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DTRBI - Poder de Direção do Empregador

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S U M Á R I O
1. CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
2. ALTERAÇÕES NA EMPRESA
3. PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADO
 a. Poder de Organização
 b. Poder de Controle
 c. Poder Disciplinar
4. REGULAMENTO DE EMPRESA
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UD IV – DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO I
PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
 1. CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
 O art. 2º da CLT considera EMPREGADOR como: 
	“A empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços”.
 	O § 1º do mesmo dispositivo equipara a empregador:
 	“Para os efeitos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições, sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados”.
 
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
 2. ALTERAÇÕES NA EMPRESA
 	 A alteração da empresa pode ocorrer de duas maneiras: na estrutura jurídica ou na mudança da propriedade.
 	Ocorre alteração na estrutura jurídica quando uma empresa individual se transforma em uma sociedade, ou uma sociedade anônima se transforma em uma limitada. 
	Já a mudança na propriedade diz respeito aos detentores do capital da mesma.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
 2. ALTERAÇÕES NA EMPRESA
 A CLT tem dois artigos que tratam sobre possíveis alterações em sua estrutura jurídica:
 Art. 10 – qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
 Art. 448 – a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
 2. ALTERAÇÕES NA EMPRESA
 A empresa sucessora assume as obrigações trabalhistas da empresa sucedida e a sua posição em um eventual processo judicial.
 Neste caso, os bens da sucessora podem ser penhorados, pois o empregador é a empresa, independentemente da mudança de sua estrutura ou propriedade.
 Na verdade não se trata de uma sucessão de empresa, mas sim de empregadores. O contrato de trabalho segue o estabelecimento, mesmo que este seja vendido a outra pessoa. 
 O sucessor fica responsável pelas obrigações do sucedido.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
 2. ALTERAÇÕES NA EMPRESA
 A mudança da titularidade da empresa não implica sucessão de empregadores, porque não há substituição do empregador. 
	O empregador, na verdade, é o mesmo - a empresa. Mudam-se, apenas, os proprietários da empresa.
 Não há qualquer valor no acordo ou na convenção das partes de forma a elidir (suprimir) os direitos trabalhistas dos empregados, como no caso de uma cláusula que estabeleça que o antigo proprietário é quem deve pagar os débitos trabalhistas. 
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
 2. ALTERAÇÕES NA EMPRESA
	Empregador é quem está, atualmente, dirigindo a empresa. 
	Se persistir a finalidade econômica do conjunto patrimonial e são mantidos os contratos de trabalho, empregador é quem continua nessa atividade.
	NÃO EXISTE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA entre o sucessor e o sucedido, mas apenas responsabilidade do sucessor, que é o empregador.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
2. ALTERAÇÕES NA EMPRESA
 Na falência, os empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante não responde por obrigações do contrato anterior (art. 141, § 2º, da Lei 11.101/05).
	Se o arrematante respondesse pelos créditos dos empregados em decorrência da falência, por certo não iria contratá-los. 
 Não se pode falar em sucessão, em razão da disposição da lei de falência, não se aplicando, nesse caso, os arts. 10 e 448 da CLT. O mesmo ocorre em relação a recuperação judicial.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
3. PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR 
 Por ser o empregado um trabalhador subordinado, o mesmo está sujeito ao poder de direção do empregador.
 O poder de direção é a forma como o empregador define como serão desenvolvidas as atividades do empregado decorrentes do contrato de trabalho. O fundamento legal é encontrado no art. 2º da CLT, que define o empregador como aquele que dirige as atividades do empregado. 
 Compreende o poder de direção não só o de organizar suas atividades, como também de controlar e disciplinar o trabalho, de acordo com os fins do empreendimento. 
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
3. PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR 
 a. Poder de Organização  o empregador tem o direito de organizar seu empreendimento, estabelecendo a estrutura jurídica de sua empresa, qual a atividade será desenvolvida, quantos funcionários empregará, os cargos a serem exercidos, o local e o horário de trabalho.
 b. Poder de Controle  o empregador tem o direito de fiscalizar e controlar as atividades de seus empregados, podendo, inclusive revistar seus funcionários e instalar câmaras no ambiente de trabalho e verificar os e-mails funcionais da empresa. Entretanto, não poderá submeter seus empregados a situações vexatórias e violar a privacidade ou intimidade dos mesmos.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
3. PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR 
 c. Poder Disciplinar  o poder disciplinar decorre do poder do empregador administrar a empresa de maneira que ela venha a funcionar adequadamente. 
