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PARTE I - ROTEIRO PARA ESTUDO

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Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 1 
Profª Elisabete Nunes 
 
 
 
 
Seminário Especial 
Direito do Consumidor 
 
TRAÇANDO NA TABELA ABAIXO ESTA EVOLUÇÃO, PROCURAREMOS DISPOR DE FORMA 
CRONOLÓGICA, SEM RIGOR TÉCNICO, COMO E ONDE ESTA INTERVENÇÃO EM DEFESA DO 
CONSUMIDOR INICIOU: 
 
1969 Resolução da ONU nº 2.542 – 11/dezembro/1969 
Declaração das Nações Unidas tratando sobre o progresso e desenvolvimento 
social 
1973 Comissão de Direitos humanos da ONU enunciou e reconheceu os direitos 
fundamentais e universais do consumidor. 
1985 Resolução da ONU nº 39/248 de 16 de abril de 1985 
Anunciou normas de proteção ao consumidor e reconheceu explicitamente que 
havia um desequilíbrio nas relações, em termos econômicos e educacionais. 
A citada resolução tinha por objetivo exortar os países membros a adotar uma 
postura política firme de proteção ao consumidor, adotando em suas normas 
internas, os seguintes princípios básicos: 
a) “proteger o consumidor quanto a prejuízos à sua segurança; 
b) fomentar e proteger os interesses econômicos dos consumidores; 
c) fornecer aos consumidores informações adequadas para capacitá-los a fazer 
escolhas acertadas de acordo com as necessidades e desejos individuais; 
d) educar o consumidor; 
e) criar possibilidades de real ressarcimento do consumidor; 
f) garantir a liberdade para formar grupos de consumidores e outros grupos ou 
organizações possam apresentar seus enfoques nos processo decisórios a elas 
 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 2 
Profª Elisabete Nunes 
 
referentes”. 
 
Obs.: Na contramão desta indicação, o Congresso Nacional vetou o inciso IX do 
Art. 6º que propiciava justamente a participação e consulta de entidades 
públicas ou privadas na formulação de políticas de interesse aos consumidores. 
 
EVOLUÇÃO DO DIREITO DO CONSUMIDOR NO PANORAMA MUNDIAL 
 
2300 a.C. Babilônia - Código de Hammurabi – Lei 233 – Já previa penas para os construtores 
– em caso de danos, caberia a reparação. Em caso de desabamento com vítimas 
fatais, seria condenado a morte, ou, se o falecimento fosse do filho do dono da 
obra, o mesmo castigo seria aplicado ao seu respectivo parente. 
Séc. XIII a.C. Índia - Código de Manu - previa multa e punição + ressarcimento dos danos para 
alguns casos, como por exemplo: 
= adulteração de gêneros; 
= entrega de coisa inferior à acertada; 
=venda de bens de igual natureza por preços diferentes. 
27 a.C. a 476 
d.C.) 
No Império Romano, destacam-se as práticas do controle de abastecimento de 
produtos, principalmente nas regiões conquistadas, bem como a decretação de 
congelamento de preços, no período de Diocleciano, uma vez, que também nesse 
período se fazia sentir o processo inflacionário, gerado em grande parte pelo 
déficit do Tesouro Imperial na manutenção das hostes (tropas) de ocupação. 
1481 FRANÇA - REI LUIS XI - Punição para venda de produtos adulterados (Leite e 
manteiga). Até aqui, punições para a própria vida. 
1789 Revolução Francesa – Após este período a tendência passou a ser indenizatória. 
1872 EUA – Lei tachava atos fraudulentos do comércio. 
1891 Primeira organização conhecida - Associação de advogados de Nova York 
(consumer’s league). O objetivo era a proteção de direitos trabalhistas. 
1887 EUA – Criada uma Comissão do Comércio entre os Estados 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 3 
Profª Elisabete Nunes 
 
1910 Suécia – Primeira legislação Protetora do Consumidor. 
1914 EUA – Criação do Federal Trade Comission com objetivo de aplicar a lei antitruste 
e proteger os interesses do consumidor, dotada de poderes investigatórios com 
atuação em fraudes envolvendo propaganda enganosa. 
1962 O presidente Jonh Kennedy assumiu a bandeira da defesa do consumidor em sua 
campanha, consagrando os direitos básicos do consumidor que mais tarde foram 
encampados pelas Nações Unidas. 
É a famosa Declaração dos Direitos do Consumidor, proferida pelo então 
Presidente Kennedy, em 15/03/1962, data em que, se comemora o “Dia 
Internacional do Consumidor”. 
1971 Europa – Comitê Europeu de Cooperação Jurídica por intermédio do Sub-comitê de 
Proteção Legal ao Consumidor. Com o surgimento da Comunidade Econômica 
Européia o direito comunitário europeu conheceu as Diretrizes 84/450 
(publicidade) e 85/374 (responsabilidade civil pelos acidentes de consumo) que 
foram usadas como inspiração para o nosso Código. 
1976 México - Lei Federal de Protección al consumidor – 05 de Fevereiro. 
1979 Quebec – Loi sur la Protection du Consommateur 
1981 Portugal 
1984 Espanha 
 
