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DPP II_ Aulas 1_2_3_6_7

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Aula 1 _ DPP II 24/09/14
CONTRATUALISTAS 
O que rege o direito privado é a vontade. O princípio da esfera pública é regido pelo princípio da legalidade. Quem cria as leis é o legislativo, legitimado pela escolha do povo por meio do voto. Moral interna que gira em torno do indivíduo.
Locke>> autonomia privada que deve ser garantida pelo Estado. 
Papel do indivíduo enquanto base do poder político. 
Hobbes >> autor inglês
Obra clássica é o Leviatã, que é o soberano, responsável por exercer o poder político dentro das sociedades. Mas não se confunde com a pessoa física, ele é produto de escolhas sociais e não se confunde com a figura do soberano. Como o homem natural funciona. Visão geométrica/ matemática. Sujeito movido pelo desejo que vai reproduzir suas ações sociais a partir dos seus desejos. A partir da sua natureza negativa, pode surgir um sujeito que pode acabar com a paz. 
A preocupação do Hobbes não é definir quais os direitos nem como poder, político deve ser desenvolvido. 
Adota certas categorias para justificar por que surge o soberano. 
LEVIATÃ (PODE SER UM PRINCIPE, PODE SER UM PARLAMENTO, DEPENDE DO REGIME DE GOVERNO ADOTADO) >> ALGO DEFINIDO PELA SOCIEDADE POR MEIO DE UM PACTO. ISSO FOI CRIADO PELA SOCIEDADE PARA CUIDAR DOS INTERESSES COLETIVOS DA SOCIEDADE. NÃO É UM SUJEITO HUMANO, NÃO É DOTADO DE DIREITOS NATURAIS.
Como surge o soberano? 
Por que os sujeitos livres aceitam a imposição da dominação do Estado?
Devemos pensar que este discurso foi construído em um momento antropocentrista. 
Hobbes>> os homens individualmente observados, para Hobbes existem condições naturais próprias da sua condição humana. P/ Hobbes, o homem é mal, egoísta, pois busca os seus interesses. Essa busca leva à violência. Ainda assim, o homem é um ser vulnerável, precisa de uma estrutura, algum instrumento que freie o conflito social para que ele possa viver em uma certa harmonia.
Reconhecendo a sua fragilidade, vulnerabilidade e reconhecendo o egoísmo, o homem por meio da sua racionalidade percebe a necessidade de criar uma paz social. Deve-se limitar a liberdade, a forma de agir dos indivíduos, assim eles pactuam livremente CONTRATO SOCIAL (pacto voluntário, onde o homem saí desses Estado de Natureza e submete-se a esse contrato, há liberdade de escolha). Cria-se o Estado que tem por função manter a paz. Você acredita no soberano porque foi uma livre escolha pessoal (de indivíduos livres, iguais) minha. Esse poder do soberano não foi estabelecido exclusivamente pela força, mas de um pacto social entre indivíduos que no estado de natureza eram dotados de liberdade.
A ampla liberdade que homem possuía no seu Estado de Natureza por meio da criação do Estado, há a limitação da liberdade desses indivíduos. A autonomia do sujeito vai ser limitada. Liberdade>> possibilidade de agir independente de restrições. 
A liberdade só vai ser regulada para garantir a paz social, limitando o que for necessário para manter o controle da sociedade.
Contradição
Hobbes não limite o poder soberano. Conferindo ao poder soberano o poder de maneiro absoluta. Hobbes fala sobre a revogação do poder desse soberano. Segundo ele, que mesmo ditatorial o soberano deve ser mantido para que não se volte ao estado de conflito que existia antes do Contrato Social.
Hobbes não desenvolve nada sobre a reciprocidade entre governo e Estado. Não há justificativa a respeito da reciprocidade você tem justificativa para constituir o poder soberano, mas não limita nem regula esse poder.
AUTORIZAÇÃO: está na esfera individual, onde cada sujeito considerado invidualmente autoriza livremente o soberano. O Estado soberano age a partir de uma representação desse sujeito. 
Separação entre a justificativa do político e, agora, sem tangenciar as questões religiosas, entender por que as pessoas se submetem.
John Locke (1632_1704)
Ele é contratualista, usa as mesmas características de Hobbes. Procurou priorizar o indivíduo dentro desse Estado.
