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AULA 2 - INTRO A FRATURAS

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INTRODUÇÃO ÀS FRATURAS 
Prof.Ms.Cleber Pimenta 
 
FRATURAS 
• Definição: é um estado de interrupção da continuidade 
de um osso que, geralmente, é resultado de um 
impacto violento (força deformante) sobre o osso 
levando à incapacidade de transmissão de carga devido 
à perda da sua integridade estrutural. 
 
• Incidência: é maior no sexo masculino, devido a uma 
exposição maior aos traumas, porém se inverte na 
idade avançada em virtude da osteoporose pós-
menopausa. 
ETIOLOGIA 
 É causada por uma força aplicada ao tecido ósseo com 
intensidade suficiente para vencer sua resistência. 
 
• Traumática 
• Espontânea 
• Patológica 
• Fadiga, sobrecarga, stress 
 
• Traumática 
– A maioria das fraturas é devida a algum tipo de 
trauma. 
– Forças físicas atuam no osso para produzir a fratura 
• Força Compressão 
• Força de Cisalhamento 
• Força de Tensão: Angulação/Torção/Tração 
– O tecido ósseo é rígido porém se caracteriza por uma 
certa elasticidade sendo possível sofrer ligeiras 
angulações sem sofrer alterações estruturais. 
ETIOLOGIA 
ETIOLOGIA 
• Fadiga, sobrecarga ou estresse 
– São provocadas por trauma pequeno repetido. 
– Em geral são confinadas aos membros inferiores e 
afetam mais a fíbula ou a tíbia. 
ETIOLOGIA 
• Patológicas 
• Ocorrem como resultado de uma doença que afeta a 
composição do osso, tornando-o propenso à fratura 
– Carcinoma metastático, o sarcoma osteogênico, a 
osteogênese imperfeita (fragilidade óssea), a doença de 
Paget e infecção óssea 
MECANISMO DO TRAUMA 
• DIRETO 
• INDIRETO 
• CONTRAÇÃO MUSCULAR 
• COMPRESSÃO 
 
MECANISMO DO TRAUMA 
• Trauma Direto: Quando o trauma atinge diretamente o 
osso fraturado. 
• Ex: quando um indivíduo recebe um golpe na perna e tem 
fratura da tíbia 
• Trauma Indireto: Quando o trauma atinge um osso e 
esta energia é transmitida através de 1 ou mais 
articulações, lesando outro osso a distância 
• Ex: uma pessoa que, ao desequilibrar- se, cai apoiando a mão. 
O impacto é aplicado na região palmar, mas pode transmitir-
se pelo membro superior e provocar fratura no cotovelo, 
ombro ou clavícula. 
MECANISMO DO TRAUMA 
• Contração Muscular: a força contrátil do músculo pode 
gerar uma fratura óssea. 
• Ex: a avulsão de uma projeção óssea. O caso do jogador 
Ronaldo fenômeno é um exemplo clássico, pois o mesmo teve 
avulsão de parte da TAT pela contração do quadríceps durante 
um jogo de futebol. 
MECANISMO DO TRAUMA 
• Compressão: forças compressivas atuam sobre 
determinado segmento ósseo levando-o a fratura. 
• Ex: compressão do corpo vertebral. Como o ocorrido com o 
indivíduo que mergulha em águas rasas e bate com a cabeça 
no fundo. 
MECANISMO DO TRAUMA 
CLASSFICAÇÃO DAS FRATURAS 
1. Quanto á Localização: 
• Epifisária 
• Metafisária 
• Diafisária 
2. Quanto á Extensão: 
• Completa: quando vai de uma cortical a outra, ou seja, 
quando toda a superfície cortical é totalmente 
rompida. 
• Incompleta: quando não atravessa toda a superfície 
cortical ( fissura , galho verde) 
3. Quanto aos desvios dos fragmentos: 
• Sem desvio 
• Com desvio: fragmento distal da fratura é que 
determina o tipo de desvio 
– Desviado lateralmente; Angulado; Rodado; Cavalgado; 
Impactada; Diástase. 
CLASSFICAÇÃO DAS FRATURAS 
• Desvios: Lateral; Angulada; Rodada; Diástase; Cavalgada; 
Impactada 
CLASSFICAÇÃO DAS FRATURAS 
4. Quanto ao Tipo de Superfície ou Configuração: 
• Transversa 
 