EVOLUÇÃO DO DIREITO DO CONSUMIDOR NO BRASIL 
 
SÉCULO XVII Documentos da época colonial em arquivo histórico de salvador demonstram a 
preocupação das autoridades coloniais da época com a proteção aos consumidores. 
03/04/1652 Previsão de penalidade para os taverneiros que vendiam vinhos acima do preço 
tabelado. 
1933 Decreto 22626/33 “Lei da Usura” = proteção indireta ao consumidor. Limitação 
a taxa de juros em 6% a.a. e proibição do anatocismo. 
1934 Lei da Economia Popular. Depois da Constituição de 34 (Arts. 115 e 117), veio o 
Decreto-Lei nº 869 de 18/11/1938, e depois o de nº. 9840, de 11/09/1946, que 
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cuidaram dos crimes contra a economia popular, sobrevindo, em 1951 a chamada Lei 
de Economia Popular que vige até hoje. 
1962 Surge a Lei de repressão ao abuso do poder econômico nº. 4137/62 . 
CADE (CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA), na estrutura 
do Ministério da Justiça. 
1978 Primeiro órgão de defesa do consumidor = Procon de São Paulo, criado pela Lei nº. 
1903. 
1984 Lei nº. 7244 autorizando os Estados a instituírem os Juizados de Pequenas Causas, 
atualmente Juizados Especiais Cíveis, criado pela lei 9099/95. 
1985 Criação do Conselho Nacional de Defesa do Consumidor - primeiro na esfera 
federal - atualmente SNDE = Secretaria Nacional de Direito Econômico. 
1986 Merece ainda destaque a Lei 7.492, de 16.06.1986, por meio da 
qual passaram a ser punidos os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, 
denominados de “crimes do colarinho branco”. 
1988 O Constituinte de 1988 curvou-se ante aos anseios da sociedade e ao enorme 
trabalho dos órgãos e entidades de defesa do consumidor, com ênfase ao VII 
Encontro Nacional das referidas Entidades de Defesa do consumidor, realizado em 
Brasília, no calor das discussões da Assembléia Nacional Constituinte, e que acabou 
sendo devidamente protocolada e registrada sob o nº. 2875, em 08/05/87, 
trazendo sugestões de redação, inclusive aos então arts. 36 e 74 da “Comissão 
Afonso Arinos”, com especial destaque para contemplação dos direito 
fundamentais do consumidor, culminando assim, na inserção de quatro dispositivos 
específicos e objetivos sobre o tema. 
 
*1º - ART. 5º, XXXII – CAPÍTULO RELATIVO AOS DIREITOS E DEVERES 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS. 
# O primeiro deles e o mais importante por refletir toda a concepção do 
movimento está grafado no art. 5º, XXXII, no capítulo relativo aos “Direitos e 
Deveres Individuais e Coletivos”, onde diz que dentre os deveres impostos ao 
Estado Brasileiro, está o de promover na forma da lei, a Defesa do Consumidor. 
 
* 2º - ART. 24, VIII – COMPETÊNCIA CONCORRENTE PARA LEGISLAR SOBRE 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 5 
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DANOS AO CONSUMIDOR. 
 
# Noutra passagem, é atribuída a competência concorrente para legislar sobre 
danos ao consumidor (art. 24, VIII). 
 
* 3º - ART. 170, V – CAPÍTULO DA ORDEM ECONÔMICA – A DEFESA DO 
CONSUMIDOR É APRESENTADA COMO UM DOS MOTIVOS 
JUSTIFICADORES DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA. 
 
 No capítulo da Ordem Econômica, a defesa do consumidor é apresentada como um 
dosmotivos justificadores da intervenção do Estado na Economia (art. 170, V). Ao 
dizer que a “ordem econômica fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social”, observados certos princípios basilares, dentre eles 
destaca precisamente a defesa do consumidor. 
 
* 4º - ADCT (ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS) 
– ART. 48 É FIRMADO PRAZO DE 120 DIAS PARA ELABORAÇÃO DO CÓDIGO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 
 
Finalmente, ainda no bojo da CF/88, diz o art. 48 do ADCT que “O Congresso 
Nacional, dentro de 120 dias da data da promulgação da Constituição elaborará o 
Código de Defesa do Consumidor”, prazo não respeitado, mas o comando 
constitucional foi cumprido com a promulgação da Lei 8078, de 11 de setembro de 
1990 o chamado Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
* LEI 8078/90 CRIANDO O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 
 
 
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UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 6 
Profª Elisabete Nunes 
 
 
I. Origem Constitucional 
Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990 com vigência a partir de Março de 1991. 
 Art. 5º inciso XXXII - A defesa dos direitos e interesses do consumidor foi 
elevada à condição de Princípio Constitucional. Esta presente no capítulo dos 
Direitos e Garantias Fundamentais do Cidadão; 
 Art. 24, VIII - Estabelece a competência para legislar sobre a matéria. 
 Art. 150 - Trata das limitações do poder de tributar do Poder Público, nos 
níveis da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, em seu § 5º estabelece 
taxativamente que “a Lei determinará medidas para que os consumidores 
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e 
serviços”. 
 Art. 170, inciso V da CF - Capítulo pertinente a Ordem Econômica. 
 Art. 175 - Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de 
serviços públicos. 
II - os direitos dos usuários; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
Ao tratar da concessão ou permissão dos serviços públicos, impõe a CF que a Lei 
disponha expressamente, além, obviamente, do Regime de Concessão ou permissão, dos 
direitos dos usuários dos mencionados serviços, prestados pelas empresas 
concessionárias ou permissionárias dos que caberiam, primordialmente, ou em forma de 
monopólio, ao Poder Público. 
 
 Art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias estabelece 
prazo de 120 da promulgação da constituição para elaboração do CDC. 
 
