Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Músculos esqueléticos 
FORMA, CARACTERÍSTICAS E 
DENOMINAÇÃO DOS MÚSCULOS 
Todos os músculos esqueléticos, em geral 
chamados apenas de “músculos”, têm 
porções carnosas, avermelhadas e 
contráteis (uma ou mais cabeças ou 
ventres) formadas por músculo esquelético 
estriado. Alguns músculos são carnosos 
em toda a sua extensão, mas a maioria 
também tem porções brancas não 
contráteis (tendões), compostas 
principalmente de feixes colágenos 
organizados, que garantem um meio de 
inserção 
Esse texto aborda a anatomia e a 
classificação dos músculos esqueléticos, 
destacando suas inserções, funções e 
formatos. Aqui está um resumo 
estruturado com base nas informações 
fornecidas: 
1. Comprimento e Inserções 
Musculares 
2. • O comprimento de um músculo 
inclui tanto o ventre muscular 
quanto os tendões. 
 
 
 
 
• A maioria dos músculos esqueléticos está 
fixada direta ou indiretamente a ossos, 
cartilagens, ligamentos ou fáscias. 
• Alguns músculos se inserem em órgãos 
(ex.: bulbo ocular), pele (ex.: músculos 
da face) ou mucosas (ex.: músculos da 
língua). 
 
2. Funções dos Músculos Esqueléticos 
• Locomoção: Geram movimento ao se 
contraírem. 
• Sustentação estática: Mantêm a postura 
e estabilizam articulações. 
• Forma corporal: Modelam o corpo 
humano. 
• Produção de calor: A contração muscular 
gera calor, ajudando na termorregulação. 
 
3. Formato e Arquitetura Muscular 
 
Os músculos podem ter diferentes formas 
e arranjos de fibras, o que influencia sua 
função e força de contração: 
APG 7.1 
Estudar a anatofisiologia dos músculos esqueléticos 
Conhecer a histologia da musculatura ( diferenciar as fibras musculares ) 
Compreender a placa motora ou junção neuro muscular 
• Músculos planos: Fibras paralelas, 
podendo ter aponeurose. Ex.: M. oblíquo 
externo do abdome e M. sartório. 
• Músculos peniformes: Fibras dispostas 
como as de uma pena. 
• Semipeniformes: Fibras dispostas em 
um único lado do tendão. Ex.: M. extensor 
longo dos dedos. 
• Peniformes: Fibras em ambos os lados do 
tendão. Ex.: M. reto femoral. 
• Multipeniformes: Fibras organizadas em 
vários ângulos. Ex.: M. deltoide. 
• Músculos fusiformes: Formato de fuso, 
com ventre espesso e extremidades 
afiladas. Ex.: M. bíceps braquial. 
• Músculos triangulares (convergentes): 
Origem ampla e convergência para um 
único tendão. Ex.: M. peitoral maior. 
• Músculos quadrados: Formato de 
quadrilátero. Ex.: M. reto do abdome 
(entre interseções tendíneas). 
• Músculos circulares (esfincterianos): 
Circundam aberturas e orifícios, 
fechando-os quando se contraem. Ex.: M. 
orbicular dos olhos. 
• Músculos com múltiplas cabeças ou 
ventres: 
• Músculos bíceps: Duas cabeças de 
inserção. Ex.: M. bíceps braquial. 
• Músculos tríceps: Três cabeças de 
inserção. Ex.: M. tríceps braquial. 
• Músculos digástrico e gastrocnêmio: Dois 
ventres contráteis; o primeiro organizado 
em série, o segundo em paralelo. 
 
Essa classificação muscular auxilia no 
entendimento da biomecânica e da 
função específica de cada músculo no corpo 
humano. 
 
Organização do Músculo Esquelético 
O músculo esquelético é altamente 
organizado em níveis estruturais 
hierárquicos, desde a célula muscular até 
as proteínas contráteis. Essa organização 
permite a transmissão eficiente da força 
para a matriz extracelular e, 
consequentemente, para os ossos, 
gerando o movimento. 
 
