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Aula 8 - Direito dos Tratados - parte 3

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DIREITO INTERNACIONAL - CCJ0056
Plano de Aula 8 - Direito dos Tratados - parte 3
MARCOS MARQUES MESQUITA – 2010.02.08926-3
Título
Direito Internacional Público
Número de Semana de Aula
8 
Tema
Direito dos Tratados - parte 3
Objetivos
Apresentar as fases de incorporação dos tratados e a respectiva expressão do consentimento das partes.
Fornecer ao aluno a compreensão sobre a dualidade entre a ordem internacional e as ordens internas dos Estados.
Discorrer sobre o monismo e o dualismo na doutrina;
Apresentar o dualismo brasileiro e o processo de incorporação no direito brasileiro: doutrina e jurisprudência.
Apresentar a perspectiva contemporânea do direito internacional, à luz das noções de jus cogens e de soft Law.
Estrutura do Conteúdo
8. Fases de elaboração do tratado.
8.1. Expressão do consentimento
8.1.1. Negociação, assinatura, adesão, reserva e registro
8.1.2. A ratificação
9. A relação entre o direito internacional e o direito interno: dualismo e monismo.
9.1. A incorporação dos Tratados no Brasil.
10. Uma perspectiva contemporânea do direito internacional
10.1. O jus cogens e o soft law
Aplicação Prática Teórica
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber:
Caso Concreto 1
 
Em 2009, Maria foi nomeada depositária judicial de dois automóveis - marca Fiat - (zero kilômetro) pelo juízo da 2ª Vara de Fazenda Pública da Comarca de São José dos Campos - SP. Em 2010, depois de não atender a ordem judicial de exibição dos veículos, Maria foi intimada pessoalmente para apresentá-los no prazo de 48, sob pena de prisão. Maria alega ter se confundido ao assinar o termo de penhora de depósito, já que à época não estava mais nos quadros da empresa proprietária dos carros penhorados. Diante da ameaça à sua liberdade de locomoção, Maria impetra habeas corpus alegando que a prisão civil do depositário infiel constitui violação aos direitos humanos, em especial à Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 7º, 7) e ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (art. 11). A ordem é denegada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e, após os recursos cabíveis, o remédio passa a apreciação do STF. Com relação à questão acima colocada responda:
1) Procede o argumento de Maria de que a prisão civil do depositário infiel viola Tratados de Direitos Humanos? Explique.
Sim, conforme o Pacto de São José da Costa Rica, ratificado pelo Brasil, que trata de direitos humanos.
Sim. SV n° 25, STF.
	
A legitimidade da prisão civil do depositário infiel, ressalvada a hipótese do devedor de alimentos, foi objeto de revisão no Plenário do Supremo Tribunal Federal (Recursos Extraordinários nº 466.343 e 349.703), com votos de sete ministros da Corte no sentido de reconhecer a inconstitucionalidade da prisão civil do alienante fiduciário e do depositário infiel. Isso porque o status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ela conflitante, anterior ou posterior ao ato de ratificação. Desta feita, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), que amplia o exercício de um direito ou garantia, deve incidir no caso em tela, paralisando-se a eficácia normativa da regra interna em sentido contrário. Isto significa que, no plano hierárquico das normas legais, não há subordinação à autoridade da Constituição da República e, por tal razão, não é possível observar o que dispõe o artigo 5º, LXVII, da Carta Magna, porquanto foi recebida como norma constitucional, de caráter geral.
2) Como no Brasil se dá a relação entre o Direito Internacional e o direito interno? Explique e fundamente sua resposta.
NEM DUALISTA NEM MONISTA.
	A prisão civil do depositário infiel pode ser citada como exemplo de conflito entre um tratado de direitos humanos e a CF/88. O art. 7º, 7, da CADH (assim como o art. 11 do PIDCP) só permite a prisão civil do alimentante. No entanto, a CF/88, art. 5º, inc. LXVII, prevê a prisão civil do alimentante e do depositário infiel. Como se vê, o conflito entre os tratados internacionais e a CF é patente. O Min. Gilmar Mendes (no RE 466.343) firmou o entendimento de que tais tratados internacionais possuem, em regra, valor (no Brasil) supralegal. Ou seja: valem mais do que a lei ordinária e menos que a Constituição Federal. Essa hoje é a posição majoritária no STF. Quando os tratados ampliam o exercício de um direito ou garantia, são eles que terão incidência (paralisando-se a eficácia normativa da regra interna em sentido contrário). “Não se trata de revogação” mas, sim, de invalidade. Todas as regras no Brasil sobre prisão civil do depositário infiel são inválidas, porque conflitantes com a CADH (art. 7º,7) e o PIDCP (art. 11). O Direito internacional dos direitos humanos, favorável ao ser humano, possui eficácia paralisante (invalidante) das normas internas em sentido contrário. De outro lado, quando o DIDH conflita com a CF brasileira, restringindo o alcance de algum direito ou garantia, vale a CF.
3) Qual o entendimento da jurisprudência a respeito do status dos tratados de direitos humanos na ordem jurídica brasileira. Fundamente. 
O Supremo Tribunal Federal vem entendendo que os tratados internacionais de direitos humanos tem caráter supralegal, que lhe atribuíram caráter constitucional
De acordo com o Art. 5, § 3º, da CRFB/1988, os tratados sobre direitos humanos podem adentrar nosso ordenamento com status de emenda constitucional.
Se não atender os requisitos desse artigo, serão considerados como lei ordinária.
 