Locke também é jusnaturalista, vê no sujeito características que preexistem ao Estado e justificam toda a estrutura criada em volta do sujeito. 
Homem no Estado de natureza são pacíficos, são bons, viveriam com uma certa liberdade.
A sociedade é plural e complexa, daí surgem os conflitos.
Assim é necessário, restringir os Direito Naturais.
Há a necessidade do pacto, ele enfatiza quais seriam os direitos naturais: vida, liberdade e a propriedade (apropriação enquanto fruto do trabalho do sujeito). Ele entende que o homem naturalmente tem direito à vida, à liberdade. Locke reconhece que o Estado de Natureza não é suficiente. É preciso criar algo que garanta esses direitos. Novamente, esses homens pactuam livremente a criação de um Estado que garanta a proteção desses direitos individuais. Há um consentimento para a criação do poder.
Pai do Individualismo liberal >> prioriza a esfera de autonomia do sujeito. Reconhece que o estado de natureza não é possível conservar, você precisa de leis que restrinjam essa liberdade. 
O poder tem que se legitimar para preservar esses direitos naturais, você precisa criar leis que protejam esses direitos naturais (FORÇA DE LEI aos Direito Naturais).
As leis criam essa estabilidade do poder político.]
Há a segmentação das funções: 
Função legislativa para garantir os direitos civis (antes os direito naturais), limitando o Poder do Estado
Juiz imparcial para julgar os conflitos que surgem entre os sujeitos e;
Governante que gerencie as funções de Estado.
Locke
Para Locke, o soberano surge em função do pacto e só permanece se ele garantir vida, liberdade e propriedade. Assim, o soberano impõe o seu poder de maneira legítima.
DIREITO DE RESISTÊNCIA (pacto de consentimento)
Se o soberano não corresponder às expectativas individuais do soberano, o povo pode resistir a esse poder.
Próxima Aula: Rousseau 
Aula 3 – 01/10/14
DPP II 
Montesquieu : tripartição de poderes
Voltaire:
Rousseau
Locke: pai do Iluminismo
Iluminismo começou na França e foi difundido para ao resto do mundo.
Legados da Independência das 13 colônias americanas: primeira experiência prática do Iluminismo; uma das inspirações da Revolução Francesa.
Professora ...
Esses tipos de comportamento aliados a uma nova ideologia que vai nortear os pensamentos políticos da sociedade. Esses comportamentos, abusos, acontecem no momento em que a forma de pensar, de compreender o homem estava dentro de novos paradigmas. As mudanças políticas e institucionais ocorrem devido a ideologia.
Como começam a se construir as questões de organização política a partir das Revoluções Francesa a Norte-americana. 
Dentro do texto da Declaração: Identificar e explicar o caráter jusnaturalista dessa declaração. Dentro da obra identificar o pensamento do Locke e outra característica do pensamento do Rousseau. 
Aula 6
LIBERDADE DOS MODERNOS
 Essa interpretação da liberdade no modelo moderno de Estado, nesse novo paradigma político e ideológico, temos uma abertura, uma liberdade vista a partir de novos elementos centrais, é uma nova forma de liberdade, de exercer a liberdade inclusive essa liberdade dos modernos tem outros elementos, mais individualista, de autonomia privada, de pensar o sujeito enquanto alguém dotado de uma série de propriedades e interesses que precisam ser preservados. 
Pensar a liberdade dos modernos que é a liberdade que parte do sujeito autônomo, sujeito livre, dotado de capacidades, (para muitos autores) os sujeitos são dotados de capacidades naturais, possuem propriedades, têm propriedade da sua “força de trabalho”, dos seus bens, esse é o tipo de liberdade dos modernos.
ESTADO LIBERAL 
LIBERALISMO 
A ideia de Liberalismo está ligada à ideia de liberdade. Se falarmos desse liberalismo que pauta as relações econômicas, políticas e jurídicas do Estado Moderno e que reflete até hoje nas disciplinas de direito público e privado, que afeta até hoje a nossa forma de pensar politicamente e, na nossafaculdade, juridicamente. Como nós somos influenciados por essa forma de pensar a liberdade? É esse movimento social que estabelece as bases e a estrutura política desse Estado Moderno.
