissionais, a interlocução entre a escola e a comunida
mediação de possíveis conflitos, visando o desenvolvimento de habilida
competências específicas, buscando “problematizar representações s
preconceituosas sobre o outro, com o intuito de combater a intolerân
discriminação e a exclusão” . 
Conclusão 
Como foi possível perceber, a história do Ensino Religioso está em con
processo de reflexão. É somente viável entender os problemas com
componente curricular no presente, olhando para o passado e as lutas p
regularização dele nos sistemas de educação. O Ensino Religioso tem história 
é fundamental compreender. Outra questão fundamental é entender a impo
mobilização dos/as professores/as e diferentes associações para a regular
deste componente curricular e a criação das diretrizes nacionais para a criaç
licenciaturas em Ciências das Religiões. Desta forma, também professores/
Ensino Religioso se tornam reconhecidos/as por terem uma formação específ
Ensino Religioso, enquanto componente curricular, torna-se reconhecido como
área do conhecimento humano, fundamentado no estudo do fenômeno religio
forma inter e transdisciplinar, na construção da cidadania respeitosa à diver
cultural e religiosa brasileira. A história do Ensino Religioso e a 
regulamentações continuam em processo. Cada um de vocês, como estudan
licenciatura em Ciências das Religiões e ou atuando em sala de aula 
professor/a deste componente curricular, está fazendo parte da construção 
história.
#173
#174
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 102/104
Conhecer e estudar o fenômeno religioso e respeitar à diversidade religiosa, p
construção da cidadania – um dos objetivos da formação docente da Licenciatu
Ciências das Religiões 
DICA: Amplie seu estudo sobre o curso Ciências da Religião e as Diret
Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura em Ciências da Rel
assistindo aos vídeos: 
As DCNs de Ciências da Religião e Ensino Religioso - RELIGARE 
HORIZONTE
Vídeo disponível no AVA
Religare - Conhecimento e Religião sobre as DCNs de Ciências da Relig
Vídeo disponível no AVA
E leia, na íntegra, o documento da Homologação da Portaria n° 1.403 - Dire
Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de licenciatura em Ciência
Religião/2018: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação Conselho Pleno.
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-
18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192
Referências: 
#175
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 103/104
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192
BRASIL. LDB. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Art. 62, 1996. Disp
em: . Acesso em 19
2017. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Conselho Nacional de Educação. Conselho 
Resolução Nº 5, de 28 de dezembro de 2018. Resolução CNE/CP 5/2018. 
Oficial da União, Brasília, 31 de dezembro de 2018, Seção 1, pp. 64 e 65. Disp
em: . Acesso em 21 maio 2
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 104/104
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://portal.mec.gov.br/docman/janeiro-2019-pdf/105531-rcp005-18/file
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=99971-pcp012-18&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192paz, nada se podendo fazer contra 
situações objetivas. 
Portanto, a religião neste período estava ligada à exploração da mão de
escrava, especialmento do povo negro. Os/as africanos eram propriedade d
senhor e de sua senhora. A escravidão iniciou por volta da década de 1530, q
os portugueses implantaram as bases para a colonização e a exploração do ter
brasileiro, se estendendo até 13 de maio de 1888 com a assinatura da aboli
escravidão no Brasil durou 353 anos. O Brasil foi o último país a abolí-la.
entanto, é importante dizer que os/as escravizados/as foram libertos e sem di
uma situação que se mostra na desigualdade social e no racismo estrutural 
tempo presente. Importante lembrar que entre os/as escravizados/as havia ta
muçulmanos, e foram eles que realizaram um dos primeiros movimentos co
escravidão.
Revolta dos Malés 
Prezados estudantes! Prezadas estudantes! 
Assistam e aumentem os conhecimentos sobre este período histórico:
Vídeo da Profa. Lili Schwarcz:
#010
#0
#012
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 11/104
Os malês* e a resistência negra na Bahia.
Vídeo disponível no AVA
Assim, é importante perceber que na história houve resistência à escra
movimentos e revoltas contra este sistema de exploração dos seres hum
Somente nos últimos anos, como veremos, a partir da Constituição de 1988 e 
de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN ) de 1996, inicia um processo p
inclusão da diversidade das culturas* e tradições religiosas indígenas, 
brasileiras e outras religiões, no currículo escolar do Ensino Religioso. No enta
importante registrar que este é um processo longo de lutas contra o racis
intolerância, a demonização e a violência contra pessoas negras e os 
indígenas. Também a religião e a cultura destes povos ainda hoje é demoniz
perseguida. Vocês terão uma disciplina, onde irão estudar de forma 
concentrada as religiões afro-brasileiras. Muitas crianças e jovens negros aind
não concluem a educação básica, sendo esta uma das muitas causa
desigualdade social e do racismo estrutural no Brasil.
Neste sentido, indico o texto do estudante de Licenciatura em Ciências
Religiões, mestre CALOTI, Vinicius de Aguiar. Representações sociais s
estudantes negros nas escolas públicas da grande Vitória/ES: um estudo de 
na escola Clotilde Rato. Revista Pró-discente. v. 25, n. 2, p. 126-145, jul.
2019.
Disponível em: https://periodicos.ufes.br/prodiscente/article/view/24458
Este texto aponta, através de pesquisa, o preconceito e racismo instituc
contra as pessoas negras, que se vive nas escolas públicas no Brasil.
Conclusão
A seguir, vamos estudar a primeira Constituição do Brasil, outorgada em 182
período histórico denominado Brasil Império, buscando perceber como apare
relação da religião com o estado e a escola.
Até
Referências: 
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 12/104
https://periodicos.ufes.br/prodiscente/article/view/24458
CALOTI, Vinicius de Aguiar. Representações sociais sobre estudantes negro
escolas públicas da grande Vitória/ES: um estudo de caso na escola Clotilde
Revista Pró-discente. v. 25, n. 2, p. 126-145, jul./dez. 2019. Disponíve
. Acesso em 20
2020. 
DREHER, Martin Norberto. A Igreja Latino-americana no Contexto Mundial. v
ed. São Leopoldo: Sinodal, 2007. p. 35-45. 