 
1. Níveis de Organização do Músculo 
Esquelético 
1. Músculo 
• Composto por múltiplas fibras 
musculares (miócitos). 
• Envolvido pelo epimísio, um tecido 
conjuntivo denso que se continua com o 
tendão. 
2. Fascículos Musculares 
• São conjuntos de fibras musculares. 
• Envolvidos pelo perimísio, que contém 
vasos sanguíneos e nervos. 
3. Fibras Musculares (Miocélulas ou 
Miócitos) 
• Células multinucleadas e alongadas, 
com múltiplos núcleos periféricos. 
• Envolvidas pelo endomísio, tecido 
conjuntivo com fibras de colágeno e 
proteínas estruturais. 
4. Miofibrilas 
• Unidades contráteis dentro das fibras 
musculares. 
• Formadas por miofilamentos dispostos 
em sarcômeros. 
5. Sarcômero (Unidade funcional do 
músculo) 
• Região entre duas linhas Z. 
• Contém filamentos de actina (finos) e 
miosina (grossos), que interagem para 
gerar a contração. 
 
 
2. Proteínas Estruturais e Elementos que 
Ligam os Sarcômeros à Matriz 
Extracelular e ao Osso 
Para que a força gerada nos sarcômeros 
seja transmitida até os ossos, há um 
complexo sistema de proteínas estruturais 
que conectam os elementos contráteis à 
matriz extracelular. 
a) Proteínas do Sarcômero 
• Actina: Filamentos finos que interagem 
com a miosina para gerar contração. 
• Miosina: Filamentos grossos que possuem 
cabeças com atividade ATPásica. 
• Tropomiosina: Regula o acesso da actina 
à miosina. 
• Troponina: Complexo proteico sensível ao 
cálcio que controla a tropomiosina. 
 
b) Proteínas de Suporte e Ligação 
1. Titin 
• Conecta a miosina à linha Z. 
• Confere elasticidade e resistência ao 
alongamento do sarcômero. 
2. Nebulina 
• Regula o comprimento da actina. 
3. Distrofina 
• Liga os filamentos de actina ao complexo 
de distroglicanos na membrana da fibra 
muscular. 
• Transmite a força do sarcômero para a 
matriz extracelular, evitando danos 
estruturais à célula. 
4. Complexo Distroglicano-Sarcoglicano 
• Liga a distrofina à laminina da matriz 
extracelular. 
• Essencial para a transmissão da força do 
músculo ao osso via tendões. 
5. Desmina 
• Liga miofibrilas vizinhas e as fixa ao 
sarcolema. 
6. Vinculina e Talina 
• Conectam o sarcolema ao citoesqueleto, 
garantindo estabilidade mecânica. 
 
 
3. Transmissão da Força para o Movimento 
1. Contração do sarcômero → 
encurtamento da fibra muscular. 
2. Distrofina e proteínas de ancoragem 
transmitem a força do sarcômero para a 
matriz extracelular. 
3. A matriz extracelular transmite a 
força para os tendões. 
4. Os tendões transferem a força para os 
ossos, resultando em movimento. 
Essa organização garante que a contração 
muscular seja eficiente e protegida contra 
danos estruturais, permitindo a 
locomoção e manutenção da postura. 
Fisiologia do Sistema 
Muscular Esquelético 
 
O sistema muscular esquelético é 
responsável pela movimentação do corpo, 
sustentação postural e produção de calor. 
Ele funciona por meio da conversão da 
energia química do ATP em trabalho 
mecânico, permitindo contrações 
musculares voluntárias. Abaixo, estão os 
principais aspectos da fisiologia do 
músculo esquelético: 
 
1. Organização Estrutural 
 
O músculo esquelético é composto por 
fibras musculares multinucleadas, que 
contêm miofibrilas organizadas em 
unidades funcionais chamadas 
sarcômeros. Cada sarcômero possui 
filamentos contráteis: 
• Filamentos finos (actina) → interagem 
com a miosina para gerar força. 
• Filamentos espessos (miosina) → 
possuem cabeças que se ligam à actina 
para realizar a contração. 
• Proteínas estruturais (titin, nebulina, 
desmina, distrofina) → mantêm a 
organização do sarcômero e conectam as 
miofibrilas ao citoesqueleto e à matriz 
extracelular. 
 
A membrana da fibra muscular 
(sarcolema) envolve as fibras musculares 
e contém canais iônicos importantes para 
a condução do potencial de ação. O retículo 
sarcoplasmático (RS) armazena cálcio, 
essencial para a contração. 
 
