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Minha Monografia Construção das Politicas Publicas na Prevenção da Violência contra Mulher

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z
Brasília- 2014
fernanda soares dallaio
PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A 
CONSTRUÇÃO DAS POLITICAS PUBLICAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Bacharel em Serviço Social.
 Orientador: Professor: Adarly Rosana Moreira Goes
 Clarice da Luz Kernkamp
 
DEDICATORIA
AGRADECIMENTOS
DALLAIO SOARES, Fernanda. Prevenção da Violência Contra a Mulher e a construção das políticas publicas. 46 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Brasília, 2014.
REsumo
A violência é considerada atualmente um grave problema de cunho social, que se manifesta através das expressões da questão social, objeto de estudo do Serviço Social, que é desencadeada por vários fatores como desigualdades de gênero, dominação masculina, onde o homem exerce uma posição de dominação sobre a mulher em vários aspectos, desrespeito, abuso de poder entre outros. A violência doméstica contra a mulher ocorre basicamente devido às visões conservadoras machistas, hierarquizadas que também são justificadas pela forma como a sociedade é educada. No seguinte trabalho de conclusão de curso, pretende-se analisar, leis relacionadas com o assunto, e estudar algumas alternativas e caminhos que possam vir a reduzir os casos de violência e também suas preocupantes, destacando as políticas publicas que foram implantadas no contexto histórico, salientando os direitos sociais das mulheres vitimas de violência e suas consequências. Dentre os objetivos, destacamos o objetivo geral que é de analisar a problemática da violência doméstica contra a mulher nos seus aspectos sociais e jurídicos, salientando a real efetivação da aplicação da Lei Maria da Penha, conseguinte apresentamos os objetivos específicos que visam compreender as causas que levam as mulheres a serem vítimas da violência, analisar criticamente a questão da violência contra mulher na sociedade, e desta forma promover a análise crítica da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), sua história e sua efetividade, levando em consideração a sua valorização pela sociedade atual.
DALLAIO SOARES, Fernanda Prevenção da Violência Contra a Mulher e a construção das políticas publicas. 46 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em nome do curso de Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Brasília, 2014.
ABSTRACT
Violence is now considered a serious social, manifested through expressions of the social question, the object of study of Social Service, which is triggered by several factors such as gender inequality, male dominance, where the man plays a position of domination over women in various aspects, disrespect, and abuse of power among others. Domestic violence against women occurs basically due to sexist, hierarchical conservative views that are also justified by the way society is educated. In following completion of course work, we intend to analyze, laws relating to the matter, and consider some alternatives and ways that may reduce the incidence of violence and also their concern, highlighting the public policies that were implemented in the historical context, emphasizing the social rights of women victims of violence and its consequences. Among the objectives , we highlight that the overall goal is to analyze the problem of domestic violence against women in their social and legal aspects , emphasizing the real effectiveness of the application of Maria da Penha Law , therefore we present the specific objectives that aim to understand the causes lead women to be victims of violence , critically examine the issue of violence against women in society , and thus promote critical analysis of Law 11,340 / 06 ( Maria da Penha Law ) , its history and effectiveness , taking into account their appreciation by society today .
Keywords : Domestic Violence ; prevention, victims , domination , social rights.
sumário
1.0 INTRODUÇÃO.....................................................................................................11
2.0 DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA..........................................14
3.0 FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS.....................................................................16
3.1 Objetivo Geral......................................................................................................16
3.2 Objetivos Específicos...........................................................................................16
4.0JUSTIFICATIVA...................................................................................................17
5.0 METODOLOGIA..................................................................................................18
6.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA / DESENVOLVIMENTO.........................................19
6.1.1. Conceituação de Violência e suas manifestações
A)Violência física........................................................................................................20
B) Violência psicológica..............................................................................................21
C) Violência sexual.....................................................................................................23
D)Violência verbal......................................................................................................24
6.1.2 Violência contra Mulher um problema antigo: Contextualização....................25
6.1.3 A mulher e os direitos sociais...........................................................................28
6.1.4Políticas públicas na prevenção da violência contra mulheres.........................30
Lei Maria da Penha como Apresentada como Medida Protetiva...................37
7.1Lei Maria da Penha e a Constituição Federal......................................................40
8.0 Considerações Finais.......................................................................................43
9.0 Referências Bibliográficas...............................................................................44�
intrODUÇÃO
Sabemos que a violência apresenta-se como uma expressão da questão social, e é tida como um grave problema social. Por todo o Brasil a violência é uma triste realidade e é manifestada em diferentes formas e por vários motivos, como questões de diferenças de gênero, domínio do homem sobre a mulher, poder de superiodade entre outros.
No presente trabalho de conclusão de curso coloca-se em pauta a violência cometida contra as mulheres, a violência conjugal ou violência de gênero. A violência doméstica contra a mulher ocorre basicamente devido às concepções conservadoras machistas, hierarquizadas que são alimentadas pela forma como a sociedade é educada.
 A violência contra a mulher é gerada a partir da dominação masculina, onde o homem exerce uma posição de dominação sobre a mulher em vários aspectos da vida.
No presente trabalho pretende-se estudar providências que podem ser tomadas para reduzir os casos de violência com a intenção principalmente de diminuir o sofrimento de milhares de mulheres. A seguinte pesquisa é de caráter bibliográfico, e tem como intuito alertar a sociedade das dimensões que a violência ocupa na vida social, e particular das pessoas. Além de buscar motivar práticas para prevenção à violência contra a mulher.
A questão da violência contra a mulher já é manifesta e começaa repercutir no setor público a partir de 1970, porém, no Brasil só a partir de 1980 quando os movimentos das feministas foram às ruas em busca dos direitos das mulheres, por uma vida digna sem violência. 
As lutas feministas além da procura pela igualdade de gênero buscam que a mulher assuma seu papel de cidadã com direito, a participação econômica, cultural, social e política em igualdade aos homens. A luta das mulheres entre outras consequências conquistou as delegacias especializadas ao atendimento à mulher as chamadas DEAMs e o reconhecimento legal exemplificadas na Lei Maria da Penha.
Dentro desse contexto no o objetivo geral desse estudo é fazer um levantamento do grande problema que muitas mulheres enfrentam em seu dia-a-dia, analisar a problemática da violência doméstica contra a mulher nos seus aspectos sociais e jurídicos, salientando a real efetivação da aplicação da lei.
A problemática da violência contra a mulher apesar de se manifestar frequentemente no meio doméstico, pode também ocorrer em espaços públicos, sendo assim procura-se salientar no primeiro capitulo as manifestações das formas de violência, física, sexual, psicológica e verbal e como essas praticas intervém na vida das vitimas de violência, por conseguinte é abordada a contextualização da violência desde os seus primórdios e a forma como essa violência surgiu e de que maneira afeta a vida das usuárias.
Contudo diante desse problema social, sabemos que a esfera pública deve buscar contribuir para amenizar essa questão e trabalhar em prol de uma sociedade mais justa e igualitária. Dessa forma no segundo capitulo serão apresentadas a construção histórica das políticas publicas em favor da proteção e prevenção da violência, destacando as leis que foram criadas ao longo do tempo e compreender como realmente colocar em prática as medidas preventivas de educação para o combate à violência contra mulher. Visto que é de competência do Poder Público erradicar esta violência, proteger a mulher e permitir seu acesso aos meios legais à resolução de tal problema.
