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Natália B. Abrahão 
 Clínica Odontológica I 
Estomatologia 
Exame de mucosa e estruturas anexas & Lesões fundamentais 
1. Instrumental 
 2 abaixadores de língua 
 Gaze 
 Tríade 
 Materiais básicos de biossegurança 
2. Características físicas do paciente 
2.1. Acolhimento: 
Observar o caminhar do paciente, assimetrias, características anatômicas 
relacionadas à idade, motricidade, coloração da face, autocuidado. 
2.1. Paciente deitado na cadeira: 
 Assimetrias maxilares, assimetrias zigomáticas, desvio de septo, desvio de 
mandíbula para direita e esquerda e edemas. 
3. Exame de mucosa 
3.1. Lábios: 
 Externamente 
o Definição do contorno 
o Vermelhão com aspecto hidratado ou ressecado 
o Presença de manchas brancas ou vermelhas no vermelhão 
o Definição do limite entre vermelhão e pele 
 Internamente  puxando os lábios 
o Presença de verrugas virais 
Natália B. Abrahão 
3.2. Região jugal  examinar da comissura até a região retromolar (do fundo de sulco 
alveolar superior até o inferior) 
 
 
 
3.3. Cavidade bucal propriamente dita: 
 Pedir para que o paciente remova próteses 
 Examinar a mucosa em busca de anomalias 
 Verificar a coloração da mucosa 
 Pacientes edêntulos podem ter uma migração da papila incisiva devido ao 
processo de reabsorção óssea 
 Buscar a presença de lesões (alteração de cor ou volume) 
 Analisar se o palato mole movimenta de forma normal  pedir para que o 
paciente diga “ah” ou “ih” 
3.4. Língua: 
 Diagnosticar e instruir quanto a situações como língua geográfica ou língua 
fissurada 
 Com uma gaze, tracionar a língua para examinar os bordos, a ponta e o ventre. 
 Varicosidades são extremamente comuns em pacientes que sofrem de 
hipertensão, caso o paciente não tenha relatado, aferir a pressão, pois 
pode se tratar de um hipertenso não diagnosticado. 
 
3.5. Palpação: 
 Massagear com os dedos o lábio a procura de nódulos 
 Examinar a mucosa jugal com os dedos e outra mão apoiando na parte externa 
de sulco a sulco a procura de nódulos 
LINHA ALBA 
PAPILA DO DUCTO PAROTÍDEO 
Natália B. Abrahão 
 Passar o dedo no fundo de sulco vestibular, na face lingual da mandíbula 
(verificar tórus) e no palato duro 
 No assoalho de boca, passar o dedo da porção mais posterior para a mais 
anterior, com a mão apoiada na mandíbula do paciente 
4. Palpação de linfonodos 
 Paciente em 90º, relaxado 
 Usar os dedos para afastar o músculo e sentir a cadeia cervical 
 O paciente não pode nunca estar recostado ou deitado 
4.1. Linfonodo cervical 
 Cabeça para o lado oposto ao ser examinado 
 Referência: músculo esternocleidomastoideo 
 Iniciar pela clavícula e ascender 
 Linfonodos inflamados indicam infecção avançada 
4.2. Linfonodo submandibular 
 Cabeça para o lado a ser examinado e para frente 
5. Lesões fundamentais 
Mancha ou Mácula: Modificação na coloração da mucosa, não havendo 
aumento de volume ou depressão. 
 
Placa: Lesão onde há uma elevação da superfície em relação ao tecido normal, 
sua altura é menor que sua extensão. Pode possuir uma superfície lisa, rugosa, 
verrucosa ou ondulada. 
 
Erosão: Caracterizada pela perda de camadas do tecido epitelial sem que haja a 
exposição do tecido conjuntivo subjacente. 
 
Natália B. Abrahão 
Úlcera (lesão crônica) ou ulceração (lesão aguda): caracterizadas pela perda 
de camadas do tecido epitelial havendo exposição do tecido conjuntivo 
subjacente. As úlceras são lesões de caráter crônico, persistem por mais 
tempo. 
 
Vesícula ou Bolha: São caracterizadas por uma elevação do epitélio, 
contendo líquido em seu interior. Vesículas e bolhas diferenciam-se apenas 
pelo tamanho. 
 Vesículas são lesões que não ultrapassem 3mm no seu maior 
diâmetro 
 Bolhas são lesões que ultrapassam 3mm no seu maior diâmetro 
 
Pápula: Lesões de pequeno tamanho, sólidas, circunscritas e elevadas, cujo 
diâmetro não ultrapasse 5mm. Podem ser únicas ou múltiplas. 
 
Nódulo: São lesões sólidas, circunscritas de localização superficial ou 
profunda, formado por tecido epitelial, conjuntivo ou misto. Podem ser 
sésseis, quando sua base de implantação for maior que sua altura, ou 
pediculado, quando sua altura é maior. 
6. Descrição de lesões 
a) Lesão fundamental 
b) Localização anatômica 
c) Tamanho (mm ou cm) 
d) Inserção 
 Séssil 
 Pediculada 
e) Cor 
f) Base 
 Endurecida 
 Não endurecida 
g) Superfície 
A ulceração pode ser primária ou secundária (quando 
outra lesão transforma-se em uma ulceração). 
Natália B. Abrahão 
 Lisa 
 Verrucosa (couve-flor) 
 Ulcerada 
 Com hiperceratose 
h) Quantidade de lesões 
i) Consistência 
 Elástica – como a mucosa labial 
 Dura-elástica ou borrachóide – como borracha 
 Dura – como osso 
j) Sensibilidade à palpação 
k) Tempo de evolução 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Diagnóstico em Periodontia 
1. Instrumental para exames 
 Espelho 
 Pinça 
 Sonda exploradora 
 Sonda periodontal milimetrada  secção circular 
 Sonda de Nabers 
2. Parâmetros relacionados à placa supragengival 
2.1. Índice de Placa Visível (IPV)  não precisa ser conferido por professor 
 Determina a presença e a distribuição da placa supragengival no momento do 
exame 
 Normalmente, representa a melhor condição de higiene que o paciente alcança 
 Para a cariologia, os dados de “placa não visível” também são relevantes, 
principalmente em pacientes consumidores de carboidratos fermentados. 
Índice de Silness y Löe: 
0 = sem placa ao passar a sonda na margem gengival 
1 = placa que não era visível aparece ao sondar a margem gengival 
2 = ao secar a área, é visível placa na margem gengival 
3 = ao secar a área, é visível grande quantidade de placa 
Cálculo Silness y Löe: somar todos os valores e dividir pelo número total de 
superfícies  o resultado será um valor entre 0 e 3 
 
Cálculo de IPV: somar as superfícies que tenham placa 2 ou 3, dividir pelo número 
total de superfícies e multiplicar por 100  o resultado será um valor entre 0 e 100% 
Natália B. Abrahão 
 
2.2. Índice de Sangramento Gengival (ISG)  não precisa ser conferido por professor 
 Demonstra o verdadeiro hábito de higiene do paciente 
 Determina situação de saúde ou doença 
 Qualquer sítio que apresente sangramento da margem gengival representa 
situação de gengivite 
 Pacientes fumantes, pela vasocontrição periférica provocada pelo tabaco na 
gengiva, apresentará menos sangramento. 
 Correr a sonda nos dentes e verificar presença ou ausência de sangramento 
da margem gengival sem causar sensação dolorosa 
0 = sem sangramento 
1 = com sangramento 
2.3. Determinação dos fatores retentivos de placa  deve ser conferido por professor 
 Não são fatores etiológicos da gengivite, mas permitem um maior acúmulo de 
biofilme. 
* cálculo em superfície oclusal ou em cavidades de cárie não serão removidos 
3. Parâmetros relacionados à placa subgengival 
3.1. Medida da profundidade de sondagem: 
 Normalmente, quando o dente extrui o paciente está com gengivite ativa 
 Inserir a sonda, anotando o pior valor 
 Indica o grau de inflamação, ou seja, se um paciente tem uma diminuição nos 
valores de profundidade de sondagem indica uma diminuição da inflamação 
 Não existe um valor “normal” para este exame, a diferença é se há 
sangramento (bolsa gengival) ou não há sangramento (sulco gengival) 
3.2. Presença de exsudato subgengival: 
 Ao examinar a profundidade de sondagem, verificar a presença de exsudato 
sob a forma de sangramento ou supuração  fazer marcação nas grades do 
exame  
Natália B. Abrahão 
3.3. Medida do nível de inserção clínica: 
 Não serão medidos valores, apenas se houve ou não perda de inserção clínica 
 Se for possível enxergar ou sentir com a sonda a junção amelocementária, 
pode-se afirmar que houve perda de inserção clínica 
3.4. Exames de furca 
4. Exames complementaresser empregado com PQM incompleto (se liga 
a proteínas do canal, grudando nas paredes e impedindo que o medicamento 
se difunda) 
 
 Fases do tratamento: 
 PQM completo 
 Obturar em um tempo curto entre sessões (tempo de ação rápida) 
 
 Aplicação: 
a) Molhar no medicamento um cone de papel compatível com o calibre do 
instrumento memória, calibrado 2mm aquém do CT 
b) Levar o cone no interior do canal radicular, pincelando nas paredes do 
canal 
c) Colocar bolinha de algodão estéril úmida com medicamento na entrada do 
canal 
d) Selamento provisório (cavit + CIV) 
Natália B. Abrahão 
Pasta de hidróxido de cálcio ou Pasta de hidróxido de cálcio associada ao PMCC 
(potencializar a ação antibacteriana): 
 Propriedades: 
 Ação bactericida contra bactérias aeróbicas, facultativas e anaeróbias (pH 
alcalino  torna o ambiente incompatível para a sobrevivência) 
 Neutraliza endotoxinas, pois quebra ligação moleculares do LPS, inativando-o 
 
 Fases do tratamento: 
 PQM completo (ação por contato direto) 
 
 Tempo de efeito: 
 Permanecer por no mínimo 14 dias 
 
 Aplicação: 
a) Manipular a pasta (pó de hidróxido de cálcio + propileno glicol/ soro fisiológico/ 
água destilada + radiopatizante) para que fique com consistência semelhante a 
pasta de dente 
b) Molhar a ponta do instrumento memória na pasta 
c) Levar no canal e remover no sentido anti-horário (repetir o processo muitas 
vezes) 
d) Compactar a pasta 
e) Radiografar para avaliar 
f) Selamento provisório 
 
a) Manipular a pasta (pó de hidróxido de cálcio + propileno glicol/ soro fisiológico/ 
água destilada + radiopatizante) para que fique com consistência semelhante a 
pasta de dente 
b) Conferir se o Mcspadden/Lentulo está girando no sentido horário (sentido de 
corte) com o auxílio de uma gaze estéril 
c) Colocar pasta na ponta do instrumento rotatório 
d) Inserir no canal 1-2mm aquém do CT, voltando raspando nas paredes do canal 
e) Compactar com bolinha de algodão estéril 
f) Radiografar para avaliar 
g) Selamento provisório 
 
Instrumento 
memória 
Instrumento 
rotatório 
Natália B. Abrahão 
a) Colocar a agulha e o tubete de glicerina (lubrificar) na seringa 
b) Calibrar no CT-1 
c) Pré-curvar a agulha 
d) Passar a glicerina até observar que está pingando glicerina 
e) Substituir o tubete de glicerina pelo tubete de pasta Callen 
f) Rosquear o êmbulo até sentir resistência 
g) Entrar com a seringa no canal sem tocar nas paredes 
h) Deixar a agulha parada no canal até observar o refluxo da pasta na câmara 
pulpar 
i) Remover a seringa lentamente 
j) Compactar com bolinha de algodão estéril 
k) Radiografar para avaliar 
l) Selamento provisório 
5. Remoção do selamento provisório 
a) Anestesia 
b) Isolamento absoluto 
c) Remover o material provisório com alta rotação e irrigação (na câmara) 
d) Remover a bolinha de algodão 
e) Instrumentar o canal e irrigar para remover o material do canal 
 
 Biopulpectomia Necrose pulpar e 
Retratamento 
Abertura coronária Otosporin Tricresol formalina 
PQM incompleto Otosporin * 
PQM completo Otosporin ou Pasta de 
Hidróxido de cálcio 
PMCC ou Pasta de 
Hidróxido de cálcio 
 
Seringa ML 
com agulha 
longa 
(pasta callen) 
Canal dilatado até no 
mínimo lima nº 25 
 Pasta de hidróxido 
de cálcio 
Canal ainda não 
dilatado até lima nº 25 
 Tricresol formalina 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Prótese fixa 
Tratamento reabilitador 
1. Plano de tratamento 
Visa estabelecer todos os procedimentos a serem realizados na boca do 
paciente com o objetivo da recuperação da função, estética e saúde. 
 
1.1. Fase curativa: 
 Urgências 
 Periodontia clínica e cirúrgica 
 Cirurgia 
 Endodontia 
 Dentística 
 Ortodontia 
 
1.2. Fase Protética: 
 Escolha do tipo de prótese 
 Alterações de contornos, desgastes seletivos e ameloplastias (oclusão) 
 Seleção do tipo de material da prótese fixa 
 Seleção do tipo de preparo 
 Sessões para confecção 
 
 Fases para o Planejamento Protético 
 Entrevista dialogada 
 Exames Intra e extra bucais 
 Exame radiográfico 
 Modelos de estudo 
 Diagnóstico, prognóstico e plano de tratamento integrados 
 Apresentação do planejamento ao professor e ao paciente 
 
 Ter em mãos os elementos para elaboração do planejamento 
 Escolher o tipo de prótese (indicação das próteses) 
 Planejar regularizações da oclusão (Altercações de contornos, desgastes 
seletivos e ameloplastias) 
 Verificar condições dos dentes que receberão a prótese (pilar) 
Natália B. Abrahão 
 Selecionar o material da prótese 
 Selecionar o tipo de preparo (término, altura) 
 Apresentar o orçamento para o paciente 
 
2. Tipos de prótese 
 
 
 
 
 
 
 
2.1. Prótese fixa: 
 Grandes perdas de estruturas - cárie/restauração 
 Dentes tratados endodonticamente de modo satisfatório 
 Fraturas coronárias 
 Alterações de cor 
 Malformações 
 Diastemas 
 Pilares de prótese com destruição extensa 
 
 Fatores determinantes: 
 Integridade, forma e inclinação da coroa e da raiz 
 Proporção coroa raiz  pelo menos 1:1 
 Cárie, suporte periodontal, tratamento endodôntico 
 Relação oclusal - Relação maxilo-mandibular 
 Número e distribuição dos dentes no arco 
 Custo, higiene, perfil do paciente 
 
 Planejamento das sessões: 
a) Preparo + confecção do provisório 
b) Moldagem (vazar gesso e enviar para o protético) 
c) Prova do coping metálico + moldagem de relocalização + escolha da cor + 
tomada do arco facial + relação maxilo-mandibular (montagem em 
articulador e enviar para o protético) 
d) Prova da cerâmica (enviar para o protético para glazeio) 
Pinos de fibra de vidro são 
indicados em casos em que haja 
mais de 2mm de remanescente 
dentinário em toda a volta do 
núcleo, para que haja dissipação 
de cargas. 
Natália B. Abrahão 
e) Prova do glazeio + cimentação definitiva com cimento resinoso ou fosfato 
de zinco 
f) Proservação 
 
 
2.2. Prótese parcial fixa 
 
2.3. Prótese parcial removível: 
 Área edêntula extensa 
 Ausência de pilar posterior ao espaço edêntulo 
 Remanescentes com suporte periodontal reduzido 
 Rebordo residual com perda óssea excessiva 
 Pacientes com dificuldades financeiras 
 Necessidade imediata de repor dentes extraídos (provisória) 
 
2.4. Prótese total 
 
 
2.5. Prótese sobre implantes 
 Região de pré-molar a molar não é favorável para a colocação de 
implantes, devido ao seio maxilar, que começa a invadir a região 
antes ocupada pelos dentes. 
 