Liberdade dos modernos e liberalismo pressupõem liberdade, mas que liberdade?
Estamos no âmbito político, que afeta a estrutura social, afeta as estruturas dos governos. É preciso lembrar que o indivíduo desse Estado Moderno é autônomo, livre, dotado de suas capacidades, tem propriedade, sofre mínima intervenção, é esse indivíduo que voluntariamente escolhe pactuar e ingressar na sociedade para satisfazer e preservar as suas condições essenciais de liberdade, seus direitos individuais. 
Então, uma vez que estamos pensando a partir desse ponto de vista, dentro da questão do pensamento político e da atividade política, nossa preocupação para caracterizar o liberalismo é entender, considerando essa organização política, considerando essas características do indivíduo no Liberalismo, no modelo liberal do Estado, quem governa, como governa. É observar qual é o ponto de partida do exercício do poder político, quem tem o papel de exercer o poder político e, muito importante, como esse governo é possível. Quais são os princípios que materializam, que tornam operacional o exercício desse poder? Não basta falar que o Estado surge e que os Direitos individuais precisam ser preservados, mas como isso se operacionaliza, como você formata essa estrutura para permitir que tenha efetivamente a garantia desses valores e a garantia do exercício do poder dentro dessa moral individual considerada essencial.
Ponto de partida: a partir do momento em que estamos pensando a política temos que ver como operacionalmente isso se constrói. Quem governa já sabemos, mas como esse governo se instituí? É limitado, é pautado, como essa forma de Estado é organizado?
O indivíduo é pensado a partir das suas diferenças, das suas características não só pessoais, físicas, sociais, morais, mas, também das suas construções coletivas, enquanto indivíduo como parte de um grupo, que defende valores morais, compartilha determinados ideais coletivos. Para construir o modelo liberal, nós temos que partir do estereótipo de indivíduo que é universalizado inclusive, em um documento que nós já trabalhamos aqui que é a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
Como é o homem nessa Declaração?
Nesse momento ainda há escravidão, há uma série de submissões econômicas e sociais, mas isso não é pensado, pensa-se na diversidade do sujeito para construir a lógica dessa cultura, partindo de um tipo ideal, de um estereótipo. Ele é naturalmente livre, igual (todos devem ser tratados de maneira igual), mas em uma igualdade formal (perante à lei), o indivíduo também é dotado de razão, livre que deve ser tratado de maneira igual. Afinal de contas, estamos criando um modelo único, não estamos reconhecendo a diversidade nesse momento para construir o nosso modelo.
Questão fundamental econômica: o sujeito tem autonomia, tem propriedades, tem liberdade para exercer as suas atividades econômicas. Então, o modelo liberal é construído a partir de um estereótipo de indivíduo, como se fosse possível atribuir a todos os indivíduos essa liberdade, propriedades, autonomia adotados pelo modelo liberal (principais críticas ao liberalismo).
Ponto de partida do liberalismo: o sujeito, ser humano.
A sociedade civil antes do surgimento do Estado: os indivíduos se reúnem, mas existem na esfera privada, eles se unem para satisfazer os seus interesses individuais. Nesse modelo liberal, a sociedade civil é uma composição de vários indivíduos (soma de vontades individuais), é uma esfera sem política (*sem exercício da política), há dois âmbitos sociais: a dimensão da sociedade civil (dimensão que é fora do Estado, da política, da lógica de legalidade, poder do Estado) e uma esfera da organização política que limita a liberdade para evitar conflitos, garantindo a efetividade da liberdade, dar garantia aos contratos. 
A esfera política é positiva e necessária, é uma esfera coletiva que se instituí como um produto de escolha dos sujeitos. Para os contratualistas é produto do pacto social. 
Quem governa? Como?
Pressupostos que vão dar coerência ao liberalismo
1º) Não só se reconhece a condição individual, há confiança na capacidade, na autonomia do sujeito racional. Portanto, é necessário garantir a ele o exercício dessa liberdade. Há necessidade de estimular essa capacidade;
2º) O Estado em contrapartida, resultado de modelos absolutistas anteriores...A sociedade reconhece a necessidade de uma organização política, precisa de poder, mas é necessário cuidar desse poder para que ele não ultrapasse esse limite do poder político, que é a função do Estado. Esse poder é necessário, mas deve ser limitado às demandas da sociedade civil. É função do Estado proteger o bem coletivo, a paz social, a vontade individual. O Estado existe nos limites do que a sociedade civil precisa para regular os interesses particulares. 