 Dessa maneira no terceiro e ultimo capitulo destacaremos a importância da lei Maria da Penha e sua efetividade destacando sua real aplicação dentro da sociedade. 
 Todavia, mudanças de hábitos como o respeito ao próximo dentro do próprio lar devem ser atitudes imediatas, de grande relevância também para a própria defesa e para que essas ações de agressividade sejam evitadas é de suma importância que as vítimas conheçam seus direitos e estejam encorajadas a lutar em favor destes.
Desta forma, este assunto atende parte dos interesses das mulheres e também atinge interesses do Poder público, para que este preste assistência e proteção a estas mulheres. Dessa maneira procura-se compreender por que razão a prática da violência do homem contra a mulher é aceitável socialmente em alguns momentos. 
Nesse sentido esta pesquisa teórica de caráter bibliográfico deve servir para alertar a sociedade das implicações e dimensões que a violência ocupa na vida social particular e coletiva das pessoas. Busca-se, contudo reconhecer que a violência contra a mulher constitui uma violação aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, que limita total ou parcialmente o reconhecimento, gozo e exercício de tais direitos e liberdades.
2.0 delimitação e Formulação do problema
Mesmo com as leis bastante desenvolvidas, muitas vezes o desrespeito às mesmas, e até seu descumprimento acaba impossibilitando sua verdadeira importância aos cidadãos: Pois mesmo os usuários sendo protegidos por leis constitucionalmente, através de direitos humanos e de leis voltadas especialmente para determinados grupos, a realidade ainda apresenta muitos desafios a serem enfrentados. 
Dessa maneira salientamos que a violência contra mulher é considerada uma violação aos direitos humanos, portanto, a intervenção do serviço social se faz necessária. Esta pesquisa tem como objeto de estudo a Lei 11.340, de 07 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Pretende-se verificar as causas e consequências que a problemática desse tipo de violência vem provocando nas suas vítimas e salientar a importância da efetivação das políticas públicas eficazes voltadas para essa parcela da população.
Os pontos relevantes serão apresentados conjuntamente com os avanços trazidos pela nova Lei. A Lei Maria da Penha deixa bem claro em seu Art. 1º a razão de sua existência, pois:
Veio para inibir, ao mesmo tempo em que cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do parágrafo 8º do artigo 226 da Constituição Federal. 
 
 Segundo o Artigo 5° da Constituição Federativa do Brasil nos garante que:
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Dessa forma entendemos que somos todos iguais perante a lei, somos possuidores de direitos humanos e equidade, mas para que isso realmente se concretize um pouco mais a cada dia, se faz necessário o envolvimento da mulher que sofre agressão física e as demais agressões, na vida social, econômica e política, que se inclua na vida cultural, escolar, profissional envolvendo-se assim para fazer valer seu direito como cidadão para então desenvolverem e fortalecerem o seu próprio potencial e suas capacidades.
É de grande importância destacar a importância dos direitos da mulher dentro da sociedade, como uma maneira de amenizar a desigualdade social e de gênero que ainda está muito presente em nossa realidade social. Para criar ou até mesmo manter um equilíbrio social justo, existe a necessidade do conhecimento, e da informação repassada de maneira clara, pois só assim haverá integração e interação por parte das vítimas de violência física.
Na atualidade, os direitos das mulheres muitas vezes não seguem nossa constituição e acabam não sendo realmente efetivados, não correspondem com a proteção social que lhe é assegurado; e partindo deste ponto, especialmente pela falta de efetivação e ineficácia de políticas públicas que atendem integralmente a questão de violência contra mulher surge então a questão problemática. Deste modo, quais as providências que podem ser tomadas para que realmente aconteça a efetivação e o acesso aos direitos da mulher sejam realmente cumpridos e garantidos?
3.0 FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral: 
Analisar criticamente a problemática da violência doméstica contra a mulher nos seus aspectos sociais e jurídicos, salientando a real efetivação da aplicação da Lei visando compreender as principais dificuldades existentes no dia a dia para que o seus direitos sejam efetivados e garantidos.
3.2 Objetivos Específicos:
*Ressaltar a grande importância da prevenção sobre a violência contra mulheres 
* Enfatizar pontos para que a prevenção contra a violência realmente aconteça e para que as mulheres estejam mais cientes de seus direitos.
*Promover a análise crítica da Lei 11.340/06, sua história e sua efetividade, levando em consideração a sua valorização pela sociedade atual.
*Destacar quais providências podem ser tomadas para que a efetivação e o acesso aos direitos da mulher, e o que pode ser feito para que tais direitos não sejam violados;
4.0 Justificativa 
 
A justificativa pertinente ao presente trabalho de conclusão de curso trata-se de instigar a questão da violência contra a mulher e mostrar os dados obtidos no decorrer da pesquisa, em contrapartida analisar a questão da agressão, pelo fato da violência contra a mulher configurar-se como uma das novas expressões da questão social, onde este profissional tem papel fundamental na formulação, execuçãoe gestão de políticas públicas de proteção à mulher, bem como no atendimento e na orientação das mulheres em situação de violência.
É importante destacar que no campo do serviço social o Assistente Social está incluído na divisão sócio técnica do trabalho, e dele é exigida a compreensão das causas e consequências dos problemas sociais. Ele é cada vez mais cobrado a responder às necessidades pertinentes as expressões da questão social.
A violência doméstica contra a mulher, em geral, é praticada pelo marido, namorado, ex-companheiro, filhos ou pessoas que vivam na mesma casa, partilhando à mesma habitação. É de fundamental importância relatar a abordagem da questão da violência doméstica como um fenômeno social que exige ações públicas, hoje com a Lei Maria da Penha, espera-se que esse problema tenha uma considerável melhora. 
Levando em consideração a importância do assunto, direitos e deveres das usuárias vítimas de violência, foi o tema assim determinado, com o propósito de compreender, explorar, e analisar os principais obstáculos encontrados no dia-a-dia dessas vítimas, e o estudo eficaz para que os seus direitos sejam efetivados e garantidos. Fundamentar-se através da realidade dessas usuárias, a complexidade de que seus direitos sejam efetivados e garantidos, e de compreender com clareza os direitos que devem ser respeitados e cumpridos na sociedade.
5.0 Metodologia
 
Conforme Minayo (1.993, pág. 23), pesquisar significa de forma bem simples procurar respostas para indagações propostas, “vendo por um prisma filosófico considera a pesquisa como “atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade” é uma atitude prática, teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente”. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados. 
E segundo Marconi (2001), a pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, trata-se do levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas em imprensa escrita (documentos eletrônicos). Sua finalidade é colocar em contato direto o pesquisador com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir ao cientista, o reforço paralelo na análise de suas pesquisas, ou manipulação de suas informações.
Assim desta maneira, e com fundamentos no assunto aqui abordado e escolhido, a seguinte pesquisa é definida como bibliográfica, é explorar as leis destinadas as mulheres, buscar caminhos na prevenção da violência, informar as mulheres sobre seus direitos, tendo como objetivo desenvolver com clareza o conteúdo que será posto em questão.
