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CONTRATOS EMPRESARIAIS (MERCANTIS ou INTEREMPRESARIAIS) São aqueles em que ambos os polos da relação jurídico-contratual têm sua atividade movida por razões empresariais. Elementos constitutivos à luz dos Contratos Empresariais Capacidade das partes Objeto (licito, possível e determinado/determinável) Forma (prescrita ou não defesa em lei) Consentimento reciproco (vontade das partes) Classificação dos contratos Quanto a forma: Principais Acessórios Preliminares Definitivos Consensuais Reais Solenes Não solenes Quanto a natureza: Unilaterais Bilaterais onerosos Gratuitos Sinalagmáticos (comuntativos) Aleatórios Paritários Por adesão No tempo: Instantâneo Trato sucessivo Quanto a pessoa: pessoais impessoais Vicios redibitórios: são os defeitos ocultos e graves que desvalorizam ou tornam imprestável a coisa objeto do contrato bilateral e oneroso (art. 441, CC) Consequências: Desfazer o negócio, rejeitar a coisa e receber o dinheiro de volta Ficar com a coisa defeituosa e pedir um abatimento no preço (art. 442, CC) Art. 442, CC - Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço. Evicção: é a perda da coisa em virtude de sentença que reconhece a outrem direito anterior sobre ela. Requisitos: Onerosidade: (art 447, CC) – exceção: doação sem ônus (art. 552, CC); Perda, total ou parcial da coisa; Sentença, com trânsito em julgado, declaratória da evicção; Anterioridade do direito do evictor: a causa da perda deve preexistir ao contrato de alienação sob evicção; Denunciação da lide (se não haver, o evicto perderá a garantia da evicção). Compra e venda mercantil: Consentimento A coisa O preço Cláusulas especiais:- Retrovenda: Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Venda a contento: Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Preempção ou preferência (direito de prelação): Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. Venda com reserva de domínio: Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. Venda sobre documentos: Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado. Comissão mercantil: O comitente contrata o comissário para comprar e vender a terceiros certos bens móveis, agindo o comissário em nome próprio (art. 694), mas por ordem do comitente (art. 695), que lhe confia o seu comércio e lhe paga uma remuneração (comissão –art. 701). Cláusula del credere (cláusula da confiança): obrigação do comissário de responder solidariamente com o terceiro comprador perante o comitente (ex: o comissário vende café do comitente e dá prazo ao terceiro para pagar, porém, o terceiro não paga, devendo então o comissário pagar ao comitente e ir executar o terceiro). Arrendamento mercantil (leasing): Contrato especial de locação que assegura ao locatário a prerrogativa de adquirir o bem alugado ao final da avença, pagando, nesse caso, uma diferença chamada de valor residual. Financeiro é a modalidade típica de arrendamento mercantil, em que o bem arrendado não pertence à arrendadora, mas é indicado pelo arrendatário. Ela então deverá adquirir o bem indicado para depois alugá-lo ao arrendatário. Operacional se caracteriza pelo fato de o bem arrendado já ser da arrendadora, que então apenas o aluga ao arrendatário, sem ter o custo inicial de aquisição do bem, comprometendo-se também a prestar assistência técnica. Lease back ou leasing de retorno: o bem arrendado era de propriedade do arrendatário, que o vende à arrendadora para depois arrendá-lo, podendo, obviamente, readquirir o bem ao final do contrato, caso se utilize da opção de compra pagando o valor residual. Alienação fiduciária em garantia:é contrato instrumental em que uma das partes, em confiança, aliena a outra a propriedade de um determinado bem, móvel ou imóvel, ficando esta parte (em regra, uma instituição financeira) obrigada a devolver àquela o bem que lhe foi alienado quando verificada a ocorrência de determinado fato. Alienação de bens imóveis - Lei 9.514/1997: Art. 22: a alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. Alienação de bens móveis - Decreto 911/1969: “no caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver. Leasing x alienação fiduciária O leasing é, grosso modo, uma locação com opção de compra. Nem sempre, pois, o arrendatário quer adquirir o bem, e muitas vezes isso realmente não ocorre. O contrato de alienação fiduciária em garantia, todavia, é um contrato de aquisição de um bem, ou seja, ele instrumentaliza uma venda. Outra diferença importante entre esses dois contratos é a forma de cobrança do devedor em caso de inadimplemento. No caso do leasing, não se utiliza a busca e apreensão, mas uma ação de reintegração de posse. Contrato estimatório ou por consignação: Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. Não se aplica a imóveis. A coisa tem que ser móvel e passível de alienação. Elementos constitutivos Preço Coisa móvel Entrega de coisa móvel Disponibilidade da coisa Obrigação de restituir ou pagar o preço estimado Prazo Faturização (factoring): a empresa de faturização tem tríplice objetivo: dar assessoria (de crédito e mercadológica); administrar (créditos e riscos e a carteira de contas a pagar e a receber); comprar direitos creditórios resultantes de vendas. Há duas modalidades de fomento mercantil: o conventional factoring: em que a faturizadora garante o pagamento das faturas antecipando o seu valor ao faturizado (serviços de administração do crédito, seguro e financiamento); o maturity factoring: no qual a faturizadora paga o valor das faturas ao faturizado apenas no vencimento (serviço de administração do crédito e o seguro, mas ausente o financiamento). Franquia (franchising): é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. A circular oferta de franquia (COF)deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este. Não basta, pois, enviar a COF no prazo legal: é fundamental que a COF contemple informações verdadeiras sobre o negócio oferecido Agência (representação comercial) e distribuição: Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos. A representação comercial não se confunde com o mandato, uma vez que o representante não tem poderes para concluir negócios em nome do representado → cabe a este aprovar ou não os pedidos de compra obtidos pelo representante. Não há relação empregatícia entre representante e representado, sendo tal subordinação somente relativa à forma de organização empresarial do representante, que deve seguir determinadas instruções do representado.
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