• Oblíquas Curta e Longas 
 
• Espiral 
 
• Simples: Apenas 2 Fragmentos 
 
• Cominutiva: 3 ou mais Fragmentos 
 
• Fratura em Asa de Borboleta: 3º fragmento com aspecto de Asa 
de Borboleta 
CLASSFICAÇÃO DAS FRATURAS 
5. Quanto á comunicação com o meio externo: 
• Fechada - não há comunicação do foco com o meio 
externo(pele intacta) 
• Exposta (aberta) - o foco de fratura comunica-se com 
o meio externo através de lesão em diferentes graus 
das partes moles(pele lesionada) 
– São exemplos fraturas que ocorrem nos membros, fraturas 
pélvicas com comunicação com cavidade retal ou vaginal e 
fratura da mandíbula com comunicação com a cavidade oral. 
CLASSFICAÇÃO DAS FRATURAS 
FRATURAS FECHADAS E EXPOSTAS 
DIAGNÓSTICO 
• Exame Físico: 
– Dor: posições antálgicas/proteção de regiões 
– Edema 
– Deformidades 
– Crepitação: mobilidades anormais para a região 
– Equimoses/hematomas 
– Impotência funcional 
– Avaliar partes moles: fratura exposta 
– Avaliar as regiões proximal e distal do local traumatizado 
• Obs: Fraturas incompletas/impactadas/sem 
desvio/estáveis: o paciente andar ou mobilizar o membro 
comprometido não necessariamente significa ausência de 
fratura 
• Obs: Uma fratura evidente pode ocultar uma segunda 
fratura 
DIAGNÓSTICO 
• Investigações clínicas adicionais: 
– Estado Circulatório 
• Observação da região distal a fratura nas primeiras 24 hs 
• Coloração da pele 
• Pulso arterial 
• Retorno venoso 
 
– Estado do Sistema Nervoso 
• Nível de consciência 
• Condução nervosa (sensibilidade e função motora) 
• Integridade Medular (reflexos) 
DIAGNÓSTICO 
• Exames Complementares: 
– Raio X : 
• 1º Exame sempre a ser solicitado 
• No mínimo em 2 incidências 
• Alguns casos indicação absoluta de outras incidências 
• Sempre incluir as articulações proximal e distal do nível da fratura 
• Não diagnosticando no 1º momento, trata-se como houvesse fratura e 
repete o Raio X em 2 semanas, confirmando ou não o diagnóstico 
– TC com Montagem em 3 D: 
• Fraturas articulares: Avaliar a integridade da superfície articular 
• Diagnóstico duvidoso ou avaliar melhor a fratura para classifica-la e 
definir o tratamento: Fratura de Coluna Vertebral e Pelve 
– RNM: 
• É indicada para diagnóstico de lesões de partes moles: extra e intra-
articulares 
• Em casos específicos de fratura está indicada: Fratura de Escafóide do 
Carpo(ocultas), Fratura por Estresse 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Tomografia Computadorizada – fraturas graves : 
– Articulares 
– Fraturas da Pelve 
– Fraturas da Coluna 
FOCO DE FRATURA 
• A este microambiente composto pelas extremidades 
fraturadas, hematoma e periósteo denomina-se foco de 
fratura. 
• É neste local que vão surgir as primeiras reações no sentido 
de reparar a lesão e consolidar a fratura. 
• O osso ao quebrar-se sangra, o 
periósteo é descolado ou roto em 
diferentes graus e forma-se, nas 
adjacências da fratura, um 
hematoma que se expande até ser 
contido pelas partes moles. 
REPARO ÓSSEO 
• Pré-requisitos para a consolidação da fratura 
– Suprimento sanguíneo adequado . 
– Estabilidade, para evitar o excesso de movimento 
(Gesso, Placas, Hastes, Fixadores). 
– Boa alimentação com substratos adequados para a 
formação da matriz óssea, como minerais, proteínas, 
carboidratos e Vitamina D. 
REPARO ÓSSEO 
• Fase Inflamatória - 1ª Fase 
1. Quando um osso se quebra, a fissura também rompe os vasos 
sanguíneos que percorrem todo o comprimento do osso. 
2. O sangue vaza dessas veias e rapidamente forma um coágulo no 
local da fratura chamado de hematoma. 
3. Isso ajuda a estabilizar o osso e a manter as duas partes alinhadas 
para a cura. 
4. O coágulo interrompe o fluxo sangue para extremidades partidas 
dos ossos. 
5. Sem receber sangue, essas células ósseas rapidamente morrem. 
6. Seguem-se inchaço e inflamação, devido ao trabalho das células 
que estão removendo tecidos mortos e danificados (neutrófilos, 
macrófagos, e fagócitos). 
7. Pequenos vasos sanguíneos se estendem até o hematoma sobre a 
fratura a fim de alimentar o processo de cura.– Costuma durar de 1 a 2 semanas. 
REPARO ÓSSEO 
• Fase Reparativa - 2ª Fase 
1. O hematoma da fratura é invadido por condroblastos e 
fibroblastos que o transforma em um tecido mais duro e 
forma o calo mole. 
2. Os fibroblastos começam a produzir fibras de colágeno, a 
mais importante proteína dos ossos e do tecido conectivo. 
3. Depois, os condroblastos produzem um tipo de cartilagem 
conhecida como fibrocartilagem, que transforma o calo em 
um calo fibrocartilaginoso, conhecido como calo duro. 
4. Esse novo calo preenche o espaço entre as partes 
fraturadas do osso, e dura de três a quatro meses, 
oferecendo a proteção e a estabilidade necessárias para 
que o osso entre em seu estágio final de cura. 
REPARO ÓSSEO 
• Fase de Remodelamento - 3ª Fase 
– Leva de meses a anos para se completar, consiste em 
atividades osteoblásticas e osteoclásticas que resultam na 
substituição do osso desorganizado por osso lamelar, 
organizado e maturo, o que aumenta ainda mais a 
estabilidade do local fraturado. 
– A circulação sanguínea no osso melhora e o influxo de 
nutrientes que ajudam a reforçar os ossos, como o cálcio e 
o fósforo, dão maior resistência ao osso. 
– Com o passar do tempo, o canal medular vai gradualmente 
sendo reformado. 
– Radiograficamente, é habitual que a fratura não seja mais 
visualizada 
 
