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Aula 03
Concursos da Área Fiscal - Curso Básico
de Direito Penal
Autor:
Renan Araujo
10 de Maio de 2024
39471799600 - Naldira Luiza Vieria
Renan Araujo
Aula 03
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Noções Iniciais de Culpabilidade e Seus Elementos 3
..............................................................................................................................................................................................2) Erro de Tipo e Erro de Proibição 16
..............................................................................................................................................................................................3) Erro Acidental 24
..............................................................................................................................................................................................4) Questões Comentadas - Culpabilidade - Multibancas 29
..............................................................................................................................................................................................5) Questões Comentadas - Culpabilidade - Cebraspe 68
..............................................................................................................................................................................................6) Questões Comentadas - Culpabilidade - FGV 92
..............................................................................................................................................................................................7) Questões Comentadas - Erro - Multibancas 106
..............................................................................................................................................................................................8) Questões Comentadas - Erro - Cebraspe 145
..............................................................................................................................................................................................9) Questões Comentadas - Erro - FGV 152
..............................................................................................................................................................................................10) Lista de Questões - Culpabilidade - Multibancas 166
..............................................................................................................................................................................................11) Lista de Questões - Culpabilidade - Cebraspe 185
..............................................................................................................................................................................................12) Lista de Questões - Culpabilidade - FGV 196
..............................................................................................................................................................................................13) Lista de Questões - Erro - Multibancas 204
..............................................................................................................................................................................................14) Lista de Questões - Erro - Cebraspe 224
..............................................................................................................................................................................................15) Lista de Questões - Erro - FGV 228
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 CULPABILIDADE 
1 Conceito 
A culpabilidade nada mais é que o juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se 
suas circunstâncias pessoais.1 Trata-se, portanto, de saber se aquele que praticou um fato típico e ilícito 
(injusto penal) pode ser responsabilizado criminalmente. 
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato típico e ilicitude), onde se analisa o fato, 
na culpabilidade o objeto de estudo não é o fato, mas o agente. Daí alguns doutrinadores entenderem que 
a culpabilidade não integra o crime (por não estar relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, 
vamos trabalhá-la como elemento do crime. 
2 Teorias 
O conceito de culpabilidade e seus elementos foram objeto de estudo durante muitas décadas, e algumas 
teorias surgiram a respeito do tema. As principais teorias sobre a culpabilidade são a psicológica, a 
psicológico-normativa e a normativa pura (dividida em limitada e extremada). 
2.1 Teoria psicológica 
Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e culpa). 
Essa teoria entende que o agente seria culpável se era imputável no momento do crime e se havia agido com 
dolo ou culpa. 
Para a teoria psicológica, portanto, a culpabilidade era basicamente a relação psíquica do agente com o 
injusto penal (fato típico e ilícito). Ou seja, para a teoria psicológica, a culpabilidade seria o elemento 
destinado a saber se o agente, uma vez imputável, teria agido com dolo ou culpa (elemento subjetivo do 
delito). Falava-se, portanto, numa “culpabilidade dolosa” ou “culpabilidade culposa”. 
Vejam que essa teoria só pode ser utilizada por quem adota a teoria causalista (naturalística) da conduta 
(pois o dolo e culpa estão na culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Código penal), essa 
teoria acerca da culpabilidade é impossível, pois a teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, 
portanto, no fato típico. 
2.2 Teoria normativa ou psicológico-normativa 
A teoria psicológico-normativa possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a exigibilidade 
de conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o Direito” e a consciência da ilicitude (que não 
está inserida dentro do dolo, na qualidade de elemento normativo). 
 
1 BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452 
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2 
Para essa teoria, mais evoluída, ainda que o agente fosse imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só 
seria culpável se no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro comportamento que não o 
comportamento criminoso. 
Trata-se, portanto, da inclusão de elementos normativos na culpabilidade, que deixa de ser a mera relação 
subjetiva do agente com o fato (dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjugação do elemento 
subjetivo (dolo ou culpa) e do juízo de reprovação sobre o agente.2 
2.3 Teoria normativa pura 
A teoria normativa pura da culpabilidade já não mais considera o dolo e culpa como elementos da 
culpabilidade, mas do fato típico (seguindo a teoria finalista da conduta). Ou seja, para os adeptos da teoria 
normativa pura o elemento subjetivo (a relação psicológica do agente com o fato) não integra a 
culpabilidade, mas o fato típico, mais precisamente a conduta penalmente relevante (daí falar-se em conduta 
dolosa ou conduta culposa). 
Para esta teoria, a culpabilidade é composta apenas por elementos normativos, relacionados à 
reprovabilidade ou não do comportamento do agente, sendo eles: 
 Imputabilidade 
 Potencial consciência da ilicitude 
 Exigibilidade de conduta diversa 
Além disso, o dolo e a culpa passam a integrar o fato típico, como dito anteriormente. Porém, o dolo que vai 
para o fato típico é o chamado “dolo natural”, ou seja, a mera consciência e vontade de praticar a conduta e 
obter-se o resultado. O dolo “normativo” (consciência potencial da ilicitude) permanece na culpabilidade. 
Em resumo, o dolo (transferido para o fato típico) passa a ser concebidovez que a situação narrada representa estado de
necessidade.
C) Arthur age em excludente de culpabilidade, uma vez que a situação narrada é de coação
moral irresistível.
D) se Aline estiver realmente sob poder de criminosos, é o caso de coação física irresistível.
E) Arthur age em erro de tipo, por não saber se Aline está efetivamente sob o poder dos
criminosos, excluindo-se a tipicidade.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Arthur age em excludente de culpabilidade, uma vez que a situação narrada é de
coação moral irresistível, sendo punível apenas o autor da coação, nos termos do art. 22 do CP:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem,
não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou
da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Trata-se de excludente de culpabilidade em razão da inexigibilidade de conduta diversa.
GABARITO: LETRA C
6. (FGV/2022/TRT13)
Mário estava em uma festa e ficou completamente embriagado após ingerir um refrigerante sem
saber que o barman tinha incluído uma substância entorpecente em sua bebida. Nessa situação,
Mário subtraiu o celular de Alice e foi embora do local. Posteriormente, foi constatado, na
perícia, que Mário estava completamente embriagado e sem capacidade de determinar o caráter
ilícito do fato.
Nesse caso, é correto afirmar que Mário
A) não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da ilicitude, em razão do
exercício regular de direito.
B) não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da culpabilidade, em razão do
exercício regular de direito.
C) não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da imputabilidade do agente, existe
uma excludente de culpabilidade.
D) não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da inimputabilidade, houve exclusão
da culpabilidade.
E) praticou o crime de furto, previsto no art. 155, caput do CP.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Mário será isento de pena tendo em vista sua inimputabilidade em razão da
embriaguez acidental completa, decorrente de caso fortuito, o que gera exclusão da
culpabilidade, nos termos do art. 28, §1º do CP:
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Art. 28 (...) § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: Letra D
7. (FGV/2022/SEAD-AP)
Alice, 16 anos, foi sequestrada por Túlio, três dias antes de Túlio completar 18 anos. Após passar
9 dias em cativeiro, as investigações para encontrar Alice foram bem sucedidas e Alice foi então
libertada.
Nessa situação hipotética, podemos afirmar que Túlio
A) deve responder por ato infracional análogo ao crime de sequestro e cárcere privado.
B) será considerado inimputável e não será penalmente responsabilizado.
C) será considerado inimputável e será penalmente responsabilizado.
D) será considerado imputável para todos os fins penais, porque trata-se de crime continuado,
em que a consumação se prolonga no tempo.
E) será considerado imputável para todos os fins penais, porque trata-se de crime permanente,
em que a consumação se prolonga no tempo.
COMENTÁRIOS
Pela teoria da atividade (ou da ação), considera-se praticado o crime no momento da conduta,
ainda que outro seja o momento do resultado (art. 4º do CP).
O crime em questão (sequestro) é um crime permanente, ou seja, sua execução se prolonga no
tempo, e todo o período de permanência (período da execução do delito) é considerado como
“momento do crime”. Logo, o crime começou a ser praticado quando Túlio tinha menos de 18
anos, mas só terminou de executar o delito quando já possuía mais de 18 anos.
Assim, Túlio chegou a praticar a conduta criminosa já sendo maior de idade (ainda que tenha
começado a execução antes), de forma que será considerado imputável, ou seja, deverá
responder pelo crime.
GABARITO: Letra E
8. (FGV/2022/SENADO)
Durante assalto a uma joalheria, dois homens armados obrigaram a gerente, mediante grave
ameaça, a abrir o cofre e a acondicionar as joias que estavam guardadas ali em uma mochila, que
eles levaram consigo na fuga.
Com base no caso descrito e no conceito tripartite de crime, assinale a afirmativa correta.
A) A cooperação da gerente com os roubadores é um fato penalmente atípico.
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B) Em razão da ameaça, a gerente não agiu com dolo ao colaborar com os roubadores.
C) A gerente não agiu de forma culpável, apesar de haver cometido um injusto penal.
D) A gerente cometeu o crime de roubo em concurso de agentes, mas é favorecida por uma
escusa absolutória.
E) A gerente agiu em legítima defesa, razão por que a sua colaboração com os roubadores é
justificada.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, a gerente agiu em situação de coação moral irresistível (art. 22 do CP), que é causa
excludente de culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Logo, a gerente não agiu de forma culpável, apesar de haver cometido um injusto penal (injusto
penal = fato típico + ilicitude).
GABARITO: Letra C
9. (FGV/2022/PCAM)
O conceito analítico de crime o divide em Fato Típico; Ilícito ou Antijurídico e Culpável. A
culpabilidade, por sua vez, é composta pela imputabilidade, pela potencial consciência da
ilicitude e pela inexigibilidade de conduta diversa.
Dentre as causas que excluem a imputabilidade penal encontram-se:
A) coação física irresistível, menoridade e embriaguez acidental completa.
B) embriaguez acidental incompleta, menoridade e obediência hierárquica.
C) embriaguez acidental completa, menoridade e doença mental.
D) embriaguez preordenada, coação moral irresistível e erro de proibição.
E) coação moral irresistível, exercício regular de direito e menoridade.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, apenas a letra C está correta, eis que a embriaguez acidental completa (art. 28, §1º
do CP), a menoridade (art. 27 do CP) e a doença mental (art. 26 do CP) podem afastar a
imputabilidade penal.
Friso, porém, que a doença mental nem sempre irá afastar a imputabilidade penal, somente
quando o agente era, em razão da doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
GABARITO: Letra C
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10. (FGV/2022/TJDFT)
Constituem elementos da culpabilidade:
A) inimputabilidade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa;
B) maioridade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa;
C) imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa;
D) maioridade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa;
E) imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e inexigibilidade de uma conduta diversa.
COMENTÁRIOS
Os elementos da culpabilidade, considerando-se que o CP adota a teoria normativa pura da
culpabilidade (mais precisamente a teoria limitada) são: imputabilidade, potencial conhecimento
da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa.
A ausência de qualquer destes elementos, portanto, gera ausência de culpabilidade e o agente
será isento de pena.
GABARITO: Letra C
11. (FGV/2022/MPE-BA/ESTÁGIOJURÍDICO)
Esteban, jovem graduando em Direito, viaja com a associação atlética de sua universidade para
festividades em cidade do interior do Estado. Em meio às confraternizações, substância
entorpecente é oferecida a Esteban por seus colegas. A fim de superar sua timidez, o agente
aceita consumir as referidas drogas, atingindo embriaguez completa. Ao recobrar os sentidos,
Esteban tinha em sua posse um relógio que furtou naquela noite, tendo os colegas lhe contado
que havia também agredido alunos da universidade rival, invadido domicílio e praticado crime de
dano aos pertences dos citados alunos.
Acerca da culpabilidade e da teoria da actio libera in causa, é correto afirmar que:
A) a embriaguez por caso fortuito ou força maior não atenua nem isenta o réu de pena;
B) ao passo que a embriaguez voluntária agrava a pena do agente, a embriaguez preordenada
apenas justifica a imposição de pena criminal;
C) Esteban não poderá ser responsabilizado criminalmente, posto que ausente vontade livre e
consciente, em razão da embriaguez completa;
D) o direito penal brasileiro apenas autoriza a punição do agente quando a embriaguez é
preordenada, assim entendida a conduta do agente que se utiliza da substância para praticar o
crime;
E) tratando-se de embriaguez voluntária, culposa ou preordenada, o agente poderá ser
responsabilizado pelas ações praticadas no contexto de embriaguez, fixando-se como parâmetro
para aferição da culpabilidade o momento de consumo da substância.
COMENTÁRIOS
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Nesse caso, o agente deverá ser responsabilizado pelos crimes praticados, eis que, nos termos
do Código Penal (art. 28, §1º), somente a embriaguez acidental (aquela decorrente de caso
fortuito ou força maior) completa (que retira totalmente a capacidade do agente) é que afasta a
imputabilidade do agente e, portanto, afasta sua culpabilidade.
A embriaguez voluntária (agente quer se embriagar), culposa (se embriaga pela imprudência na
ingestão da substância e a embriaguez preordenada (agente quer se embriagar com a intenção
de cometer o delito embriagado) não afastam a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II
do CP, sendo necessário registrar que a embriaguez preordenada funciona, ainda, como
circunstância agravante, nos termos do art. 61, II, “L” do CP.
Nos casos de embriaguez não acidental (culposa, voluntária ou preordenada) o agente é punido
em razão da teoria da actio libera in causa, ou seja, apesar de o agente não ter capacidade de
discernimento ou de autodeterminação ao tempo da conduta delituosa, deverá ser punido
porque tinha total capacidade quando decidiu, deliberadamente, ingerir a substância (álcool ou
outra). Assim, deve ser responsabilizado pelos eventuais atos criminosos que venha a praticar em
situação de embriaguez, pois tinha plena consciência de seus atos no momento em que se
colocou na situação de embriaguez.
GABARITO: Letra E
12. (FGV/2021/TJSC/NOTÁRIO)
Flávia, pessoa humilde, presta serviços de faxineira em serventia extrajudicial localizada na cidade
de Florianópolis. Em determinada data, Flávia foi abordada na saída de sua residência por
pessoas ligadas ao tráfico dominante na localidade, que determinaram que ela transportasse e
guardasse arma de fogo em seu trabalho, pois terceiro iria no dia seguinte ao local para buscar o
material bélico. Os traficantes afirmaram que se Flávia não atendesse àquela determinação, seria
expulsa de sua casa, não tendo mais onde morar, bem como que sua mãe também sofreria as
consequências. Em razão disso, Flávia transportou um revólver, de calibre de uso permitido, mas
com numeração de série suprimida, para o trabalho, escondendo o material em uma lixeira.
Após receber denúncia, a autoridade policial determinou a realização de diligência no local.
Com autorização dos responsáveis, os policiais civis apreenderam a arma guardada por Flávia,
que esclareceu o ocorrido.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que Flávia agiu: 
A) sob coação moral resistível, devendo ser reconhecida a prática do crime de porte de arma de
fogo de uso permitido, com causa de diminuição de pena; 
B) sob coação física irresistível, afastando-se a culpabilidade de sua conduta;
C) sob coação moral irresistível, afastando-se a culpabilidade de sua conduta;
D) sob coação moral irresistível, afastando-se a ilicitude de sua conduta;
E) em legítima defesa, afastando-se a ilicitude de sua conduta.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Flávia agiu sob coação moral irresistível, pois somente praticou o fato típico e ilícito
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porque fora ameaçada pelas pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Logo, não há exigibilidade de
conduta diversa nesse caso, de maneira que ficará afastada a culpabilidade de Flávia, nos termos
do art. 22 do CP.
GABARITO: Letra C
13. (FGV / 2020 / MPE-RJ)
Ramon foi denunciado pela prática de um crime de estupro simples, sendo constatado ao longo
da instrução, por meio de exame de insanidade mental, que, na data dos fatos, ele era
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato em razão de desenvolvimento mental
incompleto.
Confirmada a autoria e a materialidade, no momento das alegações finais, caberá ao promotor
de justiça buscar:
A) o reconhecimento da autoria e materialidade, sendo, porém, o agente isento de pena, de
modo que caberá aplicação de medida de segurança em razão da inimputabilidade de Ramon;
B) a absolvição própria do agente, não sendo aplicada qualquer pena privativa de liberdade ou
medida de segurança, diante da inimputabilidade do agente;
C) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se pena privativa de liberdade, com causa de
diminuição de pena em razão da inimputabilidade;
D) a condenação do réu, reduzindo-se a pena aplicada, porém, em um a dois terços em razão da
semi-imputabilidade do agente;
E) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se medida de segurança, diante da
semi-imputabilidade do agente.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, como restou comprovado que Ramon, em razão de doença mental, era, ao tempo
do fato, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, deverá o Juiz, uma vez
comprovada a autoria e a materialidade do fato, reconhecer a isenção de pena pela
inimputabilidade decorrente de doença mental, proferindo sentença absolutória imprópria, de
modo que caberá aplicação de medida de segurança em razão da inimputabilidade de Ramon:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
GABARITO: Letra A
14. (FGV / 2018 / CÂMARA DE SALVADOR)
No dia 25 de dezembro de 2017, Carlos, funcionário público, recebe uma visita inesperada de
João, seu superior hierárquico, em sua residência. João informa a Carlos que estava sendo
investigado pela prática de um delito e exige que este altere informação em determinado
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documento público, mediante falsificação, de modo a garantir que não sejam obtidas provas do
crime que vinha sendo investigado, assegurando que, caso a ordem não fosse cumprida,
sequestraria o filho de Carlos e que a restrição da liberdade perduraria até o atendimento da
exigência. Diante desse comportamento de João, Carlos falsifica o documento público, mas vem
a ser descoberto e denunciado pela prática do crime previsto no Art. 297 do Código Penal
(falsificação de documento público).
Com base apenas nessas informações, o advogado de Carlos deveria alegar, em buscade sua
absolvição, a ocorrência de:
A) coação moral irresistível, causa de exclusão da culpabilidade;
B) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da culpabilidade;
C) estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude;
D) coação moral irresistível, causa de exclusão da ilicitude;
E) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da ilicitude.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Carlos agiu sob coação moral irresistível, pois somente praticou o fato típico e ilícito
porque fora ameaçado por João. Logo, não há exigibilidade de conduta diversa nesse caso, de
maneira que ficará afastada a culpabilidade de Carlos, nos termos do art. 22 do CP.
GABARITO: Letra A
15. (FGV – 2018 – TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira
imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de Fábio, seu irmão mais novo. Após ser
denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima, foi realizado exame de insanidade
mental, constatando-se que, no momento da agressão, Gabriel, em razão de
desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato.
Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a:
(A) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
(B) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
(C) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade;
(D) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de pena;
(E) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade.
COMENTÁRIOS
Neste caso, como o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato, deve
ser considerado SEMI-IMPUTÁVEL, respondendo pelo crime, mas com pena reduzida de um a
dois terços em razão da semi-imputabilidade, na forma do art. 26, §único do CP:
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Art. 26 (...)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Perceba-se que há uma diferença ENORME entre ser inteiramente incapaz, que é o caso do
inimputável (art. 26) e não ser inteiramente capaz (parcialmente capaz), que é o caso da questão
(art. 26, §único do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
16. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – CIÊNCIAS JURÍDICAS) Dois
prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, após uma reunião
cansativa de negócios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo não sendo essa sua
intenção, acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas
foi colocado em seu copo um comprimido de substância psicotrópica por um eleitor de sua
cidade, que também o deixou completamente embriagado. Após, ainda alterados, cada um
volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens públicos para proveito próprio.
Considerando o fato narrado, é correto afirmar que:
(A) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de força maior;
(B) Ricardo deverá responder pelo crime praticado, enquanto Bruno é isento de pena;
(C) Ricardo e Bruno deverão responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui
a imputabilidade penal;
(D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderão criminalmente perante a Câmara de
Vereadores;
(E) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do
segundo decorreu de força maior.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, apenas Ricardo responderá pelo delito que praticou, pois sua embriaguez
decorreu de culpa sua, o que não afasta a imputabilidade penal. Bruno, por sua vez, não pode
responder pelo crime praticado, pois sua embriaguez completa decorreu de força maior (ação de
terceira pessoa), não tendo ocorrido por culpa de Bruno. Vejamos:
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
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(...)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
17. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR) A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir
a culpabilidade quando:
a) for preordenada;
b) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato;
c) for culposa;
d) for patológica;
e) for habitual.
COMENTÁRIOS
A embriaguez, como regra, não exclui a culpabilidade. Assim, a embriaguez preordenada, a
embriaguez culposa e a embriaguez habitual não são capazes de afastar a imputabilidade penal.
Com relação à embriaguez decorrente de força maior, ela só excluirá a imputabilidade penal
quando RETIRAR POR COMPLETO a capacidade de o agente entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Caso apenas diminua essa capacidade
(letra B), o agente responderá pelo delito, mas terá sua pena diminuída.
Por fim, em relação à embriaguez patológica, ela é equiparada à doença mental, motivo pelo
qual PODE afastar a culpabilidade do agente (nos termos do art. 26 do CP, não do art. 28), de
forma que a letra D (apesar de incompleta) está correta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
18. (FGV – 2015 – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-AL – PROCURADOR) A doutrina majoritária
brasileira entende que haverá crime diante de uma conduta típica, ilícita e culpável.
Sobre a culpabilidade, assinale a afirmativa correta.
a) O erro de tipo é causa de exclusão da culpabilidade em seu elemento potencial da ilicitude.
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b) A conduta em coação física irresistível, apesar de típica e ilícita, não enseja punição do agente
por ausência de culpabilidade.
c) O estrito cumprimento do dever legal é tratado pelo Código Penal como causa excludente de
culpabilidade.
d) A embriaguez culposa completa não exclui a imputabilidade penal.
e) O exercício regular do direito é causa legal de exclusão da culpabilidade.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o erro de tipo afasta a tipicidade, não a culpabilidade.
B) ERRADA: Item errado, pois a coação FÍSICA irresistível exclui a conduta. A coação MORAL
irresistível é que exclui a culpabilidade.
C) ERRADA: Item errado, pois o estrito cumprimento do dever legal não atua sobre a
culpabilidade, mas sobre a ilicitude do fato.
D) CORRETA: Item correto, pois a embriaguez CULPOSA nunca exclui a culpabilidade, ainda que
seja completa.
E) ERRADA: Item errado, pois o exercício regular do direito não atua sobre a culpabilidade, mas
sobre a ilicitude do fato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
19. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Patrício e Luiz estavam em um bar, quando o
primeiro, mediante ameaça de arma de fogo, obriga o último a beber dois copos de tequila.
Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla, então, deixou o local, sendo que Patrício
conduzia Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que
caminhava sozinha pela calçada, Patrício e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo
primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, sendoflagrados por populares que
passavam ocasionalmente pelo local, ocorrendo a prisão em flagrante. Denunciados pelo
crime de estupro, no curso da instrução, mediante perícia, restou constatado que Patrício era
possuidor de doença mental grave e que, quando da prática do fato, era inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do seu comportamento, situação, aliás, que permaneceu
até o momento do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz
estava completamente embriagado. O Ministério Público requereu a condenação dos
acusados. Não havendo dúvida com relação ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos
acusados deverá requerer, nas alegações finais,
A) a absolvição dos acusados por força da inimputabilidade, aplicando, porém, medida de
segurança para ambos.
B) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez culposa e a
absolvição Patrício, com aplicação, para este, de medida de segurança.
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C) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez completa
decorrente de força maior e a absolvição imprópria de Patrício, com aplicação, para este, de
medida de segurança.
D) a absolvição imprópria de Patrício, com a aplicação de medida de segurança, e a condenação
de Luiz na pena mínima, porque a embriaguez nunca exclui a culpabilidade.
COMENTÁRIOS
No caso em tela o Juiz deverá absolver Luiz, em razão da ausência de culpabilidade, por
inimputabilidade decorrente de embriaguez completa proveniente de força maior, nos termos do
art. 28, §1º do CP. Em relação a Patrício, deverá receber sentença de absolvição imprópria, com
aplicação de medida de segurança, nos termos do art. 26 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
20. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DE ORDEM) Durante um assalto a uma instituição
bancária, Antônio e Francisco, gerentes do estabelecimento, são feitos reféns. Tendo ciência
da condição deles de gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em
determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, à força, o dedo de
Antônio no local necessário, abrindo, com isso, o cofre e subtraindo determinada quantia em
dinheiro. Além disso, sob a ameaça de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia
do banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam uma arma
de fogo para os policiais que tentavam efetuar a prisão dos agentes.
Analisando as condutas de Antônio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é
correto afirmar que
A) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto Francisco não
responderá por ausência de ilicitude em sua conduta.
B) Antônio não responderá pelo crime por ausência de ilicitude, enquanto Francisco não
responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta.
C) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto Francisco não
responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta.
D) Ambos não responderão pelo crime por ausência de culpabilidade em suas condutas.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, Antônio foi vítima de coação FÍSICA irresistível (não teve vontade alguma,
escolha alguma), de forma que fica afastada a própria configuração do fato típico, dada a
ausência de conduta. Francisco, por sua vez, foi vítima de coação MORAL irresistível, de maneira
que agiu sem culpabilidade, nos termos do art. 22 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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21. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME DE ORDEM) Para aferição da inimputabilidade por doença
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a alternativa que
indica o critério adotado pelo Código Penal vigente.
a) Biológico.
b) Psicológico.
c) Psiquiátrico.
d) Biopsicológico.
COMENTÁRIOS
Para a aferição da inimputabilidade o CP adotou os critérios “meramente biológico” e
“biopsicológico”. O primeiro foi adotado em relação aos menores de idade, ou seja, basta que
sejam menores de 18 anos, sem que haja necessidade de qualquer avaliação específica das
condições psicológicas do agente no caso concreto.
O critério biopsicológico, por sua vez, foi adotado em relação aos doentes mentais, nos termos
do art. 26 do CP.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
22. (FGV – 2012 – OAB – VIII EXAME DE ORDEM) Analise as hipóteses abaixo relacionadas e
assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes de culpabilidade.
a) Erro de proibição; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior; coação
moral irresistível.
b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doença mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez
incompleta.
d) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou força maior; erro de proibição;
obediência hierárquica.
COMENTÁRIOS
Das alternativas apresentadas a única que traz apenas hipóteses de exclusão da culpabilidade é a
letra A, pois tanto o erro de proibição quanto a embriaguez completa proveniente de caso
fortuito ou força maior e a coação moral irresistível são causas de exclusão da culpabilidade, nos
termos dos arts. 21, 22 e 28, §1º do CP.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
23. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Acerca das causas excludentes de ilicitude e
extintivas de punibilidade, assinale a afirmativa incorreta.
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A) A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, enquanto que a coação física irresistível
exclui a própria conduta, de modo que, nesta segunda hipótese, sequer chegamos a analisar a
tipicidade, pois não há conduta penalmente relevante.
B) Em um bar, Caio, por notar que Tício olhava maliciosamente para sua namorada, desfere
contra este um soco no rosto. Aturdido, Tício vai ao chão, levantando-se em seguida, e vai atrás
de Caio e o interpela quando este já estava saindo do bar. Ao voltar-se para trás, atendendo ao
chamado, Caio é surpreendido com um soco no ventre. Tício praticou conduta típica, mas
amparada por uma causa excludente de ilicitude.
C) Mévio, atendendo a ordem dada por seu líder religioso e, com o intuito de converter Rufus,
permanece na residência deste à sua revelia, ou seja, sem o seu consentimento. Neste caso,
Mévio, mesmo cumprindo ordem de seu superior e mesmo sendo tal ordem não manifestamente
ilegal, pratica crime de violação de domicílio (Art. 150 do Código Penal), não estando amparado
pela obediência hierárquica.
D) O consentimento do ofendido não foi previsto pelo nosso ordenamento jurídico-penal como
uma causa de exclusão da ilicitude. Todavia, sua natureza justificante é pacificamente aceita,
desde que, entre outros requisitos, o ofendido seja capaz de consentir e que tal consentimento
recaia sobre bem disponível.
COMENTÁRIOS
A) O item está perfeito. A coação pode ser física ou moral. A coação física exclui a própria
conduta, já que há mero movimento corporal, sem qualquer elemento subjetivo. Portanto,
atuando sobre a conduta, exclui-se o fato típico (tipicidade). A coação moral irresistível, por sua
vez, não exclui o fato típico, mas a culpabilidade, pois o agente pratica conduta (atividade
corporal + elemento subjetivo), mas essa conduta está viciada, já que o agente está sob forte
ameaça, de forma que ausente o elemento da culpabilidade consistente na exigibilidade de
conduta diversa. O art. 22 do CP trata da situação, embora diga apenas “coação irresistível”:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistívelou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
B) O item está errado. No caso, Tício não está amparado por nenhuma causa de exclusão da
ilicitude. Trata-se, apenas, de vingança;
C) O item está correto. Nesse caso não há possibilidade de se falar em obediência hierárquica,
primeiro porque esta causa de exclusão da culpabilidade só é admissível nas relações de serviço
público, e em segundo lugar porque a ordem é manifestamente ilegal;
D) O item está correto. O nosso ordenamento previu apenas quatro espécies de causas de
exclusão da ilicitude, não estando entre elas o consentimento do ofendido. Contudo, a Doutrina
entende que o consentimento do ofendido, desde que válido e em relação a bens disponíveis,
constitui-se como uma causa de exclusão da ilicitude, já que tornaria a ação legítima, deixando
de ser injusta, portanto.
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Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA É A LETRA B.
24. (FCC – 2017 – TRF5 – OFICIAL DE JUSTIÇA) A coação moral irresistível
a) torna o fato atípico.
b) é causa excludente de ilicitude.
c) é circunstância que sempre atenua a pena.
d) tem o mesmo tratamento legal da coação física irresistível.
e) é causa de isenção da pena.
COMENTÁRIOS
A coação moral irresistível é causa de exclusão da culpabilidade, pois afasta um dos elementos
da culpabilidade que é a “exigibilidade de conduta diversa”. A expressão “causa de isenção de
pena” não é errada, pois o CP, muitas vezes, trata de causas de exclusão da culpabilidade como
“causas de isenção de pena”.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
25. (FCC – 2015 – TRE-RR – ANALISTA JUDICIÁRIO) Paulo é estudante de uma determinada
faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No início deste ano de 2015
Paulo é submetido a um trote acadêmico violento e, amarrado, é obrigado a consumir à
força bebida alcoólica e substância entorpecente. Após o trote, Paulo, completamente
embriagado e incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se
até uma Delegacia de Polícia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele
por crime de lesão corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece
R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Polícia para que este não dê prosseguimento às
investigações. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético
exposto, Paulo
a) praticou crime de corrupção ativa e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de
condenação.
b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependências da Delegacia de Polícia.
c) praticou crime de corrupção ativa e não terá a pena reduzida no caso de condenação pela
embriaguez.
d) praticou crime de concussão e não terá a pena reduzida no caso de condenação.
e) praticou crime de concussão e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de
condenação.
COMENTÁRIOS
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Paulo praticou a conduta típica prevista no art. 333 do CP, ou seja, em tese teria praticado o
delito de corrupção ativa.
Contudo, a questão deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, situação decorrente de
embriaguez ocasionada por FORÇA MAIOR. Assim, Paulo é inimputável e, segundo o CP, isento
de pena (afasta a culpabilidade), nos termos do art. 28, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
26. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) São causas de inimputabilidade previstas no
Código Penal, além de doença mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado:
a) emoção e paixão; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior; idade
inferior a 18 anos.
b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntária; coação irresistível.
c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior.
d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior;
legítima defesa.
e) emoção e paixão; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz hipóteses de inimputabilidade previstas
no CP, pois a idade inferior a 18 anos é causa de inimputabilidade, bem como o é a embriaguez
completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, nos termos do art. 27 e 28, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
27. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Maria é aprovada no vestibular para uma
determinada Universidade Federal. No dia da matrícula, Maria, caloura, é recebida pelos
alunos veteranos da universidade e submetida a um trote acadêmico violento. Além de
outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada
a ingerir bebida alcoólica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade
de entender o caráter ilícito de um fato ou de determinar-se de acordo com este
entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veículo que
estava estacionado em via pública, sem conseguir movimentá-lo. Abordada por policiais,
desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato,
(A) terá a pena reduzida de um a dois terços.
(B) estará isenta de pena.
(C) terá a pena reduzida de metade.
(D) terá a pena reduzida em 1/6.
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(E) terá a pena aumentada de 1/3.
COMENTÁRIOS
No caso em tela Maria estará isenta de pena, pois é considerada inimputável neste caso. A
embriaguez completa, desde que proveniente de caso fortuito ou força maior (como foi o caso),
exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1º do CP, desde que o agente seja, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
28. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) No direito brasileiro legislado, desde que
subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinação por ela, a embriaguez
terá, genericamente, o condão de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal
quando for
(A) não preordenada.
(B) oriunda de culpa consciente.
(C) oriunda de culpa inconsciente.
(D) oriunda de caso fortuito.
(E) não premeditada.
COMENTÁRIOS
A embriaguez somente pode excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for
oriunda de caso fortuito ou força maior, nos termos do art. 28, §§1º e 2º do CP:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
(...)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
29. (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Na coação moral irresistível, há exclusão da
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a) antijuridicidade.
b) culpabilidade, por inimputabilidade.
c) culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa.
d) tipicidade.
e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude.
COMENTÁRIOS
A coação MORAL irresistível exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa.
Vejamos o art. 22 do CP:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embora o artigo fale apenas em coação irresistível, somente a coação MORAL irresistível exclui a
culpabilidade. A coação FÍSICA irresistível exclui o fato típico, pois não há um dos elementos,
que é a conduta, por ausência de vontade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
30. (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO) Há uma crítica
doutrinária bastante conhecida e frequente ao fundamento teórico da punição, no direito
brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizá-la afirmando
que essa punição, ao fundar-se na teoria
a) da equivalência dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de
embriaguez, não permitindo uma justa diferenciação de seus variados graus de reprovabilidade.
b) objetiva pura alemã, não considera as diversas situações subjetivas desencadeantes da
embriaguez, e, por consequência, não propicia a devida diferenciação entre seus variados graus
de reprovabilidade.
c) da actio libera in causa, não é facilmente extensível aos casos de embriaguez não preordenada
ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente, situações de responsabilização
penal estritamente objetiva.
d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juízo da consciência da ilicitude que,
de efetivo e concreto, se torna puramente exigível e potencial, respondendo o agente
indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente não tivesse condições ou razões reais
para não se embriagar nas circunstâncias em que o fato se deu.
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e) monista temperada, acaba comportando situações graves de impunidade, notadamente nos
crimes cometidos com culpa consciente e limítrofes ao dolo eventual.
COMENTÁRIOS
O item correto é o da letra C. Isso porque o Brasil adotou a teoria da actio libera in causa,
segundo a qual o agente deve ser punido pelo crime praticado em estado de embriaguez se ele
se colocou livremente nessa situação (ainda que culposamente ou sem intenção de praticar
crimes). Tal teoria prega que embora não haja imputabilidade no momento do crime, existia livre
consciência no momento da embriaguez, ou seja, a ação era consciente “na causa” (a
embriaguez).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
31. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) A inimputabilidade por peculiaridade mental ou
etária exclui da conduta a
a) tipicidade.
b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente.
c) antijuridicidade.
d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente.
e) culpabilidade.
COMENTÁRIOS
A inimputabilidade por doença mental ou em razão da idade gera exclusão da culpabilidade, por
ser a inimputabilidade um elemento da culpabilidade que, por sua vez, é o terceiro elemento na
divisão analítica do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
32. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em matéria penal, a embriaguez incompleta,
resultante de caso fortuito ou de força maior,
a) não suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma
causa geral de diminuição de pena.
b) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, não operando qualquer efeito na aplicação
da pena.
c) é hipótese de elisão da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensão,
tornando o agente isento de pena.
d) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstância agravante.
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e) embora não suprima a imputabilidade penal, é censurável, e serve como circunstância
agravante.
COMENTÁRIOS
Tal embriaguez NÃO exclui a imputabilidade penal, pois não é completa. Contudo, é causa de
diminuição de pena. Vejamos:
Art. 28 (...)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
33. (FCC – 2011 – TCE-SP – PROCURADOR) Constitui causa de exclusão da culpabilidade
A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, em virtude da
impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato.
B) o erro sobre a ilicitude do fato, em decorrência da não imputabilidade do agente.
C) a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, em função de não se
poder exigir conduta diversa do agente.
D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato.
E) a coação moral irresistível, em função de não se poder exigir conduta diversa do agente.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Como vimos no art. 28, § 1° do CP a embriaguez fortuita completa só exclui a
culpabilidade quando o agente for inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito da
conduta ou de determinar-se conforme este entendimento, consequência esta que é possível,
mas não inerente à embriaguez completa.
B) ERRADA: Pois nem sempre o erro sobre a ilicitude exclui a culpabilidade. Esse erro deverá ser
escusável. Mais, ainda que exclua a culpabilidade, não será por falta de imputabilidade, mas por
ausência de potencial consciência da ilicitude. CUIDADO!
C) ERRADA: A simples presença da doença não exclui a culpabilidade. Como vimos, o Brasil
adotou o critério biopsicológico, sendo necessário que, além da doença, fique provado que o
agente não era capaz de entender o caráter ilícito da conduta.
D) ERRADA: A menoridade, de fato, exclui a culpabilidade, mas não pela ausência de potencial
consciência da ilicitude, como diz a questão, mas por ausência de imputabilidade, num critério
meramente biológico.
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E) CORRETA: A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, pois, nas circunstâncias, não se
podia exigir do agente que se comportasse conforme o Direito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
34. (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR) A coação moral irresistível e a obediência
hierárquica são causas de exclusão da
A) culpabilidade.
B) antijuridicidade.
C) ilicitude.
D) tipicidade.
E) punibilidade.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Trata-se de causas em que não há um dos elementos da culpabilidade, que é a
inexigibilidade de conduta diversa. Assim, a alternativa está correta.
B) ERRADA: Como vimos, as causas que excluem a ilicitude são: a) estado de necessidade; b)
legítima defesa; c) exercício regular de um direito; d) estrito cumprimento do dever legal.
C) ERRADA: A ilicitude é sinônimo de antijuridicidade, portanto, está incorreta, nos termos do
comentário à alternativa B.
D) ERRADA: A exigibilidade de conduta diversa é um dos elementos da culpabilidade, não da
tipicidade, motivo pelo qual a questão está incorreta, já que a tipicidade é meramente o juízo de
subsunção entre o fato cometido e a hipótese legal incriminadora, que faz surgir a presunção de
ilicitude.
E) ERRADA: Ocorrendo uma dessas circunstâncias,a culpabilidade resta afastada, de forma que
o crime não existe (pois a culpabilidade é um de seus elementos). Assim, não surge o poder de
punir do Estado (punibilidade).
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
35. (FCC – 2010 – MPE-SE – ANALISTA – DIREITO) Desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, embriaguez decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras,
excludentes de
A) tipicidade
B) ilicitude
C) punibilidade
D) antijuridicidade
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236
E) culpabilidade
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão da ausência de
imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
B) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão da ausência de
imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
C) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão da ausência de
imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
D) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão da ausência de
imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
E) CORRETA: Conforme estudamos, se o agente se encontrar em uma dessas condições, restará
excluída a sua culpabilidade, posto que a lei considera que, nestas hipóteses, o agente não podia
entender o caráter ilícito de sua conduta e se comportar conforme o Direito.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
36. (FCC – 2011 – TER/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Exclui a
imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Código Penal,
A) a embriaguez voluntária pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
B) a emoção e a paixão.
C) a embriaguez culposa pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
D) se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior, se o agente era, ao tempo
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A embriaguez voluntária não exclui a culpabilidade, em nenhuma hipótese, nos
termos do art. 28, II do CP.
B) ERRADA: Nos termos do art. 28, I do CP, a emoção e a paixão também não excluem a
culpabilidade.
C) ERRADA: A embriaguez culposa, tal qual a voluntária, não exclui a culpabilidade do agente,
nos termos do art. 28, II do CP.
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D) ERRADA: Se ele não era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato, será
considerado semi-imputável, mas deverá ser condenado e sua pena ser diminuída, em razão da
menor culpabilidade em relação aos demais.
E) CORRETA: Nos termos do art. 28, § 1° do CP, se o agente estava involuntariamente
embriagado, de maneira completa, de forma que não tinha condições de entender o caráter
ilícito do fato e se comportar conforme o Direito, estará excluída sua culpabilidade.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
37. (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL) São pressupostos da
culpabilidade
a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de conduta diversa.
b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta de cuidado.
c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado.
d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa e a falta de cuidado.
e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa.
COMENTÁRIOS
A culpabilidade é um juízo acerca das condições pessoais do agente, de forma a aferir se a este
pode ser imputado o fato típico e ilícito.
A Doutrina moderna elenca três elementos para a culpabilidade:
Imputabilidade - O agente deve ser penalmente imputável (Maior de 18 anos e mentalmente
são);
Potencial consciência da ilicitude - Deve ser analisado se aquela pessoa, naquelas circunstâncias,
tinha condições de entender que sua conduta era contrária ao Direito;
Exigibilidade de conduta diversa - Devem ser analisadas as circunstâncias pessoais e fáticas para
se saber se a pessoa que praticou o fato típico e ilícito se encontrava em condições de agir de
outra maneira ou se não era possível exigir desta pessoa que agisse conforme o Direito.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
38. (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL) A doença mental, a
perturbação de saúde mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado
a) refletem na culpabilidade, de modo a excluí-la ou a atenuá-la.
b) excluem a ilicitude da conduta.
c) isentam sempre de pena.
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d) extinguem a punibilidade.
e) excluem a tipicidade.
COMENTÁRIOS
Todos estes fatores (doença mental, perturbação mental ou desenvolvimento mental incompleto
ou retardado) interferem diretamente na culpabilidade do agente, e podem levar à
inimputabilidade (excluindo a culpabilidade) ou à semi-imputabilidade (atenuando a pena).
Vejamos:
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
39. (FCC – 2008 – PGE/SP – PROCURADOR) Exclui a culpabilidade, em decorrência da
não-imputabilidade,
a) a emoção.
b) a embriaguez não-acidental.
c) a coação moral irresistível.
d) a menoridade.
e) o erro sobre a ilicitude do fato.
COMENTÁRIOS
A culpabilidade é o Juízo de reprovabilidade acerca do fato praticado pelo agente. Temos como
elemento da culpabilidade:
▪ IMPUTABILIDADE;
▪ POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE;
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==1365fc==
▪ EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
Dentre as afirmativas à disposição, a única que contempla uma causa que exclui a
IMPUTABILIDADE é a letra D, que trata da menoridade. Vejamos:
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando
sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Embora a coação moral irresistível exclua a culpabilidade, nos termos do art. 22 do CP, não o faz
sobre a imputabilidade, mas sobre a exigibilidade de conduta diversa.
O erro sobre a ilicitude do fato também PODE excluir a culpabilidade, mas não age sobre a
imputabilidade, mas sobre a potencial consciência da ilicitude, nos termos do art. 21 do CP.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
40. (FCC – 2007 – MPU – ANALISTA) Considere:
I. Estado de necessidade.
II. Estrito cumprimento de dever legal.
III. Obediência hierárquica.
IV. Exercício regular de um direito.
V. Legítima defesa putativa.
São excludentes da culpabilidade SOMENTE o que se considera em
a) I e V.
b) II e III.
c) III e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
As causas excludentes deculpabilidade estão previstas no art. 22 do CP. Vejamos:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
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Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
No entanto, a legítima defesa putativa também é considerada causa de exclusão de
culpabilidade (embora parte da Doutrina entenda que se trate de exclusão da ilicitude). A
legítima defesa putativa é a conduta na qual o agente pratica o ato acreditando que está
acobertado por uma situação de legítima defesa, quando, na verdade, não está. Vejamos o que
diz o art. 20, §1º do CP:
Art. 20 - (...)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
41. (FCC - 2013 - TJ-PE - Juiz) A coação moral irresistível e a obediência hierárquica excluem a 
a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente.
b) tipicidade.
c) culpabilidade.
d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente.
e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente.
COMENTÁRIOS
Tanto a coação MORAL irresistível quanto a obediência hierárquica excluem a culpabilidade,
conforme prevê o art. 22 do CP:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
42. (VUNESP – 2019 – ISS-GUARULHOS – AUDITOR)
Assinale a alternativa correta, no que tange ao tratamento que o CP dá à imputabilidade penal
(arts. 26 a 28).
A) Aplicar-se-á exclusivamente medida de segurança se, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado o agente não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
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B) É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
C) Os menores de 21 (vinte e um) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial.
D) A emoção ou a paixão excluem a imputabilidade penal para os delitos que exigem especial
fim de agir.
E) A embriaguez culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos, exclui a imputabilidade
penal.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso temos a figura do semi-imputável, que não é isento de
pena, mas tem sua pena reduzida de um a dois terços, na forma do art. 26, § único do CP.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 26 do CP:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) ERRADA: Item errado, pois a maioridade penal é alcançada aos 18 anos, ou seja, a
inimputabilidade por idade atinge apenas os menores de 18 anos, na forma do art. 27 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois a emoção e a paixão não afastam a imputabilidade penal, nos
termos do art. 28, I do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez voluntária ou culposa não afasta a imputabilidade
penal, na forma do art. 28, II do CP.
GABARITO: LETRA B
43. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) A respeito da imputabilidade penal, é correto afirmar
que tal instituto
(A) figura como um dos elementos da culpabilidade.
(B) cuida da capacidade física do agente de praticar o ilícito.
(C) figura como um dos requisitos da punibilidade.
(D) não exclui da aplicação da lei penal fato praticado durante a embriaguez involuntária
completa, proveniente de caso fortuito ou força maior.
(E) não exclui a menoridade (criança e adolescente) da aplicação da lei penal.
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COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois a imputabilidade penal é um dos elementos da culpabilidade (os
outros dois são a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa).
b) ERRADA: Item errado, pois a imputabilidade penal cuida da capacidade MENTAL do agente
de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com este entendimento.
c) ERRADA: Item errado, pois a imputabilidade penal é um dos elementos da culpabilidade, não
da punibilidade.
d) ERRADA: Item errado, pois no caso de embriaguez acidental completa (decorrente de caso
fortuito ou força maior), afasta-se a imputabilidade penal do agente, na forma do art. 28, §1º do
CP.
e) ERRADA: Item errado, pois a menoridade afasta a imputabilidade penal, conforme art. 27 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
44. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) De acordo com o Estatuto Penal brasileiro, são
elementos da culpabilidade a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a
exigibilidade de conduta diversa. Sobre a imputabilidade, assinale a alternativa correta.
(A) O conceito de imputabilidade penal compreende a capacidade mental do indivíduo,
considerando-se apenas a sua idade ao tempo do crime.
(B) Entre as causas de exclusão da imputabilidade, encontra-se a embriaguez completa ou
incompleta, mas sempre voluntária.
(C) A legislação penal brasileira adotou o critério Biopsicológico como aquele de aferição da
imputabilidade, independentemente da idade do infrator ao tempo do fato.
(D) Ao agente que, em virtude da perturbação da saúde mental, não for inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, poderá
ser imposta pena como sanção, porém com redução de 1 (um) a 2/3 (dois terços).
(E) O agente que por embriaguez incompleta e voluntária não for, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato será isento de pena.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a idade do agente é um dos fatores, mas não é o único. O agente
pode ser maior de idade e ser, ainda assim, considerado inimputável por outro motivo.
b) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez voluntária nunca afasta a imputabilidade penal, na
forma do art. 28, II do CP.
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c) ERRADA: Item errado, pois em relação à menoridade penal, o critério adotado foi o biológico,
ou seja, leva-se em conta apenas a idade. Em relação ao critério biopsicológico, ele foi adotado,
por exemplo, no que tange à inimputabilidade por doença mental.
d) CORRETA: Item correto, pois neste caso temos a situação do semi-imputável, que pode
receber pena, mas com redução de um a dois terços, conforme art. 26, § único do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez voluntária nunca afasta a imputabilidade penal, na
forma do art. 28, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
45. (VUNESP – 2017 – DPE-RO – DEFENSOR PÚBLICO) Sendo positivos os elementos que
configuram o delito e constatada a semi-imputabilidade do acusado,o juiz pode, atendendo
aos demais critérios legais,
a) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou absolvê-lo, pois não há outra previsão legal.
b) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial
ou, ainda, determinar sua internação.
c) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial,
pois não há outra previsão legal.
d) absolver o acusado, por ausência de tipicidade, especialmente por falta de elemento subjetivo
do tipo ou suspender o processo, pois não há outra previsão legal.
e) declarar extinta a punibilidade do acusado ou absolvê-lo por ausência de tipicidade,
especialmente por falta de elemento subjetivo do tipo.
COMENTÁRIOS
No caso de semi-imputável o Juiz poderá reduzir a pena de um a dois terços, na forma do art. 26,
§ único do CP. Todavia, o Juiz pode, ainda, substituir a pena privativa de liberdade por medida
de segurança, que pode consistir em internação ou tratamento ambulatorial, na forma do art. 98
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
46. (VUNESP – 2016 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) Assinale a alternativa correta.
a) A embriaguez culposa, por álcool ou substância de efeitos análogos, exclui a imputabilidade
penal.
b) O agente que em virtude de perturbação da saúde mental não era, ao tempo da ação,
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este
entendimento, é isento de pena.
c) A paixão ou a emoção não excluem a imputabilidade penal.
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d) Os menores de dezoito anos são semi-imputáveis, pois estão sujeitos às normas do Estatuto
da Criança e do Adolescente.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez CULPOSA não exclui a imputabilidade penal, nos
termos do art. 28, II do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois para que haja a exclusão da imputabilidade é necessário que o
agente seja INTEIRAMENTE INCAPAZ. No caso, a questão disse que o agente não era
inteiramente capaz, o que significa que era parcialmente capaz. Neste caso, não ficará isento de
pena, mas poderá ter sua pena reduzida de um a dois terços, na forma do art. 26, § único do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 28, I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois os menores de 18 anos são INIMPUTÁVEIS, e não semi-imputáveis,
nos termos do art. 27 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
47. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR) Tício, maior de 18 anos, é portador de doença
mental, necessitando de medicação diária. A doença, por si só, não prejudica a capacidade
de compreensão. Todavia, a medicação, ingerida em conjunto com bebida alcoólica em
quantidade, provoca surtos psicóticos, com exclusão da capacidade de entendimento. Tício
sabe dos efeitos do álcool, em excesso, em seu organismo, mas costuma beber,
moderadamente, justamente para desfrutar dos efeitos que, segundo ele, “dá barato”. Em
uma festa, Tício, sem saber que se tratava de uma garrafa de absinto (bebida de alto teor
alcoólico), pensando ser gim, preparou um coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a
consciência, soube que esfaqueou dois de seus melhores amigos, causando a morte de um e
lesão de natureza grave em outro. A respeito da situação, é correto afirmar que
a) Tício, devido à doença mental, é inimputável, sendo isento de pena.
b) Tício é inimputável, sendo isento de pena, pois praticou o crime em estado de completa
embriaguez, decorrente de caso fortuito.
c) Tício é imputável, pois a embriaguez completa decorreu de culpa. Entretanto, faz jus à redução
da pena.
d) Tício é imputável, sendo punido de forma agravada, em vista da embriaguez pré-ordenada.
e) Tício, por ser maior de 18 anos, é imputável, sendo irrelevante a circunstância de ter praticado
o crime em estado de completa embriaguez.
COMENTÁRIOS
Questão polêmica! Em casos como este é difícil entender como o agente poderia ser
considerado inimputável, mas o fato é que houve, a princípio, embriaguez acidental. Vejamos:
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O agente não é inimputável por doença mental ou menoridade, então esqueçamos isso.
Com relação à embriaguez, ela foi dolosa? Não, pois o agente não queria se embriagar.
A embriaguez foi culposa? Aí é que está o ponto central da questão. No meu modo de ver, e no
modo de ver da Banca, não foi culposa. O agente sabia que estava ingerindo álcool (pois pensou
que era Gim), MAS NÃO SABIA que estava ingerindo absinto, que possui uma graduação
alcoólica MUITO superior. Neste caso, podemos dizer que a embriaguez se deu por culpa do
agente, ou seja, porque ele bebeu muito, imprudentemente, e acabou se embriagando? Creio
que não.
Neste caso, o mais razoável é admitir que o agente, de fato, se embriagou em razão de caso
fortuito. Assim, por se tratar de embriaguez completa acidental (caso fortuito), será o agente
considerado inimputável.
Naturalmente que o senso comum nos conduz à conclusão de que uma pessoa que faz isso deve
ser punida. Todavia, a resposta da questão deve se pautar exclusivamente pelo que dispõe o CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
48. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta a
respeito da imputabilidade penal.
(A) Comprovada a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o
agente será considerado inimputável para os efeitos legais.
(B) Aos inimputáveis e aos semi-imputáveis, comprovada essa condição por perícia médica, será
substituída a pena por medida de segurança consistente em internação em hospital de
custódia e tratamento psiquiátrico.
(C) A imputabilidade é um dos elementos da culpabilidade, ao lado da potencial consciência
sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa.
(D) A imputabilidade, de acordo com o Código Penal, pode se dar por doença mental,
imaturidade natural ou embriaguez do agente.
(E) A emoção e a paixão, além de não afastarem a imputabilidade penal do agente, podem ser
consideradas como circunstâncias agravantes no momento da fixação da pena.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Será necessário comprovar, ainda, que em razão destes fatos ele era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento, nos termos do art. 26 do CP.
B) ERRADA: Os semi-imputáveis não recebem medida de segurança, mas pena, que pode ser
reduzida de um a dois terços, nos termos do art. 26, § único do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois estes são os três elementos da culpabilidade, segundo a teoria
limitada da culpabilidade, adotada pelo CP.
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D) ERRADA: Item errado, pois a inimputabilidade, segundo o CP, pode se dar por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por menoridade ou por embriaguez
acidental, decorrente de caso fortuito ou força maior.
E) ERRADA: Item errado, pois a emoção pode, eventualmente, configurar ATENUANTE genérica,
e não agravante, nos termos do art. 61, III, c, do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
49. (VUNESP – 2015 – PC/CE – ESCRIVÃO) No tocante às disposições do Código Penal relativas
à culpabilidade e imputabilidade, é correto afirmar que
(A) a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
(B) a embriaguez culposa pelo álcool ou substância de efeitos análogos exclui a imputabilidade
penal.
(C) se o fato é cometido sob coação irresistívelou em estrita obediência à ordem,
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
(D) a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, em virtude de perturbação de
saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
(E) a embriaguez voluntária pelo álcool ou substância de efeitos análogos exclui a imputabilidade
penal.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o agente, neste caso, será inimputável, nos termos do art. 26 do
CP.
B) ERRADA: A embriaguez culposa não exclui a imputabilidade penal.
C) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal aquele que cumpre a ordem
também responde pelo delito, não havendo exclusão de sua culpabilidade.
D) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 26, § único do CP:
Art. 26 (...)
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
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236
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
E) ERRADA: A embriaguez voluntária ou culposa não exclui a imputabilidade penal, nos termos
do art. 28, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
50. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR) No tocante às disposições previstas no Código Penal
relativas à culpabilidade, é correto afirmar que
(A) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
(B) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, é punível o autor da coação ou da ordem tendo o
autor do fato a pena diminuída de um a dois terços.
(C) o fato cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, não excluiu a culpabilidade do autor do fato.
(D) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, mesmo que
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
(E) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, mesmo que
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, é punível o autor da coação ou da ordem tendo o
autor do fato a pena diminuída de um a dois terços.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 22 do CP.
B) ERRADA: O executor do ato, neste caso, não pratica crime, diante da exclusão da
culpabilidade.
C) ERRADA: Item errado, pelos fundamentos já expostos.
D) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal, o executor da ordem também
responde pelo delito.
E) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal, o executor da ordem também
responde pelo delito, sem redução de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
51. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR) Nos termos do Código Penal, a imputabilidade penal
é excluída pela
(A) emoção.
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(B) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna o autor, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
(C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, que privou o autor, ao tempo da
ação ou da omissão, da plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
(D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
(E) paixão.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas apenas a letra B corresponde a uma causa de exclusão da
culpabilidade, nos termos do art. 26 do CP:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
A letra C está errada porque não basta que a embriaguez acidental prive o agente da plena
capacidade. É necessário que ele fique INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
52. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) A tese supralegal de inexigibilidade de
conduta diversa, se acolhida judicialmente, importa em exclusão
a) da imputabilidade.
b) da pena.
c) de punibilidade.
d) do crime.
e) de culpabilidade.
COMENTÁRIOS
O reconhecimento da inexigibilidade de conduta diversa implica a exclusão da culpabilidade, eis
que um dos elementos da culpabilidade é a EXIGIBILIDADE de conduta diversa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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53. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que determinado sujeito,
portador de desenvolvimento mental incompleto, ao tempo da ação tinha plena capacidade
de entender o caráter ilícito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de
acordo com esse entendimento – o que fora clinicamente atestado nos autos em perícia
oficial. Em consonância com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir sentença deve o juiz
reconhecer sua
a) inimputabilidade.
b) imputabilidade.
c) semi-imputabilidade, absolvendo-lhe e aplicando-lhe medida de segurança.
d) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe pena diminuída.
e) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe medida de segurança.
COMENTÁRIOS
Como o agente era, ao tempo da ação ou da omissão, INTEIRAMENTE INCAPAZ de
determinar-se de acordo com o Direito, deverá ser reconhecida sua INIMPUTABILIDADE, por
força do art. 26 do CP:
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Veja que o art. 26 exige que o agente seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
fato OU (alternativo, portanto) de determinar-se conforme este entendimento, que é o caso da
questão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
54. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ADVOGADO) O gerente de uma determinada agência bancária,
após longa sessão de tortura psicológica infligida a ele pelos bandidos, fornece a chave para
abertura do cofre da agência bancária. Sua conduta encontra guarida na excludente de;
a) ilicitude denominada legítima defesa.
b) ilicitude denominada obediência hierárquica.
c) culpabilidade denominada actio libera in causa.
d) ilicitude denominada coação física irresistível.
e) culpabilidade denominada coação moral irresistível.
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236
COMENTÁRIOS
O gerente, neste caso, agiu sob coação moral irresistível, de maneira que sua conduta está
amparada por uma causa de exclusão da culpabilidade. Vejamos:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redaçãoapenas como elemento meramente 
subjetivo ou psicológico, representado pela consciência e vontade. A questão relativa à “consciência e 
vontade de infringir a norma penal” (elementos normativos do dolo) permanece na culpabilidade, como 
“potencial consciência da ilicitude”. 
 
Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em: 
 Teoria extremada 
 Teoria limitada 
Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A grande diferença entre elas reside no 
tratamento dispensado ao erro sobre as causas de justificação (ou causas de exclusão da antijuridicidade), 
também conhecidas como descriminantes putativas. 
 
2 BITENCOURT, Op. cit., p. 447 
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3 
A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa de justificação seria equiparado ao 
erro de proibição, sendo considerado “erro de proibição indireto”. 
A teoria limitada, por sua vez, divide o erro sobre as causas de justificação (descriminantes putativas) em: 
 Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro de fato) – Neste caso, aplicam-se 
regras semelhantes àquelas previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de erro de tipo 
permissivo).3 
 Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de justificação (erro sobre a ilicitude da 
conduta) – Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas para 
o erro de proibição, por se assemelhar à conduta daquele que age consciência da ilicitude. Tem-se 
aqui o chamado erro de proibição indireto. 
 
Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada dizem a mesma coisa, divergindo apenas 
no que toca ao tratamento que deve ser dispensado às descriminantes putativas. 
 
 
Assim, é correto afirmar que o CP brasileiro adota a teoria normativa pura da culpabilidade, mais 
precisamente a teoria limitada da culpabilidade. 
 
3 BITENCOURT, Op. cit., p. 508 
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4 
3 Elementos da culpabilidade 
3.1 Imputabilidade penal 
O Código Penal não define o que seria imputabilidade penal, apenas descreve as hipóteses em que ela não 
está presente. 
A imputabilidade penal pode ser conceituada como: 
A capacidade mental do agente de, ao tempo do fato, entender o caráter ilícito de sua conduta 
e de comportar-se conforme o Direito. 
A imputabilidade penal, portanto, compreende a capacidade de discernimento e a capacidade de 
autodeterminação. 
A imputabilidade penal encontra fundamento na imputabilidade moral, ou seja, o homem é um ser 
inteligente e livre para tomar as próprias decisões e, portanto, deve ser responsável por seus atos.4 A 
imputabilidade, portanto, é a regra. A inimputabilidade penal é a exceção e, portanto, deve ser provada. 
Existem basicamente três sistemas acerca da imputabilidade: 
 Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou determinada idade para que o agente seja 
inimputável. É adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. Trata-se de critério 
meramente biológico: se o agente tem menos de 18 anos, é inimputável. 
 Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na análise do caso concreto, verificando-se 
se o agente, ao tempo do fato, possuía capacidade mental de entender o caráter ilícito da conduta e 
comportar-se de acordo com este entendimento. 
 Biopsicológico – Deve haver a presença de um fator biológico (como a doença mental), mas o Juiz 
deve analisar no caso concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter ilícito da conduta 
e de se comportar conforme o Direito (critério psicológico). Essa foi a teoria adotada como regra 
pelo nosso Código Penal.5 
 
