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materna, que pode ser detectada a partir do 8º ao 11º dia após a fecundação e são
considerados positivos valores > 25 mUI/ml.
A ultrassonografia obstétrica transvaginal (preferida no 1º trimestre) ou
transabdominal não só permite o diagnóstico de gravidez, como também a sua
datação. O melhor período para se datar a gestação é entre 6 e 12 semanas,
quando se utiliza como parâmetro o comprimento cabeça nádega (CCN).
O saco gestacional pode ser visualizado através da USG TV a partir da 4ª
semana de gestação (Beta-hCG > 1000 a 1500 mUI/mL), enquanto o eco
embrionário e os batimentos cardíacos podem ser visualizados em torno de 6 a 7
semanas.
A idade gestacional corresponde ao tempo transcorrido entre o 1º dia da última
menstruação e a data atual. Quando há discordância entre a IG calculada pela DUM
e a ultrassonográfica, considera-se a DUM caso a diferença esteja dentro do
intervalo de confiança ecográfica (1 semana no primeiro trimestre, 2 semanas no
segundo trimestre e 3 semanas no terceiro trimestre). Caso contrário, deve-se
considerar a IG calculada pela ultrassonografia.
Para cálculo da data provável do parto utiliza-se a Regra de Nagele, através da
qual se soma 7 ao dia da última menstruação e 9 ao mês correspondente (nos
meses posteriores a março, somam-se 7 dias e subtraem-se 3 meses, devendo-se
ainda somar 1 ao ano).
2.2 Assistência pré-natal
Recomenda-se que sejam realizadas, no mínimo, seis consultas de pré-natal (1
do primeiro trimestre, 2 no segundo trimestre e 3 no terceiro trimestre). No
entanto, o manual de pré-natal do Ministério da Saúde recomenda que, sempre
que possível, as consultas devem ser realizadas conforme a seguir: mensalmente
até a 28ª semana, quinzenalmente entre 28 e 36 semanas, e semanalmente a
partir de 36 semanas até o parto.
A rotina de pré-natal deve incluir anamnese completa com avaliação do risco
gestacional (idade, paridade, história ginecológica e obstétrica, antecedentes
pessoais e familiares, hábitos de vida e estado atual); exame físico direcionado:
medida do peso e cálculo do IMC, PA, pesquisa de edema, exame ginecológico e
mamário, além do exame abdominal, com registro da situação, posição e
apresentação fetal (manobras de Leopold), do BCF e da percepção dos
movimentos fetais, além da medida da altura uterina; e orientações acerca das
queixas mais comuns, nutrição e suplementação, e outros cuidados.
Exames laboratoriais na rotina pré-natal de risco habitual (segundo o manual
do Ministério da Saúde):
a. Hemograma (1ª consulta e 3ª trimestre);
b. Tipagem sanguínea e fator Rh (1ª consulta);
c. Coombs indireto se gestante for Rh negativo (1ª consulta, 28, 32, 36 e 40
semanas);
d. Glicemia de jejum (1ª consulta);
e. Sumário de urina e urocultura (1ª consulta e 3º trimestre);
f. VDRL ou teste rápido para sífilis (1ª consulta, 3º trimestre e no momento
da internação para parto ou abortamento);
g. Anti-HIV (1ª consulta, 3º trimestre e no momento da internação para
parto ou abortamento);
h. Toxoplasmose IgG e IgM (1ª consulta e trimestralmente, caso a paciente
seja suscetível);
i. Sorologia para hepatite B (1ª consulta, 3º trimestre e no momento da
internação para parto ou abortamento);
j. Teste de tolerância oral à glicose (entre 24 e 28 semanas).
Embora o Ministério da Saúde não recomende, a maioria dos autores inclui na
rotina de pré-natal o rastreio para Streptococcus do grupo B através do swab
vaginal e anal entre 35 e 37 semanas.
Apesar de ser um exame bastante corriqueiro, o Ministério da Saúde não
considera obrigatória a realização de ultrassonografias durante a gestação.
Porém, sempre que possível, nas gestações de risco habitual, devem ser realizados
exames seguindo o cronograma a seguir:
a. USG transvaginal entre 7 e 12 semanas para datação da gravidez;
b. USG morfológica do 1º trimestre, entre 11 e 14 semanas;
c. USG morfológica do 2º trimestre com Doppler das artérias uterinas e
cervicometria, entre 20 e 24 semanas;
d. USG obstétrica entre 34 e 36 semanas para avaliação do crescimento
fetal, líquido amniótico e placenta.
Calendário de vacinação da gestante:
a. Hepatite B: se não estiver vacinada, ou tiver situação vacinal
desconhecida ou anti-Hbs 10 UI/ml.
b. dT/dTpa: Se não estiver vacinada ou houver situação vacinal
desconhecida, realizar 3 doses: a primeira (dT) quando identificada a
necessidade, a segunda (dT) após 30 a 60 dias da primeira dose, e a terceira
(dTpa), 30 a 60 dias após a segunda dose. Se o esquema estiver incompleto,
completar conforme doses faltantes, sendo pelo menos uma dose de dTpa. Se
o esquema estiver completo (3 doses ou mais), realizar 1 dose de dTpa a partir
da 20ª semana (mas preferencialmente entre 27 e 36 semanas),
independentemente de já ter sido realizada em outra gravidez e do intervalo
entre as gestações.
c. Influenza: 1 dose anual em qualquer idade gestacional.
Vacinas que podem ser consideradas na gestação conforme situação clínica:
raiva, se houver acidente com animal contaminado ou possivelmente
contaminado; febre amarela quando os benefícios superam os riscos (em
situações de surto ou em caso de viagens inevitáveis para regiões endêmicas).
Vacinas contraindicadas na gestação são as de vírus vivos atenuados: rubéola,
sarampo, caxumba.
2.3 O parto
Estática fetal:
a. Situação: relação entre o maior eixo fetal e o maior eixo uterino
(longitudinal, transversal ou oblíqua);
b. Posição: relação do dorso fetal com os pontos de referência do abdome
materno (direita ou esquerda, anterior ou posterior);
c. Apresentação: relação entre o polo fetal e o estreio superior da pelve
(cefálica, pélvica ou córmica);
d. Atitude: relação das diversas partes fetais entre si (flexão ou deflexão);
e. Variedade de posição: relação dos pontos de referência fetais com os
pontos de referência da pelve materna (púbis-ANTERIOR ou sacro-POSTERIOR
ou espinhas isquiáticas-TRANSVERSA, ambas DIREITA ou ESQUERDA).
Na apresentação cefálica fletida, o ponto de referência fetal é a fontanela
posterior ou lambdoide (OCCÍPITO). Na apresentação cefálica defletida de 1º grau,
também chamada apresentação de bregma, o ponto de referência é a fontanela
anterior ou bregmática, enquanto na defletida de 2º grau (apresentação de fronte) é
a glabela e na defletida de 3º grau, o mento (apresentação de face).
Assim, nas apresentações cefálicas fletidas (90% dos casos), podemos classificar
a variedade de posição em: occípito-púbica (OP), occípito direita anterior (ODA),
occípito direita transversa (ODT), occípito direita posterior (ODP), occípito-sacra
(OS), occípito esquerda posterior (OEP), occípito esquerda transversa (OET),
occípito esquerda anterior (OEA).
O mecanismo do parto cefálico fletido ocorre com uma sequência eventos, a
saber:
a. Insinuação (passagem do maior diâmetro da apresentação pelo estreito
superior): nesse momento, o feto realiza, habitualmente, o movimento de
flexão para possibilitar a diminuição dos diâmetros da apresentação;
b. Descida (continuação da insinuação, pelo qual a cabeça penetra e enche
a escavação): o movimento acessório deste tempo é a rotação interna da
apresentação fetal, permitindo a penetração das espáduas no estreito superior
da bacia;
c. Desprendimento do pólo cefálico: o movimento acessório é a deflexão;
d. Desprendimento das espáduas: ocorre após ou em concomitância à
restituição ou rotação externa do pólo cefálico.
 
Didaticamente, o parto pode ser ainda dividido em quatro períodos clínicos:
a. Dilatação: desde a presença de contrações uterinas rítmicas e intensas o
suficiente para dilatar e apagar o colo uterino até a sua dilatação máxima (10
cm);
b. Expulsão: começa quando a dilatação do colo se completa e termina com
a expulsão fetal;
c. Dequitação: saída da placenta e membranas fetais;
d. Primeira hora pós parto: período de vigilância materna devido ao maior
risco de hemorragias.
A OMS recomendao manejo ativo do terceiro período, o qual se associa a
menores perdas sanguíneas e menor risco de hemorragia puerperal. Isto inclui:
administração profilática e rotineira de ocitocina 10 UI, intramuscular,
imediatamente após a expulsão fetal; clampeamento tardio do cordão umbilical,
seguido de tração controlada do cordão e massagem uterina.
 
2.4 Sangramentos do 1º trimestre

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