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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) - MATERIAL COMPLETO 1. DEFINIÇÃO A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição respiratória caracterizada por sintomas persistentes e limitação ao fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. É causada, principalmente, por exposição a agentes nocivos, como o tabaco e poluentes ambientais. DPOC engloba bronquite crônica (tosse e secreção persistente por pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos) e enfisema pulmonar (destruição dos alvéolos com aprisionamento aéreo). ⚠ Doença comum, prevenível e tratável! 2. EPIDEMIOLOGIA • Uma das três principais causas de morte no mundo. • 90% das mortes ocorrem em países de baixa e média renda. • Prevalência no Brasil: • Média de 19% em adultos >40 anos. • Maior prevalência no Centro-Oeste (25%), seguido do Sudeste (23%). • Menor prevalência no Sul (12%). 3. FATORES DE RISCO A. Fatores Individuais • Genéticos: Deficiência de alfa-1-antitripsina (raro). • Hiperresponsividade brônquica. • Prematuridade (desenvolvimento pulmonar incompleto). • Baixo nível socioeconômico (acesso reduzido a serviços de saúde e nutrição inadequada). B. Fatores Ambientais • Tabagismo (principal fator!): • Fumantes perdem, em média, 40 mL/ano de VEF1. • Fumantes suscetíveis podem perder até 100 mL/ano. • Poluição do ar domiciliar (uso de lenha para cozinhar). • Poluição ambiental. • Infecções respiratórias na infância. • Exposição ocupacional (metalúrgicos, mineiros, trabalhadores da construção civil). 4. FISIOPATOLOGIA A DPOC ocorre devido a uma inflamação crônica nas vias aéreas e parênquima pulmonar, levando a: 1. Destruição alveolar → Redução da área para trocas gasosas. 2. Aprisionamento aéreo → Enfisema → Aumento do espaço morto. 3. Desregulação do equilíbrio protease-antiprotease → Aceleração da degradação do tecido pulmonar. 4. Inflamação e remodelamento das vias aéreas → Redução do calibre brônquico. 5. Inadequação da relação ventilação/perfusão (V/Q) → Hipoxemia. Repercussões Sistêmicas • Doenças cardiovasculares (correlação com hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca direita). • Osteoporose (por uso crônico de corticoides). • Depressão e ansiedade. • Desnutrição e caquexia (em estágios avançados). • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). 5. QUADRO CLÍNICO Sintomas principais: 1. Dispneia progressiva (principal sintoma) → Inicialmente aos esforços, depois em repouso. 2. Tosse crônica → Com ou sem expectoração. 3. Produção de escarro → Clara/mucóide, podendo ser purulenta nas exacerbações. 4. Sibilância e aperto torácico (menos comum). História Clínica Importante • Tempo de tabagismo (carga tabágica: anos x maços/dia). • Exacerbações prévias. • Impacto na qualidade de vida (atividade física, perda de peso, fraqueza muscular). • Histórico familiar de DPOC ou doenças pulmonares. 6. EXAME FÍSICO Fases iniciais: • Exame físico pode ser normal. Doença moderada a grave: • Tórax em barril (hiperinsuflação pulmonar). • Fase expiratória prolongada e sibilos. • Uso de musculatura acessória (tiragem intercostal, retração de fúrcula). • Posição tripé (paciente inclinado para frente para facilitar a respiração). • Cianose (hipoxemia crônica). • Sinal de Hoover (retração paradoxal da parede torácica inferior na inspiração). • Caquexia (mau prognóstico). 7. DIAGNÓSTICO Critérios Diagnósticos 1. Sintomas típicos (dispneia, tosse, escarro) + história de exposição a fatores de risco. 2. Espirometria obrigatória: • VEF1/CVF