2. Mecanismo de Contração Muscular 
 
A contração ocorre pelo deslizamento dos 
filamentos de actina sobre os de miosina, 
reduzindo o comprimento do sarcômero. 
Esse processo é chamado de teoria dos 
filamentos deslizantes e envolve os 
seguintes passos: 
1. Liberação de cálcio: um potencial de 
ação despolariza a membrana da fibra 
muscular, ativando canais no retículo 
sarcoplasmático que liberam íons Ca²⁺. 
2. Ligação do cálcio à troponina: o cálcio se 
liga à troponina C, provocando um 
deslocamento datropomiosina, que 
bloqueava o sítio de ligação da miosina na 
actina. 
3. Formação da ponte cruzada: as cabeças 
da miosina se ligam aos filamentos de 
actina. 
4. Ciclo de contração: a miosina usa ATP 
para realizar sucessivos ciclos de ligação e 
deslizamento sobre a actina, puxando os 
filamentos e encurtando o músculo. 
5. Relaxamento: quando os níveis de cálcio 
diminuem, a tropomiosina volta a cobrir 
os sítios de ligação da actina, impedindo 
novas contrações. 
 
O ATP é fundamental para esse processo, 
pois fornece energia para: 
• Liberação da miosina da actina 
• Reposicionamento da cabeça da miosina 
• Reabsorção de cálcio pelo retículo 
sarcoplasmático 
 
 
 
 
 
3. Controle Neural da Contração 
 
A ativação do músculo esquelético depende 
do sistema nervoso somático, que controla 
a liberação do neurotransmissor 
acetilcolina (ACh) na junção 
neuromuscular. O processo ocorre assim: 
1. Estímulo do neurônio motor: um 
potencial de ação atinge a terminação do 
neurônio motor α na medula espinhal. 
2. Liberação de acetilcolina: a ACh se 
difunde pela fenda sináptica e se liga a 
receptores nicotínicos na membrana 
muscular. 
3. Geração de potencial de ação muscular: 
a ativação dos receptores nicotínicos 
provoca a entrada de Na⁺ na fibra 
muscular, gerando um potencial de ação. 
4. Propagação do sinal: o potencial de ação 
viaja pelo sarcolema e pelos túbulos T, 
ativando canais de cálcio do retículo 
sarcoplasmático. 
5. Contração muscular: o cálcio liberado 
no citoplasma inicia a interação entre 
actina e miosina. 
 
Após a contração, a acetilcolinesterase 
degrada a ACh, interrompendo o estímulo 
e permitindo o relaxamento muscular. 
 
4. Regulação da Força Muscular 
 
A força gerada por um músculo pode ser 
modulada por dois mecanismos 
principais: 
 
4.1. Somação Espacial (Recrutamento de 
Unidades Motoras) 
• Unidade motora: conjunto de um 
neurônio motor e todas as fibras 
musculares que ele inerva. 
• A força muscular aumenta recrutando 
mais unidades motoras, começando pelas 
fibras tipo I e progredindo para as tipo II. 
 
4.2. Somação Temporal (Frequência de 
Estimulação) 
• Se novos estímulos chegam antes do 
relaxamento completo, a contração se 
soma à anterior (tétano incompleto). 
• Em altas frequências de estimulação, 
ocorre um tétano completo, com 
contração máxima sustentada. 
 
A quantidade de força gerada também 
depende do comprimento inicial do 
músculo. Existe um comprimento ótimo 
em que a sobreposição dos filamentos de 
actina e miosina é máxima, permitindo 
a maior geração de força. 
 
5. Tipos de Contração Muscular 
 
O músculo esquelético pode se contrair de 
diferentes formas: 
1. Contração Isométrica → O músculo gera 
força sem encurtamento. Exemplo: 
segurar um objeto estático. 
2. Contração Isotônica 
• Concêntrica: o músculo encurta 
enquanto gera força (ex.: levantamento 
de peso). 
• Excêntrica: o músculo alonga sob carga 
(ex.: descida controlada de um peso). 
 
As contrações excêntricas são mais 
eficientes energeticamente, mas 
também causam mais microlesões 
musculares. 
 
6. Metabolismo Energético do Músculo 
 
A contração muscular requer ATP, que 
pode ser gerado por três vias principais: 
1. Sistema de Fosfocreatina (PCr) 
• Fonte rápida de ATP para esforços curtos 
(5-10 s). 
• Envolve a transferência de fosfato da 
fosfocreatina para ADP, regenerando ATP. 
2. Glicólise Anaeróbica 
• Fornece ATP para esforços de 30 s a 2 
min. 
• Usa glicose sem necessidade de oxigênio, 
gerando lactato como subproduto. 
3. Metabolismo Aeróbico 
• Predominante em atividades de longa 
duração. 
• Depende de oxigênio para converter 
glicose e ácidos graxos em ATP. 
 
O tipo de metabolismo usado depende da 
intensidade e duração do exercício. 
Atividades curtas e intensas utilizam 
mais fosfocreatina e glicólise anaeróbica, 
enquanto exercícios prolongados dependem 
mais da respiração aeróbica. 
 