COMPLICAÇÕES DAS 
FRATURAS 
 
COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
• Imediatas 
– Infecção (Expostas) 
– Lesão vascular 
– Lesão nervosa 
– Embolia gordurosa 
• Precoces( até 48hs após o trauma) 
– Edema sob o gesso (↓ Circulação) 
– Dor 
– Mobilidade dos fragmentos ou compressão pelo aparelho gessado 
– Síndrome Compartimental 
• Tardias 
– Consolidação viciosa 
– Rigidez articular 
– Retardo da consolidação 
– Pseudoartrose 
• Infecção 
– Limitada a fraturas expostas 
– Pode atingir osso – osteomielite 
– Retardo ou impedimento de consolidação 
 
• TTO: 
– Aguda - medicação 
– Crônica – curetagem; enxertia; remoção óssea 
completa 
COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
• Retardo de Consolidação 
– Fragmentos móveis após 3meses do traumatismo 
• Tempo de consolidação – dependente do osso afetado 
 
– Causas mais comuns: 
• infecção óssea / circulação sanguínea 
insuficiente/ mov. excessivo do fragmento/ perda 
de contato entre superfícies / destruição óssea 
por tumor 
COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
COMPLICAÇÕES DE FRATURAS 
• Não Consolidação (Pseudoartrose) 
– Muitos meses ao RX – alterações características 
extremidades arredondadas 
– Traços de fratura evidentes (espaço pode ser 
preenchido por tec. fibroso) 
 
• Causas 
– Mesmas do retardo de consolidação, em maior grau 
 
• TTO 
– Depende do local e grau de incapacidade 
– Enxerto, excisão de fragmento, substituição por 
prótese 
COMPLICAÇÕES DE FRATURAS 
• Necrose Avascular 
– Morte óssea por falta de circulação 
– Suprimento sanguíneo ao osso interrompido (pós-
luxação ou trauma) 
– Pode ser causa de não consolidação 
– Conduz a osteoartrose ou dessarranjo articular 
 
• Locais Comuns: Escafóide; Corpo do tálus; 
Semilunar; Cabeça do fêmur 
 
• TTO 
– Retirada do fragmento avascular 
– Artroplastia / artrodese 
COMPLICAÇÕES DE FRATURAS 
• Encurtamento 
– Devido fratura cavalgada, angulada, impactada, 
cominutiva por compressão ou por ferimento de 
arma de fogo 
 