 Aborda-se o tema: Prevenção da violência contra a mulher, e a construção das políticas publicas, foram utilizados para a pesquisa referências bibliográficas publicadas. Estatuto, leis, livros, textos artigos que envolvem o conteúdo, os mesmos ajudam na elaboração da pesquisa e estão voltados aos direitos da mulher. 
6.0 Revisão Bibliográfica\ Desenvolvimento
6.1.1 Conceituação de Violência e suas Manifestações
Segundo a Organização das Nações Unidas (1993), a violência contra a mulher é definida como qualquer ato de violência baseado em gênero, que efetivamente resulte ou possa resultar em agravo ou lesão física, sexual ou psicológica ou em sofrimento da mulher. Também é considerada violência a ameaça de cometer esses atos, a privação arbitrária de liberdade, tanto na vida pública como privada.
A violência vem acompanhando a humanidade ao longo de sua história, atualmente, violência, em seu sentido mais usual, de acordo com a Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, adotada pela OEA em 1994) :
Violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado.
Com relação aos estudos, vários autores têm buscado conceituar a violência contra a mulher, termo que surgiu na década de 70, com o movimento feminista. Para Teles & Melo (2002), esta violência pode ser entendida como violência de gênero, na qual ocorre uma relação de poder: de dominação do homem e de submissão da mulher. De forma semelhante, Rangel (1999, p.30) considera violência contra a mulher como: 
“Uma manifestação das relações de poder historicamente desiguais entre mulheres e homens, que causaram a dominação da mulher pelo homem, a discriminação contra a mulher e a interposição de obstáculos contra seu pleno desenvolvimento. Trata-se de um dos dispositivos sociais estratégicos de manutenção da subordinação da mulher em relação ao homem.”
A violência contra mulher cometida no ambiente doméstico pode ser denominada como violência doméstica ou violência intrafamiliar. Entre representantes da denominação de violência doméstica, está Silva (2005, p. 69).
“Aquela violência que ocorre no âmbito familiar entre pessoas com vínculo consanguíneo ou não, como no caso de pais e filhos, entre irmãos, primos, padrastos e enteados (as). E se fora dele, por pessoas que possuam ou já possuíram relações afetivas sexuais entre si, como no caso dos namorados amantes, amásios, maridos, companheiros ou ex...”.
O termo violência intrafamiliar, é utilizado, pois se compreende que este tipo de violência pode acontecer fora do ambiente doméstico, como resultado de relações violentas entre os membros da família, conforme perspectiva partilhada por Teles & Melo (2002).
Azevedo (1985) aponta para um aspecto importante da violência, baseando-se nas relações de gênero. Afirma que esse fenômeno tende a ser visto pela sociedade como uma forma de manifestação normal da masculinidade, para coibir a suposta perda da feminilidade da mulher.
No presente trabalho de conclusão de curso será analisado, o estudo nos casos de violência contra a mulher, ocorridas no âmbito familiar, por parceiros íntimos. Destacando que entendemos a violência contra a mulher como qualquer ato de violência que tenha por base as relações de gênero, serão abordados consequentemente os tipos de violência manifestadas as usuárias vítimas, e suas especificações, dentre elas destacamos a violência física, psicológica, sexual, e verbal. 
Violência Física:
A violência física pode se apresentar em diferentes formas, como por exemplo: mordidas, cortes, tapas, murros chutes, socos, empurrões, estrangulamento, lesões com uso de objetos ou armas, queimaduras, arrastar, amarrar, etc.; Vale ressaltar que este tipo de violência pode, ou não deixar marcas perceptíveis. Dessa forma destacamos segundo o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006 são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
“I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;”
Para Verardo (2004), perceber que está vivendo uma situação de violência pode ser difícil para algumas mulheres. Muitas acabam fingindo que aquela violência toda não está realmente acontecendo. Faz parte da própria situação de violência que a mulher internalize opiniões do companheiro sobre si priorizando, ainda mais, sua baixa autoestima, agravando a situação. Outras não só interiorizam as opiniões do companheiro, como absorvem desejos e vontades que a eles pertencem, anulando os seus.
 Alguns sintomas emocionais da violência física.
*Depressão * Isolamento* Agitação excessiva
*Dificuldade de concentração que pode resultar em baixo rendimento profissional
*Medo
*Pensamentos autodestrutivos
*Baixa capacidade de confiança em si e no outro.
B) Violência Psicológica:
A violência psicológica é aquela que não deixa marcas físicas, é aquela que humilha que subjuga outro ser humano, que amedronta que aterroriza, pois como aponta Forward(1989), na agressão psicológica as armas são as palavras. Esta violência se caracteriza por insultos, culpabilizações, estigmas como “louca”,“vagabunda”, “porca”, “infeliz”, ameaças, atribuição de amantes e isolamento.
De acordo com o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006:
“II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;”
Envolvem atitudes de isolamento, rejeição, depreciação, desrespeito, discriminação, corrupção, ameaças frequentes, expectativas não realizadas, ataques físicos a objetos de utilização da vítima, também estão presentes na violência psicológica muitas cobranças, e punições, tortura o emocional e por consequência a parte física e mental também (por estas ficarem sobrecarregadas).
Significa toda omissão ou ação que provocam ou podem causar problemas na questão de autoestima, ao desenvolvimento e até a própria identidade da pessoa, esta violência que deixa marcas no interior das vítimas, comportamentos como humilhar, cobrar, chantagear, discriminar, criticar, provocar, isolar, fazem parte do processo do agressor para reprimir e violentar a vítima.
Esta se faz o tipo de violência mais difícil de ser identificado por não deixar tantas evidências imediatas, mas é tão prejudicial quanto as outras. Na maioria das vezes, para constatá-la e provar judicialmente é necessário a ajuda de um profissional que oriente e auxilie, um estudo psicológico e social
Dentre as modalidades de violência a psicológica é justamente o tipo de violência mais difícil de ser descoberta, embora os casos sejam bem mais frequentes do que se supõe. A violência psicológica causa muitos sofrimentos, a vítima se sente diminuída, subestimada em suas capacidades, fica mais fragilizada, e caso está violência perdure por um longo período, se torna uma situação de difícil controle e a vítima pode chegar a provocar suicídio.
Faz-se importante destacar que a violência psicológica provoca grandes problemas de fundo físico e emocional. Violências físicas, psicológicas, devem ser identificadas pelos atuantes na área do serviço social, da saúde e dos serviços públicos, este fator irá contribuir para o combate e a prevenção para que aos poucos isto seja trabalhado aos poucos mas de maneira árdua. Algo que se faz muito fundamental também é que as vítimas tomem consciência de denunciar e de que direitos seus devem ser respeitados por todos.
C) Violência Sexual:
Já a violência sexual é definida segundo o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006 da seguinte forma: 
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Já a violência sexual é definida da seguinte forma: entende-se uma série de atitudes ou a tentativa destas de ter relação sexual, perante ameaça, força em namoro, casamento ou demais relacionamentos.
 Na maioria dos casos a violência sexual acontece por pessoa muito próxima a mulher (marido, namorado, companheiro, irmão, pai, colega de trabalho,) e geralmente existe o “vínculo afetivo” ou “conjugal. O referido tipo de violência acomete diversas culturas, assim como variadas classes sociais.