7. Adaptações Musculares ao Exercício 
 
O músculo esquelético é altamente 
plástico e responde ao treinamento de 
diferentes formas: 
• Treinamento de resistência 
(musculação) → aumenta a hipertrofia 
muscular por síntese de proteínas 
contráteis. 
• Treinamento aeróbico → melhora a 
capacidade oxidativa, aumentando o 
número de mitocôndrias e capilares. 
• Desuso (imobilização, envelhecimento) 
→ causa atrofia muscular, reduzindo o 
tamanho das fibras e a força. 
 
Conclusão 
 
O sistema muscular esquelético opera por 
meio de interações precisas entre 
estímulos neurais, mecanismos 
contráteis e processos metabólicos. Sua 
regulação permite a adaptação a 
diferentes demandas físicas, garantindo 
tanto força explosiva quanto resistência 
prolongada. 
 
Colapso Muscular: 
Mecanismos e Causas 
 
O colapso muscular ocorre quando o 
músculo esquelético perde sua capacidade 
de gerar força e se contrair de maneira 
eficaz. Esse fenômeno pode ter diversas 
causas fisiológicas e patológicas, como 
fadiga extrema, desequilíbrios 
metabólicos e neuromusculares 
1. Principais Mecanismos do Colapso 
Muscular 
1.1. Fadiga Muscular 
 
A fadiga muscular é a principal causa de 
colapso temporário da função muscular e 
pode ocorrer por: 
• Acúmulo de metabólitos: O excesso de 
íons H⁺ (acidose), lactato e fosfato 
inorgânico (Pi) interfere na contração 
muscular, reduzindo a sensibilidade da 
troponina ao cálcio e prejudicando a 
interação actina-miosina. 
• Depleção de substratos energéticos: A 
falta de ATP, glicogênio e fosfocreatina 
(PCr) reduz a capacidade de contração 
sustentada. 
• Disfunção do retículo sarcoplasmático: 
Ocorre um déficit na liberação e 
reabsorção de Ca²⁺, prejudicando a 
ativação dos sarcômeros. 
 
1.2. Alterações Neuromusculares 
• Fadiga da junção neuromuscular: A 
liberação de acetilcolina (ACh) na fenda 
sináptica pode diminuir após estímulos 
repetidos, reduzindo a transmissão do 
potencial de ação para o músculo. 
• Dano neuronal: Doenças como esclerose 
lateral amiotrófica (ELA) e neuropatias 
periféricas podem comprometer a 
inervação muscular, levando ao colapso 
funcional. 
 
1.3. Rabdomiólise (Destruição Muscular) 
 
Em casos graves, pode ocorrer ruptura das 
fibras musculares, liberando 
mioglobina, creatina quinase (CK) e 
potássio na circulação. Isso pode causar 
insuficiência renal aguda e arritmias 
cardíacas. 
• Causas da rabdomiólise: 
• Exercício extremo ou hipertermia 
maligna 
• Traumas musculares extensos 
• Intoxicação por drogas ou medicamentos 
(estatinas, cocaína) 
• Doenças metabólicas e genéticas 
 
1.4. Distúrbios Eletrolíticos 
 
O equilíbrio iônico é fundamental para a 
contração muscular. O colapso pode ser 
causado por: 
• Hipocalemia (↓ K⁺) → Hiperpolariza a 
membrana muscular, dificultando a 
geração de potenciais de ação. 
• Hiponatremia (↓ Na⁺) → Afeta a 
condução do potencial de ação no 
sarcolema. 
• Hipocalcemia (↓ Ca²⁺) → Reduz a 
liberação de acetilcolina na junção 
neuromuscular e prejudica a ativação da 
troponina C. 
 
1.5. Doenças Neuromusculares 
 
Doenças como miastenia gravis e 
distrofias musculares comprometem a 
função muscular progressivamente, 
levando à fraqueza e, em casos 
avançados, ao colapso total da 
musculatura. 
 
2. Diagnóstico e Tratamento 
• Exames laboratoriais → Avaliação de CK, 
eletrólitos, gases sanguíneos e função 
renal. 
• EMG (eletromiografia) → Analisa a 
atividade elétrica muscular. 
• Tratamento → Depende da causa, 
podendo envolver reidratação, reposição de 
eletrólitos, suporte ventilatório e 
fisioterapia. 
 
