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Rev. bras. fisioter. Vol. 7, No. 1 (2003), 17-23 
©Associação Brasileira de Fisioterapia 
COMPARAÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS DE FORTALECIMENTO 
PARA PREENSÃO PALMAR 
Fernandes, L. F. R. M.,l,2 Araújo, M. S.,1 Matheus, J. P. C.,1 Medalha, C. C.,3 
Shimano, A. C. 1• 4 e Pereira, G. A. 1 
1Curso de Fisioterapia, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade de Uberaba 
2Laboratório de Instrumentação para Biomecânica, Faculdade de Educação Física, UNICAMP 
3Laboratório de Neurociências, Curso de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos 
4Laboratório de Bioengenharia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP 
Correspondência para: Luciane Fernanda Rodrigues Martinho Fernandes, Rua Coronel José Francisco, 383, 
Apto. 202, CEP 38017-140, Uberaba, MG, e-mail: lfrm@terra.com.br 
Recebido: 14/11/2001- Aceito: 1717/2002 
RESUMO 
A medida da força de preensão palmar tem sido um dos meios úteis para a avaliação das características físicas, a evolução durante 
a reabilitação e o grau de incapacidade. Na prática clínica o fisioterapeuta se depara com a dificuldade em selecionar o protocolo 
mais adequado e eficiente para o fortalecimento muscular. O objetivo deste trabalho foi comparar dois protocolos de regimes isotônicos 
buscando evidenciar qual deles seria o mais indicado para o fortalecimento dos músculos responsáveis pela preensão. As medidas 
da força de preensão pré e pós-treinamento foram realizadas com um dinamômetro mecânico da marca Jamar, em 22 mulheres com 
idade entre 18 e 21 anos (média de 19 anos). As voluntárias foram separadas em 2 grupos, DeLorme (carga crescente) e Oxford (carga 
decrescente), para a aplicação dos protocolos. Para o treinamento foi utilizado um exercitador de mão e dedos da marca Digi-flex, 
e o programa foi realizado duas vezes por semana, com duração de 20 minutos cada sessão em um total de 8 sessões. Posteriormente, 
foram comparadas as forças pré e pós-treinamento e foi observado que, para as amostras dependentes (pré e pós-treinamento), houv' 
diferença significativa tanto no grupo DeLorme quanto no Oxford, já para as amostras independentes (pós-DeLorme e pós-Oxford) 
não houve diferença significativa. 
Palavras-chave: preensão palmar, treinamento, força, isotônico, DeLorme, Oxford, avaliação. 
ABSTRACT 
The measurement of the grip strength has been one of the useful ways for the evaluation of physü:al characteristics, evolution dur-
ing the rehabilitation and degree of incapacity. In clinic, the physiotherapist comes across the difficulty in choosing the most appropriate 
and efficient protocol for the muscular strengthening. The purpose of this study was to compare two isotonic protocols, trying to analyse 
which would be the most suitable for the strengthening for the grip. The measurements of the grip strength before and after-train-
ing were accomplished using a mechanical dinamometer. 22 women age ranging from 18 to 21 ye:ars (mean 19 years) took part in 
this study. The subjects were assigned in two groups and submitted to two different training protocols: Delorme (increasing local) 
and Oxford (decreasing local). The Digiflex equipment for exercising hand and fingers was used in two sessions/week of 20 min-
utes each during 4 weeks. Results from before/after training were compared and significant differences were identified for both groups 
(Delorme and Oxford), however no significant difference was found between both groups after training. 
Key words: grip, training, strength, isotonic, DeLorme, Oxford, evaluation. 
18 Fernandes, L. F. R. M. et al. Rev. bras. jisioter. 
INTRODUÇÃO 
A preensão palmar vem sendo objeto de muitos estudos 
porque, por meio dela, a mão combina duas funções bastante 
diferentes, a força e a destreza. É definida como o movimento 
de aproximação diretamente na direção do objeto a ser 
segurado. Todas as articulações do membro superior 
participam dela, em movimentos harmônicos, sinérgicos e 
perfeitamente controlados na força, velocidade e amplitude. 
