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AULA 04 LEGISLAÇÃO FISCAL TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO Prof. MSC João Gomes 1. DISTINÇÃO ENTRE RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO 1.1 Relação de trabalho Podemos definir relação de trabalho como sendo qualquer forma de prestação de serviço,qualquer forma de relação jurídica onde haja prestação de trabalho humano e, finalmente, toda forma de realização de trabalho prestado a outrem. 1.2 Relação de emprego Como relação de emprego podemos entender o trabalho prestado de forma subordinada, em caráter não-eventual, de trato oneroso, de forma pessoal e prestado por pessoa física. Destaca-se como característica especialmente peculiar da relação de emprego a subordinação, razão pela qual, não raro, é também denominada como relação de trabalho subordinado. 2. ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO 2.1 Empregado Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 2.2 Empregador: Considera-se empregador a empresa individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. 2.3 Equiparados ao empregador Equiparam-se ao empregador, para fins exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 3. VÍNCULOS DE EMPREGO VÍNCULOS DE EMPREGO PÚBLICO CELETISTA Empregados regidos pela CLT e normas esparsas do direito privado. ESTATUTÁRIO Empregados regidos por estatutos próprios e outras Leis específicas. Ex.: Estatuto do funcionalismo público federal. PRIVADO CELETISTA Empregados regidos pela CLT e normas esparsas do direito privado. 4. A “RESPONSABILIDADE” NO DIREITO CIVIL O instituto da responsabilidade tem origem no Direito Civil. “A palavra "responsabilidade", segundo o vocabulário jurídico origina-se do vocábulo responsável, do verbo responder, que tem o significado de responsabilizar-se, assegurar, assumir o pagamento do que se obrigou, ou do ato que praticou.” 4.1 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA A responsabilidade será solidária quando em uma mesma obrigação houver mais de um responsável pelo seu cumprimento. Assim, estando diante de uma situação na qual a responsabilidade é solidária, poderá o credor exigir o cumprimento da responsabilidade de ambos os devedores ou de apenas um deles, cabendo àquele que cumprir a obrigação o direito de regresso contra o devedor solidário. Como exemplo, temos: “Empresa A”, “Empresa B”, e “Empresa C”, que se juntam em consórcio para realizarem juntam uma obra. Estas empresas são solidárias com relação aos direitos trabalhistas de todos os empregados. Em outras palavras, se a “Empresa A” deixar de pagar o salários do seu empregado, este poderá acionar judicialmente qualquer empresa que faça parte do consórcio, tendo vista que todas são solidárias entre si. Diferentemente da responsabilidade solidária, na responsabilidade subsidiária a obrigação não é compartilhada entre dois ou mais devedores. Há apenas um devedor principal; contudo, na hipótese do não cumprimento da obrigação por parte deste, outro sujeito responderá subsidiariamente pela obrigação. 4.2 RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DAS EMPRESAS NA RELAÇÃO TRABALHISTA A responsabilidade subsidiária, no Direito do Trabalho é comum na terceirização da mão-de-obra, situação em que a sociedade empresária que contrata o serviço terceirizado responde subsidiariamente pelas obrigações não cumpridas pela empresa responsável pela contratação do empregado. Essa responsabilidade se justifica, pois apesar de não ser o contratante direto do empregado, a empresa que utiliza da terceirização se beneficia da mão-de-obra do trabalhador terceirizado, devendo então arcar com os riscos de sua atividade. 5. GRUPO ECONÔMICO O conceito de grupo econômico é encontrado na CLT em seu Art. 2º, § 2º . Vejamos a letra da lei. Consolidação das Leis do Trabalho • Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. A configuração de grupo econômico é, portanto, garantia ao trabalhador, uma vez que todos os componentes desse grupo respondem solidariamente pelo crédito trabalhista. Assim, qualquer das empresas do grupo é igualmente responsável, ainda que o serviço não lhes tenha sido diretamente prestado. O principal objetivo do instituto, portanto, é ampliação da garantia dos créditos em favor do empregado. 6. SUCESSÃO DE EMPREGADORES Sucessão de empregadores ou de empresas consiste na mudança de propriedade da empresa. Segundo Maurício Godinho "consiste no instituto justrabalhista em virtude do qual se opera, no contexto da transferência de titularidade da empresa ou estabelecimento, uma completa transmissão de créditos e assunção de dívidas trabalhistas entre alienante e adquirente envolvidos." • A legislação trabalhista garante, nesses casos, a continuidade do vínculo jurídico trabalhista, declarando que a alteração do polo contratante da relação de emprego em nada afeta a situação dos empregados. O contrato continua vigorando normalmente, agora em relação ao novo empregador (sucessor), que passa a ocupar o lugar do anterior (sucedido). Consolidação das Leis do Trabalho Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolidação-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 7. CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS) Dispõe a CLT que “a Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que de caráter temporário...” (CLT. art. 13). 7.1 VEDAÇÃO A ANOTAÇÕES DESABONADORAS NA CTPS É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CLT, art. 29,§ 4º).
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