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a Propaganda, para atingir seus objetivos como importante ferramenta do Marketing que é, faz uso tanto de fundamentos técnicos quanto de princípios artísticos. Além do seu “estilo” pessoal de criação – recursos, caminhos e abordagens que adota no processo de criação de peças publicitárias, fruto de sua bagagem pessoal, cultura, formação, experiência de vida etc. –, que definitivamente não é o mais importante no processo criativo, o criador publicitário deve ter plena consciência, antes de iniciar sua criação, dos fatores com os quais ele inevitavelmente deve estar comprometido durante todo o processo. Nesse processo criativo, seu estilo, gosto e princípios pessoais não são o fim, são apenas os meios, os recursos que ele acabará utilizando, e, portanto, meros fatores que poderão influenciá-lo durante esse processo. É claro que são fatores importantes, mas eles não são a razão de ser, a “essência” da criação. Assim, não devem ser priorizados na “hierarquia” de comprometimentos do criador. Para que haja efetivamente propaganda, são necessários cinco fatores primordiais: o anunciante (quem vende), o produto ou serviço (o que ele vende), o público (para quem vende), o objetivo de marketing (para quê / por quê vende), e o veículo (onde / como vende). a) Anunciante = quem fala: é o cliente que contratou os serviços da agência para desenvolver a campanha ou a peça publicitária; quem encomendou a “obra de arte” e irá pagar por ela. * o criador deve levar em conta o perfil desse anunciante, a imagem da marca que o representa e o conceito que o público tem (ou que o anunciante gostaria que tivesse) dessa marca. b) Produto ou serviço = sobre o quê se fala: o que a propaganda está vendendo, qual é o objeto do anúncio, qual é o produto ou serviço anunciado, seu perfil, a “personalidade” desse produto ou serviço que se quer transmitir ao público, como ele será posicionado por meio da propaganda. *o produto/serviço deve virar a musa inspiradora do criador, ele deve ser "apaixonar" pelo produto. c) Público = com quem se fala: é considerado o quinto “P” do composto mercadológico. O criativo deve procurar saber tudo sobre quem é o público-alvo, o target do anúncio, qual o perfil demográfico e psicográfico desse consumidor: sexo, faixa etária, classe sócio-econômica, grau de instrução, onde mora, quais são seus hábitos 4 de consumo, seus hobbies, os lugares que frequenta, aquilo que curte, o que faz, como é sua personalidade. *o criador deve se colocar no lugar do público-alvo e tentar imaginar o que gostaria de ver ou ouvir se estivesse na sua “pele” A peça publicitária tem que deixar satisfeitos o cliente e o público-alvo, e não o ego do criador ou da agência. As peças de propaganda que o criador publicitário cria não são fim, mas apenas um meio, e por isso não é o artista nem sua peça que deve “brilhar”. Os dois principais objetivos que devem impulsionar o trabalho criativo do criador publicitário: abrir caminho para satisfazer as necessidades do consumidor (o que acontecerá através do consumo do produto ou serviço anunciado) e atender aos objetivos do anunciante (que espera que aconteça exatamente isso). d) Meios e veículos = onde se fala: O criador publicitário deve levar em conta os 5 meios (TV, rádio, jornal, revista, outdoor etc.) e veículos que serão utilizados para falar com o público-alvo do anunciante e, dentro desse meio, que veículo será escolhido (qual a emissora de TV ou rádio ou a revista ou jornal em que a propaganda será veiculada). Assim, ele deve procurar conhecer muito bem as características da linguagem típica desse meio e o “estilo” que predomina no veículo através do qual o público terá acesso à peça que ele criou. *Washington Olivetto afirma que o criador publicitário não pode ter estilo. Ele é um “adequador” (adaptador) de linguagem. e) Objetivos de marketing e comunicação = com que finalidade, / para que se fala: O criador publicitário deve ter em mente, de forma muito clara, quais são os objetivos de marketing e de comunicação que o cliente tem interesse de alcançar através da propaganda que está sendo veiculada ao seu público-alvo. O criador publicitário deve sempre se lembrar, ao criar a propaganda, que o objetivo principal da peça ou campanha que ele está criando não é ganhar prêmio, mas sim vender. Propaganda é um mecanismo dentro da sociedade de consumo, uma de suas molas propulsoras e, portanto, atende a interesses comerciais. O criativo deve sempre lembrar que, antes de ser artista, ele é um publicitário! Se pensarmos a criação publicitária como um processo que conjuga elementos artísticos e técnicas de vendas, e embora ambos sejam igualmente importantes no processo criativo da propaganda, a arte desempenhará o papel de meio, enquanto que o fim são as vendas . A arte servirá basicamente para tornar a peça ou a campanha publicitária mais atraente e interessante para o público, e as técnicas servirão para persuadi-lo a consumir aquilo que se está anunciando. ---- Para que seja considerada eficiente, a propaganda deve completar um ciclo que é dividido em quatro diferentes etapas (AIDA) Atenção: É a primeira impressão que o público tem a respeito da propaganda, aquilo que deve tentar fazê-lo parar para querer saber mais do que se trata. Interesse: Se a propaganda conseguir chamar a atenção positivamente do público-alvo, fatalmente terá aberto caminho para despertar seu interesse pelo que a propaganda tem a dizer a respeito do produto ou serviço anunciante. Esse interesse é conseguido através de argumentação persuasiva feita ao longo da propaganda Desejo: A propaganda deve convencer o consumidor que o produto anunciado tem algo de bom, capaz de fazer com que esse consumidor tenha vontade de dirigir-se a um ponto de venda o mais rápido possível e dispor-se a pagar o preço que