A mão não é só levada ao objeto como também a sua palma 
deve ser voltada e orientada para que os dedos possam 
aprisioná-lo. 1 
No desempenho das atividades de vida diária, com 
exceção da locomoção, a força de preensão é essencial. 
Apesar da variedade de tarefas que são executadas com as 
mãos, a maioria envolve apenas dois padrões básicos de 
preensão. Napier (1956) identificou esses padrões como 
preensão de força e preensão de precisão. A preensão de 
força é usada quando são necessários força completa, como 
segurar um objeto entre os dedos parcialmente fletidos em 
oposição e contrapressão gerada pela palma, eminência tenar 
e segmento distai do polegar. Na preensão de precisão, o 
objeto é pinçado entre as superfícies flexoras de um ou mais 
dedos e o polegar em oposição. É usada quando são necessá-
rios exatidão e refinamento de tato.2• 3 
Na reabilitação da função da mão, a medição da força 
muscular de preensão é importante componente que auxilia 
o delineamento de patologias, o prognóstico do potencial 
de reabilitação, o planejamento e a avaliação dos programas 
de tratamento, definindo a capacidade funcional final. 4 
A medida da força isométrica de preensão é um dos 
meios para determinar a extensão da perda da capacidade 
de trabalho,5 como forma de avaliar desordens musculares 
nos ombros, pescoço e braço dos trabalhadores,6 apresenta 
diferentes aplicações clínicas, como indicador de força 
corporal empregada em testes de aptidão física7 e avaliação 
dos resultados após o uso de fixador externo em fraturas 
cominutivas da extremidade distai do rádio,8 e é usada para 
diagnosticar patologias como a síndrome do túnel carpal 
e a síndrome do cubital.9 Entretanto, muitos trabalhos estão 
sendo realizados para avaliar a força de preensão palmar 
em indivíduos sadios. Mathiowetz et al. 10 testaram a força 
da preensão manual em bloco e da pinça polegar-indicador 
com um dinamômetro, em 31 O homens e 328 mulheres, com 
idades variando entre 20 e 94 anos, e Mathiowetz et al. 11 
estudaram a força de preensão manual em 231 meninos e 
240 meninas, com idades entre 6 e 19 anos. Caporrino et 
al. 12 realizaram o teste da força de preensão palmar com 
um dinamômetro Jamar em 800 indivíduos de ambos os 
sexos, com idade entre 20 e 59 anos. Esses autores analisaram 
a força máxima e correlacionaram a força com a faixa etária, 
o sexo e a dominância da mão. 
Na tentativa de aprimorar as técnicas de fortalecimento 
dos músculos da mão por intermédio do treinamento 
isotônico, buscou-se fazer um estudo dos protocolos utiliza-
dos na reabilitação e no treinamento de atletas. Segundo 
Kisner & Colby, 13 o exercício isotônico consiste em uma 
forma dinâmica de exercício, executado contra a resistência 
à medida que o músculo se alonga ou encurta na amplitude 
de movimento existente. Com ele, pode-se desenvolver força 
dinâmica, resistência muscular à fadiga e potência. 13 
Na década de 40, DeLorme introduziu o sistema de 
série e repetição e desde então é o método de treinamento 
mais utilizado. A repetição refere-se ao número de execuções 
completas e contínuas de um exercício de repetição máxima 
(RM) para uma carga específica. A série constitui-se de um 
grupo de números de repetições de um exercício. Quando 
é realizada mais de uma série, é necessário o repouso entre 
elas. Com isso o fisioterapeuta pode quantificar e documentar 
objetivamente o programa de fortalecimento. 14 
Na década de 50, Zinovieff acreditava que o método 
DeLorme era muito cansativo e com grandes possibilidades 
de causar estiramento muscular; com base nisso introduziu 
o sistema pesado a leve, também denominado de técnica 
de Oxford. Este sistema incorpora o princípio da resistência 
pesada com poucas repetições, iniciando com peso maior 
e diminuindo progressivamente a carga. 14 
Para a execução das duas técnicas, primeiramente énecessário determinar as 10 RM (10 repetições com carga 
máxima tolerada por indivíduo). Em seguida são traçados os 
protocolos de fortalecimento, sendo que, para o de DeLorme, 
são executadas 10 repetições com Yz das 10 RM, 10 repeti-
ções com% das 10 RM e 10 repetições com 10 RM completas 
(carga crescente). Para o de Oxford são executadas 10 repetições 
com 1 O RM completas, 1 O repetições com % das 10 RM e 10 
repetições com Yz das 10 RM (carga decrescente)P 
A determinação da RM em uma área lesada não é fácil, 
em função da dor ou da insegurança após a lesão, e o paciente 
tem dificuldade para entender o significado do esforço 
máximo. Contudo, o fisioterapeuta deve saber a fase mais 
adequada para programar o treinamento, depois de recuperada 
a amplitude de movimento, o alívio da dor e um grau de 
força suficiente. 