Violência sexual consiste em múltiplas tentativas ou atos de obter uma relação, ações que alguma pessoa tente ter por meio de força, intimidação, ameaça e até mesmo pela sedução, que obriga outro a participar, a manter ou a presenciar a relação sexual não desejada.
Nesse sentido o agressor procura obter satisfações, como por exemplo: comportamento indecente, carícias não desejadas masturbação forçada; exibicionismo, sexo forçado, obter à força penetração oral, anal ou vaginal com pênis ou objetos; estupros; obrigar a fazer sexo com outras pessoas, entre outras situações. 
São muitos os atos sexuais violentos que ocorrem nos mais diversos âmbitos, e diferentes lugares. Entre estes atos podemos mencionar:
*Estupro por pessoa estranha *Estrupo praticado por namorado ou esposo *Atitudes violentas contra a mulher * Tentativas sexuais forçadas, exigindo relação sexual * Proibição ao direito de usar métodos contraceptivos, ou de tomar providências contra DST’s * Mutilação de órgãos genitais
O estupro e assédio sexual além de estarem enquadrados no Código Penal (Decreto- Lei nº 2.848, de 07\12\1940) também estão na Lei Maria da Penha(11.340\2.006): Dos crimes contra a liberdade sexual estupro:
“Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Lei nº 12.015, de 2009)”
Violação sexual mediante fraude (Lei nº 12.015, de 2009):
“Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Lei nº 12.015, de 2009)”
D) Violência Verbal:
E a violência verbal é uma maneira que pode ser usada para atacar ou agredir uma pessoa, verbalmente, com palavras. Pode-se citar como exemplos: insultos, ofensas, humilhação, xingamentos, que de algum modo façam o outro sentir-se rebaixado, inferior. É um tipo de violência de difícil identificação por não deixar traços muito evidentes como a violência física, por isso mesmo este problema exige bastante esforço de alguns profissionais ou de equipes multidisciplinares.
6.1. 2 Violência contra Mulher um problema antigo: Contextualização
Fazer uso da violência de diferentes formas, agredir, humilhar, rebaixar, ferir, machucar, estuprar, uma menina ou uma mulher são situações que a muitos e muitos anos já vem ocorrendo no mundo todo. 
Mas através de estudos foram constatado que a violência é maior e mais frequente em países onde prevalece a cultura masculina. Na antiguidade as mulheres, eram consideradas parte do patrimônio da família, assim como os escravos, e os imóveis. 
No Brasil Colonial havia um método legal que dava direito ao marido castigar a mulher com o uso de chibatas. As agressões físicas contra as mulheres fazem parte de toda uma cultura antiga, trazidas pelos colonizadores europeus. Até a década de 70, já no auge modernidade, embora a legislação brasileira não tivesse autorização legal a que maridos traídos ou supostamente traídos matassem suas mulheres.
Dessa forma era um momento em que a justiça brasileira e a sociedade presenciavam a homicídios praticados contra as mulheres, e praticamente todos os homens eram considerados inocentes pela justiça, alegando legítima defesa da honra, mesmo que para isso tivesse que manchar a imagem das suas próprias mulheres, pessoas que eram muitas vezes acusadas de sedução, infidelidade, luxúria e de serem elas mesmas responsáveis pelo desequilíbrio de seus companheiros.
Segundo Chauí (1984) a violência é capaz de alienar o sujeito, mantendo-o na relação sem que este perceba que suas vontades e ações estão à mercê do dominador. O sujeito não percebe sua perda de autonomia. A perda de autonomia, a alienação e sujeição da vontade aos caprichos do outro, configuram violação dos direitos humanos, que são utilizados como parâmetros na definição de violência, compreendendo-a como todo ato capaz de violá-los (Saffioti, 2004)
Sendo assim é notável que a visão seja a de que a mulher existe para servir aos outros, em condição de conformação , seja como mãe, filha ou esposa. Já para o homem, o papel de pai,filho e esposo é algo que o faz ser superior aos outros integrantes da família; sua real característica é a de ser provedor dotado de autonomia para tomar decisões e agir. 
No entanto essa colocação se apresenta como uma realidade difícil de ser compreendida e intrigante, pois se refere ao início da sociedade humana, em que prevalece a dominação do homem sobre a mulher, não só aos valores, mas também pela força física, posto que a mulher pudesse sofrer “sansões” em caso de desobediência. 
Segundo todo material coletado e por meio de leitura e analise critica observamos que no contexto dos anos 80, era regra a mulher se encontrar numa condição de dependência do homem em vários setores, como o de sua própria sobrevivência, pois o homem era o provedor do alimento e das necessidades da família, fazendo com a mulher se tornasse completamente dependente dele. Ainda nos dias atuais não é difícil identificar mulheres nessa mesma situação, em que o silêncio é a sua única opção.
No Brasil a violência contra a mulher constitui como uma manifestação das relações de poder desiguais entre homens e mulheres, que levam à autoridade e à discriminação por parte do homem, impedindo o avanço satisfatório da mulher e lhe atribuindo um papel menos importante. 
A essa violência, que nasce da forma de ser mostrar superior imposta por um sexo ao outro – dos homens sobre as mulheres – e atinge toda a organização social, estipulou-se chamar violência de gênero, que é a violência sofrida pelo simples fato de ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que subordina o sexo feminino. 
Desse modo observamos que a violência contra a mulher ocorre de diferentes formas, deixando sempre nas usuárias algum tipo de consequência, essa problemática cresce absurdamente no Brasil e no mundo e apresenta atualmente dados bastante significativos que necessitam ser reduzidos.
Segundo os resultados da pesquisa mundial realizada pela OMS em 2013 sobre a violência contra a mulher,
apontaram uma realidade triste: 1/3 das mulheres em todo o mundo sofrem de violência física ou sexual; a violência sexual é o tipo mais comum das violências contra a mulher e afeta 30% das mulheres em todo o mundo; e 38% das mulheres assassinadas no mundo foram mortas por seus parceiros. O relatório da pesquisa considera a violência contra a mulher, portanto, uma epidemia global. 
É de suma importância salientar que as raízes da violência contra mulheres estão na discriminação ainda existente contra as mulheres, esta discriminação é um dos resultados de como normas e padrões de gênero se formulam historicamente e desencadeiam desigualdades nas relações entre homens e mulheres. Cria-se o lugar do homem e o lugar da mulher dentro de um oposto que estimula as desigualdades. 
Contudo, apesar da violência geralmente acontecer no ambiente doméstico, sua compreensão não pode ser limitada a esse espaço, nem àqueles que participam da instituição familiar. Assim, acreditamos como afirma Blanch (2001), que é necessário compreender que essa violência ocorre em um contexto de relações de poder desiguais e está interligada em uma ordem social e cultural sustentada por uma ideologia que busca legitimá-la. 
Nesse sentido para que a redução deste problema social possa ocorrer é preciso que os cidadãos comuns exerçam os seus direitos e tomem iniciativa contra essa violência exageradas, reivindicando dos políticos medidas eficazes para a erradicação de todo e qualquer tipo de violência cometida contra a mulher. 