O colapso muscular pode ser transitório, 
como na fadiga, ou irreversível, como na 
rabdomiólise grave. Seu manejo depende 
da identificação precoce da causa 
subjacente. 
Histologia do músculo esquelético 
 
1. Fibras Musculares Esqueléticas 
 
As fibras musculares esqueléticas são 
células multinucleadaslongas e 
cilíndricas, que podem medir de alguns 
milímetros até vários centímetros de 
comprimento. Essas células se formam a 
partir da fusão de múltiplos mióblastos, o 
que explica a presença de vários núcleos 
em cada fibra. 
 
1.1. Sarcolema e Tubos T 
 
O sarcolema é a membrana plasmática 
que envolve cada fibra muscular e é 
responsável por conduzir o potencial de 
ação (impulso elétrico) para o interior da 
fibra. O sarcolema possui invaginações 
chamadas túbulos T (transversais) que se 
estendem profundamente nas fibras 
musculares, transmitindo o impulso 
elétrico para dentro da célula, garantindo 
que a contração muscular aconteça de 
forma coordenada em toda a fibra. 
 
1.2. Sarcoplasma 
 
O sarcoplasma é o citoplasma da fibra 
muscular, que contém as organelas 
celulares, como mitocôndrias e o retículo 
sarcoplasmático. Ele é o ambiente onde as 
reações metabólicas acontecem e onde as 
proteínas contráteis (actina e miosina) 
interagem para gerar força muscular. 
 
2. Organizações Internas 
 
As estruturas internas das fibras 
musculares são altamente especializadas 
para a função contrátil. As miófibrilas, 
que são longas e finas, constituem a 
maior parte do sarcoplasma e são as 
principais responsáveis pela geração da 
força muscular. 
 
2.1. Miófibrilas e Sarômeros 
 
As miófibrilas são compostas por unidades 
repetitivas chamadas sarômeros, que são 
as unidades funcionais da contração 
muscular. Cada sarômero contém 
filamentos de actina (filamentos finos) e 
miosina (filamentos grossos) organizados 
de forma altamente regular. 
• Filamentos de Actina (Filamentos 
Finos): A actina é uma proteína globular 
que, ao se associar com a tropomiosina e 
troponina, forma dois filamentos 
helicoidais. Esses filamentos de actina se 
estendem ao longo de todo o sarômero, 
conectando-se com a linha Z, que marca 
a extremidade do sarômero. 
• Filamentos de Miosina (Filamentos 
Grossos): A miosina é composta por 
moléculas com cabeças que podem se ligar 
à actina para formar pontes cruzadas. 
Essas pontes cruzadas geram a força 
necessária para a contração muscular. 
 
2.2. Estrutura do Sarômero 
 
O sarômero é delimitado pelas linhas Z, e 
dentro dele há diferentes zonas: 
• Banda A: Região que contém toda a 
extensão dos filamentos de miosina. Ela 
inclui a sobreposição entre miosina e 
actina. 
• Banda I: Região onde estão apenas os 
filamentos de actina. 
• Linha M: Região no centro do sarômero 
onde os filamentos de miosina estão 
fixados. 
• Zona H: Região da Banda A onde apenas 
os filamentos de miosina estão presentes. 
 
Quando o músculo se contrai, a zona H 
diminui e a banda I se estreita, à medida 
que os filamentos de actina deslizam 
sobre os filamentos de miosina. 
 
3. Retículo Sarcoplasmático 
 
O retículo sarcoplasmático (RS) é uma 
rede de canais que se estende por toda a 
fibra muscular. Ele tem a função de 
armazenar íons cálcio (Ca²⁺) e liberá-los 
quando necessário para a contração 
muscular. 
• Quando um potencial de ação atinge o 
sarcolema, ele é transmitido pelos 
túbulos T até o retículo sarcoplasmático, 
que então libera cálcio no sarcoplasma. 
• O cálcio se liga à troponina (uma 
proteína reguladora na actina), 
permitindo que as cabeças de miosina se 
liguem aos filamentos de actina, 
resultando na contração. 
• Após a contração, o cálcio é recapturado 
pelo retículo sarcoplasmático, o que 
permite o relaxamento muscular. 
 