O Direito Consumidor é um direito social indispensável ao exercício da cidadania; 
 
O Direito do Consumidor, em nosso País, é um direito de origem constitucional, de ordem 
pública e interesse social; 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 7 
Profª Elisabete Nunes 
 
 
II. Analisando o CDC 
 
Força impositiva – Origem: 
Art. 1º - O presente Código estabelece normas de proteção e defesa 
do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos 
artigos 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal, e 
artigo 48 de suas disposições transitórias 
 
O Art. 1º - Ordem Pública e interesse social ► Princípio da inafastabilidade, 
aplicação de ofício, supremacia desta em relação a outras, não retroatividade art. 2035, 
PU. NCC. Assim por orientação do STJ a nova ordem tem incidência imediata, alcançando os 
contratos em curso ou de trato sucessivo. 
 Código de Defesa do Consumidor ► MICROSSISTEMA JURÍDICO, em razão de: 
a) Princípios próprios: vulnerabilidade do consumidor; presença do Estado; harmonia de 
interesses; coibir abusos;incentivo ao autocontrole; conscientização das partes e 
melhoria dos serviços públicos; 
b) Interdisciplinar (isto é, relaciona-se com inúmeros ramos de direito, como 
constitucional, civil, processual civil, penal,etc); atualizando e dando uma nova roupagem. 
 c) Multidisciplinar (isto é, por conter em seu bojo normas de caráter também variado, de 
cunho civil, processual civil,etc). 
 
III. CC/2002 e o CDC 
 
Embora o CC/2002 não tenha incorporado o CDC, não há que se falar em revogação tácita. 
Expressamente o CC revoga o CC/1916 e parte do CCom. 1850. O Art. 2043 dispõe sobre a 
continuidade de norma penal, administrativa e processual e outros cujos preceitos de 
natureza civil hajam sido incorporadas. 
 
Em 2045 artigos o CC/2002 não fala em consumidor. Fala em “consumo”, nos artigos 
86,307,1290 e 1392, “bens destinados ao consumo”206 e 592. Os arts.421 “função social 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 8 
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do contrato”, 422 “princípio da boa fé” e 424 “contrato de adesão” nada mencionam sobre 
consumidores. Conclui-se assim, que são normas gerais e, portanto, respeitado a lei 
especial. 
Assim, os contratos mencionados pelo CC, tem aplicação prioritária do CDC e subsidiária 
das normas do CC/2002. 
 
IV. Elementos da Relação de Consumo 
IV. a) Consumidor 
São Bilaterais – pressupondo numa ponta o fornecedor (fabricante, produtos, importador, 
comerciante, prestador de serviços, etc) e na outra ponta o consumidor, a quem incumbe 
ficar subordinado as condições impostas pelo titular dos bens ou serviços para atendimento 
de suas necessidades. 
 
Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou 
utiliza produtos ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único - Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, 
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de 
consumo. 
 
Consumidor = “aquele que se encontra numa situação de usar ou consumir, estabelendo-se 
pora isso, uma relação atual ou potencial, fática sem dúvida, porém, a que se deve dar uma 
valorização jurídica, a fim de protegê-lo, quer evitando quer reparando os danos sofridos” 
(Waldírio Bulgarelli) 
 
A) “Pessoa física ou jurídica” = universo indeterminável; 
B) “....que adquire......” = Mesmo não tendo adquirido, pode ter utilizado ou exposto ao risco; 
C).”..... como destinatário final”. Quem é destinatário final? 
 
É o consumidor final, seja pessoa física ou jurídica, é aquele que coloca um fim na cadeia 
de produção, não aquele que utiliza o bem para continuar a produzir. 
 
Teoria finalista – Consumidor Stricto sensu - influência pela doutrina belga e francesa. 
Consumidor é aquele que adquire para uso próprio ou de sua família, excluindo o uso 
profissional. 
 
Teoria maximalista – Consumidor Lato sensu - não importa a finalidade de lucro ou não 
 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 9 
Profª Elisabete Nunes 
 
STJ adota a teoria finalista de forma mais branda, ou seja, aceitando os profissionais e 
empresas, desde que comprovado que o produto ou serviço não foi utilizado na linha de 
produção direta, com intenção de revenda ou intermediação. 
Exs. Um computador para empresa de alimentos. 
 Um carro pelo leasing para um restaurante. 
Montadora de carro que adquire peças para montagem não é consumidora. 
 
Função social do contrato – Pela teoria evoluída do direito, a lógica induz o pensamento 
jurídico para uma interpretação em termos de função social, ou seja, analisando o dever 
geral de segurança, portanto, se há um desequilíbrio entre um consumidor leigo e um 
fornecedor experts, então, há um déficit na informação. Presunção de vulnerabilidade do 
consumidor. Portanto, aplica-se a interpretação da lei da forma mais favorável ao 
consumidor – Art. 47 
 
IV. a.1) Consumidor por equiparação: 
 
Ex.: Filha do adquirente que engole uma peça pequena de brinquedo. 
 
Art. 17 - Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores 
todas as vítimas do evento. 
 
Qual é a Seção? Seção II - Da responsabilidade pelo fato do Produto e do serviço. 
 
Aplica-se a estes todas as garantias do CDC, quando ocorrerem falhas na segurança deprodutos ou serviços. Ex.: Desabamento do Palace II 
 
Art. 29 - Para os fins deste Capítulo (Cap. V Práticas comerciais) e do 
seguinte (CAp. VI da Proteção Contratual), equiparam-se aos 
consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às 
práticas nele previstas. 
 
Capítulo V – Práticas comerciais – oferta, publicidade, práticas abusivas, cobrança de 
dívidas, banco de dados - arts. 30/44. 
Os artigos citados superam os limites estritos do Art. 2º, ampliam o conceito para os 
equiparados, profissionais, comerciantes, mutuário, etc. 
 
IV. b) Fornecedor 
Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, 
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UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 10 
Profª Elisabete Nunes 
 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação 
de serviços. 
 