6.1.3 A mulher e os Direitos Sociais:
Segundo (Marshall, 1967:63-64): 
Os direitos sociais têm por base as garantias sociais que estabilizem “o direito a um mínimo de bem-estar econômico e segurança ao direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado de acordo, com padrões que prevalecem na sociedade”.
 
“A igualdade será atingida por” meio das diferenças, precisando-se, portanto, diminuir as diferenças entre as pessoas, para que de certa forma, cada uma possa, de alguma forma, oferecer a sua colaboração a sociedade e desta mesma sociedade conseguir receber os benefícios, que são algo que tem direito, pertencendo ao âmbito jurídico, estabelecer e consolidar garantias que objetivam e visam o equilíbrio no pleno exercício da cidadania.
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O momento atual em que estamos inseridos nos pede um olhar expressivo para a justiça, e a sociedade, sendo que:
 “o nascimento, e agora o crescimento dos direitos do homem são estreitamente ligados á transformação na sociedade, como a relação entre a proliferação dos direitos do homem e o desenvolvimento social o mostra claramente” (Bobbio, 1.992:73).
É de grande importância ressaltar ainda que os direitos são uma conquista e não uma dádiva, portanto, são dinâmicos e inacabados exigindo que sejam constantemente conquistados e reconquistados, diante das relações de poder e de dominação que o cercam, para atacá-lo, como se afirma na fala de Nogueira, (2004).
Os direitos, porém, não são uma dádiva, nem uma concessão. Foram ‘arrancados’ por lutas e operações políticas complexas. (...) não são uma doação dos poderosos, mas um recurso com o qual os poderosos se adaptam às novas circunstancia histórico-sociais, dobrando-se com isso, contraditoriamente, às exigências e pressões em favor de mais vida civilizada (Nogueira, 2004, p.02). 
Sabemos que quão mais complexa for à sociedade, maior será a busca por direitos, e quanto mais variada culturalmente, maiores serão as exigências, por consequência os obstáculos a serem enfrentados pela justiça, pelo direito e pela área do social.
O Direito da mulher é resultado da relação entre Mudança social e Direito, sendo consequência da análise de que essas pessoas precisam de atendimentos específicos, sendo necessária desta forma uma legislação também específica que afaste ou remova qualquer obstáculo que por ventura levem estas pessoas á serem excluídas da sociedade.
A obrigação do Direito das mulheres agredidas é então de diminuir as desigualdades referentes á vitima de violência de forma a deixar que esta circunstância não seja um empecilho para a prática da inclusão dessa pessoa como parte integrante de cidadão possuidora de direitos, e, além disso, abrir possibilidades para uma relativa igualdade de pleno acesso as chances e aos benefícios sociais, em comparação aos demais grupos da sociedade, afastando-os da situação de exclusão social, e introduzindo-os como parte funcional da sociedade.
A procura pela efetividade de proteção social e inclusão da mulher vitima de violência se define como um sistema que ganha a característica de um movimento social de luta, pela pretensão destes direitos, destacando inovadoras formas de pensar a essas usuárias.
Leis específicas têm relevância de analisar e constatar divergências humanas integralmente para então poder estabelecer e indicar caminhos para as problemáticas sociais que tem razões distintas e múltiplas. 
A Constituição de 1.988 já havia implantado alguns instrumentos de amparo e proteção à mulheres vitimas de violência , mas não havia entrado a fundo nos assuntos e nas problemáticas que estão ligadas a este segmento, mas mesmo assim o texto constitucional começou a abrir os olhos da sociedade para os problemas sociais que poderiam somente aumentar com o passar do tempo, sendo assim a mais nova e recente política publica voltada para o enfretamento da problema da violência contra mulher é a lei Maria da Penha funcionando como um significativo componente para a precisão do Direto destinado e direcionado as mulheres vitimas de violência.
6.3 Políticas públicas na prevenção da violência contra às mulheres
Objetivamos nesse tópico apresentar algumas demandas de políticas publicas para as usuarias vitimas de violência, buscando despertar a atenção para a importância da criação e implementação de políticas publicas no enfretamento e combate a violência contra mulher.Cohn (1995) sugere que as políticas sociais devem buscar:
A articulação entre aquelas (ações) de curto prazo, de caráter mais imediatista, focalizada naqueles grupos identificados como os mais despossuídos, e aquelas de longo prazo, de caráter permanente, universalizastes, voltadas para a eqüidade do acesso dos cidadãos aos direitos sociais, independentemente do nível de renda e da inserção no mercado de trabalho (COHN, 1995).
Para alguns autores, o Serviço Social tem como objeto de intervenção a questão social, o profissional de Serviço Social deve estar atento às transformações da sociedade e às novas expressões das desigualdades, dentre elas apontamos a violência contra a mulher, como aponta Iamamoto (1997, p.14
Decifrar as novas mediações através das quais se expressa a questão social hoje é de fundamental importância para o Serviço Social em dupla perspectiva: para que se possa tanto apreender as várias expressões que assumem, na atualidade, as desigualdades sociais – sua produção e reprodução ampliada – quanto projetar e forjar formas de resistência e de defesa da vida. 
Dessa maneira é de suma importância destacar a nova representação da questão social – a violência contra mulher- apresentada como uma nova demanda para o Serviço Social e que se faz necessário a intervenção eficaz e satisfatória para que os direitos sejam realmente garantidos e efetivados.
 Dessa forma é necessário usar a prevenção como combate a esse tipo de problema social, segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no final da década de 1980, mostrou que, no Brasil, as mulheres eram 63% das pessoas que sofriam agressões físicas no espaço doméstico (Fontana; Santos, 2001). 
Segundo Grossi (1996), dados referentes aos casos de violência contra a mulher, denunciados nas delegacias brasileiras, demonstram que 70% das agressões ocorrem dentro de casa, sendo praticadas por maridos ou companheiros.
Dentro desse contexto podemos destacar em 1979, a Assembleia Geral das Nações Unidas implementaram a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), conhecida como a Lei Internacional dos Direitos da Mulher. Essa Convenção buscou a promoção dos direitos da mulher com vistas a igualdade de gênero, bem como, a manifestação de quaisquer discriminações. 
Os Estados participantes presentes na convenção afirmaram que a violência contra mulher representa uma violação aos direitos humanos e das liberdades fundamentais e limita a mulher, ao seu reconhecimento, gozo e exercício de tais direitos. O documento elaborado foi assinado e ratificado por 34 (trinta e quatro países), e foi ratificado pelo Brasil em 27 de novembro de 1995. 
Campos (2004) aponta que os instrumentos internacionais de direitos humanos, como a Convenção de Belém do Pará, têm aplicação imediata e estatuto constitucional, por força dos parágrafos 1º e 2º do artigo 5º, da Constituição da República, assim a Convenção passou a integrar o ordenamento jurídico nacional brasileiro a partir de 27 de novembro de 1995. Ainda para o autor, o cumprimento da Convenção de Belém do Pará e da CEDAW significa a afirmação de um novo tempo do direito: “o tempo dos direitos humanos das mulheres” (idem, 2004, p. 83). 