FREIRE, Simone. Há 185 anos, Revolta dos Malês entrava para a histór
resistência negra no Brasil. Disponível 
. Acesso em 20 maio 2
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Relig
Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20
1. Disponível em: . Acess
20 maio 2020. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Educação, Ideologia e Contra-ideologia. São 
EPU, 1986.
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 13/104
https://periodicos.ufes.br/prodiscente/article/view/24458
https://www.almapreta.com/editorias/realidade/ha-185-anos-revolta-dos-males-entrava-para-a-historia-da-resistencia-negra-no-brasil
https://www.almapreta.com/editorias/realidade/ha-185-anos-revolta-dos-males-entrava-para-a-historia-da-resistencia-negra-no-brasil
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
Aula 3 - Chegada da família imperial em 1808: primeira Constituição brasileira outorgada em 182
relação com a religião
Objetivo: Estudar a Constituição brasileira outorgada em 1824 e as relações
a religião.
Vídeo disponível no AVA
Introdução
A vinda da família real portuguesa para o Brasil ocorreu em 28 de novemb
1807 e a comitiva aportou na Bahia, em 22 de janeiro de 1808. A famíli
chegou ao país, foragida da Europa, devido a conquista napoleônic
Portugal. A independência do Brasil de Portugal foi declarada em 7 de set
de 1822. Maria Isabel Moura Nascimento afirma que o país foi conquistado
base em acordos políticos de interesse da classe dominante, composta da ca
senhorial brasileira, que entrava em sintonia com o capitalismo europeu.”
Com a independência do Brasil em 1822, muitas mudanças aconteceram
estruturas de poder em vigor. Conflitos entre a antiga aristocracia escrav
nordestina com a nova aristocracia cafeeira do Sudeste, assim como o 
surgimento dos grandes centros urbanos, que migraram junto com a mudan
poder político. Na crista das mudanças, a Igreja Católica viu a oportunidade
deixar de ser uma ferramenta a serviço da coroa e ser uma entidade indepen
paralela ao Estado. A partir daí, ela reestabeleceu sua ligação com Roma e as
para si as decisões do Concílio de Trento*. As principais características 
mudança na Igreja Católica foram as tentativas de abandono de um
supersticiosa, semelhante ao que os protestantes também fizeram. As explic
da sociedade necessitavam da ciência, para isto era fundamental uma relação 
com a razão. A Igreja buscou a alfabetização dos seus membros, implementaç
catecismo com o intuito de doutrinação naquilo que Roma pregava.
A discussão sobre a educação nas escolas iniciou com a vinda dos imig
europeus, que começaram a chegar em maior escala. Os primeiros imigrante
neste período histórico, chegaram ao Brasil são os ingleses que confessav
anglicanismo (1810) e alemães, suíços em maioria eram luteranos (182
primeira capela dos anglicanos foi construída em 1822. A vinda dos imig
protestantes questionou a relação entre estado e Igreja Católica e a falta de es
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O objetivo do incentivo da vinda de imigrantes ao Brasil visava a substituiç
mão de obra escrava, branquear a raça (a maioria da população brasilei
negra), criar a pequena propriedade rural, construir uma classe média e o
áreas consideradas devolutas, especialmente, nas fronteiras do Brasil. Os prim
europeus que aqui chegaram como imigrantes, geralmente, eram pe
empobrecidas, famintas, sem-terras, boias-frias europeias, pequenos agricu
artesãos. De acordo com o historiador Martin Dreher (2005), 
A Europa do século XIX expulsa seus filhos e suas filhas. Há situa
em que algumas comunidades chegam inclusive a pagar a passa
de seus cidadãos pobres. Essa também foi uma das possibilidade
resolver a questão social.
Alemães, suíços, holandeses, dinamarqueses, noruegueses, su
austríacos, italianos, poloneses, russos, espanhóis, portugues
muitos outros mais migram para o Brasil. Entre eles encontr
muitos protestantes, luteranos, unidos, reformados, valde
anabatistas.
Importante perceber que neste período, a maioria da população era negra, de
escravização. A introdução dos imigrantes europeus foi umprojeto e a sua ins
no país foi construída em oposição ao trabalho dos povos indígenas e afri
Questões que ainda hoje têm as suas consequências, como por exemplo, que 
é considerado trabalhador são os brancos europeus. A maioria dos negros 
negras ainda se encontram nos trabalhos com menor poder aquisitivo. O ra
estrutural e institucional é consequência desta política colonialista.
Os imigrantes europeus protestantes, no entanto, trouxeram consigo discu
muito importantes para sociedade brasileira: o direito à educação e à libe
religiosa. Desta forma, a primeira Constituição brasileira foi outorgada em 
março de 1824, pelo imperador D. Pedro I.
1 - CONSTITUIÇÃO DE 1824: Catolicismo religião do estado
Fonte: Capa da Constituição de 1824 
A primeira Constituição brasileira foi outorgada, em nome da Santíssima Trin
pelo Imperador Dom Pedro I, em 1824. No Art. 5. lemos
A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a 
Religião do Imperio. Todas as outras Religiões 
permittidas com seu culto domestico, ou particula
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casas para isso destinadas, sem fórma alguma exteri
Templo.
Portanto, em nome da Santíssima Trindade, a pr
Constituição afirma a religião Católica Apostólica Ro
como a oficial do Brasil. Todas as outras religiõ
poderiam ser “permitidas com seu culto doméstic
particular, em casas para isso destinadas, sem forma a
exterior de templo”. A Constituição de 1824 afirm
relação entre estado e Igreja, promovendo uma libe
religiosa (melhor uma tolerância) subordinada à religião do estado. O artigo 9
Constituição de 1824, determinava também quem podia votar e ser votado. 
os que podem ser Eleitores, abeis para serem nomeados Deputados. Exceptua
O item III afirma “Os que não professarem a Religião do Estado”. Por
quem não era católico não era considerado cidadão pleno na primeira Consti
do Brasil. Entretanto, o Art. 179, parágrafo V afirma “Ninguem póde ser perse
por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não offenda a 
Publica.” Percebe-se que há uma liberdade religiosa tolerada, desde que n
contra o que apregoa o estado e a Igreja Católica. A proclamação da indepen
do Brasil de Portugal em 1822, pelo primeiro imperador D. Pedro, o sistem
padroado* continuou. O artigo 5º da Constituição da Imperial afirmou a r
católica como religião do império. 