Tem-se que verificar como o tratado foi aprovado no ordenamento jurídico – se foi no Congresso Nacional por maioria simples, possui status de Lei Ordinária. Ou, após a EC 45, se entraram como Emendas Constitucionais, sendo aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (art. 5º, §3º, CF/88).
CASO CONCRETO 2
Em 2005 foi negociado um tratado de proteção ao meio ambiente entre 30 Estados numa Conferência realizada no Japão. O texto elaborado foi aprovado por um quórum de 3/5 dos presentes, como decido pelos Estados e expresso em cláusula incluída no texto. Em fase de assinatura, apenas 10 Estados assinaram o compromisso internacional por seus plenipotenciários habilitados, 5 apenas o rubricaram e os outros 15, manifestaram seu consentimento por representantes sem carta de plenos poderes. Decidiram os Estados pela prorrogação da fase de assinatura por 30 dias, ao fim dos quais o acordo deveria ser ratificado. Passados os 30 dias, as manifestações expressas por rubrica foram confirmadas, mas os Estados cujos representantes não portavam cartas de plenos poderes não apresentaram o exigido documento. O tratado foi ratificado pelos 30 Estados. Um Estado Y, que assinou e ratificou o acordo vai à Corte Internacional de Justiça pleitear a exclusão dos 5 Estados que não apresentaram carta de plenos poderes, alegando que não houve a assinatura e assim o tratado não teria efeitos com relação a eles. 
Procede a alegação do Estado Y? Justifique e fundamente sua resposta.
Sim, tendo em vista que legitimidade se dá pela carta de plenos poderes. Desse modo, as assinaturas apostas pelos Estados cujos membros não tinham carta de plenos poderes não têm validade.
Sim, pois se não entregar a carta de plenos poderes no prazo estipulado, não há validade. No presente caso somente 10 países suprimiram a necessidade da carta que outorga os poderes do Estado.
 
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
A Constituição Federal estabelece que a União representará o Brasil nas relações internacionais.Por outro lado, também confere competência exclusiva ao Congresso Nacional para resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais. Nessa linha, no âmbito do Senado, quanto à tramitação, avalie as afirmativas a seguir: (FGV - Analista do Senado)
I. O ato internacional deverá ser acompanhado de cópia autenticada do texto em português e inglês, não sendo necessária mensagem de encaminhamento. 
II. O projeto será lido, publicado, distribuído em avulsos e remetido à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. 
III. A Comissão receberá emendas no prazo de cinco dias a contar da distribuição dos avulsos. 
IV. Após a apresentação das emendas, deve a Comissão opinar sobre o projeto no prazo improrrogável de quinze dias. 
V. Publicado o parecer e as emendas e distribuídos os avulsos, decorrido o interstício regimental, a matéria será incluída na ordem do dia. 
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

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