É de fundamental importância destacar que no contexto brasileiro, a década de 70 é marcada pelo surgimento dos primeiros movimentos feministas organizados e com o objetivo de promover a defesa dos direitos da mulher contra o sistema social opressor — o machismo.
A partir do empenho do movimento de mulheres e do movimento feminista contra as formas de violência contra mulher, surge então em 1981, no Rio de Janeiro, o SOS Mulher; seu objetivo era construir um espaço de atendimento às mulheres vítimas de violência, além de ser um espaço de reflexão e mudanças das condições de vida destas mulheres. O SOS Mulher não ficou restrito apenas ao Rio de Janeiro, este movimento também foi adotado em outras cidades como São e Porto Alegre.
Segundo (Santos 2001) “A então forte e bem sucedida conscientização da problemática da violência contra a mulher pelo SOS mulher e pelo movimento de mulheres em geral fez com que, em São Paulo, o Conselho Estadual da Condição Feminina[...]priorizasse essa demanda, entre outras.”
Por meio destes fatos, e através da conscientização e mobilização das mulheres agredidas, por parcerias com Estado na busca pela implementação de políticas publicas eficazes e que atendesse as demandas existentes, desencadeou em 1983 a criação do Conselho Estadual da condição feminina na ratificação pelo Brasil, a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) em 1984, ao que surgiu em 1985, a criação do Conselho nacional dos direitos da mulher, e da primeira delegacia de defesa da mulher (DDM). 
“Para fazer frente às demandas de igualdade de gênero foi criado, em 1983, o primeiro Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo. Em 1985, criou-se a primeira Delegacia de Defesa da Mulher, órgão eminentemente voltado para reprimir a violência contra a mulher” (Massuno, 2002)
A criação dessas delegacias, foi iniciativa de grande importância para o Brasil, e que mais tarde foi adotado por vários países da America Latina como Argentina, Bolívia,e Colômbia.
Por meio da ultima pesquisa realizada em 2003/2004, contavam-se 380 delegacias, tendo sua maior concentração na região sudeste (40%). Ao ratificar a CEDAW o Estado brasileiro se comprometeu perante a sociedade coibir todas as formas de violência contra a mulher e a adotar políticas destinadas a prevenir, punir e erradicar a violência.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 incorpora aos direitos e garantias do seu texto original, os estabelecidos em decorrência de acordos e tratados internacionais. Desta forma, as Resoluções da Convenção de Belém do Pará e da CEDAW são também garantias constitucionais, como expressa o artigo 5º parágrafo 2º, da Constituição Federal: ‘Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte’. (BRASIL, 2006, p. 15-16) 
Sendo assim é de grande importância destacar a importância que as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) possuem, pois compõem a estrutura da Polícia Civil, devendo realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. Dentre as diversas ações realizadas pelas delegacias, estão o registro de Boletim de ocorrência a instauração do inquérito e a solicitação à juíza e ao juiz das medidas protetivas de urgência nos casos de violência doméstica contra as mulheres.
O Balanço de 2013 da Central de Atendimento à Mulher – Disque 180, serviço prestado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), aponta que os autores das agressões relatadas são, em 81% dos casos, pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas.
Pesquisa realizada em 2010 pelo Instituto Sangari e coordenada por Julio Jacobo Waiselfisz mostra que “em dez anos (1997 a 2007) 41.532 mulheres morreram vítimas de homicídios – índice 4.2 assassinadas por 100.000 mil habitantes”.
O levantamento aponta que em 2013 subiu de 50% para 70% o percentual de municípios de origem das chamadas. Cresceu também –em 20%– a porcentagem de mulheres que denunciou a violência logo no primeiro episódio.
Dessa forma fica claro que as mesmas favorecem o enfretamento da discussão da criminalidade da violência cometida sobre questões de gênero, além de criar um mecanismo de enfrentamento e erradicação da violência contra a mulher no Brasil.
Sabemos que a violência contra a mulher se apresenta desde os primórdios como um problema social grave e que merece ser destacado, dessa forma no cenário internacional em 1993 surgiu a Declaração de Viena, com a realização da Conferência Mundial de Direitos, em Viena, os direitos humanos das mulheres foramreconhecidos. O documento produzido naquela Conferência, a Declaração de Direitos Humanos de Viena, em seu parágrafo 18, afirma categoricamente: 
“os direitos humanos das mulheres e das meninas são alienáveis e constituem parte integrante e indivisível dos direitos humanos universais”, sendo assim, a violência contra a mulher é considerada como violação explícita dos direitos humanos das mulheres, a qual pode atingir todas as mulheres independentemente de idade, etnia, religião, nacionalidade ou condição social.
Nela foram consideradas as várias formas de violência e suas manifestações, incluindo as apresentadas pelo preconceito cultural, violência de gênero entre outras. Um grande avanço desta declaração foi a revogação da violência privada como criminalidade comum, considerando assim, que a violência contra a mulher infringe os Direitos Humanos.
Dessa forma destacamos que na família, a violência contra a mulher causa sofrimento e distúrbios de ordem psicológica, dificultando as relações afetivas, sendo fonte de estresse em seus membros. No Brasil 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto)17 é consumido no tratamento de vítimas de violência, valores estes que poderiam ser investidos em outras áreas, tais como educação, cultura, esporte e lazer, caso as políticas públicas direcionadas ao combate e a erradicação da violência contra a mulher fossem realmente efetivos.
Como parte do avanço nas políticas publica destacamos ano de 2013, mais um medo se transformaram em luta, e da luta, mais uma conquista para as mulheres. Foi aprovada pela Presidência da República a PLC 03/2013, de autoria da deputada federal Iara Bernardi. A Lei obriga o SUS prestar atendimento emergencial e nas varias especializações às mulheres vítimas de violência sexual, a realização de um conjunto de dados e tratamento de lesões, exames para detectar doenças sexualmente transmissíveis e contracepção de emergência, ressaltando que este direito não estava garantido. 
Nesse ínterim destaca-se a importância das políticas publica criadas até aqui e os mecanismos de controle e participação da mulher na busca para que seus direitos sejam garantidos e as leis realmente efetivadas. Sabemos que no Brasil tivemos alguns avanços em relação às leis e medidas protetivas em favor das vitimas de violência, porém a política públicas ainda se apresentam de forma tímida e na grande parte das vezes ineficazes.
A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu artigo 226, dispõe que: 
“O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”, 
As medidas elaboradas por estes documentos, os quais o Brasil reafirmou, subsidiaram também na criação de políticas públicas que tenham por alvo a proteção dos direitos humanos das mulheres, embora tenha sido um significativo avanço e esforço de muitos movimentos, documentos e campanhas.
Sabemos que a apresentação da violência contra mulher ainda precisa ser reconhecida efetivamente e nomeada de forma adequada pela lei e pela sociedade, é preciso que essa questão seja reconhecida verdadeiramente para que se torne objeto de investigação e intervenção, alem de se buscar proporcionar objeto de ação de diversas políticas publicas.