3. Regularização da oclusão 
3.1. Dentes inclinados: 
 Cuidar ao preparar o dente, pois a câmara pulpar acompanha a inclinação do 
dente 
 Muitas vezes serão feitos desgastes compensatórios 
 
3.2. Dentes extruídos: 
 Pode ser necessário desgaste do dente antagonista (túbulos de dentina não 
podem ficar expostos, deve ser colocada uma camada fina de resina para não 
desenvolver problema de sensibilidade) 
 Pode ser necessário tratamento endodôntico, exodontia ou cirurgia ortognática, 
em casos extremos 
 
 
Natália B. Abrahão 
3.3. Dentes intruídos: 
 Restaurações de amálgama, resina ou prótese unitária 
 
3.4. Curva de spee: 
 Naturalidade do sorriso 
 
3.5. Perda de DVO: 
 Em alguns casos, é necessário o uso de uma prótese parcial removível 
provisória (com grampos dobráveis) para retomar o espaço adequado 
 Alto índice de mordida de língua logo após colocação de próteses 
 Teste fonético para avaliar a capacidade de fala do paciente com o novo valor 
de dimensão 
 
4. Remoção de núcleo metálico 
4.1. Uso de ultrassom 
 Trabalhar com a ponta do ultrassom na linha de cimentação entre o núcleo e o 
dente  desgastar um pouquinho do dente com a ponta lanceolada para que 
apareça essa linha de cimentação 
 
 Dentes posteriores – selamento provisório 
 Dentes anteriores – coroa provisória com núcleo de retençãoNatália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Plano de tratamento em Periodontia 
1. Uso de antibióticos 
Estudos comprovam que pacientes tratados com antibióticos tendem sofrer 
recidiva da microbiota associada à periodontite, a não ser que haja prevenção 
adequada da reacumulação do biofilme supragengival, através de um esforço pessoal 
dos auto-cuidados para controle do biofilme supra, manutenção periódica profissional 
ou ambos. 
2. Benefícios do tratamento supragengival 
 Redução da perda dentária após terapia periodontal 
 Influências sobre o biofilme subgengival 
 Redução da expressão inflamatória subgengival 
 Estabilidade da inserção ao longo do tempo 
 Redução dos custos da terapia periodontal especializada 
 Melhora na qualidade de vida 
3. Objetivos do tratamento supragengival 
 Discriminar o sangramento supra do sub 
 Confere uma maior garantia de controle de saúde pelo paciente para realizar o 
tratamento sub, favorecendo na manutenção 
 A frequência de manutenção dependerá do comportamento de saúde do 
paciente 
4. Fatores que determinam o número de consultas para tratamento da gengivite 
 Fatores psicomotores do paciente 
 Fatores afetivos 
 Fatores cognitivos 
 Necessidade de acompanhamento temporal 
 
Natália B. Abrahão 
5. Estratégias de tratamento de gengivite 
Deplacagem profissional: realizada com curetas, na área selecionada para o 
tratamento. Objetiva remover placa e qualquer formação mineral que não tenha sido 
visualizada durante o exame de superfície dentária 
Deplacagem: realizada com escova de dentes em toda a boca, com o objetivo de 
remover biofilme dental. Pode ser necessária para realizar exames de superfície 
dentária preventivamente à aplicação tópica de flúor para servir como motivação. 
Área com muito cálculo  RAP + instrução de higiene 
Áreas sem cálculo visível  Deplacagem profissional com curetas para remover placa 
e qualquer conteúdo mineralizado 
Áreas que não estão em tratamento naquela sessão  Deplacagem sem curetas 
(escova de dente; escova robbinson) 
 Consulta 1 – área 1: 
a) Deplacagem profissional com curetas ou RAP na área 1 
b) Polimento com taça de borracha e tiras de lixa nas proximais na área 1 
c) Instrução de higiene na área 1 com escova de dente 
 
 Consulta 2 – área 2: 
a) Avaliação da área 1 (IPV e ISG) 
b) Deplacagem profissional com curetas ou RAP na área 2 
c) Polimento com taça de borracha e tiras de lixa nas proximais na área 2 
d) Instrução de higiene na área 2 com escova de dente 
 
 Consulta 3 – área 3: 
a) Avaliação da área 1 e 2 (IPV e ISG) 
b) Deplacagem profissional com curetas ou RAP na área 3 
c) Polimento com taça de borracha e tiras de lixa nas proximais na área 3 
d) Instrução de higiene na área 3 com escova de dente 
 
 
 
Quando ao avaliar o tratamento realizado, todos os dentes forem contemplados no exame de IPV e ISG (ou 
seja, todos os dentes já receberam tratamento supragengival), teremos o chamado exame intermediário. A partir 
destes dados, será determinado se é possível avançar para o tratamento periodontal ou se o paciente ainda não está 
curado da gengivite. 
Se ao realizar o ISG, sentir a presença de cálculo, este interfere no ambiente 
supragengival e deve ser removido. Se for possível ver cálculo, mas este não é sentido no 
ISG, significa que o cálculo não interfere no ambiente supragengival, não atuando como 
fatores retentivo de BF, portanto não precisa ser removido. 
Natália B. Abrahão 
O alisamento serve como garantia de que a área foi bem instrumentada, logo se 
surgirem novos focos de cálculo, poderemos pensar em problemas sistêmicos que 
levaram a não cicatrização. 
 
 
5. Estratégias de tratamento de periodontite 
 RASUB com curetas e limas – sempre com anestesia 
 IPV e ISG para controle da situação supragengival a cada 15 dias 
Cerca de 30–60 (problemas sistêmicos/má higiene) dias depois de ter finalizado a 
RASUB de toda a boca, reavaliar e se necessário reinstrumentar. Esse tempo é 
necessário para que o tecido possa cicatrizar de maneira adequada, garantindo uma 
boa avaliação. 
 
Quanto maior a perda de inserção, maior será a regressão durante o tratamento. 
Em casos de valores pequenos, nota-se poucas alterações. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Controle do biofilme supragengival 
1. Tratamento da gengivite 
 Controle mecânico 
 Controle químico 
 Associação de controle mecânico e químico 
1.1. Objetivo geral: 
Possibilitar ao paciente um adequado autocontrole do biofilme supragengival e 
torná-lo compatível com saúde. 
1.2. Objetivos específicos: 
Diferenciar sangramento gengival de sangramento periodontal, facilitar a 
RASUB e evitar a reinfecção subgengival. 
 
2. Atitudes do profissional 
2.1. Remoção dos fatores retentivos de placa: 
Criar ambiente para que o paciente possa executar as medidas de controle. 
Remoção do cálculo supragengival: 
Cálculo dental: depósitos mineralizados de placa que se depositam na superfície 
do dente pela própria ação da saliva, que contém íons. São áreas extremamente 
porosas e irregulares que favorecem a adesão do biofilme sobre esta estrutura. 
Instrumental necessário: 
 Odontoscópio 
 Pinça clínica 
 Sonda periodontal 
 Sonda exploradora 
Binômio paciente-profissional: Tanto o paciente, quanto o profissional são responsáveis pelo tratamento. 
 
Natália B. Abrahão 
 Curetas Gracey 1-2 ou 3-4 
(dentes anteriores), 11-12 (M de 
dentes posteriores) e 13-14 (D 
de dentes posteriores). 
 Pedra de afiação 
 Material de polimento 
 
Técnica: 
a) Isolamento relativo da área a ser tratada 
b) Secar a superfície e identificar os depósitos de cálculo de maneira visual ou 
tátil (usando a sonda periodontal) 
c) Movimento de raspagem (baixa frequência e alta amplitude) a partir da base do 
cálculo 
d) Movimento de alisamento (alta frequência e baixa amplitude) para remover 
riscos que o próprio profissional pode ter criado ao fazer a raspagem 
e) Polimento com taça de borracha ou escova de Robinson 
f) Avaliar a região interproximal com fio dental, podendo ser utilizada tiras de lixa 
em S 
Restauração/ Selamento de cavidades de cárie 
Adaptação dos bordos de restauração e de próteses 
 Degrau negativo  preencher com resina ou CIV ou IRM 
 Degrau positivo  remover com tiras de lixa ou pontas diamantadas de 
acabamento ou curetas 
Remoção de restos radiculares 
Remoção de excesso gengival 
Alguns medicamentos podem causar o aumento do tecido gengival, permitindo um 
grande acúmulo de biofilme. 
2.2. Orientação de higiene bucal 
 Encontrar o que motiva o paciente (canal de comunicação paciente-
profissional) 
 Considerar aspectos afetivos (perfil psicológico) 
 Considerar aspectos cognitivos (grau de conhecimento prévio, escolaridade, 
idade) 
Natália B. Abrahão 
 Informar noções de etiopatogenia com linguagem adequada para o paciente 
 Considerar aspectos psicomotores (referente ao treinamento do uso de 
instrumental adequado; avaliar como o paciente consegue absorver a 
informação) 
 Orientação de higiene bucal deve ser realizada somente quando o paciente 
tiver condições de realizar eficientemente o auto-cuidado 
 
 Respeitar a área trabalhada 
 Dosar a quantidade de informação dada 
 Exigir de acordo com a capacidade do aprendiz 
 Minimizar a quantidade de instrumentos 
 Checar como a informação está sendo absorvida  breve entrevista 
2.3. Deplacagem profissional  paciente não pode sair da consulta com biofilme 
visível 
Objetivo: Remoção o mais perfeita possível de toda a placa bacteriana supragengival 
clinicamente detectável nas superfícies livres e proximais 
Instrumentos: Escova de dentes, fio dental, escova interdental, etc. 
 A deplacagem profissional será realizada sempre ao término da consulta 
quando houver presença de biofilme. 
3. Recursos para faces livres 
3.1. Escova de dente: Manuais 
 Elétricas - agridem menos tecidos duros e moles 
 Sônicas/ iônicas – não permitem a troca da cabeça ou da pilha 
Orientação inicial: realizada ao término da consulta, com o objetivo de que o paciente repita aquilo que foi 
demonstrado. 
Reforço positivo: realizada nas consultas subjacentes 
Correção de falhas: realizada no final 
Natália B. Abrahão 
 Multicerdas: 
 Tamanho da cabeça e do cabo proporcionais às características do 
paciente 
 Sempre optar por cerdas macias 
 Técnica de escovação deve contemplar necessidades individuais, 
removendo o máximo possível de placa e causando o mínimo 
possível de traumatismo. 
 Estabelecer sistemática de escovação, de modo que todas as áreas 
sejam limpas 
 Em pacientes com hábito de escovação traumática, optar por iniciar nas faces 
oclusais. 
 Unitufo/ Bitufo: 
 Indicada para áreas onde a escova multicerdas não alcança (ex.: abaixo de 
pônticos, áreas de exposição de furca, áreas com recessão gengival, região de 
braquetes de aparelhos ortodônticos, superfícies mesiais e distais de dentes 
isolados, dentes com apinhamento) 
4. Recursos para faces proximais 
4.1. Fio dental: 
 Indicado em casos em que a papila interdental preenche todo o espaço 
interproximal 
4.2. Escova interdental: 
 O tamanho da escova deve ser prescrito ao paciente 
 Existem várias opções de tamanho e formato disponíveis no mercado 
4.3. Palito dental: 
 Deve ter formato triangular 
 Cunhas podem ser usadas com essa finalidade 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Controle químico do ambiente supragengival 
1. Importância do controle do biofilme 
 Mandatório para o tratamento de cárie dental, principalmente em lesões 
radiculares 
 Fundamental no tratamento das doenças periodontais 
 Fundamental em casos com necessidade de reabilitação com implantes 
2. Indicação do controle químico 
 
3. Propriedades do biofilme 
Colônias bacterianas conseguem comunicar-se entre si, fazendo com que 
ocorra uma proteção mútua entre as camadas. Portanto, ao expor as camadas mais 
superficiais a algum produto nocivo, as bactérias das camadas profundas produzem 
resposta proliferativa. 
4. Atributos de um agente químico no controle do biofilme 
 Segurança  Deve ser testado em animais antes de sua utilização clínica 
 Eficácia  Deve mostrar-se eficaz in vitro contra bactérias da cavidade bucal 
 Estabilidade  Deve ser estável em temperatura ambiente por um período 
considerável, além de ser estável a variações de temperatura 
 Substantividade  Capacidade de o produto permanecer presente e ativo na 
cavidade bucal 
 Efeitos adversos mínimos 
Indicações para uso como coadjuvantes: 
- Pacientes com dificuldades de controle de placa; 
- Pacientes em tratamento ortodôntico; 
- Pacientes em tratamento para colocação de implantes; 
- Pacientes em tratamento da fase ativa da doença periodontal; 
- Pacientes com dificuldade de destreza manual; 
- Pacientes não motivados. 
 
 
Indicações para uso como substitutivo: 
- Processos agudos do periodonto; 
- Pacientes com deficiências físicas importantes; 
- Pós-operatórios; 
- Pacientes com contenção/bloqueio mandibular. 
Natália B. Abrahão 
5. Veículos disponíveis de agentes químicos 
 Solução 
 Dentifrício 
 Gel 
 Palitos 
6. Agentes químicos para controle como substitutivo 
6.1. Clorexidina 0,12%: 
 Mecanismo de ação: 
  Em superfícies livres de biofilme, por ser uma molécula dicatiônica (duas cargas 
positivas), uma das cargas positivas se liga a carga negativa da camada superficial 
película adquirida, inativando essa carga positiva. A outra carga positiva fica livre para 
se ligar as bactérias que tentam se agregar a superfície, interferindo em todo o 
mecanismo de adesão bacteriano sobre a superfície dental. 
 Em superfícies com biofilme, a clorexidina atua como bacteriostática em baixas 
concentrações e como bactericida em altas concentrações. Atuando aderindo-se a 
superfície bacteriana, atuando na membrana celular precipitando todo o material do 
citoplasma da bactéria. 
 Baixa toxicidade 
 Amplo espectro de atuação 
 Reduz em 80 a 90% os microrganismos presentes na saliva 
 Reduz a formação de biofilme em aproximadamente 50% 
 Reduz a gengivite em aproximadamente 45% 
 Efeitos adversos: 
 Alteração de paladar 
 Causa pigmentação (inclusive em restauração) 
 Favorece a formação de cálculo 
 
Ocorre diminuição do efeito da clorexidina em superfícies com 
biofilme maduro. Portanto, ao prescrever o produto para o 
paciente, o CD deve garantir que o paciente sai da consulta sem 
biofilme visível. 
Controle químico localizado com gel de clorexidina 1% manipulado: 
Paciente com dificuldade de higienizar determinado dente ou determinada 
área, mas com bom controle de biofilme nas demais áreas, aplica o gel 
com cotonete ou escova unitufo deixando o gel atuar na região desejada. 
Desta maneira não há alteração de paladar e ocorre diminuição dos efeitos 
de pigmentação. 
 
Prescrição: 
Clorexidina 0,2% ------ 10mL 
Clorexidina 0,12% ---- 15mL 
Bochechar por 1min de 12/12h; 
Não diluir; Não engolir. 
Gel 1% --- 30g 
Aplicar 1x ao dia. 
 
Natália B. Abrahão 
7. Agentes químicos para controle como coadjuvante 
7.1. Óleos essenciais  Listerine 
 Frequentemente diluídos em álcool, mas existem formulações sem álcool; 
 Não deve ficar ao alcance de crianças; 
 Apresenta menor substantividade em relação à clorexidina (fabricante 
recomenda 12/12h) 
 Mecanismo de ação: Rompimento da parede celular das bactérias e inibição da 
atividade enzimática, interferindo na adesão bacteriana ao dente e diminuindo 
a multiplicação bacteriana. 
 Eficácia clínica: 
 Existe favorecimento da diminuição da placa bacteriana no grupo que 
bochechou óleos essenciais quando comparado ao grupo controle 
(placebo); 
 Existe favorecimento da diminuição de gengivite no grupo que 
bochechou óleos essenciais quando comparado ao grupo controle 
(placebo); 
 Os estudos são bastante heterogêneos (metodologias distintas), o que 
dificulta a comparabilidade; 
 Menor eficácia quando comparado à clorexidina. 
 Efeitos adversos: 
 Gosto desagradável; 
 Sensação de queimação. 
7.2. Compostos quaternários de amônia  Colgate Plax e Cepacol 
 A maioria dos produtos amplamente disponíveis no mercado apresenta 
como representante deste grupo o CPC (Cloreto de Cetilpiridínio); 
 Apresenta diferentes concentrações de CPC; 
 Baixa substantividade (em torno de 3 ou 4h) 
 Mecanismo de ação: Rompe a parede celular bacteriana e por ser uma 
molécula monocatiônica deve estar praticamente o tempo todo disponível para 
que tenha atividade; 
 Eficácia clínica: 
 Efeito significativo, porém pequeno, sob o biofilme e a gengivite; 
 A grande heterogeneidade entre os estudos impede conclusões 
definitivas 
Não existe literatura que comprove 
que o aumento do câncer está 
relacionado ao uso de antissépticos 
com álcool, mas mesmo assim a 
indústria está retirando o álcool de 
seus produtos. 
Natália B. Abrahão 
 Efeitos adversos: 
 Aumenta a formação de cálculo 
 Causa pigmentação de estruturas 
 Sensação de redução do fluxo salivar e descamação de mucosa 
 Erosão de mucosa 
7.3. Triclosan  Colgate total 12 e Prevent 
 Não catiônico (não apresenta carga), por isso não apresenta substantividade, 
a indústria incorporou outro composto para agregar substantividade 
(copolímero); 
 Ação antibacteriana relativamente pequena 
 Ação anti-inflamatória bem importante 
 Mecanismo de ação: Aumenta a permeabilidade da parede celular 
(antibacteriano) e inibe mediadores de inflamação como COX1 e COX2 (anti-
inflamatório) 
 Eficácia clínica: 
 Redução de biofilme em aproximadamente 45% 
 Redução de gengivite em aproximadamente 25% 
 Em 100 pacientes tratados, 1 tem efeito na periodontite, o que faz com 
que o produto não seja indicadopara o tratamento de periodontite. 
 Não existem efeitos adversos reportados na literatura 
 Não é facilmente degradado no meio ambiente 
 
7.4. Fluoreto de estanho  Oral-B Pró-saúde 
 Concentração 0,4% 
 Efeito antimicrobiano e pouco efeito anti-inflamatório 
 Baixa estabilidade, pois sofre hidrólise 
 Não apresenta substantividade naturalmente, a industria incorporou ao produto 
moléculas com essa finalidade 
 Mecanismo de ação: interfere no transporte bacteriano e em todo mecanismo 
de respiração bacteriana, o que reduz seu metabolismo. 
 Eficácia clínica: 
 Existe favorecimento do produto na diminuição da placa bacteriana 
 Existe favorecimento do produto na diminuição da gengivite 
 
Não é facilmente degradado no 
meio ambiente, por isso, a 
indústria já retirou o produto de 
colutórios. 
 