DICA: Revisite os conceitos estudados nesta aula e acesse ao resumo comple
da Primeira Constituição brasileira (1824).
Vídeo disponível no AVA
Conclusão
Na próxima aula, vamos olhar mais de perto a primeira Constituição outorgad
Brasil e a relação com a educação e o Ensino Religioso.
Referências: 
BRASIL. Constituição Política do Império do Brasil (de 25 de março de 1
Disponível 
. A
em 20 maio de 2020. 
DREHER, Martin N. História do povo luterano. São Leopoldo: Sinodal, 2005.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm
JUNQUEIRA, Sergio. História, legislação e fundamentos do Ensino Reli
Curitiba: IBPEX, 2008. 
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Relig
Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20
1. Disponível em: . Acess
20 maio 2020. 
OCTACIANO, Nogueira. Constituições Brasileiras: 1824. v. 1, 3. ed. Brasília: S
Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012. Disponível 
. Acesso em 20 mar. 2020.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 17/104
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/137569/Constituicoes_Brasileiras_v1_1824.pdf
Aula 4 - Brasil Imperial: Constituição de 1824, a educação e o Ensino Religioso
Objetivo: Perceber como a Constituição de 1824 trata a educação e o Ensino
Religioso.
Vídeo disponível no AVA
Introdução 
Nesta aula, vamos estudar como a primeira Constituição do Brasil Império (
1889) refletiu a educação e o Ensino Religioso. Com a vinda da família real p
Brasil, de acordo com Sergio Junqueira
foi estimulada a organização de uma estrutura para a educação
vista da formação da elite para assumir as terras brasílicas. Entret
não era de interesse governamental estabelecer um sistema nac
de ensino que integrasse os graus e modalidades. Algumas es
foram criadas, com vistas a serem regulamentadas as vias de ace
esses cursos, especialmente por meio dos secundários e dos ex
de ingresso aos estudos de nível superior. 
A seguir, vamos estudar a Constituição de 1824, e as legislações que trou
adendos a esta Constituição. 
1 - Constituição de 1824 e a educação
A Constituição do Brasil Imperial não se refere à educação do povo brasile
palavra educação não aparece na primeira Constituição, mas fala de “esco
primeiras letras”. Percebe-se que a Constituição regulamenta as câmaras muni
dando a elas poder de fiscalização. As câmaras das cidades tinham a tarefa de 
fiscalizar o comércio de pólvora e fogos de artifício, assim 
autorizar a realização de espetáculos públicos nas ruas, praç
arraiais, competindo-lhes também manter estabelecimentos
caridade, de assistência médica e de vacinação pública, além de s
sua atribuição fiscalizar as escolas de primeiras letras.
É importante apontar que “as escolas de primeiras letras” eram de fato rara
acordo com Maria Isabel Moura Nascimento(web), “em 15 de outubro de 18
Assembléia Legislativa aprovou a primeira lei sobre a instrução pública nacio
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Império do Brasil, estabelecendo que ‘em todas as cidades, vilas e lugares pop
haverá escolas de primeiras letras que forem necessárias’.” Soment
cidades maiores havia escolas. A maioria da população era analfabeta. 
segundo a professora Maria Isabel Moura Nascimento(web): 
A Constituição outorgada em 1824, que durou todo o período imp
destacava, com respeito à educação: “A instrução primária é gra
para todos os cidadãos.” Para dar conta de gerar uma lei espe
para a instrução nacional, a Legislatura de 1826 promoveu m
debates sobre a educação popular, considerada premente 
parlamentares. 
A Constituição de 1824, portanto, apontou para a importância da educação pú
especialmente aqui, a educação primária. Somente com a vinda da família re
1808, o Brasil é elevado a império e começa a se preocupar com a educaçã
entanto, é necessário ter clareza para quem a educação estava dirigida. De a
com Carlos Roberto Jamil Cury 
Nossa Constituição Imperial de 1824, no capítulo das "Garantias
Direitos Civis e Políticos dos Cidadãos Brasileiros" reconhece, no
179, XXXII, como direito dos mesmos "a instrução primária grat
Ora, o art. 6º da mesma Constituição, ao definir o para quem d
cidadania, tem como "cidadãos brasileiros os que no Brasil tiv
nascido, quer sejam ingênuos ou libertos". Ora, os ingênuos são o
nasceram livres e filhos de pais livres. São os livres e naturais do 
são cidadãos ex generatione e ex jus soli. Já os libertos são aq
alforriados que, libertando-se da escravidão, recuperaram a
condição de homens livres. Assim, por oposição, a Constit
Imperial não reconhece os escravos como cidadãos. Desse mod
estatuto da escravatura, tacitamente acolhido, tem, por abjeto
seja, o outro como objeto, propriedade, mercadoria. 
A escola pública das primeiras letras no Brasil Império era somente para os lib
Desta forma, dá para entender historicamente o grande índice de analfabetos
as pessoas escravizadasnão eram reconhecidas como cidadãs, mas 
mercadorias, objetos e propriedade. Desta forma, também entende-se a negaç
religião e da cultura dos/as escravizados/as que até o tempo presente, é vist
desconfiança e até mesmo demonizada.
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Em 12 de agosto de 1834, foi proclamado o ato adicional, que modifi
Constituição de 1824, contemplando a educação. A partir desta alteração
províncias deveriam assumir o ensino primário e o secundário, enquanto 
poder central encarregava-se do ensino superior, cristalizado nas faculdades m
e jurídicas.”
Pessoas escravizadas não tinham direito à educação
2 - Ensino doutrina religiosa
Na Constituição de 1824, não aparece a questão do Ensino Religioso. No en
documentos complementares do Império de 1827, mencionavam que o ens
doutrina religiosa era um dos propósitos da escola, juntamente com o ensi
leitura, da escrita e das quatro operações.” As escolas de primeiras 
também deveriam ensinar a religião, naturalmente referindo-se ao catolicismo
esta era a religião do Império. 