No que tange as políticas públicas de combate à violência contra a mulher, Rangel (1997) aponta em seu trabalho que as políticas eficazes serão alcançadas com a capacitação de vários profissionais, com a inclusão do movimento feminista em sua formulação e implementação, e levando em conta a perspectiva de gênero: 
[...] como lembra Saffioti (1998), se quisermos promover políticas públicas eficazes no sentido de combater e prevenir a violência contra a mulher, sobretudo a doméstica, é necessário capacitar profissionais das áreas de segurança, do judiciário, da saúde, dos transportes, da educação, bem como o burocratas dos governos para que possam trabalhar de forma competente. Também é necessário absorver feministas não apenas na formulação, mas também na implementação de políticas públicas dirigidas à mulher. Estes são os pré-requisitos para que se garanta a articulação entre as várias políticas e sua continuidade. Somente assim dar-se-ia um passo importante para impedir que o androcentrismo do Estado comprometesse negativamente ideias brilhantes, como a que gerou a 1ª DDM. Mais do que isso, estaríamos fornecendo pistas no sentido de melhorar as relações de gênero em nossa sociedade. (RANGEL, 1997, p. 25-26).
O reconhecimento da participação ativa da mulher no desencadeamento da violência não significa afirmar que ambos encontram-se na mesma posição em relação ao gênero, ou seja, homens e mulheres não detêm o poder de maneira igualitária. A mulher participa da relação violenta, podendo até desencadeá-la, porém é mais penalizada do que seu parceiro nessa relação (Saffioti, 2004). 
Sendo assim sabemos que ainda hoje no Brasil e em diferentes países há muito que se fazer para que o Estado cumpra com o seu papel no combate a esse mal, que tanto aflige e aterroriza mulheres por todo o Brasil, pois não há ainda no país uma legislação específica sobre a violência contra mulher, à violência contra a mulher é sabidamente uma das formas de violações de direitos humanos.
7.0 Lei Maria da Penha como Apresentada como Medida Protetiva.
Sabemos que a função do Serviço Social é garantir a promoção dos direitos constitucionais e a proteção social, nessa perspectiva fazendo um alinhamento com a lei que protege a mulher das agressões no âmbito doméstico e familiar, percebe-se que há uma relação íntima entre a lei e a profissão, já que o serviço social tem uma busca intransigente na defesa e na promoção dos Direitos Humanos e na real efetivação destes.
Destacamos que há um reconhecimento pelo Estado que a violência doméstica e intrafamiliar não é um assunto de cunho privado, mas sem duvidas uma questão da esfera pública. A lei 11.340/06 apresenta várias maneiras para coibir a violência, ter uma lei que abrange essa problemática é um avanço muito significativo e de grande importância para a sociedade de forma geral.
Diante do exposto e por meio da analise das políticas publicas voltadas para a prevenção da violência domestica contra mulher, através da criação das medidas protetivas, julga-se que até o momento atual muitos passos foram tomados, no intuito de coibir e prevenir esse tipo de violência que subjulga, oprime e maltrata milhares de vitimas por todo o Brasil, sendo assim nesse capitulo buscamos destacar a mais nova lei que esta em vigor, e que por meio dela, um grande passo foi dado no sentido de prevenir e proteger legalmente usuárias vitima de violência, a lei 11.340, de 07.08.2006. 
A lei Maria da Penha, além de trazer um conceito inovador de família, também representa um marco na proteção da família e consequentemente da mulher vitima de violência, e traz um resgate da cidadania feminina, na medida em que a mulher ficará resguardada do agressor e, assim, poderá denunciar as agressões sem temer que encontre com o agressor e sua situação de vitima fique ainda pior.
A referida Lei "cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências". (SANTANA 2007) 
A Lei Maria da Penha, sancionada pelo ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva em sete de agosto de 2006, dentre as mudanças trazidas pela lei está o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. A lei passou a ser vigorada no dia 22 de setembro de 2006 e recebeu esse nome por causa de Maria da Penha Maia Fernandes,biofarmacêutica, cidadã de bem e mais uma vitima da violência perpetrada no ambiente domestico, ela foi espancada de forma brutal e violentada diariamente pelo marido durante seis anos de casamento.
Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la, durante a primeira agressão ele tentou mata-la com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda, por eletrocussão e afogamento. Após essa tentativa de homicídio ela tomou coragem e o denunciou.  Seu ex- marido foi condenado após dezenove anos de prisão, por meio de recursos jurídicos, ficou preso por dois anos, solto em 2002, e atualmente está livre.
Por meio dessa situação injusta provocou-se a formalização de denúncia, juntamente com a vítima, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que é um órgão internacional responsável pelo arquivamento de comunicações provenientes de violação desses acordos internacionais. 
Sendo assim através do relatório n.54/2001, responsabilizou o Estado Brasileiro por omissão, uma vez que não atendeu o artigo 7° da Convenção do Belém do Pará, que estabelece o compromisso de os Estados Partes empenharem-se em:
a.       abster-se de qualquer ato ou prática de violência contra a mulher e velar por que as autoridades, seus funcionários e pessoal, bem como agentes e instituições públicos ajam de conformidade com essa obrigação;
 
b.       agir com o devido zelo para prevenir, investigar e punir a violência contra a mulher;
 
c.       incorporar na sua legislação interna normas penais, civis, administrativas e de outra natureza, que sejam necessárias para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, bem como adotar as medidas administrativas adequadas que forem aplicáveis;
 
d.       adotar medidas jurídicas que exijam do agressor que se abstenha de perseguir, intimidar e ameaçar a mulher ou de fazer uso de qualquer método que danifique ou ponha em perigo sua vida ou integridade ou danifique sua propriedade;
 
e.       tomar todas as medidas adequadas, inclusive legislativas, para modificar ou abolir leis e regulamentos vigentes ou modificar práticas jurídicas ou consuetudinárias que respaldem a persistência e a tolerância da violência contra a mulher;
 
f         estabelecer procedimentos jurídicos justos e eficazes para a mulher sujeitada a violência, inclusive, entre outros, medidas de proteção, juízo oportuno e efetivo acesso a tais processos;
 
g.       estabelecer mecanismos judiciais e administrativos necessários para assegurar que a mulher sujeitada a violência tenha efetivo acesso a restituição, reparação do dano e outros meios de compensação justos e eficazes;
 
h.       adotar as medidas legislativas ou de outra natureza necessárias à vigência desta Convenção.
Dessa forma a lei Maria da Penha foi criada com o intuito de prevenir a violência, de forma que a mulher seja protegida constitucionalmente com o objetivo de impedir que os companheiros agridam, assassinem ou batam nas suas esposas, e foi sancionada na busca da proteção social dos direitos da mulher. Visto nessa perspectiva podemos afirmar que essa lei trouxe uma nova interface as expressões da questão social aqui representada pela violência cometida no âmbito familiar, de forma a promover a igualdade de direitos e a real efetivação da lei no que diz respeito a promoção da qualidade de vida e da proteção social básica que é assegurada a todos os cidadãos.
7.1 Lei Maria da Penha e a Constituição Federal
É sabido que foram grandes lutas para que as políticas públicas voltadas para o atendimento as mulheres fossem efetivadas, nessa perspectiva somente após a constituição federal de 1988 foi que as mulheres passaram a ser reconhecidas como cidadãs possuidoras de direitos humanos com vistas a cidadania plena.