Natália B. Abrahão 
 Efeitos adversos: 
 Pigmentação escura dos dentes 
 Gosto ruim 
 Sensação de redução do fluxo salivar e descamação de mucosa 
7.5. Outros produtos: 
 Malvatricin, Flogoral, Água oxigenada, Própolis, etc.  Não há literatura que 
suporte o uso destes produtos 
8. Considerações finais 
 
 Novos produtos exigem embasamento científico para que possam ser indicados 
de maneira segura. Como cirurgiões dentistas, é preciso estar sempre atualizados 
sobre os produtos disponíveis no mercado, sobre seus efeitos clínicos, composição e 
efeitos adversos, formulando um posicionamento crítico. 
Clorexidina como agente substitutivo Óleos essenciais em colutórios 
Triclosan e Fluoreto de estanho 
em dentifrícios 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Isolamento absoluto em endodontia 
1. Princípios do isolamento absoluto 
 Manter o campo isolado e seco (livre de saliva e sangue) 
 Dentística: interfere na adesão do material restaurador ao substrato 
 Endodontia: conteúdo pode entrar na câmara coronária, atingir os 
canais e contaminar o canal que não estava contaminado (polpa viva) 
ou até mesmo levar outros tipos de microrganismos que não estavam 
presentes na polpa contaminada. 
2. Vantagens em relação ao isolamento relativo 
 Afastamento de tecidos moles, proporcionando uma melhor visualização da 
câmara coronária e dos canais durante o tratamento endodôntico 
 Ganho de tempo (não é preciso trocar os roletes de algodão ou reposicionar o 
sugador) 
 Melhor controle sob o campo, deixando-o limpo e seco 
 Protege os tecidos moles do hipoclorito e até mesmo de instrumentais (forma 
primeira barreira) 
 Manutenção da assepsia 
 Previne aspiração ou deglutição de instrumentos, soluções irrigadoras ou 
qualquer outro tipo de material 
 
3. Indicação de isolamento relativo 
 Exames clínicos de rotina; 
 Restaurações provisórias com cavit ou CIV; 
 Casos com extensas lesões de cárie cervical; 
 Casos onde não é possível isolar absoluto; 
 Teste de sensibilidade pulpar; 
 Paciente com abcesso apical agudo (é feita 
ordenha para que o pus drene via canal) 
 
Indicação do uso de isolamento absoluto em endodontia: SEMPRE! 
Teste de sensibilidade pulpar: Bolinha de algodão 
com Endo-ice é colocada na superfície vestibular 
(terço médio/cervical) de um dente vizinho ao 
dente suspeito e depois no dente que se quer 
testar. 
- Dor curta: dente vital 
- Dor prolongada: dente vital com inflamação 
- Ausência de sensibilidade: dente necrosado 
Natália B. Abrahão 
4. Em que momento isolar o dente? 
Isolamento antes da abertura: 
 Perde-se a referência da inclinação do dente, correndo o risco de não seguir o 
longo-eixo de dente ao realizar a abertura, gerando perfurações. 
Isolamento depois da abertura: 
 Corre-se o risco de contaminar o canal que antes tinha polpa viva e livre de 
contaminação. 
5. Procedimentos prévios ao isolamento 
 Assepsia da cavidade bucal 
 Remoção de cálculo 
 Remoção de restaurações defeituosas 
 Verificação de pontos de contato que possam impedir o isolamento absoluto 
(fio dental ou tiras de polimento) 
 Remoção de tecido cariado 
6. Instrumentais 
 Lençol de borracha 
 Pinça perfuradora do lençol de borracha 
 Pinça porta-grampo 
 Arco de osby 
 Grampos (preferencialmente com asa)  testar qual se 
adapta melhor ao colo dentário, sem exercer pressão 
exacerbada. 
200 - 205 Molares 
206 -209 Pré-molares 
210 e 211 Caninos e incisivos 
2012, 2012l e 2012R Retração de tecido gengival 
W8A e 26 Coroas curtas e expulsivas 
14 e 14A Molares (coroa comprometida) 
 
7. Técnicas de posicionamento 
 Posicionar grampo + lençol + arco ao mesmo tempo 
 Posicionar primeiro o grampo e depois lençol + arco 
Isolamento será feito depois de realizada a forma de 
contorno ou até mesmo ao atingir a câmara coronária, já 
que a polpa tem condições de defender-se. 
Perfurar no quadrante que será 
trabalhado, sempre próximo a região 
central do lençol. 
Natália B. Abrahão 
 Posicionar primeiro lençol+arco e depois o grampo (usado em dentes isolados 
no arco) 
 
Top dam: Resina fotopolimerizavel utilizada como barreira gengival, podendo ser utilizada 
para ajudar no vedamento do isolamento absoluto. Pode ser colocado também super-
bonder com o auxílio de um micro-brush, a área deve estar seca e após a aplicação é 
preciso dar mais um jato de ar para evaporar o solvente. O excesso de cola pode ser 
retirado com pinça clínica. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Retratamento endodôntico 
1. Fases clínicas da endodontia 
 Diagnóstico 
 Preparo do dente 
 Prognóstico: proservação periódica é necessária para definir sucesso ou 
insucesso do caso e se há necessidade de reintervir. 
 Mínimo 6 meses: radiograficamente é possível avaliar se uma lesão 
periapical está começando a regredir; 
 Máximo 4 anos: radiograficamente lesões periapicais devem ter 
regredido por completo. 
2. Critérios de sucesso no tratamento endodôntico 
2.1. Clinicamente: 
 Paciente não deve relatar nenhuma sensibilidade dolorosa no dente tratado 
 Paciente não deve estar com presença de edema na região do dente tratado 
 Se houver presença de fistula antes do tratamento, ela deve regredir após o 
dente ter sido tratado; 
 Não deve haver perda de função 
 Não podem existir evidências de destruição tecidual 
2.2. Radiograficamente: 
 Ausência ou reparo de lesão periapical 
 Uniformidade do espaço do ligamento periodontal 
 Lâmina dura apresenta-se de forma continua 
 Ausência de reabsorção apical 
 
 
 
 
Dentes tratados que ficaram 
abertos por mais de 3 meses 
podem ter indicação de 
retratamento, é necessário avaliar 
radiograficamente e clinicamente 
o caso. 
Bactérias presentes na necrose: gram + e – e anaeróbias estritas 
Bactérias presentes no retratamento: gram +, principalmente Enterococcus 
faecalis (biofilme difícil de desintegrar) 
Natália B. Abrahão 
3. Causas de insucesso no tratamento endodôntico 
 Erro de diagnóstico 
 Erros na abertura coronária 
 Erros no PQM 
 Erros no selamento tanto entre sessões como no final do tratamento 
4. Critérios para retratamento 
 Tempo de tratamento 
 6 meses – 4 anos 
 Qualidade do tratamento 
 Comprimento adequado 
 Massa obturadora homogênea 
 Sintomatologia dolorosa atual e pregressa 
 Plano de tratamento 
 Restauração direta  permite acompanhamento 
 Núcleo e coroa  é mais vantajoso garantir que o tratamento esteja 
adequado  retratar 
 Critérios filosóficos: 
 Onde foi feito o tratamento 
 Limitações do profissional e do paciente 
5. Técnica de retratamento 
 Remoção da guta-percha  removido com solventes e instrumentos 
manuais ou rotatórios 
 Remoção do cimento  removido 
gradualmente ao longo do PQM 
5.1. Solventes: 
Clorofórmio e Xilol: não são utilizados 
atualmente por seu potencial cancerígeno, 
sendo muito agressivo aos tecidos periapicais. 
Eucaliptol (óleo de eucalipto) 
Citrol (óleo de casca de laranja): único que ajuda a dissolver cimento de óxido dezinco 
e eugenol (quando o 
É muito importante discutir o caso com o 
paciente, deixando-o ciente sobre os problemas 
do tratamento endodôntico anterior (fraturas de 
instrumento, perfurações, extravasamento, etc). 
Em casos de canais obturados apenas com cimentos 
endodônticos, utiliza-se instrumentos cortantes 
(trépanos), confeccionados com discos de 
carborundum. Para evitar desvios, é importante 
radiografar a cada 1 ou 2mm de avanço. 
Ao atingir o terço apical, o ideal é que a desobturação seja feita apenas com 
instrumentos, devido ao alto poder irritante dos solventes aos tecidos 
periapicais. 
Natália B. Abrahão 
canal é obturado apenas com cimento) 
5.2. Protocolo técnico: 
a) Isolamento 
b) Abertura coronária 
c) Irrigação com hipoclorito de sódio 
d) Pingar solvente na câmara pulpar com o auxílio de uma seringa ou pinça, 
deixando o produto em contato com o material obturador. 
e) Trabalhar com instrumento tipo-K nº 20 ou 25, fazendo movimento de 
cateterismo 
f) Limpar o instrumento com gaze 
g) Irrigar e aspirar com hipoclorito 
h) Pingar solvente novamente... 
i) Remover o material até atingir o CTP (CAD-3mm) 
j) Odontometria (CRD-1mm + limpeza do canal cementário no comprimento 
0mm) 
k) Fazer a limpeza do canal cementário no CRD 
l) Confeccionar o batente apical no CT (CRD-1mm) 
m) Seguir com a técnica normal de PQM 
O terço cervical e início do terço médio 
pode ser desobturado com a broca 
LAAXXESS. 
Para dilatar o canal com movimentos de 
limagem pode ser utilizadas limas tipo 
Hedstroem. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Cariologia 
Remoção de tecido cariado 
1. Conceito de cárie dental 
 Doença complexa causada por um desequilíbrio do balanço entre o tecido 
mineral do dente e o biofilme dental. 
2. Indicação restauradora 
 Impossibilidade de controle de biofilme naquela cavidade; 
 Queixa estética; 
 Função comprometida; 
 Suscetibilidade a fratura; 
 Comprometimento do complexo dentino-pulpar. 
3. Instrumentais necessários 
 Trio 
 Carpule 
 Anestésico 
 Rolete de algodão 
 Sugador 
 Lençol de borracha 
 Grampos 
 Pinça Palmer 
 Perfurador de dique 
 Arco de Young 
 Fio dental 
 Tesoura 
 Ponta diamantada esférica – 1012, 1014 e 1016 
 Caneta de alta rotação 
 Brocas de baixa rotação – 2, 4 e 6 
 Caneta de baixa rotação 
 Escavadores de dentina – 11 ½, 18 e 19 
 Matriz metálica/poliéster 
 Cunhas e outros materiais de adaptação proximal 
Natália B. Abrahão 
 Material para ajuste oclusal, acabamento e polimento 
 Material restaurador definitivo/provisório 
 Material de forramento (Cimento de hidróxido de cálcio, espátula para inserção 
de material forrador) 
 Material para CIV – espátula, placa de vidro, seringa centrix, fotopolimerizador 
e espátula calcadora 
 Material para resina – sistema adesivo, microbrush, espátulas de resina, 
pincéis e fotopolimerizador. 
4. Selamento 
4.1. Indicação: 
 Lesões cavitadas em esmalte ou não cavitadas em esmalte, prioriza-se este 
tratamento quando o paciente tem dificuldade de controlar a doença. 
5. Remoção total 
 Remoção total do tecido cariado nas paredes circundantes e nas paredes de 
fundo. 
5.1. Indicação: 
 Protocolo padrão, realizado em lesões rasas ou de média profundidade em 
adultos. 
5.2. Critério: 
 Toda a dentina amolecida será removida, até alcançar consistência 
coriácea. 
 
6. Remoção seletiva de tecido cariado 
 Remoção total de tecido cariado nas paredes circundantes, deixando uma fina 
camada de dentina contaminada na parede de fundo. 
6.1. Indicação: 
Realizada em lesões profundas 
 
É inevitável a presença de microrganismo no interior da cavidade, 
mesmo sendo realizada a remoção total de tecido cariado. 
Natália B. Abrahão 
6.2. Critérios: 
 Lesão profunda sem histórico de dor espontânea, apenas dor provocada; 
 Teste de sensibilidade pulpar ao frio positivo; 
 Teste de percussão vertical negativo; 
 Exame radiográfico sem envolvimento pulpar ou lesão periapical; 
 Ausência de dor forte constante (“dor de tirar o sono”) 
7. Tratamento expectante 
É realizada remoção total do tecido cariado nas paredes circundantes e 
remoção seletiva nas paredes de fundo, sendo a cavidade selada com material 
provisório. Após 45-60 dias, a cavidade é reaberta para conferir a inativação e só 
então será feita a restauração definitiva. Se ao reabrir a cavidade ainda exista tecido 
cariado, este será removido antes da realização da restauração definitiva. 
7.1. Objetivo do tratamento: 
Proporcionar um menor risco de exposição pulpar, promovendo condições para 
que durante o selamento existisse condições de uma resposta fisiológica do complexo 
dentino-pulpar, depositando uma parede de dentina terciária para agir como uma 
barreira protetora da polpa. 
 
 
7.2. Desvantagens: 
 Remoção total em duas sessões 
 Aumento de custos 
 Alta taxa de insucesso, devido ao abandono do tratamento, podendo gerar 
infiltrações na restauração provisória 
 Maior tempo de desconforto para o paciente 
 Maior probabilidade de exposição pulpar 
 Maior desgaste de tecido dentário 
 Risco de fratura e perda da restauração provisória 
 
 
Não é necessário reabrir a cavidade, pois nunca será possível remover 
todos os microrganismos ali presentes. O método utilizado na remoção 
seletiva, já os torna inviáveis para progredir a lesão. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Dentística 
Proteção do complexo dentino-pulpar 
1. Dentina 
 Tecido de origem conjuntiva 
 Composto por hidroxiapatita, colágeno e água 
 Tecido resiliente e permeável 
 Quanto mais próxima da polpa, maior a porosidade do tecido e maior o 
diâmetro desses túbulos 
2. Polpa 
 Tecido conjuntivo especializado 
 Circundado por paredes inelásticas 
 Função sensitiva e de produção de dentina 
 Responsável pela vitalidade do dente 
3. Fatores inerentes ao tratamento dental que podem afetar a polpa 
 Fatores bacterianos 
 Cárie dental: toxinas irão se difundir pelos túbulos dentinários 
provocando uma desmineralização e uma agressão ao tecido pulpar 
 Fenômenos físicos 
 Traumas 
 Preparo cavitário 
 Calor (preparo cavitário e bebidas quentes) 
 Alguns aparelhos fotopolimerizadores 
 Erosão dental 
 Atrição 
 Abrasão 
 Fenômenos químicos 
 Materiais dentários 
 Fenômenos fisiológicos 
 Redução do tecido pulpar 
 Fibrose 
 Calcificação 
Natália B. Abrahão 
4. Cárie dental 
 Quando ocorre o desenvolvimento de uma lesão de cárie, os túbulos 
dentinários subjacentes obliteram-se na tentativa de vedar a passagem de ácidos e 
toxinas em direção à polpa, sendo chamada de dentina reparadora. Além disso, logo 
abaixo da lesão, ocorre uma migração da polpa como forma de proteção contra essa 
agressão, sendo depositada dentina secundária no local. 
5. Preparo cavitário 
 Água deve ter pressão e quantidade suficiente para entrar na área de 
turbulência (ponta ativa) 
 Brocas carbide são menos agressivas ao tecido pulpar 
 Mão leve e com movimentos intermitentes para que seja induzido menos calor 
e para que a água consiga refrigerar tanto o rotatório, quanto o tecido. 
 Adequar o tamanho do rotatório ao tamanho da cavidade que se está 
trabalhando, visando aumentar a eficiência de trabalho. 
6. Materiais restauradores 
6.1. Metálicos: 
 Ligas metálicas de amálgama 
 Passíveis de infiltração 
 Problema de condutibilidade térmica (transmitem estímulos térmicos de 
maneira mais abrupta para a polpa do que um material resinoso) 
6.2. Resinosos: 
 Possuem radicais livres não polimerizados dos adesivos que em cavidades 
profundas pode causar algum tipo de repercussão pulpar 
 Passíveis de degradação 
 Podem sofrer microinfiltração marginal 
6.3. Características ideais de um material restaurador: 
 Ser bactericida ou bacteriostático 
 Ter propriedade de isolamento térmico e elétrico 
 Bom vedamento/selamento,impedindo a entrada de bactérias e íons 
 Boa resistência mecânica (suportar as forças compressivas mastigatórias) 
 Ser biocompatível com o tecido dentário 
Natália B. Abrahão 
 Ser compatível com outros materiais restauradores 
7. Classificação dos materiais restauradores 
7.1. Material forrador: 
 Colocados em espessura muito fina sobre a estrutura dentária 
 Não tem propriedades de isolamento 
 Não produzem forma estrutural na cavidade  não é possível fazer 
restauração 
 Não tem propriedades mecânicas para suportar as forças mastigatórias 
7.2. Material de base: 
 Toleram espessuras maiores que 0,5mm 
 Podem isolar ou restaurar a cavidade 
 Suportam as forças compressivas 
8. Adesivos dentinários  Material de forramento 
 Utilizados para formar a camada híbrida e para promover o embricamento 
micromecânico entre o dente e a resina composta 
 Material intermediário aplicado sobre o dente 
 Promove um bom selamento de margem 
 Apresentam monômeros residuais, como o EMA, que tem capacidade de 
difusão pelos túbulos dentinários, podendo provocar dano pulpar 
9. Cimento de ionômero de vidro  Material de base (existem CIV para forramento) 
 Apresentam união química com o dente 
 São biocompatíveis 
 Apresentam coeficiente de expansão térmica similar ao da dentina 
10. Cimento de óxido de zinco e eugenol (IRM)  Material de base 
 Material sedativo e bactericida devido à presença do eugenol 
 Promove vedamento nos primeiros dias 
 A presença de radicais fenol, advindos do eugenol, compromete a 
polimerização das resinas compostas 
 