A religião fazia parte do currículo escolar público. A Lei de 1
outubro de 1827, que mandava “criar escolas de primeiras letra
todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império”, lista
conteúdo do ensino na forma de matérias, entre elas “os princípio
moral cristã e da doutrina da religião católica e apostólica rom
proporcionados à compreensão dos meninos”. Os professores de t
os níveis de ensino eram obrigados a prestar juramento de fidelida
religião oficial, podendo ser punidos por perjúrio; nas escolas púb
de todo o país, a doutrina católica deveria ser ensinada a todo
alunos, pelo menos até 1875, quando os “acatólicos” puderam pos
a dispensa dessas aulas no Colégio Pedro II.
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Percebe-se, no entanto, que o Ensino Religioso vai sendo tema nas escolas do 
à medida que os imigrantes europeus vão chegando, trazendo junto a discuss
questão do direito à liberdade religiosa. Muitos/as imigrantes eram de tr
protestante.
A chegada do período republicano trará novos ares ao estado brasileiro. 
ideias, fortalecidas pelo positivismo, apontam para a separação do estado
Igreja. 
Acompanhe o resumo (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. História do E
Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 16): 
1549 – Chegada da Companhia de Jesus. A meta era a catequizaç
evangelização dos povos indígenas. 
1759 – Expulsão dos Jesuítas do Brasil. O ensino passa para as mãos de o
grupos católicos. 
1824 – 1ª Constituição do Brasil Imperial. A Igreja Católica Apostólica é afirm
como religião oficial do Brasil império. 
Um fato importante – Preste atenção! 
O Ensino Religioso é o único componente curricular que aparece em tod
constituições brasileiras e tem sido fonte de grandes discussões na edu
Nenhum outro componente curricular aparece nas constituições brasileira
próxima aula, vamos estudar a Constituição de 1891, e como a mesma aprese
questões relacionadas à educação e ao Ensino Religioso. 
DICA: Aprofunde seu conhecimento sobre este período histórico, assistindo a
vídeos: 
História da Abolição da Escravidão no Brasil.
Vídeo disponível no AVA
Vídeo Educação no Brasil Império.
Vídeo disponível no AVA
Para saber mais sobre a educação no Brasil Império, acesse e leia: 
NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. O império e as primeiras tentativa
organização da educação nacional (1822-1889). Histedbr, Unicamp. Dispo
em:
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 21/104
. Acesso em 2
2020. 
BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. 
Maria: UFSM, NTE, 2018. 
CUNHA, Luiz Antônio. Dicionário Verbetes: Ensino Religioso. Grupo de Estudos
Política Educacional e Trabalho Docente. Disponível 
. Acesso e
maio 2020. 
CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação escolar, a exclusão e seus destina
Educação em Revista, n. 48, p. 205-222, 2008. Disponível 
. Acesso em 20 maio 2020. 
JUNQUEIRA, Sergio. História, legislação e fundamentos do Ensino Reli
Curitiba: IBPEX, 2008. 
NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. O império e as primeiras tentativa
organização da educação nacional (1822-1889). Histedbr, Unicamp. Disponíve
de 
antes da proclamação da república, que se realizou em 15 de novembro de 188
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Foto da 1ª Igreja Protestante com Torre no Brasil, que fica em Domingos Mart
Espírito Santo.
 1 - Constituição Republicana de 1891 e a educação
 
Constituição de 1891
A primeira Constituição Republicana, proclamada em 24 de fevereiro de 189
definiu como laico o ensino público no Brasil. Isso significa que a religião não
poderia interferir nos assuntos referentes à educação pública. Além disso, 
1891, há previsões nas nossas Constituições sobre a inviolabilidade da liberda
consciência e de crença. No entanto, é necessário apontar que a Constituiç
1891, com seu recorte liberal, não afirmou a gratuidade da educação, assim
estava posta na Constituição de 1824. A procura por educação escolar foi de
como uma iniciativa individual do sujeito.
Ao âmbito federativo ficou a possibilidade de se afirmar, nas respe
Constituições Estaduais, tanto a gratuidade quanto, eventualmente, sua asso
com a obrigatoriedade. Em vão foram as várias tentativas legais e pressões s
no período da Velha República, pela afirmação nacional e constitucion
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gratuidade e de maior presença da União no ensino obrigatório. Nem mes
Revisão Constitucional de 1925/26, em cujo processo havia emenda nesse se
logrou êxito. 
Isto significou que a maioria dos brasileiros ficou sem educação. Somente t
direito ao voto, homens alfabetizados, maiores de 21 anos. Geralmente, 
estudava eram os homens, pois com a implantação do voto universal, mascu
letrado, a instrução tornou-se condição de direitos políticos.
Pintura em que Aurélio de Figueredo incluiu sua mulher e as três filhas no balcão nobre
canto. 
2 - CONSTITUIÇÃO DE 1891: Ensino Leigo
O parágrafo 6º, do artigo 72, da Constituição da República dos Estados Unid
Brasil, promulgada em 1891, dizia: “será leigo o ensino ministrado
estabelecimentos públicos”.
Tal dispositivo, segundo Anísia de Paulo Figueiredo (1995), dá origem aos m
debates da história do Ensino Religioso no Brasil. Fruto da Carta Magna, inspira
Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade religiosa, o conteú
matéria pretendia garantir tal liberdade, mas é interpretado à moda francesa
proíbe qualquer tipo de ensino ou manifestação religiosa em estabelecim
públicos, inclusive na escola. Neste período, a interpretação francesa no que ta
liberdade religiosa levou em conta a “neutralidade da escola”. A expressão
leigo”, segundo Figueiredo (1995), toma o sentido de sem religião, ateu, laic
“sem a presença de elementos oriundos das crenças dos cidadãos que frequ
as escolas mantidas pelo sistema estatal”. Na concepção dos legislador
época, que eram contrários ao Ensino Religioso na escola, tais elem
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 25/104
constituíam obstáculo à ideia de um regime onde Igreja e Estado fossem instit
independentes. O Ensino Religioso era compreendido por lei como elemento e
e de interesse da Igreja Católica, ou seja, era atribuição das instituições religi
não do Estado. Além disso, não se pode esquecer, a presença dos imig
protestantes no Brasil, que também estavam lutando pela liberdade religiosa. 
DICA: Aprofunde seu conhecimento sobre esse tema, lendo o artigo: 
CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação escolar, a exclusão e seus destinat
Educação em Revista, n. 48, p. 205-222, 2008.