Esse marco na constituição se deu através de mobilizações realizadas pelas mulheres, através das ações voltadas ao congresso nacional, buscando emendas populares e promovendo movimentos e manifestações que culminaram na inserção da igualdade de direitos sob os aspectos de gênero, raças entre outras.
Conforme Santos “a constituição, como documento jurídico e político dos cidadãos, buscou romper com um sistema fortemente discriminatório contra as mulheres e colaborou para que o Brasil se integrasse ao sistema de proteção internacional dos direitos humanos, reivindicação histórica da sociedade”.
Sendo assim dentro das normas e princípios internacionais em relação aos direitos humanos, a constituição Brasileira traz em seu artigo 5°,§ 2°:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [...]
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos principios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Republica Federativa do Brasil seja parte
Dessa forma a criação da Lei Maria da Penha vem alicerçada principalmente no principio de dignidade da pessoa humana que esta prevista no artigo 1°, do inciso III da Constituição Federativa do Brasil de 1988:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – (...)
II – (...)
III – (...) a dignidade da pessoa humana;
É de relevância salientar acerca do principio da dignidade humana abordada pela norma constitucional brasileira para Sarlet Apud Lima:
(...) a dignidade da pessoa humana, na condição de valor ( e principio normativo ) fundamental, atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais, exige e pressupõe o reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais de todas as dimensões (ou gerações se assim preferirmos). Assim, sem que se reconheçam a pessoa humana os direitos fundamentais que lhe são inerentes, em verdade estar-se-à lhe negando a própria dignidade. 
Nesse sentido com as considerações alinhadas acerca dos direitos humanos, tratando-se do principio fundamental da dignidade humana, proveniente da constituição federal brasileira , o membro do poder legislativo , legislador da Lei Maria da Penha introduziu na mencionada legislação o reconhecimento dos direitos da mulher enquanto cidadãs possuidoras de direitos .
Desta forma, esta explicita no artigo 2° e 3° da Lei, os direitos da mulher nesses termos:
Art. 2o  Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
No que se refere ao artigo 3° da Lei Maria da Penha, dispõe:
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Dentro de um contexto histórico sabemos que demorou bastante tempo para a sociedade entender e reconhecer que a violência contra a mulher é uma violação de direito, e crime de ordem social, não é uma violência de menor relevância.
Porém é preciso salientar que a lei esta em vigor, porém não funciona sozinha. É necessário de fato a implementação daquilo que a lei determina como: delegacias,promotorias exclusivas, defensorias, juizados, outros serviços da área de assistência, estruturados e com profissionais preparados para lidar com essa demanda. 
Nesse âmbito o Brasil não faz parte somente dos países que tão somente assinam tratados e convenções sobre a discriminação contra mulher, mas conta com uma legislação de combate as formas de violência domestica e intrafamiliar, garantindo ás cidadãs o pleno exercício da garantia de direitos, e um dos grandes direitos que está previsto na constituição que a dignidade da pessoa humana.
Considerações Finais
Busca-se que a efetivação e o respeito aos direitos da mulher, apesar de que o momento presente, que nos mostra algo diferente seja realmente efetivado, com vistas a uma melhoria na qualidade de vidas dessas usuárias. Desta forma torna-se necessário mais além de domínios jurídicos, operacionais e administrativos. 
Espera-se dominar conceitos, conhecer a vida humana, a realidade da mulher, conhecer leis, e apontar providências que auxiliem na resolução da problemática da violência contra as mulheres, pois esta problemática da violência que está em questão pede mudanças significativas e dinâmicas de políticas públicas, também de atitudes do serviço social.
 É essencial a conscientização e participação por parte do segmento mulher sobre seus direitos, na discussão, reivindicação de questões sociais, por isso mesmo, a fundamental importância de trabalhar a informação de forma clara, simples, e dinâmica.
 O serviço social em sua atuação também deve cobrar constantemente do Poder Público para que direitos já alcançados sejam devidamente cumpridos. Faz-se necessário que o Serviço Social e o profissional Assistente social trabalhem persistentemente a vislumbrar uma sociedade que esteja preparada para todos os seres humanos sem distinguir: sexo, idade, cor, crença. O objetivo principal é fazer valer direitos garantidos e respeitar cada qual nas suas diferenças 
A luta pelos direitos da mulher será constante, sendo que ainda se tem um longo caminho a percorrer, e a situação é uma grande problemática social, exatamente por tal razão que o trabalho deve ser árduo e consiste na busca para o respeito e efetivação dos direitos, esta busca será para a transformação social e que venha a modificar a estrutura social, onde as mulheres sejam vistas primeiramente com respeito e dignidade que merecem.
Esta luta e busca para prevenção da violência contra a mulher não deve ser uma busca solitária, mas sim em conjunto, porque esta não será uma luta apenas das mulheres, mas de toda uma sociedade. E com certeza se vencermos os obstáculos e dificuldades ainda existente, todos irão ganhar.
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Sistema de Ensino Presencial Conectado
serviço social
fernanda soares dallaio
PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A CONSTRUÇÃO DAS POLITICAS PUBLICAS
Brasília- DF
2014
Dedico este trabalho...
Primeiro a Deus que sempre esteve ao meu lado, mesmo nos momentos mais difíceis, por ter me dado sabedoria e muita fé, para acreditar que mesmo com tantas dificuldades eu conseguiria vencer.
Dedico também esse trabalho também a minha família que me apoiou e esteve ao meu lado (mesmo de longe) me encorajando e me incentivando a seguir frente, dedico em especial a minha mãe, que sempre me ajudou nessa caminhada árdua, esteve sempre comigo me aconselhando e me dando incentivos para não desistire persistir no meu sonho.
E não poderia deixar de dedica-lo ao meu esposo, que foi companheiro, amigo, compreensivo e acreditou no meu sucesso, e esteve ao meu lado mesmo nos momentos de tristeza e desanimo.
Dedico este trabalho a minha família por tudo que fizeram por mim.
Quero agradecer primeiramente a Deus porque sempre esteve ao meu lado me dando forças e me ajudando a seguir em frente.
Agradeço de todo o meu coração a minha família pela força e pelo apoio de todos os dias, em especial a minha mãe que sempre me ajudou e me incentivou a nunca desistir, obrigada por tudo.
Quero agradecer ao meu esposo pela força, companheirismo e pelo apoio,por ter estado comigo em todos os momentos e pela paciência de sempre.
Quero agradecer a minha amiga Daniela Silvestrin pelo apoio e pela amizade , por ter me ajudado e por toda atenção que teve comigo, sou muito grata a Deus pela sua vida.
Sou muito grata a minha colega de trabalho e amiga Cyntia, que sempre me ouviu e me aconselhou nesse processo, quero agradecer pelos conselhos, e pela força que me deu, muito obrigada.
Sou eternamente grata a Deus pela vida das minhas colegas e amigas da faculdade, Marise, Sirleia, Gloriete pelos momentos maravilhosos que passamos juntas, e por tudo que aprendi com vocês, aprendi a amar muito vocês e as levarei pelo resto da vida como pessoas muito especiais pra mim.
Sou muito agradecida a Deus por todas as pessoas que me apoiaram e estiveram comigo nessa jornada, vocês foram muito importantes na minha vida e sem vocês eu não teria conseguido.
Muito Obrigada!

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