Não há um regime de exercício definitivo que seja 
aplicável a todas as situações de reabilitação, entretanto, 
as pesquisas têm demonstrado que o regime de séries de 
1 O RM ou com alguma pequena variação geralmente é mais 
adequado para ganho de força muscular, potência, resistência 
e tolerância. 14 
Na prática clínica o profissional se depara com a 
dificuldade em selecionar o protocolo mais adequado e 
eficiente para os propósitos dos pacientes. Portanto, o 
objetivo deste trabalho foi comparar os dois protocolos de 
fortalecimento muscular em mulheres sadias, buscando 
Vol. 7 No. 1, 2003 Protocolo de Fortalecimento para Preensão Palmar 19 
evidenciar qual deles seria o mais indicado para o fortale-
cimento dos músculos responsáveis pela preensão. 
CASUÍSTICA E MÉTODOS 
As voluntárias eram alunas do 2º período do curso de 
Fisioterapia da Universidade de Uberaba, com idade entre 
18 e 21 anos, sedentárias, com ausência de quaisquer patologias 
neuromusculares e músculo-esqueléticas nos membros supe-
riores. Todas as voluntárias aceitaram participar da pesquisa 
assinando um termo de consentimento, e o projeto foi aprovado 
pelo comitê de ética da Universidade de Uberaba. 
Foi realizada avaliação inicial constando dos dados 
pessoais e das medidas antropométricas das mãos com uso 
de um paquímetro, sendo a primeira medida (M1) do punho 
até a extremidade do terceiro dedo15 e a segunda medida (M2) 
da extremidade do polegar até a extremidade do quinto dedo 
com a mão aberta. 
No grupo DeLorme, a idade foi de 18 a 21 anos (média 
de 18,9 anos), a massa, de 46,3 a 64 (média de 55,5 kg) e 
a altura, de 1,58 ma 1,69 m (média de 1,64 m). No grupo 
Oxford, a idade foi de 18 a 20 anos (média de 19 anos), a 
massa foi de 41 a 75 kg (58,2 kg) e a altura, de 1,50 ma 
1,74 m (média de 1,66 m) (Tabela 1). 
Previamente à utilização das medidas de força, o 
dinamômetro foi calibrado com anilhas de 10, 20, 30, 39,9, 
48,9 e 58,9 kg, e foi verificada a medida do dinamômetro, 
elaborado um diagrama de dispersão e observada sua regressão 
linear. O coeficiente de correlação linear foi de 0,99. 
Tabela 1. Características gerais das voluntárias. 