Cada uma dessas esferas, do indivíduo ou da sociedade civil, adota uma lógica que é diferente à realidade do Estado. 
A partir desse reconhecimento do sujeito da sua racionalidade, constrói-se uma lógica que é especial para a sociedade civil, e constrói-se uma lógica exclusiva para o Estado. Essas diferentes lógicas levam à construção de 2 dimensões: a esfera do público e a esfera do privado. 
Princípios: 
- Autonomia da vontade rege a esfera privada
- Restrição à liberdade é uma exceção.
Esfera privada: pode se falar dessa questão do ponto de vista econômico, político, jurídico. 
Exemplo de Direito público: Direito penal (primeiro princípio desse direito é: liberdade). 
Esfera do público é a dimensão do Estado. A lei tem uma origem que confere a ela o poder de limitar, ela vem do povo, do representante direto escolhido pelo povo. 
Lei: elemento de limitação, com a legitimação originária dada pelo povo
O liberalismo político
Político está ligado ao exercício do poder, relacionado ao governo de determinada sociedade. Em uma sociedade em que a gente confia plenamente no indivíduo, reconhece a função fundadora do Estado...O indivíduo está no centro, no exercício do poder político, pois é ele que dá o substrato, a legitimidade a esse poder político.
A soberania é um dos elementos essenciais do liberalismo político e essa soberania precisa ser instrumentalizada através da representatividade, da escolha, do voto.
No modelo de liberalismo político, o poder parte do indivíduo, vem do sujeito, os verdadeiros soberanos, titulares do poder e que são representados. Nesse modelo reconhece-se a soberania do sujeito, exercida por meio da representação (escolha dos representantes).
Em relação ao Estado, estamos desconfiando do Estado: ele tem poder, mas esse poder precisa ser limitado. O exercício do poder pelo indivíduo vem com ele, é inerente. E pelo Estado?
O poder político do Estado pode ser realizado, mas é limitado, é efeito de uma escolha social que já tem um instrumento de institucionalização, a gente tem um documento importante nesse momento que define as bases do poder político, um documento não só jurídico, mas também político: a Constituição. 
Dentro do Liberalismo político, o estado exerce o poder e esse poder tem que ser legitimado pelo indivíduo, ele é estruturado com base nas escolhas políticas de uma sociedade, estabelecidas na Constituição. E, não basta conferir o Poder e limitar pela lei o Estado, para evitar o abuso deve se separar as funções, por meio da separação de Poderes (e através do Sistema de Pesos e Contrapesos>> mecanismos de controle que permitam a limitação do Estado).
A ideologia de liberdade também se manifesta no domínio jurídico. Direito existe como instrumento para justificar a escolha de valores morais, escolhas econômicas, de interesses específicos que não são jurídicos. Então, o Direito existe para fortalecer e tornar obrigatórios esses valores que a sociedade considera essenciais.
Quais são osinstrumentos do liberalismo político que são importantes? No modelo liberal quais são os valores essenciais? Quais são os elementos do liberalismo que são importantes para o jurídico e que são importantes para o Estado e para garantir a limitação do Estado?
Você documentar e reconhecer expressamente o direito nas Cartas, Declarações ou dentro das Constituições, a positivação (do que atualmente se chama de Direitos Fundamentais) dos chamados Direitos do Homem. 
Moralmente, a gente reconhece esses valores individuais, mas para instrumentalizar e torna-los obrigatórios não basta haver uma consciência social coletiva favorável ao reconhecimento desses direitos, é necessário instrumentalizá-los juridicamente. Essa instrumentalização se dá pelo reconhecimento formal, pela positivação, pela inserção dentro das Constituições ou Declarações ou por meio de Emendas no modelo americano dos chamados Direitos do Homem.
Então, esse (o direito) é um instrumento jurídico fundamental para não só reconhecer, mas tornar obrigatório a proteção de certas escolhas no que diz respeito aos indivíduos no modelo jurídico. O instrumento essencial que garante a proteção desses direitos é a formatação, a positivação, a consolidação dos Direitos do Homem (que, hoje, nós chamamos de Direitos Fundamentais, conceito mais contemporâneo). Há um reconhecimento da juridicidade, da capacidade do sujeito pleitear a defesa e/ou buscar a efetivação dos seus direitos.