Natália B. Abrahão 
11. Cimento de hidróxido de cálcio  Material de forramento 
 Estimulam a formação de dentina 
 Características alcalinas 
 Bacteriostáticos 
 Sua versão em pó tem características hemostáticas e é muito solúvel 
12. MTA (Agregado Trióxido Mineral)  Material de forramento 
 Biocompatível 
 Induz a formação de tecido mineralizado 
 pH alcalino 
 Boa resposta tecidual 
 Características biológicas muito próximas do cimento de hidróxido de cálcio, 
mas por questão de disponibilidade e custo é menos utilizado. 
13. Exposição pulpar 
13.1. Causas: 
 Cárie dental 
 No momento da remoção do tecido pulpar 
 Durante manobra de preparo cavitário 
 Fratura ou trauma 
13.2. Objetivos do tratamento conservador: 
 Manter a sensibilidade do dente 
 Manter os sistemas de defesa 
 Permitir o desenvolvimento radicular em casos de rizogênese incompleta 
 Permitir cicatrização tecidual 
 Tratamento de menor custo 
 Possibilidade de reversibilidade (caso o tratamento conservador não seja 
eficiente, ainda pode-se fazer a endodontia). 
13.3. Indicação para tratamento conservador: 
 Teste de sensibilidade ao frio com resposta de dor de curta duração  polpa 
normal 
 Teste de sensibilidade ao frio com resposta de dor prolongada  pulpite 
reversível 
O objetivo nesse caso é tentar evitar o tratamento endodôntico. 
Natália B. Abrahão 
 É preciso avaliar radiograficamente a relação entre a lesão e a polpa, além de 
avaliar a condição do periápice 
 Avaliar a cor do sangramento no momento da exposição, deve ser um 
vermelho vivo 
 Avaliar a consistência da polpa, deve ser resistente ao corte e o remanescente 
deve ter coloração rósea ou avermelhada 
 Avaliar o grau de destruição da coroa dentária 
14. Protocolo clínico 
14.1. Proteção pulpar indireta 
 Realizada quando não há exposição pulpar 
 Material é aplicado sobre a dentina 
 Bloqueia estímulos elétricos, térmicos e químicos 
 Permite a manutenção de um ambiente cavitário apropriado 
 Exerce ação terapêutica sobre o complexo dentino-pulpar, principalmente com 
a utilização de cimento de hidróxido de cálcio e CIV 
 Reduz ou evita completamente a infiltração e o crescimento bacteriano 
 Apresenta boa relação com as restaurações 
 Permite a dissipação de forças de condensação durante a inserção de 
materiais compactáveis como o amálgama 
 Bloqueia a penetração de agentes irritantes 
 Freia o circuito metabólico de bactérias remanescentes no assoalho da câmara 
pulpar 
 Dependendo do material pode remineralizar a dentina afetada e 
hipermineralizar a dentina sadia 
 Estimula a formação de dentina terciária 
Cavidades rasas ou médias: sistema adesivo + resina ou amálgama 
Cavidades profundas: CIV + resina/amálgama 
Cavidades muito profundas (menos de 0,5mm até a polpa): Cimento de hidróxido de 
cálcio + CIV + resina/amálgama 
14.2. Proteção pulpar direta 
 Realizada quando há exposição pulpar 
 Material é aplicado sobre a polpa 
Natália B. Abrahão 
 Objetiva manter a vitalidade pulpar, induzir a formação de dentina 
(ponte dentinária) e proteger a polpa de novas agressões, promovendo 
um bom selamento. 
 
a) Anestesia 
b) Isolamento absoluto 
c) Limpeza da cavidade com soro fisiológico 
d) Remoção da dentina cariada 
e) Confecção do preparo cirúrgico da área pulpar 
 Estancar o sangramento com bolinhas de algodão estéril 
 Curetar levemente com colher de dentina para remover o tecido mais 
amolecido que fica na região de exposição 
 Lavagem da área com soro fisiológico ou água dycal (água destilada + 
pó de hidróxido de cálcio) 
 Secagem das paredes da cavidade 
f) Aplicação de bolinha de algodão estéril com corticosteroide por 5min sobre a 
polpa exposta 
g) Capturar o pó de hidróxido de cálcio com porta-amálgama e aplicar sobre a 
polpa exposta 
h) Compactar o pó com uma bolinha de algodão 
estéril 
i) Aplicação de uma fina camada de cimento de 
hidróxido de cálcio para vedar o pó 
j) Inserção de base de CIV, podendo a cavidade 
ser restaurada com o CIV ou com resina 
composta 
14.3. Curetagem pulpar 
 Remoção da polpa superficial com colher de dentina 
15. Recomendações pós-procedimento 
 Evitar mastigar sobre o local e evitar alimentos quentes nos primeiros dia 
 Pode ser usado analgésico após a consulta 
 Explicar ao paciente que em caso de dor é necessário que retorne para 
avaliação (normalmente após 3 dias) 
O pó forma uma zona de necrose de 
coagulação rápida, abaixo dessa zona 
existe uma zona de intenso metabolismo, 
seguida por uma zona intensa em fibrinas 
e uma zona de reparação rica em 
fibroblastos e fibras reticulares, 
responsáveis pela formação de dentina 
reparadora. 
A proservação clínica e 
radiográfica determinará o 
sucesso do procedimento. 
Natália B. Abrahão 
 Depois de 15 dias e depois de 30 dias, devem ser feitas novas consultas com 
avaliação radiográfica e avaliação de vitalidade pulpar. 
 Não pode haver dor espontânea ou dor de alta intensidade ao ingerir alimentos 
quentes ou frios; Deve apresentar resposta normal ao teste de vitalidade 
pulpar; Procurar observar a formação de ponte de dentina logo abaixo da 
restauração no exame radiográfico. 
 Re-examinar o paciente 3, 6, 9, 12 e 18 meses depois. 
16. Condições favoráveis 
 Paciente com boas condições físicas 
 Paciente jovem 
 Executar a técnica corretamente 
 Realizar bom isolamento absoluto, evitando contaminação por microrganismos 
ou metabólitos 
 Efetuar boa desinfecção e boa inserção do material 
 Menor grau de inflamação pulpar 
 Evitar microinfiltração 
17. Contra-indicações  Necessidade de endodontia! 
 Ausência de sintomatologia (quadro de necrose pulpar) 
 Presença de lesão periapical 
 Ausência de sangramento na área de exposição ou sangramento com 
coloração amarelada ou cianótica 
 Consistência pastosa ou liquefeita da polpa 
 Necessidade de retenção intrarradicular 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Estomatologia 
Exames complementares e Sinais vitais 
1. Testes laboratoriais 
1.1. Hemograma: 
Avaliação qualitativa e quantitativa dos elementos celulares presentes no 
sangue. É o exame mais requerido, sendo um coadjuvante indispensável no 
diagnóstico das doenças infecciosas. 
 Verificar se o paciente tem exames anteriores; 
 Anexar cópiado exame ao prontuário; 
 Contatar o médico clínico em caso de dúvidas. 
Eritograma: 
É a primeira etapa de análise do exame, nela são 
analisados os valores dos glóbulos vermelhos (contagem de 
eritrócitos). Os resultados podem variar de uma semana para 
outra. 
 Anemia: ↓ hemoglobina 
 População negra: ↓5 
 Habitante de locais de alta altitude: ↑ 0,2 a 0,3 
 Androgênio aumenta a contagem de eritrócitos, por isso a 
castração masculina pode causar anemia 
 Pós-menopausa: níveis maiores do que o dos homens 
 Após os 65 anos ocorre uma queda progressiva na contagem de hemácias 
 Anisocitose (RDW): presença concomitante de macro e microcélulas 
 Anesocromia: populações hipocrômicas e normocrômicas (tratamento anemia 
– ferro) 
 Pencilocitose: formas normais de eritrócitos 
 Não realizar procedimentos como RASUB em pacientes com baixas taxas de 
eritrócitos! 
 
Hemácias; 
Hemoglobina; 
Hematócrito; 
VCM (tamanho); 
HCM (peso); 
HCMC (conc. de hemoglobina na 
hemácia); 
RDW (diferença de tamanho) 
Natália B. Abrahão 
Leucograma: 
Identificação, contagem e avaliação de leucócitos. 
 Leucocitose (infecção) > 9000 
 Leucopenia (infecção viral ou reações tóxicas)superfície, principalmente em 
áreas ou bolsas mais estreitas ou profundas. 
 Lima Dunlop (maior diâmetro da porção ativa) 
 Lima Hirschfeld (menor diâmetro da ponta ativa) 
1.2. Curetas da série Gracey: 
 ½ ou ¾ para dentes anteriores 
 11/12 para faces mesiais de dentes posteriores 
 13/14 para faces distais de dentes posteriores 
1.3. Curetas de Padua Lima: 
 São curetas universais, pois possuem dois lados cortantes. São mais utilizadas 
em momentos de cirurgia, quando há um afastamento do retalho, ou especialmente 
para áreas de furca. 
1.4. Pedras de afiação e lima de afiação 
1.5. Ultrassom específico para RASUB 
2. Cicatrização periodontal 
 A cicatrização de tecidos periodontais exibe algumas peculiaridades, pois 
representa um sistema único no corpo humano, em que há tecido conjuntivo 
mineralizado e não-mineralizado, ligamento periodontal, cemento, epitélio juncional e 
epitélio sulcular. 
 
 
Natália B. Abrahão 
2.1. Primeira fase – Hemostasia/ Formação do coágulo: 
 Ocorre vasoconstrição para tentar acabar com o sangramento, 
evitando hemorragias. Esse processo acontece devido à liberação de 
tromboxano e prostaglandinas, para que haja uma diminuição do volume dos 
vasos e formação de uma rede de fibrina. Clinicamente é possível observar a 
formação de um coágulo segundos após o traumatismo dos tecidos. 
Funções do coágulo: 
 Interromper o sangramento 
 Proteger a ferida contra agentes agressores externos 
 Funciona como uma matriz provisória para a migração de outras células 
 Envio de primeiros sinais para que aconteça os próximos passos da 
cicatrização 
Fatores que dificultam a formação do coágulo: 
 Medicamentos anticoagulantes, ex: Heparina, Varfarina e Xarelto  risco de 
hemorragia 
 Medicamentos antiagregantes plaquetário, ex: AAS  tempo de coagulação 
pode duplicar 
 Doenças de ordem sistêmica como diabetes, púrpura, hemofilia e dengue 
2.2. Segunda fase – Inflamação: 
 Ocorre vasodilatação, devido à liberação de histaminas, prostaglandinas, 
serotoninas, citocinas pró-inflamatórias e fatores de crescimento. Esse processo 
ocorre para atrair as células de defesa, os granulócitos (neutrófilos e monócitos), 
visando a “limpeza” e organização da região. Clinicamente, o paciente apresentará 
dor, calor, rubor e edema. Esta etapa da cicatrização inicia algumas horas após a 
lesão do tecido, durante até 6 dias. 
 Neutrófilos: 
 Aparecem na ferida logo após a lesão com a finalidade de fazer a 
limpeza do local (eliminação de detritos, sujeiras ou bactérias) 
 
 Macrófagos: 
 Muito presentes no momento de pico da inflamação (depois de 48h) 
 Função de limpeza da ferida e produção de uma grande variedade de 
fatores de crescimento e de citocinas pró-inflamatórias 
Natália B. Abrahão 
 Fornecem sinalização para a chegada de fibroblastos (formação de 
tecido conjuntivo) e queratinócitos (formação de tecido epitelial) 
 
 
2.3. Terceira fase – Proliferação: 
 Devido à baixa tensão de oxigênio e a grande quantidade de lactato no interior 
dos tecidos, ocorre o estimulo para a produção de fatores angiogênicos ou produção 
de vasos sanguíneos. As metaloproteinases da matriz degradam a matriz extracelular 
para permitir a formação de novos tecidos, principalmente os tecidos conjuntivos, 
estimulando assim a formação de tecido epitelial, novos capilares, migração de 
fibroblastos, formação de colágeno e tecido de granulação. Como resultado desse 
processo ocorre a reepitelização da ferida e início da contração do tecido, tendo 
duração de 4 até 14 dias. 
 Proliferação de fibroblastos sob a ação de citocinas que dão origem ao 
processo denominado fibroplasia 
 
 Proliferação de células endoteliais, com formação rica de vascularização, e 
infiltração intensa de macrófagos formando tecido de granulação no local. 
 
 A maturação desse tecido de granulação implicará em regeneração ou reparo 
dos tecidos periodontais, o que determina é a disponibilidade de alguns 
elementos celulares, assim como a disponibilidade ou presença de sinais 
adequados. 
2.4. Quarta fase – Maturação: 
 Última fase do processo de cicatrização, iniciando depois de 8 dias e durando 
alguns meses ou até anos. A densidade celular e vascularização da ferida diminuem 
bastante, enquanto ocorre a maturação de fibras colágenas e a remodelação do tecido 
cicatricial formado na fase anterior. O alinhamento de fibras é reorganizado, tendo 
como finalidade aumentar a resistência do tecido, diminuindo a espessura da cicatriz e 
a deformidade. Durante esse período a cicatriz vai progressivamente alterando a sua 
tonalidade. 
 
Inflamação por período prolongado pode causar repercussão 
destrutiva nos tecidos adjacentes, como acontece na 
periodontite. 
Natália B. Abrahão 
3. Reparo x Regeneração 
Reparo: Acontece quando existe a restauração do tecido conjuntivo não especializado, 
tendo recuperação da função, podendo não ser a mesma do tecido original. 
Regeneração: Ocorre a completa restauração dos tecidos periodontais e de suas 
funções originais. 
 
 
4. Gengivite 
a) Sangramento e preenchimento do coágulo 
b) Epitelização do epitélio do sulco e epitélio juncional (7-10 dias)  cura 
5. Periodontite 
 A cicatrização da terapia não cirúrgica ocorre em torno de 3 meses, porém 
depois de 1 mês o epitélio já está reestabelecido, podendo ser sondado. 
6. Fatores que influenciam na cicatrização 
 Controle do biofilme 
 Fumo 
 Altera funções de neutrófilos, linfócitos T e interleucinas (mediadores 
químicos inflamatórios), prejudicando os processos de proliferação e 
remodelação do tecido. 
 Obesidade 
 Estudos apontam que a microbiota é diferente em pacientes obesos 
 Produção de citocinas pró-inflamatórias pelo tecido adiposo bastante 
acentuada 
 Alteração de neutrófilos prejudicada 
 Diabetes 
 Hiperatividade inflamatória 
 Aumento de estresse oxidativo no interior dos tecidos 
 Produção de neutrófilos prejudicada 
 
A única maneira de verificar se houve reparo ou regeneração é realizando 
exame histológico do tecido, o que se torna ilógico. Na maior parte dos casos, 
acontece reparo dos tecidos, com a formação de um epitélio juncional longo 
sobre a superfície do dente depois de 30 dias. 
A principio, o epitélio juncional longo formado durante o reparo em contraste com as fibras 
periodontais interpostas ao dente tem as mesmas características de proteção que os tecidos 
originais. Portanto, esse sítio não tem maior suscetibilidade de desenvolver doença novamente. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Contenção dentária 
1. Tipos de contenção 
 Rígida – contenção não permite mobilidade dentária 
 Semi-rígida – contenção permite que os dentes contidos tenham 
certo movimento 
2. Definição 
Dispositivo rígido ou flexível utilizado para imobilizar ou proteger dentes que 
tenham sido fraturados, reimplantados ou que tenham perdido o suporte periodontal; 
Procedimento utilizado para estabilização temporária. 
3. Indicação 
 Mobilidade: 
 Que impede função e conforto 
 Que impede higienização 
 Que impede raspagem 
 Colocação de dente faltante 
 Estabilizar fraturas 
 Pós-ortodontia 
 Traumatismos alvéolo-dentários como convulsão 
4. Causas da mobilidade 
 Periodontite 
 Trauma oclusal 
 Lesões periapicais 
5. Requisitos básicos 
 Mínimo trauma possível durante a confecção 
 Dentes devem ser estabilizados em uma posição normal 
 Não podem predispor a cárie 
 Não devem interferir na oclusão do paciente 
 Preferencialmente devem satisfazer estética 
Natália B. Abrahão 
 Devem ser de fácil remoção 
 Possibilitar o adequado controle de placa pelo paciente 
 Não ser prejudicial aos tecidos adjacentes 
6. Classificação 
 Contenção temporária 
 Extra-coronárias (não é feito desgaste de estrutura dentária) 
 Fio de aço + resina 
 Fio de nylon + resina 
 Resina 
 Resina composta + resinaacrílica 
 Fibra de vidro + resina composta 
 Braquet + fio de aço 
 Contenção definitiva 
 Intra-coronária (é feito desgaste de estrutura dentária) 
 Fibra de vidro + resina composta 
 Braquet + fio de aço 
7. Princípios gerais para confecção 
 Isolamento do campo operatório (preferencialmente absoluto) 
 Conhecer a manipulação dos materiais que serão utilizados 
 Planejar o número de dentes que serão envolvidos 
 Preservar preferencialmente o polígono de Roy 
7.1. Polígono de Roy: 
 Visa impedir a migração e movimentação dos dentes em decorrência da 
doença periodontal. Na confecção de 
uma contenção por motivos de doença 
periodontal, opta-se por incluir pelo 
menos dois segmentos do polígono, 
sendo o ideal incluir três segmentos. 
8. Protocolo clínico: 
a) RAP e profilaxia 
b) Polimentos dos dentes que receberão a contenção 
c) Isolamento absoluto 
Natália B. Abrahão 
d) Manipulação de fio (deve ser quadrangular principalmente em casos de 
inserção de dentes faltantes) 
e) Colagem da contenção 
9. Contenção dentária como prevenção de perda de inserção futura 
 Foi realizado um estudo com cães, em que se induziu doença periodontal em 
dentes com contenção e sem contenção. 
 Não houve diferença significativa na mobilidade dos dentes entre os com 
contenção e os sem contenção ao final do estudo. 
 Não houve diferença significativa na taxa de perda óssea alveolar dos dentes 
entre os com contenção e os sem contenção ao final do estudo. 
Portanto, a contenção dentária não previne nem retarda a perda de inserção 
futura, pelo menos em um estudo experimental. 
10. Contenção dentária e resposta de cicatrização 
Foi realizado um estudo com adultos que apresentavam periodontite crônica em 
um grau avançado. Os participantes foram divididos em três grupos: 
 RASUB 
 RASUB + contenção 
 Contenção + RASUB 
 
 Todos os grupos diminuíram o IPV e o ISG ao longo do tempo, sem diferença 
significativa entre os grupos. 
 Todos os grupos diminuíram a profundidade de sondagem e o sangramento a 
sondagem ao longo do tempo, sem diferença significativa entre os grupos. 
 O único grupo que teve a mobilidade diminuída ao longo do tempo foi o grupo 
que fez apenas RASUB. Talvez a remoção da contenção possa ter oferecido 
certo grau de mobilidade. 
Portanto, a contenção não resulta em melhores parâmetros clínicos do que o 
grupo controle. Ou seja, a contenção dentária não oferece melhor cicatrização. 
 