Grupo DeLorme 
Idade Massa (kg) Altura (m) 
1 19 55,5 1,68 
2 19 52,0 1,65 
3 19 55,0 1,60 
4 21 47,0 1,58 
5 19 64,0 1,64 
6 18 60,0 1,69 
7 18 51,5 1,66 
8 19 64,0 1,65 
9 19 63,0 1,64 
10 19 52,0 1,67 
11 18 46,3 1,63 
Posteriormente, foi realizada a medida instrumental da 
força muscular de preensão por meio de um dinamômetro 
mecânico Smedley-Lype Hand Dinamometer, modelo PC5032p 
da marca Jamar (Figura 1), cujos valores podem variar de 
1 a 100 kg (220 libras). Para padronização dos testes, as 
voluntárias permaneceram sentadas, com o ombro em adução 
e rotação neutra, cotovelo fletido a 90° e antebraço e punho 
em posição neutra, segundo as recomendações da Sociedade 
Americana dos Terapeutas da Mão (SATM). 16 
Foram realizadas três medidas de força, alternando as duas 
mãos, e obteve-se a média adtmética desses valores para cada 
voluntária. Todas as medidas foram realizadas na posição 5 
da empunhadura (cabo) do dinamômetro. A mão escolhida para 
o treinamento foi aquela com o menor valor de força de preensão 
após essa avaliação. As medidas foram registradas na ficha 
de avaliação e aferidas no filnal da aplicação do protocolo. 
Para aplicação do protocolo de fortalecimento muscular 
foi utilizado um exercitador de mão e dedos da marca Digi-
flex com escala de resistência de 2,3 kg a 14, 1 kg, segundo 
o fabricante. 
Foram utilizados os protocolos de Regimes Isotônico'· 
da técnica de DeLorme e da técnica de Oxford para ~ 
fortalecimento da preensão palmar. Neste trabalho foram 
realizadas 1 O repetições com o exercitador para mão e dedos 
até obter a RM (repetição máxima com a carga máxima) de 
cada voluntária. Quando a voluntária não conseguiu realizar 
as 1 O repetições com determinada carga, a RM desta foi a 
última carga em que conseguiu realizar a série completa de 
10 repetiçõesY 
Grupo Oxford 
Idade Massa (kg) Altura (m) 
18 68 1,73 
20 52 1,68 
19 57 1,62 
19 75 1,75 
20 64 1,64 
19 65 1,65 
19 41 1,50 
19 56 1,72 
20 60 1,68 
19 49 1,64 
19 55 1,74 
20 Fernandes, L. F. R. M. et al. Rev. bras. jisioter. 
Figura 1. Realização da medida instrumental da força de preensão 
manual com o dinamômetro mecânico Smedley-Lype Hand. 
As voluntárias foram separadas aleatoriamente em 2 
grupos, e cada grupo foi submetido a um dos protocolos 
citados e acompanhado por um único examinador. O 
treinamento foi de 2 vezes por semana por um período de 
8 sessões, com duração de 20 minutos cada sessão. O 
exercício utilizado para o fortalecimento foi o de preensão 
palmar na mão com menor força, avaliada anteriormente 
pela medida da força inicial. 
Em relação ao número de voluntárias, 11 participaram 
do grupo de treinamento utilizando o protocolo de DeLorme, 
sendo que 10 voluntárias treinaram a mão esquerda e 1 
treinou a mão direita. Outras 11 participaram do grupo de 
treinamento utilizando o protocolo de Oxford, sendo que 
7 treinaram a mão esquerda e 5 treinaram a mão direita. 
Para relacionar as medidas de comprimento da mão 
com a força de preensão foi utilizado o método do coeficiente 
de correlação de Pearson. A normalidade dos dados e a 
homogeneidade das variâncias foram testadas a partir do 
teste Kolmogorov-Smimov e Bartlett, respectivamente. Para 
comparar as amostras dependentes (pré e pós-treinamento) 
e as amostras independentes (pós-DeLorme e pós-Oxford) 
foi utilizada a ANOVA com nível de significância de 5% 
(p < 0,05). 
RESULTADOS 
Os valores mínimos e máximos, a média e o desvio-
padrão das medidas de comprimento do punho até a 
extremidade do terceiro dedo (M1) e da extremidade do 
polegar até a extremidade do quinto dedo (M2) da mão 
treinada estão descritos na Tabela 2. No grupo do protocolo 
de Oxford a média de comprimento das duas medidas da 
mão foi maior do que a do outro grupo. 