Consolidação Viciosa 
– Não há linearidade dos fragmentos ósseos 
– TTO: refratura ou osteotomia nos casos de 
incapacidade acentuada 
 
Síndrome Compartimental 
– Lesão dos tecidos próximo a fratura – danos as 
partes moles adjacentes em > ou < grau 
– Maioria dos casos – reparação é espontânea 
Não consolidação de fratura na fíbula 
Osteonecrose da cabeça femoral 
Osteonecrose do escafóide 
COMPLICAÇÕES EXTRÍNSECAS 
• Lesões Vasculares 
– secção por contusão, obliteração, trombose ou 
oclusão temporária por espasmo 
– Consequências: aneurisma traumático/ gangrena/ 
paralisia nervosa / Necrose vascular e contratura 
isquêmica de Volkman 
• Lesões Cápsulo-ligamentares 
– artrose, capsulite, aderências 
• Lesões Nervosas 
– Mais freqüentes que em vasos 
– Neuropraxia / axonotmese / neurotmese 
 
• Viscerais 
– Lacerção da pleura ou pulmão pós-fratura de costela 
/ perfuração do cólon ou reto pós fratura de pelve 
CONSOLIDAÇÃO VICIOSA 
Isquemia de Volkmann 
• Obstrução da artéria braquial: frat. supracondiliana. 
– Falta irrigação para os flexores do antebraço (Mão em 
garra) 
COMPLICAÇÕES DE FRATURAS 
PSEUDOARTROSE – não passa 
da fase do calo fibroso, retardo de 
consolidação, mobilidade do foco 
de fratura 
 
MIOSITE OSSIFICANTE = 
ossificação pós traumática 
 
ADERÊNCIAS 
 
ARTROSE 
 
OSTEOMIELITE – inflamação do 
osso, provocada por bactéria ou 
fungo 
Pseudoartrose 
Pseudoartrose 
Miosite ossificante 
Causa rigidez articular, em especial quando cápsula e 
periósteo foram deslocados do osso por violenta deslocação 
de fragmentos 
 
Miosite ossificante 
Forma-se um grande hematoma periarticular que é 
ossificado – restrição de movimento 
COMPLICAÇÕES DE FRATURAS 
EMBOLIA GORDUROSA 
Osteoporose regional e atrofia de Sudeck 
Ocorre devido a incapacidade prolongada após fratura 
Dor, edema e rigidez articular 
COMPLICAÇÕES DE FRATURAS 
FRATURAS EXPOSTAS 
FRATURA EXPOSTA 
• Definição 
– Quando a ruptura da pele e tecidos moles subjacentes 
permite a comunicação direta com a fratura e seu 
hematoma 
 
– Não é necessariamente exposição para o exterior mas, 
também, para cavidades contaminadas como a boca, 
tubo digestivo, vias aéreas, vagina e ânus 
 
– FRATURA + FERIDA 
• Grave pelo risco de infecção! 
FRATURA EXPOSTA 
• Histórico: 
– Os médicos Hipocráticos reconheciam que o resultado 
destas graves lesões derivava da: 
• O tamanho da ferida 
• A estabilidade da fratura 
• A proximidade de estruturas neurovasculares 
– Galeno (Séc.II): manipulação das feridas e medicação para 
curar a ferida 
– Nos séculos XV e XVI: remoção de tecidos não vitais para a 
boa evolução das feridas. 
– Dessault(séc.XVII): incisões profundas para explorar uma 
ferida, remover tecido morto e proporcionar drenagem. 
• Foi ele quem adotou o termo desbridamento. 
 
FRATURA EXPOSTA 
• Histórico: 
– Atualmente o tratamento das fraturas abertas e das 
feridas utilizam os princípios de duas escolas: 
1. Princípio Hipocrático - o cuidado com as feridas 
(não manipulação excessiva, a limpeza e o 
desbridamento da ferida, a proteção com curativo). 
2. Princípio Galênico - o uso do antibiótico 
apropriado no momento adequado. 
– Essas feridas provavelmente possuem a melhor 
perspectiva de curar-se, independente de qual seja o 
seu tratamento subsequente. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• A incidência de fratura expostas varia, de acordo 
com: 
– Cada região 
– Tamanho da cidade 
– Atividade econômica, entre outras variantes. 
• Court-Brown et al (1996) relatam a incidência de 
21,3% de fraturas expostas de ossos longos. 
– Nesse estudo o osso mais afetado foi a tíbia, com 
21,6%, seguida do fêmur, com 21,1% das fraturas 
expostas. 
ETIOLOGIA E MECANISMOS 
• Muito embora a grande variedade de condições de 
lesões, podemos agrupá-las em três categorias: 
1. O corpo está estacionário e é atingido por um objeto 
em movimento. 
2. O corpo está em movimento e atinge um objeto 
estacionário. 
3. O corpo está em movimento e atinge outro objeto ou 
corpo também em movimento. Destas ações resultam 
as mais diversas lesões, dentre elas as fraturas e em 
alguns casos as fraturasexpostas que são tema de 
nosso assunto 
 