 
Se possível, é interessante moldar o paciente e 
manipular o fio com o modelo de gesso. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Dentística 
Estratificação de resina composta, acabamento e polimento 
1. Escolha da cor da resina composta 
1.1. Matiz: 
 Nome da cor 
 É representado pela letra da resina 
1.2. Croma: 
 Intensidade ou saturação da cor 
 É representado pela numeração da resina 
1.3. Valor: 
 Quantidade de branco presente em uma cor 
 Geralmente quanto ↑ o valor, ↓ a traslucidez e ↓croma 
2. Escolha do tipo de resina 
2.1. Resina de dentina: 
 Mais opaca 
 Usada em cavidades profundas ou com fundo escuro que precise ser 
mascarado 
 Normalmente é a escolha para dentes anteriores 
2.2. Resina de corpo: 
 Reproduz dentina 
 Mais translúcida do que a resina de dentina 
 Usada em dentinas intermediárias 
2.3. Resina de esmalte: 
 Reproduz esmalte 
 Mais translúcida 
 
A = marrom 
B = amarelo 
C = cinza 
D = rosa 
Natália B. Abrahão 
2.4. Resina de efeito: 
 Usada principalmente em restaurações classe IV 
 Reproduz situações mais específicas 
3. Protocolo para seleção de cor 
 Iluminação natural; Dente hidratado, não isolado. 
a) Observar a cervical do dente, definindo o matiz 
 Região com menor quantidade de esmalte 
b) Observar a variação da cervical para o terço médio, definindo o croma 
c) Observar o terço médio, avaliando o valor  importante para a última camada 
de esmalte 
d) Observar atentamente o terço incisal, definindo as características específicas 
dessa região 
e) Observar atentamente a vestibular, para avaliar a eventual presença de efeitos 
como estrias, trincas, hipocalcificações ou fluorose 
4. Protocolo de restauração classe III 
a) Diagnóstico 
b) Seleção de cor 
c) Anestesia 
 Anestesia nas papilas do dente que receberá o grampo 
 Anestesia troncular de dentes inferiores 
 Anestesia de fundo de sulco de dentes superiores 
d) Colocação de matriz e cunha para proteger o dente vizinho 
e) Preparo cavitário preferencialmente com acesso palatino 
 Pontas diamantadas 1012, 1014 ou 1016 em alta rotação em esmalte 
 Broca esférica 2, 4 ou 6 em baixa rotação 
f) Isolamento absoluto 
g) Reposicionar a matriz e a cunha 
h) Aplicação de sistema adesivo 
 Ácido em esmalte por 30s 
 Ácido em dentina por 15s 
 Lavar por 30s 
 Proteger a dentina com algodão e secar cuidadosamente 
 Aplicação do primer de forma vigorosa por 20s 
Natália B. Abrahão 
 Volatilização do primer 
 Aplicação do adesivo 
 Remover excesso de adesivo com microbrush seco 
 Fotopolimerizar 
h) Inserção de incrementos de resina composta 
i) Remoção do isolamento absoluto 
j) Ajuste oclusal  ponta diamantada 1190F 
k) Acabamento 
 Pontas diamantadas na palatina - 3118F 
 Pontas siliconadas na palatina 
 Tiras de lixa na proximal 
5. Protocolo de restauração classe II 
a) Diagnóstico 
b) Seleção de cor 
c) Verificação dos contatos oclusais 
 Observar os pontos de contato existentes, para que eles sejam 
preservados ao final do procedimento 
d) Anestesia 
e) Colocação de matriz e cunha para proteger o dente vizinho 
f) Preparo cavitário preferencialmente com acesso palatino 
 Pontas diamantadas 1012, 1014 ou 1016 em alta rotação em esmalte 
 Broca esférica 2, 4 ou 6 em baixa rotação 
g) Isolamento absoluto 
h) Reposicionar a matriz e a cunha 
i) Aplicação de sistema adesivo 
 Ácido em esmalte por 30s 
 Ácido em dentina por 15s 
 Lavar por 30s 
 Proteger a dentina com algodão e secar cuidadosamente 
 Aplicação do primer de forma vigorosa por 20s 
 Volatilização do primer 
 Aplicação do adesivo 
 Remover excesso de adesivo com microbrush seco 
 Fotopolimerizar 
l) Inserção de incrementos de resina composta 
 Primeira camada fina de esmalte na cervical 
Remoção de amalgama deve ser feita 
preferencialmente com a ponta 
diamantada 1045 ou então com alguma 
ponta esférica em alta rotação com 
refrigeração. 
Natália B. Abrahão 
 Segundo incremento na proximal, inserir o contact-pró e empurrar 
contra a matriz enquanto polimeriza a resina 
 Continuar a construção da crista 
 Incrementos na oclusal 
h) Remoção de matriz e cunha 
i) Testar as proximais com tira de lixa 
j) Remover excessos dos contatos oclusais com a ponta diamantada 1190F 
k) Acabamento 
 Pontas siliconadas 
l) Polimento com disco de feltro e pasta de polimento 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Prótese fixa 
Parafunção e Bruxismo 
1. Definição 
É um tipo de parafunção oclusal (sem finalidade funcional; não fisiológico), em 
que o indivíduo apresenta o hábito de ranger ou apertar os dentes. 
Atividade oral parafuncional, que pode incluir apertamento, travamento, ranger 
e também desgaste dos dentes, podendo apresentar os sintomas de forma isolada ou 
em associação, tanto durante o dia, quanto durante a noite. 
2. Classificação 
 Cêntrico  Apertamento  MIH 
 Excêntrico  Ranger/ Deslizamento 
 
 Diurno (semi-voluntário)  normalmente de apertamento  dor ao fim do dia 
 Noturno  normalmente de deslizamento ou associação  dor pela manhã 
 
 Primário  origem dentária (posição, ausência dentária, contatos prematuros) 
 Secundários  doenças neurológicas, psiquiátricas ou medicações 
(antidepressivos – movimentos involuntários) 
3. Diagnóstico 
O diagnóstico deve ser não apenas de bruxismo, mas também de hábitos 
parafuncionais como morder lábio ou bochecha, morder tampade canetas ou roer as 
unhas. 
 Exame clínico avaliando movimentações e desgastes 
 Relato do paciente ou de acompanhantes 
 Questionários 
 Polissonografia (monitoramento das atividades durante o sono) – mais usado 
em nível de pesquisa 
 Eletromiografia (monitoramento da atividade muscular) 
Natália B. Abrahão 
4. Fatores que influenciam no desenvolvimento de bruxismo 
 Hábitos parafuncionais 
 Hereditariedade 
 Características musculares 
 Oclusão (pontos de contato) 
5. Principais sinais e sintomas 
 Fraturas dentárias 
 Sensibilidade dentária ou sensação de dente “apertado” com certa mobilidade 
 Desgaste dentário 
 Perda ou fratura de restaurações 
 Lesões em tecidos moles (mordidas na língua ou bochechas) 
 Alterações na dimensão vertical de oclusão 
 Hipertrofia muscular (normalmente em masseter ou temporal) 
 Dores gerais faciais 
 Sensibilidade ou fadiga dos músculos mastigatórios 
 Dor de cabeça de diferentes tipos 
 Desordens da articulação temporomandibular 
 Redução e descoordenação de movimentos mandibulares 
6. Consequências dentárias 
 Presente de desgaste em um ou mais dentes 
 Redução da dimensão vertical (sensação de envelhecimento) 
 Aumento da erupção passiva 
 Redução dos pontos de contato pelo desgaste 
7. Consequências pulpares 
 Desgaste de dentina e formação de dentina secundária 
 Sensibilidade dentinária 
 Exposição pulpar 
 Necrose pulpar 
 Obliteração da câmara pulpar pela formação de dentina secundária 
 
 
 
Natália B. Abrahão 
8. Consequências para a ATM 
 Danos na cápsula do disco articular 
 Danos na superfície da articulação 
 Dor 
 Travamento 
 Estalos (deslocamento de disco com redução) e crepitações 
 Remodelamento do côndilo em casos mais graves, podendo levar a anquilose 
9. Fatores externos 
 Estresse 
 Ansiedade 
 Presença de hábitos parafuncionais 
 Interferências oclusais (contato prematuro, restauração mal-adaptada) 
 Alguns medicamentos 
 Estimulantes como cafeína 
 Hereditariedade – padrão funcional 
 Neuroquímicos – antidepressivos (provocam relaxamento muscular que pode 
causar movimentos involuntários) 
 Desordens psiquiátricas 
 Desordens do sono 
10. Tratamentos conservadores 
10.1. Placas inter-oclusais: 
 Placa miorelaxante 
 Confeccionada em acrílico termopolimerizável (mais resistente) 
 Tratamento reversível (permite reajustes e polimento) 
 Permite ajuste oclusal de tempos em tempos 
 Protege os dentes 
 Aumenta a dimensão vertical, reposicionando o disco articular para uma 
posição mais anterior, descomprimindo a articulação, promovendo relaxamento 
muscular e desprogramando a musculatura, diminuindo esses movimentos de 
apertamento/deslizamento. 
 
 
Natália B. Abrahão 
10.2. Outros tipos de tratamento: 
 Reabilitação dentária com tratamentos restauradores e protéticos em casos de 
grande comprometimento 
 Aconselhamento para tratamento médico (pneumologistas, endocrinologistas) 
 Mudanças de hábito (principalmente para o bruxismo diurno) 
 Encaminhamento para fisioterapia ou tratamento com fonoaudióloga 
 Medicação: relaxante muscular + anti-inflamatório 
 Cuidados psicológicos (principalmente com pacientes psicogênicos – dor 
psicológica) 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Inter-relação periodontia e odontologia restauradora 
1. Resposta do periodonto frente a margens restauradoras subgengivais 
Até algum tempo atrás, dentes cujas margens do preparo encontravam-se 
subgengival não apresentavam prognóstico melhor do que o duvidoso. Além disso, 
acreditava-se que esta margem subgengival poderia representar um risco de perda de 
inserção continuada. Portanto, neste tipo de situação os dentes eram submetidos a 
procedimentos de raspagem óssea para tornar o preparo supragengival ou então eram 
indicados a exodontia. 
Estudos: 
 A margem subgengival em um primeiro momento (15 dias) promove uma 
remodelação óssea e uma tentativa de reorganização do tecido epitelial e 
conjuntivo; 
 Depois de 30 dias, epitélio e conjuntivo estão mais bem organizado, 
diminuição do infiltrado inflamatório, aumento da remodelação óssea e início do 
arranjo das fibras supracrestais. 
 Depois de 90 dias ocorre a cicatrização completa (sem sinais de remodelação 
óssea) e inserção das fibras supracrestais. 
 
 
 
 
 
Portanto, a reabsorção óssea não é continuada, ela é interrompida em até 90 dias. 
Com isso, a margem subgengival resulta em uma resposta inflamatória inicial que 
causa perda de inserção inicial (perda óssea), entretanto ocorre substituição da perda 
óssea por inserção conjuntiva e migração apical do epitélio juncional. Logo, em um 
primeiro momento o ISG pode demonstrar uma piora clínica, entretanto é um sinal 
inflamatório para que ocorra a reabsorção óssea. 
Fibras supracrestais ou inserção conjuntiva: fibras de 
tecido conjuntivo que se estendem do tecido conjuntivo 
até o cemento radicular, tendo a função de formar o 
colo dental, provocando um vedamento. Em situação de 
doença periodontal, essas fibras são destruídas, 
provocando a mobilidade da bolsa periodontal à 
sondagem. 
Esse processo ocorre em pacientes com bom controle de placa, não 
suscetíveis à periodontite e onde a restauração foi bem realizada, 
apresentando bom acabamento. 
Natália B. Abrahão 
2. Espaço biológico do periodonto 
Estrutura que fornece proteção ao dente, estando 
presente no colo dental, antes da crista óssea (contem os 
vasos sanguíneos de maios calibre, bactérias que alcancem 
este local conseguem se disseminar mais facilmente para o 
restante do corpo). 
 Sulco gengival 
 Epitélio juncional 
Junção cemento esmalte 
 Inserção conjuntiva/ Ligamento supracrestal 
 Crista óssea 
Após estudos, estabeleceu-se como distância do espaço biológico igual a 2mm, 
sendo esta uma média da população. Entretanto, sabe-se que esta medida varia entre 
dentes, entre sítios, pela presença de restauração, situação de periodontite ou 
periodontite tratada (formação do epitélio juncional longo, devido a cicatrização 
tecidual) 
2.1. Método clínico para verificação de invasão do espaço biológico: 
Sondagem transperiodontal: 
a) Anestesia 
b) Remoção de cálculo ou placa (se houver) 
c) Inserção da sonda no periodonto do paciente até alcançar a crista óssea 
d) Medir a distância do término até a margem do preparo e comparar com a 
medida encontrada na sondagem transperiodontal 
Exemplo: 
 Distância da margem da gengiva até o término do preparo/restauração = 2mm 
 Distância da margem até a crista óssea = 3mm 
 O término está há 1mm de distância da crista óssea, portanto está 
invadindo o espaço biológico. 
Sondagem transcirurgica: 
Realizada quando um retalho é aberto na região por algum outro motivo  padrão 
ouro 
Natália B. Abrahão 
a) Anestesia 
b) Abertura do retalho 
c) Medir a distância da margem gengival até a crista óssea 
d) Medir a distância da margem gengival até o término do preparo/restauração 
e) Comparar os valores encontrados 
2.2. Método radiográfico para verificação de invasão do espaço biológico: 
É fundamental o uso de uma boa técnica, e por isso esta técnica não é a mais 
adequada. 
Interproximal: 
Permite melhor visualização da crista óssea 
Periapical: 
Permite uma avaliação do dente como um todo, sendo muitas vezes 
necessária para planejar procedimentos cirúrgicos posteriores. 
3. Resposta de diferentes materiais restauradores em cavidades subgengivais 
Estudo I – Amálgama x CIV: 
 Restaurações de amálgama com controle de placa causam uma menor 
resposta biológica quando comparada a situações sem controle de placa 
 Restaurações de cimento de ionômero de vidro causam resposta biológica 
semelhante com ou sem controle de placa 
Portanto em situações em que há controle do biofilme o ionômero comporta-se 
melhor, causando menos resposta inflamatória quando comparado ao amálgama, Apenas devem ser realizados quando houver justificativa clínica 
4.1. Exame radiográfico: 
 Detecta problemas nos tecidos mineralizados 
 É indicado em pacientes com atividade de cárie 
4.2. Teste de sensibilidade pulpar 
 Útil em suspeitas de envolvimento endodôntico-periodontal combinado 
 A vitalidade da polpa é verificada apenas com exame histopatológico 
 Só será recomendado se existirem suspeitas/alterações 
4.3. Exames microbiológicos 
 Fornecem poucas informações em relação a doenças periodontais 
 Não recomendado para a periodontia 
 
 
 
 
 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Classificação de doenças e condições do periodonto 
1. Saúde periodontal 
1.1. Definição: 
 Ausência de sangramento gengival durante o exame de ISG e de profundidade de 
sondagem. 
1.2. Gengiva clinicamente saudável: 
 Área adjacente ao dente sem sangramento. Mesmo sem sangramento, ao realizar 
uma biópsia, o exame histopatológico mostrará presença de processo inflamatório 
(que pode ser causada até mesmo por microtraumas da escovação), por isso a 
importância da palavra “clinicamente”. 
1.3. Gengiva: 
 Tecido que protege um dente natural. 
2. Gengivite 
2.1. Definição: 
 Manifestações inflamatórias na gengiva restritas à área marginal, com presença 
de sangramento e ausência de perda de inserção concomitante. 
2.2. Gengivite Ulcerativa Necrosante Agudas (GUNA): 
 Processos necróticos que acontecem na gengiva desencadeados pela presença 
de placa, mas que estão frequentemente vinculados a uma forte queda no sistema 
imunológico. 
2.3. Aumento de volume gengival: 
 Causados por medicamentos como: 
 Nifedipina (Adalat) - indicado na hipertensão arterial sistêmica e 
pulmonar, angina de peito estável e na prevenção de parto prematuro; 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertens%C3%A3o_arterial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Angina_de_peito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto
Natália B. Abrahão 
 Fenitoína (Hidantal) – usado no tratamento e prevenção de convulsões 
principalmente em crianças; 
 
 Ciclosporina – droga imunossupressora usada por pacientes transplantados. 
3. Periodontite 
3.1. Definição: 
 Presença de sangramento à sondagem (SS) do fundo da bolsa periodontal e 
presença de perda de inserção, independente da medida dessa perde. 
3.2. Periodontite crônica: 
 São mais prevalentes em adultos, embora possam ocorrer em crianças e 
adolescentes. São bastante vinculadas a presença de fatores locais, como placa e 
cálculo, e tem um componente comportamental bastante forte. Apresentam uma 
velocidade de progressão lenta, podendo ser generalizadas ou localizadas. 
3.3. Periodontite agressiva: 
 São caracterizadas por uma taxa de progressão muito maior do que as 
periodontites crônicas. Frequentemente há agregação familiar, justamente pelo fato de 
que a suscetibilidade à periodontite agressiva pode ser transmitida. São normalmente 
localizadas. 
 