 
4 JESUS, Damásio. E. de. Direito Penal. Vol.1 – Parte Geral, 24º edição. São Paulo, Saraiva, 2001, p. 470 
5 BITENCOURT, Op. cit., p. 474. 
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5 
CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento em que ocorreu o fato 
criminoso. Assim, se José (menor com 17 anos e 11 meses de idade) atira contra Maria, que fica 
em coma e só vem a falecer quando José já tinha mais de 18 anos, José será considerado 
inimputável, pois no momento do crime (momento da ação ou omissão, art. 4º do CP), era menor 
de 18 anos (critério puramente biológico, adotado como exceção no CP). 
Mas, quanto à análise da imputabilidade (ou não) em crimes permanentes, é necessário ter muito cuidado, 
pois nos crimes permanentes o crime se protrai no tempo, durando dias, semanas, meses, etc. Assim, todo 
o período de permanência será considerado como tempo do crime, pois se considera que durante todo este 
período de permanência o crime esteve sendo praticado. 
EXEMPLO: Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O sequestro dura 06 meses e, ao final, 
Marcelo já contava com 18 anos. Neste caso, Marcelo será considerado imputável, pois no 
momento do crime Marcelo era imputável (ainda que não fosse imputável no começo, a partir de 
um dado momento passou a ser imputável, respondendo pelo delito). Veja que o fato começou a 
ser praticado quando Marcelo ainda tinha 17 anos, mas se estendeu até certo momento em que 
Marcelo já possuía 18 anos. Ou seja, Marcelo chegou a praticar a conduta criminosa quando já 
era maior de idade, motivo pelo qual deve ser considerado imputável e irá responder 
criminalmente por sua conduta. 
Como se vê, portanto, a análise da imputabilidade (ou não) do agente deve ser feita com base no momento 
da conduta, sendo irrelevante um momento pretérito ou posterior. 
As causas de inimputabilidade estão previstas nos arts. 26, 27 e 28 do CP: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Menores de dezoito anos 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos 
às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Emoção e paixão 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
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6 
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, 
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Os arts. 26 a 28 dodada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
55. (VUNESP – 2009 – TJ-SP – JUIZ) Com relação à coação moral irresistível, é correto afirmar
que
a) exclui a culpabilidade.
b) exclui a tipicidade.
c) exclui a antijuridicidade.
d) o coato age sem vontade.
COMENTÁRIOS
A coação moral irresistível é uma causa de exclusão da culpabilidade, pois o agente que recebe a
coação age em razão de uma vontade viciada, decorrente da coação, de forma que se
reconhece, no caso, a inexigibilidade de conduta diversa (não se pode exigir que pratique outra
conduta). Neste caso, responde apenas o autor da coação.
Vejamos:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
56. (VUNESP – 2009 – TJ-SP – JUIZ) O pai que, tendo o filho sequestrado e ameaçado de morte,
é coagido por sequestradores armados e forçado a dirigir-se a certa agência bancária para
efetuar um roubo a fim de obter a quantia necessária para o pagamento do resgate e livrar o
filho do cárcere privado em que se encontra pode, em tese, lograr a absolvição com base na
alegação de
a) inexigibilidade de conduta diversa.
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b) legítima defesa.
c) exercício regular de direito.
d) estrito cumprimento de dever legal.
COMENTÁRIOS
Neste caso temos um exemplo clássico de coação moral irresistível. A coação moral irresistível é
uma causa de exclusão da culpabilidade, pois o agente que recebe a coação age em razão de
uma vontade viciada, decorrente da coação, de forma que se reconhece, no caso, a
inexigibilidade de conduta diversa (não se pode exigir que pratique outra conduta). Neste caso,
responde apenas o autor da coação.
Vejamos:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETR A.
57. (VUNESP – 2008 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) "A" foi condenado por crime de roubo.
Todavia, após a prolação da sentença, veio aos autos a prova de que "A" é menor de 18
anos de idade. Nesse caso,
a) "A" deve ser absolvido por não constituir o fato infração penal.
b) "A" deve ser absolvido por ser inimputável.
c) deve ser anulada ab initio a ação penal, em razão da inimputabilidade do autor do fato.
d) "A" deve ter declarada extinta a punibilidade.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, a ação penal deve ser anulada desde o início por ilegitimidade passiva, já que o
réu não poderia figurar nesta condição (de réu), pois os menores de 18 anos (na data do fato) são
absolutamente inimputáveis, respondendo perante o ECA apenas. Vejamos:
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando
sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE SC)/MPE SC/2023
A respeito dos erros no direito penal, julgue o item a seguir. Considere, a propósito, que a sigla
CP, quando empregada, refere-se ao Código Penal.
O CP adota a teoria limitada da culpabilidade, a qual distingue entre o erro incidente sobre os
pressupostos fáticos de uma causa de justificação do erro incidente sobre os limites da norma
permissiva.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, de fato, o CP adota a teoria limitada da culpabilidade, que distingue entre o
erro incidente sobre os pressupostos fáticos de uma causa de justificação (considerado erro de
tipo permissivo) do erro incidente sobre os limites da norma permissiva (considerado erro de
proibição indireto). A teoria extremada da culpabilidade, não adotada pelo CP, considera
qualquer descriminante putativa como erro de proibição indireto.
GABARITO: CORRETA
2. CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Judiciária/Direito/2023
À luz das disposições legais de direito penal e da jurisprudência correlata, julgue o próximo item.
É isento de pena o agente que, por embriaguez completa culposa, era, ao tempo da ação,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos, não afasta a imputabilidade pena, nos termos do art. 28, II do CP:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
A embriaguez que afasta a imputabilidade penal, nos termos do CP, é a embriaguez ACIDENTAL
completa, ou seja, aquela decorrente de caso fortuito ou força maior.
GABARITO: ERRADA
3. CEBRASPE (CESPE) - Papis (POLC AL)/POLC AL/2023
Em relação a aspectos do direito penal, julgue o item que se segue.
No Código Penal, adota-se o critério biopsicológico no tocante aos menores de 18 anos de
idade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois no tocante à inimputabilidade penal pela menoridade o CP adota o critério
biológico, ou seja, basta para a configuração da inimputabilidade penal tão-somente a presença
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do fato biológico (a idade ser inferior a 18 anos), independentemente da análise da capacidade
mental do agente ao tempo do fato, nos termos do art. 27 do CP.
O critério biopsicológico é adotado nos demais casos de inimputabilidade (ex.: doença mental).
GABARITO: ERRADA
4. CEBRASPE (CESPE) - Of (PM SC)/PM SC/2023 - ADAPTADA
O agente que agir sob coação irresistível, seja moral ou física, praticará uma conduta típica e
antijurídica, mas não culpável, ficando isento de pena o referido agente.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a coação física irresistível não configura excludente de culpabilidade, mas
excludente do fato típico, já que afasta a conduta penalmente relevante por ausência de
voluntariedade no movimento corporal.
GABARITO: ERRADA
5. (CESPE / 2023 / DPE-RO / DEFENSOR PÚBLICO)
Considera-se causa excludente da culpabilidade
A) inexigibilidade de conduta diversa.
B) estado de necessidade.
C) consentimento do ofendido.
D) estrito cumprimento do dever legal.
E) exercício regular de direito
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a inexigibilidade de conduta diversa configura causa
de exclusão da culpabilidade, pois restará afastado um dos elementos da culpabilidade, que é a
exigibilidade de conduta diversa. Tal situação está presente, por exemplo, na coação moral
irresistível e na obediência hierárquica, ambas previstas no art. 22 do CP.
As demais alternativas trazem causas de exclusão da ilicitude.
GABARITO: LETRA A
6. (CESPE / 2022 / PCRO / DELEGADO)
De acordo com o CP (Código Penal), a embriaguez completa e fortuita é
A) atenuante de pena.
B) causa de isenção de pena.
C) causa de diminuição de pena.
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236
D) excludente da ilicitude.
E) indiferente na imputabilidade penal.
COMENTÁRIOS
De acordo com o CP (Código Penal), a embriaguez completa e fortuita é causa de isenção de
pena, nos termos do art. 28, §1º do CP:
Art. 28 (...) § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Frise-se que o CP, quando pretende tratar de situações que afastam a culpabilidade, quase
sempre utiliza a expressão “fica isento de pena”, como no caso.
GABARITO: LETRA B
7. (CESPE / 2022 / PGDF)
A respeito da imputabilidade penal, julgue o próximo item.
Segundo o Código Penal, a conduta movida pela emoção pode excluir a imputabilidade penal.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a emoção e a paixão não afastam a imputabilidade penal, conforme
expressamente previsto no art. 28, I do CP:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: ERRADA
8. (CESPE / 2022 / IBAMA)
Considerando que um cidadão penalmente imputável tenha praticado um crime sob coação
irresistível de terceiro, julgue o item subsequente, à luz do entendimento doutrinário quanto ao
fato típico e seus elementos, à culpabilidade e suas respectivas causas excludentes.
Caso se trate de coação moral irresistível, a culpabilidade do cidadão coagido será excluída.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois qualquer situação de inexigibilidade de conduta diversa é uma situação que
afasta a culpabilidade, dada a ausência de um dos elementos da culpabilidade (o elemento
“exigibilidade de conduta diversa”), como ocorre no caso de coação moral irresistível, prevista no
art. 22 do CP:
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Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: CORRETA
9. (CESPE / 2021 / TCDF)
Julgue o item seguinte, a respeito dos princípios aplicáveis ao direito penal, da lei penal no
tempo e no espaço e da irretroatividade da lei penal. 
No tocante às pessoas doentes mentais, o Código Penal adota o sistema biopsicológico como
critério para identificação da inimputabilidade.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois no caso dos doentes mentais não basta a existência do elemento biológico (ser
portador da doença mental), sendo necessário aferir se o agente era, ao tempo da ação ou
omissão, inteiramente incapaz (elemento psicológico), conforme art. 26, caput, do CP:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
GABARITO: CORRETA
10. (CESPE / 2020 / MPCE)
Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que
resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Porque estava embriagado, Mário deve ser considerado inimputável.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o simples fato de Mário ter ingerido bebida alcóolica não é circunstância a
afastar a imputabilidade, eis que a embriaguez voluntária ou culposa não afasta a imputabilidade
penal:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: ERRADA
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11. (CESPE / 2021 / TCDF)
Incidindo o agente em erro sobre a proibição de sua conduta pelo ordenamento jurídico, sem
consciência da ilicitude, seu comportamento estará isento de pena, em razão de uma excludente
de punibilidade
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a ausência de potencial consciência da ilicitude é causa de exclusão da
culpabilidade, configurando situação de erro de proibição inevitável, nos termos do art. 21 do
CP, não havendo que se falar em excludente de “punibilidade”.
GABARITO: ERRADA
12. (CESPE / 2021 / TCDF / PROCURADOR)
A obediência hierárquica afasta a potencial consciência da ilicitude.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico
configura excludente de culpabilidade em razão de afastar a exigibilidade de conduta diversa, ou
seja, trata-se de situação de inexigibilidade de conduta diversa.
GABARITO: ERRADA
13. (CESPE / 2020 / TJPA)
A respeito da imputabilidade penal, julgue os itens a seguir.
I Os maiores de dezesseis anos de idade que ainda não tiverem alcançado a maioridade são
considerados relativamente incapazes no que tange à responsabilidade criminal.
II Emoção ou paixão não são causas de exclusão a imputabilidade penal.
III A embriaguez culposa anterior à prática de crime é causa de diminuição de pena, mas não
torna o agente inimputável.
IV O deficiente mental inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato é inimputável.
Estão certos apenas os itens
A) I e II.
B) I e III.
C) II e IV.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
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I ERRADA – Item errado, pois os menores de 18 anos, ainda que tenham mais de 16 anos, são
penalmente inimputáveis, nos termos do art. 27 do CP.
II CORRETA – Item correto, pois a emoção ou a paixão não são causas de exclusão a
imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP.
III ERRADA – Item errado, pois a embriaguez culposa não gera inimputabilidade nem redução de
pena em favor do agente.
IV CORRETA – Item correto, pois o deficiente mental inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato é inimputável, nos termos do art. 26 do CP.
GABARITO: LETRA C
14. (CESPE – 2019 – DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO)
Considerando o Código Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei
penal, à teoria de delito e ao tratamento conferido ao erro.
Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de agente que recaia sobre pressupostos fáticos de
uma causa de justificação configura erro de tipo permissivo.
COMENTÁRIOS
Item correto. A teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP, diferencia as descriminantes
putativas em dois grupos.
▪ Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro de fato) – Neste caso,
aplicam-se as mesmas regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de
ERRO DE TIPO PERMISSIVO).
▪ Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de justificação (erro sobre a
ilicitude da conduta) – Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas
regras previstas para o erro de PROIBIÇÃO, por se assemelhar à conduta daquele que age
consciência da ilicitude (aqui há o chamado erro de proibição indireto).
GABARITO: CERTO
15. (CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO - ADAPTADA) De acordo com a teoria da
culpabilidade adotada pelo Código Penal, todo erro que recai sobre uma causa de justificação
configura erro de proibição.
COMENTÁRIOS
Item errado. A teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP, diferencia as descriminantes
putativas em dois grupos.
Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro de fato) – Nestecaso, aplicam-se
as mesmas regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO
PERMISSIVO).
Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de justificação (erro sobre a ilicitude da
conduta) – Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas
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para o erro de PROIBIÇÃO, por se assemelhar à conduta daquele que age consciência da
ilicitude (aqui há o chamado erro de proibição indireto).
GABARITO: Errada
16. (CESPE - 2019 - MPE-PI - PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Em relação à estrutura
analítica do crime, o juízo da culpabilidade avalia
a) a prática da conduta.
b) as condições pessoais da vítima.
c) a existência do injusto penal.
d) a reprovabilidade da conduta
e) a contrariedade do fato ao direito.
COMENTÁRIOS
A culpabilidade representa um juízo de reprovação relativo à conduta, considerando-se as
circunstâncias do agente no momento do fato (sua imputabilidade penal, liberdade de vontade,
etc.).
GABARITO: Letra D
17. (CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - TÉCNICO TRIBUTÁRIO DA RECEITA ESTADUAL - PROVA 2) É
causa de exclusão da culpabilidade
a) a embriaguez preordenada.
b) o erro de tipo invencível.
c) o agir sob violenta emoção.
d) a embriaguez culposa.
e) o erro de proibição escusável.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas trazidas, apenas a letra E traz uma causa de exclusão da culpabilidade, que
é o erro de proibição escusável (ou inevitável), na forma do art. 21 do CP.
GABARITO: Letra E
18. (CESPE - 2018 - MPU - ANALISTA DO MPU – DIREITO) Cada um do item a seguir
apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito da
aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da culpabilidade.
Joaquim, penalmente imputável, praticou, sob absoluta e irresistível coação física, crime de
extrema gravidade e hediondez. Nessa situação, Joaquim não é passível de punição, porquanto a
coação física, desde que absoluta, é causa excludente da culpabilidade.
COMENTÁRIOS
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Item errado, pois a coação FÍSICA irresistível é causa de exclusão do fato típico (por ausência de
conduta, já que o agente não controla os movimentos corporais), e não causa de exclusão da
culpabilidade (que é excluída, dentre outras situações, pela coação MORAL irresistível).
GABARITO: ERRADO
19. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Pessoas
doentes mentais, que tenham dezoito ou mais anos de idade, mesmo que sejam inteiramente
incapazes de entender o caráter ilícito da conduta criminosa ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento, são penalmente imputáveis.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso o agente será considerado inimputável em razão da doença mental,
na forma do art. 26 do CP, pois em razão da doença não possuía discernimento algum no
momento do fato.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
20. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) A embriaguez
completa provocada por caso fortuito é causa de inimputabilidade do agente.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a embriaguez completa acidental é causa de inimputabilidade penal, na forma
do art. 28, §1º do CP. A embriaguez decorrente de caso fortuito é uma das espécies de
embriaguez acidental (a outra é a embriaguez decorrente de força maior).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
21. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 01) À luz do Código Penal,
julgue o item que se segue.
Comprovado que o acusado possui desenvolvimento mental incompleto e que não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, é cabível a condenação com
redução de pena.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois neste caso o agente não será considerado inimputável. O agente será
considerado semi-imputável, de forma que será condenado, mas o Juiz poderá reduzir a pena,
de um a dois terços, na forma do art. 26, § único do CP. A questão trata do agente que NÃO ERA
INTEIRAMENTE CAPAZ (ou seja, era parcialmente capaz). Há uma diferença enorme entre ser
inteiramente incapaz (zero discernimento = inimputável) e não ser inteiramente capaz (parcial
discernimento = semi-imputável).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
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22. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que tange aos
institutos penais das excludentes de ilicitude e de culpabilidade e da imputabilidade penal,
julgue o próximo item.
A embriaguez acidental, proveniente de força maior ou caso fortuito, exclui a culpabilidade,
ainda que o sujeito ativo possuísse, ao tempo da ação, parcial capacidade de entender o caráter
ilícito do fato que praticou.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez acidental até pode excluir a imputabilidade penal, desde que o
agente, em razão de tal embriaguez, seja inteiramente incapaz de, no momento do fato,
entender o caráter ilícito da conduta ou de determinar-se de acordo com este entendimento, na
forma do art. 28, §1º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
23. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que tange aos
institutos penais das excludentes de ilicitude e de culpabilidade e da imputabilidade penal,
julgue o próximo item.
Preenchidos os requisitos legais, a coação irresistível e a obediência hierárquica são causas
excludentes de culpabilidade daquele que recebeu ordem para cometer o fato, mantendo-se
punível o autor da coação ou da ordem.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 22 do CP:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vale ressaltar que a Banca deu margem para anulação, já que a coação MORAL irresistível afasta
a culpabilidade. A coação FÍSICA irresistível afasta o fato típico (ausência de conduta punível). Ao
não especificar a qual tipo de coação estava se referindo, a questão deu margem para anulação.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
24. (CESPE – 2018 – PC-MA – ESCRIVÃO) A imputabilidade é definida como
a) a capacidade mental, inerente ao ser humano, de, ao tempo da ação ou da omissão, entender
o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.
b) a contrariedade entre o fato típico praticado por alguém e o ordenamento jurídico, capaz de
lesionar ou expor a perigo de lesão bens jurídicos penalmente protegidos.
c) a reprovabilidade ou o juízo de censura que incide sobre a formação e a exteriorização da
vontade do responsável pela conduta criminosa.
d) a obediência às formas e aos procedimentos exigidos na criação da lei penal e,
principalmente, na elaboração de seu conteúdo normativo.
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e) a necessidade de que a conduta reprovável se encaixe no modelo descrito na lei penal vigente
no momento da ação ou da omissão.
COMENTÁRIOS
A imputabilidade pode ser definida como a capacidade mental do agente para, no momento do
fato, entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
25. (CESPE – 2018 – PC-MA – INVESTIGADOR) A prática de crime em decorrência de coação
moral irresistível configura
a) inexigibilidade de conduta diversa.
b) excludente de antijuridicidade.
c) inimputabilidade penal.
d) circunstância atenuante de pena.
e) atipicidade da conduta.
COMENTÁRIOS
A coação moral irresistívelé uma situação que afasta a culpabilidade do agente, ante a
inexigibilidade de conduta diversa, ou seja, a ausência de exigibilidade de conduta diversa. O
Direito, neste caso, entende que não se poderia exigir do agente uma postura diferente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
26. (CESPE – 2018 – PC-MA – MÉDICO LEGISTA) Luiz cometeu um crime e, em sua defesa,
alegou embriaguez. Após as investigações e perícias cabíveis, foi reconhecida a hipótese de
exclusão da imputabilidade.
Nessa situação hipotética, a exclusão da imputabilidade deveu-se ao fato de se tratar de uma
embriaguez
a) acidental ou fortuita incompleta.
b) preordenada.
c) não acidental culposa.
d) não acidental voluntária.
e) acidental ou fortuita completa.
COMENTÁRIOS
A única hipótese em que a embriaguez exclui a imputabilidade penal, de acordo com o CP,
ocorre no caso de embriaguez acidental completa, ou seja, em razão de tal embriaguez, o agente
é inteiramente incapaz de, no momento do fato, entender o caráter ilícito da conduta ou de
determinar-se de acordo com este entendimento, na forma do art. 28, §1º do CP.
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A letra E está correta, embora a embriaguez fortuita já seja uma espécie de embriaguez acidental
(a outra é a embriaguez decorrente de força maior).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
27. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) A respeito da aplicação da lei penal, do crime e da
imputabilidade penal, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Um indivíduo que, ao tempo que praticou ação ou omissão, era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato. Posteriormente veio a ser afetado por doença mental.
Assertiva: Nesse caso, esse indivíduo é isento de pena.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a imputabilidade penal deve ser aferida levando-se em conta o discernimento
do agente no momento da conduta. Assim, se no momento da conduta o agente era
inteiramente CAPAZ de entender o caráter ilícito do fato, deve ser considerado IMPUTÁVEL.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
28. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) José, com
vinte anos de idade, e seu primo, Pedro, de quinze anos de idade, saíram para conversar em um
bar. José, que estava ingerindo bebida alcoólica, ficou muito bêbado rapidamente em razão do
efeito colateral provocado por medicamento de que fazia uso. Pedro, percebendo o estado de
embriaguez do primo, fez que este praticasse um ato que sabia ser tipificado como delituoso.
A respeito dessa situação hipotética e considerando o concurso de pessoas e a imputabilidade
penal, julgue o item que se segue.
José não poderá ser punido pelo crime que cometeu porque se encontrava em estado em
embriaguez decorrente de caso fortuito, hipótese de isenção de pena.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso temos embriaguez culposa, já que o agente não tomou as cautelas
necessárias, tendo ingerido bebida alcóolica mesmo sabendo que estava fazendo uso de
determinado medicamento. O agente, portanto, responderá pelo fato delituoso, não há
inimputabilidade penal, na forma do art. 28, II do CP.
A embriaguez, aqui, não decorreu de mero acidente, em relação ao qual o agente NÃO TEVE
CULPA, pois o agente sabia que estava usando o medicamento e sabia que estava ingerindo
bebida alcóolica. Ainda que o agente não soubesse, exatamente, quais os efeitos dessa
combinação, deveria ter pesquisado, tomado as cautelas necessárias para não se embriagar.
É inaceitável, portanto, entender-se ter havido mero “caso fortuito”, quando a narrativa evidencia
a ocorrência de culpa por parte do agente.
A Banca, todavia, ANULOU a questão (inicialmente considerou como correta, o que é um
absurdo. Depois, para não dar “o braço a torcer”, ao invés de inverter o gabarito, anulou a
questão).
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Portanto, a QUESTÃO FOI ANULADA.
29. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS) Constitui causa que
exclui a imputabilidade a
A) embriaguez preordenada completa proveniente da ingestão de álcool.
B) embriaguez acidental completa proveniente da ingestão de álcool.
C) embriaguez culposa completa proveniente da ingestão de álcool.
D) emoção.
E) paixão.
COMENTÁRIOS
A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP. Da
mesma forma, a embriaguez preordenada não exclui a imputabilidade, sendo, inclusive, uma
agravante (art. 62, I, “L” do CP). A embriaguez culposa também não exclui a imputabilidade
penal do agente (art. 28, II do CP).
Por fim, a embriaguez ACIDENTAL (decorrente de caso fortuito ou força maior) completa (aquela
que retira completamente do agente a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com este entendimento) é causa de exclusão da imputabilidade penal,
nos termos do art. 28, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
30. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) A inexigibilidade de
conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de ilicitude.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a inimputabilidade e a inexigibilidade de conduta diversa são causas de
exclusão da culpabilidade.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
31. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) O erro de proibição é causa
excludente de ilicitude.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o erro de proibição é causa de exclusão da culpabilidade, já que afasta a
potencial consciência da ilicitude.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
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32. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) Há excludente de ilicitude
em casos de estado de necessidade, legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou
no exercício regular do direito.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois neste caso teremos exclusão da ilicitude, por força do que expressamente
dispõe o art. 23 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
33. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) A inexigibilidade de
conduta diversa e a inimputabilidade são causas excludentes de tipicidade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a inimputabilidade e a inexigibilidade de conduta diversa são causas de
exclusão da culpabilidade.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
34. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) A embriaguez, quando
culposa, é causa excludente de imputabilidade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez voluntária (dolosa ou culposa) não exclui a imputabilidade penal,
nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
35. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) A emoção e a paixão são
causas excludentes de imputabilidade, como pode ocorrer nos chamados crimes passionais.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois nem a emoção nem a paixão são causas de exclusão da imputabilidade penal,
nos termos do art. 28, I do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
36. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) A embriaguez não exclui a
imputabilidade, mesmo quando o agente se embriaga completamente em razão de caso fortuito
ou força maior.
COMENTÁRIOS
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Item errado, pois quando o agente está completamente embriagado, e esta embriaguez é
decorrente de caso fortuito ou força maior, há exclusão da imputabilidade penal, nos termos do
art. 28, §1º do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
37. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) São inimputáveis os
menores de dezoito anos de idade, ficando eles, no entanto, sujeitos ao cumprimento de
medidassocioeducativas e(ou) outras medidas previstas no ECA.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 27 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
38. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) São inimputáveis os
menores de vinte e um anos de idade, ficando eles, no entanto, sujeitos ao cumprimento de
medidas socioeducativas e(ou) outras medidas previstas no ECA.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois são inimputáveis os menores de 18 anos, e não os menores de 21 anos, nos
termos do art. 27 do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
39. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Situação hipotética: João,
namorado de Maria e por ela apaixonado, não aceitou a proposta dela de romper o
compromisso afetivo porque ela iria estudar fora do país, e resolveu mantê-la em cárcere
privado. Assertiva: Nessa situação, a atitude de João enseja o reconhecimento da
inimputabilidade, já que o seu estado psíquico foi abalado pela paixão.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a emoção e a paixão não são capazes de afastar a imputabilidade penal, nos
termos do art. 28, I do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
40. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Na situação em que o
agente, com o fim precípuo de cometer um roubo, embriaga-se para ter coragem suficiente para
a execução do ato, não se aplica a teoria da actio libera in causa ou da ação livre na causa.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a teoria da actio libera in causa é aplicável às hipóteses de imputabilidade
mesmo quando o agente está embriagado. Tal teoria sustenta que o agente deve ser punido
pelo crime, mesmo não possuindo discernimento no momento do fato, já que possuía
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discernimento antes, ou seja, quando resolveu ingerir bebida alcóolica, sabendo que isso geraria
sua situação de embriaguez.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
41. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Situação hipotética: Elizeu
ingeriu, sem saber, bebida alcoólica, pensando tratar-se de medicamento que costumava
guardar em uma garrafa, e perdeu totalmente sua capacidade de entendimento e de
autodeterminação. Em seguida, entrou em uma farmácia e praticou um furto. Assertiva: Nesse
caso, Elizeu será isento de pena, por estar configurada a sua inimputabilidade.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois neste caso temos uma hipótese de embriaguez completa proveniente de caso
fortuito, ou seja, uma embriaguez acidental que retirou completamente do agente a capacidade
de discernimento. Assim, o agente será considerado inimputável, nos termos do art. 28, §1º do
CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
42. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Situação hipotética: Paulo
foi obrigado a ingerir álcool por coação física e moral irresistível, o que afetou parcialmente o
controle sobre suas ações e o levou a esfaquear um antigo desafeto. Assertiva: Nesse caso, a
retirada parcial da capacidade de entendimento e de autodeterminação de Paulo não enseja a
redução da sua pena no caso de eventual condenação.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois em se tratando de embriaguez acidental que retira PARCIALMENTE o
discernimento do agente, tal agente será considerado imputável, mas terá sua pena diminuída,
nos termos do art. 28, §2º do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
43. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Situação hipotética: Em
uma festa de aniversário, Elias, no intuito de perder a inibição e conquistar Maria, se embriagou
e, devido ao seu estado, provocado pela imprudência na ingestão da bebida, agrediu
fisicamente o aniversariante. Assertiva: Nessa situação, Elias não será punido pelo crime de
lesões corporais por ausência total de sua capacidade de entendimento e de autodeterminação.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez voluntária (dolosa ou culposa) não exclui a imputabilidade penal,
nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
44. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Situação hipotética: João,
em estado de embriaguez voluntária, motivado por ciúme de sua ex-mulher, matou Paulo.
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Assertiva: Nessa situação, o fato de João estar embriagado afasta o reconhecimento da
motivação fútil, haja vista que a embriaguez reduziu a capacidade de entender o caráter ilícito de
sua conduta.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o estado de embriaguez voluntária não é causa de inimputabilidade nem traz
benefícios ao agente.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
45. (CESPE – 2016 – PC-GO – AGENTE – ADAPTADA) São excludentes de culpabilidade:
inimputabilidade, coação física irresistível e obediência hierárquica de ordem não
manifestamente ilegal.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois apesar de a inimputabilidade e a obediência hierárquica serem excludentes de
culpabilidade, a coação FÍSICA não o é. A coação física irresistível exclui a CONDUTA, por
ausência completa de vontade do agente coagido. Logo, acaba por excluir o fato típico. O que
exclui a culpabilidade é a coação MORAL irresistível, nos termos do art. 22 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
46. (CESPE – 2016 – PC-GO – AGENTE – ADAPTADA) Se ordem não manifestamente ilegal
for cumprida por subordinado e resultar em crime, apenas o superior responderá como autor
mediato, ficando o subordinado isento por inexigibilidade de conduta diversa.
COMENTÁRIOS
Na autoria mediata o autor (mediato) se vale de uma pessoa SEM CULPABILIDADE para a prática
do delito. Quem executa o delito é a pessoa sem culpabilidade, mas o verdadeiro autor do delito
(autoria mediata) é aquele que dá a ordem. Vejamos:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, somente o autor da ordem é punido, afastando-se a culpabilidade daquele que executa a
ordem não manifestamente ilegal.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
47. (CESPE – 2016 – PC-GO – AGENTE – ADAPTADA) Emoção e paixão são causas
excludentes de culpabilidade.
COMENTÁRIOS
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Item errado, pois a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal, nos termos do art.
28, I do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
48. (CESPE – 2016 – PC-PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS – ADAPTADA) É
isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de culpa ou de caso
fortuito, ao tempo da ação ou da omissão, era parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito
desse fato ou de determinar-se conforme esse entendimento.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez dolosa ou culposa não exclui a imputabilidade penal do agente
(art. 28, II do CP). Além disso, apenas a embriaguez ACIDENTAL (decorrente de caso fortuito ou
força maior) completa (aquela que retira completamente do agente a capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento) é causa de
exclusão da imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
49. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Os elementos
imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, inexigibilidade de conduta diversa e
punibilidade são requisitos da culpabilidade penal.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a culpabilidade é o Juízo de reprovabilidade acerca do fato praticado pelo
agente, e tem como elementos:
● IMPUTABILIDADE;
● POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE;
● EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
A punibilidade e a inexigibilidade de conduta diversa não são elementosda culpabilidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
50. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) A coação física e a coação
moral irresistível excluem a conduta do agente, pois eliminam totalmente a vontade pelo
emprego da força, de modo que o fato passa a ser atípico.
COMENTÁRIOS
A coação física irresistível exclui a CONDUTA, por ausência completa de vontade do agente
coagido. Logo, acaba por excluir o fato típico. O que exclui a culpabilidade é a coação MORAL
irresistível, nos termos do art. 22 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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51. (CESPE – 2015 – TRE-RS – ANALISTA JUDICIÁRIO) Será isento de pena o agente que, por
embriaguez habitual, não for capaz de entender o caráter ilícito do fato.
COMENTÁRIOS
A embriaguez habitual não é causa de inimputabilidade penal, pois se trata de embriaguez
dolosa ou culposa. Apenas nos excepcionais casos de embriaguez PATOLÓGICA é que poderá
ser afastada a culpabilidade. Todavia, neste último caso, a culpabilidade será afastada pelo fato
de a embriaguez PATOLÓGICA ser considerada doença mental.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
52. (CESPE – 2015 – TRE-RS – ANALISTA JUDICIÁRIO) Para definir a maioridade penal, a
legislação brasileira seguiu o sistema biopsicológico, ignorando o desenvolvimento mental do
menor de dezoito anos de idade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o critério adotado para definir a inimputabilidade em razão de doença mental
foi o critério BIOLÓGICO, pois basta a presença do aspecto biológico (ter menos de 18 anos)
para que o agente seja considerado inimputável, não sendo necessária qualquer análise sobre o
real desenvolvimento mental do menor quando da prática do crime.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
53. (CESPE – 2015 – TRE-RS – ANALISTA JUDICIÁRIO) A embriaguez não acidental e culposa
exclui a imputabilidade no caso de ser completa.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez dolosa ou culposa não exclui a imputabilidade penal do agente
(art. 28, II do CP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
54. (CESPE – 2015 – TRE-RS – ANALISTA JUDICIÁRIO) Os menores de dezoito anos de idade,
por presunção legal, são considerados inimputáveis somente nos casos de possuírem plena
capacidade de entender a ilicitude do fato.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois os menores de 18 anos, por expressão disposição legal, são considerados
inimputáveis, independentemente de qualquer análise sobre o real desenvolvimento mental do
menor quando da prática do crime, nos termos do art. 27 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
55. (CESPE – 2015 – TRE-RS – ANALISTA JUDICIÁRIO) Se a embriaguez acidental for
completa, acarretará a irresponsabilidade penal.
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COMENTÁRIOS
Item correto, pois a embriaguez ACIDENTAL (decorrente de caso fortuito ou força maior)
completa (aquela que retira completamente do agente a capacidade de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento) é causa de exclusão da
imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
56. (CESPE – 2015 – TJDFT – ANALISTA – PSIQUIATRIA) Para a avaliação da imputabilidade
penal, o Código Penal brasileiro adota o critério biopsicológico. No que se refere à
imputabilidade penal, julgue o item a seguir.
A avaliação da imputabilidade é sempre retroativa.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a análise da imputabilidade penal do agente é sempre feita de forma
retroativa, ou seja, busca-se saber se no momento do crime (ou seja, momento anterior ao atual)
o agente tinha conhecimento do caráter ilícito do fato e capacidade de se determinar de acordo
com este entendimento.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
57. (CESPE – 2015 – TJDFT – ANALISTA – PSIQUIATRIA) Para a avaliação da imputabilidade
penal, o Código Penal brasileiro adota o critério biopsicológico. No que se refere à
imputabilidade penal, julgue o item a seguir.
De acordo com o Código Penal brasileiro, a paixão pode levar a uma privação de sentidos, o que
resulta no abolimento da faculdade de apreciar a criminalidade do fato e de determinar-se de
acordo com essa apreciação.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal, nos termos do art.
28, I do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
58. (CESPE – 2014 – TJDFT – JUIZ – ADPTADA) Caso um indivíduo tenha-se embriagado,
preordenadamente, a fim de praticar crime e, após a prática do delito, tenha sido constatado
que ele estava ainda completamente embriagado, ficará excluída a imputabilidade penal desse
indivíduo.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez preordenada não exclui a imputabilidade, sendo, inclusive, uma
agravante (art. 62, I, “L” do CP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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59. (CESPE – 2014 – TJDFT – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Segundo a doutrina
majoritária, para o reconhecimento da obediência hierárquica, causa excludente da
culpabilidade, não é exigida comprovação da relação de direito público entre coator e coato.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a Doutrina majoritária afirma que, para que seja caracterizada a excludente de
culpabilidade em questão, é necessário que haja uma relação de hierarquia funcional (serviço
público) entre o autor do fato e o mandante.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
60. (CESPE – 2014 – TJDFT – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Se A desejando matar B,
atinge mortalmente C, A deverá responder, de acordo com a teoria da concretização, por
tentativa de homicídio contra B e por homicídio imprudente contra C.
COMENTÁRIOS
Item correto. De fato, a teoria da concretização (ou concreção) sustenta que o agente deve
responder por aquilo que realmente ocorreu, ou seja, um homicídio tentado em relação a B e um
homicídio culposo em relação a C. Todavia, é bom ressaltar que nosso CP adota a teoria da
EQUIVALÊNCIA, de maneira que o agente responderá por apenas um homicídio doloso
consumado, levando-se em conta as características pessoais de B, nos termos do art. 73 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
61. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA) Julgue os seguintes itens,
referentes à tipicidade, à antijuridicidade e à culpabilidade.
Será isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito, culpa
ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez dolosa ou culposa não exclui a imputabilidade penal do agente
(art. 28, II do CP), não sendo relevante se o agente tinha, ou não, discernimento no momento da
prática do crime.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
62. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA) Julgue os seguintes itens,
referentes à tipicidade, à antijuridicidade e à culpabilidade.
Em consonância com a Constituição Federal de 1988 (CF), são penalmente inimputáveis os
indivíduos que tenham menos de dezoito anos de idade, exceto quanto aos crimes previstos na
legislação especial, podendo esta prever a redução da maioridade penal.
COMENTÁRIOS
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==1365fc==
Item errado, pois os menores de 18 anos, por expressão disposição legal, são considerados
inimputáveis, independentemente de qualquer análise sobre o real desenvolvimento mental do
menor quando da prática do crime, nos termos do art. 27 do CP (e art. 228 da CF/88).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
63. (CESPE – 2014 – TCE-PB– PROCURADOR – ADAPTADA) A inimputabilidade penal, se for
devidamente comprovada, resultará sempre em redução da pena, de um a dois terços,
independentemente do crime praticado.
COMENTÁRIOS
A inimputabilidade penal, uma vez devidamente comprovada, resulta na exclusão da
culpabilidade do agente, ou seja, o agente não receberá pena alguma.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
64. (CESPE – 2014 – TCE-PB – PROCURADOR – ADAPTADA) A emoção, a paixão e a
embriaguez culposa podem, em circunstâncias especiais, excluir a imputabilidade penal.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal, nos termos do art.
28, I do CP. Além disso, a embriaguez dolosa ou culposa não exclui a imputabilidade penal do
agente (art. 28, II do CP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
65. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ) De acordo com o entendimento do STJ, aquele que
pratica um crime no mesmo dia em que tenha completado dezoito anos é considerado
inimputável.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois, neste caso, o agente é considerado IMPUTÁVEL, pois já é considerado como
pessoa com 18 anos completos, independentemente da hora do nascimento.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
66. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ) A coação física irresistível é capaz de excluir a
culpabilidade pelo cometimento de um crime.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a coação física irresistível exclui a CONDUTA, por ausência completa de
vontade do agente coagido. Logo, acaba por excluir o fato típico. O que exclui a culpabilidade é
a coação MORAL irresistível, nos termos do art. 22 do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
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67. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) A respeito do princípio da legalidade, da relação de
causalidade, dos crimes consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens
seguintes.
É isento de pena o agente que, por embriaguez voluntária completa, era, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez VOLUNTÁRIA não isenta de pena, não sendo causa de exclusão
da imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
68. (CESPE - 2015 - TJDFT – TÉCNICO) Acerca da imputabilidade penal, julgue os itens a
seguir.
A embriaguez completa, culposa por imprudência ou negligência — aquela que resulta na perda
da capacidade do agente de entender o caráter ilícito de sua conduta —, no momento da prática
delituosa, não afasta a culpabilidade.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a embriaguez CULPOSA ou dolosa não afasta a imputabilidade penal, nos
termos do art. 28, II do CP, ainda que se trate de embriaguez completa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
69. (CESPE - 2015 - TJDFT – TÉCNICO) Acerca da imputabilidade penal, julgue os itens a
seguir.
A doença mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por si só, afastam por
completo a responsabilidade penal do agente.
COMENTÁRIOS
Estas duas formas de inimputabilidade decorrem da aplicação do sistema biopsicológico, ou seja,
não basta o aspecto “biológico” (a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou
retardado), sendo necessário, ainda, o aspecto psicológico, que é a análise da capacidade que o
agente tinha, no momento do fato, de entender o caráter ilícito do fato ou de comportar-se de
acordo com este entendimento. Desta forma, não basta que o agente seja portador de uma
destas condições, sendo necessário, ainda, que o agente seja, “ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento”, nos termos do art. 26 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
70. (CESPE – 2015 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca da aplicação da lei penal, do
conceito analítico de crime, da exclusão de ilicitude e da imputabilidade penal, julgue o item que
se segue.
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O CP adota o sistema vicariante, que impede a aplicação cumulada de pena e medida de
segurança a agente semi-imputável e exige do juiz a decisão, no momento de prolatar sua
sentença, entre a aplicação de uma pena com redução de um a dois terços ou a aplicação de
medida de segurança, de acordo com o que for mais adequado ao caso concreto.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o CP adota o sistema vicariante, que exige do Juiz a aplicação da pena ou sua
SUBSTITUIÇÃO pela medida de segurança, quando se tratar de agente semi-imputável, nos
termos do art. 98 do CP. Não há mais o antigo sistema do duplo binário, em relação ao qual o
agente poderia ser condenado a cumprir pena e, após, ainda ter que cumprir medida de
segurança.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
71. (CESPE – 2015 – TCE-RN – ASSESSOR TÉCNICO) Com relação à teoria do crime e
culpabilidade penal, julgue o seguinte item.
Situação hipotética: Carlos, indivíduo perfeitamente saudável, se embriagou voluntariamente em
virtude da celebração de seu aniversário e, sob essa condição, causou lesão grave a Daniel, seu
primo. Assertiva: Nessa situação, se for condenado, Carlos poderá ter a pena atenuada ou
substituída por tratamento ambulatorial.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez voluntária não gera inimputabilidade nem diminuição de pena, o
que só ocorre nas hipóteses de embriaguez acidental, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
72. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) É causa de exclusão da
culpabilidade o fato de a conduta ser praticada por meio de coação física irresistível.
COMENTÁRIOS
Item errado. Trata-se de uma pegadinha clássica. A coação MORAL irresistível é que exclui a
culpabilidade, em decorrência de inexigibilidade de conduta diversa. A coação FÍSICA irresistível
(vis absoluta) exclui a VONTADE, que é elemento da conduta. Assim, excluído o elemento
“conduta”, ausente o fato típico. Logo, a coação física irresistível atinge o próprio fato típico, e
não a culpabilidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
73. (CESPE – 2015 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) Cléber, com trinta
e quatro anos de idade, pretendia matar, durante uma festa, seu desafeto, Sérgio, atual
namorado de sua ex-noiva. Sem coragem para realizar a conduta delituosa, Cléber bebeu
grandes doses de vodca e, embriagado, desferiu várias facadas contra Sérgio, que faleceu em
decorrência dos ferimentos provocados pelas facadas.
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Nessa situação, configura-se embriaguez voluntária dolosa, o que permite ao juiz reduzir a pena
imputada a Cléber, uma vez que ele não tinha plena capacidade de entender o caráter ilícito de
seus atos no momento em que esfaqueou Sérgio.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez DOLOSA (aquela situação em que o agente voluntariamente se
embriaga com o intuito de posteriormente cometer crimes) não é causa de exclusão da
imputabilidade nem de redução de pena, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
74. (CESPE – 2015 – TRE-GO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Julgue o item
seguinte, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da
pena.
Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, a praticar uma infração penal cometerá
fato típico e ilícito, porém não culpável.
COMENTÁRIOS
Item errado. Cuidado! A coação FÍSICA irresistível (citada pela questão) não é causa de exclusão
da culpabilidade, e sim causa de exclusão do FATO TÍPICO, pois exclui a CONDUTA (elemento
do fato típico), já que não existe vontade.
Somente a coação MORAL irresistível exclui a culpabilidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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1 
 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (FGV/2022/TJDFT) 
Constituem elementos da culpabilidade: 
A) inimputabilidade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa; 
B) maioridade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa; 
C) imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa; 
D) maioridade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa; 
E) imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e inexigibilidade de uma conduta diversa. 
COMENTÁRIOS 
Os elementos da culpabilidade, considerando-se que o CP adota a teoria normativa pura da culpabilidade 
(mais precisamente a teoria limitada) são: imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e 
exigibilidade de uma conduta diversa. 
A ausência de qualquer destes elementos, portanto, gera ausência de culpabilidade e o agente será isento 
de pena. 
GABARITO: Letra C 
2. (FGV/2022/MPE-BA/ESTÁGIO JURÍDICO) 
Esteban, jovem graduando em Direito, viaja com a associação atlética de sua universidade para festividades 
em cidade do interior do Estado. Em meio às confraternizações, substância entorpecente é oferecida a 
Esteban por seus colegas. A fim de superar sua timidez, o agente aceita consumir as referidas drogas, 
atingindo embriaguez completa. Ao recobrar os sentidos, Esteban tinha em sua posse um relógio que furtou 
naquela noite, tendo os colegas lhe contado que havia também agredido alunos da universidade rival, 
invadido domicílio e praticado crime de dano aos pertences dos citados alunos. 
Acerca da culpabilidade e da teoria da actio libera in causa, é correto afirmar que: 
A) a embriaguez por caso fortuito ou força maior não atenua nem isenta o réu de pena; 
B) ao passo que a embriaguez voluntária agrava a pena do agente, a embriaguez preordenada apenas 
justifica a imposição de pena criminal; 
C) Esteban não poderá ser responsabilizado criminalmente, posto que ausente vontade livre e consciente, 
em razão da embriaguez completa; 
D) o direito penal brasileiro apenas autoriza a punição do agente quando a embriaguez é preordenada, assim 
entendida a conduta do agente que se utiliza da substância para praticar o crime; 
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2 
E) tratando-se de embriaguez voluntária, culposa ou preordenada, o agente poderá ser responsabilizado 
pelas ações praticadas no contexto de embriaguez, fixando-se como parâmetro para aferição da 
culpabilidade o momento de consumo da substância. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, o agente deverá ser responsabilizado pelos crimes praticados, eis que, nos termos do Código 
Penal (art. 28, §1º), somente a embriaguez acidental (aquela decorrente de caso fortuito ou força maior) 
completa (que retira totalmente a capacidade do agente) é que afasta a imputabilidade do agente e, 
portanto, afasta sua culpabilidade. 
A embriaguez voluntária (agente quer se embriagar), culposa (se embriaga pela imprudência na ingestão da 
substância e a embriaguez preordenada (agente quer se embriagar com a intenção de cometer o delito 
embriagado) não afastam a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP, sendo necessário registrar 
que a embriaguez preordenada funciona, ainda, como circunstância agravante, nos termos do art. 61, II, “L” 
do CP. 
Nos casos de embriaguez não acidental (culposa, voluntária ou preordenada) o agente é punido em razão da 
teoria da actio libera in causa, ou seja, apesar de o agente não ter capacidade de discernimento ou de 
autodeterminação ao tempo da conduta delituosa, deverá ser punido porque tinha total capacidade quando 
decidiu, deliberadamente, ingerir a substância (álcool ou outra). Assim, deve ser responsabilizado pelos 
eventuais atos criminosos que venha a praticar em situação de embriaguez, pois tinha plena consciência de 
seus atos no momento em que se colocou na situação de embriaguez. 
GABARITO: Letra E 
3. (FGV/2021/TJSC/NOTÁRIO) 
Flávia, pessoa humilde, presta serviços de faxineira em serventia extrajudicial localizada na cidade de 
Florianópolis. Em determinada data, Flávia foi abordada na saída de sua residência por pessoas ligadas ao 
tráfico dominante na localidade, que determinaram que ela transportasse e guardasse arma de fogo em seu 
trabalho, pois terceiro iria no dia seguinte ao local para buscar o material bélico. Os traficantes afirmaram 
que se Flávia não atendesse àquela determinação, seria expulsa de sua casa, não tendo mais onde morar, 
bem como que sua mãe também sofreria as consequências. Em razão disso, Flávia transportou um revólver, 
de calibre de uso permitido, mas com numeração de série suprimida, para o trabalho, escondendo o material 
em uma lixeira. 
Após receber denúncia, a autoridade policial determinou a realização de diligência no local. 
Com autorização dos responsáveis, os policiais civis apreenderam a arma guardada por Flávia, que esclareceu 
o ocorrido. 
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que Flávia agiu: 
A) sob coação moral resistível, devendo ser reconhecida a prática do crime de porte de arma de fogo de uso 
permitido, com causa de diminuição de pena; 
B) sob coação física irresistível, afastando-se a culpabilidade de sua conduta; 
C) sob coação moral irresistível, afastando-se a culpabilidade de sua conduta; 
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D) sob coação moral irresistível, afastando-se a ilicitude de sua conduta; 
E) em legítima defesa, afastando-se a ilicitude de sua conduta. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, Flávia agiu sob coação moral irresistível, pois somente praticou o fato típico e ilícito porque fora 
ameaçada pelas pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Logo, não há exigibilidade de conduta diversa nesse 
caso, de maneira que ficará afastada a culpabilidade de Flávia, nos termos do art. 22 do CP. 
GABARITO: Letra C 
4. (FGV / 2020 / MPE-RJ) 
Ramon foi denunciado pela prática de um crime de estupro simples, sendo constatado ao longo da instrução, 
por meio de exame de insanidade mental, que, na data dos fatos, ele era inteiramente incapaz de entender 
o caráter ilícito do fato em razão de desenvolvimento mental incompleto. 
Confirmada a autoria e a materialidade, no momento das alegações finais, caberá ao promotor de justiça 
buscar: 
A) o reconhecimento da autoria e materialidade, sendo, porém, o agente isento de pena, de modo que 
caberá aplicação de medida de segurança em razão da inimputabilidade de Ramon; 
B) a absolvição própria do agente, não sendo aplicada qualquer pena privativa de liberdade ou medida de 
segurança, diante da inimputabilidade do agente; 
C) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se pena privativa de liberdade, com causa de diminuição de 
pena em razão da inimputabilidade; 
D) a condenação do réu, reduzindo-se a pena aplicada, porém, em um a dois terços em razão da semi-
imputabilidade do agente; 
E) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se medida de segurança, diante da semi-imputabilidade do 
agente. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, como restou comprovado que Ramon, em razão de doença mental, era, ao tempo do fato, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, deverá o Juiz, uma vez comprovada a 
autoria e a materialidade do fato, reconhecer a isenção de pena pela inimputabilidade decorrente de doença 
mental, proferindo sentença absolutória imprópria, de modo que caberá aplicação de medida de segurança 
em razão da inimputabilidade de Ramon: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da açãoou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
GABARITO: Letra A 
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5. (FGV / 2018 / CÂMARA DE SALVADOR) 
No dia 25 de dezembro de 2017, Carlos, funcionário público, recebe uma visita inesperada de João, seu 
superior hierárquico, em sua residência. João informa a Carlos que estava sendo investigado pela prática de 
um delito e exige que este altere informação em determinado documento público, mediante falsificação, de 
modo a garantir que não sejam obtidas provas do crime que vinha sendo investigado, assegurando que, caso 
a ordem não fosse cumprida, sequestraria o filho de Carlos e que a restrição da liberdade perduraria até o 
atendimento da exigência. Diante desse comportamento de João, Carlos falsifica o documento público, mas 
vem a ser descoberto e denunciado pela prática do crime previsto no Art. 297 do Código Penal (falsificação 
de documento público). 
Com base apenas nessas informações, o advogado de Carlos deveria alegar, em busca de sua absolvição, a 
ocorrência de: 
A) coação moral irresistível, causa de exclusão da culpabilidade; 
B) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da culpabilidade; 
C) estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude; 
D) coação moral irresistível, causa de exclusão da ilicitude; 
E) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da ilicitude. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, Carlos agiu sob coação moral irresistível, pois somente praticou o fato típico e ilícito porque fora 
ameaçado por João. Logo, não há exigibilidade de conduta diversa nesse caso, de maneira que ficará afastada 
a culpabilidade de Carlos, nos termos do art. 22 do CP. 
GABARITO: Letra A 
6. (FGV – 2018 – TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de Fábio, seu irmão 
mais novo. Após ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima, foi realizado exame de insanidade 
mental, constatando-se que, no momento da agressão, Gabriel, em razão de desenvolvimento mental 
incompleto, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato. 
Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a: 
(A) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; 
(B) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; 
(C) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade; 
(D) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de pena; 
(E) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade. 
COMENTÁRIOS 
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Neste caso, como o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato, deve ser 
considerado SEMI-IMPUTÁVEL, respondendo pelo crime, mas com pena reduzida de um a dois terços em 
razão da semi-imputabilidade, na forma do art. 26, §único do CP: 
Art. 26 (...) Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, 
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Perceba-se que há uma diferença ENORME entre ser inteiramente incapaz, que é o caso do inimputável (art. 
26) e não ser inteiramente capaz (parcialmente capaz), que é o caso da questão (art. 26, §único do CP). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
7. (FGV/2016/MPE-RJ) 
Tício, 18 anos, durante a comemoração de sua aprovação no vestibular, ingere bebida alcoólica com seus 
amigos em um bar, apesar de não ter, com isso, qualquer intenção de ficar bêbado ou praticar crimes, mas 
tão só de comemorar seu sucesso nos estudos. Apesar disso, em razão da quantidade de cerveja que optou 
por ingerir, acaba ficando completamente embriagado e desfere quatro socos na face do ex-namorado de 
sua irmã, causando-lhe lesões gravíssimas. Considerando a hipótese narrada, é correto afirmar que a 
embriaguez de Tício era completa e: 
A) involuntária, logo exclui a imputabilidade penal; 
B) culposa, logo exclui a imputabilidade penal; 
C) voluntária em sentido estrito, não excluindo a imputabilidade penal e devendo ser reconhecida a 
agravante da embriaguez preordenada; 
D) culposa, mas não exclui a imputabilidade penal; 
E) voluntária em sentido estrito, não excluindo a imputabilidade penal, mas não deve ser reconhecida a 
agravante da embriaguez preordenada. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, a embriaguez de Tício deve ser considerada culposa (decorrente da imprudência na ingestão do 
álcool), mas não exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP: 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
(...) 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
GABARITO: Letra D 
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8. (FGV/2015/TCE-RJ) 
A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a culpabilidade quando: 
A) for preordenada; 
B) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato; 
C) for culposa; 
D) for patológica; 
E) for habitual. 
COMENTÁRIOS 
A embriaguez culposa não afasta a imputabilidade, assim como a dolosa (art. 28, II do CP). 
A embriaguez preordenada não afasta a imputabilidade e ainda configura agravante genérica (art. 61, II, “l” 
do CP). 
A embriaguez acidental que apenas diminui a capacidade do agente é mera causa de redução de pena, mas 
não afasta a culpabilidade, nos termos do art. 28, §2º do CP. 
A embriaguez habitual não tem previsão no CP, mas doutrinariamente prevalece que não afasta a 
imputabilidade penal. 
Por fim, a embriaguez patológica é compreendida pela Doutrina majoritária como hipótese que pode afastar 
a imputabilidade penal, devendo receber o mesmo tratamento dispensado à doença mental. 
GABARITO: Letra D 
9. (FGV/2015/DPE-RO) 
Joana foi para a festa de aniversário de sua melhor amiga em uma boate e, feliz pela comemoração, passou 
a ingerir bebida alcoólica em quantidade exagerada. Ao final da festa, Joana estava completamente 
alcoolizada, apesar de ela não ter tido intenção de ficar nesse estado. Saindo da boate, deparou-se com sua 
inimiga Gabriela e, alterada pela bebida, jogou um copo de vidro na cabeça desta, causando-lhe lesões 
graves. Diante dessa situação, considerando apenas os fatos narrados e que esses foram provados, é correto 
afirmar que Joana: 
A) deverá ser absolvida impropriamente, com aplicação de medida de segurança, pois estava inimputável no 
momento dos fatos; 
B) deverá ser condenada, pois houve embriaguez voluntária e apenas a embriaguez culposa exclui a 
imputabilidade; 
C) deverá ser condenada, pois a embriaguez culposa não exclui a imputabilidade; 
D) deverá ser absolvida, pois houve embriaguez completa e decorrente de caso fortuito ou força maior; 
E) deverá ser absolvida por ausência de culpabilidade, sem aplicação de medida de segurança, já que a 
inimputabilidade era apenas momentânea. 
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COMENTÁRIOS 
Nesse caso, a embriaguez de Joana deve ser considerada culposa (decorrente da imprudência na ingestão 
do álcool), mas não exclui a imputabilidadepenal, nos termos do art. 28, II do CP: 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
(...) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
GABARITO: Letra C 
10. (FGV/2014/MPE-RJ) 
Entende-se por culpabilidade: 
A) a relação de contrariedade formal entre uma conduta típica e o ordenamento jurídico, tendo como 
requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a inexigibilidade de conduta diversa; 
B) a relação de contrariedade formal e material entre uma conduta típica e o ordenamento jurídico, tendo 
como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a inexigibilidade de conduta diversa; 
C) a adequação formal e material entre uma conduta dolosa e/ou culposa frente a uma norma legal 
incriminadora, pressupondo-se ainda a sua prévia antijuridicidade; 
D) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um fato típico e 
antijurídico, tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de 
conduta diversa; 
E) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um fato típico e ilícito, 
tendo como requisitos a imputabilidade, a consciência plena da ilicitude e a inexigibilidade de conduta 
diversa. 
COMENTÁRIOS 
Entende-se por culpabilidade o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que 
pratica um fato típico e antijurídico, tendo como requisitos a imputabilidade (capacidade mental de, ao 
tempo do fato, entender o caráter ilícito da conduta e comportar-se de acordo com este entendimento), a 
potencial consciência da ilicitude (saber que sua conduta é contrária ao ordenamento jurídico ou pelo menos 
ter condições para atingir tal consciência) e a exigibilidade de conduta diversa (poder-se exigir do agente que 
tivesse se comportado de acordo com o Direito). 
GABARITO: Letra D 
11. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE) 
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Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, após uma reunião cansativa 
de negócios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo não sendo essa sua intenção, acabou ficando 
embriagado. Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um comprimido 
de substância psicotrópica por um eleitor de sua cidade, que também o deixou completamente embriagado. 
Após, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens públicos para 
proveito próprio. 
Considerando o fato narrado, é correto afirmar que: 
(A) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de força maior; 
(B) Ricardo deverá responder pelo crime praticado, enquanto Bruno é isento de pena; 
(C) Ricardo e Bruno deverão responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui a 
imputabilidade penal; 
(D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderão criminalmente perante a Câmara de Vereadores; 
(E) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do segundo decorreu 
de força maior. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela, apenas Ricardo responderá pelo delito que praticou, pois sua embriaguez decorreu de culpa 
sua, o que não afasta a imputabilidade penal. Bruno, por sua vez, não pode responder pelo crime praticado, 
pois sua embriaguez completa decorreu de força maior (ação de terceira pessoa), não tendo ocorrido por 
culpa de Bruno. Vejamos: 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
(...) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
12. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR) 
A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a culpabilidade quando: 
a) for preordenada; 
b) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato; 
c) for culposa; 
d) for patológica; 
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e) for habitual. 
COMENTÁRIOS 
A embriaguez, como regra, não exclui a culpabilidade. Assim, a embriaguez preordenada, a embriaguez 
culposa e a embriaguez habitual não são capazes de afastar a imputabilidade penal. 
Com relação à embriaguez decorrente de força maior, ela só excluirá a imputabilidade penal quando RETIRAR 
POR COMPLETO a capacidade de o agente entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com este entendimento. Caso apenas diminua essa capacidade (letra B), o agente responderá pelo delito, 
mas terá sua pena diminuída. 
Por fim, em relação à embriaguez patológica, ela é equiparada à doença mental, motivo pelo qual PODE 
afastar a culpabilidade do agente (nos termos do art. 26 do CP, não do art. 28), de forma que a letra D (apesar 
de incompleta) está correta. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
13. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) 
Patrício e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante ameaça de arma de fogo, obriga o último 
a beber dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla, então, deixou o local, sendo que 
Patrício conduzia Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava 
sozinha pela calçada, Patrício e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo primeiro, constrangeram-na 
a com eles praticar sexo oral, sendo flagrados por populares que passavam ocasionalmente pelo local, 
ocorrendo a prisão em flagrante. Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrução, mediante 
perícia, restou constatado que Patrício era possuidor de doença mental grave e que, quando da prática do 
fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do seu comportamento, situação, aliás, que 
permaneceu até o momento do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz 
estava completamente embriagado. O Ministério Público requereu a condenação dos acusados. Não 
havendo dúvida com relação ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos acusados deverá requerer, nas 
alegações finais, 
A) a absolvição dos acusados por força da inimputabilidade, aplicando, porém, medida de segurança para 
ambos. 
B) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez culposa e a absolvição Patrício, 
com aplicação, para este, de medida de segurança. 
C) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez completa decorrente de força 
maior e a absolvição imprópria de Patrício, com aplicação, para este, de medida de segurança. 
D) a absolvição imprópria de Patrício, com a aplicação de medida de segurança, e a condenação de Luiz na 
pena mínima, porque a embriaguez nunca exclui a culpabilidade. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela o Juiz deverá absolver Luiz, em razão da ausência de culpabilidade, por inimputabilidade 
decorrente de embriaguez completa proveniente de força maior, nos termos do art. 28, §1º do CP. Em 
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==1365fc==
 