ETIOLOGIA E MECANISMOS 
• Ao rever alguns exemplos destas três categorias, 
certamente outros fatores devem ser apreciados 
– A energia cinética real dos objetos em movimento - seja 
o objeto atingindo o corpo, ou o próprio corpo atingindo 
o objeto 
– O tamanho da área de impacto 
– A capacidade do tecido que sofre o impacto de absorver 
e dispersar energia 
• A fratura exposta da tíbia é uma lesão frequente muitas 
vezes produzida quando um carro atinge um pedestre. 
FISIOPATOLOGIA 
• Os traumatismos violentos resultam tipicamente em 
rupturas extensas dos tecidos moles e duros. 
– Eles podem introduzir materiais estranhos e bactérias, 
criar segmentos de tecidos moles isquêmicos e necrose 
tecidual 
• Quanto a resposta inflamatória e a reparação tecidual 
podem ocorrer as seguintes condições: 
– Quando a lesão for pequena, o desbridamento completo 
com remoção dos agentes bacterianos e tecidos 
desvitalizados (necróticos). Neste caso a resposta 
inflamatória é controlada e a ferida cicatriza 
FISIOPATOLOGIA 
• Quando as lesões forem maciças, contaminação grave 
ou intervenção tímida, observa-se um resultado 
diferente: 
– Os macrófagos não são capazes de lidar com carga 
bacteriana; morrem e liberam enzimas lisossômicas ou 
proteolíticas, causando necrose aos tecidos circunvizinhos. 
– A necrose associada ao aumento da pressão tecidual, forma 
um círculo vicioso com inflamação progressiva, isquemia do 
músculo, síndromes de compartimento, perda tecidual e 
infecção alastrante. 
– A resposta inflamatória progressiva é observada mais 
frequentemente após contaminação de uma fratura exposta 
CLASSIFICAÇÃO DA FRATURA EXPOSTA 
• A classificação mais utilizada atualmente é o "Sistema de 
classificação de feridas" de Gustillo e Anderson 
– Descreve as lesões dos tecidos moles, mas não descreve a 
cominução das fraturas. 
 
• As fraturas expostas foram assim classificadas: 
A. FRATURA EXPOSTA GRAU I (trauma de baixa energia) 
B. FRATURA EXPOSTA GRAU II 
C. FRATURA EXPOSTA GRAU III (trauma de alta energia) 
• III A 
• III B 
• III C 
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EXPOSTAS 
 SEGUNDO GUSTILO E ANDERSON 
• FRATURA EXPOSTA GRAU I : 
– Ferimento cutâneo menor que 1 cm 
– Limpa (contaminação mínima) 
– Fratura simples (sem cominuição na fratura) 
– Mínima lesão de partes moles 
 
• É uma fratura causada por uma lesão de baixa energia 
em que uma espícula óssea perfura a pele de dentro 
para fora, provocando uma ferida punctiforme 
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EXPOSTAS 
 SEGUNDO GUSTILO E ANDERSON 
• FRATURA EXPOSTA GRAU II: 
– Ferimento cutâneo maior que 1 cm 
– A lesão de partes moles não é extensa 
– Esmagamento mínimo a moderado 
– Contaminação moderada 
– Cominuição moderada da fratura 
 