 No contexto do diagnóstico, não se pode esquecer de todos os fatores que 
hoje reconhecidamente podem alterar o curso das doenças periodontais destrutivas, 
dentre os quais os mais significativos são o hábito do fumo e o diabetes. A esses, 
adicionam-se a obesidade, estresse, fatores genéticos, alcoolismo, menopausa, 
dentre outros. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Cariologia 
Diagnóstico da doença Cárie 
1. Índice CPOD 
C = dentes cariados não-tratados (lesões cavitadas ativas e inativas) 
P = dentes perdidos ou com extração indicada por cárie 
O = dentes com restaurações decorrentes do tratamento das cavidades cariosas 
 
2. Índice CPOD modificado 
C = dentes cariados não-tratados (lesões cavitadas ativas e inativas e lesões não-
cavitadas ativas) 
P = dentes perdidos ou com extração indicada por cárie 
O = dentes com restaurações decorrentes do tratamento das cavidades cariosas 
 
 
3. Declínio da doença cárie 
3.1. Flúor: 
 É visto como o principal responsável por esse declínio, devido a grande 
diminuição nos índices de cárie que ocorreram juntamente a regulamentação da 
presença de flúor nos dentifrícios. 
3.2. Outros fatores: 
 Mudança no diagnóstico de cárie 
 Mudança nos hábitos alimentares 
 Maior acesso á odontologia 
 
 
As lesões não cavitadas inativas serão registradas no prontuário, mas não entram 
no índice CPOD por não exigirem tratamento, portanto, não tendo significado 
clínico, visto que indica que a doença está controlada. 
Natália B. Abrahão 
4. Definição de doença cárie 
 Doença complexa causada pelo desequilíbrio fisiológico entre o biofilme 
mineral e o dente. 
4.1. Fator etiológico primário: 
Biofilme cariogênico 
4.2. Componente multifatorial: 
 Saliva: 
o Capacidade tampão: 
neutraliza o pH ácido 
o Presença de anticorpos e 
antimicrobianos que ajudam 
no controle da microbiota oral 
o Fluxo salivar: lubrificação e lavagem 
 Dieta: 
 Carboidratos fermentáveis quando metabolizados provocam uma queda 
de pH no biofilme 
 A consistência e a frequência da alimentação modifica bioquimicamente 
o biofilme 
 
 
 Espécies microbianas 
 Disponibilidade de flúor 
 Fatores moduladores: escolaridade, renda, conhecimento, acesso á saúde... 
5. Dados para diagnóstico 
5.1. Entrevista dialogada: 
 Idade – a tendência é que o CPOD aumente com a idade, sendo importante 
comparar o valor do paciente com as média da população de mesma idade. 
 Endereço – verificar acesso à flúor na água 
 Profissão – plantões noturno (alto consumo de café com açúcar), doceiros, etc. 
 Água – poço artesiano, água de abastecimento, etc. 
Na presença de sacarose o biofilme fica mais poroso, aumentando a sua cariogenicidade, visto que o aumento da 
porosidade faz com que os carboidratos possam chegar às camadas mais profundas em contato com a superfície e 
diminuem a quantidade de deposição inorgânica do biofilme. 
Natália B. Abrahão 
 Naturalidade 
 Uso de medicamentos – alguns podem causar diminuição no fluxo salivar 
 Radioterapia de cabeça e pescoço – maior suscetibilidade à cárie 
 Síndrome de Sjogren – doença auto-imune que “ataca” glândulas salivares 
 Motivo da consulta/ queixa principal 
 Histórico de consultas – saber se costuma frequentar o dentista ou ir apenas 
em casos de dor 
 Hábitos de higiene bucal 
 Forme de acesso ao flúor 
 Dieta 
5.2. Exame clínico: 
a) Índice de placa 
 Índice de Silness y Löe: valor entre 0 e 3 
 Índice de Placa Visível (IPV): valor entre 0 e 100% 
b) Índice de sangramento gengival 
 O sangramento indica que o biofilme está acumulado por no mínimo 3 
dias 
c) Verificar possível diminuição do fluxo salivar 
5.3. Exame das superfícies dentárias: 
 Deplacagem: 
o Fio dental – superfícies proximais 
o Escova Robinson – superfícies oclusais 
o Taça de borracha – superfícies livres 
 Isolamento relativo 
 Secagem 
 Diagnóstico da lesão 
6. Exames complementares 
 A atividade de cárie é determinada pela presença de lesões ativas na cavidade 
bucal, podendo ser cavitadas ou não. Os exames complementares servem para guiar 
o tratamento, não existindo, portanto, um tratamento padrão para a doença cárie. 
 
 
Natália B. Abrahão 
6.1. Dieta: 
 Indicada para pacientes com atividade de cárie para buscar a fonte do 
desequilíbrio. 
 Diário alimentar: 
 Período de 3 dias (preferencialmente dias comuns) 
 Paciente anota tudo aquilo que consumir, incluindo o 
dia, o horário e a quantidade 
 Anotar também medicamentos 
 
 Entrevista 24h: 
 Anotar tudo aquilo que o paciente consumiu durante as 
últimas 24h 
6.2. Exames salivares: 
 Fluxo salivar: 
 Feito com goma de mascar sem açúcar ou chicletes com xilitol 
 Paciente masca por 1min e degluti 
 Depois, mascar por mais 5min, sentado e com a cabeça 
inclinada, cuspindo em um recipiente. 
 
 Capacidade tampão: 
 Colocar a saliva do paciente em contato com um ácido 
6.3. Exames microbiológicos  serve como parâmetro paradevido a sua maior biocompatibilidade. Em situações em que não há controle do 
biofilme, o ionômero comporta-se melhor devido a maior capacidade de acabamento 
da restauração. 
Estudo II – Amálgama x CIV x RC: 
 O CIV teve comportamento melhor do que a resina composta e o amálgama 
quando avaliado o sangramento e profundidade de sondagem, mas esses 
valores não foram significativos estatisticamente ou clinicamente. 
Natália B. Abrahão 
 Microbiologicamente, pode-se observar uma maior população bacteriana 
povoando as restaurações de resina composta, favorecendo portanto, a 
proliferação bacteriana. 
Portanto, tendo uma restauração bem feita, bem acabada, não há diferença entre 
os materiais. 
4. Técnicas cirúrgicas 
4.1. Restauração transcirúrgica: 
a) Abrir um retalho 
b) Limpar a região, removendo tecido de granulação e restos de papilas 
c) Visualização da crista óssea 
d) Isolamento absoluto 
e) Restauração 
f) Remoção do isolamento absoluto 
g) Acabamento e polimento 
4.2. Aumento de coroa clínica: 
Remover tecido ósseo para que a restauração possa ficar com margem 
supragengival 
4.3. Comparação entre técnicas: 
 Na técnica de restauração transcirúrgica não é percebido perda de inserção 
significativa, já na técnica de aumento de coroa, por tratar-se basicamente de 
remoção do tecido ósseo, é percebido perda óssea/perda de inserção. Essa 
menor perda óssea é observada também no sitio adjacente (dente vizinho) e 
no sítio oposto (face oposta do dente trabalhado). 
 Os procedimentos cirúrgicos restauradores não resultam em maior inflamação 
do que aqueles com aumento de coroa. Entretanto, o aumento de coroa 
determinou maior perda óssea, porque é removido osso intencionalmente para 
deixar a margem supragengival. 
4.4. Escolha da técnica cirúrgica: 
Quando há invasão do espaço biológico, a tomada de decisão clínica 
dependerá de um correto e detalhado diagnóstico das condições clínicas e do perfil de 
quem poderá receber tal procedimento. Portanto, o paciente deve ser um bom 
Natália B. Abrahão 
controlador de biofilme, não eliminando o fato de que a técnica deve ser adequada, 
assim como a escolha do material restaurador. 
Restauração transcirúrgica: 
 Paciente cooperativo e motivo, que consegue realizar a higiene de maneira 
adequada. 
 Não ser suscetível a doenças periodontais 
 Localização do sítio  áreas estéticas 
 Pensar na possibilidade técnica 
Aumento de coroa clínica: 
 Técnica transcirúrgica não poderá ser bem executada 
 Paciente não apresenta bom controle de biofilme 
 Aumentar a retenção de próteses 
 Fins estéticos (podendo ser feita apenas a remoção de tecido mole) 
5. Extrusão ortodôntica 
5.1. Lenta: 
Todo o tecido gengival vem junto com o dente. Em alguns casos opta-se por 
fazer uma fibrotomia ou sindesmotomia, afastando o dente dos tecidos gengivais, 
fazendo com que ele movimente-se de maneira um pouco mais isolada. Após o 
tratamento ortodôntico será necessário realizar aumento de coroa clínico para remover 
o excesso de tecido gengival. 
5.2. Rápida: 
São exercidas forças maiores, extruindo apenas o dente. Após o tratamento 
ortodôntico é necessário o uso de contenção por 3 a 6 meses. É preciso avaliar 
radiograficamente no momento do diagnóstico, para que após a extrusão dentária a 
proporção coroa:raiz seja equivalente a 1:1 pelo menos. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Dentística 
Inter-relação periodontia e odontologia restauradora 
O Sistema estomatognático funciona como um conjunto de estruturas. A perda 
de função de uma delas causa danos às demais, levando a um “desarranjo” do 
sistema. De acordo com anamnese, exames físicos, clínicos e complementares. O 
tratamento deve objetivar a saúde e equilíbrio do sistema estomatognático, atuando 
nos níveis: Preventivo, interceptador e restaurador. 
1. Importância da periodontia para a dentística: 
 Localização das margens cervicais das restaurações (importante) 
 Manuntenção do ponto de contato 
 Acabamento e polimento das restaurações (sem excessos cervicais; superfície 
lisa e polida, assim dificulta a proliferação de placa bacteriana) 
2. Principios biológicos e localização da margem cervial 
 Margem supra-gengival (Localização ideal): Facilita a execução do preparo, 
acabamento, polimento e adaptação; facilidade de higienização na interface 
dente-restauração. 
 Margem intersulcular: requer um pouco mais de cuidado e atenção no 
planejamento restaurador, principalmente porque o isolamento torna-se um 
pouco mais complexo (exigindo muitas vezes o uso de grampos retratores 
gengivais). 
 Margem subgengival: Dificulta a visualização na adaptação, acabamento do 
preparo e restauração; dificulta a higienização na interface dente-restauração 
pelo paciente. 
3. Espaço biológico 
União entre tecidos gengivais e as superfícies 
dentais, ou seja, é a união dentogengval. Procedimentos que 
invadam o espaço biológico causarão mudanças no 
periodonto como sangramento e inflamação constante, 
recessões gengivais além de perdas de inserção e do nível 
ósseo. 
Natália B. Abrahão 
3.1. Composição: 
 Epitélio juncional 
 Inserção conjuntiva/ Ligamento supracrestal 
3.2. Consequências da invasão do espaço biológico: 
 Inflamação gengival persistente:aumento da papila e edema localizado 
 Dor sob a forma de sensibilidade gengival 
 Recessão gengival 
 Formação de bolsa, reabsorção óssea/mobilidade 
4. Agentes irritantes associados ao tecido periodontal 
 Excesso de restaurações -margens subgengivais 
 Perda de espaço -invasão do espaço biológico 
 Traumas de oclusão 
5. Protocolo realizado previamente aos procedimentos restauradores 
 Remoção de irritantes locais 
 Instrução sobre higiene oral 
 Ajuste oclusal 
 Procedimentos cirúrgicos 
6. Alternativas para restaurações subgengivais 
 Cirurgias: 
 Gengivectomia; 
 Cirurgias a retalho com ou sem osteotomia. 
 Aumento de coroa clínica: restabelecer o espaço biológico e permitir 
isolamento do campo operatório. 
7. Estética vermelha 
 Linha do sorriso: o ideal é que ao sorrir seja exposto em torno de 1,5 a 3mm de 
tecido gengival 
 Simetria do contorno gengival: 
 Incisivos centrais e caninos apresentam a mesma altura de contorno de 
tecido gengival, sendo os laterais sempre menores 
 Zênite gengival: 
 Corresponde ao ponto mais alto do contorno gengival 
A escolha por realizar um 
procedimento cirúrgico depende da 
viabilidade de expor o limite cervical 
do tecido gengival, por meio de 
alguma técnica ou estratégia de 
isolamento. 
Natália B. Abrahão 
 Nos incisivos centrais é levemente inclinado para distal, nos laterais é 
mais centralizado e nos caninos mais direcionado para a mesial. 
 Proporção áurea: 
 A largura dos incisivos centrais corresponde a 80% do seu 
comprimento 
 A largura dos incisivos laterais corresponde a 69% do seu 
comprimento 
 A largura dos caninos corresponde a 72% do seu comprimento 
 8. Manutenção ou restabelecimento do ponto de contato 
As faces proximais dos dentes devem sempre conservar o seu contorno natural 
para se relacionarem através das áreas de contato, a fim de manter o espaço 
necessário para o alojamento da papila interdental. 
A falta do ponto de contato leva a um trauma alimentar direto e retenção, além 
de extravasamento de material cervical, podendo ocasionar problemas periodontais. 
 Dentes anteriores  ponto de contato mais próximo do terço médio (área mais 
longa e mais estreita) 
 Dentes posteriores  ponto de contato mais próximo do terço oclusal (área 
mais curta e mais larga) 
8.1. Cunha e matriz: 
Cunha e matriz são essenciais para restabelecimento ponto de contato, 
devendo sempre ser usadas juntas. 
Cunha: 
 Travar o anteparo mecânico para reestabelecimento da relação interproximal 
 Promover leve afastamento dental 
Matriz: 
 Facilita o estabelecimento do ponto de contatoporque evita os excesso 
cervicais 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Prótese fixa 
Moldagem e Moldeiras individuais 
1. Etapas da confecção de prótese fixa 
a) Anamnese 
b) Exame clínico 
c) Exame radiográfico 
d) Modelo de estudo 
 Auxílio no diagnóstico 
 Moldagem com alginato 
e) Diagnóstico 
f) Planejamento 
g) Preparo do dente + confecção de provisório 
h) Moldagem de trabalho 
 Fornece o modelo de trabalho que será enviado para o protético 
 Exige técnica mais rigorosa 
 Exige materiais de moldagem mais precisos 
 Moldagem com poliéter ou silicone 
i) Troquelização + montagem em ASA 
j) Prova do casquete metálico 
k) Moldagem de relocalização 
 Proporciona melhor relação da prótese com os dentes vizinhos e o 
dente antagonista 
 Corrige a localização da prótese fixa 
l) Escolha da cor 
m) Relação maxilo-mandibular + montagem ASA 
n) Prova da cerâmica + caracterização 
o) Glazeio + instalação 
2. Conceitos 
2.1. Modelo: 
 Reprodução em positivo da arcada dentária, sendo normalmente feito em 
gesso. 
 Prótese Fixa – gesso tipo IV (especial) 
Natália B. Abrahão 
 Prótese Total – gesso tipo III (pedra) 
Finalidade do modelo: 
 Observação dos reparos anatômicos 
 Diagnóstico e planejamento 
 Confecção da moldeira individual 
 Confecção da subestrutura 
2.2. Moldagem ou impressão: 
Ato de moldar 
2.3. Molde: 
Reprodução em negativo da arcada dentária. 
 Pensar na finalidade da moldagem para conseguir avaliar a qualidade 
do molde 
 Deve suprir as necessidades, sem interferir na qualidade do trabalho 
final 
 Espessura de moldagem adequada (3mm de alginato entre a moldeira e a 
arcada) 
 Impressão de freios e bridas e contorno arredondado 
 Boa técnica de moldagem e manipulação correta do material (alginato mole 
não molda fundo de sulco) 
 Ausência de bolhas em locais estratégicos 
 Extensão adequada da moldagem 
3. Moldeiras 
3.1. Tipo Vernes: 
 Fabricada em aço inoxidável 
 Três tamanhos diferentes 
 Tipo 4 é especial para PT superior e PPR 
classe 1 inferior (extremo livre/sem dentes 
posteriores) 
 Não deve ser “dobrada” 
 
Natália B. Abrahão 
3.2. Perfuradas: 
 Fabricada em alumínio 
 Indicada tanto para dentados, quanto para 
edêntulos 
 Quatro tamanhos, sendo mais alternativos do 
que a tipo Vernes 
3.3. Plásticas: 
 Possui perfurações 
 Afasta bastante fundo de sulco 
 Apresenta tamanhos alternativos 
 Usadas principalmente em implantodontia 
(podem ser cortadas) e ortodontia 
3.4. Moldeira individual 
É feita uma moldagem normal com uma moldeira tipo Vernes, e 
baseado neste molde é confeccionada uma moldeira individual. Pode ser 
uma moldeira individual de boca toda ou de um dente único, sendo 
chamada de casquete ou coping de moldagem. 
4. Tipos de materiais de moldagem 
4.1. Termoplásticos: 
 Cera 7, Cera utilidade e Godiva 
 Sólidos a temperatura ambiente e líquidos quando aquecidos 
 Apresentam baixa precisão, sendo usados para vedamentos periféricos e 
adequação de moldeiras. 
4.2. Rígidos: 
 Pasta Zinco-enólica (ZOE) ou de Óxido de Zinco e Eugenol 
 Mole antes da manipulação, ficando bastante rígido depois de manipulado 
 Material bastante frágil, quebrando facilmente 
 Não pode ser usada em casos de áreas retentivas ou em dentes com 
mobilidade 
 