 A empresa é uma instituição, equiparando-se a um ente público, podendo, assim o empregador impor sanções disciplinares ao empregado para preservar a ordem e a disciplina.
 O poder disciplinar é um complemento ao poder de direção, do poder do empregador determinar ordens na empresa que, se não cumpridas, podem gerar penalidades ao empregado, que deve agir com disciplina e respeito em relação ao seu empregador.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 O regulamento da empresa é um conjunto sistemático de regras, podendo ser escrito ou não, estabelecidas pelo empregador, com ou sem a participação dos trabalhadores, para tratar de questões de ordem técnica ou disciplinar no âmbito da empresa, organizando o trabalho e a produção. 
 	A CLT refere-se ao regulamento de empresa no § único do art. 391 ao mencionar que é vedado o regulamento da empresa fazer qualquer restrição quanto ao direito da mulher a seu emprego, por motivo de casamento ou gravidez.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 O regulamento da empresa pode ser escrito ou não. Normalmente, o regulamento de empresa é imposto unilateralmente pelo empregador, mas nada impede que haja a participação dos trabalhadores em sua elaboração.
 No Brasil o regulamento da empresa independe de qualquer homologação.
 O regulamento da empresa distingue-se do contrato de trabalho, do quadro de carreira, do plano de cargos e salários.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 O contrato de trabalho existe apenas entre as partes, mesmo que o pacto seja verbal.
 O quadro de carreira serve apenas para verificar as promoções.
 O plano de cargos e salários define as condições de salários e os cargos previstos na empresa.
	O regulamento de empresa não deixa de ser um contrato, ainda que sob a modalidade de contrato de adesão, ao qual o empregado adere quando inicia o trabalho na empresa.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 O regulamento da empresa pode
ser classificado sob diversas modalidades: 
 a. Quanto à forma: podem ser unilaterais ou bilaterais. Normalmente os regulamentos são elaborados unilateralmente pelo empregador.
 b. Quanto à validade: podem ser dependentes ou não de homologação por parte do poder público.
 c. Quanto à natureza: podem ser públicos ou privados.
 d. Quanto à obrigatoriedade: podem ser obrigatórios (impostos por lei) ou facultativos (quando os próprios interessados verificam a conveniência de elaborar o regulamento. 
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 No Brasil, os regulamentos de empresa são facultativos, pois são há nenhuma lei que imponha sua observância. 
 O regulamento da empresa pode conter algumas espécies de cláusulas:
 (a) contratuais  que irão estabelecer regras complementares ao contrato de trabalho criando direitos em favor do empregado;
 (b) disciplinares  decorrentes do poder disciplinar do empregador, que irá estabelecer normas técnicas na empresa, determinando punições para quem descumprir as regras especificadas. 
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 O requisito básico para validade do regulamento de empresa é sua publicidade. Para que o regulamento de empresa se torne público, deve o empregador afixá-lo em local visível do estabelecimento, bem como em seu site oficial.
 O prazo de vigência pode ser por prazo determinado ou indeterminado, passando a ter validade para o obreiro a partir da data de sua admissão.
 O regulamento da empresa deve ser interpretado da mesma forma como se faz em relação as normas jurídicas, podendo isso ser feito pelo juiz do trabalho, pelo jurista ou pela própria empresa que o editou.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 O regulamento de empresa deve ter como limites a Constituição, a lei, as normas coletivas da categoria e as decisões das autoridades competentes. 
 O regulamento poderá estabelecer condições mais favoráveis ao empregado, terá força obrigatória até onde não colida com a lei ou com a norma coletiva.
 Também não se pode estabelecer regras no regulamento de empresa que venham a contrariar a moral, os bons costumes e a ordem pública, nem que desrespeitem a dignidade do trabalhador como pessoa humana.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 As alterações unilaterais no regulamento da empresa ou mesmo as alterações bilaterais, que sejam prejudiciais ao empregado, terão como obstáculo o art. 468 da CLT. 
 O empregador poderá modificar as cláusulas do regulamento que digam respeito a questões técnicas da empresa. 
 Contudo, as modificações as cláusulas que importem violar direitos dos trabalhadores deverão ser analisadas em consonância com o mencionado dispositivo legal.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
4. REGULAMENTO DA EMPRESA 
 O TST editou a Súmula 51: “as cláusulas regulamentares que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento”.
 Mesmo que o empregado concorde com a mudança do regulamento, mas ela lhe traga uma situação jurídica desfavorável, não terá nenhuma validade. 
 A alteração no regulamento apenas valerá para os empregados que forem admitidos após a referida modificação.
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