O liberalismo jurídico
No âmbito do liberalismo jurídico, há o reconhecimento e a declaração nas constituições de que o homem é livre, é dotado de igualdade formal (perante à lei), não se reconhece a igualdade material (reconhecimento das desigualdades). Trabalha-se aqui com o estereótipo, a formalização dos direitos que identifica não o indivíduo, na sua diferença, mas, o indivíduo enquanto poder, que pode exercer atividade econômica, não se reconhece que as pessoas podem ou não ter dinheiro, não há diferença de classe.
Instrumentos jurídicos do Estado (que dão ao Estado o seu poder) >> LEI (pauta a atuação do Estado), Procedimentos, Constituição (a Constituição é um instrumento jurídico e político).
A lei consolida os valores morais que já estão aceitos na sociedade, a lei reconhece isso dentro da Constituição, mas, ela também funda, organiza a sociedade, limita e restringe o poder do Estado. Daí vem o Princípio da Legalidade da Constituição: ninguém é obrigado a fazer nada ou a deixar de fazer, se não em virtude de lei. 
Lei: grande instrumento jurídico a serviço dessa garantia dos direitos do sujeito e da limitação do poder do Estado.
No liberalismo há confiança em relação ao indivíduo e desconfiança em relação ao Estado e ao poder.
O liberalismo econômico
O indivíduo possui livre iniciativa, autonomia privada, contrata quem ele quer e quando ele quer, intervenção mínima do Estado na economia. O Estado só intervém nas relações comerciais para garantir os pactos realizados entre os sujeitos, sem interferir no conteúdo dos contratos, nem interferir na criação e na realização das atividades comerciais, o sujeito é autônomo, empreendedor. O Estado deve criar condições para que essas atividades econômicas aconteçam dentro do Liberalismo, o Estado deve garantir a segurança jurídica das atividades econômicas. 
[Neoliberalismo: quer diminuir o tamanho político do Estado. A questão jurídica é mantida. Nova forma de pensar o liberalismo econômico, nova forma de pensar do sujeito e o papel do Estado na economia.]
Como se mantém o Estado com uma grande estrutura, tornando essa lógica operacional? Quais são os princípios que regem o Estado? Por que é necessário burocratizar o Estado? Por que fazemos concursos, por que existem os processos civis, penais, por que existem regimentos, (...). O Estado é o instrumento a serviço dos interesses pessoais. 
Como acontece a racionalização do Estado (texto do Max Weber, Economia
Aula 7 DPP II
Burocracia no Estado Moderno
Como se operacionaliza esse Estado? Para que ele serve? Isso está ligado à nossa faculdade de Direito, onde estudamos tanto a esfera privada como a esfera pública. Dentro da organização do Estado, vamos estudar como esse Estado se estrutura, como aqueles que atuam em nome dessa organização (Estado) agem de acordo com a legalidade (não só no fato de termos leis, mas como o Estado se organiza), mas o que dá legitimidade a essa legalidade.
Max Weber: diferença entre poder x dominação.
Vamos pensar na ideia de poder dentro das relações sociais. O poder é uma relação social, que impõe uma relação ao outro que aceita, mas, não, necessariamente, essa relação é legítima. 
Dominação: agrega a ideia de poder a ideia de legitimidade. Legitimidade está ligada à aceitação. 
Max Weber qualificou as dominações em três tipos, diferenciadas a partir da fonte da dominação:
Dominação carismática: o critério de aceitação: as características pessoais, especiais que aquela pessoa tem (carisma, liderança...);
Dominação tradicional: por que eu obedeço a alguém? Pode ser uma relação familiar: entre pai e filho; em um âmbito religioso: tem-se a tradição de respeitar o líder, quem coordena, quem dá a palavra. Por reconhecer a autoridade daquela pessoa em quem você confia, você se submete a ela;
Dominação racional, legal ou burocrática: o que faz com que eu aceite uma multa, siga as ordens do diretor, siga o procedimento para retirar um passaporte? Porque existem leis e procedimentos que especificam que aquela pessoa tem atribuição para fazer aquilo (multar, expedir passaporte...) e está agindo conforme estatuto, lei prévia, e, não com base na sua vontade pessoal.