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relação a Patrício, deverá receber sentença de absolvição imprópria, com aplicação de medida de segurança, 
nos termos do art. 26 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVACP trazem hipóteses em que a imputabilidade ficará afastada (inimputabilidade penal), 
bem como hipóteses nas quais ela ficará apenas diminuída, mas não será afastada (semi-imputabilidade). 
Além disso, trata de casos em que não será possível afastar a imputabilidade ou reconhecer semi-
imputabilidade (emoção e paixão, por exemplo). 
Vamos ver, agora, este tema com mais detalhes. 
3.1.1 Menor de 18 anos 
Esse é um critério meramente biológico e taxativo: se o agente é menor de 18 anos, responde perante o 
ECA não se aplicando a ele o CP, nos termos do art. 27 do CP. 
O menor de 18 anos, portanto, é considerado penalmente inimputável, independentemente da análise de 
seu desenvolvimento psíquico ao tempo do fato. Como dito, trata-se de um critério meramente biológico 
(ou cronológico). 
3.1.2 Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito da conduta ou se era parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, será inimputável, ou seja, isento 
de pena. No segundo caso, será semi-imputável, e será aplicada pena, porém, reduzida de um a dois terços. 
Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade por este motivo: 
 Que o agente possua a doença (critério biológico) 
 Que o agente seja, em razão da doença, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato 
OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicológico) 
Por isso se diz que este é um critério biopsicológico (pois mescla os dois critérios). 
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Nos dois casos acima, se o agente for inimputável, exclui-se a culpabilidade e ele é isento de pena. Se for 
semi-imputável, será considerado culpável (não se exclui a culpabilidade), mas sua pena será reduzida de um 
a dois terços. 
No caso de o agente ser inimputável, por ser menor de 18 anos, não há processo penal, respondendo perante 
o ECA. 
No caso de ser inimputável em razão de doença mental ou desenvolvimento incompleto, será isento de pena 
(absolvido), mas o Juiz aplicará uma medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial), em razão 
de sua periculosidade (não há culpabilidade aqui). Isso é o que se chama de sentença absolutória imprópria, 
pois, apesar de conter uma absolvição, contém uma espécie de sanção penal, que é a medida de segurança. 
No caso de o agente ser semi-imputável, ele não será isento de pena! Será condenado a uma pena (eis que 
possui culpabilidade)), que será reduzida. Entretanto, a lei permite que o Juiz, diante do caso (se houver uma 
periculosidade concreta que recomende a substituição), substitua a pena privativa de liberdade por uma 
medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial). 
Em resumo, portanto, o inimputável por doença mental não possui culpabilidade (pois ausente o elemento 
“imputabilidade”). Como a culpabilidade é o pressuposto da pena, não pode ser condenado, devendo ser 
absolvido. Todavia, será aplicada ao inimputável por doença mental uma medida de segurança, dada a sua 
periculosidade (presumida). O semi-imputável não é considerado inimputável, logo, tem culpabilidade e, 
portanto, será condenado, aplicando-se a ele uma pena. Porém, o Juiz pode entender que a doença mental 
do agente representa uma periculosidade concreta para a sociedade e substituir a pena imposta por uma 
medida de segurança (sistema chamado de vicariante). 
A medida de segurança imposta aos inimputáveis por doença mental (e, eventualmente aos semi-
imputáveis) pode consistir em internação ou tratamento ambulatorial, a depender das necessidades 
curativas do agente. 
 Sonâmbulo pode ser considerado doente mental? Prevalece o entendimento de que a conduta 
praticada pelo sonâmbulo, durante o estado de sonambulismo, não configura crime por ausência de 
conduta, já que não voluntariedade, por se tratar de um estado de inconsciência. Afasta-se, portanto, o fato 
típico, e não a culpabilidade. 
 
3.1.3 Embriaguez 
Segundo o CP, como regra, a embriaguez não é uma hipótese de inimputabilidade, de forma que o agente 
responderá pelo crime, ou seja, será considerado IMPUTÁVEL. Vejamos: 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
(...) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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Assim, não importa se a embriaguez foi dolosa (o agente queria ficar embriagado) ou culposa (não queria 
ficar embriagado, mas bebeu demais e ficou embriagado). O agente, nesses casos, será considerado 
imputável. 
É importante destacar que o caracteriza uma embriaguez como dolosa ou como culposa não é o crime 
praticado em situação de embriaguez e sim a voluntariedade (ou não) da embriaguez. É perfeitamente 
possível estar em situação de embriaguez culposa e praticar um crime doloso, ou estar em situação de 
embriaguez dolosa e praticar um crime culposo. 
EXEMPLO: José, 25 anos, vai a uma festa e começa a beber bebida alcóolica, apenas para se 
divertir, embora não tivesse a intenção de se embriagar. Porém, pelo excesso na ingestão do 
álcool, José acaba ficando embriagado. Ao sair da festa, completamente embriagado, agride 
dolosamente uma pessoa. Nesse caso, José praticou um crime de lesão corporal dolosa (art. 129 
do CP), estando em situação de embriaguez culposa, que não afastará sua imputabilidade, ou 
seja, irá responder criminalmente pelo fato. 
 