Disponível em: . Acesso em 20 maio 2020.
E veja o vídeo sobre a primeira Constituição Republicana, proclamada em 18
Estado Laico, Estados Unidos do Brasil e a Constituição de 1891
Vídeo disponível no AVA
Na próxima aula, iremos estudar o período do Governo Vargas e como o E
Religioso fez parte das disciplinas das escolas públicas e privadas.
Referências: 
BRASIL. Constituição Brasileira. Diário do Congresso Nacional, de 24 de fev
1891. Legislação Informatizada – Constituição de 1891 - Publicação Or
Disponível em: . Acesso: 29 maio 2020. 
CPDOC. FGV - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporân
Brasil. Anos 20 > Crise Política > Constituição de 1891. Disponíve
. Acesso em 20 maio 2020. 
FIGUEIREDO, Aurélio de. Compromisso Institucional (1896). Disponível
. Acesso em 20 maio de 2020. 
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https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200010&lng=pt&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200010&lng=pt&tlng=pt
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Constituicao1891#:~:text=No%20texto%20constitucional%2C%20debatido%20e,o%20sistema%20de%20governo%20presidencialista.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200010&lng=pt&tlng=pt
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CF_-_1891.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/1896
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aur%C3%A9lio_de_Figueiredo#/media/Ficheiro:CF_-_1891.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aur%C3%A9lio_de_Figueiredo#/media/Ficheiro:CF_-_1891.jpg
FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. O ensino religioso no Brasil: tendências, conqu
perspectivas. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 1995. 
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O celeste Porvir: A inserção do protestantism
Brasil. 3. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008. p. 43-53.
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Aula 6 - Governo provisório de Vargas e o Ensino Religioso
Objetivo: Perceber como o Ensino Religioso volta a entrar em cena na décad
1930, no Governo provisório de Getúlio Vargas.
Introdução
Como estão indo? É interessante perceber que o Ensino Religioso acompa
debate da história da educação e as relações entre estado e religião no Brasil.
Até a década de 1930, durante as quatro primeiras décadas da República, o E
Religioso esteve ausente dos estabelecimentos oficiais de ensino. É impo
lembrar que já existia, de forma incipiente, uma rede de escolas públicas, m
este período, a educação esteve principalmente a cargo das escolas comun
religiosas (católicas e protestantes).
O Ensino Religioso voltou a ser assunto nas escolas públicas na década de 193
decisão do Chefe do Governo provisório Getúlio Vargas, que se estendeu de 
1934. O fim da República Velha, aconteceu em outubro de 1930, quando G
Vargas, um gaúcho, assumiu o poder. Iniciou-se também uma reforma do e
neste período. Quem iniciou a reforma foi o mineiro, Francisco Luís da Silva Ca
Em 30 de abril de 1931, foi editado o Decreto 19.941, que admite o Ensino Re
em caráter facultativo nas escolas públicas, nesses termos: 
DECRETO N. 19.941 - DE 30 DE ABRIL DE 1931 
Dispõe sobre a instrução religiosanos cursos primário, secund
normal
O Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do 
decreta:
Art. 1º Fica facultado, nos estabelecimentos de instrução pri
secundária e normal, o ensino da religião.
Art. 2º Da assistência às aulas de religião haverá dispensa para os a
cujos pais ou tutores, no ato da matrícula, a requererem.
Art. 3º Para que o ensino religioso seja ministrado nos estabelecim
oficiais de ensino é necessário que um grupo de, pelo menos,
alunos se proponha a recebê-lo.
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Art. 4º A organização dos programas do ensino religioso e a escolh
livros de texto ficam a cargo dos ministros do respectivo culto, 
comunicações, a este respeito, serão transmitidas às autor
escolares interessadas.
Art. 5º A inspeção e vigilância do ensino religioso pertencem ao E
no que respeita a disciplina escolar, e às autoridades religiosas, no q
refere à doutrina e à moral dos professores.
Art. 6º Os professores de instrução religiosa serão designados 
autoridades do culto a que se referir o ensino ministrado.
Art. 7º Os horários escolares deverão ser organizados de mod
permitam os alunos o cumprimento exato de seus deveres religiosos
Art. 8º A instrução religiosa deverá ser ministrada de maneira 
prejudicar o horário das aulas das demais matérias do curso.
Art. 9º Não é permitido aos professores de outras disciplinas impug
ensinamentos religiosos ou, de qualquer outro modo, ofender os d
de consciência dos alunos que lhes são confiados.
Art. 10. Qualquer dúvida que possa surgir a respeito da interpre
deste decreto deverá ser resolvida de comum acordo ent
autoridades civís e religiosas, afim de dar à consciência da família 
as garantias de autenticidade e segurança do ensino religioso mini
nas escolas oficiais.
Art. 11. O Governo poderá, por simples aviso do Ministério da Educa
Saude Pública, suspender o ensino religioso nos estabelecimentos o
de instrução quando assim o exigirem os interesses da ordem públi
disciplina escolar.
Rio de Janeiro, 30 de abril de 1931, 110º da Independência e 4
República.
GETULIO VARGAS.
Francisco Campos. 
Este Decreto facultou o oferecimento, nos estabelecimentos públicos de e
primário, secundário e normal, da instrução religiosa/Ensino Religioso
facultativo e não obrigatório. Era necessário ter pelo menos 20 aluno
estivessem interessados em ter aulas de Ensino Religioso/instrução religios
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entanto, não era considerada uma disciplina dos horários normais. Ela dever
ofertada em horário que não prejudicasse o horário das outras disciplina
legislações não apresentam esta condição para a ministração do Ensino Religio
Naquele período, a instrução religiosa significava ensinar o catolicismo. 
também, o movimento chamado: “Pioneiros da Escola Nova” ou “Educador
Escola Nova” que eram contra a inclusão do Ensino Religioso, por defender
princípios da laicidade, da obrigatoriedade e da gratuidade do ensino público.
entanto, a pressão da Igreja Católica era muito forte.