O elemento de legitimação, elemento de obediência é uma lei prévia, normas ou estatutos determinam o comportamento daquele que vai impor uma obrigação/ decisão. 
Weber diz que esse tipo de dominação é o mais característico do Estado Moderno. O Estado Moderno se conserva enquanto organização política, detentor de poder político e jurídico porque se fundamenta numa dominação tipicamente racional, legal, pautada em normas, regras, procedimentos previamente estabelecidos. Principal elemento de legitimação do Estado Moderno é a LEGALIDADE.
As normas, os critérios objetivos definidos previamente autorizam a ação do Estado, mas não basta ter apenas uma lei para suprir todas as complexidades que a sociedade moderna apresenta. Não é apenas aprovando leis que você vai dar conta de solucionar conflitos. 
Como o Estado deve agir? Como essa legalidade se constrói? Como se organiza esse Estado que tem que satisfazer interesses individuais, onde o poder deve ser limitado, restringido e que deve buscar a todo momento essa reciprocidade, essa aceitação política?
Por que vocês têm Direito Administrativo, Financeiro, Penal, Eleitoral, Direito Processual Civil, Processual Penal, Processual do Trabalho? Por que a Faculdade se segmenta nessas chamadas disciplinas de Direito Público? O que justifica isso?
Essa lógica que pensa o Estado como o poder que tem que ser limitado, como organização que só se legitima enquanto corresponder às necessidades sociais, esse Estado é um Estado complexo e precisa organizar o seu funcionamento para lidar com as questões do público e do privado. O Estado enquanto estrutura a serviço dos indivíduos, deve ser organizar e definir as condições de existência desse Estado e, é aqui, que entra a Burocracia. 
Burocracia é essencial às características do Estado Moderno. É preciso ter a norma, entendendo que ela é a base de aceitação do Estado, precisamos do Direito, precisamos das regras, das leis. Essas leis não existem independentes dos sujeitos. Todas as leis estão ligadas a valores, finalidades ligadas aos sujeitos. O Direito existe em função dos valores julgados socialmente relevantes. 
Dentro do Estado Moderno, no modelo liberal, quais são os valores? Liberdade de expressão, de locomoção, propriedade, livre exercício das atividades econômicas, livre iniciativa, autonomia da vontade. Esses são valores que neste início deEstado Moderno, no modelo Liberal são os valores que pautam a própria existência do Direito. Ainda que haja uma racionalização, uma burocratização do Estado, criando-se normas, desde a norma primeira, Constituição, as leis, os regulamentos, os decretos, todas as espécies normativas que regulam comportamentos, essas leis existem independentes desses valores. Elas se justificam, pautam-se na realização desses valores. O primeiro passo do processo de burocratização é a criação do Direito, mas, a criação do Direito, das normas com base em valores e fins julgados socialmente importantes em determinado momento. Esses valores são os elementos morais ou axiológicos que estão por trás da organização estatal. 
Houve mudanças no estado Democrático de Direito, a burocracia não mudou muito, o que mudou foram os valores e os fins que são considerados historicamente relevantes. Isso pode ser visto nas gerações dos direitos fundamentais (1ª, 2ª e 3ª geração) cujas mudanças correspondem as mudanças de valores morais importantes dentro da sociedade. Na 1ª geração prevalece o valor de liberdade (própria do Estado Moderno); na 2ª geração aparecem os Direitos Sociais (início do século XX) e 3ª geração, surge no fim do século XX, os direitos de terceira dimensão: os direitos coletivos (consumidor, meio ambiente...).
Jamais no Estado de Direito a burocratização ocorre independente desses valores sociais que legitimam toda a existência do Estado. O detentor do poder, seja o monarca, o presidente, a pessoa que exerce função pública seja como governante, como servidor – essa pessoa, quando atua na esfera pública, não é pessoa física ou interessado, ela atua exercendo uma função. Qualquer agente a serviço do Estado quando exerce esse poder o faz de maneira impessoal (o diretor da faculdade, o guarda municipal, o juiz), pautado na Lei. O fato do agente a serviço do Estado agir de maneira impessoal faz parte da burocratização do Estado. 