Mas, por qual razão o agente é considerado imputável (na hipótese de embriaguez não acidental), se no 
momento do fato ele não tinha discernimento? Trata-se da adoção da chamada “Teoria da actio libera in 
causa” (ação livre na causa), que pode aparecer em formato de sigla (ALIC). 
Segundo esta teoria, o agente deve ser considerado imputável, mesmo não tendo discernimento no 
momento do fato, pois tinha discernimento quando decidiu ingerir a substância. Ou seja, apesar de não ter 
discernimento agora (no momento do crime), tinha discernimento quando se embriagou, ou seja, sua ação 
era livre na causa (tinha liberdade para decidir ingerir, ou não, a substância). 
Todavia, a embriaguez pode afastar a imputabilidade quando for acidental, ou seja, decorrente de caso 
fortuito ou força maior (E mesmo assim, deve ser completa, retirando totalmente a capacidade de 
discernimento do agente). 
EXEMPLO: Imagine que Luciana é embriagada por Carlos (que coloca álcool em seus drinks). Sem 
saber, Luciana ingere as bebidas alcoólicas e fica completamente embriagada. Luciana sai do 
local em que estava e acaba por desacatar dois policiais que a abordaram. Nesse caso, Luciana 
estava em situação de embriaguez acidental completa, pois a embriaguez decorreu de caso 
fortuito e retirou completamente o discernimento desta. Neste caso, ficará afastada a 
imputabilidade penal de Luciana. 
Importante destacar que o Código Penal exige que, em razão da embriaguez decorrente de caso fortuito ou 
força maior, o agente esteja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
conforme este entendimento. 
Caso o agente, em razão de embriaguez acidental, esteja parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, não será considerado inimputável. O agente, 
neste caso, será considerado imputável, ou seja, responderá pelo fato praticado. Todavia, sua pena poderá 
ser diminuída de um a dois terços. 
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Em qualquer dos dois casos de embriaguezCORRETA É A LETRA C. 
14. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DE ORDEM) 
Durante um assalto a uma instituição bancária, Antônio e Francisco, gerentes do estabelecimento, são feitos 
reféns. Tendo ciência da condição deles de gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas 
em determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, à força, o dedo de Antônio no local 
necessário, abrindo, com isso, o cofre e subtraindo determinada quantia em dinheiro. Além disso, sob a 
ameaça de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a sacola de dinheiro 
juntamente com eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que tentavam efetuar a prisão 
dos agentes. 
Analisando as condutas de Antônio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é correto afirmar 
que 
A) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto Francisco não responderá por 
ausência de ilicitude em sua conduta. 
B) Antônio não responderá pelo crime por ausência de ilicitude, enquanto Francisco não responderá por 
ausência de culpabilidade em sua conduta. 
C) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto Francisco não responderá por 
ausência de culpabilidade em sua conduta. 
D) Ambos não responderão pelo crime por ausência de culpabilidade em suas condutas. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela, Antônio foi vítima de coação FÍSICA irresistível (não teve vontade alguma, escolha alguma), 
de forma que fica afastada a própria configuração do fato típico, dada a ausência de conduta. Francisco, por 
sua vez, foi vítima de coação MORAL irresistível, de maneira que agiu sem culpabilidade, nos termos do art. 
22 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
15. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Acerca da culpabilidade no estudo da teoria do crime, assinale a afirmativa incorreta. 
a) Para a teoria normativa que surgiu com o finalismo, houve a migração do dolo e da culpa para a tipicidade, 
passando a culpabilidade a ser um juízo de valor que se faz sobre a conduta típica e ilícita. 
b) No tocante a imputabilidade, o Código Penal adotou o critério biopsicológico, sendo indispensável que a 
causa geradora da inimputabilidade esteja presente no momento da conduta. 
c) No erro de proibição o erro recai sobre a ilicitude do fato, imaginando o agente ser lícito o que é ilícito, 
podendo atenuar a culpabilidade, nunca, porém, a excluindo. 
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d) Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de tipo permissivo exclui o dolo; se o erro for vencível há 
crime culposo se previsto em lei. 
e) A coação moral irresistível pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro, somente 
respondendo o autor da coação. 
COMENTÁRIOS 
A) CORRETA: A teoria normativa da culpabilidade surgiu para atender à teoria finalista do delito, de forma 
que o dolo e a culpa foram transferidos da culpabilidade para o fato típico, restando a culpabilidade como 
uma análise meramente normativa, um juízo de valor a respeito da conduta do agente, à luz da norma penal; 
B) CORRETA: O item está correto, pois o CP adotou o critério biopsicológico no que tange à imputabilidade 
penal, devendo, no caso de inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, a causa geradora da inimputabilidade estar presente quando da realização da conduta. Apenas 
uma ressalva quanto a este item: O CP também adotou o critério meramente biológico quanto à 
inimputabilidade, ao determinar que os menores de 18 anos são inimputáveis; 
C) ERRADA: O item está errado, pois embora a definição de erro de proibição esteja correta, o item erra ao 
afirmar que o erro de proibição nunca poderá excluir a culpabilidade, pois o erro de proibição, quando 
inevitável, exclui a culpabilidade, na forma do art. 21 do CP: 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
D) CORRETA: O item está correto, pois a teoria limitada da culpabilidade distingue as descriminantes 
putativas em “de fato” e “de direito”. Esta teoria fora adotada pelo CP. Assim, no erro de tipo permissivo, o 
agente fica isento de pena, caso se trate de erro inevitável. Caso se trate de erro evitável, o agente 
responderá pelo delito na forma culposa (como punição por sua falta de cuidado), conforme prevê o art. 20 
do CP: 
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas 
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando 
o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
E) CORRETA: A coação moral irresistível, que é causa de exclusão da culpabilidade, pode ser exercida 
diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro. O que importa, aqui, é que a coação tenha por finalidade 
atingir o agente, influenciando na sua tomada de decisão. 
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Portanto, A ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C. 
16. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME DE ORDEM) 
Para aferição da inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, 
assinale a alternativa que indica o critério adotado pelo Código Penal vigente. 
a) Biológico. 
b) Psicológico. 
c) Psiquiátrico. 
d) Biopsicológico. 
COMENTÁRIOS 
Para a aferição da inimputabilidade o CP adotou os critérios “meramente biológico” e “biopsicológico”. O 
primeiro foi adotado em relação aos menores de idade, ou seja, basta que sejam menores de 18 anos, sem 
que haja necessidade de qualquer avaliação específica das condições psicológicas do agente no caso 
concreto. 
O critério biopsicológico, por sua vez, foi adotado em relação aos doentes mentais, nos termos do art. 26 do 
CP. 
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
17. (FGV – 2012 – OAB – VIII EXAME DE ORDEM) 
Analise as hipóteses abaixo relacionadas e assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes 
de culpabilidade. 
a) Erro de proibição; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior; coação moral 
irresistível. 
b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doença mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez incompleta. 
d) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou força maior; erro de proibição; obediência 
hierárquica. 
COMENTÁRIOS 
Das alternativas apresentadas a única que traz apenas hipóteses de exclusão da culpabilidade é a letra A, 
pois tanto o erro de proibição quanto a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior e 
a coação moral irresistível são causas de exclusão da culpabilidade, nos termos dos arts. 21, 22 e 28, §1º do 
CP. 
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
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18. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) 
Acerca das causas excludentes de ilicitude e extintivas de punibilidade, assinale a afirmativa incorreta. 
A) A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, enquanto que a coaçãofísica irresistível exclui a própria 
conduta, de modo que, nesta segunda hipótese, sequer chegamos a analisar a tipicidade, pois não há 
conduta penalmente relevante. 
B) Em um bar, Caio, por notar que Tício olhava maliciosamente para sua namorada, desfere contra este um 
soco no rosto. Aturdido, Tício vai ao chão, levantando-se em seguida, e vai atrás de Caio e o interpela quando 
este já estava saindo do bar. Ao voltar-se para trás, atendendo ao chamado, Caio é surpreendido com um 
soco no ventre. Tício praticou conduta típica, mas amparada por uma causa excludente de ilicitude. 
C) Mévio, atendendo a ordem dada por seu líder religioso e, com o intuito de converter Rufus, permanece 
na residência deste à sua revelia, ou seja, sem o seu consentimento. Neste caso, Mévio, mesmo cumprindo 
ordem de seu superior e mesmo sendo tal ordem não manifestamente ilegal, pratica crime de violação de 
domicílio (Art. 150 do Código Penal), não estando amparado pela obediência hierárquica. 
D) O consentimento do ofendido não foi previsto pelo nosso ordenamento jurídico-penal como uma causa 
de exclusão da ilicitude. Todavia, sua natureza justificante é pacificamente aceita, desde que, entre outros 
requisitos, o ofendido seja capaz de consentir e que tal consentimento recaia sobre bem disponível. 
COMENTÁRIOS 
A) O item está perfeito. A coação pode ser física ou moral. A coação física exclui a própria conduta, já que há 
mero movimento corporal, sem qualquer elemento subjetivo. Portanto, atuando sobre a conduta, exclui-se 
o fato típico (tipicidade). A coação moral irresistível, por sua vez, não exclui o fato típico, mas a culpabilidade, 
pois o agente pratica conduta (atividade corporal + elemento subjetivo), mas essa conduta está viciada, já 
que o agente está sob forte ameaça, de forma que ausente o elemento da culpabilidade consistente na 
exigibilidade de conduta diversa. O art. 22 do CP trata da situação, embora diga apenas “coação irresistível”: 
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da 
ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
B) O item está errado. No caso, Tício não está amparado por nenhuma causa de exclusão da ilicitude. Trata-
se, apenas, de vingança; 
C) O item está correto. Nesse caso não há possibilidade de se falar em obediência hierárquica, primeiro 
porque esta causa de exclusão da culpabilidade só é admissível nas relações de serviço público, e em segundo 
lugar porque a ordem é manifestamente ilegal; 
D) O item está correto. O nosso ordenamento previu apenas quatro espécies de causas de exclusão da 
ilicitude, não estando entre elas o consentimento do ofendido. Contudo, a Doutrina entende que o 
consentimento do ofendido, desde que válido e em relação a bens disponíveis, constitui-se como uma causa 
de exclusão da ilicitude, já que tornaria a ação legítima, deixando de ser injusta, portanto. 
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Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA É A LETRA B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FGV - NAC UNI OAB/OAB/2023)
Alan é bombeiro civil e, atendendo a uma ocorrência, foi retirar um suposto animal selvagem de
um condomínio residencial. Lá chegando, deparou-se com um aparente filhote de onça, o qual
foi recolhido por Alan, que deveria levar o animal ao Centro de Triagem, distante do local onde
encontrado (e que seria o procedimento adequado). Porém, Alan teve a iniciativa de deixar o
felino em uma área de mata próxima ao condomínio, onde imaginava ser o habitat natural do
animal, e, assim, poupar seu tempo.
Carmen, residente no referido condomínio, ao chegar em casa, percebeu que seu gato Bengal
(raça caracterizada por ser muito similar a uma onça) está desaparecido. Ao saber do ocorrido,
percebeu que seu gato foi confundido com um filhote de onça e, por isso, foi levado por Alan e
deixado na área de mata. Assim, Carmen procurou a Delegacia de Polícia e relatou o ocorrido.
Neste caso, como advogado de Alan, é correto afirmar, sobre a conduta de seu assistido, que
houve erro
a) de tipo permissivo, uma vez que Alan pensava agir sob estrito cumprimento de dever legal, e
por isso, sua conduta é lícita, abarcada por excludente de ilicitude.
b) de tipo inescusável, pois Alan efetivamente se confundiu sobre a espécie do animal, mas
deixou de adotar as cautelas devidas, excluindo-se apenas o dolo.
c) de tipo escusável, pois Alan efetivamente não conhecia a espécie do animal apreendido, tendo
adotado todas as cautelas que lhe eram exigidas na situação, de forma a excluir o dolo e a culpa.
d) de proibição, tendo em vista que Alan não conhecia a espécie de animal doméstico,
afastando-se a culpabilidade da sua conduta.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, subtraiu o animal pertencente a Carmen, por acreditar tratar-se de um animal
selvagem perdido. Logo, incorreu em erro sobre o elemento “coisa alheia”, de forma que sua
conduta configura erro sobre elemento constitutivo do tipo legal do crime de furto.
Ademais, a conduta de abandonar o animal doméstico em ambiente inadequado poderia
configurar o crime de “maus tratos a animais”, previsto no art. 32, §1º-A da Lei 9.605/98:
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: (Vide ADPF 640)
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
(...)
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§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no
caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição
da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)
Todavia, ao acreditar tratar-se de animal cujo habitat seria efetivamente aquele, há novamente
erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime.
Considerando-se que o agente não adotou as cautelas necessárias para averiguar a efetiva
espécie do animal, pode-se concluir tratar-se de erro de tipo evitável (ou vencível, ou inescusável,
ou indesculpável), de forma que ficará afastado o dolo, mas será possível a punição do agente na
forma culposa, se houver previsão legal (embora não haja forma culposa para os tipos penais
citados).
GABARITO: LETRA B
2. (FGV - OJ (TJ RN)/TJ RN/Judiciária/Direito/2023)
João, pessoa humilde e analfabeta, com 70 anos de idade, residente em zona rural, acabou por
danificar, no exercício de suas atividades diuturnas pessoais, floresta considerada de preservação
permanente. Ao ser ouvido, em juízo, o réu narrou que não sabia que a sua conduta era
penalmente ilícita, considerando que sempre morou no campo e que o seu sustento sempre
esteve ligado à fauna e à flora locais.
Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que NÃO há
crime, em razão do:
a) erro de proibição direto, excluindo-se a culpabilidade;
b) erro de proibição indireto, excluindo-se a ilicitude;
c) erro de tipo permissivo, excluindo-se a tipicidade;
d) erro de permissão, excluindo-se a tipicidade;
e) erro mandamental, excluindo-se a ilicitude.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, a questão deixa claro que o agente não sabia que a sua conduta era penalmente
ilícita, pois “sempre morou no campo e que o seu sustento sempre esteve ligado à fauna e à flora
locais”. Logo, o agente praticou fato típico e ilícito, mas por desconhecer a ilicitude do fato, de
maneira que há, aqui, erro de proibição direto, excluindo-se aculpabilidade, na forma do art. 21
do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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Pelas demais circunstâncias do caso, fica evidenciado tratar-se de erro de proibição inevitável,
pois o agente não tinha condições de ter ou atingir a consciência da ilicitude, eis que se tratava
de pessoa humilde e analfabeta, com 70 anos de idade, residente em zona rural e que sempre
extraiu seu sustento da natureza.
GABARITO: LETRA A
3. (FGV - Alun Of (PM AC)/PM AC/Combatente/2023)
João, sabendo que o seu desafeto, José, passa por determinada rua todos os dias por volta das
19h, ao retornar do trabalho, resolve aguardá-lo em uma esquina, para matá-lo. No horário
mencionado, João vê José e efetua cinco disparos de arma de fogo na direção do desafeto. No
entanto, José não é atingido, mas sim Frederico, que surgiu ali repentinamente, e veio a óbito no
local. Acerca dessa situação, podemos afirmar que João responderá por homicídio
a) doloso consumado em face de Frederico em concurso formal.
b) doloso tentado, uma vez que os disparos não atingiram a vítima pretendida.
c) doloso consumado em face de Frederico como se tivesse sido contra José.
d) culposo tentado, uma vez que não ocorreu o resultado por ele planejado.
e) culposo consumado em face de Frederico, vítima efetivamente atingida.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, João responderá por homicídio doloso consumado em face de Frederico como se
tivesse sido contra José, eis que se trata de hipótese de erro na execução (aberratio ictus),
respondendo o agente como se tivesse atingido a pessoa que pretendia atingir (teoria da
equivalência), nos termos do art. 73 c/c art. 20, §3º do CP:
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente,
ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa,
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a
pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Art. 20 (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da
vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: LETRA C
4. (FGV - JE TJMS/TJ MS/2023)
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Eriberto, casado com Filomena, por estar tendo um relacionamento extraconjugal, e desejoso de
viver com a amante, decide matar Filomena. Sabedor de que ela tem o hábito de tomar um copo
de leite de manhã cedo, Eriberto, tarde da noite, adiciona poderoso veneno em sua bebida. Na
manhã seguinte, quando vai se servir do leite envenenado, Filomena o oferece ao filho único do
casal, Júnior, de 7 anos de idade, que, assim como a mãe, bebe o produto. Quando Eriberto
chega na cozinha e encontra a mulher e o filho desfalecidos, aciona o serviço médico de urgência
(SAMU), que logo chega ao local, levando Filomena e Júnior ao hospital. O atendimento médico
evita a morte de Filomena, mas a criança acaba morrendo, em decorrência da intoxicação.
Diante do caso narrado, é correto afirmar que Eriberto:
a) responderá, em concurso material, por homicídio culposo em relação à morte de Júnior, bem
como por tentativa de feminicídio da vítima Filomena, com a qualificadora do emprego de
veneno;
b) responderá, em concurso formal impróprio, por homicídio culposo em relação à morte de
Júnior, podendo vir a ser beneficiado com o perdão judicial, bem como por lesão corporal no
tocante à vítima Filomena, reconhecendo-se a desistência voluntária;
c) responderá, em concurso formal próprio, por homicídio doloso em relação à morte de Júnior,
com a qualificadora do emprego de veneno e o aumento de pena decorrente de haver praticado
o delito contra pessoa menor de 14 anos de idade, bem como por tentativa de feminicídio da
vítima Filomena, com a qualificadora do emprego de veneno;
d) responderá, em concurso formal impróprio, por homicídio doloso em relação à morte de
Júnior, com a qualificadora do emprego de veneno e o aumento de pena decorrente de haver
praticado o delito contra pessoa menor de 14 anos de idade, bem como por tentativa de
feminicídio da vítima Filomena, com a qualificadora do emprego de veneno;
e) responderá, em concurso formal próprio, por homicídio culposo em relação à morte de Júnior,
podendo vir a ser beneficiado com o perdão judicial, bem como por lesão corporal qualificada no
tocante à vítima Filomena, reconhecendo-se o arrependimento eficaz.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, houve erro na execução (aberratio ictus) com resultado duplo, pois o agente, por
acidente, acabou atingindo pessoa diversa daquela que pretendia, embora tenha atingido
também a pessoa pretendida. Vejamos:
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente,
ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa,
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a
pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, responderá em concurso formal pelos crimes cometidos contra Filomena e Júnior. Mas
quais crimes?
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Em relação a Júnior, houve um homicídio culposo, mas é possível o reconhecimento do perdão
judicial, pois as consequências da infração atingiram o próprio agente de forma tão grave (morte
do próprio filho) que a sanção penal se mostra desnecessária, nos termos do art. 121, §5º do CP:
Art. 121 (...) § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de
aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº
6.416, de 24.5.1977)
No que tange a Filomena, o agente iniciou a execução de um feminicídio (homicídio qualificado
por ter sido praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino), art. 121, §2º, VI
do CP. Todavia, a questão deixa claro que, após finalizar a execução e ver esposa e filhos caídos
no chão, o próprio agente agiu para tentar impedir o resultado, tendo conseguido evitar a morte
da esposa. Logo, em relação a Filomena deve ser reconhecido o arrependimento eficaz, previsto
no art. 15 do CP, de forma que o agente não responderá por feminicídio tentado, respondendo
apenas pelos atos já praticados, no caso, lesão corporal qualificada por ser praticada contra a
mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do art. 129, §13 do CP.
GABARITO: LETRA E
5. (VUNESP - JE TJRJ/TJ RJ/2023)
Caio e Tício são sócios em uma sociedade empresária. Caio decide matar Tício e, sabedor que
Tício é a primeira pessoa a chegar ao local de trabalho comum pela manhã, planeja uma
emboscada. Caio aguarda Tício e, assim que vislumbra um vulto, que pensa ser o sócio
adentrando a empresa, dispara um projétil de arma de fogo. Posteriormente, verifica-se que o
vulto se tratava de um sequestrador que abordara Tício na porta da empresa e que, no momento
do disparo, mantinha Tício refém, sob arma de fogo. O sequestrador morre em razão do disparo.
Nessas circunstâncias, é correto afirmar que:
a) socorre Caio o exercício regular de direito, pois, mesmo sem ter ciência da ofensa à
integridadede Tício, agiu contra pessoa que invadia os limites de sua empresa, respondendo
apenas por conduta culposa.
b) não se vislumbra reprovação social na conduta de Caio, com o consequente afastamento da
culpabilidade.
c) Caio responderá pela morte do sequestrador, como se contra Tício houvesse atentado.
d) ainda que Caio não tivesse ciência da ação do sequestrador, aplicar-se-á em seu favor a
excludente de ilicitude da legítima defesa de terceiro.
e) a situação equipara Caio ao agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.
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Nesse caso, Caio pretendia matar Tício e, por erro sobre a pessoa, acabou acertando o
sequestrador. O erro sobre a pessoa não isenta de pena o agente, que responderá pelo crime
como se tivesse atingido a pessoa que pretendia atingir (teoria da equivalência), nos termos do
art. 20, §3º do CP:
Art. 20 (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da
vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Mas, professor, não é possível reconhecer a legítima defesa de terceiro? Não, pois apesar de
Tício estar em situação de agressão injusta atual ou iminente contra sua vida, Caio não atirou
contra o sequestrador para repelir a injusta agressão, pois Caio sequer sabia dessa situação.
Ausente o “conhecimento da situação justificante”, não há que se falar em legítima defesa.
GABARITO: LETRA C
6. (FGV / 2022 / PCERJ)
Perseu, funcionário da loja Olimpo, tem sua atenção chamada para um telefone celular de última
geração, exibido por Medusa, outra funcionária do estabelecimento. Ciente de que o salário que
ambos recebem não permitiria a aquisição do referido aparelho, Perseu passa a questionar a
origem do bem, sendo informado que Medusa o havia recebido de presente de Teseu, seu
namorado. Perseu, então, monta um plano para furtar o celular, aproveitando o término
antecipado do seu expediente para levar a bolsa de Medusa. Chegando em casa, constata que
no interior da bolsa havia uma carteira com cartões e sem dinheiro, maquiagem, guarda-chuva,
óculos de sol, óculos de grau, fones de ouvido e o carregador do celular, vindo a descobrir, por
terceiros, que o telefone estava em poder de Medusa, permanecendo o tempo todo no bolso
traseiro da sua calça.
Diante do narrado, Perseu: 
(A) responderá por furto, por erro acidental; 
(B) responderá por furto, por erro na execução do crime; 
(C) não responderá por furto, por erro acidental; 
(D) não responderá por furto, por erro na execução do crime; 
(E) não responderá por furto, por erro de proibição.
COMENTÁRIOS
Nesse caso houve o que se chama de erro sobre o objeto (error in objecto), modalidade de erro
acidental na qual o agente apenas se equivoca quanto ao objeto material do crime, mas isso não
afasta sua responsabilidade penal (ex.: invadir uma casa para furtar um relógio de marca e se
confundir, subtraindo uma réplica).
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GABARITO: Letra A
7. (FGV / 2022 / PM-AM)
Durante operação policial, Alberto, ao incursionar por uma viela, se depara com Sérgio portando
um guarda-chuva. Devido à tensão do momento, Alberto pensa que o objeto nas mãos de Sérgio
é uma arma de fogo e, em razão disso, efetua disparo com sua arma, o que leva Sergio a óbito.
Nesse caso, é correto afirmar que a hipótese é de erro de tipo
A) essencial, na modalidade erro provocado por terceiro.
B) acidental, na modalidade erro na execução.
C) acidental, na modalidade erro sobre a pessoa.
D) essencial, na modalidade erro de tipo permissivo ou delito putativo por erro de tipo.
E) essencial, na modalidade erro de tipo incriminador.
COMENTÁRIOS
Nesse caso houve o que se chama de erro de tipo permissivo, pois houve um erro sobre os
pressupostos fáticos de uma causa de justificação, ou seja, uma situação de descriminante
putativa (no caso, legítima defesa putativa) por erro sobre as circunstâncias fáticas. O agente
policial atuou acreditando que havia uma situação de agressão injusta iminente contra sua vida
(acreditou que havia um criminoso armado prestes a atirar contra o agente policial), motivo pelo
qual atuou com a intenção de repelir a injusta agressão iminente (agressão injusta que NÃO
existia).
Nesse caso, aplica-se o art. 20,§1º do CP:
Art. 20 (...) § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Ou seja, o agente será isento de pena, a menos que se considere que o erro cometido deriva de
culpa (caso se entenda que o agente poderia ter sido mais cauteloso nas circunstâncias), hipótese
na qual será responsabilizado na forma culposa (no caso, homicídio culposo).
Todavia, a letra D, dada como correta, contém um erro. Apesar de se tratar de erro de tipo
permissivo, não se trata de delito putativo por erro de tipo. Delito putativo por erro de tipo
ocorre quando o agente pratica um INDIFERENTE PENAL (conduta sem relevância penal), mas
acredita que está praticando crime (ex.: transporta sal de cozinha acreditando que é cocaína. O
agente acredita estar praticando crime, mas não está praticando conduta típica). Portanto, a
questão deveria ter sido anulada, por não haver resposta correta.
GABARITO: Letra D (ANULÁVEL)
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8. (FGV / 2022 / PCERJ)
Em determinado set de filmagens, Hades, produtor técnico, entrega arma de fogo verdadeira,
devidamente municiada, para o ator Ares, fazendo-o acreditar que se trata de arma cenográfica,
sem potencial de efetuar disparos. Já tendo lido o script e presenciado os ensaios, Hades sabia
previamente que, nas cenas que seriam filmadas, Ares deveria apontar a arma para Atena e, após
breve diálogo, efetuar o disparo para a cena fatal. Querendo a morte de Atena, em razão de
desavenças pretéritas, Hades faz a substituição da arma, fornecendo-a diretamente a Ares,
irrogando o famoso “quebre a perna”. Ares efetua o disparo e ceifa a vida de Atena.
Do ponto de vista jurídico-penal: 
(A) Ares e Hades responderão por homicídio doloso, o primeiro como autor e o segundo como
partícipe; 
(B) Ares e Hades responderão por homicídio doloso, o primeiro como partícipe e o segundo
como autor; 
(C) Ares e Hades responderão por homicídio doloso, como coautores; 
(D) Ares responderá por homicídio culposo e Hades por homicídio doloso; 
(E) Ares não responderá por crime e Hades responderá por homicídio doloso.
COMENTÁRIOS
Quanto à responsabilização de Hades (agente provocador), não há discussão, na medida em que
se valeu de Ares como mero instrumento para alcançar o resultado, configurando verdadeira
autoria mediata decorrente de erro determinado por terceiro.
Quanto à responsabilização de ARES, o ator que efetuou o disparo, certamente não é possível
sua responsabilização na forma dolosa, eis que incorreu em erro de tipo essencial determinado
por terceiro, o que afasta o dolo, na forma do art. 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Porém, seria possível sua responsabilização na forma culposa?
Tal só seria possível se considerarmos que ARES (agente provocado e mero executor) cometeu
erro evitável pelas circunstâncias, ou seja,que o erro de ARES (o ator) deriva de culpa1. Para
chegarmos a essa conclusão, seria necessário acreditar que ARES possuiria um dever objetivo de
1 MASSON, Cléber. Direito Penal. Vol. 1, Ed. Método – 3º edição, São Paulo/SP, 2009. P. 288
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cuidado consistente na obrigação de checar a arma antes de utilizá-la na cena, o que não parece
a solução adequada.2
Pelo princípio da confiança, de crucial aplicação para a perfeita interpretação da existência (ou
não) de um suposto dever objetivo de cuidado, não age com culpa aquele que atua na legítima
expectativa de que os demais envolvidos no evento criminoso agirão dentro da lei, cumprindo
cada um o seu dever.
Assim, hipoteticamente, se numa sala de cirurgia o médico recebe do instrumentador um bisturi
não esterilizado e o utiliza, causando a morte do paciente, naturalmente que o médico não terá
agido com culpa, eis que apenas agiu na legítima expectativa de que o instrumento estava
pronto (e em perfeitas condições) para uso, não sendo razoável imaginar que o médico tivesse a
obrigação de checar se o instrumento havia passado pelo processo de esterilização.
Posto isso, concluir que ARES teria agido com culpa no que tange ao resultado narrado na
questão implicaria dizer que ele deveria ter checado se a arma era verdadeira e estava
municiada, o que não parece adequado.
Nem se pode invocar que ARES deveria saber tratar-se de uma arma real, e não uma arma
cenográfica, eis que nem todas as pessoas possuem conhecimento técnico suficiente para realizar
tal distinção. Diferentemente seria o caso de ARES, além de ator, ser um conhecido entusiasta de
armas, alguém com profundo conhecimento em armas de fogo, e capaz de perceber a diferença
prima facie.
Como a questão não traz qualquer elemento nesse sentido, não há como se admitir que ARES
responda por homicídio culposo.
Inicialmente a Banca considerou (bizarramente) como correta a assertiva que diz que a Hades
responderá por homicídio doloso e Ares responderá por homicídio culposo. Porém, após muita
(legítima) gritaria, inclusive com recurso elaborado pelo Prof. Renan Araujo, o gabarito foi
alterado para a alternativa correta: Ares (o ator) não responderá por crime e Hades responderá
por homicídio doloso.
GABARITO: Letra E
9. (FGV/2021/TJSC/NOTÁRIO)
Hugo, funcionário de estabelecimento comercial, insatisfeito com seu empregador e querendo
causar-lhe prejuízo, devidamente uniformizado e identificado, entrega a Jairo, cliente da loja, um
aparelho celular que estava exposto à venda, dizendo tratar-se de um brinde. Jairo, então, coloca
o aparelho em seu bolso e sai da loja, quando é imediatamente abordado por seguranças do
local, que encontram o objeto em sua posse e o levam à delegacia de polícia, onde foi indiciado
pelo crime de furto.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que Jairo:
2 CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Geral. 7º edição. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015,
p.216/217
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A) poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas com causa de diminuição de pena,
pois agiu em erro de proibição evitável;
B) poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas apenas na modalidade culposa, pois
agiu em erro de tipo acidental;
C) não poderá ser punido pelo crime imputado, pois estará isento de pena em razão de erro de
proibição inevitável;
D) não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo provocado por terceiro;
E) não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo acidental. 
COMENTÁRIOS
Quanto à responsabilização Hugo (agente provocador), não há discussão, na medida em que se
valeu de Jairo como mero instrumento para alcançar o resultado (o prejuízo patrimonial ao
empregador), configurando verdadeira autoria mediata decorrente de erro determinado por
terceiro.
Quanto à responsabilização de Jairo, certamente não é possível sua responsabilização na forma
dolosa, eis que incorreu em erro de tipo essencial determinado por terceiro, o que afasta o dolo,
na forma do art. 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Jairo pegou para si a coisa alheia móvel porque acreditava ser sua (acreditava ter sido agraciado
com um presente).
Logo, Jairo somente poderia ser responsabilizado (na forma culposa) se ficasse evidenciado que
houve pelo menos culpa de sua parte e desde que houvesse punição pelo crime de furto na
forma culposa. Esses requisitos, porém, não estão presentes.
GABARITO: Letra D
10. (FGV/2021/TJRO)
Ao lado das hipóteses de erros essenciais figuram os chamados erros acidentais, que, ao
contrário daqueles, incidem sobre elementos não essenciais à configuração do crime, não
afetando a decisão a respeito da imputação. Uma hipótese de erro acidental é:
A) erro de tipo;
B) erro sobre a pessoa;
C) erro de proibição; 
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D) descriminantes putativas;
E) erro mandamental.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, apenas o erro sobre a pessoa configura uma hipótese de erro acidental. O erro de
tipo e o erro de proibição configuram outras modalidades de erro. As descriminantes putativas, a
seu turno, podem configurar erro de tipo permissivo ou erro de proibição indireto, não se
tratando de erro acidental.
Por fim, o erro mandamental nada mais é que o erro em crimes omissivos, decorrente do
desconhecimento da norma mandamental (norma que determina o agir, criminalizando a
omissão) ou do desconhecimento das circunstâncias fáticas que obrigariam a atuação do agente
que se omitiu.
GABARITO: Letra B
11. (FGV/2018/MPE-AL)
Durante uma festa rave, Bernardo, 19 anos, conhece Maria, e, na mesma noite, eles vão para um
hotel e mantém relações sexuais. No dia seguinte, Bernardo é surpreendido pela chegada de
policiais militares no hotel, que realizam sua prisão em flagrante, informando que Maria tinha
apenas 13 anos. Bernardo, então, é encaminhado para a Delegacia, apesar de esclarecer que
acreditava que Maria era maior de idade, devido a seu porte físico e pelo fato de que era
proibida a entrada de menores de 18 anos na festa rave. Diante da situação narrada, Bernardo
agiu em
A) erro de tipo, tornando a conduta atípica.
B) erro de tipo, afastando o dolo, mas permitindo a punição pelo crime de estupro de vulnerável
culposo.
C) erro de proibição, afastando a culpabilidade do agente pela ausência de potencial
conhecimento da ilicitude.
D) erro sobre a pessoa, tornando a conduta atípica.
E) erro de tipo permissivo, gerando causa de redução de pena.
COMENTÁRIOS
Em tese, Bernardo teria praticado o delito do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável), por ter
mantido relação sexual com pessoa menor de 14 anos. Contudo, no caso concreto, podemos
afirmar que o agente agiu em erro de tipo essencial, pois representou equivocadamente a
realidade (acreditava que Maria tivesse mais de 14 anos), incorrendo em erro sobre um dos
elementos que integram o tipo penal (ser a vítima menor de 14 anos), nos termos do art. 20 do
CP.
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Logo, não será punido na forma dolosa. Seria possível a punição na forma culposa se: a)
pudéssemos considerar tratar-se de erro evitável; b) houvesse o tipo penal de estupro de
vulnerável na forma culposa. Ainda que o primeiro requisito pudesse estar presente, o segundo
certamente não está, logo, a conduta de Bernardo será necessariamente considerada atípica.
GABARITO:Letra A
12. (FGV/2020/MPE-RJ)
Thiago, pessoa financeiramente humilde, alugou uma bicicleta avaliada em R$ 2.000,00 pelo
período de 2 (duas) horas para ir até uma entrevista de emprego. Após a entrevista, chateado por
não ter conseguido a vaga pretendida, acabou por pegar a bicicleta de outra pessoa que estava
estacionada no mesmo local, acreditando ser a que alugara. Apesar de o modelo e o valor da
bicicleta serem idênticos ao da que havia alugado, as cores eram diferentes. Cinco minutos
depois, Thiago veio a ser abordado por policiais militares que souberam dos fatos, sendo
indiciado, em sede policial, pela prática do crime de furto simples doloso.
No momento do oferecimento da denúncia, o promotor de justiça deverá concluir que a conduta
de Thiago é:
A) típica, mas deverá ser reconhecida causa de diminuição de pena em razão do erro de
proibição, que não era inevitável;
B) típica, mas deverá ser imputado o crime contra o patrimônio de natureza culposa, já que o erro
de tipo era evitável;
C) atípica, em razão do reconhecimento do princípio da insignificância;
D) atípica, diante do erro de proibição;
E) atípica, diante do erro de tipo.
COMENTÁRIOS
Nesse caso o agente subtraiu para si coisa alheia móvel, o que configuraria furto (art. 155 do CP).
Porém, podemos afirmar que o agente agiu em erro de tipo essencial, pois representou
equivocadamente a realidade (acreditava ser sua a coisa que pegou), incorrendo em erro sobre
um dos elementos que integram o tipo penal (“coisa alheia”), nos termos do art. 20 do CP.
Como não existe punição para o crime de furto na forma culposa, ainda que se se tratasse de
erro evitável, o agente não seria responsabilizado criminalmente. Logo, sua conduta é atípica.
GABARITO: Letra E
13. (FGV/2021/FUNSAÚDE)
Durante operação policial em localidade com presença de criminosos armados, o policial
Jonathan, temendo pela sua integridade física e de seus colegas policiais, se assusta ao ver sair
de uma casa um homem segurando um guarda-chuva com ponta metálica.
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Por pensar tratar-se de uma arma de fogo e não de um guarda-chuva, Jonathan atira e vem a
matar a vítima, Caio, que saía de casa em direção ao trabalho.
Acerca do erro praticado por Jonathan, assinale a opção que indica a tese de direito material que
poderia ser usada em sua defesa. 
A) Erro de proibição, que, se for entendido como inevitável, isenta de pena e se for evitável
poderá reduzi-la de um sexto a um terço, nos termos do Art. 21 do CP.
B) Erro de tipo incriminador, na medida em que errou sobre um elemento constitutivo do crime, o
que poderia, nos termos do Art. 20, caput, do CP, afastar o dolo e permitir a punição por crime
culposo, que existe no caso do homicídio.
C) Erro na execução, na medida em que pensou que Caio estivesse portando uma arma de fogo,
o que faz com que ele seja isento de pena, nos termos do Art. 73 do CP.
D) Erro de tipo permissivo, previsto no Art. 20, § 1º, do CP, na medida em que acreditava estar
diante de uma situação fática que, se existisse, tornaria sua ação legítima. Se o erro for tido como
justificável, ficará isento de pena. Caso se entenda como evitável, responderá pelo crime na
modalidade culposa, legalmente prevista no caso do homicídio. 
E) Erro sobre o objeto, modalidade de erro acidental na qual o agente confunde um objeto com
outro, o que poderá isentar o réu de pena.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, o agente policial agiu acreditando estar atuando em legítima defesa, pois imaginou
tratar-se de um criminoso armado e, portanto, imaginou haver situação fática (agressão injusta
iminente) que autorizaria sua conduta (autorizaria a legítima defesa).
Houve, portanto, legítima defesa putativa. No caso, uma descriminante putativa por erro sobre as
circunstâncias fáticas.
Assim, houve o que se chama de erro de tipo permissivo, previsto no Art. 20, § 1º, do CP, na
medida em que acreditava estar diante de uma situação fática que, se existisse, tornaria sua ação
legítima. Se o erro for tido como justificável, ficará isento de pena. Caso se entenda como
evitável, responderá pelo crime na modalidade culposa, legalmente prevista no caso do
homicídio:
Art. 20 (...) § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: Letra D
14. (FGV / 2019 / OAB)
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Regina dá à luz seu primeiro filho, Davi. Logo após realizado o parto, ela, sob influência do
estado puerperal, comparece ao berçário da maternidade, no intuito de matar Davi. No entanto,
pensando tratar-se de seu filho, ela, com uma corda, asfixia Bruno, filho recém-nascido do casal
Marta e Rogério, causando-lhe a morte. Descobertos os fatos, Regina é denunciada pelo crime
de homicídio qualificado pela asfixia com causa de aumento de pena pela idade da vítima.
Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Regina, em alegações finais da primeira
fase do procedimento do Tribunal do Júri, deverá requerer
A) o afastamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio simples
com causa de aumento, diante do erro de tipo.
B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não podendo ser
reconhecida a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser descendente da agente.
C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução (aberratio ictus),
podendo ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são
consideradas as características de quem se pretendia atingir.
D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser
reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as
características de quem se pretendia atingir.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, houve erro sobre a pessoa (error in persona), modalidade de erro acidental prevista
no art. 20, §3º do CP:
Art. 20 (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da
vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Não há que se falar em erro na execução (aberratio ictus), pois a execução foi perfeitamente
realizada. O erro ocorre antes da execução, no momento da representação da vítima, da
visualização de quem seria o alvo da conduta.
Logo, pela teoria da equivalência, devemos considerar as condições da vítima visada (e não as da
vítima atingida). Assim, Regina responderá como se tivesse matado o próprio filho.
Quando a mãe, sob a influência do estado puerperal, mata o próprio filho, durante o parto ou
logo após, há crime de infanticídio (art.123 do CP) e não homicídio. Deve haver, portanto, a
desclassificação para infanticídio.
Porém, não será aplicada a agravante de ter sido o crime praticado contra descendente (art. 61,
II, “e” do CP), pois tal circunstância já é elemento do tipo, e sua consideração também como
agravante no infanticídio geraria bis in idem, ou seja, dupla punição pelo mesmo
fato/circunstância.
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GABARITO: Letra B
15. (FGV – 2019 – DPE-RJ – TÉCNICO JURÍDICO)
Ao final das comemorações da noite de Natal com sua família, Paulo, quando deixava o local,
acabou por levar consigo o presente do seu primo Caio, acreditando ser o seu, tendo em vista
que as caixas dos presentes eram idênticas. Após perceber o sumiço doseu presente e
acreditando ter sido vítima de crime patrimonial, Caio compareceu à Delegacia para registrar o
ocorrido, ocasião em que foram ouvidas testemunhas presenciais, que afirmaram ter visto Paulo
sair com aquele objeto. Paulo, ao tomar conhecimento da investigação, compareceu em sede
policial e indicou onde o objeto estava, sendo o bem apreendido no dia seguinte em sua
residência. Preocupado com sua situação jurídica, Paulo procurou a Defensoria Pública.
Sob o ponto de vista jurídico, sua conduta impõe o reconhecimento de que:
A) ocorreu erro de proibição, afastando a culpabilidade ou gerando causa de redução de pena, a
depender de ser considerado vencível ou invencível;
B) foi praticado crime de furto, mas deverá ser reconhecida a causa de diminuição de pena do
arrependimento posterior;
C) houve erro sobre a pessoa, devendo ser consideradas as características daquele que se
pretendia atingir;
D) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja considerada
atípica;
E) houve erro na execução (aberratio ictus), logo a conduta deverá ser considerada atípica.
COMENTÁRIOS
Neste caso, houve erro DE TIPO. O agente (Paulo) sabe que subtrair coisa alheia móvel é crime
(não há, portanto, erro sobre a ilicitude da conduta). Todavia, Paulo acredita que está pegando
coisa própria, e não coisa alheia. Veja, portanto, que o erro de Paulo incide sobre um dos
elementos do tipo (o elemento “coisa alheia”, já que acredita ser coisa própria). Assim, temos
erro de tipo.
GABARITO: LETRA D
16. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Pedro, jovem rebelde, sai à procura de
Henrique, 24 anos, seu inimigo, com a intenção de matá-lo, vindo a encontrá-lo
conversando com uma senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e
cujo porte era autorizado, e dispara em direção ao rival. Ao mesmo tempo, a senhora
dava um abraço de despedida em Henrique e acaba sendo atingida pelo disparo.
Henrique, que não sofreu qualquer lesão, tenta salvar a senhora, mas ela falece.
Diante da situação narrada, em consulta técnica solicitada pela família, deverá ser esclarecido
pelo advogado que a conduta de Pedro, de acordo com o Código Penal, configura
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A)  crime de homicídio doloso consumado, apenas, com causa de aumento em razão da idade da
vítima. 

B)  crime de homicídio doloso consumado, apenas, sem causa de aumento em razão da idade da
vítima. 

C)  crimes de homicídio culposo consumado e de tentativa de homicídio doloso em relação a
Henrique. 

D)  crime de homicídio culposo consumado, sem causa de aumento pela idade da vítima. 

COMENTÁRIOS
No presente caso tivemos um homicídio doloso consumado, pois houve erro na execução, na
forma do art. 73 do CP. Não há aumento de pena em razão da agravante de ter sido praticado
contra pessoa idosa, pois consideram-se as condições pessoais da vítima visada, e não as da
vítima atingida, nos termos do art. 73 c/c art. 20, §3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
17. (FGV – 2017 – OAB – XXII EXAME DE ORDEM) Tony, a pedido de um colega, está
transportando uma caixa com cápsulas que acredita ser de remédios, sem ter
conhecimento que estas, na verdade, continham Cloridrato de Cocaína em seu interior.
Por outro lado, José transporta em seu veículo 50g de Cannabis Sativa L. (maconha), pois
acreditava que poderia ter pequena quantidade do material em sua posse para fins
medicinais.
Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreensão das drogas, denunciados pela
prática do crime de tráfico de entorpecentes.
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tony e José deverá alegar em
favor dos clientes, respectivamente, a ocorrência de
A)  erro de tipo, nos dois casos. 

B)  erro de proibição, nos dois casos. 

C)  erro de tipo e erro de proibição. 

D)  erro de proibição e erro de tipo.
COMENTÁRIOS
No primeiro caso temos erro de tipo, previsto no art. 20 do CP, pois o agente praticou o fato
típico por incidir em ERRO sobre um dos elementos do tipo penal (substância entorpecente), já
que acredita que não se tratava de substância entorpecente, e sim de remédio.
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No segundo caso tivemos erro de proibição, pois o agente sabia exatamente o que estava
carregando, mas acreditava que sua conduta era lícita perante o Direito Penal, ou seja, trata-se
de um erro sobre a existência ou limites da norma penal. Portanto, ERRO DE PROIBIÇÃO, nos
termos do art. 21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
18. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa
10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia, seu adversário no campeonato do
bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vê, de costas, um jogador com a
camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de
fogo, mas, na verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que
substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, Rodrigo faleceu.
Considerando a situação narrada, assinale a opção que indica o crime cometido por
Wellington.
A) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro na
execução.
B) Homicídio consumado, considerando-se as características de Rodrigo.
C) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro sobre a
pessoa.
D) Tentativa de homicídio contra Ronaldo e homicídio culposo contra Rodrigo.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, temos o fenômeno do erro sobre a pessoa, previsto no art. 20, §3º do CP. Neste
caso, o agente responde pelo crime de acordo com as características da vítima pretendida, e não
de acordo com as características da vítima atingida. Assim, Wellington responderá por homicídio
doloso consumado, considerando-se as características pessoais de Ronaldo, a vítima visada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
19. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade
quando teve ini ́cio uma discussa ̃o sobre futebol. Pedro, objetivando atingir Paulo, desfere
contra ele um disparo que atingiu o alvo desejado e tambe ́m terceira pessoa que se
encontrava no local, certo que ambas as vítimas faleceram, inclusive aquela cuja morte
na ̃o era querida pelo agente.
Para resolver a questa ̃o no campo jurídico, deve ser aplicada a seguinte modalidade de erro:
A) erro sobre a pessoa.
B) aberratio ictus.
C) aberratio criminis.
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D) erro determinado por terceiro.
COMENTÁRIOS
Neste caso ocorreu aberratio ictus, ou erro na execução, pois em virtude de acidente o agente
atingiu pessoa diversa daquela que pretendia atingir (embora também tenha atingido a vítima
visada, motivo pelo qual responderá pelos dois delitos em concurso formal, nos termos do art. 73
c/c art. 70 do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
20. (FGV – 2014 – OAB – XIV EXAME DE ORDEM) Eslow, holandês e usuário de maconha,
que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do
Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensão, fumar um cigarro
de maconha nas arquibancadas do estádio. Imediatamente, os policiais militares de
plantão o prenderam e o conduziram à Delegacia de Polícia. Diante do Delegado de
Polícia, Eslow, completamente assustado, afirma que não sabia que no Brasil a utilização
de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu país, é um hábito assistir a
jogos de futebol fumando maconha.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a principal tese defensiva.
a) Eslow está em erro de tipo essencialescusável, razão pela qual deve ser absolvido.
b) Eslow está em erro de proibição direto inevitável, razão pela qual deve ser isento de pena.
c) Eslow está em erro de tipo permissivo escusável, razão pela qual deve ser punido pelo crime
culposo.
d) Eslow está em erro de proibição, que importa em crime impossível, razão pela qual deve ser
absolvido.
COMENTÁRIOS
Na hipótese narrada o agente se encontra em ERRO DE PROIBIÇÃO, pois incidiu em erro sobre a
existência de norma incriminadora. Quanto a ser, ou não, um erro evitável, trata-se de uma
questão mais nebulosa. O enunciado, contudo, tenta deixar claro que o agente, de fato, não
sabia e nem poderia saber da proibição, já que é pessoa que nunca viajou para fora da Holanda,
etc. Assim, o enunciado deixa transparecer que se trata de erro de proibição inevitável e, sendo
assim, o agente fica isento de pena, por força do art. 21 do CP.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
21. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA) Acerca da culpabilidade no estudo da
teoria do crime, assinale a afirmativa incorreta. 
a) Para a teoria normativa que surgiu com o finalismo, houve a migração do dolo e da culpa para
a tipicidade, passando a culpabilidade a ser um juízo de valor que se faz sobre a conduta típica e
ilícita.
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b) No tocante a imputabilidade, o Código Penal adotou o critério biopsicológico, sendo
indispensável que a causa geradora da inimputabilidade esteja presente no momento da
conduta.
c) No erro de proibição o erro recai sobre a ilicitude do fato, imaginando o agente ser lícito o que
é ilícito, podendo atenuar a culpabilidade, nunca, porém, a excluindo.
d) Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de tipo permissivo exclui o dolo; se o erro for
vencível há crime culposo se previsto em lei.
e) A coação moral irresistível pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro,
somente respondendo o autor da coação.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: A teoria normativa da culpabilidade surgiu para atender à teoria finalista do delito,
de forma que o dolo e a culpa foram transferidos da culpabilidade para o fato típico, restando a
culpabilidade como uma análise meramente normativa, um juízo de valor a respeito da conduta
do agente, à luz da norma penal;
B) CORRETA: O item está correto, pois o CP adotou o critério biopsicológico no que tange à
imputabilidade penal, devendo, no caso de inimputabilidade por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, a causa geradora da inimputabilidade estar
presente quando da realização da conduta. Apenas uma ressalva quanto a este item: O CP
também adotou o critério meramente biológico quanto à inimputabilidade, ao determinar que os
menores de 18 anos são inimputáveis;
C) ERRADA: O item está errado, pois embora a definição de erro de proibição esteja correta, o
item erra ao afirmar que o erro de proibição nunca poderá excluir a culpabilidade, pois o erro de
proibição, quando inevitável, exclui a culpabilidade, na forma do art. 21 do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
D) CORRETA: O item está correto, pois a teoria limitada da culpabilidade distingue as
descriminantes putativas em “de fato” e “de direito”. Esta teoria fora adotada pelo CP. Assim, no
erro de tipo permissivo, o agente fica isento de pena, caso se trate de erro inevitável. Caso se
trate de erro evitável, o agente responderá pelo delito na forma culposa (como punição por sua
falta de cuidado), conforme prevê o art. 20 do CP:
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
E) CORRETA: A coação moral irresistível, que é causa de exclusão da culpabilidade, pode ser
exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro. O que importa, aqui, é que a coação
tenha por finalidade atingir o agente, influenciando na sua tomada de decisão.
Portanto, A ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C.
22. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Jaime, brasileiro, passou a morar em um país
estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime tinha por hábito sempre
levar consigo acessórios de arma de fogo, o que não era proibido, levando-se em conta a
legislação vigente à época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal hábito foi mantido no país
estrangeiro que, em sua legislação, não vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime
resolve vir de férias ao Brasil. Além de matar as saudades dos familiares, Jaime também
queria apresentar o país aos seus dois filhos, ambos nascidos no estrangeiro. Ocorre que,
dois dias após sua chegada, Jaime foi preso em flagrante por portar ilegalmente acessório
de arma de fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis : “Portar,
deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar”.
Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hipótese de
A) erro de proibição direto.
B) erro de tipo essencial.
C) erro de tipo acidental.
D) erro sobre as descriminantes putativas.
COMENTÁRIOS
Partindo-se da premissa de que, de fato, Jaime não sabia que sua conduta era prevista como
crime, temos um caso de erro de proibição direto, pois recai sobre a potencial consciência da
ilicitude do fato em abstrato.
Nos termos do art. 21 do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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236
23. (FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase (Fev/2011) Joaquim,
desejoso de tirar a vida da própria mãe, acaba causando a morte de uma tia (por
confundi-la com aquela). Tendo como referência a situação acima, é correto afirmar que
Joaquim incorre em erro
A) de tipo essencial escusável – inevitável – e deverá responder pelo crime de homicídio sem a
incidência da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (haja vista que a vítima, de
fato, não era a sua genitora).
B) de tipo acidental na modalidade error in persona e deverá responder pelo crime de homicídio
com a incidência da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (mesmo que a
vítima não seja, de fato, a sua genitora).
C) de proibição e deverá responder pelo crime de homicídio qualificado pelo fato de ter
objetivado atingir ascendente (preserva-se o dolo, independente da identidade da vítima).
D) de tipo essencial inescusável – evitável –, mas não deverá responder pelo crime de homicídio
qualificado, uma vez que a pessoa atingida não era a sua ascendente.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, Joaquim praticou o que se chama de crime por erro sobre a pessoa, namedida
em que visualizou mal a vítima, mas acertou na execução. Nesse caso, o CP determina que o
agente seja punido pelo crime que tentou em relação à pessoa visada, e não em relação à
pessoa efetivamente atingida. Vejamos:
Art. 20 (...)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a afirmativa CORRETA É A LETRA B.
24. (FGV – 2013 – OAB – XII EXAME DE ORDEM) Bráulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula
em um show de rock, em uma casa noturna. Os dois, após conversarem um pouco,
resolvem dirigir-se a um motel e ali, de forma consentida, o jovem mantém relações
sexuais com Paula. Após, Bráulio descobre que a moça, na verdade, tinha apenas 13 anos
e que somente conseguira entrar no show mediante apresentação de carteira de
identidade falsa.
A partir da situação narrada, assinale a afirmativa correta.
A) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável doloso.
B) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável culposo.
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C) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de erro de tipo essencial.
D) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de erro de proibição direto.
COMENTÁRIOS
Em tese, Bráulio praticou o delito do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável), por ter mantido
relação sexual com pessoa menor de 14 anos. Contudo, no caso concreto, podemos afirmar que
Bráulio agiu em erro de tipo essencial, pois representou equivocadamente a realidade (acreditava
que Paula tivesse mais de 14 anos), incorrendo em erro sobre um dos elementos que integram o
tipo penal (ser a vítima menor de 14 anos), nos termos do art. 20 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
25. (FGV – 2010 – OAB – II EXAME DE ORDEM) Arlete, em estado puerperal, manifesta a
intenção de matar o próprio filho recém-nascido. Após receber a criança no seu quarto
para amamentá-la, a criança é levada para o berçário. Durante a noite, Arlete vai até o
berçário, e, após conferir a identificação da criança, a asfixia, causando a sua morte. Na
manhã seguinte, é constatada a morte por asfixia de um recém-nascido, que não era o
filho de Arlete.
Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mãe.
(A) Crime de homicídio, pois, o erro acidental não a isenta de reponsabilidade.
(B) Crime de homicídio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata de matar o próprio filho sob
influência do estado puerperal, não houve preenchimento dos elementos do tipo.
(C) Crime de infanticídio, pois houve erro quanto à pessoa.
(D) Crime de infanticídio, pois houve erro ssencial.
COMENTÁRIOS
No caso narrado no enunciado Arlete deverá responder pelo delito de infanticídio, previsto no
art. 123 do CP. Isso porque houve o que se chama de ERRO SOBRE A PESSOA, ou seja, Arlete
representou equivocadamente a realidade, agindo contra o filho de outra pessoa, acreditando
que estava praticando a conduta contra o próprio filho. Em casos tais, o agente responde pelo
delito como se tivesse atingido a pessoa que, de fato, pretendia atingir, nos termos do art. 20,
§3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
26. (FCC – 2019 – DPE-SP – DEFENSOR)
Daniel, com 18 anos de idade, conhece Rebeca, com 13 anos de idade, em uma festa e a
convida para sair. Os dois começam a namorar e, cerca de 6 meses depois, Rebeca decide perder
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a virgindade com Daniel. O rapaz, mesmo sabendo da idade da jovem e da proibição legal de
praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, ainda que com seu
consentimento, mantém relação sexual com Rebeca, acreditando que o fato de namorarem seria
uma causa de justificação que tornaria a sua conduta permitida, causa essa que, na verdade, não
existe. Ocorre que os pais de Rebeca, ao descobrirem sobre o relacionamento de sua filha com
Daniel, comunicaram os fatos à polícia. Daniel é denunciado pelo delito de estupro de vulnerável
e a defesa alega que ele agiu em erro. De acordo com a teoria limitada da culpabilidade, Daniel
incorreu em erro
A) de tipo.
B) sobre a pessoa.
C) de proibição direto.
D) de proibição indireto.
E) de tipo permissivo.
COMENTÁRIOS
Aqui temos a figura do erro de proibição indireto. O agente sabe que sua conduta está prevista
na lei como um fato típico (não há erro de proibição DIRETO, portanto). Todavia, apesar de ter
conhecimento disso, o agente acredita que, nas circunstâncias, existe na lei uma causa de
justificação para sua conduta, ou seja, que existe na lei uma excludente de ilicitude em seu favor
(que não existe, não tem previsão legal).
GABARITO: Letra A
27. (FCC – 2018 – MPE-PB – PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O erro sobre elementos
do tipo, previsto no artigo 20 do Código Penal,
a) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
b) sempre isenta o agente de pena.
c) não isenta o agente de pena, mas esta será diminuída de um sexto a um terço.
d) não tem relevância na punição do agente, pois o desconhecimento da lei é inescusável.
e) se inevitável, isenta o agente de pena; se evitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um
terço.
COMENTÁRIOS
O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui dolo e também exclui qualquer
possibilidade de punição a título de culpa, caso se trate de erro inevitável; em se tratando de
erro de tipo evitável, será possível a punição a título culposo, desde que haja previsão legal.
Vejamos o art. 20 do CP:
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Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: Letra A
28. (FCC – 2018 – DPE-AM – DEFENSOR PÚBLICO) No Direito Penal brasileiro, o erro
a) sobre os elementos do tipo impede a punição do agente, pois exclui a tipicidade subjetiva em
todas as suas formas
b) determinado por terceiro faz com que este responda pelo crime.
c) sobre a pessoa leva em consideração as condições e qualidades da vítima para fins de
aplicação da pena.
d) de proibição exclui o dolo, tornando a conduta atípica.
e) sobre a ilicitude do fato isenta o agente de pena quando evitável.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui
dolo e também exclui qualquer possibilidade de punição a título de culpa, caso se trate de erro
inevitável; TODAVIA, em se tratando de erro de tipo EVITÁVEL, será possível a punição a título
culposo, desde que haja previsão legal. Vejamos o art. 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 20, §2º do CP:
Art. 20 (...) § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) ERRADA: Item errado, pois em havendo erro sobre a pessoa, devem ser consideradas as
condições pessoais da vítima VISADA e não as condições da vítima efetiva, na forma do art. 20,
§3º do CP:
Art. 20 (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da
vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) ERRADA: Item errado, pois o erro de proibição nãoafasta o dolo. Afasta a culpabilidade, se
inevitável; se evitável, é apenas causa de diminuição de pena, nos termos do art. 21 do CP.
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e) ERRADA: Item errado, pois o erro de proibição afasta a culpabilidade (isenta de pena) somente
e for um erro inevitável; se evitável, é apenas causa de diminuição de pena, nos termos do art. 21
do CP.
GABARITO: Letra B
29. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA) O erro de tipo, no Direito Penal,
a) exclui a culpabilidade subjetiva, impedindo a punição do agente.
b) quando escusável, permite a punição por crime culposo.
c) é incabível em crimes hediondos e equiparados.
d) é inescusável nos crimes da Lei de Drogas, no desconhecimento da lei penal.
e) incide sobre o elemento constitutivo do tipo e exclui o dolo.
COMENTÁRIOS
O erro de tipo (erro sobre os elementos constitutivos do tipo legal) exclui o dolo e a culpa, se for
um erro inevitável (escusável ou desculpável); em se tratando de erro de tipo evitável (inescusável
ou indesculpável), afasta-se a punição a título doloso, mas permite-se a punição a título culposo,
se houver previsão legal, na forma do art. 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
30. (FCC – 2017 – POLITEC-AP – PERITO MÉDICO LEGISTA) Após uma discussão em um bar,
Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige-se até sua residência onde arma-se de um
revólver. Ato contínuo, retorna ao estabelecimento e efetua um disparo em direção a
Roberto. Contudo, erra o alvo, atingindo Antônio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o
levemente no ombro. Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de
a) lesão corporal leve.
b) lesão corporal culposa.
c) homicídio tentado e lesão corporal leve.
d) lesão corporal culposa e tentativa de homicídio.
e) homicídio na forma tentada.
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COMENTÁRIOS
Neste caso houve erro na execução (aberratio ictus), de maneira que o agente responderá como
se tivesse atingido a pessoa que efetivamente pretendia atingir, na forma do art. 73 do CP, c/c
art. 20, §3º do CP. Neste caso, é irrelevante que o agente não tivesse dolo de matar em relação à
vítima ATINGIDA. Assim, responderá por tentativa de homicídio (homicídio na forma tentada).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
31. (FCC – 2015 – TCM-GO – PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da
culpabilidade, é correto afirmar que
a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena.
b) o erro invencível sobre a ilicitude do fato não isenta o réu de pena.
c) na coação moral irresistível o coator responde por dolo e o coacto por culpa.
d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade.
e) na obediência hierárquica é dispensável a existência de relação de direito público entre
superior e subordinado.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei é inescusável. Em havendo erro de
proibição ESCUSÁVEL o agente ficará isento de pena, nos termos do art. 21 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois em havendo erro de proibição ESCUSÁVEL (invencível) o agente
ficará isento de pena, nos termos do art. 21 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois na coação moral irresistível só responde o coator, nos termos do
art. 22 do CP.
d) CORRETA: As descriminantes putativas podem ser de fato ou de direito, ou seja, podem estar
relacionadas aos pressupostos objetivos de uma causa de justificação (erro de fato) ou sobre a
existência e limites da própria causa de justificação (erro de direito). Pela teoria limitada da
culpabilidade, adotada pelo CP, as primeiras recebem tratamento similar ao destinado ao erro de
tipo, e as segundas recebem o mesmo tratamento destinado ao erro de proibição. Isso não
significa, contudo, que as descriminantes putativas por erro de fato sejam SINÔNIMO de erro de
tipo. Não se trata de erro de tipo, pois o agente não comete qualquer equívoco quando aos
elementos que integram o tipo. Trata-se de erro quando à existência fática de uma excludente de
ilicitude, mas que por questões de política criminal recebe tratamento similar ao destinado ao
erro de tipo (o agente fica isento de pena se o erro é escusável ou responde na modalidade
culposa, se prevista em lei, caso o erro seja inescusável).
e) ERRADA: Item errado, pois tal relação é indispensável para a configuração da obediência
hierárquica.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
32. (FCC – 2015 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO) Se o agente oferece propina a um
empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa
privada com interesse exclusivamente particular, incide em
a) erro sobre a pessoa.
b) descriminante putativa.
c) erro de tipo.
d) erro sobre a ilicitude do fato inevitável.
e) erro sobre a ilicitude do fato evitável.
COMENTÁRIOS
Se o agente ignora a condição de funcionário público do agente, pode-se afirmar que ocorreu,
no caso em tela, ERRO DE TIPO (erro sobre um dos elementos que compõem o tipo penal),
previsto no art. 20 do CP.
Portanto, a ALTERNATIAVA CORRETA É A LETRA C.
33. (FCC – 2015 - TCE-CE - Procurador de Contas) A diferença entre erro sobre elementos do
tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstância de que
a) o erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade.
b) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade.
c) o erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto.
d) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro.
e) a discriminante putativa é o que distingue o erro de tipo do erro de fato.
COMENTÁRIOS
O erro de tipo escusável exclui o dolo, afastando-se, portanto, o fato típico (já que o dolo é
elemento da conduta, que é elemento do fato típico), nos termos do art. 20 do CP. Em se
tratando de erro inescusável se admite a punição a título de culpa, se houver previsão legal.
Em relação ao erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibição, caso escusável (desculpável),
exclui a culpabilidade do agente. Se inescusável, diminui a pena imposta, nos termos do art. 21
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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34. (FCC – 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que
a) o erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa
b) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal não exclui a possibilidade de punição por
crime culposo.
c) o erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena.
d) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade.
e) o erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena, considerando-se
as condições ou qualidades da vítima, e não as da pessoa contra quem o agente queria praticar o
crime.
COMENTÁRIOS
O erro de tipo (erro sobre elemento constitutivo do tipo penal) exclui o dolo, mas permite a
punição a título culposo, caso se trate de erro indesculpável e o tipo penal admita punição na
forma culposa, nos termos do art. 20 do CP.
O erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibição) isenta de pena (exclui a culpabilidade pela
ausência de potencial consciência da ilicitude, se desculpável. Em se tratando de erro
indesculpável, o agente não fica isento de pena, mas terá a pena diminuída, nos termos do art.acidental, não será possível aplicação de medida de segurança, 
pois essa visa ao tratamento do agente considerado doente, e que, por isso, oferece risco à sociedade 
(periculosidade). No caso da embriaguez acidental, o agente é sadio, tendo ingerido álcool por caso fortuito 
ou força maior. 
 E a embriaguez preordenada? A embriaguez preordenada é aquela na qual o agente se embriaga 
para praticar o crime. Ou seja, o agente não só quer ficar embriagado, ele quer ficar embriagado para praticar 
o crime. Tal embriaguez não afeta a imputabilidade do agente, ou seja, o agente é considerado imputável. 
Trata-se, ainda, de circunstância agravante da pena (a pena, portanto, será aumentada em razão de tal fato). 
Vejamos o seguinte esquema: 
 