• Estas lesões são geralmente provocadas de fora para 
dentro e aqui ocorre um dano muscular moderado. 
Existem poucos detritos no foco fraturário. 
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EXPOSTAS 
 SEGUNDO GUSTILO E ANDERSON 
• FRATURA EXPOSTA GRAU III: 
– Ferida maior que 10 cm 
– Grande cominução 
– Provocada por um trauma de alta energia 
– Graves lesões de partes moles 
– Perda de segmento diafisário ósseo 
– Fratura associada a lesão vascular, necessitando reparo 
– Esmagamento de músculos, tendões, vasos e/ ou nervos 
• Essa fratura ocorre devido a uma lesão de alta energia, de 
fora para dentro com grande número de detritos no foco 
fraturário e extensa desvitalização muscular. 
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EXPOSTAS 
 SEGUNDO GUSTILO E ANDERSON 
• GRAU IIIA: 
– A cobertura cutânea do osso é usualmente 
possível 
• GRAU IIIB: 
– A cobertura cutânea do osso normalmente é 
inadequada e requer retalhos cutâneos livres 
ou de deslizamento 
• GRAU IIIC: 
– Há importante lesão vascular necessitando 
de reparo para o salvamento do membro. 
 
FATORES QUE MODIFICAM A 
CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO E ANDERSON 
• Contaminação 
– Exposição à terra 
– Exposição à água 
– Exposição às fezes 
– Exposição à flora oral 
– Grande contaminação 
– Atraso no atendimento superior a 12 horas 
• Sinais de trauma de alta energia 
– Fraturas segmentares 
– Perda óssea 
– Síndrome compartimento 
– Esmagamento 
– Desenluvamento extenso 
– Necessidade de cobertura 
QUAL A IMPORTÂNCIA DE LESÃO DOS 
TECIDOS MOLES? 
• Dependendo da extensão de tecidos moles lesados, 
pode-se ter 3 consequências específicas: 
 
1. A contaminação da ferida por bactérias do ambiente 
externo. 
2. Contusão de tecidos moles; esmagando, arrancando e 
desvascularizando estes tecidos, tornando-os mais 
suscetíveis as infecções bacterianas. 
3. O arrancamento músculo/osso ou perda de tecidos 
moles que normalmente constituem uma bainha para 
o osso. 
QUAL A IMPORTÂNCIA DE LESÃO DOS 
TECIDOS MOLES? 
• Consequentemente provoca: 
1. A desestabilização da fratura 
2. Dificulta a consolidação por privar a circulação 
nutrícia do osso 
3. Perda da função (pela lesão de pele, músculos, 
tendões, nervos e vasos) 
PROGNÓSTICO 
• É determinado principalmente pela quantidade 
de tecidos moles desvitalizados causada pela 
lesão e pelo tipo de contaminação bacteriana. 
– A extensão da desvitalização de tecidos moles é 
determinada pela energia absorvida pelo membro no 
momento da lesão. 
– O objetivo mais importante e final no tratamento das 
fraturas expostas é restaurar a função do membro e 
do paciente tão precoce e completamente quando 
possível. 
DIAGNÓSTICO 
• Quando um ferimento ocorre no mesmo segmento do 
membro da fratura, esta fratura deve ser considerada 
aberta até que se prove em contrário 
 
• Porém nem sempre é óbvio, depende de: 
– Exame cuidadoso 
– Avaliar a história do paciente 
– Fazer uma leitura minuciosa da imaginologia 
– Bom julgamento clínico 
DIAGNÓSTICO 
• Investigações clínicas adicionais: 
– Estado Circulatório 
• Observação da região distal a fratura nas primeiras 24 hs 
• Coloração da pele 
• Pulso arterial 
• Retorno venoso 
 
– Estado do Sistema Nervoso 
• Nível de consciência 
• Condução nervosa (sensibilidade e função motora) 
• Integridade Medular (reflexos) 
EXAME RADIOGRÁFICO 
• Evita-se radiografias tiradas em sala de cirurgia com o 
raio x portátil, uma de vez que a qualidade fica em muito 
prejudicada. 
• As radiografias de extremidades podem ser adiadas até 
que as condições gerais do paciente tenham sido 
estabilizadas. 
• O exame radiológico inicial é simplesmente uma 
colaboração ao exame inicial do paciente. 
• As radiografias devem ser solicitadas em duas incidências 
e incluindo a articulação proximal e distal a fratura. 
• Trata-se do exame mínimo para qualquer fratura exposta 
TRATAMENTO 
• Objetivos: 
– Restaurar a função - através da reabilitação muscular 
e articular o mais precoce possível. 
– Restaurar tecidos moles 
– Consolidar o osso evitando a consolidação viciosa 
– PREVENIR A INFECÇÃO 
• Sem dúvida a prevenção da infecção é muito importante 
porque a partir dela vai ocorrer: 
• A não consolidação da fratura > pseudartrose 
• A consolidação viciosa da fratura 
• A perda de função. 
TRATAMENTO 
• Como as fraturas com grande destruição de tecidos 
moles muitas vezes ocorrem em associação com lesões 
de outras partes do corpo, elas devem ser consideradas 
no contexto de politraumatismo. 
 