Os dados obtidos por intermédio da medida da força 
instrumental de preensão palmar no pré e pós-treinamento, 
a diferença entre a força final e a inicial e o acréscimo da 
mesma entre os grupos estão descritos na Tabela 3 e na Figura 
2. Os valores da força do grupo Oxford foram maiores tanto 
no pré quanto no pós-treinamento em relação ao ganho de 
força: no grupo DeLorme o ganho foi de 1,7 kg (7,4%) e 
no grupo Oxford, de 2,3 kg (9,9%) em relação às médias. 
Foram comparadas as medidas de comprimento M 1 e 
M2 em relação às medidas de força no pré-treinamento do 
grupo DeLorme e do Oxford, e as forças pré e pós-treinamento, 
utilizando o método do coeficiente de correlação de Pearson. 
Foi observada correlação de 0,62 entre a medida de 
comprimento M1 e a força de preensão pré-treinamento 
para o grupo DeLorme e de 0,48 para o grupo Oxford. Para 
a medida de comprimento M2, a correlação foi de -0,12 
para o grupo DeLorme e 0,20 para o grupo Oxford. Quanto 
às forças pré e pós-treinamento, houve correlação de 0,96 
parao grupo DeLorme e de 0,95 para o grupo Oxford. 
Tabela 2. Valores mínimos, médios, máximos e desvio-padrão das medidas de comprimento das mãos treinadas. 
Grupo DeLorme Grupo Oxford 
Ml (mm) M2(mm) Ml (mm) M2(mm) 
Mínimo 156,0 169,0 153,0 161,0 
Médio 164,4 181,9 170,0 187,1 
Máximo 179,0 200,0 195,0 216,0 
Desvio-padrão 7,5 8,8 11,2 14,7 
Ml =do punho até a extremidade do terceiro dedo. 
M2 = da extremidade do polegar até a extremidade do quinto dedo com a mão aberta. 
Vol. 7 No. 1, 2003 Protocolo de Fortalecimento para Preensão Palmar 21 
Tabela 3. Valores mínimos, médios, máximos e desvio-padrão das medidas da força de preensão palmar no pré e pós-treinamento, a diferença 
e o acréscimo. 
Grupo DeLorme Grupo Oxford 
FTl FT2 Diferença Acréscimo FTl FT2 Diferença Acréscimo 
(kgf) 
Mínimo 15,7 
Médio 20,6 
Máximo 25,3 
Des.-padrão 3,0 
FTl =Força pré-treinamento. 
FT2 = Força pós-treinamento. 
Diferença= FT2 - FTl. 
(kgf) 
16 
22,3 
28,5 
3,4 
(kgf) (%) 
0,3 1,7 
1,7 7,4 
3,2 14,0 
0,9 3,7 
(kgf) (kgf) (kgf) (%) 
14,1 17,6 0,4 1,6 
22,4 24,5 2,3 9,9 
35 35,6 4,6 19,9 
5,9 5,1 1,5 7,1 
Acréscimo= razão da diferença multiplicada por 100, pela força pós-treinamento [(FT2- FTl) * 100]/FT2. 
35 
30 
25 
~ 20 
Cl 
~ 15 
10 
5 
o 
FT1 FT2 FT2- FT1 Acres(%} 
121 Delorm~ 
ll!illl Oxford J 
Figura 2. Representação da média e do desvio-padrão das medidas de força no pré e pós-treinamento, a diferença entre essas medidas e 
o acréscimo de força após o treinamento, dos grupos DeLorme e Oxford. 
Foi verificada a normalidade dos dados pelo teste de 
Kolmogorov-Smirnov (p = 0,16) e a homogeneidade das 
variâncias pelo teste de Bartlett (p = 0,22). Quando comparadas 
às amostras dependentes (pré e pós-treinamento) por meio 
da ANOVA para medidas repetidas, foi observada diferença 
significativa entre o pré e o pós-treinamento tanto no grupo 
DeLorme (p = 0,0001) quanto no grupo Oxford (p = 0,0004). 