 E a embriaguez patológica? A embriaguez patológica pode excluir a imputabilidade, desde que se 
configure como embriaguez verdadeiramente doentia (não apenas embriaguez habitual). Nesse caso, o 
agente será tratado como doente mental e, portanto, deverá ser dado ao agente o mesmo tratamento 
dispensado aos portadores de doença mental, desde que, frise-se, a embriaguez seja comprovadamente 
considerada patológica (doentia). 
3.2 Potencial consciência da ilicitude 
A potencial consciência da ilicitude é a possibilidade (daí o termo “potencial”) de o agente, de acordo com 
suas características, conhecer o caráter ilícito do fato6. Não se trata do parâmetro do homem médio, mas de 
uma análise da pessoa do agente. Assim, aquele que é formado em Direito, em tese, tem maior potencial 
consciência da ilicitude que aquele que nunca saiu de uma aldeia de pescadores e tem pouca instrução. É 
 
6 BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 1996, p. 153 
RESULTADO
CAUSA
SITUAÇÃO Embriaguez
voluntária
(dolosa ou 
culposa)
imputável
preordenada
imputável 
+
agravante
acidental (caso 
fortuito ou força 
maior)
completa
inimputável
parcial
imputável 
com causa 
de 
diminuição 
de pena
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claro que isso varia de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns são do 
conhecimento geral (homicídio, roubo), e outros nem todos conhecem (bigamia, por exemplo). 
Não se exige do agente um conhecimento técnico a respeito de sua conduta, ou seja, não se exige que o 
agente saiba exatamente qual crime está praticando, sendo suficiente que o agente tenha conhecimento 
(ainda que potencial) de que sua conduta é contrária ao Direito, ou seja, é uma conduta não aprovada pelo 
ordenamento jurídico. 
Quando o agente atua acreditando que sua conduta não é ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do CP). 
3.3 Exigibilidade de conduta diversa 
Não basta que o agente seja imputável, que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, é necessário, 
ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. É necessário que esteja presente, portanto, a exigibilidade 
de conduta diversa. 
A exigibilidade de conduta diversa é, assim, um juízo que se faz acerca da conduta do agente, para que se 
possa definir se, apesar de praticar um fato típico e ilícito, sendo imputável e conhecendo a ilicitude de sua 
conduta, o agente podia, ou não, agir de outro modo. Se se conclui que não era possível exigir do agente 
uma postura diferente, uma postura de acordo com o Direito, isso significa que estará afastada a 
exigibilidade de conduta diversa, havendo neste caso o que se chama de inexigibilidade de conduta diversa. 
Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusão da culpabilidade: 
 Coação moral irresistível – A coação mora irresistível, também chamada de “vis compulsiva” ocorre 
quando uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de lhe fazer algum mal 
grave. Neste caso, aquele que age sob a ameaça atua em situação de coação moral irresistível, de 
forma que se entende que não era possível exigir de tal pessoa uma outra postura. 
EXEMPLO: Alberto, mediante ameaça, obriga Poliana a furtar um veículo. Alberto afirma que se 
Poliana não realizar o furto, matará seu filho. Poliana, com medo de que Alberto cumpra a 
promessa e mate seu filho, pratica o furto e entrega o bem a Alberto. Nesse caso, a conduta de 
Poliana é um fato típico (furto) e ilícito (não há nenhuma causa de exclusão da ilicitude). Todavia, 
não se pode exigir de Poliana uma outra postura, pois está sob ameaça de um mal gravíssimo 
(morte do filho). 
 Obediência hierárquica – Na obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico 
o agente pratica o fato em cumprimento a uma ordem proferida por um superior hierárquico. 
Todavia, a ordem não pode ser manifestamente ilegal. Se aquele que cumpre a ordem sabe que está 
cumprindo uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a 
ordem não é manifestamente ilegal, aquele que apenas a cumpriu estará acobertado pela excludente 
de culpabilidade da obediência hierárquica, em razão da inexigibilidade de conduta diversa. 
CUIDADO! Prevalece que a excludente de culpabilidade da obediência hierárquica só se aplica 
aos funcionários públicos, não aos particulares! 
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==1365fc==
 
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Importante destacar que somente a coação moral irresistível é que exclui a culpabilidade. A coação física 
irresistível não exclui a culpabilidade. A coação física irresistível exclui o fato típico, pois o fato não será 
típico por ausência de conduta penalmente relevante, já que não há voluntariedade. 
Na coação física, também chamada de “vis absoluta” o agente atua sem vontade, pois não controla seus 
próprios movimentos corporais. 
EXEMPLO: José e Pedro obrigam Paulo a matar Maria. Como Paulo se nega a apertar o gatilho, 
José e Pedro seguram Paulo à força e colocam a arma em sua mão, forçando o dedo de Paulo 
contra o gatilho. Maria é alvejada e morre. Neste caso, Paulo não teve vontade alguma, pois não 
controlava seus movimentos corporais. Seu dedo apertou o gatilho, mas não porque Paulo assim 
decidiu, mas porque José e Pedro exerceram coação física. Assim, Paulo não responde pela morte 
de Maria. 
No caso de coação moral irresistível o agente possui vontade, embora esta vontade seja viciada, prejudicada 
pela coação moral exercida contra o agente, por isso o agente pratica fato típico e ilícito, mas tem sua 
culpabilidade afastada. 
Na coação física irresistível o agente NÃO possui vontade, pois, como dito, não possui qualquer controle 
sobre seus movimentos corporais. Se o agente não controla os próprios movimentos corporais, não há 
conduta penalmente relevante, pois a conduta pressupõe o controle dos movimentos corporais pelo agente. 
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
CÓDIGO PENAL 
 Arts. 26 a 28 do CP - Tratam da inimputabilidade penal: 
Inimputáveis 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
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entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Menores de dezoito anos 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos21 do CP.
Por fim, em caso de erro sobre a pessoa o agente NÃO fica isento de pena. Todavia devem ser
consideradas as condições pessoais da vítima visada, não da vítima atingida, nos termos do art.
20, §3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
35. (FCC – 2015 – TJ-SE – JUIZ) A, cidadão americano, vem para o Brasil em férias, trazendo
alguns cigarros de maconha. Está ciente que mesmo em seu país o consumo da
substância não é amplamente permitido, mas, como possui câncer em fase avançada,
possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substâncias que
possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de
tráfico de drogas. Nesta situação, é possível alegar que A encontrava-se em situação de
erro de:
a) tipo.
b) tipo permissivo.
c) proibição direto.
d) proibição indireto.
e) tipo indireto.
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COMENTÁRIOS
Neste caso o agente incorreu em erro sobre a existência ou limites de uma causa de justificação.
Trata-se, portanto, de erro NORMATIVO, erro sobre a existência (em abstrato) de uma norma
permissiva (que existe em seu país de origem). Trata-se, portanto, de erro de proibição indireto.
Não se trata de erro de proibição direto porque o agente conhece a norma que criminaliza a
conduta, mas acredita que há outra norma excepcionando o caráter criminoso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
36. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de
seu filho que acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da criança ácido
corrosivo, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A
situação descrita retrata hipótese tratada no Código Penal como:
a) erro de proibição.
b) erro na execução.
c) estado de necessidade.
d) exercício regular de direito.
e) erro de tipo.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Maria incidiu em erro de tipo, pois incorreu em erro sobre as circunstâncias fáticas,
de maneira que acabou por causar lesões corporais em seu filho sem que tivesse o dolo de
provocar tal resultado. Caso se verifique que se tratou de erro indesculpável, poderá responder
por lesão corporal na forma culposa, nos termos do art. 20 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
37. (FCC – 2015 – TCE-AM – AUDITOR) O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é
praticado
a) não isenta de pena o agente.
b) exclui o dolo.
c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa.
d) não isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentença.
e) é um crime impossível
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COMENTÁRIOS
O erro sobre a pessoa não isenta o agente de pena. Neste caso, porém, devem ser consideradas
as condições pessoais da pessoa visada, e não as da pessoa efetivamente atingida, nos termos
do art. 20, §3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
38. (FCC – 2015 – TJ-AL - Juiz Substituto) O erro inescusável sobre
a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuição da pena.
b) elementos do tipo permite a punição a título de culpa, se acidental.
c) elementos do tipo isenta de pena.
d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial.
e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta.
COMENTÁRIOS
O erro inescusável (indesculpável) sobre a ilicitude do fato NÃO isenta o agente de pena, mas é
causa de diminuição de pena, nos termos do art. 21 do CP.
O erro inescusável sobre elemento constitutivo do tipo penal afasta o dolo, mas permite a
punição a título culposo, nos casos de erro essencial (desde que haja previsão de punição a título
de culpa em relação ao tipo penal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
39. (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato
A) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
C) exclui o dolo e a culpa.
D) reflete na culpabilidade, de modo a excluí-la ou atenuá-la.
E) extingue a punibilidade
COMENTÁRIOS
A) ERRADO: O erro que exclui o dolo é o erro de tipo, e permite a punição por crime culposo se
se tratar de erro inescusável.
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B) ERRADO: Embora reflita na culpabilidade, nem sempre isenta de pena, apenas quando se
tratar de erro de proibição escusável, ou seja, o agente não tinha condições de entender o
caráter ilícito de sua conduta.
C) ERRADO: O erro sobre a ilicitude age na culpabilidade, logo, não tem a ver com dolo e culpa,
que são elementos da conduta e, portanto, do fato típico.
D) CORRETA: O erro de proibição reflete na culpabilidade, e a exclui quando for erro escusável.
Quando for erro inescusável, porém, atenua a culpabilidade do agente e, por conseqüência, a
pena aplicável.
E) ERRADA: A extinção da punibilidade pressupõe a sua existência. Desta forma, a alternativa
está errada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
40. (FCC – 2011 – TRT 1°RG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA) O erro inevitável sobre
a ilicitude do fato
A) isenta o réu de pena.
B) não isenta o réu de pena, mas implica na redução de um sexto a um terço.
C) não isenta o réu de pena, mas constitui circunstância atenuante.
D) não isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuação da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: O erro de proibição inevitável (escusável) exclui a culpabilidade, pois o agente,
naquelas circunstâncias, não tinha condições de conhecer o caráter ilícito da conduta.
B) ERRADA: Essa diminuição de pena se aplica ao erro de proibição evitável (ou inescusável), no
qual o agente, mediante algum esforço, poderia conhecer o caráter ilícito da conduta.
C) ERRADA: Como dito acima, presente o erro de proibição escusável, o réu estará isento de
pena, por ser excluída a culpabilidade.
D) ERRADA: Pois, o erro de proibição inevitável (escusável) exclui a culpabilidade, pois o agente,
naquelas circunstâncias, não tinha condições de conhecer o caráter ilícito da conduta.
E) ERRADA: A ilicitude do fato nada tem a ver com as verificações acerca da culpabilidade do
agente, diante de determinado erro sobre a licitude ou não do fato. A ilicitude está ligada ao fato
criminoso, enquanto o erro de proibição se refere à potencial consciência da ilicitude, que é
elemento da culpabilidade.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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41. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Segurança) O erro inevitável
sobre a ilicitude do fato 
A) isenta o réu de pena. 
B) não isenta o réu de pena, mas implica na redução de um sexto a um terço. 
C) não isenta o réu de pena, mas constitui circunstância atenuante. 
D) não isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuação da pena. 
E) exclui a ilicitude do fato. 
COMENTÁRIOS
O erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibição, é o fenômeno no qual o agente pratica a
conduta supondo tratar-se de conduta penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é
penalmente típica.
O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitável (ou seja, se mesmo mediante um
esforço intelectual razoável, não fosse realmente possível saber que era ilícita a conduta), o
agente estará isento de pena:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
42. (FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa)A dispara seu revólver e
mata B, acreditando tratar-se de um animal. A respeito dessa hipótese é correto afirmar
que se trata de
A) fato típico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo.
B) erro de proibição, que exclui a culpabilidade.
C) erro de proibição, que gera apenas a diminuição da pena, posto que inescusável.
D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusável.
E) erro quanto à existência de excludente de ilicitude (descriminante putativa).
COMENTÁRIOS
Na hipótese, não se trata de erro de proibição, pois o agente não cometeu erro quanto à licitude
ou ilicitude da conduta (art. 21 do CP), mas cometeu um erro sobre uma circunstância fática.
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Também não há que se falar em fato típico, eis que o agente incidiu em erro sobre elemento
constitutivo do tipo penal do art. 121 (“alguém” = pessoa humana).
Não há, ainda, hipótese de descriminante putativa, pois o agente não imaginou estar diante de
uma situação que lhe permitisse agir em legítima defesa, estado de necessidade ou qualquer
outra excludente de ilicitude (pelo menos a questão não disse isso).
Assim, trata-se, como já disse, de erro sobre elemento constitutivo do tipo penal, ou ERRO DE
TIPO, que se for inevitável (ou escusável) exclui o dolo e a culpa.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
43. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Considere os
exemplos abaixo: 
I. Casar-se com pessoa cujo cônjuge foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava vivo. 
II. Aplicar no ferimento do filho ácido corrosivo, supondo que está utilizado uma pomada. 
III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livrá-la de mal incurável, supondo que
a eutanásia é permitida.
IV. Ingerir a gestante substância abortiva, supondo que estava tomando um calmante. 
Há erro de tipo nas situações indicadas APENAS em
A) I, II e III.
B) I e III.
C) I, III e IV.
D) II e III.
E) II e IV.
COMENTÁRIOS
I) ERRADA: Nesse caso não há erro de tipo, mas fato atípico, pois se o cônjuge foi declarado
morto para efeitos civis, o casamento anterior não mais existia, de forma que não há que se falar
em crime de bigamia, art. 235 do CP:
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada,
conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três
anos.
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§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo
que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
Assim, não houve prática da conduta prevista no tipo penal mediante incursão em erro sobre
circunstância fática. Simplesmente não foi praticada a conduta prevista no tipo penal.
II) CORRETA: Aqui, de fato, há a prática da conduta descrita no art. 129 do CP (lesões
corporais). No entanto, essa conduta é praticada mediante erro sobre circunstância fática (o
agente imagina que o ácido é uma pomada). Portanto, é hipótese de erro de tipo.
III) ERRADA: Aqui temos um caso de erro de proibição, pois o erro do agente reside não na
circunstância fática, que é perfeitamente delimitada, mas nas consequências penais, pois o
agente imagina que sua conduta é permitida pela lei penal, quando não o é.
IV) CORRETA: Nesse caso, embora o agente pratique a conduta descrita no art. 124 do CP, o faz
por estar representando erroneamente uma situação fática (acreditar que está tomando
calmante, quando, na verdade, está ingerindo substância abortiva):
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Havendo, pois, erro fático quanto a elemento constitutivo do tipo penal, estamos diante de erro
de tipo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
44. (FCC – 2009 – TJ/PA – OFICIAL DE JUSTIÇA) O erro de proibição quando escusável
exclui a
A) imputabilidade.
B) culpabilidade.
C) punibilidade.
D) antijuridicidade.
E) conduta.
COMENTÁRIOS
O erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibição, é o fenômeno no qual o agente pratica a
conduta supondo tratar-se de conduta penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é
penalmente típica.
O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitável, ou escusável (ou seja, se mesmo
mediante um esforço intelectual razoável, não fosse realmente possível saber que era ilícita a
conduta), o agente estará isento de pena:
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Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Afastando-se, desta forma, a potencial consciência da ilicitude, estará ausente um dos elementos
da culpabilidade, restando esta afastada.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
45. (FCC – 2012 – DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO) Em Direito Penal, o erro
a) de tipo, se for invencível, exclui a tipicidade dolosa e a culposa.
b) que recai sobre a existência de situação de fato que justificaria a ação, tornando-a legítima, é
tratado pelo Código Penal como erro de proibição, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta.
c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas não a culpa leve.
d) de proibição é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do art. 21 do Código
Penal, "o desconhecimento da lei é inescusável".
e) de proibição exclui a consciência da ilicitude, que, desde o advento da teoria finalista, integra
o dolo e a culpa.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 20 do CP:
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
B) ERRADA: Esse erro pode ser tratado como erro de tipo, não como erro de proibição;
C) ERRADA: Não há diferenciação entre culpa grave e leve, tampouco para fins de caracterização
do erro de tipo;
D) ERRADA: O erro de proibição é RELEVANTE e, caso escusável, ISENTA DE PENA; Caso
inescusável, gera redução de pena, nos termos do art. 21 do CP;
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E) ERRADA: De fato, o erro de proibição exclui a potencial consciência da ilicitude (se escusável),
mas esse é um elemento da CULPABILIDADE, não estando dentro do dolo ou da culpa, que são
elementos do FATO TÍPICO.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
46. (FCC – 2006 – BCB – PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato
a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminuí-la.
b) exclui o dolo e a culpa.
c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
d) extingue a punilidade.
e) exclui o dolo, mas permite a punção por crime culposo, se previsto em lei.
COMENTÁRIOS
O erro sobre a ilicitude do fato, ou ERRO DE PROIBIÇÃO, se caracteriza como a ausência de
conhecimento acerca da proibição do conduta que se realiza, afetando diretamente a análise da
culpabilidade do agente. Pode ser um erro desculpável ou indesculpável, com consequênciasdiversas.
Se escusável o erro (desculpável) o agente fica isento de pena. Se inescusável (indesculpável), o
agente terá a pena reduzida de um sexto a um terço. Nos termos do art. 21 do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter
ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, vemos que o erro sobre a ilicitude do fato pode isentar de pena ou diminuir a pena do
agente, a depender do tipo de erro.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
47. (FCC – 2006 – BCB – PROCURADOR) Excluem a ilicitude e a imputabilidade,
respectivamente,
a) a obediência hierárquica e a embriaguez acidental completa.
b) a coação moral irresistível e a doença mental.
c) a desistência voluntária e o desenvolvimento mental incompleto.
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d) o exercício regular de direito e a menoridade.
COMENTÁRIOS
As causas de exclusão da ilicitude estão previstas no art. 23 do CP. Vejamos:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Já as causas legais de exclusão da culpabilidade estão previstas no art. 22 do CP, que determina
a exclusão da culpabilidade do agente que pratica o fato sob coação moral irresistível ou em
cumprimento a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico. Vejamos:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
No entanto, a menoridade também é considerada causa de exclusão da culpabilidade, pois gera
a inimputabilidade do agente. Vejamos:
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando
sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a afirmativa que traz respectivamente uma causa de exclusão da ilicitude e uma causa de
exclusão da imputabilidade é a letra D.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
48. (VUNESP – 2014 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) Agente imputável e menor de 21
anos à época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como
incurso no art. 157, caput, do CP. A denúncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até
01 de julho de 2014 não havia sido prolatada sentença. Diante disso, pode-se afirmar que
a) ocorreu a pretensão punitiva estatal, considerado o máximo da pena abstratamente cominada
à infração.
b) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da
data supra mencionada (01.07.2014).
c) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos
da data supra mencionada (01.07.2014).
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236
==1365fc==
d) antes da prolação da sentença condenatória não se pode falar em ocorrência da pretensão
punitiva estatal.
COMENTÁRIOS
No caso, o delito previsto é o de roubo, cuja pena máxima prevista é de 10 anos de reclusão.
Assim, em tese, o crime prescreveria em 16 anos, nos termos do art. 109, II do CP.
Contudo, o agente era menor de 21 anos na data do fato, logo, esse prazo cai pela metade (08
anos), nos termos do art. 115 do CP.
O recebimento da denúncia interrompeu o curso do prazo de prescrição (art. 117, I do CP), que
voltou a correr do zero, a partir daquela data.
A data atual (segundo a questão) para fins de cálculo da prescrição é dia 01.07.2014. Vemos que
entre a última interrupção da prescrição e a data atual já transcorreram mais de 08 anos, motivo
pelo qual operou-se a prescrição.
p.s.: a alternativa A contém um erro de digitação. Faltou simplesmente a palavra “prescrição”, o
que torna o item sem sentido. Contudo, foi mero esquecimento da Banca. Para quem fez a
prova, possuem razão em recorrer. Para nós, vamos simplesmente “fingir” que a palavra
“prescrição” foi colocada lá, antes de “pretensão punitiva”. Desta forma não perdemos a
questão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
49. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – JUIZ) Para o Código Penal (art. 20, § 1.º), quando a
descriminante putativa disser respeito aos pressupostos fáticos da excludente, estamos
diante de:
a) Excludente de antijuridicidade.
b) Erro de tipo.
c) Erro de proibição.
d) Excludente de culpabilidade.
COMENTÁRIOS
De acordo com a teoria da culpabilidade adotada pelo CP (teoria limitada), as descriminantes
putativas relativas a erro sobre os pressupostos fáticos da ilicitude serão consideradas como erro
de tipo:
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
50. (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Imagine que João confunda seu
aparelho de telefone celular com o de seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para
sua casa o aparelho de Pedro. Ao perceber o equívoco, João imediatamente comunica-se
com Pedro e informa o ocorrido.
No dia seguinte, João devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano. Analisando a hipótese
narrada, é possível afirmar que João
a) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto da desistência voluntária.
b) não cometeu crime algum.
c) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto da
desistência voluntária.
d) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto do arrependimento eficaz.
e) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz.
COMENTÁRIOS
No caso em tela João não praticou qualquer crime, pois apesar de ter subtraído para si o
aparelho de outra pessoa, agiu em erro sobre um dos elementos constitutivos do tipo penal
(neste caso, o tipo seria o art. 155 do CP, tendo João incidido em erro sobre o elemento “coisa
alheia”, já que acreditou que a coisa era sua, e não alheia). Neste caso, João não pratica crime,
pois fica afastada a tipicidade da conduta:
Erro sobre elementos do tipo(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CEBRASPE (CESPE) - JD (TJDFT)/TJDFT/2023)A respeito do excludente de ilicitude, assinale a opção correta.
a) Não é passível de punição a pessoa que agir por erro sobre elemento constitutivo de crime.
b) O erro quanto à pessoa contra quem o crime foi praticado não isenta de pena o agente da
conduta criminosa, embora se desconsiderem, nesse caso, as qualidades da vítima.
c) Se o fato delituoso for cometido em obediência a ordem de superior hierárquico, só será
punível o autor da ordem.
d) O erro derivado de culpa não permite punição, uma vez que as circunstâncias tornam legítima
a ação.
e) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, diminuirá a pena a ser aplicada.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o erro sobre elemento constitutivo de crime (erro de tipo) afasta o
dolo, mas permite punição na forma culposa, se houver previsão legal (desde que se trate de
erro de tipo evitável), nos termos do art. 20 do CP.
b) CORRETA: Item correto, pois o erro quanto à pessoa contra quem o crime foi praticado não
isenta de pena o agente da conduta criminosa. O agente responderá pelo crime, levando-se em
consideração as condições ou qualidades da vítima visada, e não as da vítima efetivamente
atingida, nos termos do art. 20, §3º do CP:
Art. 20 (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
c) ERRADA: Item errado, pois só será punível o autor da ordem no caso de obediência
hierárquica se se tratar de ordem NÃO manifestamente ilegal, nos termos do art. 22 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o erro derivado de culpa permite punição na forma culposa, se
houver previsão legal, nos termos do art. 20 e de seu §1º, do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois o erro sobre a ilicitude do fato é o chamado “erro de proibição”.
No erro de proibição o agente pratica uma conduta que acredita ser lícita, mas que na verdade é
proibida no ordenamento jurídico, de forma que ficará isento de pena, caso se trate de erro
inevitável, ante a ausência de potencial consciência da ilicitude do fato, nos termos do art. 21 do
CP; sendo evitável o erro de proibição, o agente não será isento de pena, mas sua pena será
reduzida de um sexto a um terço.
GABARITO: LETRA B
2. (CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE SC)/MPE SC/2023)
A respeito dos erros no direito penal, julgue o item a seguir. Considere, a propósito, que a sigla
CP, quando empregada, refere-se ao Código Penal.
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No caso de aberratio causae, há erro de tipo acidental e o CP determina para tal caso a
responsabilização do agente pelo resultado efetivamente produzido, em adoção da teoria da
concretização.
COMENTÁRIOS
No erro acidental denominado “aberratio causae” (erro sobre o nexo causal, ou dolo geral, ou
dolo por erro sucessivo), o agente pratica a conduta visando a obtenção de determinado
resultado criminoso e alcança tal resultado, mas por um nexo causal diverso daquele pretendido
(Ex.: José, querendo matar Maria, atira contra a vítima. Supondo estar morta a vítima, José joga o
corpo num rio. Porém, Maria ainda estava viva e acaba morrendo por afogamento). Nesse caso,
de fato, a Doutrina majoritária entende que o agente deve ser responsabilizado levando-se em
conta o nexo causal efetivamente ocorrido (no caso, o afogamento).
Porém, o erro da questão, a meu ver, reside no fato de que não há previsão legal nesse sentido,
ou seja, o CP não trata do erro sobre o nexo causal.
GABARITO: ERRADA
3. (CEBRASPE (CESPE) - Of (PM SC)/PM SC/2023 - ADAPTADA)
O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o erro sobre elemento constitutivo de crime (erro de tipo) afasta o dolo, mas
permite punição na forma culposa, se houver previsão legal (desde que se trate de erro de tipo
evitável), nos termos do art. 20 do CP.
GABARITO: ERRADA
4. (CEBRASPE (CESPE) - Of (PM SC)/PM SC/2023 - ADAPTADA)
Ocorre aberratio ictus quando o acidente ou erro no emprego dos meios executórios faz com
que se atinja um bem jurídico diferente do pretendido.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois ocorre nesse caso teremos o instituto da aberratio criminis ou aberratio delicti,
também conhecida como “resultado diverso do pretendido”, nos termos do art. 74 do CP:
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do
crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato
é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: ERRADA
5. (CEBRASPE (CESPE) - Of (PM SC)/PM SC/2023 - ADAPTADA)
As descriminantes putativas configuram, à luz da teoria extremada da culpabilidade, erro de
proibição.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, à luz da teoria extremada da culpabilidade, as descriminantes putativas
configuram erro de proibição (erro de proibição indireto). O CP adota a teoria limitada da
culpabilidade, que distingue entre o erro incidente sobre os pressupostos fáticos de uma causa
de justificação (considerado erro de tipo permissivo) do erro incidente sobre os limites da norma
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permissiva (considerado erro de proibição indireto). A teoria extremada da culpabilidade, não
adotada pelo CP, considera qualquer descriminante putativa como erro de proibição indireto.
GABARITO: CORRETA
6. (CEBRASPE (CESPE) - Del Pol (PC AL)/PC AL/2023)
No que diz respeito ao direito penal, julgue o item a seguir.
Caracteriza erro de proibição direto o fato de o agente supor ser lícita uma conduta que é
proibida no ordenamento jurídico; diferentemente do delito putativo, que é caracterizado pelo
fato de o agente praticar uma conduta que acredita ser proibida, mas que, na verdade, é um
indiferente penal.
COMENTÁRIOS
Item correto. No erro de proibição o agente pratica uma conduta que acredita ser lícita, mas que
na verdade é proibida no ordenamento jurídico, de forma que ficará isento de pena, caso se trate
de erro inevitável, ante a ausência de potencial consciência da ilicitude do fato, nos termos do
art. 21 do CP; sendo evitável o erro de proibição, o agente não será isento de pena, mas sua
pena será reduzida de um sexto a um terço.
No delito putativo o agente pratica uma conduta que acredita ser proibida, mas que, na verdade,
é um indiferente penal (Ex.: Pai mantém relações sexuais com a filha maior de idade, acreditando
estar praticando crime de “incesto”. Todavia, tal conduta não configura crime).
GABARITO: CORRETA
7. (CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO - ADAPTADA) No chamado aberratio ictus,
quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, em vez de vitimar a pessoa que
pretendia ofender, o agente atingir pessoa diversa, consideram-se as condições e qualidades
não da vítima, mas da pessoa que o agente pretendia atingir.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois neste caso se adota a teoria da equivalência, prevista no art. 20, §3º, e
aplicável à aberratio ictus por força do art. 73 do CP: ou seja, levam-se em conta as condições
pessoais da vítima VISADA, não as da vítima efetivamente atingida.
GABARITO: Correta
8. (CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL - BLOCO I) A
conduta típica será inteiramente desculpável e será excluída a culpabilidade quando o erro
inevitável recair sobre
a) a lei.
b) a pessoa.
c) a ilicitude do fato.
d) a eficácia do meio empregado.
e) as condições pessoais da vítima.
COMENTÁRIOS
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236==1365fc==
Haverá exclusão da culpabilidade quando o agente incorrer em erro inevitável sobre a ilicitude
do fato, ou seja, erro de proibição inevitável, na forma do art. 21 do CP.
GABARITO: Letra C
9. (CESPE – 2019 – DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO) Considerando o Código Penal
brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal, à teoria de delito e ao
tratamento conferido ao erro.
Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de agente que recaia sobre pressupostos fáticos de
uma causa de justificação configura erro de tipo permissivo.
COMENTÁRIOS
Item correto. A teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP, diferencia as descriminantes
putativas em dois grupos.
▪ Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro de fato) – Neste caso,
aplicam-se as mesmas regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de
ERRO DE TIPO PERMISSIVO).
▪ Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de justificação (erro sobre a
ilicitude da conduta) – Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas
regras previstas para o erro de PROIBIÇÃO, por se assemelhar à conduta daquele que age
consciência da ilicitude (aqui há o chamado erro de proibição indireto).
GABARITO: CERTO
10. (CESPE – 2019 – TJ-DFT – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS –
PROVIMENTO – ADAPTADA) O erro sobre a ilicitude do fato exclui o dolo da conduta, visto que
permite a punição do fato a título de culpa, quando escusável.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso temos erro de proibição, que é causa de exclusão da culpabilidade,
se INEVITÁVEL; se evitável, reduz a pena de 1/6 a 1/3, na forma do art. 21 do CP.
GABARITO: Errada
11. (CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO - ADAPTADA) De acordo com a teoria da
culpabilidade adotada pelo Código Penal, todo erro que recai sobre uma causa de justificação
configura erro de proibição.
COMENTÁRIOS
Item errado. A teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP, diferencia as descriminantes
putativas em dois grupos.
Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro de fato) – Neste caso, aplicam-se
as mesmas regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO
PERMISSIVO).
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Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de justificação (erro sobre a ilicitude da
conduta) – Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas
para o erro de PROIBIÇÃO, por se assemelhar à conduta daquele que age consciência da
ilicitude (aqui há o chamado erro de proibição indireto).
GABARITO: Errada
12. (CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO - ADAPTADA) O erro sobre elemento
constitutivo do tipo penal exclui o dolo, se inevitável, ou diminui a pena de um sexto a um terço,
se evitável.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o erro sobre elemento do tipo afasta o dolo e a culpa, se inevitável; se evitável,
exclui apenas o dolo, autorizando a punição a título culposo, desde que previsto em lei. Esta é a
previsão do art. 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: Errada
13. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca dos institutos
do erro de tipo, do erro de proibição e do concurso de pessoas, julgue o item subsequente.
A descriminante putativa por erro de proibição, na hipótese de suposição errônea acerca de
causa excludente de ilicitude, é considerada erro de proibição indireto e gera as mesmas
consequências do erro de proibição direto.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois neste caso temos descriminante putativa em razão de equívoco do agente
quanto à existência, limites ou interpretação acerca da causa excludente de ilicitude. Não se
trata, aqui, de um erro “de fato”, mas de um erro acerca da norma. Temos, portanto, erro de
proibição indireto (agente sabe que o fato é típico, mas por erro normativo, acredita que sua
conduta não é ilícita). O erro de proibição indireto recebe o mesmo tratamento dispensado ao
erro de proibição direto, ou seja, se inevitável, exclui a culpabilidade; se evitável, reduz a pena de
um sexto a um terço, na forma do art. 21 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
14. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca dos institutos
do erro de tipo, do erro de proibição e do concurso de pessoas, julgue o item subsequente.
O erro de proibição evitável exclui a culpabilidade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o erro de proibição só exclui a culpabilidade se for inevitável; se evitável, é
apenas causa de redução de pena (reduz a pena de um sexto a um terço), na forma do art. 21 do
CP.
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
15. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) É considerado erro
evitável, capaz de reduzir a pena, aquele em que o agente atue ou se omita sem a consciência
da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
COMENTÁRIOS
Item correto. O erro de proibição, ou erro sobre a ilicitude do fato, quando escusável, isenta de
pena (exclui a culpabilidade do agente, por ausência de potencial consciência da ilicitude);
quando inescusável, reduz a pena de um sexto a um terço, nos termos do art. 21 do CP. É
inescusável o erro quando o agente podia, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
16. (CESPE – 2014 – TJDFT – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O erro de proibição pode
incidir sobre a existência e a validade da lei penal, mas não sobre sua interpretação
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o erro sobre a ilicitude do fato pode incidir tanto sobre a existência e validade
da lei penal quanto sobre a interpretação da lei penal, já que, neste último caso, também haverá
erro sobre a ilicitude do fato.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
17. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ) Crime impossível e delito putativo são considerados pela
doutrina como expressões sinônimas.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois no crime impossível a consumação do delito é impossível porque o meio é
absolutamente ineficaz ou o objeto é absolutamente impróprio. No delito putativo, a ocorrência
do crime, naquelas circunstâncias é, em tese, possível. Contudo, o crime não ocorre, embora o
agente acredite (por incorrer em erro) que o tenha praticado.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.
18. (CESPE – 2015 – TJDFT – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Em relação à
aplicação da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e do erro de execução, julgue o
item seguinte.
Segundo o Código Penal, no caso de erro de execução, devem-se considerar, para fins de
aplicação da pena, tanto as condições ou qualidades da pessoa contra a qual se deseja praticar o
delito quanto as condições ou qualidades da pessoa contra a qual efetivamente se praticou o
crime.
COMENTÁRIOS
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Item errado, pois no erro sobre a execução devem ser consideradas as condições ou qualidades
da vítima VISADA, e não da vítima que efetivamente sofreu a lesão, nos termos do art. 73, c/c art.
20, §3º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
19. (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO) Em direito penal, conforme a
teoria limitada da culpabilidade, as discriminantes putativas consistem em erro de tipo, ao passo
que, de acordo com a teoria extremada da culpabilidade, elas consistem em erro de proibição.
COMENTÁRIOS
Item errado. A teoria limitada da culpabilidade faz distinção entre descriminantesputativas
decorrentes de erro sobre a realidade fática (que seriam erro de tipo) e as descriminantes
putativas decorrentes de erro sobre o direito (que seriam erro de proibição). A teoria extremada
entende que as descriminantes putativas serão sempre erro de proibição.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
20. (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA ) A respeito do direito penal, julgue os itens
a seguir.
O erro de proibição pode ser direto — o autor erra sobre a existência ou os limites da proposição
permissiva —, indireto — o erro do agente recai sobre o conteúdo proibitivo de uma norma
penal — e mandamental — quando incide sobre o mandamento referente aos crimes omissivos,
próprios ou impróprios.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a questão inverte os conceitos de erro de proibição direto e indireto. O erro de
proibição direto ocorre quando o agente incorre em erro sobre a existência ou limites de uma
norma penal incriminadora. O erro de proibição indireto, por sua vez, ocorre quando o agente
incorre em erro sobre a existência ou sobre os limites (normativos) de uma circunstância que
afastaria, em tese, a ilicitude de sua conduta.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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1 
 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (FGV / 2022 / PCERJ) 
Perseu, funcionário da loja Olimpo, tem sua atenção chamada para um telefone celular de última geração, 
exibido por Medusa, outra funcionária do estabelecimento. Ciente de que o salário que ambos recebem não 
permitiria a aquisição do referido aparelho, Perseu passa a questionar a origem do bem, sendo informado 
que Medusa o havia recebido de presente de Teseu, seu namorado. Perseu, então, monta um plano para 
furtar o celular, aproveitando o término antecipado do seu expediente para levar a bolsa de Medusa. 
Chegando em casa, constata que no interior da bolsa havia uma carteira com cartões e sem dinheiro, 
maquiagem, guarda-chuva, óculos de sol, óculos de grau, fones de ouvido e o carregador do celular, vindo a 
descobrir, por terceiros, que o telefone estava em poder de Medusa, permanecendo o tempo todo no bolso 
traseiro da sua calça. 
Diante do narrado, Perseu: 
(A) responderá por furto, por erro acidental; 
(B) responderá por furto, por erro na execução do crime; 
(C) não responderá por furto, por erro acidental; 
(D) não responderá por furto, por erro na execução do crime; 
(E) não responderá por furto, por erro de proibição. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso houve o que se chama de erro sobre o objeto (error in objecto), modalidade de erro acidental na 
qual o agente apenas se equivoca quanto ao objeto material do crime, mas isso não afasta sua 
responsabilidade penal (ex.: invadir uma casa para furtar um relógio de marca e se confundir, subtraindo 
uma réplica). 
GABARITO: Letra A 
2. (FGV / 2022 / PM-AM) 
Durante operação policial, Alberto, ao incursionar por uma viela, se depara com Sérgio portando um guarda-
chuva. Devido à tensão do momento, Alberto pensa que o objeto nas mãos de Sérgio é uma arma de fogo e, 
em razão disso, efetua disparo com sua arma, o que leva Sergio a óbito. Nesse caso, é correto afirmar que a 
hipótese é de erro de tipo 
A) essencial, na modalidade erro provocado por terceiro. 
B) acidental, na modalidade erro na execução. 
C) acidental, na modalidade erro sobre a pessoa. 
D) essencial, na modalidade erro de tipo permissivo ou delito putativo por erro de tipo. 
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2 
E) essencial, na modalidade erro de tipo incriminador. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso houve o que se chama de erro de tipo permissivo, pois houve um erro sobre os pressupostos 
fáticos de uma causa de justificação, ou seja, uma situação de descriminante putativa (no caso, legítima 
defesa putativa) por erro sobre as circunstâncias fáticas. O agente policial atuou acreditando que havia uma 
situação de agressão injusta iminente contra sua vida (acreditou que havia um criminoso armado prestes a 
atirar contra o agente policial), motivo pelo qual atuou com a intenção de repelir a injusta agressão iminente 
(agressão injusta que NÃO existia). 
Nesse caso, aplica-se o art. 20,§1º do CP: 
Art. 20 (...) § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há 
isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime 
culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Ou seja, o agente será isento de pena, a menos que se considere que o erro cometido deriva de culpa (caso 
se entenda que o agente poderia ter sido mais cauteloso nas circunstâncias), hipótese na qual será 
responsabilizado na forma culposa (no caso, homicídio culposo). 
Todavia, a letra D, dada como correta, contém um erro. Apesar de se tratar de erro de tipo permissivo, não 
se trata de delito putativo por erro de tipo. Delito putativo por erro de tipo ocorre quando o agente pratica 
um INDIFERENTE PENAL (conduta sem relevância penal), mas acredita que está praticando crime (ex.: 
transporta sal de cozinha acreditando que é cocaína. O agente acredita estar praticando crime, mas não está 
praticando conduta típica). Portanto, a questão deveria ter sido anulada, por não haver resposta correta. 
GABARITO: Letra D (ANULÁVEL) 
3. (FGV / 2022 / PCERJ) 
Em determinado set de filmagens, Hades, produtor técnico, entrega arma de fogo verdadeira, devidamente 
municiada, para o ator Ares, fazendo-o acreditar que se trata de arma cenográfica, sem potencial de efetuar 
disparos. Já tendo lido o script e presenciado os ensaios, Hades sabia previamente que, nas cenas que seriam 
filmadas, Ares deveria apontar a arma para Atena e, após breve diálogo, efetuar o disparo para a cena fatal. 
Querendo a morte de Atena, em razão de desavenças pretéritas, Hades faz a substituição da arma, 
fornecendo-a diretamente a Ares, irrogando o famoso “quebre a perna”. Ares efetua o disparo e ceifa a vida 
de Atena. 
Do ponto de vista jurídico-penal: 
(A) Ares e Hades responderão por homicídio doloso, o primeiro como autor e o segundo como partícipe; 
(B) Ares e Hades responderão por homicídio doloso, o primeiro como partícipe e o segundo como autor; 
(C) Ares e Hades responderão por homicídio doloso, como coautores; 
(D) Ares responderá por homicídio culposo e Hades por homicídio doloso; 
(E) Ares não responderá por crime e Hades responderá por homicídio doloso. 
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3 
COMENTÁRIOS 
Quanto à responsabilização de Hades (agente provocador), não há discussão, na medida em que se valeu de 
Ares como mero instrumento para alcançar o resultado, configurando verdadeira autoria mediata decorrente 
de erro determinado por terceiro. 
Quanto à responsabilização de ARES, o ator que efetuou o disparo, certamente não é possível sua 
responsabilização na forma dolosa, eis que incorreu em erro de tipo essencial determinado por terceiro, o que 
afasta o dolo, na forma do art. 20 do CP: 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas 
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Porém, seria possível sua responsabilização na forma culposa? 
Tal só seria possível se considerarmos que ARES (agente provocado e mero executor) cometeu erro evitável 
pelas circunstâncias, ou seja, que o erro de ARES (o ator) deriva de culpa1. Para chegarmos a essa conclusão, 
seria necessário acreditar que ARES possuiria um dever objetivo de cuidado consistente na obrigação de 
checar a arma antes de utilizá-la na cena, o que não parece a solução adequada.2Pelo princípio da confiança, de crucial aplicação para a perfeita interpretação da existência (ou não) de um 
suposto dever objetivo de cuidado, não age com culpa aquele que atua na legítima expectativa de que os 
demais envolvidos no evento criminoso agirão dentro da lei, cumprindo cada um o seu dever. 
Assim, hipoteticamente, se numa sala de cirurgia o médico recebe do instrumentador um bisturi não esterilizado 
e o utiliza, causando a morte do paciente, naturalmente que o médico não terá agido com culpa, eis que 
apenas agiu na legítima expectativa de que o instrumento estava pronto (e em perfeitas condições) para uso, 
não sendo razoável imaginar que o médico tivesse a obrigação de checar se o instrumento havia passado pelo 
processo de esterilização. 
Posto isso, concluir que ARES teria agido com culpa no que tange ao resultado narrado na questão implicaria 
dizer que ele deveria ter checado se a arma era verdadeira e estava municiada, o que não parece adequado. 
Nem se pode invocar que ARES deveria saber tratar-se de uma arma real, e não uma arma cenográfica, eis 
que nem todas as pessoas possuem conhecimento técnico suficiente para realizar tal distinção. Diferentemente 
seria o caso de ARES, além de ator, ser um conhecido entusiasta de armas, alguém com profundo conhecimento 
em armas de fogo, e capaz de perceber a diferença prima facie. 
Como a questão não traz qualquer elemento nesse sentido, não há como se admitir que ARES responda por 
homicídio culposo. 
Inicialmente a Banca considerou (bizarramente) como correta a assertiva que diz que a Hades responderá por 
homicídio doloso e Ares responderá por homicídio culposo. Porém, após muita (legítima) gritaria, inclusive com 
 