4. Mitocôndrias e Metabolismo Energético 
 
O músculo esquelético possui uma grande 
quantidade de mitocôndrias no 
sarcoplasma, uma vez que o metabolismo 
muscular requer uma quantidade 
significativa de energia. As mitocôndrias 
são responsáveis pela produção de ATP por 
meio da respiração celular (processo 
aeróbico), utilizando oxigênio e glicose ou 
ácidos graxos. 
• Fibras musculares tipo I (lentas) são 
ricas em mitocôndrias e têm uma alta 
capacidade de produção de ATP através da 
respiração celular, sendo adaptadas para 
atividades de resistência e prolongadas. 
• Fibras tipo II (rápidas) podem depender 
mais da glicólise anaeróbica para a 
produção de ATP, sendo mais eficientes 
em movimentos rápidos e de alta 
intensidade, mas com maior propensão à 
fadiga. 
 
5. Organização do Músculo e Tecido 
Conjuntivo 
 
Os músculos esqueléticos são compostos 
por várias fibras musculares organizadas 
em unidades chamadas fascículos, que 
são envolvidas por camadas de tecido 
conjuntivo. As camadas de tecido 
conjuntivo são essenciais para fornecer 
estrutura, suporte e proteção para as 
fibras musculares e facilitar a 
transmissão da força gerada pela 
contração muscular. 
 
5.1. Epimísio 
 
O epimísio é a camada mais externa de 
tecido conjuntivo que envolve todo o 
músculo. Ele fornece proteção e estrutura, 
além de ser responsável por transmitir a 
força gerada pela contração muscular 
para os tendões. 
 
5.2. Perimísio 
 
O perimísio envolve os fascículos de fibras 
musculares, oferecendo suporte adicional. 
Além disso, ele contém vasos sanguíneos 
e nervos que fornecem nutrientes e 
conduzem os impulsos nervosos para as 
fibras musculares. 
 
5.3. Endomísio 
 
O endomísio é a camada mais interna de 
tecido conjuntivo e envolve cada fibra 
muscular individualmente. Ele também 
contém capilares sanguíneos e nervos 
finos que fornecem suporte metabólico e 
neural para as fibras musculares. 
 
6. Tipos de Fibras Musculares 
 
As fibras musculares esqueléticas podem 
ser classificadas em três tipos, com base 
em características como velocidade de 
contração, resistência à fadiga e 
metabolismo: 
• Fibras Tipo I (Fibras Lentas): São 
especializadas em contração lenta e 
sustentada. Têm uma alta quantidade de 
mitocôndrias, mioglobina e capacidade de 
realizar metabolismo aeróbico. São 
adaptadas para atividades de resistência, 
como caminhada ou maratona. 
• Fibras Tipo IIa (Fibras Rápidas e 
Resistentes): Têm características 
intermediárias, sendo capazes de realizar 
tanto metabolismo aeróbico quanto 
anaeróbico. São usadas em atividades de 
resistência moderada, como corrida de 
800 metros. 
• Fibras Tipo IIb (Fibras Rápidas e 
Explosivas): Têm uma capacidade de 
contração rápida e forte, mas se fatigam 
rapidamente. Dependem principalmente 
da glicólise anaeróbica para produzir ATP. 
São especializadas em atividades de alta 
intensidade e curta duração, como 
levantamento de peso ou sprints. 
 
As fibras musculares esqueléticas podem 
ser classificadas em três tipos principais: 
fibras tipo I, fibras tipo IIa e fibras tipo IIb. 
Cada uma dessas fibras possui 
características histológicas e fisiológicas 
distintas que as tornam adequadas para 
diferentes tipos de atividades físicas. 
 
1. Fibras Musculares Tipo I (Fibras Lentas 
ou de Contração Lenta) 
 
Características Histológicas 
• Estrutura: As fibras tipo I são mais finas 
em comparação com as fibras tipo II. 
• Miofibrilas: Têm uma alta quantidade de 
miofibrilas, que são as estruturas 
responsáveis pela contração muscular. 
• Mitocôndrias: Elas possuem uma 
quantidade elevada de mitocôndrias 
(geradoras de energia) e mioglobina 
(uma proteína que armazena oxigênio), 
o que lhes permite realizar um 
metabolismo aeróbico de forma eficiente. 
• Vascularização: São bem vascularizadas, 
ou seja, possuem uma rede densa de 
capilares sanguíneos que fornecem 
oxigênio de forma contínua. 
• Cor: Devido à quantidade elevada de 
mioglobina, as fibras tipo I têm uma 
coloração vermelha (também chamadas 
de fibras vermelhas). 
 
Características Fisiológicas 
• Velocidade de Contração: Têm uma 
velocidade de contração lenta, ou seja, 
não geram força de forma rápida, mas 
podem manter a contração por longos 
períodos. 
• Resistência à Fadiga: Possuem uma alta 
resistência à fadiga, sendo ideais para 
atividades prolongadas, como corridas de 
resistência,maratonas, natação e 
caminhada. 
• Metabolismo: Utilizam principalmente 
oxigênio para gerar ATP (metabolismo 
aeróbico), o que as torna mais eficientes 
em termos de endurance (resistência). 
 