é cobrado para levá-lo para casa. Ação: Esta é, sem dúvida alguma, a etapa mais importante de todo o processo da criação publicitária, o objetivo maior da propaganda: levar o público-alvo à ação de consumo. Se a propaganda que é veiculada consegue atender eficientemente às etapas anteriores, então chegar a essa etapa nada mais será do que uma conseqüência natural do processo ---- O ato de criação nada mais é do que a experiência de transformar uma coisa que já existe em algo novo, diferente. Ninguém cria do nada, por mais genial que seja. Precisamos de uma matéria-prima para “criar” algo novo (nesse caso, não criamos exatamente, mas apenas transformamos). No caso da comunicação, a matéria-prima para se criar é a informação. E, no caso específico da propaganda, essa matéria-prima está no briefing. Briefing: é um relatório abrangente que contém informações relacionadas às variáveis do composto mercadológico do produto ou serviço que será objeto da propaganda: produto, preço, embalagem, marca, canais de distribuição, concorrência, serviços agregados, garantias, promoção e, sobretudo, o público-alvo. Essas variáveis agrupam-se em quatro principais categorias, conhecidas como os 4 P’s do marketing mix: Produto, Preço, Praça e Promoção. ----- Chamamos de conceito criativo, conceito de comunicação ou conceito de campanha a mensagem central a respeito da marca anunciante que é comunicada ao seu público-alvo por meio de uma peça ou campanha publicitária. Em poucas palavras, o conceito é o tema da campanha. A função do conceito criativo de comunicação é ajudar a construir uma identidade para a empresa, produto ou serviço anunciante e transmiti-la ao público pelas ações de comunicação que o atingem e que posicionam a marca desse anunciante de uma maneira específica, muito particular, na mente do consumidor. *o conceito criativo de uma propaganda ajuda a determinar a forma como o público-alvo percebe a marcaSão todas as ações de marketing e de comunicação da marca no mercado – incluindo sua propaganda – que acabam construindo uma determinada identidade, imagem ou conceito dessa marca diante do público ao qual as suas ações se dirigem. Esse conceito e essa imagem podem ser bons ou ruins, podem ser positivos ou negativos, dependendo do grau de aceitação e identificação do público com a marca que cada uma dessas ações é capaz de produzir. *o conceito criativo presente na propaganda ajuda a posicionar a marca do anunciante no mercado de uma forma específica, buscando atender os seus objetivos de marketing e de comunicação. A propaganda de cada anunciante utiliza um conceito criativo diferente para comunicar diferentes atributos e qualidades das diferentes marcas, de forma que cada uma delas seja percebida de maneira diferente pelo público-alvo e tenha, assim, uma identidade própria e, portanto, um posicionamento diferenciado das demais. O conceito criativo de comunicação funciona não apenas como um formador ou “modelador” da identidade da marca de um produto, serviço ou empresa, mas também como uma espécie de “DNA” ou “código genético” dessa marca. O conceito criativo desempenha um papel semelhante ao do nosso código genético: por maior que seja a campanha publicitária e por mais longa que seja a sua duração, o conceito confere a todas as peças da campanha uma unidade identitária. O conceito criativo permite que, ao girarem em torno de um mesmo tema ou mensagem central, todas as peças da campanha guardem entre si uma forte semelhança e mantenham a mesma identidade básica, permitindo que todas elas sejam reconhecidas pelo público como peças de uma mesma campanha. As primeiras etapas da criação publicitária devem ser uma análise atenta das informações do briefing aliada à aplicação da criatividade na reunião de brainstorm. A capacidade para criar propaganda, ou seja, a criatividade publicitária, somente pode surgir após um estudo minucioso das informações de que dispomos para criar e uma seleção daquelas que são as mais importantes. A criatividade em propaganda não deve se limitar a ser uma boa ideia apenas com relação ao conteúdo da mensagem que a propaganda transmitirá, mas também com relação à forma como será transmitida: em que momento e em quais veículos essa mensagem será propagada ao seu público-alvo. Segundo Sant’Anna (1992, p. 163), cada campanha deve “obedecer a um tema, porque assim a mensagem fica limitada, concentrada, abreviada, com força de penetração na mente da massa”. O caminho para a escolha e a elaboração do conceito criativo da propaganda: concentrar-se no(s) principal(ais) apelo(s) de vendas ou no(s) diferencial(ais) da marca e explorar as possibilidades criativas a partir dele(s). Para desenvolvermos o conceito criativo de comunicação, não basta que façamos uma análise da informação, mas também é necessário hierarquizá-la, identificar as informações mais importantes sobre o anunciante e valorizá-las mais no brainstorm e na elaboração do conceito criativo. É importante não confundirmos conceito criativo com slogan. O conceito é a mensagem central da propaganda em estado bruto, a essência do que é comunicado pela propaganda a respeito do produto, serviço ou marca anunciante; enquanto o slogan é uma simples tradução dessa mensagem, isto é, o conceito criativo sintetizado verbalmente. O que geralmente ocorre na criação publicitária (e é aconselhavél) é que primeiramente é elaborado o conceito criativo da campanha e depois, a partir desse conceito, é criado o slogan, caso se decida que deve haver um. Uma campanha publicitária devem apresentar uma perfeita harmonia entre o conceito verbal e o conceito visual, para que cada peça consiga comunicar o mesmo conceito geral sem que haja choque de ideias ou conflito de mensagens entre os elementos do texto e da imagem presentes na propaganda
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