As regras são abstratas e generalizadas, definidas previamente, antes dos fatos, definindo antes dos fatos quais serão os efeitos se o comportamento se enquadrar naquela regra. Por exemplo, matar alguém, todo mundo que matar alguém vai ser punido dentro das condições legais previstas na legislação penal. Em regra, a esfera administrativa vai executar essas normas do Estado, aplicando a norma ao caso concreto (quem estacionar em local proibido, será multado) e, em caso de conflito a respeito da aplicação dessa norma, temos uma estrutura para verificar se a regra se aplica ou não. Há toda uma estrutura instituída e funcionando para resolver situações de conflito.
Precisamos ter normas e pessoas para agir de acordo com as leis. O diretor da faculdade não tem atribuição legal para multar carros estacionados dentro ou fora da UERJ. Para facilitar isso, há a divisão das atribuições, das competências. O Estado é um só, mas há a segmentação das atribuições legais ou competências, a legislação define a função de cada agente que atua a serviço do Estado. Esses elementos são alguns dos que compõem as características do processo de burocratização, conformando o “público” dentro dessa ótica moderna.
O quadro essencial para essa burocratização é um quadro de profissionais que atuam de forma permanente em nome do Estado. O Estado não é algo que é materialmente dotado de iniciativa e vontade, ele precisa da iniciativa de pessoa para executar aas suas funções. O Estado é uma pessoa jurídica, precisa de pessoas físicas para realizar as suas atribuições. Isso só é possível com a criação dos quadros funcionais que atuam em virtude do Estado, é um quadro impessoal. O Estado cria órgãos de polícia, órgãos que cuidam de saúde, educação, meio ambiente. O Estado precisa criar instituições que promovam o serviço de educação superior, precisa de pessoas (diretores, professores, funcionários administrativos) que cuidem dessas instituições, realizando as funções próprias do Estado – é nesse contexto que surge a figura do funcionário público que não se confunde com a figura da pessoa física (que não é o indivíduo da sociedade civil).
Para manter essa estrutura funcionando, dentro do funcionalismo há a divisão de competências, para manter a unidade, a hierarquia permite uma organização vertical das atividades.
O funcionalismo deve desempenhar as suas funções de maneira contínua, por isso há a profissionalização dos funcionários públicos, garantindo a permanência dos serviços. O concurso público é o procedimento que escolhe os profissionais capazes de executar determinadas funções.
Economia monetária e administração financeira são necessários para manter o Estado. Para executar suas obrigações ele, o Estado, precisa ter condições materiais. Principal forma de capitalização dos Estados: impostos. Assim, define-se, dentro da lógica do público, de que forma o Estado poderá captar recursos.
A administração pública é diferente da privada. Quando você processa o Estado, e ganha você recebe precatórios (pois o Estado não pode retirar do seu orçamento o valor para pagar essa multa, o Estado tem 10 / 15 anos para se organizar e pagar os precatórios devidos).
O critério de seleção é o de instrução técnica – concurso público, licitação – com isso não há influências de forças políticas ou econômicas, só será avaliada a capacidade técnica.
A cota está ligada aos valores considerados essenciais para o Estado, uma vez que não só a questão técnica é relevante, mas também as questões históricas, sociais. Houve uma mudança nos valores, muda a estrutura. 
Além da lei, temos também o processo (procedimento). Muitas decisões do Estado partem de procedimentos, que legitimam a decisão do Estado. No caso de uma ação, em caso de ação transitado em julgado, entende-se que houve respeito ao devido processo legal. Não necessariamente as decisões são justas.
Qualquer procedimento envolve dois polos, diferentes papeis, uma necessária comunicação para diminuir a complexidade do caso, organização de fatos e obrigações para nos dar segurança jurídica (respeito às leis e aos procedimentos previstos na Constituição).
Outra característica do Estado Moderno: legitimar decisões que mesmo consideradas injustas são aceitas como válidas porque seguem procedimentos. Não se aceita mais a dominação da minha vontade, ou dominação carismática, não vale mais.
Para tornar reais esses valores
Estados ditatoriais e totalitários eram extremamente burocratizados, pois a burocracia vai depender dos valores e dos fins de determinada sociedade.

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