2. Fibras Musculares Tipo IIa (Fibras 
Rápidas e Resistentes) 
 
Características Histológicas 
• Estrutura: As fibras tipo IIa são 
intermediárias em termos de espessura e 
quantidade de miofibrilas. São mais 
largas do que as fibras tipo I, mas mais 
finas do que as fibras tipo IIb. 
• Mitocôndrias e Mioglobina: Possuem uma 
quantidade moderada de mitocôndrias e 
mioglobina. 
• Vascularização: São bem vascularizadas, 
mas não tanto quanto as fibras tipo I. 
• Cor: São de cor rosa-claro, devido ao 
equilíbrio entre mioglobina e outros 
componentes. 
 
Características Fisiológicas 
• Velocidade de Contração: As fibras tipo IIa 
têm uma velocidade de contração rápida, 
mas não tão rápida quanto as fibras tipo 
IIb. Elas são capazes de gerar uma 
quantidade moderada de força em um 
curto período de tempo. 
• Resistência à Fadiga: Têm uma 
resistência moderada à fadiga. São 
adequadas para atividades que exigem 
resistência, mas também força, como 
corridas de 400 metros ou atividades de 
alta intensidade de curta duração, como 
ciclismo. 
• Metabolismo: Utilizam tanto o 
metabolismo aeróbico quanto o anaeróbico 
(glicólise), sendo capazes de gerar ATP 
através de ambos os processos. 
 
3. Fibras Musculares Tipo IIb (Fibras 
Rápidas ou de Contração Rápida) 
 
Características Histológicas 
• Estrutura: As fibras tipo IIb são mais 
espessas e mais largas, contendo menos 
miofibrilas do que as fibras tipo I e IIa. 
• Mitocôndrias e Mioglobina: Têm uma 
quantidade baixa de mitocôndrias e 
mioglobina, o que limita sua capacidade 
de realizar metabolismo aeróbico. 
• Vascularização: Possuem uma rede de 
capilares menos densa, o que limita o 
fornecimento de oxigênio. 
• Cor: Devido à baixa quantidade de 
mioglobina, as fibras tipo IIb têm uma 
coloração branca (fibras brancas). 
 
Características Fisiológicas 
• Velocidade de Contração: Essas fibras têm 
uma velocidade de contração rápida e 
geram grande força de forma explosiva, o 
que as torna ideais para movimentos 
rápidos e intensos. 
• Resistência à Fadiga: Baixa resistência à 
fadiga. Elas se cansam rapidamente e são 
mais adequadas para esforços de curta 
duração. 
• Metabolismo: Utilizam 
predominantemente o metabolismo 
anaeróbico (glicólise), gerando ATP de 
forma rápida, mas não sustentável por 
longos períodos. São as fibras usadas em 
atividades de alta intensidade, como 
sprints e levantamento de peso. 
 
Adequação para Atividades Físicas 
• Tipo I: Ideais para atividades de 
resistência longa e sustentada (como 
maratonas e natação longa). 
• Tipo IIa: Adequadas para atividades que 
exigem tanto resistência quanto explosão 
(como corridas de 400 metros ou ciclismo 
de resistência). 
• Tipo IIb: São as melhores para atividades 
que requerem alta intensidade e 
contração rápida, como levantamento de 
peso, sprints e movimentos explosivos. 
 
Essas diferenças histológicas e fisiológicas 
são fundamentais para que os músculos 
possam desempenhar uma variedade de 
funções, adaptando-se às demandas de 
diferentes tipos de atividades físicas e 
proporcionando a força necessária para os 
movimentos. 
Placa motora 
A placa motora (ou junção 
neuromuscular) é a área onde ocorre a 
comunicação entre o neurônio motor e a 
fibras musculares esqueléticas. Ela é 
essencial para a contração muscular e é 
responsável pela transmissão do sinal 
nervoso para o músculo, permitindo o 
movimento. Vamos explorar sua 
estrutura, função e mecanismo de ação: 
 