Fornecedor - É gênero do qual, fabricantes, produtores, construtor, comerciante, 
importador são espécies. 
Envolve todos os que propiciem a oferta de produtos e serviços no mercado de consumo, de 
maneira a atender às necessidades dos consumidores. Qualquer pessoa no desempenho de 
atividade mercantil ou civil de forma habitual. Exclui, portanto, contratos entre dois 
consumidores, não profissionais que são regidos pelo CC. 
ENTES DESPERSONALIZADOS = são aqueles que embora não dotados de personalidade 
jurídica exercem atividades produtivas de bens e serviços. Ex.: Massa Falida e Pessoas 
Jurídicas de Fato (Camelô) 
Pessoa Física – Profissional Liberal é fornecedor. 
Atividades eventuais. 
Não importa a relação contratual ou extracontratual com o consumidor. 
Representante X Fornecedor aparente 
Fornecedor aparente X oculto 
Grupo de consórcio X concessionária 
Operadora de turismo X contratada. 
Clinica X médico 
Hospital X médico 
 
 Solidariedade na cadeia de fornecimento de serviços e produtos – Norma 
geral – Art. 7º PU 
 
IV. c) Produtos 
§ 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 11 
Profª Elisabete Nunes 
 
Remete para Art. 80 e ss CC 
 
Arts. 18 e 19 
Produto - qualquer bem , consumível fisicamente ou não, móvel ou imóvel, novo ou usado, 
material ou imaterial, fungível ou infungível, principal ou acessório, desde que satisfaça uma 
necessidade do adquirente, como destinatário final. 
 
PRODUTOS DURÁVEIS = não se extinguem com o uso. Durabilidade não significa 
eternidade. Ex. : Carro, computador, etc 
 
PRODUTOS NÃO DURÁVEIS = são consumíveis (EX. ALIMENTOS, SABONETE, etc). 
Também considerados os produtos in natura (s/ sistema de industrialização) 
 
IV. d) Serviços 
 
§ 2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, 
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter 
trabalhista. 
 
c/c Art. 14. 
Remuneração = caráter oneroso. 
“Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração.” 
E os serviços para idosos, “viagens-prêmio”, “abasteça e ganhe uma lavagem” ?? Como ficam? 
A forma de remuneração é indireta, o serviço é oneroso, não se trata de mera cortesia. 
Serviços Públicos – Art. 22CDC c/c 37 e inciso IV do Art. 175 CF– Tem que assegurar que o 
serviço seja Eficiente, Adequado, Seguro e Continuo. 
São mensurados em termos de tempo de consumo, portanto, são vistos quanto a sua 
durabilidade 
NÃO-DURÁVEIS = AQUELES QUE, DE FATO, EXERCEM-SE UMA VEZ PRESTADOS. 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 12 
Profª Elisabete Nunes 
 
 EX. Serviço de dedetização. 
DURÁVEIS = Há uma continuidade conforme cláusula contratual. 
Ex.: Construção Civil. 
SERVIÇO BANCÁRIO, FINANCEIRO, DE CRÉDITO E SECURITÁRIO = ENUMERAÇÃO 
ESPECIFICA – REFORÇO ACAUTELATÓRIO DO LEGISLADOR. 
 
Ordem econômica - artigos 170 a 191; ordem financeira, art. 192. 
Emenda Constitucional 40 revogou o parágrafo 3º do artigo 192 sobre os juros, mas impôs 
futura lei complementar para regular o sistema. Min. Nelson Jobim entendeu que o CDC não 
se aplicaria as relações bancárias. O Min. Eros Grau, declarou que a ordem econômica não 
se confunde com a financeira, estando excluído do conceito de serviço atividades 
concernentes à determinação do custo das operações ativas e da remuneração das 
operações passivas praticadas pelas instituições financeiras na exploração da 
intermediação de dinheiro. Seu voto foi seguido pelos votos dos ministros Joaquim Barbosa, 
Pertence, Aires Britto e por argumentos no mesmo sentido dos ministros Celso de Mello e 
Marco Aurélio. 
 
Para Miguel REale – Norma auxiliar de conduta (§ 2º, 3º, CDC ) e Normas de organização 
(192/CF – CMN) 
 
Súmula nº 285 - STJ - 28/04/2004 - DJ 13.05.2004 
Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a multa 
moratória nele prevista. 
 
Súmula nº 297 - STJ - 12/05/2004 - DJ 09.09.2004 
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 
 
Súmula nº 321 - STJ - 23/11/2005 - DJ 05.12.2005 
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de 
previdência privada e seus participantes. 
 
STF – ADIn movida pela CONSIF – Favorável aos Consumidores 
 
Exclusão - RELAÇOES DE CARÁTER TRABALHISTA. 
Relações de natureza tributária  TRIBUTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÒES DE MELHORIA . NÃO SE 
INCLUEM NO CONCEITO DE SERVIÇO 
CONTRIBUINTE  DIFERENTE  CONSUMIDOR 
Permissionárias e Concessionárias de Serviços Públicos - Cobram TARIFAS  preço público por serviços 
prestados = são inseridas no CDC. 
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UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 13 
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V. Direitos Básicos do Consumidor: 
 
Traçamos um paralelo entre a POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO, 
constante do Art. 4º e seus PRINCÍPIOS BÁSICOS, presentes no art. 6.º do CDC: 
PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, também presente no 
caput do art. 4º e no capítulo dos direitos fundamentais da CF. 
 