Natália B. Abrahão 
4.3. Elásticos: 
 Hidrocolóide Irreversível: 
 Alginato 
 Elastômeros: 
 Poliéter (fica mais rígido depois de polimerizado, fixando-se em áreas 
retentivas, não sendo apropriado para moldagem de dentes com 
doença periodontal); 
 Mercaptana 
 Silicone 
5. Escolha do material de moldagem em prótese fixa 
 Facilidade de manipulação 
 Tempo de trabalho 
 Recuperação elástica 
 Rigidez e resistência à ruptura 
 Facilidade de escoamento do gesso 
 Fluidez 
 Estabilidade dimensional (ambos podem ser vazados depois de até 7 dias) 
 Fidelidade de reprodução 
 Número de dentes a serem moldados (casos de próteses múltiplas) 
Considerar: 
 Tipo de prótese 
 Habilidade do profissional 
 Umidade do campo a ser moldado 
 Tempo clínico disponível 
 Disponibilidade de material 
 Custo 
 Gengiva permitir a inserção do fio retrator (para casos em que o material de 
escolha seja a silicone) 
6. Técnica de afastamento gengival 
 Mecânica  Inserção do casquete 
 Químico-mecânica  inserção do fio retrator (silicone de adição) 
 Embebido em solução hemostática, que reduz o sangramento e o fluido crevicular 
naquela região após sua aplicação, além de prolongar um pouco o tempo de 
afastamento (6s). 
Poliéter aceita melhor a umidade do que 
a silicona, assim como em casos de 
extrema xerostomia é mais aconselhável 
utilizar alginato + poliéter, devido a 
grande retenção do silicone. 
Natália B. Abrahão 
7. Protocolo para confecção e reembasamento do casquete de moldagem 
7.1. Confecção do casquete: 
a) Proporcionar pó e líquido de resina autopolimerizável 
b) Colocar um pouco de água sobre a resina, formando uma espécie de tampa 
para evitar que o monômero evapore 
c) Manipular a resina quando ela chegar na fase plástica e levar em boca, 
cobrindo o dente preparado (deve estar umidificado com água ou com isolante 
KY) 
d) Remover excessos com 3s ou lecron umidificada com monômero 
e) Na fase borrachóide, tirar e colocar o casquete enquanto ocorre a 
polimerização 
f) Demarcar com lapiseira a parte mais externa do término 
g) Desgastar com fresa tudo o que estiver dentro e fora da marcação do término 
h) Confeccionar um furo na vestibular do casquete 
 Identificar a posição correta 
 Ajuda a reter o material de moldagem 
 Ajuda na remoção do casquete 
7.2. Reembasamento: 
a) Proporcionar pó e líquido da resina duralay 
b) Colocar a duraley em volta do casquete ou em volta do 
próprio preparo lubrificado 
c) Quando a resina começar a perder o brilho o casquete deve ser posicionado, 
impulsionando contra o tecido gengival 
d) Remover excessos com 3s ou lecron umidificada com monômero 
e) Na fase borrachóide, tirar e colocar o casquete enquanto ocorre a 
polimerização 
f) Demarcar com lapiseira a parte mais externa do término 
g) Desgastar com fresa tudo o que estiver dentro e fora da marcação do término 
h) Repetir o procedimento até obter uma boa pestana (gengiva bem isquemiada) 
7.3. Moldagem com poliéter 
a) Remover o êmbolo da seriga JON 
b) Vaselinar a seringa na sua parte interna 
c) Posicionar a parte colorida na seringa 
d) Aplicar adesivo de poliéter dentro e fora do casquete (1/3 externo) 
Pestana: moldagem do sulco 
gengival feita com resina acrílica, 
que serve para afastar a gengiva 
(isquemia) propciando uma melhor 
moldagem. A pestana é importante 
para indicar ao protético, no 
modelo de gesso, o fim do preparo. 
Natália B. Abrahão 
e) Deixar o adesivo secar por 1min 
f) Manipular o poliéter (2-3cm) 
g) Inserir o poliéter na seringa com o auxílio de uma espátula e fechar o êmbolo 
h) Passar o poliéter em volta do preparo (que deve estar seco e com isolamento 
relativo) 
i) Levar o casquete cheio de poliéter a boca 
j) Aguardar o poliéter tomar presa (3min) 
k) Moldagem de recaptura com alginato 
 Casquete deve ficar posicionado dentro do molde 
8. Protocolo para moldagem com silicone de adição 
8.1. Dupla impressão: 
a) Escolher moldeira adequada 
b) Manipular o silicone de adição pesado 
c) Moldar o paciente 
d) Recortar do molde toda a parte do preparo com bisturi ou lecron (alívio) 
e) Isolar relativo 
f) Posicionar o fio retrator no preparo 
g) Secar bem o preparo 
h) Manipular o silicone leve 
i) Remover o fio retrator 
j) Passar o silicone com o auxílio de uma pistola em volta do preparo 
k) Carregar a moldeira com silicone leve e levar em boca 
l) Aguardar a polimerização do material 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Prótese fixa 
Vazamento de modelos, recorte de troqueis e montagem de modelo 
de trabalho1. Troquelização 
Objetiva a individualização do preparo para facilitar a visualização e o 
acesso do preparo durante a confecção e enceramento do cooping metálico, 
principalmente nas regiões cervicais e proximais, por serem locais de difícil acesso. 
Além disso, permite uma melhor definição da escultura proximal, confeccionando 
melhores pontos de contato e perfil de emergência e gera uma melhor adaptação 
cervical da peça protética com maior delimitação do término. 
1.1. Técnica do die-cast: 
Base com aletas que quando fechadas tem a função de manter todas as 
peças de gesso em posição. 
a) Vazar o molde de trabalho em gesso tipo IV, confeccionando uma base 
para promover um fortalecimento do modelo (pode ser em gesso 
pedra) 
b) Recortar o modelo de gesso em ferradura 
c) Acabamento do corte do gesso com fresas 
d) Testar o modelo no die-cast 
e) Passar vaselina no die-cast plástico 
f) Abrir as aletas 
g) Preencher todo o espaço da base do die-cast com gesso tipo III ou 
eventualmente tipo IV 
h) Posicionar sobre a base de gesso o modelo hidratado 
i) Ajustar em posição e fechar as aletas 
j) Aguardar a cristalização do gesso 
k) Abrir as aletas e recortar com a serra de troquel na mesial e na distal do 
preparo a ser individualizado, tendo cuidado para não atingir o término. 
 
 
O recorte do troquel deve ser expulsivo, afunilando em 
direção ao ápice do dente. Após a troquelização é feito o 
recorte da parte gengival da peça com fresas especiais, 
sendo delimitado pela pestana. 
Natália B. Abrahão 
1.2. Técnica do pino colado: 
a) Vazar o molde de trabalho em gesso tipo IV, confeccionando uma base para 
promover um fortalecimento do modelo (pode ser em gesso pedra) 
b) Recortar o modelo de gesso em ferradura 
c) Acabamento do corte do gesso com fresas 
d) Localizar o preparo e confeccionar um “furinho” na parte de baixo com 
uma broca esférica 6 ou 8 bem no centro do preparo 
e) Testar a cabeça do pino de troquel no furo para ver se o tamanho está 
adequado 
f) Colar o pino de troquel em posição com super-Bonder ou resina acrílica 
g) Passar vaselina na base de gesso na região do troquel e no pino do troquel e 
colocar uma bolinha de cera utilidade na extremidade do pino para facilitar a 
localização do pino no momento do corte 
h) Vazar a base do modelo com gesso pedra, cobrindo o pino 
i) Recortar o troquel com a serra, após a cristalização do gesso 
1.3. Técnica de troquel convencional 
1.4. Técnica do troquel sextavado 
1.5. Troquel seccionado e posicionadores de troquel 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Prótese fixa 
Metais e fundição, prova de cooping e relocalização 
1. Etapas da prótese fixa 
a) Exame clínico e radiográfico 
b) Planejamento 
 Modelo de estudo 
c) Preparo (paciente com saúde gengival) 
d) Confecção de provisório 
 Manutenção do tecido periodontal 
 Estética 
 Melhora na mastigação 
 Não deve causar impactação de alimentos 
 Deve facilitar a higienização 
e) Moldagem (técnica que permita uma adequada cópia do término do preparo) 
 Técnica do fio retrator (mecânico-química)  silicona 
 Técnica do casquete (mecânica)  poliéter 
f) Modelo de trabalho (gesso tipo IV) 
g) Troquelização  individualização do preparo 
 Objetivo: diminuir a fenda de 
desadaptação cervical 
h) Fundição  processo pelo qual um padrão torna-se uma peça metálica 
2. Ligas metálicas 
2.1. Propriedades: 
 Biocompatibilidade 
 Resistência à corrosão 
 Fácil polimento 
 Não deve promover reação alérgica 
 Não deve sofrer alteração durante a aplicação da cerâmica 
 
 
 
Separação do preparo do restante do modelo 
para proporcionar melhor visualização e acesso a 
todas as áreas do preparo durante a fase de 
confecção da peça. 
Natália B. Abrahão 
3. Prova do copping metálico 
3.1. Espessura e espaço para a cerâmica: 
Cooping não entra no preparo: 
a) Secar bem o preparo 
b) Pincelar carbono líquido na parte interna do copping 
c) Quando o carbono líquido secar, colocar o copping no preparo 
d) Contatos excessivos indicarão a área que deve sofrer desgaste com broca 
esférica sem refrigeração 
3.2. Degrau negativo – metal aquém do término cervical: 
Sonda entra no sulco, mas em um determinado momento encontra dentina (metal 
não está copiando). 
a) Desgastar levemente com pontas diamantadas douradas o excesso de dentina 
dentro do sulco 
3.3. Degrau positivo – metal além do término cervical: 
Ao movimentar a sonda de dentro do sulco para fora, a ponta tranca no metal. 
a) Retirar o copping do preparo e coloca-lo no troquel 
b) Desgastar o metal com pedras de desgaste para remover o excesso 
3.4. Ajuste cervical: 
A sonda exploradora não deve entrar entre o preparo e o copping, caso exista 
espaço a peça deve ser refeita. 
4. Moldagem de relocalização 
Permite a preservação dos pontos de contato proximais removidos pela serra 
durante o recorte para troquelização. Objetiva devolver os pontos de contato e o tecido 
gengival que foi perdido pela serra, mantendo o troquel intacto para posterior 
checagem durante a usinagem do metal e aplicação da cerâmica. 
a) Posicionar o metal no preparo 
b) Moldar com alginato 
 
Questões de prova! 
 O que é a moldagem de relocalização e porque é 
feita? 
 Qual o objetivo da troquelização? 
 
Natália B. Abrahão 
5. Características de uma boa prótese fixa 
 Manutenção dos pontos de contato 
 Possibilitar higienização 
6. Cimentação 
 Unitária  cimentação definitiva 
 Múltipla  cimentação provisória (avaliar de 7-10 dias) e cimentação definitiva 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Cirurgia 
Complicações das retenções dentárias 
1. Definição de contenção dentária 
Condição em que uma vez chegada o momento de erupção do dente, este não 
chega à cavidade bucal pra entrar em oclusão. 
2. Causas de retenção dentária 
2.1. Gerais: 
Normalmente associadas a síndromes, sendo o dente retido apenas um dos sinais 
da doença. 
2.2. Locais: 
Dente retido está relacionado a algum tipo de trauma ou patologia que impeça a 
sua erupção, como anquilose, falta de espaço no arco, cistos, dentes supranumerários 
(comum na linha média). 
3. Incidência 
 3º molares superiores 
 3º molares inferiores 
 Caninos superiores 
 Pré-molares inferiores 
4. Complicações 
4.1. Mecânicas: 
 Reabsorção de raízes de dentes adjacentes 
4.2. Neurológicas: 
 Alterações sensoriais pela presença de retenções associadas a alguma 
estrutura nervosa 
 Sensação de anestesia/ parestesia: situação não dolorosa, com perda 
da sensibilidade 
Natália B. Abrahão 
 Sensação de disestesia: enfraquecimento ou alteração na sensibilidade 
dos sentidos, sobretudo do tato. Há sensação de queimação, 
entorpecimento, formigamento ou vibração sem a presença de 
estímulos externos. 
4.3. Infecciosas: 
 Infecções recorrentes associadas ao folículo pericoronário de um dente 
4.4. Tumorais (aumento de volume): 
 Lesões de natureza cística 
 Lesões de natureza neuplásica 
5. Tratamento cirúrgico para dentes retidos 
5.1. Radical: 
Consiste na remoção do elemento dentário. 
5.2. Conservador: 
Tem por objetivo trazer o dente a sua posição na cavidade bucal 
 
 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Prótese fixa 
Cerâmica 
 
 
1. Estrutura de coroas de porcelana 
 Núcleo cristalino  confere resistência à peça 
 Matriz vítrea  proporciona transparência à peça 
 Inerte quimicamente (quase 100% biocompatível) 
 Baixa condutibilidade térmica 
 Resistência muito baixa, pequenas forças já geravam trincas no material 
 Estética agradável 
2. Metalocerâmicas 
 Metal (inicialmente ouro) faz um embricamento mecânico muito forte com 
a cerâmica, fazendo com que ela não descolasse do metal; 
 Neste momento houve um grande avanço no conhecimento sobre a 
oclusão, permitindo melhorias na etapa de ajusta oclusal, aumentando a 
longevidade do material 
 Atende demandaestética 
 Grande tempo de acompanhamento clínico 
 Indicada para dentes anteriores e posteriores 
 Custo-benefício interessante, fazendo com que ainda seja um material de 
escolha na vida clínica 
 Longevidade entre 10 a 14 anos 
2.1. Camadas da cerâmica: 
 Camada opaca – objetiva esconder o cinza escuro ou dourado do metal 
 Camada de corpo – equivale à dentina 
• Qualquer produto feito essencialmente de material não metálico pela queima em alta 
temperatura 
Cerâmica: 
• Refere-se à família dos materiais cerâmicos compostos essencialmente por caulim, 
quartzo e feldspato. Menor resistência em comparação ao metal. 
Porcelana: 
Nenhum tratamento odontológico é 
definitivo, é preciso que esta informação 
fique muito clara ao paciente e que ele 
tenha consciência de que sua adesão ao 
tratamento é determinante para a 
longevidade da peça. 
Natália B. Abrahão 
 Camada incisal – mais transparente, equivale ao esmalte 
3. Cerâmicas puras – evolução histórica 
3.1. Cerâmica feldspática (porcelana): 
 Estética 
 Baixa resistência 
 Indicada para elementos unitários em regiões de baixo stress (dentes 
anteriores) 
3.2. Cerâmica aluminizada original: 
 Adição de 50% de óxido de alumínio (alumina)  torna-se 2x mais resistente 
do que a cerâmica feldspática 
 Alúmina leva a perda de translucidez (opacidade cervical) 
 Indicada para elementos unitários em dentes anteriores 
3.3. Cerâmica aluminizada infiltrada por vidro: 
 Casquete cerâmico com 97% de óxido de alumínio infiltrado por vidro a base 
de óxido de lantânio (leucita) 
 Protético devia fazer peças bem maiores, pois existia grande contração no 
forno 
 4x mais resistente que a aluminizada 
 Nome comercial: In ceram alumina vita 
 Opacidade ainda notável 
 Técnica muito trabalhosa e sensível 
 Alto custo em relação as metalocerâmicas 
 Exige no mínimo 13h de laboratório (muito tempo para produção) 
 Grande chance de má adaptação/fendas 
3.4. Cerâmicas aluminizadas CAD/CAM: 
 Óxido de alumínio 97,5% densamente sintetizada 
 1ª cerâmica mais resistente e com boa adaptação 
 Modelo de gesso era scaneado e no computador o protético desenhava o 
casquete que era posteriormente fresado (diminui a chance de falhas na 
confecção) 
 Nome comercial: Procera nobel biocare 
Natália B. Abrahão 
3.5. Cerâmica feldspática reforçadas por leucita: 
 Leucita previne a propagação de microtrincas internas na matriz vítrea 
 Indicada para coroas unitárias, facetas, inlay e onlay 
 Alto grau de transparência 
 Nome comercial: IPS empress – ivoclar vivadent 
3.6. Cerâmica reforçada por leucita e dissilicato de lítio: 
 Cristal de dissilicato de lítio se entrelaça ao material vitrificado e ainda aumenta 
a resistência, oferecendo muita translucidez e beleza 
 Indicada para coroas unitárias, laminados e coroas múltiplas até 2º pré-molar 
 Alto efeito estético 
 Nome comercial: IPS empress Z ivoclar vivadent 
 Alta adesividade a cimentos resinosos  estética inclusive nos cimentos 
3.7. Cerâmica reforçada por dissilicato de lítio 
 Alta estética 
 Adesividade 
 Indicada para coroas unitárias, laminados, facetas e lentes de contato 
 Nome comercial: E Max ivoclar vivadent 
3.8. Zircônia: 
 Permite a confecção de peças extensas (arcada inteira) 
 Material mais resistente 
 Indicada para prótese sobre dentes ou sobre implantes 
4. Seleção de cor 
 Através da escala Vita 
 Ambiente com luz natural 
 Observador  paciente sentado, no nível dos olhos do observador 
 Objeto  usar como referência dente hidratado, com estrutura dentária 
suficiente, com cor original que não tenha sido submetido à restauração 
extensa, tratamento endodôntico (fazer profilaxia prévia) 
 É importante informar ao protético as características do paciente (sexo, idade, 
tipo físico, etc.) 
 Pode ser feito um mapa cromático para envio ao laboratório, além de fotos 
Resistência  metalocerâmica e procera 
Absoluta translucidez  IPS empress 
 
Natália B. Abrahão 
5. Prova da cerâmica 
 Passar a sonda buscando chegar possíveis fendas ou desadaptações 
 Com papel articular extremamente fino, marcar sobrecontatos nas proximais e 
desgastar com pontas diamantadas de haste longa 
 Pedir para o paciente umedecer a cerâmica (antes do glazeamento) para tentar 
conferir a cor 
 Conferir a posição dos pônticos com papel 
articular (apertamento excessivo da mucosa) 
 Ajuste oclusal 
6. Cimentação provisória 
Material: Temp bond sem eugenol ou Temp cem 
Indicação: Avaliar a adaptação e capacidade de higienização de peças múltiplas 
7. Cimentação definitiva 
Material: Cimento resinoso, CIV ou fosfato de zinco 
a) Limpar bem o preparo com monômero e clorexidina 
b) Isolamento relativo 
c) Passar vaselina em toda a parte externa da coroa para evitar danos à peça 
d) Manipular de forma adequada o cimento 
e) Secar peça e preparo 
f) Aplicar o cimento na parte interna da peça, evitando excesso de material 
g) Segurar forte para manter a peça em posição por 3min 
h) Esperar 7min sem contato com água (se der errado, jogar água enquanto 
tomar presa que ele esfarela) 
i) Tirar excessos com fio dental e sonda depois que endureceu para não formar 
FRP 
 
