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Análise do filme Laranja Mecânica segundo a psicologia Behaviorista

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Análise do filme Laranja Mecânica segundo a psicologia Behaviorista
O diretor Stanley Kubrick retrata um mundo futurista, onde uma gangue aterroriza a sociedade, com vandalismo, brigas com outras gangues, estupro e outros crimes.
O líder da gangue (Alex) é preso, e através de um programa de condicionamento, volta às ruas modificado. Quando pensa ou tenta algum ato violento, o seu organismo reage com crises de pânico, vômito, tontura. Esse condicionamento foi realizado através de sugestões visuais, onde ele assistia a cenas de violência sem sequer poder piscar os olhos, que se mantinham abertos à força, sendo molhados com colírio.
Em seu retorno à sociedade, ele encontra todas as suas vítimas, que se vingam dele, que não consegue reagir por causa do seu condicionamento. É espancado por um de seus ex-colegas que se tornou policial e, em seu caminho, cruza com um senhor que ficou paralítico e que teve a esposa estuprada e morta ao serem agredidos por ele. Esse senhor o reconhece somente quando ele está na banheira e canta uma música, a mesma que ele cantou quando o estava agredindo. 
Como as outras vítimas, vinga-se, mandando um empregado agredi-lo.
Depois de passar por todos os percalços, Alex volta ao seu estado normal através de uma cirurgia no cérebro, pelas mãos de um congressista que quer utilizá-lo como vítima do sistema para sua campanha eleitoral. Tem então, “lindas visões”, recheadas de violência e morte.
1. O controle do comportamento social é feito através da técnica Ludovico que, com princípios psicológicos behavioristas de condicionamento, introduz em Alex o mal-estar físico ligado a qualquer comportamento violento.
2. Como na caixa de Skinner, Alex vincula o seu sofrimento físico a atos de violência introduzidos através de vídeos que ele assistiu exaustivamente, sem ao menos poder fechar os olhos. Esse tipo de condicionamento – ou técnica behaviorista –, relacionando um efeito (seu mal-estar) a uma causa (violência), se faz presente através da teoria comportamental. Seu comportamento é moldado de acordo com os propósitos de outrem.
Era esperado com a realização do tratamento que Alex se sentisse mal todas as vezes que se engajasse em um comportamento violento. E de fato isso aconteceu. Depois de sair da prisão Alex se sente mal em inúmeras oportunidades em que tem a chance de se engajar em comportamento violento ou quando presencia alguma cena de violência. As fortes sensações de náusea sentidas por Alex o incapacitavam de cometer atos de violência. Enquanto estava ocupado sentindo náuseas ele não podia se engajar em comportamentos violentos. Trata-se aqui de incompatibilidades entre comportamentos do mesmo repertório comportamental, e venciam aqueles comportamentos que tinham maior força. No caso de Alex, venciam as náuseas, e para se esquivar de senti-las era necessário não cometer nenhuma violência.
Na história de Alex também é possível ver operar o reforçamento negativo. Engajar-se em atos de evitação da violência permitia que as punições fossem evitadas. As respostas reflexas sentidas como náuseas eram ao mesmo tempo um exemplo de comportamento respondente eliciado por cenas de violência, como eram também a consequência de comportamentos que tinham como objetivo a prática de ações violentas. As náuseas puniam os comportamentos de cometer violência, impedindo-os de acontecerem enquanto o estímulo aversivo "enjoos" estivesse operando. Em última instância, o corpo e os comportamentos de Alex eram suas fontes de punição. Ele não podia fugir de si mesmo, então, o melhor seria esquivar-se da violência. 
Mas como era de se esperar o tratamento teve alcance limitado, pois logo as respostas reflexas de náusea foram se extinguindo, e as cenas de violência que sinalizavam a possibilidade de punição acabam perdendo esta função de sinalização, ou seja, perdem a função de serem estímlos discriminativos que sinalizam a ocorrência de punições. Se tais cenas perdem a função de estímulos condicionados no eliciamento das respostas reflexas de náusea, os comportamentos de violência têm a chance de ocorrerem sem serem punidos, pois também perdem a função de eliciarem as sensações de desconforto que atuavam como punição. Esta é uma questão clássica, ou seja, estímulos aversivos condicionados vez ou outra precisam ser pareados com o estímulo punidor incondicionado, caso contrário perdem a função de punidores ou de sinalizadores de punição.

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