Quando comparadas amostras independentes (pós-DeLorme 
e pós-Oxford), não houve diferença significativa (p = 0,219). 
DISCUSSÃO 
Para realizar fortalecimento muscular, o exercício deve 
ser resistido, pois o músculo é um tecido contrátil, portanto, 
e com a hipertrofia das fibras musculares e o maior recruta-
mento de fibras motoras ele se torna mais forte. 13 Para induzir 
mudanças é necessário aplicar um exercício resistido com 
sobrecarga, porque a adaptação do treinamento só ocorre 
se a sobrecarga é maior que o nível habitual e se este é 
modificado periodicamente: de forma quantitativa, com 
mudança na carga, ou qualitativa, com a troca de exercícios. 17 
Neste trabalho foram utilizados protocolos de fortalecimento 
muscular, com resistência (carga) aumentada progressiva-
mente em relação ao tempo de treinamento, buscando 
evidenciar qual o mais adequado e eficiente para o fortale-
cimento dos músculos responsáveis pela preensão. 
Muitos pacientes com patologias nos membros superiores, 
de causas ocupacionais ou não, com queixas de fraqueza 
muscular principalmente nas míios, são freqüentemente encami-
nhados para a fisioterapia com o objetivo do alívio da dor 
e aumento da força muscular. A fraqueza muscular pode ser 
resultante de patologias, imobilizações, desuso ou idade avan-
çada. Por intermédio da avaliação da força muscular, o 
fisioterapeuta tem condições de obter informações sobre 
diagnóstico e evolução clínica, relacionando a diminuição 
da força com a sintomatologia e associando à atividade de 
22 Fernandes, L. F. R. M. et al. Rev. bras. fisioter. 
vida diária e à atividade profissional; 18• 19 e a reabilitação de 
uma lesão é melhor quando é possível realizar um exercício 
seletivamente e quando a resistência pode ser empregada onde 
é mais necessária. 14 
Na reabilitação da mão alguns equipamentos como os 
exercitadores de mão e dedos são utilizados para fortalecimento 
muscular após um trauma, uma patologia ou doença ocupa-
cional. Entretanto, na maioria das vezes não são utilizados 
adequadamente, por um bom planejamento de fortalecimento. 
Neste trabalho foram utilizados dois protocolos de fortaleci-
mento, DeLorme e Oxford, empregando o exercitador de mão 
e dedos da marca Digi-flex, em mulheres com ausência de 
patologias nos membros superiores. 
Há restrição na aplicação do protocolo para as mulheres 
porque elas possuem força menor que os homens,2• 10• 11 sendo 
que a resistência do exercitador não seria suficiente para 
aplicação dos protocolos de fortalecimento nos homens. 
Segundo Caporrino et al., 12 a média da força de preensão 
palmar na mão dominante foi de 31,6 kg nas mulheres e 
de 44,2 kg nos homens. O exercitador de mão e dedos da 
marca Digi-flex apresenta resistência inferior ao valor médio 
da força normal encontrado nas voluntárias e na literatura. 
Contudo, para o cálculo da carga máxima e para o 
treinamento, a resistência do exercitador foi satisfatória. 
Previamente à aplicação dos protocolos, foi utilizado 
um dinamômetro para avaliar a força muscular máxima de 
preensão antes e após o treinamento. Segundo Mathiowetz 
et al., 10 para utilizar um instrumento de medida é necessário 
verificar se o mesmo está calibrado para determinar a sua 
validade. Fess20 testou cada uma das cinco posições do cabo 
do dinamômetro Jamar aplicando cargas conhecidas em cada 
uma das posições e considerou o coeficiente de calibração 
de 0,99 aceitável. O coeficiente de calibração do dinamô-
metro utilizado neste trabalho foi de 0,99. 
