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Criação em publicidade e propaganda Aula 9: criando conceitos: o processo criativo Apresentação Nesta aula, aprofundaremos questões relacionadas ao processo criativo. A�nal, como devemos criar? O que se passa durante o ato de criação. A partir da etapa de preparação, aprenderemos técnicas de brainstorms para esclarecer, de uma vez por todas, a forma como criamos. Veremos que criação é um processo de disciplina e método, muito mais do que inspiração. Objetivo Discutir metodologias de construção de brainstorms; Apontar caminhos práticos para uma investigação mais aprofundada do processo criativo; Examinar métodos e processos para a criação publicitária. O brainstorm e os métodos de criação Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Fonte: unsplash. Brainstorm, em uma tradução literal, trata-se de uma tempestade cerebral. Ou seja, um toró de ideias. É o momento da criação em que lançamos luz de técnicas, métodos e processos lúdicos para ser inventivos. Em geral, é a etapa mais divertida e descontraída do processo criativo, nos deixando livres para divagar por todo e qualquer tipo de ideias que se relacionem ao tema. Retomaremos as aulas 4 e 5 a �m de produzir melhores aprofundamentos sobre a etapa do processo criativo chamada de preparação, quando surgem as primeiras ideias. Preparação: Relembrando… (Pedido de ilustração) “Face ao problema que a pessoa se dispõe a resolver, parte ela para a coleta e manipulação do maior número possível de dados e elementos pertinentes, para, em seguida, "queimar pestanas" sobre os mesmos. Lê, anota, discute, coleciona, consulta, rabisca, cultiva sua concentração no assunto. Em propaganda, a regra principal é a que eu chamo "curtir" o produto, saber tudo sobre ele, devassá-lo, conviver com ele noite e dia. Pô-lo em cima da mesa, enquanto se aquecem os 10 bilhões de neurônios com o problema fundamental: Que devo dizer, ou mostrar, para que cada sujeito que tope com meu anúncio concorde em comprar esse troço? É a lição básica que o Lessa me deu.” (MENNA BARRETO, 2004, p. 149) Antes de mais nada o que exatamente é criatividade? Há duas respostas rápidas e objetivas: 1 Estranhamento Criar estranhamento a algo que já está estabelecido e que todos já conhecem; 2 Revitalização Revitalizar algo que já estava cristalizado. O que isso signi�ca? Cruzar elementos que todos já conhecem, mas de uma maneira ainda não vista. Em suma, criatividade signi�ca dar novas soluções a velhos problemas. Problemas que não são restritos ao universo da publicidade. No livro de Menna Barreto, até o capítulo seis o autor traz exemplo da engenharia e da medicina, demonstrando que a criatividade não é algo restrito à indústria criativa. Leitura Para nossa incursão na criatividade, leia este material com dois exemplos. Utilidade do brainstorm Este é o melhor exemplo da utilidade de um brainstorm: Dar ao produto ou serviço in�nitas possibilidades e repertórios. Um primeiro procedimento útil é imaginar o que se passou na cabeça do criativo até chegar na solução. Algumas questões irão nos ajudar nesse exercício imaginativo de �ashback, inspirados nas instigantes provocações de Roberto Menna Barreto (2004, p. 168): Clique nos botões para ver as informações. 1. Se esta borracha estivesse em um cômodo, onde estaria? Observe os detalhes e adornos, sinta a atmosfera, procure extrair o máximo de "informação" do cenário. Viva qualquer recinto ativamente e não simplesmente "sinta-se à vontade". Questão 1 2. Viajando em qualquer coletivo − ônibus, trem, avião − ou mesmo numa sala de espera, �xe a atenção em uma pessoa (ou em duas que estejam conversando) e "descubra" tudo que elas poderiam fazer com esta borracha. Como a usariam? Em suas formações pro�ssionais? Quais personagens elas gostariam de desenhar? O que gostariam de apagar com ela? Questão 2 3. Escolha uma foto qualquer e “entre” nela! Veja o que ela não mostra (ou não mostra a todos). Uma boa experiência pode ser utilizar uma foto antiga, não reparando apenas nas coisas antigas da época, mas vivendo o cenário naquele dia, com aquele sol, o calor, os ruídos, o estupor da cidadezinha quase deserta, aquele cara na porta da loja que olharia você passar com estranheza etc. Em seguida, dobre uma esquina. Não tema "ver" as perspectivas daquela rua que se estende fora da moldura da foto. Pergunte-se: Onde estaria essa borracha neste mundo em que estou viajando? Questão 3 4. Não tema caricaturar ninguém ou inventar situações incríveis e exóticas para quem quer que seja. Não é crime nem falta de respeito − pelo contrário, é muito saudável. Lembre-se dos grandes cartunistas diários, por exemplo. Imagine pessoas importantes em situações de caricaturais e, novamente, como estas utilizam a borracha. Questão 4 javascript:void(0); 5. Experimente dar novos nomes a �lmes ou seriados conhecidos. Qual seria o nome de um �lme, desenho ou seriado se eles levassem a palavra apagar ou borracha? O universo dos memes faz isso o tempo todo. Questão 5 6. Imagine um animal inusitado qualquer − um ornitorrinco, um mamute, um peixe-palhaço − e humanize-o. Como ele utilizaria uma borracha? Quais seriam suas di�culdades? Ele conseguiria segurá-la? Nas referências desta aula, em A difícil vida de um crocodilo em divertidas ilustrações, conheça as ilustrações do criativo designer Keigo, que, ao repensar de modo �ccional o cotidiano de um crocodilo, chega a soluções inesperadas. Questão 6 Dica Partimos do princípio do exercício solo, em que se pode fazer sozinho. Estes são só exemplos disparadores de um processo criativo, mas você pode inventar o seu. Faça um inventário de absurdos para tentar solucionar um determinado problema, sem medo do ridículo. Na próxima aula, falaremos o que fazer com esse inventário criativo de um problema. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Da "transpiração" à criação Existem muitas formas e maneiras criativas de estimular a inventividade. Isto requer tempo e pesquisa por processos novos. Há empresas e cursos especializados apenas para gerar ideias e possibilidades de inovação. Exemplo Um ótimo desdobramento de tudo que estamos falando a partir do case do processo de criação da agência Tátil Design para a Marca dos Jogos ParaOlímpicos Rio 2016. No vídeo público da agência, notem a quantidade de ideias e brainstorms anteriores. Na imagem abaixo, temos de um lado a marca e seus pictogramas que desdobram a ilustração pensada inicialmente. Fonte: Torcedores.com O processo criativo conta com um incansável desejo que não se conforma nem se conforta com as primeiras ideias. É insistente. Respeita e produz processos. O que fazer a partir daí? Mas você deve estar se perguntando o que fazer com o material criado. Seja qual for o processo adotado, há uma regra de ouro: Deve-se separar o momento de geração de ideias do momento de avaliação das mesmas. Num primeiro momento, apenas deixe �uir e não impeça qualquer ideia de surgir. Depois, estabeleça quais devem ser avaliadas e quais devem ser descartadas. Exemplo Imagine, por exemplo, que foram geradas 200 ideias para um único problema ou objetivo de comunicação. Deverá existir um processo de organização e classi�cação posterior que estabeleça critérios de eliminação gradual de 199 ideias, ainda que existam 20 brilhantes. Este processo de escolha deve ser negociado com diretores de criação e demais áreas envolvidas, a depender do porte da campanha. A a�rmativa − que já é um clichê no universo da publicidade − de que criação é “1% inspiração e 99% transpiração” ainda é uma máxima e faz mais sentido do que nunca. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividades 1. O que é um brainstorm? a) Uma forma de solucionar problemas. b) Um toró de ideias que dá início ao processo criativo. c) Raffs que são preparados pelos criativos. d) Forma de criar títulos. e) Catálogo de referências. 2. As ilustrações do japonês Keigo retratamo difícil cotidiano de um crocodilo, a partir de recursos abstratos de ilustração. Qual a�rmativa está correta? a) Há apenas o desejo de gerar engajamento na página por meio de alguma comunicação com o potencial de compartilhamento e interação com o público. b) As ilustrações de modo algum retratam a realidade de um crocodilo e não faz sentido seu uso e abordagem nestas situações. c) Há valor criativo, porém não há relação desta temática com o universo da criação publicitária, o que torna equivocado o processo criativo. d) A ideia propõe engessamentos em algo já cristalizado. Cruza elementos que todos já conhecem, mas de uma maneira ainda não vista. e) Criatividade significa dar novas soluções a velhos problemas. Problemas que não são restritos ao universo da publicidade. 3. Os indivíduos podem ter características inatas para criação, no entanto, o processo criativo pode preencher este lugar a partir da disciplina. Por quê? a) A criação é um processo, que aqui nominamos de criativo, onde o exercício imaginativo deve ser organizado a fim de provocar infinitas possibilidades aos problemas ou objetivos de comunicação. b) Deve-se perceber as estratégias e entender como algumas soluções foram encaminhadas. Inventar soluções ainda não utilizadas para resolver antigos problemas. c) No processo de criação, deve-se coletar referências e observar o que já foi dito sobre algo, suas repercussões e resultados. É a única etapa do processo que dá ao publicitário um estudo rico e atualizado, oferecendo formas objetivas de resolver uma campanha que carrega tensões sociais muito fortes. d) Referências podem ser causas, sentimentos, reações, formas de ver o mundo que se transformam em soluções criativas e nos deixam atentos em como resolver esses problemas. e) Um slogan será certamente a máxima de um processo criativo, o objetivo maior do brainstorm é alcançado quando os membros executam o slogan. 4. Sobre o material criado durante o brainstorm, podemos a�rmar: a) Não se deve utilizar as mesmas ideias de impresso para eletrônico. b) A depender do veículo, deve-se criar um monstro durante o processo. c) Deve-se mapear as ideias de acordo com cada caso. d) Deve-se separar o momento de geração de ideias do momento de avaliação dessas ideias. e) Criar um moodboard é a principal ferramenta eletrônica para organizar ideias. 5. Sobre o critério de escolha das melhores ideias, podemos dizer que: a) Deve-se descartar as piores. b) Deve-se criar critérios que ajudem a atender o briefing. c) Observar qual ideia é mais criativa. d) Desenvolver um modo de afirmar o que é e o que não é criativo. e) Condicionar as outras áreas a participar da criação, para assim criar formas de aprovação. 6. Quais os caminhos processuais possíveis na etapa após o brainstorm? NotasReferências Clube de Criação (CCSP). Acervo. Disponível em:www.clubedecriacao.com.br. Acesso em: 28 Jan. 2020. DESIGNERD. A difícil vida de um crocodilo em divertidas ilustrações. Disponível em: https://www.designerd.com.br/a-di�cil- vida-de-um-crocodilo-em-divertidas-ilustracoes/. Acesso em: 28 jan. 2020. MENNA BARRETO, R. Criatividade em propaganda. 12. ed. São Paulo: Summus, 2004. TÁTIL DESIGN. A marca dos Jogos Paraolímpicos de 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=Nm3uXppx5LU&t=3s. Acesso em: 28 jan. 2020. Próxima aula Seleção do que foi criado; O sentido em uma campanha; A utilidade para o conceito. Explore mais javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Explore mais Pesquise outros métodos e exercícios de criação. Descubra os processos do Design Thinking.
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