1 MASSON, Cléber. Direito Penal. Vol. 1, Ed. Método – 3º edição, São Paulo/SP, 2009. P. 288 
2 CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Geral. 7º edição. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p.216/217 
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4 
recurso elaborado pelo Prof. Renan Araujo, o gabarito foi alterado para a alternativa correta: Ares (o ator) 
não responderá por crime e Hades responderá por homicídio doloso. 
GABARITO: Letra E 
4. (FGV/2021/TJSC/NOTÁRIO) 
Hugo, funcionário de estabelecimento comercial, insatisfeito com seu empregador e querendo causar-lhe 
prejuízo, devidamente uniformizado e identificado, entrega a Jairo, cliente da loja, um aparelho celular que 
estava exposto à venda, dizendo tratar-se de um brinde. Jairo, então, coloca o aparelho em seu bolso e sai 
da loja, quando é imediatamente abordado por seguranças do local, que encontram o objeto em sua posse 
e o levam à delegacia de polícia, onde foi indiciado pelo crime de furto. 
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que Jairo: 
A) poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas com causa de diminuição de pena, pois agiu em 
erro de proibição evitável; 
B) poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas apenas na modalidade culposa, pois agiu em erro 
de tipo acidental; 
C) não poderá ser punido pelo crime imputado, pois estará isento de pena em razão de erro de proibição 
inevitável; 
D) não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo provocado por terceiro; 
E) não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo acidental. 
COMENTÁRIOS 
Quanto à responsabilização Hugo (agente provocador), não há discussão, na medida em que se valeu de Jairo 
como mero instrumento para alcançar o resultado (o prejuízo patrimonial ao empregador), configurando 
verdadeira autoria mediata decorrente de erro determinado por terceiro. 
Quanto à responsabilização de Jairo, certamente não é possível sua responsabilização na forma dolosa, eis 
que incorreu em erro de tipo essencial determinado por terceiro, o que afasta o dolo, na forma do art. 20 do 
CP: 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas 
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Jairo pegou para si a coisa alheia móvel porque acreditava ser sua (acreditava ter sido agraciado com um 
presente). 
Logo, Jairo somente poderia ser responsabilizado (na forma culposa) se ficasse evidenciado que houve pelo 
menos culpa de sua parte e desde que houvesse punição pelo crime de furto na forma culposa. Esses requisitos, 
porém, não estão presentes. 
GABARITO: Letra D 
5. (FGV/2021/TJRO) 
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5 
Ao lado das hipóteses de erros essenciais figuram os chamados erros acidentais, que, ao contrário daqueles, 
incidem sobre elementos não essenciais à configuração do crime, não afetando a decisão a respeito da 
imputação. Uma hipótese de erro acidental é: 
A) erro de tipo; 
B) erro sobre a pessoa; 
C) erro de proibição; 
D) descriminantes putativas; 
E) erro mandamental. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, apenas o erro sobre a pessoa configura uma hipótese de erro acidental. O erro de tipo e o erro 
de proibição configuram outras modalidades de erro. As descriminantes putativas, a seu turno, podem 
configurar erro de tipo permissivo ou erro de proibição indireto, não se tratando de erro acidental. 
Por fim, o erro mandamental nada mais é que o erro em crimes omissivos, decorrente do desconhecimento 
da norma mandamental (norma que determina o agir, criminalizando a omissão) ou do desconhecimento 
das circunstâncias fáticas que obrigariam a atuação do agente que se omitiu. 
GABARITO: Letra B 
6. (FGV/2018/MPE-AL) 
Durante uma festa rave, Bernardo, 19 anos, conhece Maria, e, na mesma noite, eles vão para um hotel e 
mantém relações sexuais. No dia seguinte, Bernardo é surpreendido pela chegada de policiais militares no 
hotel, que realizam sua prisão em flagrante, informando que Maria tinha apenas 13 anos. Bernardo, então, 
é encaminhado para a Delegacia, apesar de esclarecer que acreditava que Maria era maior de idade, devido 
a seu porte físico e pelo fato de que era proibida a entrada de menores de 18 anos na festa rave. Diante da 
situação narrada, Bernardo agiu em 
A) erro de tipo, tornando a conduta atípica. 
B) erro de tipo, afastando o dolo, mas permitindo a punição pelo crime de estupro de vulnerável culposo. 
C) erro de proibição, afastando a culpabilidade do agente pela ausência de potencial conhecimento da 
ilicitude. 
D) erro sobre a pessoa, tornando a conduta atípica. 
E) erro de tipo permissivo, gerando causa de redução de pena. 
COMENTÁRIOS 
Em tese, Bernardo teria praticado o delito do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável), por ter mantido 
relação sexual com pessoa menor de 14 anos. Contudo, no caso concreto, podemos afirmar que o agente 
agiu em erro de tipo essencial, pois representou equivocadamente a realidade (acreditava que Maria tivesse 
mais de 14 anos), incorrendo em erro sobre um dos elementos que integram o tipo penal (ser a vítima menor 
de 14 anos), nos termos do art. 20 do CP. 
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Logo, não será punido na forma dolosa. Seria possível a punição na forma culposa se: a) pudéssemos 
considerar tratar-se de erro evitável; b) houvesse o tipo penal de estupro de vulnerável na forma culposa. 
Ainda que o primeiro requisito pudesse estar presente, o segundo certamente não está, logo, a conduta de 
Bernardo será necessariamente considerada atípica. 
GABARITO: Letra A 
7. (FGV/2020/MPE-RJ) 
Thiago, pessoa financeiramente humilde, alugou uma bicicleta avaliada em R$ 2.000,00 pelo período de 2 
(duas) horas para ir até uma entrevista de emprego. Após a entrevista, chateado por não ter conseguido a 
vaga pretendida, acabou por pegar a bicicleta de outra pessoaque estava estacionada no mesmo local, 
acreditando ser a que alugara. Apesar de o modelo e o valor da bicicleta serem idênticos ao da que havia 
alugado, as cores eram diferentes. Cinco minutos depois, Thiago veio a ser abordado por policiais militares 
que souberam dos fatos, sendo indiciado, em sede policial, pela prática do crime de furto simples doloso. 
No momento do oferecimento da denúncia, o promotor de justiça deverá concluir que a conduta de Thiago 
é: 
A) típica, mas deverá ser reconhecida causa de diminuição de pena em razão do erro de proibição, que não 
era inevitável; 
B) típica, mas deverá ser imputado o crime contra o patrimônio de natureza culposa, já que o erro de tipo 
era evitável; 
C) atípica, em razão do reconhecimento do princípio da insignificância; 
D) atípica, diante do erro de proibição; 
E) atípica, diante do erro de tipo. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso o agente subtraiu para si coisa alheia móvel, o que configuraria furto (art. 155 do CP). Porém, 
podemos afirmar que o agente agiu em erro de tipo essencial, pois representou equivocadamente a 
realidade (acreditava ser sua a coisa que pegou), incorrendo em erro sobre um dos elementos que integram 
o tipo penal (“coisa alheia”), nos termos do art. 20 do CP. 
Como não existe punição para o crime de furto na forma culposa, ainda que se se tratasse de erro evitável, 
o agente não seria responsabilizado criminalmente. Logo, sua conduta é atípica. 
GABARITO: Letra E 
8. (FGV/2021/FUNSAÚDE) 
Durante operação policial em localidade com presença de criminosos armados, o policial Jonathan, temendo 
pela sua integridade física e de seus colegas policiais, se assusta ao ver sair de uma casa um homem 
segurando um guarda-chuva com ponta metálica. 
Por pensar tratar-se de uma arma de fogo e não de um guarda-chuva, Jonathan atira e vem a matar a vítima, 
Caio, que saía de casa em direção ao trabalho. 
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==1365fc==
 
7 
Acerca do erro praticado por Jonathan, assinale a opção que indica a tese de direito material que poderia ser 
usada em sua defesa. 
A) Erro de proibição, que, se for entendido como inevitável, isenta de pena e se for evitável poderá reduzi-
la de um sexto a um terço, nos termos do Art. 21 do CP. 
B) Erro de tipo incriminador, na medida em que errou sobre um elemento constitutivo do crime, o que 
poderia, nos termos do Art. 20, caput, do CP, afastar o dolo e permitir a punição por crime culposo, que 
existe no caso do homicídio. 
C) Erro na execução, na medida em que pensou que Caio estivesse portando uma arma de fogo, o que faz 
com que ele seja isento de pena, nos termos do Art. 73 do CP. 
D) Erro de tipo permissivo, previsto no Art. 20, § 1º, do CP, na medida em que acreditava estar diante de 
uma situação fática que, se existisse, tornaria sua ação legítima. Se o erro for tido como justificável, ficará 
isento de pena. Caso se entenda como evitável, responderá pelo crime na modalidade culposa, legalmente 
prevista no caso do homicídio. 
E) Erro sobre o objeto, modalidade de erro acidental na qual o agente confunde um objeto com outro, o que 
poderá isentar o réu de pena. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, o agente policial agiu acreditando estar atuando em legítima defesa, pois imaginou tratar-se de 
um criminoso armado e, portanto, imaginou haver situação fática (agressão injusta iminente) que autorizaria 
sua conduta (autorizaria a legítima defesa). 
Houve, portanto, legítima defesa putativa. No caso, uma descriminante putativa por erro sobre as 
circunstâncias fáticas. 
Assim, houve o que se chama de erro de tipo permissivo, previsto no Art. 20, § 1º, do CP, na medida em que 
acreditava estar diante de uma situação fática que, se existisse, tornaria sua ação legítima. Se o erro for tido 
como justificável, ficará isento de pena. Caso se entenda como evitável, responderá pelo crime na 
modalidade culposa, legalmente prevista no caso do homicídio: 
Art. 20 (...) § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há 
isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime 
culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
GABARITO: Letra D 
9. (FGV / 2019 / OAB) 
Regina dá à luz seu primeiro filho, Davi. Logo após realizado o parto, ela, sob influência do estado puerperal, 
comparece ao berçário da maternidade, no intuito de matar Davi. No entanto, pensando tratar-se de seu 
filho, ela, com uma corda, asfixia Bruno, filho recém-nascido do casal Marta e Rogério, causando-lhe a morte. 
Descobertos os fatos, Regina é denunciada pelo crime de homicídio qualificado pela asfixia com causa de 
aumento de pena pela idade da vítima. 
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Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Regina, em alegações finais da primeira fase do 
procedimento do Tribunal do Júri, deverá requerer 
A) o afastamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio simples com causa 
de aumento, diante do erro de tipo. 
B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não podendo ser 
reconhecida a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser descendente da agente. 
C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução (aberratio ictus), podendo ser 
reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de 
quem se pretendia atingir. 
D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida a 
agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de quem se 
pretendia atingir. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, houve erro sobre a pessoa (error in persona), modalidade de erro acidental prevista no art. 20, 
§3º do CP: 
Art. 20 (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de 
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da 
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Não há que se falar em erro na execução (aberratio ictus), pois a execução foi perfeitamente realizada. O 
erro ocorre antes da execução, no momento da representação da vítima, da visualização de quem seria o 
alvo da conduta. 
Logo, pela teoria da equivalência, devemos considerar as condições da vítima visada (e não as da vítima 
atingida). Assim, Regina responderá como se tivesse matado o próprio filho. 
Quando a mãe, sob a influência do estado puerperal, mata o próprio filho, durante o parto ou logo após, há 
crime de infanticídio (art.123 do CP) e não homicídio. Deve haver, portanto, a desclassificação para 
infanticídio. 
Porém, não será aplicada a agravante de ter sido o crime praticado contra descendente (art. 61, II, “e” do 
CP), pois tal circunstância já é elemento do tipo, e sua consideração também como agravante no infanticídio 
geraria bis in idem, ou seja, dupla punição pelo mesmo fato/circunstância. 
GABARITO: Letra B 
10. (FGV – 2019 – DPE-RJ – TÉCNICO JURÍDICO) 
Ao final das comemorações da noite de Natal com sua família, Paulo, quando deixava o local, acabou por 
levar consigo o presente do seu primo Caio, acreditando ser o seu, tendo em vista que as caixas dos presentes 
eram idênticas. Após perceber o sumiço do seu presente e acreditando ter sido vítima de crime patrimonial, 
Caio compareceu à Delegacia para registrar o ocorrido, ocasião em que foram ouvidas testemunhas 
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presenciais,que afirmaram ter visto Paulo sair com aquele objeto. Paulo, ao tomar conhecimento da 
investigação, compareceu em sede policial e indicou onde o objeto estava, sendo o bem apreendido no dia 
seguinte em sua residência. Preocupado com sua situação jurídica, Paulo procurou a Defensoria Pública. 
Sob o ponto de vista jurídico, sua conduta impõe o reconhecimento de que: 
A) ocorreu erro de proibição, afastando a culpabilidade ou gerando causa de redução de pena, a depender 
de ser considerado vencível ou invencível; 
B) foi praticado crime de furto, mas deverá ser reconhecida a causa de diminuição de pena do 
arrependimento posterior; 
C) houve erro sobre a pessoa, devendo ser consideradas as características daquele que se pretendia atingir; 
D) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja considerada atípica; 
E) houve erro na execução (aberratio ictus), logo a conduta deverá ser considerada atípica. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, houve erro DE TIPO. O agente (Paulo) sabe que subtrair coisa alheia móvel é crime (não há, 
portanto, erro sobre a ilicitude da conduta). Todavia, Paulo acredita que está pegando coisa própria, e não 
coisa alheia. Veja, portanto, que o erro de Paulo incide sobre um dos elementos do tipo (o elemento “coisa 
alheia”, já que acredita ser coisa própria). Assim, temos erro de tipo. 
GABARITO: LETRA D 
11. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) 
Pedro, jovem rebelde, sai à procura de Henrique, 24 anos, seu inimigo, com a intenção de matá-lo, vindo a 
encontrá-lo conversando com uma senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e cujo 
porte era autorizado, e dispara em direção ao rival. Ao mesmo tempo, a senhora dava um abraço de 
despedida em Henrique e acaba sendo atingida pelo disparo. Henrique, que não sofreu qualquer lesão, tenta 
salvar a senhora, mas ela falece. 
Diante da situação narrada, em consulta técnica solicitada pela família, deverá ser esclarecido pelo advogado 
que a conduta de Pedro, de acordo com o Código Penal, configura 
A) crime de homicídio doloso consumado, apenas, com causa de aumento em razão da idade da vítima. 
 
B) crime de homicídio doloso consumado, apenas, sem causa de aumento em razão da idade da vítima. 
 
C) crimes de homicídio culposo consumado e de tentativa de homicídio doloso em relação a Henrique. 
 
D) crime de homicídio culposo consumado, sem causa de aumento pela idade da vítima. 
 
COMENTÁRIOS 
No presente caso tivemos um homicídio doloso consumado, pois houve erro na execução, na forma do art. 
73 do CP. Não há aumento de pena em razão da agravante de ter sido praticado contra pessoa idosa, pois 
consideram-se as condições pessoais da vítima visada, e não as da vítima atingida, nos termos do art. 73 c/c 
art. 20, §3º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
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12. (FGV – 2017 – OAB – XXII EXAME DE ORDEM) 
Tony, a pedido de um colega, está transportando uma caixa com cápsulas que acredita ser de remédios, sem 
ter conhecimento que estas, na verdade, continham Cloridrato de Cocaína em seu interior. Por outro lado, 
José transporta em seu veículo 50g de Cannabis Sativa L. (maconha), pois acreditava que poderia ter pequena 
quantidade do material em sua posse para fins medicinais. 
Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreensão das drogas, denunciados pela prática do crime 
de tráfico de entorpecentes. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tony e José deverá alegar em favor dos 
clientes, respectivamente, a ocorrência de 
A) erro de tipo, nos dois casos. 
 
B) erro de proibição, nos dois casos. 
 
C) erro de tipo e erro de proibição. 
 
D) erro de proibição e erro de tipo. 
COMENTÁRIOS 
No primeiro caso temos erro de tipo, previsto no art. 20 do CP, pois o agente praticou o fato típico por incidir 
em ERRO sobre um dos elementos do tipo penal (substância entorpecente), já que acredita que não se 
tratava de substância entorpecente, e sim de remédio. 
No segundo caso tivemos erro de proibição, pois o agente sabia exatamente o que estava carregando, mas 
acreditava que sua conduta era lícita perante o Direito Penal, ou seja, trata-se de um erro sobre a existência 
ou limites da norma penal. Portanto, ERRO DE PROIBIÇÃO, nos termos do art. 21 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
13. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) 
Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia, seu 
adversário no campeonato do bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vê, de costas, um jogador 
com a camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na 
verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em 
virtude dos disparos, Rodrigo faleceu. Considerando a situação narrada, assinale a opção que indica o crime 
cometido por Wellington. 
A) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro na execução. 
B) Homicídio consumado, considerando-se as características de Rodrigo. 
C) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa. 
D) Tentativa de homicídio contra Ronaldo e homicídio culposo contra Rodrigo. 
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No caso em tela, temos o fenômeno do erro sobre a pessoa, previsto no art. 20, §3º do CP. Neste caso, o 
agente responde pelo crime de acordo com as características da vítima pretendida, e não de acordo com as 
características da vítima atingida. Assim, Wellington responderá por homicídio doloso consumado, 
considerando-se as características pessoais de Ronaldo, a vítima visada. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
14. (FGV – 2014 – OAB – XIV EXAME DE ORDEM) 
Eslow, holandês e usuário de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil 
para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensão, fumar um cigarro de 
maconha nas arquibancadas do estádio. Imediatamente, os policiais militares de plantão o prenderam e o 
conduziram à Delegacia de Polícia. Diante do Delegado de Polícia, Eslow, completamente assustado, afirma 
que não sabia que no Brasil a utilização de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu país, 
é um hábito assistir a jogos de futebol fumando maconha. 
Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a principal tese defensiva. 
a) Eslow está em erro de tipo essencial escusável, razão pela qual deve ser absolvido. 
b) Eslow está em erro de proibição direto inevitável, razão pela qual deve ser isento de pena. 
c) Eslow está em erro de tipo permissivo escusável, razão pela qual deve ser punido pelo crime culposo. 
d) Eslow está em erro de proibição, que importa em crime impossível, razão pela qual deve ser absolvido. 
COMENTÁRIOS 
Na hipótese narrada o agente se encontra em ERRO DE PROIBIÇÃO, pois incidiu em erro sobre a existência 
de norma incriminadora. Quanto a ser, ou não, um erro evitável, trata-se de uma questão mais nebulosa. O 
enunciado, contudo, tenta deixar claro que o agente, de fato, não sabia e nem poderia saber da proibição, 
já que é pessoa que nunca viajou para fora da Holanda, etc. Assim, o enunciado deixa transparecer que se 
trata de erro de proibição inevitável e, sendo assim, o agente fica isento de pena, por força do art. 21 do CP. 
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
15. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) 
Jaime, brasileiro, passou a morar em um país estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime 
tinha por hábito sempre levar consigo acessórios de armade fogo, o que não era proibido, levando-se em 
conta a legislação vigente à época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal hábito foi mantido no país estrangeiro que, 
em sua legislação, não vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime resolve vir de férias ao Brasil. Além de 
matar as saudades dos familiares, Jaime também queria apresentar o país aos seus dois filhos, ambos 
nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias após sua chegada, Jaime foi preso em flagrante por portar 
ilegalmente acessório de arma de fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis : “Portar, 
deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, 
remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, 
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. 
Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hipótese de 
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A) erro de proibição direto. 
B) erro de tipo essencial. 
C) erro de tipo acidental. 
D) erro sobre as descriminantes putativas. 
COMENTÁRIOS 
Partindo-se da premissa de que, de fato, Jaime não sabia que sua conduta era prevista como crime, temos 
um caso de erro de proibição direto, pois recai sobre a potencial consciência da ilicitude do fato em abstrato. 
Nos termos do art. 21 do CP: 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
16. (FGV - 2010 - OAB – EXAME DE ORDEM) 
Joaquim, desejoso de tirar a vida da própria mãe, acaba causando a morte de uma tia (por confundi-la com 
aquela). Tendo como referência a situação acima, é correto afirmar que Joaquim incorre em erro 
A) de tipo essencial escusável – inevitável – e deverá responder pelo crime de homicídio sem a incidência da 
agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (haja vista que a vítima, de fato, não era a sua 
genitora). 
B) de tipo acidental na modalidade error in persona e deverá responder pelo crime de homicídio com a 
incidência da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (mesmo que a vítima não seja, de 
fato, a sua genitora). 
C) de proibição e deverá responder pelo crime de homicídio qualificado pelo fato de ter objetivado atingir 
ascendente (preserva-se o dolo, independente da identidade da vítima). 
D) de tipo essencial inescusável – evitável –, mas não deverá responder pelo crime de homicídio qualificado, 
uma vez que a pessoa atingida não era a sua ascendente. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela, Joaquim praticou o que se chama de crime por erro sobre a pessoa, na medida em que 
visualizou mal a vítima, mas acertou na execução. Nesse caso, o CP determina que o agente seja punido pelo 
crime que tentou em relação à pessoa visada, e não em relação à pessoa efetivamente atingida. Vejamos: 
Art. 20 (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de 
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da 
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
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13 
Portanto, a afirmativa CORRETA É A LETRA B. 
17. (FGV – 2013 – OAB – XII EXAME DE ORDEM) 
Bráulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um show de rock, em uma casa noturna. Os dois, após 
conversarem um pouco, resolvem dirigir-se a um motel e ali, de forma consentida, o jovem mantém relações 
sexuais com Paula. Após, Bráulio descobre que a moça, na verdade, tinha apenas 13 anos e que somente 
conseguira entrar no show mediante apresentação de carteira de identidade falsa. 
A partir da situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
A) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável doloso. 
B) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável culposo. 
C) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de erro de tipo essencial. 
D) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de erro de proibição direto. 
COMENTÁRIOS 
Em tese, Bráulio praticou o delito do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável), por ter mantido relação sexual 
com pessoa menor de 14 anos. Contudo, no caso concreto, podemos afirmar que Bráulio agiu em erro de 
tipo essencial, pois representou equivocadamente a realidade (acreditava que Paula tivesse mais de 14 
anos), incorrendo em erro sobre um dos elementos que integram o tipo penal (ser a vítima menor de 14 
anos), nos termos do art. 20 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
18. (FGV – 2010 – OAB – II EXAME DE ORDEM) 
Arlete, em estado puerperal, manifesta a intenção de matar o próprio filho recém-nascido. Após receber a 
criança no seu quarto para amamentá-la, a criança é levada para o berçário. Durante a noite, Arlete vai até 
o berçário, e, após conferir a identificação da criança, a asfixia, causando a sua morte. Na manhã seguinte, é 
constatada a morte por asfixia de um recém-nascido, que não era o filho de Arlete. 
Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mãe. 
(A) Crime de homicídio, pois, o erro acidental não a isenta de reponsabilidade. 
(B) Crime de homicídio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata de matar o próprio filho sob influência do 
estado puerperal, não houve preenchimento dos elementos do tipo. 
(C) Crime de infanticídio, pois houve erro quanto à pessoa. 
(D) Crime de infanticídio, pois houve erro essencial. 
COMENTÁRIOS 
No caso narrado no enunciado Arlete deverá responder pelo delito de infanticídio, previsto no art. 123 do 
CP. Isso porque houve o que se chama de ERRO SOBRE A PESSOA, ou seja, Arlete representou 
equivocadamente a realidade, agindo contra o filho de outra pessoa, acreditando que estava praticando a 
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conduta contra o próprio filho. Em casos tais, o agente responde pelo delito como se tivesse atingido a 
pessoa que, de fato, pretendia atingir, nos termos do art. 20, §3º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR
1. VUNESP - JE TJSP/TJ SP/2023
A embriaguez deve ser considerada circunstância agravante do crime quando
a) decorre de estado de violenta emoção.
b) poderia ser evitada.
c) é preordenada.
d) decorre involuntariamente.
2. FGV - GCM (Pref SJC)/Pref SJC/2023
Marcelo decide sair para beber com os seus amigos. Depois de algumas horas ingerindo bebidas
alcóolicas voluntariamente, deixa o bar e, no caminho de casa, resolve matar uma pessoa em
situação de rua com a qual tinha desentendimento anterior. Durante o processo, a Defesa de
Marcelo alega que ele não tinha condição de responder pelos seus atos (ausência de
culpabilidade), pois estava completamente embriagado.
Tendo como base o caso concreto, a tese da Defesa de Marcelo
a) não está correta, pois a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de
efeitos análogos não exclui a imputabilidade penal.
b) não está correta, pois a embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior não isenta de
pena, ainda que ele fosse, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
c) está correta, pois a embriaguez peloàs normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Emoção e paixão 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, 
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984); 
 SÚMULAS PERTINENTES 
1 Súmulas do STJ 
 Súmula 74 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que o reconhecimento da menoridade 
penal depende de prova por documento hábil (certidão de nascimento, carteira de identidade, etc.). Uma 
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vez reconhecida a menoridade penal, o processo deve ser anulado e o agente submetido ao regramento 
especial do ECA. 
Súmula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO REU 
REQUER PROVA POR DOCUMENTO HÁBIL. 
 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 STJ - RESP 1544952 – O STJ decidiu no sentido de que a mera condição de indígena (ainda que não 
integrado à sociedade) não configura, por si só, hipótese de exclusão da culpabilidade por ausência de 
potencial consciência da ilicitude, o que deve ser avaliado caso a caso: 
(...) 2. A isenção da pena, prevista no art. 21 do CP, depende da demonstração de que, 
apesar de o autor saber o que faz, supõe que a conduta seja permitida. A condição de 
indígena não pressupõe tratar-se de hipótese de erro de proibição, prescindindo de 
elementos que indiquem a falta de consciência da ilicitude. Excludente não configurada na 
espécie. 
(STJ - RECURSO ESPECIAL Nº 1.544.952 - PE (2015/0180332-0 – Pub. 30/09/2015). 
 