• O tratamento destes pacientes progride em três fases: 
– Fase Aguda 
– Fase Reconstrutiva 
– Fase Reabilitativa 
 
TRATAMENTO 
• Fase Aguda 
– Ressuscitação e estabilização iniciais no local da lesão 
– Avaliação completadas lesões do paciente incluindo a 
fratura exposta com atenção principal a lesões que 
ameaçam a vida 
– Terapia antimicrobiana apropriada 
– Desbridamento extenso da ferida seguido pela cobertura 
da ferida 
– Estabilização da fratura 
– Enxerto ósseo autógeno e outras medidas que facilitam a 
união óssea 
– Movimentação articular e mobilização precoces. 
TRATAMENTO 
• Fase Recontrutiva 
– Ataca as sequelas diretas da lesão, tais como faltas de 
união, infecções e faltas de alinhamento. 
• Fase Reabilitativa 
– Focaliza a reabilitação psicossocial e vocacional do 
paciente. 
• Anteriormente , as 3 fases eram tratadas de forma bastante 
separadas, levando muitos pacientes a perda da auto-estima e 
poucos retornavam as suas atividades laborais 
• Atualmente, existe o esforço de ver o paciente de volta ao trabalho 
e em atividades de recreação antes do primeiro aniversário da 
lesão. 
– Para alcançar estes objetivos, as três fases de tratamento são superpostas. 
Fase Aguda Fase Recontrutiva 
Fase Reabilitativa 
PRINCÍPIOS BÁSICOS NO TRATAMENTO DA 
FRATURA EXPOSTA 
1. TEMPO LIVRE DE FRIEDERICH 
2. IMOBILIZAÇÃO DA FRATURA 
3. PROFILAXIA ANTITETÂNICA 
4. ANTIBIOTICOTERAPIA 
5. LAVAGEM (IRRIGAÇÃO) MECÂNICO-CIRÚRGICA 
6. DESBRIDAMENTO GENEROSO DOS TECIDOS CONTUNDIDOS 
7. DESBRIDAMENTO ECONÔMICO DOS FRAGMENTOS ÓSSEOS 
8. REDUÇÃO O MAIS ANATÔMICO POSSÍVEL 
9. OSTEOSSÍNTESE INTERNA OU EXTERNA 
10. FECHAMENTO DA PELE SEM TENSÃO 
OSTEOSSÍNTESE 
• INDICAÇÕES DA FIXAÇÃO INTERNA: 
– Nas fraturas intra-articulares 
– Em fraturas associadas com lesões vasculares 
– No idoso 
– Em fraturas expostas grau I 
 
• INDICAÇÕES DOS FIXADORES EXTERNOS : 
– Nos casos de lesão extensa dos tecidos moles 
– Em fraturas muito cominutivas 
– Nas fraturas expostas grau II e III 
OSTEOSSÍNTESE 
• IMOBILIZAÇAO COM GESSO: 
– Os aparelhos gessados tem limitações no tratamento 
das fraturas expostas porque: 
– Torna difícil o acesso a ferida. 
– Pode causar SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
– Não fornece a estabilidade da fratura 
COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
EXPOSTAS 
• Osteomielite: o cuidado com as partes moles, e o uso 
de uma fixação estável permite a consolidação da 
fratura e diminui as infecções 
 
• Pseudoartrose: mais frequentes nas fraturas expostas 
com grande deslocamento ou nas fixações ineficientes 
 
• Consolidação Viciosa: pode necessitar de osteotomia, 
para correção da deformidade 
 
• Síndrome Compartimental: aumento da pressão pode 
diminuir a perfusão sanguínea dos tecidos envolvidos 
COMPLICAÇÕES ESPECÍFICAS 
• Contaminação 
• Desvascularização 
• Perda de cobertura 
• Perda de células osteoprogenitoras 
• Perda de função 
 
• O mais importante é evitar infecção, porque a infecção é 
o evento mais comum e determinante da ocorrência de 
consolidação viciosa, falta de consolidação e perda da 
função.

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