Durante o período do Governo provisório que se iniciou em 1930, a Igreja Ca
se reestruturou em torno da devoção*. Em 1931, a pedido do episcopado bras
o Papa Pio XI nomeou Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil. A
disto, a Igreja organizou grandes eventos com muita devoção, demonstrando
sua influência sobre a população, o que serviria como pressão para que
reivindicações fossem atendidas. No mesmo ano, o dia 12 de outubro foi ma
pela inauguração do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, figura máxim
reaproximação da Igreja Católica com o Novo Regime, a solenidade contou 
presença de 45 bispos e do Presidente da República. 
Vejam: Inauguração do Cristo Redentor em 12 de outubro de 1931 - A
escolhida corresponde ao dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.
Vista panorâmica do Cristo Redentor
 Vejam: Imagem de Nossa Senhora Aparecida
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Imagem de Nossa Senhora Aparecida que fica em uma vitrine blindada no San
em Aparecida (SP). 
 1 - CONSTITUIÇÃO DE 1934: Ensino Religioso 
A terceira Constituição do Brasil, foi promulgada no 16 de julho de 1934
Assembleia Nacional Constituinte, no Governo provisório de Vargas. A 
constitucional de 1934 foi fundamental para aproximação da Igreja Católic
Estado. Três pontos que caracterizavam esta ligação: 
1) Proibição do divórcio e o reconhecimento do casamento religios
lei civil;
2) Permissão do ensino religioso nas escolas públicas;
3) Possibilidade do estado financiar escolas, seminários, hospita
qualquer outra instituição pertencente à Igreja que tratasse do inte
coletivo.
Nesta Constituição a disciplina do Ensino Religioso ficou garantida pelo Artigo 1
O ensino religioso será de freqüência facultativa e ministrado de a
com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelo
ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas pú
primárias, secundárias, profissionais e normais.
Chamo a atenção para expressão “frequência facultativa” que aparece 
Constituição pela primeira vez e vai permanecer até os dias atuais. Como j
referimos anteriormente, o movimento Escola Nova*, manifestou-se contrário 
artigo, pois entendiam que ele feria a laicidade da escola pública. O artig
afirma em parte decreto N. 19.941, de 30 de abril de 1931. O Ensino Relig
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constituído como matéria nos horários das escolas públicas primárias, secund
profissionais e normais, sendo ministrada de acordo com a confissão religio
aluno, de acordo com os pais ou responsáveis. Portanto, o Ensino Religio
constitui como Ensino Religioso Confessional, cada aluno terá aulas de E
Religioso de acordo com os princípios da sua confessionalidade. 
Acompanhe o resumo histórico (Adaptado de BORIN, Luiz Claudio. Histór
Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. Santa Maria: UFSM, NTE, 201
19):
1889 - Proclamação da República Federativa do Brasil. Separação de quais
religiões ou cultos. Liberdade de consciência e crença. As diferentes religiõe
aceitas no nosso país, tendo suas práticas livres e abertas. 
1891 - Proclamação da Constituição, Carta Magna Republicana que afirm
separação do Estado de quaisquer religiões ou cultos. Artigo Art. 72 § 6º 
leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos”. 
1931 - O Ensino Religioso é novamente introduzido nas escolas públicas, s
ela de matéria facultativa. 
1934 - O Ensino Religioso será de frequência facultativa e ministrado de ac
com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pa
responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primá
secundárias, profissionais e normais.
DICA: Expanda seu conhecimento e assista ao vídeo sobre a Escola Nova de
Vargas e a relação com o Ensino Religioso:
Escola Nova Vargas e Ensino Religioso.
Vídeo disponível no AVA
A seguir, continuaremos refletindo sobre o período Vargas, no Estado Novo
proclamação da Quarta Constituição brasileira, de 1937, percebendo com
Ensino Religioso aparece neste período histórico e legislação.
Referências:
BORIN, Luiz Claudio. História do Ensino Religioso. [recurso eletrônico]. 1 ed. 
Maria: UFSM, NTE, 2018. p. 19.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (16 de jul
1934). Disponível 
. Aces
22/02/25, 10:32 Aulas
https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 32/104
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm
22 maio. 2020.
BRASIL. Decreto nº 19.941, de 30 de abril de 1931. Diário Oficial da União. Br
DF: 06 de maio, 1931. Disponível 
.Acesso: 15 maio 2020.
CPDOC. FGV - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporân
Brasil. Anos de incerteza (1930 - 1937) > Constituição de 1934. Disponíve
. Acesso em 22 maio. 2020.
FONSECA, Alexandre Brasil. Relações e privilégios: estado, secularizaç
diversidade religiosa no Brasil. Rio de Janeiro: Novos Diálogos, 2011.
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. Educação e História do Ensino Rel
Pensar a Educação em Revista, Curitiba/Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 5-26, 20
6. Disponível em: . Acesso 
maio 2020.
SENADO FEDERAL. Decreto n. 19.941, de 30 de abril de 1931. Disponíve
. Disponível em 17 jun. 2020.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 33/104
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19941-30-abril-1931-518529-publicacaooriginal-1-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19941-30-abril-1931-518529-publicacaooriginal-1-pe.html
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/Constituicao1934
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/Constituicao1934
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://pensaraeducacaoemrevista.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2017/04/vol_1_no_2_Sergio_Junqueira.pdf
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto%2019.941-1931sobre%20o%20ensino%20religioso.htm
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto%2019.941-1931sobre%20o%20ensino%20religioso.htm
Aula 7 - Constituição outorgada por Vargas em 1937 e o Ensino Religioso
Objetivo: Verificar como o Ensino Religioso aparece na Constituição outorg
por Getúlio Vargas, em 1937. 
Introdução
Como estão? Vocês estão conseguindo perceber como o Ensino Religioso tem
um elemento de disputa, especialmente da Igreja Católica, na sua relação 
Estado e na educação brasileira?
O primeiro período do governo Vargas começou em 1930 encerrando em 
sendo que este período historicamente é dividido em três fases: 1930 a 
(Governo provisório), 1934 a 1937 (Vargas governou como Presidente da Rep
do Governo constitucional, sendo o primeiro presidente eleito pela Assem
Nacional Constituinte que se realizou em 1934), e 1937 a 1945 ( período ditat
o Estado Novo). Como percebemos na aula anterior, no governo Vargas a 
Católica se reestruturou, a partir da devoção.