Durante o teste de força máxima e durante o 
treinamento, as voluntárias permaneceram na posição 
segundo as recomendações da SATM (Sociedade Americana 
dos Terapeutas da Mão) e a posição do dinamômetro seguiu 
a sugerida por Goldman et al. ,21 que investigaram a diferença 
da força de preensão nas cinco posições do cabo do 
dinamômetro Jamar e a maior força encontrada foi na 
segunda e na terceira posições, que correspondem às 
posições, cinco e seis do dinamômetro mecânico Smedley-
Lype Hand Dynamometer. 
Foram realizadas 3 medidas de força nas mãos, foi 
escolhida a mão de menor força para facilitar a adaptação 
ao programa do exercitador e o valor considerado foi da 
média aritmética das medidas. Mathiowetz22 recomenda que 
seja usada a média das três medidas, alegando que esse 
método resultou em melhor confiabilidade teste-reteste se 
comparado àquela obtida com apenas uma tentativa ou à 
melhor entre duas tentativas. Verificou também que os efeitos 
da fadiga sobre a força de preensão são desconsideráveis 
quando realizadas as três tentativas. O autor sugere que esse 
procedimento é adequado para uso tanto em indivíduos sadios 
como em pacientes. 
Srnith et al. 2 realizaram um estudo da força de preensão 
em 50 homens e 50 mulheres com idade entre 17 e 60 anos, 
todos com ausência de patologia nos membros superiores. 
As médias da força para o grupo das mulheres com idade 
entre 17 e 20 anos foi de 24 Kgf e entre 20 e 30 anos, de 
24,4 Kgf. Caporrino et al. 12 realizaram a medida da força 
de preensão com o dinamômetro J amar e encontraram uma 
média da força da preensão de 30 Kgf no grupo das mulheres 
entre 20 e 24 anos. Neste trabalho, a média da força do pré-
treinamento das mulheres com idade entre 18 e 21 anos foi 
de 20,57 Kgf para o grupo DeLorme e de 22,44 Kgf para 
o grupo Oxford. 
Comparando a medida da força com o tamanho da mão, 
a correlação foi muito baixa para as medidas M1 e M2 em 
ambos os grupos, entretanto houve alta correlação entre o 
pré e o pós-treinamento para os dois grupos. Com esses dados 
podemos observar que o tamanho da mão não influenciou 
a força para esse grupo avaliado. 
A análise de variância demonstrou diferença signifi-
cativa no pré e pós-treinamento para os grupos DeLorme 
e Oxford, ou seja, houve aumento significativo da força após 
o treinamento, entretanto, quando comparadosos protocolos, 
estes não apresentaram diferença significativa, ou seja, não 
houve diferença entre os protocolos utilizados. 
Esperava-se verificar diferença significativa entre os 
protocolos e, como os sujeitos são mulheres com ausência 
de patologias, acreditava-se que o protocolo DeLorme fosse 
o mais eficiente porque impõe maior sobrecarga ao sistema 
muscular. Neste trabalho, o tempo de treinamento de 8 sessões 
foi suficiente para ser observado um acréscimo da força, sendo 
o maior aumento no grupo Oxford (9,9% ), entretanto, não 
foi suficiente para verificar se há um protocolo mais adequado 
para o fortalecimento dos músculos responsáveis pela preensão. 
Maior tempo de treinamento poderia evidenciar alguma 
diferença ou confirmar que ambos são eficientes. 
CONCLUSÃO 
Podemos considerar que foi possível realizar um progra-
ma de fortalecimento isotônico para os músculos responsáveis 
pela preensão palmar e que para esse grupo de voluntárias 
e para esse tempo de treinamento houve aumento da força 
muscular nos dois grupos de treinamento, entretanto, não 
houve diferença significativa entre os protocolos aplicados. 
Agradecimentos- Agradecemos à Universidade de Uberaba pelo fornecimento 
da Bolsa de Iniciação Científica e às alunas do curso de Fisioterapia da 
Universidade de Uberaba pela colaboração como voluntárias nesta pesquisa. 
Vol. 7 No. 1, 2003 Protocolo de Fortalecimento para Preensão Palmar 23 
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