 
 
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1 
 ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO 
1 Erro de tipo essencial 
Sabemos que o crime, em seu conceito analítico, é formado basicamente por três elementos: fato 
típico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui é irrelevante), ilicitude e culpabilidade. 
Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente à conduta descrita no tipo penal 
(direta ou indiretamente), temos um fato típico e, como disse, estará presente, portanto, a tipicidade. 
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato típico por equívoco! Isso mesmo! O agente 
pratica um fato considerado típico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. 
O erro de tipo é a representação errônea da realidade, na qual o agente acredita não se verificar a 
presença de um dos elementos essenciais que compõem o tipo penal. 
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato: 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
Imaginemos que o agente desconhecesse a condição de funcionário público da vítima. 
Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre elemento essencial do 
tipo penal. 
O erro de tipo pode ocorrer, também, nos crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão), 
pois o agente pode desconhecer sua condição de garantidor no caso concreto1 (aquele que tem o dever de 
impedir o resultado). 
EXEMPLO: Imagine que uma mãe presencie o estupro da própria filha, mas nada faça, por 
não verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a mãe incidiu em erro de tipo, pois errou na 
representação da realidade fática acerca de elemento que constituía o tipo penal. Ou seja, 
não identificou que a vítima era sua filha, elemento este que faria surgir seu dever de 
intervir. 
 
1 BITENCOURT, Op. cit., p. 512 
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2 
 
ATENÇÃO! Quando o erro incidir sobre elemento normativo do tipo2, há divergência na Doutrina! Parte 
entende que continua se tratando de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende que não se trata de erro 
de tipo, mas de erro de proibição, pois o agente estaria errando acerca da licitude do fato3. Exemplo: O art. 
154 do CP diz o seguinte: Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão 
de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, 
de três meses a um ano, ou multa. Nesse caso, o elemento “sem justa causa” é elemento normativo do tipo. 
Se o médico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que este poderá ajudá-lo, e faz 
isso apenas para o bem do paciente, acreditando haver justa causa, quando na verdade o parente é um 
tremendo fofoqueiro que só quer difamar o paciente, o médico incorreu em erro de tipo, pois acreditava 
estar agindo com justa causa, que não havia. Porém, como disse a vocês, parte da doutrina entende que aqui 
se trata de erro de proibição. Mas a teoria que prevalece é a de que se trata mesmo de erro de tipo. 
O erro de tipo pode ser: 
• Escusável – Quando o agente não poderia conhecer, de fato, a presença do elemento do tipo. 
Exemplo: “A” entra numa loja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra 
uma bolsa idêntica à sua, e a leva embora. Entretanto, “A” não sabia que essa bolsa era de 
“B”, que estava olhando revistas distraída, tendo sua bolsa sido levada por outra pessoa no 
momento em que saiu da loja pela primeira vez. Nesse caso, “A” não tinha como imaginar que 
alguém, em tão pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra pessoa deixaria no 
mesmo lugar uma bolsa idêntica. Nesse caso, “A” incorreu em erro de tipo escusável, pois 
não poderia, com um exercício mental razoável, saber que aquela não era sua bolsa. 
• Inescusável – Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas 
poderia, mediante um esforço mental razoável, não ter agido desta forma. Exemplo: 
Imaginemos que Marcelo esteja numa repartição pública e acabe por desacatar funcionário 
público que lá estava. Marcelo não sabia que se tratava de funcionário público, mas mediante 
esforço mental mínimo poderia ter chegado a esta conclusão, analisando a postura da pessoa 
com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo incorreu em erro de tipo 
inescusável, e responderia por crime culposo, caso houvesse previsão de desacato culposo 
(não há). 
Assim, lembrem-se: 
 
2 Com relação a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como “elementos normativos especiais da ilicitude”. Para 
o autor, elementos normativos seriam aqueles que demandam mero juízo de valor acerca de um objeto (saber que o documento 
falsificado é público, por exemplo, no crime de falsificação de documento público). Termos como “indevidamente”, “sem justa causa”, 
etc., seriam antecipação da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal. (BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, 
já que a Doutrina majoritária entende que tais expressões são elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz 
Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211. 
3 BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515 
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Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Penalálcool ou substância de efeitos análogos, mesmo
voluntária, exclui a imputabilidade penal.
d) não está correta, pois apenas a embriaguez voluntária decorrente do uso de entorpecentes
(drogas) exclui a imputabilidade penal.
e) está correta, de modo que Marcelo não responderá pelo crime na medida em que tinha
desentendimento anterior com a vítima, o que justifica a sua conduta.
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3. FGV - JE TJMS/TJ MS/2023
Mévio foi vítima de crime de roubo com restrição de liberdade, tendo sido amarrado. Antes de
liberá-lo, Caio, o roubador, fez com que Mévio ingerisse bebida alcoólica à força, a fim de reduzir
a sua capacidade de resistência. Contudo, ainda que completamente embriagado e sem
capacidade de discernimento sobre o caráter ilícito do fato, após ser liberado e estar a caminho
de casa, Mévio resolveu voltar ao local em que Caio se encontrava e o espancou até ocasionar
sua morte.
Diante dessa situação, é correto afirmar que Mévio:
a) deverá responder pelo crime de lesão corporal qualificado pelo resultado morte, em razão do
dolo com que praticou as lesões corporais e da culpa quanto ao resultado morte;
b) deverá responder pelo crime de homicídio doloso, uma vez que o resultado morte era
previsível, havendo, ao menos, dolo eventual;
c) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da tipicidade;
d) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da ilicitude;
e) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da culpabilidade.
4. FCC - TM (MPE PB)/MPE PB/Sem Especialidade/2023 - ADAPTADA
Não há crime quando o agente pratica o fato em estado de embriaguez, voluntária ou culposa,
pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
5. (FGV/2023/CGE-SC/AUDITOR)
Arthur é servidor público de determinado órgão da Administração Pública, quando recebe uma
ligação ameaçadora, informando que sua esposa, Aline, está em poder de sequestradores,
devendo Arthur praticar determinado ato administrativo, em benefício dos criminosos, sob pena
de grave ofensa à integridade física de Aline. Arthur se sente ameaçado e apavorado, com justo
receio pela integridade física de sua esposa.
No caso narrado, na hipótese de Arthur efetivamente praticar o ato de ofício requerido, é correto
afirmar que
A) Arthur responderá por prevaricação caso não se comprove o efetivo risco à integridade física
de Aline.
B) Arthur age em excludente de ilicitude, uma vez que a situação narrada representa estado de
necessidade.
C) Arthur age em excludente de culpabilidade, uma vez que a situação narrada é de coação
moral irresistível.
D) se Aline estiver realmente sob poder de criminosos, é o caso de coação física irresistível.
2
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E) Arthur age em erro de tipo, por não saber se Aline está efetivamente sob o poder dos
criminosos, excluindo-se a tipicidade.
6. (FGV/2022/TRT13)
Mário estava em uma festa e ficou completamente embriagado após ingerir um refrigerante sem
saber que o barman tinha incluído uma substância entorpecente em sua bebida. Nessa situação,
Mário subtraiu o celular de Alice e foi embora do local. Posteriormente, foi constatado, na
perícia, que Mário estava completamente embriagado e sem capacidade de determinar o caráter
ilícito do fato.
Nesse caso, é correto afirmar que Mário
A) não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da ilicitude, em razão do
exercício regular de direito.
B) não responderá por crime, tendo em vista que houve exclusão da culpabilidade, em razão do
exercício regular de direito.
C) não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da imputabilidade do agente, existe
uma excludente de culpabilidade.
D) não responderá por crime, tendo em vista que, em razão da inimputabilidade, houve exclusão
da culpabilidade.
E) praticou o crime de furto, previsto no art. 155, caput do CP.
7. (FGV/2022/SEAD-AP)
Alice, 16 anos, foi sequestrada por Túlio, três dias antes de Túlio completar 18 anos. Após passar
9 dias em cativeiro, as investigações para encontrar Alice foram bem sucedidas e Alice foi então
libertada.
Nessa situação hipotética, podemos afirmar que Túlio
A) deve responder por ato infracional análogo ao crime de sequestro e cárcere privado.
B) será considerado inimputável e não será penalmente responsabilizado.
C) será considerado inimputável e será penalmente responsabilizado.
D) será considerado imputável para todos os fins penais, porque trata-se de crime continuado,
em que a consumação se prolonga no tempo.
E) será considerado imputável para todos os fins penais, porque trata-se de crime permanente,
em que a consumação se prolonga no tempo.
8. (FGV/2022/SENADO)
Durante assalto a uma joalheria, dois homens armados obrigaram a gerente, mediante grave
ameaça, a abrir o cofre e a acondicionar as joias que estavam guardadas ali em uma mochila, que
eles levaram consigo na fuga.
Com base no caso descrito e no conceito tripartite de crime, assinale a afirmativa correta.
3
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A) A cooperação da gerente com os roubadores é um fato penalmente atípico.
B) Em razão da ameaça, a gerente não agiu com dolo ao colaborar com os roubadores.
C) A gerente não agiu de forma culpável, apesar de haver cometido um injusto penal.
D) A gerente cometeu o crime de roubo em concurso de agentes, mas é favorecida por uma
escusa absolutória.
E) A gerente agiu em legítima defesa, razão por que a sua colaboração com os roubadores é
justificada.
9. (FGV/2022/PCAM)
O conceito analítico de crime o divide em Fato Típico; Ilícito ou Antijurídico e Culpável. A
culpabilidade, por sua vez, é composta pela imputabilidade, pela potencial consciência da
ilicitude e pela inexigibilidade de conduta diversa.
Dentre as causas que excluem a imputabilidade penal encontram-se:
A) coação física irresistível, menoridade e embriaguez acidental completa.
B) embriaguez acidental incompleta, menoridade e obediência hierárquica.
C) embriaguez acidental completa, menoridade e doença mental.
D) embriaguez preordenada, coação moral irresistível e erro de proibição.
E) coação moral irresistível, exercício regular de direito e menoridade.
10. (FGV/2022/TJDFT)
Constituem elementos da culpabilidade:
A) inimputabilidade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa;
B) maioridade, potencial consciência da lei e inexigibilidade de uma conduta diversa;
C) imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa;
D) maioridade, potencial conhecimento da ilicitude e exigibilidade de uma conduta diversa;
E) imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e inexigibilidade de uma conduta diversa.
11. (FGV/2022/MPE-BA/ESTÁGIO JURÍDICO)
Esteban, jovem graduando em Direito, viaja com a associação atlética de sua universidade para
festividades em cidade do interior do Estado. Em meio às confraternizações, substância
entorpecente é oferecida a Esteban por seus colegas. A fim de superar sua timidez, o agente
aceita consumir as referidas drogas, atingindo embriaguez completa. Ao recobrar os sentidos,
Esteban tinha em sua posse um relógio que furtou naquela noite, tendo os colegas lhe contado
que havia também agredido alunos da universidade rival, invadido domicílio e praticado crime de
dano aos pertences dos citados alunos.
Acerca da culpabilidade e da teoria da actio libera in causa, é correto afirmar que:
4
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A) a embriaguez por caso fortuito ou força maior não atenua nem isenta o réu de pena;
B) ao passowww.estrategiaconcursos.com.br
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3 
 
Pode ser que se utilize o termo “Erro sobre elemento constitutivo do tipo penal”. Eu prefiro essa 
nomenclatura, mas ela não é utilizada sempre. 
 
ATENÇÃO! Existe, ainda, o que se convencionou chamar de “erro de tipo permissivo”. O que é isso? O erro 
de “tipo permissivo” é o erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificação (excludente de 
ilicitude). Assim, o erro de “tipo permissivo” seria, basicamente, uma descriminante putativa por erro de 
fato (erro sobre os pressupostos fáticos que autorizariam o agente a atuar amparado pela excludente de 
ilicitude). 4 
2 Erro determinado por terceiro 
No erro de tipo o agente comete o erro “sozinho”, ou seja, não é induzido a erro por ninguém. No erro 
determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. 
Neste caso, só responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se que há, aqui, uma 
modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato (agente provocador) utiliza o autor imediato 
(agente provocado, aquele que comete o erro) como mero instrumento para seu intento criminoso. 
Ex.: Determinado médico, querendo a morte do paciente, entrega à enfermeira 
(dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo ao paciente, alegando tratar-
se de um sedativo. A enfermeira, sem saber do que se trata, confiando no médico, ministra 
o veneno. O paciente morre. Neste caso, somente o médico (aquele que provocou o erro) 
responde pelo homicídio (neste caso, doloso). 
 
4 Fala-se em “tipo permissivo” em razão da teoria dos elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no começo do século 
passado. Para esta teoria, as causas de exclusão da ilicitude seriam elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o “tipo 
incriminador” propriamente dito seria a descrição da conduta proibida, as excludentes de ilicitude corresponderiam a “ressalvas” à 
ilicitude da conduta. Desta forma, o que a Doutrina quis dizer foi que, basicamente, quando o art. 121 do CP diz que “matar alguém” 
é crime, ele na verdade quer dizer que “matar alguém é crime, exceto se houver alguma causa de justificação”. 
Esta é uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente disso, o fato é que o termo “erro de tipo permissivo” é 
largamente utilizado e, portanto, digno de nota! 
ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA FÁTICA DE UM 
DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O TIPO 
PENAL
ERRO DE TIPO
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4 
A enfermeira, em regra, não responde por crime algum, salvo se ficar demonstrado que 
agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha plenas condições de saber que se tratava 
de veneno, ou se podia desconfiar das intenções do médico, etc.). 
3 Erro de proibição 
A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analítico de crime) é formada por alguns elementos, 
dentre eles, a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE. 
A POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE é a possibilidade de o agente, de acordo com suas 
características, conhecer o caráter ilícito do fato. Não se trata do parâmetro do homem médio, MAS DE UMA 
ANÁLISE DA PESSOA DO AGENTE. 
Quando o agente age acreditando que sua conduta não é ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do 
CP). 
O erro de proibição pode ser: 
➢ Escusável – Nesse caso, era impossível àquele agente, naquele caso concreto, saber que sua 
conduta era contrária ao Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é isento de 
pena. 
➢ Inescusável – Nesse caso, o erro do agente quanto à proibição da conduta não é tão perdoável, 
pois era possível, mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta ilícita. Assim, 
permanece a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminuída de um sexto a um 
terço (conforme o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude). 
EXEMPLO: Um cidadão do interior do país, pessoa bem simples e de pouca instrução 
formal, encontra um bem (relógio de ouro, por exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, 
mal sabe ele que essa conduta é crime, estando prevista no CP (apropriação de coisa 
achada). Vejamos: 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou 
força da natureza: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: (...) 
Apropriação de coisa achada 
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de 
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro 
no prazo de 15 (quinze) dias. 
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5 
Percebam que até mesmo uma pessoa de razoável intelecto é capaz de não conhecer a ilicitude desta 
conduta5. Assim, o agente, diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA PERFEITAMENTE A 
REALIDADE (Sabe que a coisa não é sua, é uma coisa que foi perdida por alguém), mas ACREDITA QUE A 
CONDUTA É LÍCITA. 
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relógio, na verdade, soubesse que não 
podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse que o relógio era um relógio que ele tinha perdido 
horas antes (quando, na verdade, era o relógio de outra pessoa). Nesse caso, o agente sabia que não podia 
praticar a conduta de “se apropriar de coisa alheia perdida” (Não há, portanto, erro de proibição), mas 
acreditou que a coisa não era “alheia”, achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferença? 
 
O erro de proibição pode ser direto (que é a hipótese mencionada) ou indireto. O erro de proibição 
indireto ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificação que o ampare. 
Contudo, não confundam o erro de proibição indireto com o erro de tipo permissivo. Ambos se referem à 
existência de uma causa de justificação (excludente de ilicitude), mas há uma diferença fundamental entre 
eles: 
• Erro de tipo permissivo – O agente atua acreditando que, no caso concreto, estão presentes os 
requisitos fáticos que caracterizam a causa de justificação e, portanto, sua conduta seria justa. 
Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um ladrão 
(acreditava que as circunstâncias fáticas autorizariam agir em legítima defesa). 
• Erro de proibição indireto – O agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma 
descriminante (causa de justificação) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a 
existência e/ou limites de uma causa de justificação em abstrato. Erro, portanto, sobre o 
ordenamento jurídico6. Ex.: José encontra-se num barco que está a naufragar. Como possui 
muitos pertences, precisa de dois botes, um para se salvar e outro para salvar seus bens. 
Contudo, Marcelo também está no barco e precisa salvar sua vida. José, no entanto, agride 
Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, já que tinha a intenção de utilizá-lo para 
proteger seus bens. Neste caso, José não representou erroneamente a realidade fática (sabia 
exatamente o que estava se passando). José, contudo, errou quanto aos limites da causa de 
justificação (estado de necessidade), que não autoriza o sacrifício de um bem maior (vida de 
Marcelo) para proteger um bem menor (pertences de José). 
 
5 Não se exige que o agente conheça EXATAMENTE a tipificação penal de sua conduta, bastando que ele saiba que sua conduta é 
ilícita. Assim, se o agente pratica uma determinada conduta que sabe ser ilícita (embora não saiba a qual crime se refere), NÃO HÁ 
ERRO DE PROIBIÇÃO. Haveria, aqui, o que se chama de “erro de subsunção”, que é irrelevante para fins de determinação da 
responsabilidade penal do agente. Isso ocorre porque não se exige do agente que saiba EXATAMENTE a que tipo penal corresponde 
sua conduta. Basta que se verifique ser possívelao agente, de acordo com suas características pessoas e sociais, saber que sua 
conduta é ilícita (Isso é o que se chama de VALORAÇÃO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO). 
6 BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525 
Agente comete o fato criminoso POR ACHAR 
QUE A CONDUTA NÃO É PROIBIDA
ERRO DE PROIBIÇÃO
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6 
4 Descriminante putativa x delito putativo 
Não se deve confundir descriminante putativa com delito putativo. 
As descriminantes putativas são quaisquer situações nas quais o agente incida em erro por acreditar 
que está presente uma situação que, se de fato existisse, tornaria sua ação legítima (a doutrina majoritária 
limita estes casos às excludentes de ilicitude). 
EXEMPLO: Imagine que o agente está numa casa de festas e ouça gritos de “fogo”! Supondo 
haver um incêndio, corre atropelando pessoas, agredindo quem está na frente, para poder 
se salvar. Na verdade, tudo não passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas 
(moderadamente, é claro), para se salvar, supondo haver uma situação que, se existisse 
(incêndio) justificaria a sua conduta (estado de necessidade). Dessa forma, há uma 
descriminante putativa por estado de necessidade putativo (descriminante putativa). 
No delito putativo acontece exatamente o oposto do que ocorre no erro de tipo, no erro de proibição 
e nas descriminantes putativas (seja de que natureza forem). O agente acredita que está cometendo o 
crime, quando, na verdade, está cometendo um INDIFERENTE PENAL. 
EXEMPLO: Um cidadão, sem querer, esbarra no carro de um terceiro, causando danos no 
veículo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, ele acredita que está cometendo crime 
de DANO CULPOSO, mas não sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NÃO EXISTE. 
Portanto, há, aqui, DELITO PUTATIVO. 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS X DELITO PUTATIVO 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS 
Agente acredita não estar cometendo crime algum, por 
incidir em erro. Contudo, está praticando uma conduta 
típica e ilícita. 
DELITO PUTATIVO 
Agente comete um INDIFERENTE PENAL, mas acredita 
estar praticando crime. 
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
CÓDIGO PENAL 
 Arts. 20 e 21 do CP - Tratam do erro (em suas mais variadas formas): 
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7 
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas 
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando 
o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra 
quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a 
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir 
essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 STF - RHC 79788 – O STF possui alguns julgados no sentido de ser possível o reconhecimento da ocorrência 
de erro de tipo em relação ao crime de estupro de vulnerável, quando a vítima claramente aparenta ter bem 
mais que 14 anos: 
(...) O erro quanto à idade da ofendida é o que a doutrina chama de erro de tipo, ou seja, o 
erro quanto a um dos elementos integrantes do erro do tipo. A jurisprudência do tribunal 
reconhece a atipicidade do fato somente quando se demonstra que a ofendida aparenta 
ter idade superior a 14 (quatorze) anos. Precedentes. No caso, era do conhecimento do 
réu que a ofendida tinha 12 (doze) anos de idade. 3. Tratando-se de menor de 14 (quatorze) 
anos, a violência, como elemento do tipo, é presumida. Eventual experiência anterior da 
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ofendida não tem força para descaracterizar essa presunção legal. Precedentes. Ademais, 
a demonstração de comportamento desregrado de uma menina de 12 (doze) anos implica 
em revolver o contexto probatório. Inviável em Habeas. 4. O casamento da ofendida com 
terceiro, no curso da ação penal, é causa de extinção da punibilidade (CP, art. 107, VIII). Por 
analogia, poder-se-ia admitir, também, o concubinato da ofendida com terceiro. 
Entretanto, tal alegação deve ser feita antes do trânsito em julgado da decisão 
condenatória. O recorrente só fez após o trânsito em julgado. Negado provimento ao 
recurso. 
(RHC 79788, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Segunda Turma, julgado em 02/05/2000, DJ 
17-08-2001 PP-00052 EMENT VOL-02039-01 PP-00142) 
 
 
 
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1 
 ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
O erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execução do fato criminoso ou um desvio no nexo 
causal da conduta com o resultado1. Pode se apresentar de diversas formas: 
1.1 Erro sobre a pessoa (error in persona) 
Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que 
deveria ser o alvo do delito. Neste caso, o erro é irrelevante, pois o agente responde como se tivesse 
praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previsão está no art. 20, §3° do CP. 
Aqui o sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, não existe falha na execução do delito. O erro 
está em momento anterior (na representação mental da vítima). 
Ex.: João quer matar seu pai, pois está com raiva em razão da partilha dos bens de sua mãe. 
João fica na espreita e, quando vê uma pessoa chegar, acreditando ser seu pai, mira bem 
no crânio e lasca um balaço certeiro, fazendo com que a vítima caia desfalecida. Após, 
verifica que a pessoa não era seu pai, mas seu irmão. 
Neste caso o agente responderá como se tivesse praticado o delito contra seu pai (pessoa visada) e 
não pelo homicídio contra seu irmão. Trata-se da teoria da equivalência. 
1.2 Erro sobre o nexo causal 
No erro sobre o nexo causal o agente alcança o resultado efetivamente pretendido, mas em razão de 
um nexo causal diferente daquele que o agente planejou. Pode ser de duas espécies: 
1.2.1 Erro sobre o nexo causal em sentido estrito 
Aqui o agente, com um só ato, provoca o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). 
Ex.: José dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em razão dos disparos, cai na 
piscina, e morre por afogamento. 
O agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por afogamento).2 
1.2.2 Dolo geral ou aberratio causae 
Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. É o engano no que se refere ao meio de 
execução do delito. Ocorrequando o agente, acreditando já ter ocorrido o resultado pretendido, prática 
outro ato, mas ao final verifica que este último foi o que provocou o resultado. 
 
1 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376 
2 Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380 
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2 
Ex.: O agente atira contra a vítima, visando sua morte. Acreditando que a vítima já morreu, 
atira o corpo num rio, visando sua ocultação. Mais tarde, descobre-se que esta última 
conduta foi a que causou a morte da vítima, por afogamento, pois ainda estava viva. 
Embora, tenhamos dois crimes (um homicídio doloso tentado na primeira conduta e um homicídio 
culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina majoritária entende que o agente responde por 
apenas um crime, pelo crime originalmente previsto (homicídio doloso consumado3), tendo sido adotada 
a TEORIA UNITÁRIA (ou princípio unitário).4 
Mas qual o nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o efetivamente ocorrido? Embora 
não haja unanimidade, prevalece o entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal 
efetivamente ocorrido (e não pelo pretendido).5 
1.3 Erro na execução (aberratio ictus) 
Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, não por confundi-la, mas por ERRAR NA 
HORA DE EXECUTAR O DELITO. Imagine que o agente, tentando acertar “A”, erre o tiro e acaba acertando 
“B”. No erro sobre a pessoa o agente não “erra o alvo”, ele “acerta o alvo”, mas o alvo foi confundido. SÃO 
COISAS DIFERENTES! 
A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execução do delito (não houve má 
execução pelo infrator, mas mero acidente). 
Ex.: José deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as manhãs para ir ao 
trabalho, coloca uma bomba no veículo, que será acionada assim que for dada a partida no 
carro. Maria, contudo, não usa o carro naquele dia, e quem acaba ligando o veículo é seu 
marido, que vem a falecer em razão da bomba. Vejam que, aqui, o agente não errou na 
hora de executar o ato criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em razão de 
acidente no curso da empreitada criminosa. 
Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo crime originalmente 
pretendido. Esta é a previsão do art. 73 do CP6. 
No que tange às consequências, o erro na execução pode ser de duas ordens: 
 
3 GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niterói-RJ, 2015, p. 360 
4 Doutrina minoritária (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois crimes em concurso: homicídio doloso 
tentado (primeira conduta) + homicídio culposo consumado (segunda conduta). Trata-se da adoção da teoria do desdobramento. 
5 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380/381 
6Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, 
atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste 
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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3 
1.3.1 Erro sobre a execução com unidade simples (Aberratio ictus de resultado único) 
O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso, responde como se tivesse 
atingido a pessoa visada (e não aquela efetivamente atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre 
a pessoa. 
EXEMPLO: José quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, erra o alvo e 
acaba acertando Paulo. Neste caso, José responde pela lesão corporal praticada. Todavia, 
devemos levar em consideração as condições pessoais de Maria, não as de Paulo, na hora 
de aplicar a pena. Assim, se Maria era a mãe de José, José terá sua pena agravada (crime 
praticado contra ascendente, art. 61, II, “e” do CP), mesmo não tendo atingido Maria. 
1.3.2 Erro sobre a execução com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo) 
O agente atinge a vítima não visada, mas atinge também a vítima originalmente pretendida. Nesse 
caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL. 
EXEMPLO: José quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, além de acertar Maria, a pedra 
acaba acertando também Paulo, que passava na hora. Neste caso, José responde pelos dois crimes. 
1.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio 
delicti ou aberratio criminis) 
Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro na execução, acaba cometendo 
outro. Aqui há uma relação de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus há uma relação de 
pessoa x pessoa. Pode ser de duas espécies: 
1.4.1 Com unidade simples 
O agente atinge apenas o resultado NÃO PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da 
seguinte forma: 
▪ Pessoa visada, coisa atingida – Responde pelo dolo em relação à pessoa (tentativa de homicídio ou 
lesões corporais). 
Ex.: José atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execução e acaba por 
atingir uma planta. Neste caso, José responde apenas pela tentativa de homicídio. 
▪ Coisa visada, pessoa atingida – Responde apenas pelo resultado ocorrido em relação à pessoa. 
Ex.: Imagine que alguém atire uma pedra num veículo parado, com o dolo de danificá-lo 
(art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra o alvo e atinge o dono, que estava perto, 
causando-lhe a morte (art. 121, §3º do CP). Nesse caso, o agente acaba por cometer CRIME 
DIVERSO DO PRETENDIDO. Responderá apenas pelo crime praticado efetivamente 
(homicídio culposo). 
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4 
1.4.2 Com unidade complexa 
O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) não pretendida. Aplica-se, 
neste caso, a mesma regra do erro na execução: atingindo ambos os bens jurídicos (o pretendido e o não 
pretendido) responderá por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).7 
CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (lesões corporais, por exemplo) e, além de atingir a pessoa 
visada, acaba também quebrando uma vidraça, ele NÃO responde por lesões corporais dolosas + dano 
culposo, pois NÃO HÁ CRIME DE DANO CULPOSO. 
1.5 Erro sobre o objeto (error in objecto) 
Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. 
Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra à noite na residência mas 
acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com a obra pretendida. 
O CP não previu esta hipótese de erro, mas diante de sua possibilidade fática, a Doutrina se debruçou 
sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto, não há qualquer relevância para fins de afastamento 
do do dolo ou da culpa, bem como não se afasta a culpabilidade. O agente responderá pelo delito. 
Mas qual delito? Neste caso, há divergência doutrinária. A doutrina majoritária, porém, sustenta que 
o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). 
Assim, no exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e não pelo furto 
da obra de arte valiosa). 
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
CÓDIGO PENAL 
 Arts. 20 e 21 do CP - Tratam do erro (em suas mais variadas formas): 
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
7 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379 
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5 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas 
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando 
o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra 
quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a 
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir 
essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. VUNESP - JE TJSP/TJ SP/2023
A embriaguez deve ser considerada circunstância agravante do crime quando
a) decorre de estado de violenta emoção.
b) poderia ser evitada.
c) é preordenada.
d) decorre involuntariamente.
COMENTÁRIOS
A embriaguez somente é considerada agravante quando é preordenada, ou seja, quando o
agente se embriaga especificamente com a intenção de praticar o delito, nos termos do art. 61,
II, “L” do CP:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
l) em estado de embriaguez preordenada.
GABARITO: LETRA C
2. FGV - GCM (Pref SJC)/Pref SJC/2023
Marcelo decide sair para beber com os seus amigos. Depois de algumas horas ingerindo bebidas
alcóolicas voluntariamente, deixa o bar e, no caminho de casa, resolve matar uma pessoa em
situação de rua com a qual tinha desentendimento anterior. Durante o processo, a Defesa de
Marcelo alega que ele não tinha condição de responder pelos seus atos (ausência de
culpabilidade), pois estava completamente embriagado.
Tendo como base o caso concreto, a tese da Defesa de Marcelo
a) não está correta, pois a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de
efeitos análogos não exclui a imputabilidade penal.
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b) não está correta, pois a embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior não isenta de
pena, ainda que ele fosse, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
c) está correta, pois a embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, mesmo
voluntária, exclui a imputabilidade penal.
d) não está correta, pois apenas a embriaguez voluntária decorrente do uso de entorpecentes
(drogas) exclui a imputabilidade penal.
e) está correta, de modo que Marcelo não responderá pelo crime na medida em que tinha
desentendimento anterior com a vítima, o que justifica a sua conduta.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, a defesa do agente não está correta, pois a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo
álcool ou substância de efeitos análogos não exclui a imputabilidade penal, nos termos do art.
28, II do CP:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Logo, Marcelo deverá responder pelo crime praticado.
GABARITO: LETRA A
3. FGV - JE TJMS/TJ MS/2023
Mévio foi vítima de crime de roubo com restrição de liberdade, tendo sido amarrado. Antes de
liberá-lo, Caio, o roubador, fez com que Mévio ingerisse bebida alcoólica à força, a fim de reduzir
a sua capacidade de resistência. Contudo, ainda que completamente embriagado e sem
capacidade de discernimento sobre o caráter ilícito do fato, após ser liberado e estar a caminho
de casa, Mévio resolveu voltar ao local em que Caio se encontrava e o espancou até ocasionar
sua morte.
Diante dessa situação, é correto afirmar que Mévio:
a) deverá responder pelo crime de lesão corporal qualificado pelo resultado morte, em razão do
dolo com que praticou as lesões corporais e da culpa quanto ao resultado morte;
b) deverá responder pelo crime de homicídio doloso, uma vez que o resultado morte era
previsível, havendo, ao menos, dolo eventual;
c) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da tipicidade;
d) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da ilicitude;
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e) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da culpabilidade.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, temos situação de embriaguez acidental (decorrente de força maior) completa,
que isenta de pena o agente, de forma que Mévio não deverá responder por nenhum crime,
ante a exclusão da culpabilidade:
Art. 28 (...) § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: LETRA E
4. FCC - TM (MPE PB)/MPE PB/Sem Especialidade/2023 - ADAPTADA
Não há crime quando o agente pratica o fato em estado de embriaguez, voluntária ou culposa,
pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos, não afasta a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: ERRADA
5. (FGV/2023/CGE-SC/AUDITOR)
Arthur é servidor público de determinado órgão da Administração Pública, quando recebe uma
ligação ameaçadora, informando que sua esposa, Aline, está em poder de sequestradores,
devendo Arthur praticar determinado ato administrativo, em benefício dos criminosos, sob pena
de grave ofensa à integridade física de Aline. Arthur se sente ameaçado e apavorado, com justo
receio pela integridade física de sua esposa.
No caso narrado, na hipótese de Arthur efetivamente praticar o ato de ofício requerido, é correto
afirmar que
A) Arthur responderá por prevaricação caso não se comprove o efetivo risco à integridade física
de Aline.
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B) Arthur age em excludente de ilicitude, uma

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