Em 1931, a pedido do episcopado brasileiro, o Papa Pio XI nomeou Nossa Se
Aparecida como padroeira do Brasil e na mesma data, 12 de outubro de 193
inaugurado o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (considerado uma das 7 mara
do mundo moderno). Em 10 de novembro de 1937, Getúlio inaugurou o E
Novo, marcado pela centralização do poder, com um nacionalismo exace
sentimento anticomunista e autoritário. Os historiadores chamam esse perío
Terceira República. O historiador Boris Fausto diz que este período ao mesmo 
em que foi autoritário, foi também modernizante. 
1 - CONSTITUIÇÃO de 1937 e o Ensino Religioso 
A Constituição de 1937 é a quarta da história do Brasil. Ela marca o fechame
Congresso e o início da ditatura de Vargas. Chamada como a Constituição do E
Novo, ela foi outorgada pelo presidente Getúlio Vargas no dia 10 de novemb
1937. Neste mesmo dia, foi implantada a ditadura do Estado Novo, por meio 
golpe de Estado. Esta Constituição afirmava o autoritarismo e o centralism
mãos do chefe do Executivo, “a colocava em sintonia com os modelos fascistiz
de organização político-institucional então em voga em diversas partes do m
rompendo com a tradição liberal dos textos constitucionais anteriormente vig
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 34/104
no país” Esta Constituição, por este motivo, também era chamada de Pola
texto constitucional não consta a questão da liberdade de consciência e de c
refletindo o contexto autoritário deste período histórico.
 Em relação ao Ensino Religioso, o texto constitucional afirma no Artigo
O ensino religioso poderá ser contemplado como matéria do 
ordinário das escolas primárias, normais e secundárias. Não po
porém, constituir objeto de obrigação dos mestres ou professores,
de freqüência compulsória por parte dos alunos. 
 O Ensino Religioso, na Constituição é contemplado como matéria do
ordinário dos diferentes níveis de ensino: escolas primárias, secundárias e no
No entanto, não constitui como objeto de obrigação dos mestres e professore
tampouco a obrigação de alunos/as participarem das aulas. Nesta Constituiç
1937, portanto, perdeu-se a obrigatoriedade do Ensino Religioso.
Importante também lembrar que, em 31 de março de 1938, saiu o decre
nacionalização do Ensino, e com isto, foram estatizadas ou fechadas muitas e
comunitárias no Brasil. Estas escolas eram mantidas pelos imigrantes e m
vezes, as aulas se realizavam ainda na língua dos/as imigrantes. A partir do d
da nacionalização do Ensino Religioso, afirmou-se novamente que a edu
deveria acontecer na língua oficial brasileira, o português. Em muitas escolas, 
governo ditatorial, foram organizados altares à pátria brasileira, pois
Constituição afirmava fortemente o nacionalismo.
Cartilha " Getúlio Vargas para crianças", 1942. Rio de Janeiro(RJ). (CPDOC/ C
Rev.30)
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Sugestão de Leitura: Para saber mais sobre este decreto da nacionalizaçã
1938 e a influência nas escolas comunitárias e na vida das mulheres sug
leitura da tese de doutorado de ULRICH, Claudete Beise. Recuperando espaç
emancipação na história de vida de ex-alunas de escola comunitária luterana
Leopoldo: Escola Superior de Teologia, 2006. p. 133-205.
Disponível 
http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Doutor/ulrich_cb_td55.pdf
Outra questão importante deste período histórico é o Decreto-Lei nº 4.244, do
de abril de 1942, que instituiu a lei orgânica do ensino secundário. No artigo 2
DA EDUCAÇÃO RELIGIOSA
Art. 21. O ensino de relação constitue parte integrante da educ
adolescência, sendo lícito aos estabelecimentos de ensino secun
incluí-lo nos estudos do primeiro e do segundo cíclo
Parágrafo único. Os programas de ensino de religião e o seu re
didático serão fixados pela autoridade eclesiástica.
O artigo 21 coloca o Ensino Religioso como parte integrante da edu
adolescente, nos três ciclos de ensino: primeiro, segundo e ensino secundário
claro que os programas de ensino de religião e o seu regime didático eram f
pelas autoridades eclesiásticas. Portanto, o Ensino Religioso não
responsabilidade da escola e sim, das igrejas. Na próxima aula, vamos estu
Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na
(LDBEN) de 1961 e o Ensino Religioso.
DICA: Aprofunde seu conhecimento sobre o tema, assistindo ao vídeo:
Ensino Religioso, Estado Laico e Vargas.
Vídeo disponível no AVA
Referências: 
BRASIL. Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 10 novembro de 1937
Civil: Subchefia para assuntos jurídicos. Disponível 
. Aces
21 maio de 2020. 
BRASIL. Decreto-Lei nº 4.244, de 9 de abril de 1942. Diário Oficial da 
Legislação Informatizada - DECRETO-LEI Nº 4.244, DE 9 DE ABRIL DE 1
Publicação Original. Brasí lia, DF: 10, abril, 1942. Disponível em
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 36/104
http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Doutor/ulrich_cb_td55.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4244-9-ab1942-414155-publicacaooriginal-1-pe.html >. Acesso: 21 maio 2020. 
CPDOC. FGV - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporân
Brasil. Diretrizes do Estado Novo (1937 - 1945) > Constituição de 1937. Disp
em: . Acesso em 21 maio de 2020. 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12 ed. São Paulo: Universidade de São 
2007.
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https://ead1.fuv.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=18763 37/104
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4244-9-abril-1942-414155-publicacaooriginal-1-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4244-9-abril-1942-414155-publicacaooriginal-1-pe.html
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/Constituicao1937
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/Constituicao1937
Aula 8 - Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBE
1961 e o Ensino Religioso.
Objetivo: Estudar o histórico do Ensino Religioso no Brasil, bem com
referências legais a partir da Constituição de 1946 e a primeira Lei de Diretri
Bases da Educação Nacional (LDBEN).