I) a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados 
por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados 
perigosos ou nocivos; 
Antes de comprar um produto ou utilizar um serviço você deve ser avisado, pelo 
fornecedor, dos possíveis riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. 
II) a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos 
e serviços, asseguradas liberdade de escolha e igualdade nas 
contratações; 
O direito de receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos produtos e 
serviços. 
Quanto a igualdade nas contratações, não fere o Princípio da Isonomia oferecer certos 
privilégios a idosos, gestantes e crianças. 
Oração aos Moços, de Rui Barbosa: “A regra da igualdade não consiste senão em 
quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. (…) 
 
PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE – ART. 4º, I E LIBERDADE DE ESCOLHA. (REFERÊNCIA AO 
ART. 31) E DA INFORMAÇÃO 
O CDC CLARAMENTE RECONHECE COMO PATENTE A VULNERABILIDADE DOS CONSUMIDORES, 
CONFORME DOUTRINADORES COMO CLAUDIA LIMA MARQUES, ANTONIO HERMAN BENJAMIN E 
BRUNO MIRAGEM, “A VULNERABILIDADE É MAIS UM ESTADO DA PESSOA, UM ESTADO INERENTE 
AO RISCO OU UM SINAL DE CONFRONTAÇÃO EXCESSIVA DE INTERESSES IDENTIFICADO NO 
MERCADO....”. 
Assim temos que: TODO CONSUMIDOR É VULNERÁVEL, trata-se de uma característica 
intrínseca do destinatário final do produto ou do serviço. 
Roteiro para Estudo 
 
UCAM –Disciplina Direito do Consumidor Página 14 
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Para reconhecer a vulnerabilidade pouco importa a situação política, econômica ou 
financeira da pessoa, seja ela natural ou jurídica poderáser tida como vulnerável, bastando 
seu enquadramento no conceito do Art. 2º ou equiparada. 
Interessante decisão judicial sobre o tema: 
“Plano nosso modo. TIM CELULAR S.A. Estação móvel celular. 
Prestação de serviços de telefonia móvel a microempresas. Comodato. 
Mau funcionamento, Inc. II do art. 333 do CPC. Prazo decadencial não 
iniciado. VIII do Art. 6º, do CDC. Hipossuficiência e Verossimilhança. 
Vulnerabilidade. Art. 4º do CDC. (1) O CDC não faz distinção entre 
pessoa física ou jurídica, ao formular o conceito de consumidor, quando 
estes adquirem serviços na qualidade de destinatário final, que buscam 
atendimento de sua necessidade própria; ainda mais quando se trata de 
bem de consumo, além haver um desequilíbrio entre as partes (...), 
Ainda, impõe-se dizer que o demandante, conforme o art. 4º do CDC é 
vulnerável, pois não possui conhecimento técnico cientifico, do serviço 
que contratou, este conceito diz respeito à relação de direito material, 
tendo presunção absoluta, não admitindo prova em contrário” 
(RECURSO 71000533554, Porto Alegre, 3ª Turma Recursal Cível, 
TJRS, j. 13.07.2004, unânime, Rel. Dra. Maria de Lourdes Galvão 
Braccini de Gonzalez). 
 
PRINCÍPIO DA ETICIDADE, BOA-FÉ, DEVER DE BOA CONDUTA DO FORNECEDOR – EXSURGE O 
DEVER DE INFORMAR – ARTS. 4º CAPUT C/C 6º, III E 31 
III) a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de quantidade, características, 
composição, qualidade e preço, ...; 
O direito de escolher o produto ou serviço que achar melhor. Todo produto deve trazer 
informações claras sobre sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e 
sobre o modo de utilizá-lo. Antes de contratar um serviço você tem direito a todas as 
informações de que necessitar. 
O STJ na manifestação sobre os motivos do CDC, sob esse ângulo, esclarece que o direito a 
uma informação clara tem o escopo de: 
i) Permita fazer escolhas bem seguras conforme os desejos e necessidades de cada 
um; ii) conscientização crítica dos desejos de consumo e da priorização das 
preferências que lhes digam respeito; iii) possibilitação de que sejam averiguados, 
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de acordo com critérios técnicos e econômicos acessíveis ao leigo, as qualidades e e 
o preço de cada produto ou de cada serviço; iv) criação de oportunidades para 
comparar os diversificados produtos; v) conhecimento das posições jurídicas 
subjetivas próprias e alheias que se manifestam na contextua idade das séries 
infindáveis de situações de consumo; vi) agilização e efetivação da presença estatal 
preventiva, mediadora, ou decisória, de conflitos do mercado de consumo. (Revista 
de Direito do Consumidor, nº 4, São Paulo; Revista dos tribunais , número especial 
,1992, pp. 52-90) 
A valoração do dever de informação foi recentemente tratada no INFORMATIVO 
DO STJ Nº. 466, tratando da bebida alcoólica: 
CONSUMIDOR. DIREITO À INFORMAÇÃO. 
A questão posta no REsp cinge-se em saber se, a despeito de existir 
regulamento classificando como "sem álcool" cervejas que possuem teor 
alcoólico inferior a meio por cento em volume, seria dado à sociedade 
empresária recorrente comercializar seu produto, possuidor de 
0,30g/100g e 0,37g/100g de álcool em sua composição, fazendo constar 
do seu rótulo a expressão "sem álcool". A Turma negou provimento ao 
recurso, consignando que, independentemente do fato de existir norma 
regulamentar que classifique como sendo "sem álcool" bebidas cujo teor 
alcoólico seja inferior a 0,5% por volume, não se afigura plausível a 
pretensão da fornecedora de levar ao mercado cerveja rotulada com a 
expressão "sem álcool", quando essa substância encontra-se presente 
no produto. Ao assim proceder, estaria ela induzindo o consumidor a 
erro e, eventualmente, levando-o ao uso de substância que acreditava 
inexistente na composição do produto e pode revelar-se potencialmente 
lesiva à sua saúde. Destarte, entendeu-se correto o tribunal a quo, ao 
decidir que a comercialização de cerveja com teor alcoólico, ainda que 
inferior a 0,5% em cada volume, com informação ao consumidor, no 
rótulo do produto, de que se trata de bebida sem álcool vulnera o 
disposto nos arts. 6º e 9º do CDC ante o risco à saúde de pessoas 
impedidas do consumo. REsp 1.181.066-RS, Rel. Min. Vasco Della 
Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 15/3/2011. 
 