1. Estrutura da Placa Motora 
• Neurônio Motor: A comunicação começa 
no corpo celular do neurônio motor 
localizado no córtex cerebral, na medula 
espinhal ou no tronco encefálico. Esse 
neurônio motor transmite impulsos 
elétricos (potenciais de ação) até o 
músculo. 
• Axônio e Terminais Nervosos: O axônio do 
neurônio motor se estende até o músculo 
esquelético e se ramifica em várias fibras 
nervosas que chegam a diferentes fibras 
musculares. Cada fibra nervosa faz uma 
conexão com uma fibra muscular na 
junção neuromuscular, formando a placa 
motora. 
• Fenda Sináptica: A placa motora é 
composta por uma fenda sináptica entre o 
terminal nervoso e a fibra muscular. O 
terminal axônico do neurônio motor 
contém vesículas cheias de acetilcolina, 
um neurotransmissor. 
• Receptores Musculares: Na superfície da 
fibra muscular (especialmente na região 
da fenda sináptica), existem receptores 
nicotínicos de acetilcolina (AChR) 
localizados nas dobras da membrana 
muscular, chamados sarcolema. Essas 
dobras aumentam a área de contato entre 
o terminal nervoso e a fibra muscular. 
 
2. Função da Placa Motora 
 
A função principal da placa motora é 
transmitir sinais nervosos para as fibras 
musculares, provocando a contração 
muscular. Este processo ocorre em várias 
etapas: 
 
2.1 Geração do Potencial de Ação no 
Neurônio Motor 
• O sinal começa no sistema nervoso 
central e é conduzido ao neurônio motor. 
• Quando o sinal chega ao terminal 
nervoso, ele gera um potencial de ação 
(um impulso elétrico) que viaja ao longo 
do axônio até o terminal nervoso na placa 
motora. 
 
2.2 Liberação de Acetilcolina 
• A chegada do potencial de ação no 
terminal nervoso causa a abertura de 
canais de cálcio (Ca²⁺) dependentes de 
voltagem. 
• O influxo de cálcio provoca a fusão das 
vesículas contendo acetilcolina com a 
membrana do terminal nervoso. 
• Acetilcolina é então liberada na fenda 
sináptica e se liga aos receptores 
nicotínicos na membrana da fibra 
muscular. 
 
2.3 Despolarização da Membrana 
Muscular 
• A ligação da acetilcolina aos receptores 
nicotínicos provoca a abertura de canais 
iônicos na membrana da fibra 
muscular, permitindo que sódio (Na⁺) 
entre na célula muscular. 
• O influxo de sódio gera uma 
despolarização local da membrana 
muscular (sarcolema), chamada 
potencial de ação muscular. 
 
2.4 Propagação do Potencial de Ação e 
Liberação de Cálcio 
• O potencial de ação muscular viaja ao 
longo da membrana (sarcolema) e se 
propaga através dos túbulos T 
(invaginações da membrana muscular), 
atingindo o retículo sarcoplasmático (RS). 
• O retículo sarcoplasmático libera cálcio 
no citosol da célula muscular. 
 
2.5 Contração Muscular 
• O cálcio liberado se liga à troponina, 
uma proteína reguladora presente nas 
fibras musculares, o que provoca uma 
mudança conformacional na 
tropomiosina, permitindo que as cabeças 
de miosina se liguem aos filamentos de 
actina. 
• A interação entre actina e miosina gera 
o deslizamento dos filamentos 
(mecanismo da contração muscular), 
que resulta na encurtamento da fibra 
muscular. 
 
3. Inativação da Acetilcolina 
• Após a transmissão do sinal, a 
acetilcolina é rapidamente degradada 
pela enzima acetilcolinesterase, 
localizada na fenda sináptica. 
• A degradação da acetilcolina impede a 
superexcitação da fibra muscular e 
prepara a junção neuromuscular para o 
próximo sinal. 
 
4. Função Final da Placa Motora 
 
A função final da placa motora é garantir 
que a informação nervosa seja 
transmitida de maneira eficiente para o 
músculo, permitindo que o músculo se 
contraia adequadamente em resposta a 
estímulos do sistema nervoso. A precisão e 
a coordenação dessa comunicação são 
essenciais para o controle motor e a 
execução de movimentos. 
 
Resumo das Funções da Placa Motora 
• Transmissão de sinais: A placa motora 
transmite os impulsos nervosos do 
neurônio motor para a fibra muscular. 
• Contração muscular: A ativação dos 
receptores de acetilcolina na fibra 
muscular leva à contração muscular. 
• Controle motor: A comunicação entre o 
neurônio e o músculo é fundamental para 
a coordenação e execução dos movimentos.Portanto, a placa motora é um 
componente crítico no sistema muscular 
esquelético, essencial para o movimento 
voluntário e a contração muscular 
eficiente.

Mais conteúdos dessa disciplina