Introdução
A Constituição de 1946, a quinta do Estado brasileiro, não apresenta gr
inovações na área da educação. Esta Constituição foi promulgada no dia 
setembro de 1946. Retorna-se, de certo modo, à Constituição de 1934. Pod
entendida como um passaporte para a volta à vida democrática, depois da dit
de Vargas. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi deba
elaborada no contexto de redemocratização* do país, logo após a queda do E
Novo (1937-1945). No entanto, levou 13 anos para ser promulgada. E
promulgada e somente em, 20 de dezembro de 1961, com o n° 4.024, e duas
reformulada: pela Lei nº 5.692/1971 e pela Lei nº 9.394/1996. A primei
que é mencionada a importância de se ter uma Lei de Diretrizes e Bas
Educação Nacional (LDBEN) foi na Constituição de 1934. Buscaremos perceber
são os principais aspectos que a Constituição de 1946 e a LDBEN apresentaram
o Ensino Religioso. 
1 - CONSTITUIÇÃO de 1946: liberdade de consciência e de crença 
A Constituição de 1946 voltou a afirmar a liberdade de consciência e de cren
artigo 141 § 7º - “É inviolável a liberdade de consciência e de crença e assegu
livre exercício dos cultos religiosos, salvo o dos que contrariem a ordem públ
os bons costumes. As associações religiosas adquirirão personalidade juríd
forma da lei civil.” Nos parágrafos seguintes afirma-se 
§ 8º - Por motivo de convicção religiosa, filosófica ou política, ning
será privado de nenhum dos seus direitos, salvo se a invocar pa
eximir de obrigação, encargo ou serviço impostos pela lei
brasileiros em geral, ou recusar os que ela estabelecer em substit
daqueles deveres, a fim de atender escusa de consciência.
§ 9º - Sem constrangimento dos favorecidos, será prestada
brasileiro (art. 129, nº I e II) assistência religiosa às forças arm
e, quando solicitada pelos interessados ou seus representantes le
também nos estabelecimentos de internação coletiva.
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§ 10 - Os cemitérios terão caráter secular e serão administrados
autoridade municipal. É permitido a todas as confissões relig
praticar neles os seus ritos. As associações religiosas poderão
forma da lei, manter cemitérios particulares.
Portanto, aqui tem um dado interessante: ninguém poderia ser privado de
direitos por convicção religiosa, filosófica ou política. Este aspecto é impor
pois, em junho de 1937, o ministério das relações exteriores havia proib
entrada de indivíduos de origem semítica no Brasil, dentro de uma p
migratória restritiva iniciada em 1934, que estabelecia cotas por nacionalida
questão relativa aos judeus indica, não somente um preconceito racial, m
etnia, língua, nacionalidade e religião. Também a assistência religiosa às 
armadas aparece nesta Constituição. Os cemitérios também assumem c
secular e todas as confissões religiosas podem realizar os seus ritos nos cemi
As associações religiosas também podiam manter cemitérios particulares.
E ele voltou... o Brasil no segundo governo Vargas
2 - Constituição de 1946: Ensino Religioso
A educação é colocada como um direito e necessita estar baseada na liberd
solidariedade humana. Assim lemos nos artigos 166 e 167 
Art 166 - A educação é direito de todos e será dada no lar e na es
Deve inspirar-se nos princípios de liberdade e nos ideais
solidariedade humana.
Art 167 - O ensino dos diferentes ramos será ministrado pelos Pod
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Públicos e é livre à iniciativa particular, respeitadas as leis q
regulem.
A Constituição de 1946 também no do Art. 168, no item V afirma:
Art 168 - A legislação do ensino adotará os seguintes princípios:
V - o ensino religioso constitui disciplina dos horários das es
oficiais, é de matrícula facultativa e será ministrado de acordo c
confissão religiosa do aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou
seu representante legal ou responsável.
A Constituição de 1946 apresenta novidades. Afirma que o Ensino Religioso co
disciplina dos horários das escolas oficiais. No entanto, afirma que é de ma
facultativa e será ministrada de acordo com a confissão do/a aluno/a. O mod
Ensino Religioso continuou a ser confessional. Cada aluno/a terá Ensino Rel
conforme a sua confissão religiosa. Com a Constituição Federal de 1946, o E
Religioso é contemplado como dever do Estado para com a liberdade religio
cidadão.
3 - Primeira LDBEN nº 4024/61
A primeira LDBEN levou 13 anos para ser aprovada. Havia muitas discuss
controvérsias, especialmente, em torno dos recursos do Estado para edu
Havia debates se o recursos deveriam ser empregados somente para escola pú
ou também para escola privada. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na
(LDBEN), de nº 4.024 foi sancionada pelo Presidente da República, João Goula
20 de dezembro de 1961. A LDBEN manteve a estrutura tradicional do ens
única vantagem foi que não prescreveu um currículo fixo e rígido para t
território nacional em cada nível e ramo.
4 - LDBEN de 1961 e o Ensino Religioso
A LDBEN assim regulamenta o Ensino Religioso
Art. 97. O ensino religioso constitui disciplina dos horários das es
oficiais, é de matrícula facultativa, e será ministrado sem ônus pa
poderes públicos, de acôrdo com a confissão religiosa do a
manifestada por êle, se fôr capaz, ou pelo seu representante leg
responsável.
§ 1º A formação de classe para o ensino religioso independe de nú
mínimo de alunos.
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§ 2º O registro dos professôres de ensino religioso será real
perante a autoridade religiosa respectiva.
A LDBEN de 1961 reconheceu o Ensino Religioso como disciplina nos ho
oficiais, mas sem ônus para os cofres públicos. Uma questão que tem acompa
a história do Ensino Religioso. Manteve também o Ensino Religioso confo
confissão religiosa do aluno. Deixou claro que a formação de classe para a dis
não dependia do número de alunos/as para a sua realização. Também a quest
formação dos professores de Ensino Religioso não foi esclarecida. O regist
professores para lecionar a disciplina era determinado pela autoridade religiosa
De acordo com Sergio Junqueira (2015)
Como consequência da Constituição da “Terceira República”
estabelecida a primeira lei de orientação geral da educação brasile
Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino, de 1961 (Lei n.º 4.024),
em seu artigo 97, homologou o modelo mais antigo e utilizad
Ensino Religioso em todo o território nacional, o Ensino Reli
Confessional.
A LDBEN legitimou o Ensino Religioso confessional, com a criação de turm
acordo com as confissões religiosas dos/as alunos/as, sem responsabilida
Escola e do Estado.

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