 
 
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Proteção quanto publicidade enganosa ou abusiva está em linha de consonância com os 
comentários acima. 
IV) a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos 
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e 
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e 
serviços; 
O consumidor tem o direito de exigir que tudo o que for anunciado seja cumprido. Se o que 
foi prometido no anúncio não for cumprido, o consumidor tem direito de cancelar o 
contrato e receber a devolução da quantia paga. A publicidade enganosa e a abusiva são 
proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor. São consideradas crime (art. 67, CDC). 
Publicidade – elemento essencial – controle exercido arts. 36 a 38, de forma indireta no 
art. 30 e na esfera penal 67 a 69. 
Práticas abusivas – arts. 39,40,41 e 42 // cláusulas abusivas – arts. 51 a 53. 
Trata-se do de um direito (ato lícito) do qual se abusa e o resultado é um dano causado a 
outrem. O abuso de direito é tratado pelo CC em seu art. 186. 
 
V) a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; 
O Código protege o consumidor quando as cláusulas do contrato não forem cumpridas ou 
quando forem prejudiciais ao consumidor. Neste caso, as cláusulas podem ser anuladas ou 
modificadas por um juiz. 
O contrato não obriga o consumidor caso este não tome conhecimento do que nele está 
escrito. 
Princípio da conservação do contrato. Explícito no inciso IV e § 2º do art. 51. - Preservação 
do contrato – ou seja, declarada nulidade da cláusula e mantém o contrato válido. 
O inciso tem por base o princípio da Boa-fé (objetiva = lealdade e honestidade) e do 
Equilíbrio – Art. 4º, III. 
Assim, temos que a interpretação da doutrina majoritária é no sentido duas teorias 
distintas sobre revisão do contrato, vejamos: 
a) Subjetiva – Teoria Imprevisão - Como consta no Art. 478/479 CC – requer prova do 
fato imprevisto; 
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b) Objetiva – Teoria da base objetiva do negócio jurídico – Permite o reequilíbrio do 
contrato, sem que o fato seja imprevisto, bastando que se afigure como 
insuportável ao consumidor, em outras palavras, excessivamente oneroso e em 
razão de um fato superveniente. 
 
Jurisprudência STJ: 
O preceito insculpido no inciso V do Art. 6º do CDC dispensa a prova do 
caráter imprevisível do fato superveniente, bastando a demonstração objetiva 
da excessiva onerosidade advinda para o consumidor (STJ, REsp. 370598/RS, 
DJ 01/04/2002, Rel. Min. Nancy Andrighi) 
 
Doutrina: 
Este é o posicionamento de Cláudia Lima Marques, Contratos no Código de Defesa 
do Consumidor, 4º ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2002, p. 787; Luis Renato 
Ferreira da Silva, “Causas de Revisão Judicial dos Contratos Bancários”, Revista de 
Direito do Consumidor, nº. 26, p. 33. Assim também a conclusão nº. 3 do II 
Congresso Brasileiro de Direito do Consumidor – Contratos no ano 2000: “Para fins 
de aplicação do art. 6º, V, CDC não são exigíveis os requisitos da 
imprevisibilidade e excepcionalidade, bastando a mera verificação da 
onerosidade excessiva.” 
 
PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL DOS DANOS – C/C ARTS. 83 E 84 CDC 
VI)a efetiva proteção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos; 
 Princípio da restitutio in integrum – Transporte aéreo – Código Brasileiro de 
Aeronáutico – Lei nº 7.565/1986. Com advento do Código de Defesa do 
Consumidor, a indenização pelo extravio de mercadoria não esta sob o regime 
tarifado, subordinando-se ao princípio da ampla reparação, configurada a 
relação de consumo (STJ, REsp. 209527/RJ, Rel. Min. Carlos Alberto 
Menezes Direito, DJ 05/03/2001). 
 Súmula 370/STJ – Caracteriza Dano moral a apresentação de cheque pré-
datado. 
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 Súmula 388/STJ – A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano 
moral. 
 Lei do Call center – “...a menor fração de tempo perdido nas nossas vidas 
constitui um bem irrecuperável..” Des. Luis Fernando Ribeiro de Carvalho – 
TJRJ. 
 Jurisprudência - Perda do tempo livre: 
 DES. LUIZ FERNANDO DE CARVALHO - Julgamento: 13/04/2011 - TERCEIRA 
CAMARA CIVEL.CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA. FALHA NA PRESTAÇÃO 
DE SERVIÇO DE TELEFONIA E DE INTERNET, ALÉM DE COBRANÇA INDEVIDA. 
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELAÇÃO DA RÉ. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO 
DA OCORRÊNCIA DE UMA DAS EXCLUDENTES PREVISTAS NO ART. 14, §3º DO 
CDC. CARACTERIZAÇÃO DA PERDA DO TEMPO LIVRE. DANOS MORAIS FIXADOS 
PELA SENTENÇA DE ACORDO COM OS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E 
PROPORCIONALIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS IGUALMENTE CORRETOS. 
DESPROVIMENTO DO APELO. 
 DES. ALEXANDRE CAMARA - Julgamento: 03/11/2010 - SEGUNDA CAMARA CIVEL 
Agravo Interno. Decisão monocrática em Apelação Cível que deu parcial provimento ao 
recurso do agravado. Direito do Consumidor. Demanda indenizatória. Seguro descontado 
de conta corrente sem autorização do correntista. Descontos indevidos. Cancelamento 
das cobranças que se impõe. Comprovação de inúmeras tentativas de resolução do 
problema, durante mais de três anos, sem que fosse solucionado. Falha na prestação do 
serviço. Perda do tempo livre. Dano moral configurado. Correto o valor da compensação 
fixado em R$ 2.000,00. Juros moratórios a contar da citação. Aplicação da multa 
prevista no § 2º do artigo 557 do CPC, no percentual de 10% (dez por cento) do valor 
corrigido da causa. Recurso desprovido. 
 DES. MONICA TOLLEDO DE OLIVEIRA - Julgamento: 27/10/2010 - QUARTA 
CAMARA CIVEL. Apelação. Danos morais. Contrato para instalação do serviço OI VELOX 
( banda larga internet). Inadimplemento contratual por parte da operadora que alegou 
inviabilidade técnica por impropriedades da linha telefônica. Sentença de procedência. 
Dano moral fixado em R$ 2.000,00. Apelos de ambas as partes. A princípio, o 
inadimplemento contratual não acarreta danos morais, porém, pelas peculiaridades do 
caso concreto, se verificou a ocorrência de aborrecimentos anormais que devem ser 
compensados. Violação ao dever de informação, art. 6º, III, do CDC. Grande 
lapso temporal entre a data da celebração do contrato e a da comunicação de que a não 
seria viável a prestação dos serviços por impropriedades técnicas da linha telefônica do 
Autor. Teoria da Perda do Tempo Livre. Por mais de um ano, o Autor efetuou ligações 
para a Ré na tentativa de que o serviço de internet fosse corretamente instalado, além 
de ter recebido técnicos da Ré em sua residência, mas que não solucionavam os 
problemas. Indenização bem dosada em R$ 2.000,00. Pequeno reparo na sentença para 
fixar a correção monetária desde a data do arbitramento e juros moratórios a partir da 
citação. Provimento parcial ao recurso do autor. Desprovimento ao recurso do réu. 
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ACESSO À JUSTIÇA 
VII) o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à 
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, 
O consumidor que tiver os seus direitos violados pode recorrer à Justiça e pedir ao juiz 
que determine ao fornecedor que eles sejam respeitados. 
Proteção ao hipossuficiente do ponto de vista econômico, implica em isenção de custas, 
atendimento pela defensoria. Na verdade, a hipossuficiência prevista no dispositivo abaixo, 
é a hipossuficiência técnica. 
 Súmula 387/STJ – É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e 
dano moral. 
Ligado à prevenção dos danos matérias (reabilitação integral) e morais (não há como ser 
quantificado). 
 Informativo 418 – Min Eliana Calmon – Admissibilidade do dano moral coletivo 
pode ser examinado e mensurado. 
 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 VIII) a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a 
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 
O Código de Defesa do Consumidor facilitou a defesa dos direitos do consumidor, 
permitindo até mesmo que, em certos casos, seja invertido o ônus de provar os fatos, a 
critério do juiz (Ope judicis). 
Este direito decorre da vulnerabilidade técnica e econômica (art. 4º , I). 
Ao contrário da vulnerabilidade, a hipossuficiência é um conceito fático e não jurídico 
fundado em disparidade a ser verificado no caso concreto. Conforme nos ensina a doutrina, 
a hipossuficiência é técnica pelo desconhecimento em relação ao produto ou a serviço 
prestado. Assim o julgador, deverá aferir no caso concreto. Vejamos decisão do Superior 
Tribunal de Justiça: 
“Direito Processual Civil. Recurso Especial. Ação de indenização por 
danos morais e materiais. Ocorrência de saques indevidos de numerário 
depositado em conta poupança. Inversão do ônus da prova. Art 6º, 
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VIII, do CDC. Possibilidade. Hipossuficiência técnica reconhecida. O 
art. 6º, VIII, do CDC, com vistas a garantir o pleno exercício do direito 
de defesa do consumidor, estabelece que a inversão do ônus da prova 
será deferida quando a alegação por ele apresentada seja verossímil, ou 
quando constatada a sua hipossuficiência. Na hipótese, reconhecida a 
hipossuficiência técnica do consumidor, em ação que versa sobre a 
realização de saques não autorizados em contas bancárias, mostra-se 
imperiosa a inversão do ônus probatório. Diante da necessidade de 
permitir ao recorrido a produção de eventuais provas capazes de ilidir 
a pretensão indenizatória do consumidor, deverão ser remetidos os 
autos a instancia inicial, a fim de que oportunamente seja prolatada uma 
nova sentença. Recurso especial provido para determinar a inversão do 
ônus da prova na espécie.” (STJ. REsp. 915.599/SP – 3ªTurma – Rel. 
Min. Nancy Adnrighi – j. 21.08.2008). 
É necessário provar o nexo de causalidade entre: PRODUTO OU SERVIÇO – EVENTO 
DANOSO E O DANO – Requisitos dos arts. 332 a 443 CPC. 
O Juiz deve agir dentro da legalidade, ou seja, quando a alegação for verossímil ou estiver 
comprovada a hipossuficiência do consumidor. 
Inversão do ônus da Prova Ope legis – Opera-se de forma automática – Art. 38 = 
Exceção. 
Regra de procedimento – decisão por ocasião do despacho saneador, de forma a preservar o 
princípio do contraditório e da ampla defesa. 
Regra de julgamento – momento da prolação da sentença. 
 Jurisprudência: 
Segundo o STJ, trata-se de REGRA DE INSTRUÇÃO, devendo a decisão 
judicial que determiná-la ser proferida preferencialmente na fase de 
saneamento do processo ou, pelo menos, assegurar à parte a quem não 
incumbia inicialmente o encargo a reabertura de oportunidade para 
manifestar-se nos autos.(Segunda Seção. EREsp 422.778-SP, Rel. originário 
Min. João Otávio de Noronha, Rel. para o acórdão Min. Maria Isabel Gallotti (art. 
52, IV, b, do RISTJ), julgados em 29/2/2012). 
- Ope judicis Art. 6º, VIII[ 
Inversão do Ônus da Prova 
Art. 12, § 3, II 
- Ope legis Art. 14,§ 3º, I 
 Art. 38 
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Sobre o tema, testando seus conhecimentos, marque “C” certo ou “E” errado: 
1. (TJ/BA – 2004) A política nacional das relações de consumo tem como princípio o 
pressuposto de que o consumidor é a parte mais vulnerável na relação de consumo. ( 
 ) 
2. (DPE/ES – 2009) Todo consumidor é vulnerável por força de lei, porém nem todo 
consumidor é hipossuficiente, considerando-se que a hipossuficiência é uma noção 
processual. ( ) 
3. (MP/ES – 2010) A inversão do ônus da prova é direito básico do consumidor, 
todavia, não é absoluto, que só será a este concedido quando o juiz verificar, de 
forma cumulativa, sua hipossuficiência e a verossimilhança de suas alegações. ( ) 
4. (DPE/AL – 2009) Considere que Carla tenha firmado contrato de prestação de 
serviços de engenharia com a XY Engenharia Ltda e, na execução dos serviços, a 
fornecedora tenha carreado à consumidora danos materiais e morais. Nesse caso 
hipotético, ajuizada ação de reparação de danos, o juízo competente deve inverter 
o ônus da prova automaticamente em favor de Carla. ( ) 
5. (MP/DF – 2005) A regra probatória, quando a demanda versa sobre relação de 
consumo, é a da inversão do respectivo ônus e seu custeio, possibilitando que na 
inversão do ônus da prova se compreenda, também a inversão do pagamento da 
prova técnica requerida. Transferindo-se, assim, à parte ré a obrigação de elidir a 
presunção que vige em favor do consumidor. ( ) 
 
6. Gabarito: 
1. C 2. C 3. E 4. E 5. E 
Princípio da Eficiência dos Serviços Públicos 
X) a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. 
Existem normas no Código de Defesa do Consumidor que asseguram a prestação de serviços 
públicos de qualidade, assim como o bom atendimento do consumidor pelos órgãos públicos 
ou empresas concessionárias desses serviços. 
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA também presente ao Art. 22. 
 
I. Proteção a Saúde e Segurança 
 
O CDC é constituído por uma parte introdutória e uma dispositiva, na introdutória já 
tratamos de todos os direitos do consumidor. A partir do art. 8º inicia a parte dispositiva 
que disciplina os aspectos civis, adm., penais, processuais das relações de consumo. 
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Assim, temos que os arts. 8, 9 e 10º estão interligados, porém, são contraditórios. 
Todos tratam na nocividade do produto ou serviço, a diferença será quanto ao grau. 
O art. 8º fala que os produtos/serviços não acarretarão riscos, o 9º permite a colocação de 
produtos/serviços potencialmente nocivos desde que informe adequadamente e o 10 proíbe 
os que apresentem alto grau de nocividade. 
 
Art. 8º "Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não 
acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto 
os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua 
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer 
hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu 
respeito". 
 
Art. 9º "O fornecedor de produtos e serviços potencialmente noci-
vos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira 
ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, 
sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso 
concreto". 
 
"Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo 
produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau 
de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança." 
 
Art. 8º - O que é risco normal e previsível? Supõe conhecimento padrão do consumidor. 
Ex.: automóvel, faca 
O art. fala na obrigação do fornecedor/prestador de informar adequadamente – essa dever 
esta ligado ao núcleo da norma, ou seja, o fornecedor deve dar a informação do que foge ao 
aspecto normal e previsível. 
Exemplo de produtos e serviços que admitem riscos, mas que exigem informação clara a 
respeito: 
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Produtos – medicamentos, fósforos, liquidificadores, 
Serviços – saunas, parque infantil – montanha russa, etc. 
 
Art. 9º - Produtos são potencialmente nocivos a saúde: 
Produtos – inseticidas – fogos de artifício – agrotóxicos – fumo – álcool liquido - cola 
Serviços – RX – Dedetização. 
Art. 10 – Alto grau (?) de nocividade ou periculosidade = Zona da Penumbra. A verificação 
será no caso concreto. 
Cabe ao Poder Público, quando identificar um caso, recolher o produto do mercado ou 
suspender o serviço. Salvo quando este procedimento é tomado pela própria empresa 
(Recall). 
I. Prescrição e Decadência 
 
Art. 26 - O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil 
constatação caduca em: 
I - 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de 
produto não duráveis; 
II - 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de 
produto duráveis. 
§ 1º - Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega 
efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. 
§ 2º - Obstam a decadência: 
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor 
perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa 
correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; 
II - (Vetado.) 
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. 
§ 3º - Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no 
momento em que ficar evidenciado o defeito. 
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DECADÊNCIA – deve ser entendida como extinção dos direitos subjetivos pela inércia de 
ação dos titulares. 
O CDC inovou permitindo a suspensão da decadência mediante reclamação do consumidor 
em juízo ou administrativamente (§ 2º, art. 26). 
Prazo – Bens não duráveis – 30 dias; 
 Bens duráveis – 90 dias. 
Inicia-se a contagem pela efetiva entrega do produto ou fornecimento do serviço. Para 
vícios ocultos, a contagem será a partir da constatação do defeito. 
Exs.: - Aparelho eletroeletrônico com defeito; 
 - Número de telefone publicado equivocadamente; 
 - Venda de sementes com fungos; 
 Art. 27 - Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos 
danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção 
II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do 
conhecimento do dano e de sua autoria. 
PRESCRIÇÃO – Da mesma forma que a decadência, trata-se do perecimento do direito por 
omissão. 
Prazo – 5 anos para reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, 
contados a partir do conhecimento do dano e sua autoria. 
Os prazos acima retratam uma GARANTIA LEGAL, que não exclui a GARANTIA CONTRATUAL que 
será complementar, nos termos do Art. 50. 
INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR - O ART. 7º - traduz uma abertura do 
sistema de proteção para utilização do prazo geral mais benéfico para o consumidor, como 
no caso do art. 205 do CC de 10 anos (defeitos na obra).

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