Glazeamento (sinterização)  forma vidro na 
superfície da cerâmica: dá brilho, reduz porosidade, 
efeito fritting (diminui chances de trinca) pelo 
aplainamento, reduz desgaste do antagonista, 
aplica pigmentação e faz caracterização extrínseca. 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Lesões periapicais crônicas 
1. Lesões periapicais 
 Alterações que acontecem no periodonto periapical, nas proximidades do forame 
apical. 
1.1. Fatores que influenciam o crescimento de microrganismos: 
 Tensão de O2 
 Tensão de CO2 
1.2. Fatores de virulência: exercem ação extremamente agressiva aos tecidos 
periapicais 
 Toxinas 
 Enzimas 
 Produtos do metabolismo microbiano 
2. Tipos de alterações periapicais 
↑ virulência ↓resistência do hospedeiro  Aguda 
↓virulência ↑resistência do hospedeiro  Crônica 
3. Etiopatogenia 
À medida que os microrganismos que estavam espalhados ao longo de 
todo o canal se aproximam do forame apical, ficando mais próximos do 
ligamento periodontal apical e do tecido ósseo periapical, desenvolvendo nessa 
área uma resposta imunoinflamatória periapical, em função da agressão que 
está sendo gerada no tecido pela contaminação. Este processo de “batalha” 
entra a contaminação por microrganismos e o sistema de defesa caracteriza a 
doença periapical ou resposta à lesão periapical. 
Radiografia com lesão  necrose pulpar  microrganismo no canal radicular  
mediadores químicos e produtos de bactérias que formam substâncias que promovem 
lise/reabsorção óssea 
 
Toda a alteração periapical, 
quer seja ela de natureza 
aguda ou crônica está 
relacionada a um dente com 
necrose pulpar. 
número de microrganismos X virulência 
resistência do hospedeiro 
 
Natália B. Abrahão 
3.1. Diagnóstico: 
Exames de imagem e características clínicas podem apenas sugerir algum 
diagnóstico, mas não serão nunca conclusivos. A única forma de definir o diagnóstico 
é através do exame histopatológico, com exceção de casos com 
presença de fístula (neste caso, pode-se dizer que o paciente 
apresenta um abscesso). 
4. Abscesso periapical crônico 
 Processo inflamatório crônico supurativo 
 Evolução lenta 
 Assintomático 
 Associado ao ápice de um dente com necrose pulpar 
 Pode apresentar fístula intra ou extra-oral (sinal patognomônico) 
4.1. Características da coroa: 
 Hígida (ex.: traumatismo) 
 Cariada 
 Restaurada 
 Fraturada 
 Coroa ausente 
 Polpa aberta ou fechada 
4.2. Exame clínico: 
 Teste de sensibilidade pulpar: negativo 
 Teste de pressão: negativo 
 Teste de percussão: negativo 
 Teste de digitação apical: negativo 
 Ausência de mobilidade dentária 
4.3. Características radiográficas: Lesão periapical radiolúcida normalmente difusa e não muito circunscrita 
4.4. Diagnóstico diferencial: 
 Estruturas anatômicas: forame mentoniano, forame nasopalatino e fóvea da 
glândula submandibular 
 Displasias cementárias periapicais 
Sempre que existir fístula trata-se 
de um abscesso, mas nem todo 
abscesso apresentará fístula. 
Coroas com coloração escurecida podem ser 
indicativos de necrose pulpar. 
Analisar a lâmina dura (se estiver íntegra não é lesão), 
emprego de técnicas de dissociação radiográfica – Clark 
(se continuar no ápice do dente provavelmente é lesão ) 
e testes de sensibilidade pulpar). 
Natália B. Abrahão 
4.5. Tratamento: 
Tratamento endodôntico e proservação do caso de até 2 anos. 
5. Granuloma apical 
 Processo apical crônico proliferativo (formação de tecido granulomatoso) 
 Evolução lenta 
 Assintomático 
 Associado ao ápice de um dente com necrose pulpar 
5.1. Características da coroa: 
 Hígida (ex.: traumatismo) 
 Cariada 
 Restaurada 
 Fraturada 
 Coroa ausente 
 Polpa aberta ou fechada 
5.2. Exame clínico: 
 Teste de sensibilidade pulpar: negativo 
 Teste de pressão: negativo 
 Teste de percussão: negativo 
 Teste de digitação apical: negativo 
 Ausência de mobilidade dentária 
5.3. Características radiográficas: 
 Lesão periapical radiolúcida bem definida associada ao ápice de um dente e 
delimitada por uma linha radiopaca descontínua (corresponde a uma linha de 
osteoesclerose). 
5.4. Diagnóstico diferencial: 
 Estruturas anatômicas: forame mentoniano, forame nasopalatino e fóvea da 
glândula submandibular 
 Displasias cementárias periapicais 
5.5. Tratamento: 
Tratamento endodôntico e proservação do caso de até 2 anos. 
Natália B. Abrahão 
6. Cistos periapicais 
 Cavidade patológica revestida por epitélio contendo material líquido ou semi-
sólido no seu interior; 
 Alteração periapical crônica envolvendo o ápice de um dente erupcionado, 
originada a partir de um abscesso ou de um granuloma periapical; 
 Em estágios iniciais é assintomático, mas o crescimento rápido do cisto ou a 
formação de exsudação (cisto abscedido) podem causar dor ao paciente. 
6.1. Etiologia: 
Restos epiteliais de Malassez estão dispostos em volta de todo o ligamento 
periodontal. Quando ocorre a lesão periapical, acontece a destruição do tecido ósseo, 
ficando alguns restos epiteliais de Malassez dispersos nesse meio. Ao longo do tempo 
estes restos se unem, formando uma espécie de “bola” epitelial na área periapical. 
Com o crescimento deste aglomerado epitelial, as células centrais acabam ficando 
sem nutriente e morrendo, formando uma cavidade. 
 Fatores que estimulam o crescimento do cisto: 
 Acúmulo de proteína na cavidade cística 
 Atração de líquidos para o lúmen cístico 
 Aumento da pressão hidrostática intracística 
 Compressão de vasos e células, causando a liberação de mediadores 
de reabsorção óssea 
6.2. Tipos de cistos: 
Cisto em baía: cavidade cística está relacionada com o ápice dentário, ou seja, o ápice 
do dente tem contato com a cavidade cística. Nestes casos, o tratamento endodôntico 
é uma forma eficaz de causar reparo. 
Cisto verdadeiro: cavidade cística não está relacionada com o ápice dentário, ou seja, 
o ápice do dente não tem contato com a cavidade cística. Nestes casos, pode ser 
necessário tratamento cirúrgico e endodôntico simultâneo. 
6.3. Características da coroa: 
 Hígida (ex.: traumatismo) 
 Cariada 
 Restaurada 
 Fraturada 
Natália B. Abrahão 
 Coroa ausente 
 Polpa aberta ou fechada 
6.4. Exame clínico: 
 Teste de sensibilidade pulpar: negativo 
 Teste de pressão: geralmente negativo (quando pequeno) 
 Teste de percussão: geralmente negativo (quando pequeno) 
 Teste de digitação apical: negativo 
 Ausência de mobilidade dentária (quando pequeno) 
 Assimetria óssea (abaulamento ósseo)  pode causar crepitação óssea 
(cortical fina que ao apertar sente-se modificação na textura – parece afundar) 
ou tumefação mole (rompimento da cortical óssea – mucosa azulada) 
6.5. Características radiográficas: 
 Lesão periapical radiolúcida, redonda ou oval, bem definida associada ao ápice 
de um dente e delimitada por uma linha radiopaca contínua indicativa de 
esclerose óssea que se continua com a cortical alveolar. 
6.6. Diagnóstico diferencial: 
 Estruturas anatômicas: forame mentoniano, forame nasopalatino e fóvea da 
glândula submandibular 
 Displasias cementárias periapicais (dente tem vitalidade pulpar e lâmina dura 
íntegra)  proservar o caso 
6.7. Tratamento: 
Tratamento endodôntico e proservação do caso de até 2 anos. 
Evolução: 
 Manutenção do quadro clínico e radiográfico 
 Curetagem/Raspagem 
 Apicectomia (dentes com dilacerações apicais, 
canais com intrumentos fraturados, etc) 
 Obturação retrógrada com pontas ultra-sônicas 
 
 Exacerbação aguda (comportamento de cisto abscedido) 
 Reparo da lesão com o tratamento endodôntico  maioria dos casos! 
A cirurgia parendodôntica é indicada 
somente quando a terapia não-
cirúrgica (tratamento endodôntico) 
tem fracassado a render reparo e o 
retratamento é contra-indicado ou 
improvável de promover sucesso. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Reparo dos tecidos periapicais 
1. Variáveis do reparo 
 Tipo de tratamento 
 Situação da polpa 
2. Agressões aos tecidos periapicais 
 Lesão pré-existente 
 Intervenção durante o preparo (sobreinstrumentar) 
 Alteração pulpar  contaminação do canal 
 Cárie 
 Trauma 
 Iatrogenias durante tratamentos odontológicos 
3. Avaliação do sucesso do tratamento endodôntico 
 É preciso avaliar clínica e radiograficamente, visto que existe uma comunicação 
entre o canal dentinário e o canal cementário com os tecidos periapicais. O reparo 
acontece, pois a carga microbiana foi reduzida de tal maneira que as células de defesa 
do organismo passam a dominar a região, reparando os tecidos periapicais agredidos. 
4. Reparo 
 Mecanismo básico de defesa dos seres vivos,que vai ocorrer frente a uma 
agressão, envolvendo elementos celulares e vasculares após ser eliminada a causa 
do processo inflamatório. 
4.1. Regeneração: 
 Ocorre em órgãos onde as células são capazes de se multiplicar, neste caso o 
tecido perdido ou danificado é substituído por um tecido com as mesmas 
características e funções. Exemplos: tecidos periapicais, epiderme, fígado, ossos, etc. 
 
 
 
Natália B. Abrahão 
4.2. Cicatrização: 
 Ocorre em órgãos onde as células não são capazes de se multiplicar, neste caso 
o tecido perdido ou danificado é substituído por um tecido conjuntivo neoformado 
(tecido cicatricial). Exemplo: cérebro e músculo estriado cardíaco. 
5. Fases do reparo 
Fase breve de hemorragia e hemostasia  vasoconstrição e formação de coágulo 
Fase inflamatória (poucas horas a dois dias)  chegada de células de defesa 
Fase proliferativa (poucos dias a alguns meses)  chegada de células variadas para a 
formação de tecido 
6. Exames clínicos 
Teste de percussão vertical e horizontal  indica se existe ou não alteração 
periapical quando positivo 
Teste de mobilidade dentária 
Palpação apical/digital  examinar a presença de edema ou dor 
7. Patência foraminal 
 Conseguir acesso direto com instrumento até a região foraminal (canal 
cementário) sem nenhum obstáculo. Com isso, é possível ter medicamento ao longo 
de todo o canal. O ideal é que esse processo seja realizado ao fim do PQM, usando 
um instrumento de exploração. 
8. Proservação 
Normalmente o paciente é chamado a cada 4 ou 6 meses (tempo necessário 
para visualizar alterações radiográficas). Em casos de biopulpectomia, em que não há 
contaminação do canal radicular o paciente é proservado por apenas 6 meses, já em 
caso de necrose, preconiza-se proservação de 2 anos. 
9. Obturação 
 Cimento a base de óxido de zinco e eugenol é o menos biocompatível, tendo 
pior respostaquando extravasado; 
 O ideal é que a obturação seja feita 1 ou 2mm aquém do ápice 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Dentística 
Colagem de fragmentos 
1. Etiologia 
 Trauma 
 Violência urbana 
 Esporte 
Fatores predisponentes: 
 Protusão fisiológica da maxila (7-12 anos) 
 Má oclusão (classe II) 
 Respiradores bucais 
 Mordida aberta anterior 
2. Classificação de fraturas 
 Esmalte: 
 Colagem 
 Plastia do esmalte  pequeno desgaste para deixar mais plano 
 Restauração direta 
 Esmalte e dentina: 
 Colagem 
 Restauração direta 
 Com exposição/envolvimento pulpar: 
 Tratamento da polpa e posterior colagem ou restauração 
o Capeamento pulpar direto  pó de hidróxido direto + cimento de 
hidróxido de cálcio + CIV 
o Curetagem  passar delicadamente a cureta compatível com a 
exposição, removendo a porção mais superficial + pó de 
hidróxido direto + cimento de hidróxido de cálcio + CIV 
o Pulpotomia (remoção da polpa coronária) 
Natália B. Abrahão 
o Pulpectomia 
 Com invasão/envolvimento do EBP: 
 Recuperação do EBP e posterior colagem ou restauração direta/indireta 
o Aumento de coroa 
o Restauração transcirúrgica 
o Extrusão do dente imediata ou mediata 
o Espera pela erupção 
o Avulsão seguida de colagem e reposicionamento 
3. Colagem de fragmento 
Vantagens: efeito psicológico, conservador, estética, função, simplicidade, custo 
Limitações: deslocamento do fragmento, estética, envolvimento radicular 
3.1. Procedimentos prévios: 
 Anamnese: 
 Entender como ocorreu a fratura (Onde? Quando? Como?) 
 Exame intra e extra-oral 
 Avaliação do remanescente: 
 Tipo, extensão, posição e direção da fratura; 
 Quantidade de tecido envolvido; 
 Exposição pulpar; 
 Invasão do EBP; 
 Grau de erupção; 
 Estágio de desenvolvimento da raiz. 
 Exame do fragmento: 
 Integridade 
 Adaptação ao remanescente 
Natália B. Abrahão 
 Hidratação (pedir para que o paciente coloque o fragmento em um 
recipiente com água para que não ocorra alteração de cor  não 
colocar em soro fisiológico, pois dificulta a adesão) 
 Exames radiográficos para avaliar remanescente e outras estruturas (quando 
necessário; ex: ATM) 
 Escolha da cor da resina composta 
3.2. Protocolo técnico: 
a) Anestesia 
b) Isolamento absoluto 
c) Proteção do complexo dentino-pulpar – quando 
necessário 
d) Verificação da adaptação do fragmento 
e) Confecção de bisel no remanescente – se perfeitamente adaptado não precisa 
f) Condicionamento ácido e sistema adesivo no remanescente e no fragmento  
não polimerizar o adesivo (para não criar uma camada que dificulte a 
adaptação) 
g) Inserção de uma fina camada de resina composta no remanescente 
h) Encaixar o fragmento (pode ser segurado com um bastão de godiva ou cera 7) 
i) Aplicação de fotopolimerizador ao redor de todo o dente por mais tempo que o 
normal 
j) Ajuste oclusal 
k) Acabamento e polimento 
l) Confecção de bisel duplo de Davis: canaleta na linha de resina com ponta 
esférica diamantada e reinserção de resina – objetiva mascarar a presença da 
resina 
m) Manutenção periódica preventiva 
 
 
 
 
 
O material de proteção deve ser 
colocado apenas no centro do dente 
(polpa) e pode ser feita uma canaleta 
no fragmento – irão encaixar e 
haverá boa adaptação dos bordos. 
 
Clínica Odontológica I 
Dentística 
Lesões não-cariosas 
1. Queixa principal 
 Estética 
 Sensibilidade 
2. Etiologia 
 Multifatorial! 
3. Classificação 
3.1. Biocorrosão (erosão): 
Conceito: 
Degradação da hidroxiapatita presente no tecido dental duro devido ao efeito da 
ação prolongada e frequente de ácidos. Seguindo este conceito a ação do ácido 
proveniente do metabolismo de bactérias também seria um fator causal. 
Aspecto: 
 Forma de pires ou U (concavidade), com pouca profundidade, lisas e 
polidas, bordas definidas, livres de placa e com pouco brilho; 
 Muitas vezes associada com um halo de esmalte na margem gengival graças 
ao fator protetor do fluído gengival e biofilme dental; 
 Dentes com aspecto amarelado devido à exposição de dentina; 
 Exposição dentinária nas superfícies vestibulares e linguais; 
 Concavidades nas superfícies oclusais e/ou incisais; 
 Incisivos encurtados e com relação largura/comprimento desproporcional; 
 Sensibilidade persistente; 
 Em lesões avançadas podem aparecer fissuras e asperezas nos bordos 
dentais. 
Fatores etiológicos: 
 Exógenos: 
 Ácido cítrico (laranja, limão) 
 Ácido ascórbico (refrigerantes, vitamina C, tônicos de ferro) 
 Águas cloradas (nadadores profissionais) 
 
 Endógenos: 
 Vômitos (anorexia, bulemia, abuso de álcool) 
 
 Fatores idiopáticos 
Diagnóstico: 
Baseado na anamnese e exame clínico. 
Tratamento: 
Depende da etiologia, grau de comprometimento tecidual e presença ou não de 
sensibilidade. 
 Reeducação alimentar 
 Atendimento psicológico 
 Soluções remineralizantes como coadjuvantes/protetoras  essas soluções 
não são capazes de reverter o quadro clínico 
 Dentifrícios com cálcio e fosfato 
 Colutórios com alta concentração de flúor 
 Dentifrícios com alta concentração de flúor (5.000ppm) 
3.2. Fricção (atrição): 
Conceito: 
Perda de estrutura dental induzida por um fluxo sólido, líquido ou gasoso. 
Aspecto: 
 Superfície dura, polida, rasa, com contorno regular e em forma de V. 
Fatores etiológicos: 
 Escovação traumática (técnica, força, frequência e rigidez das cerdas) 
 Uso de dentifrícios abrasivos (principalmente os branqueadores) 
 Uso abusivo de palitos de dente 
 Hábitos de interposição (caximbo, agulha, chimarrão, piercing) 
 
Na dentina, a evolução das lesões é mais 
rápida. Por apresentar menor quantidade de 
material inorgânico, a dentina é menos 
resistente a desmineralização ácida (ph 5,5 
em dentina e 4,5 em esmalte). Como 
consequência, o paciente pode manifestar 
quadro de sensibilidade provocada a 
estímulos externos que, com o tempo, 
podem induzir a formação de dentina 
esclerótica pelo complexo dentino-pulpar 
(deixando o dente cada vez mais escuro). 
Tratamento: 
 Orientação quanto ao uso correto da escova dental e dentifrício pouco 
abrasivo; 
 Aplicação de agentes dessensibilizantes; 
 Laserterapia; 
 Restaurações estéticas (desde que a quantidade de tecido abrasionado 
permita a inserção desses materiais sem alteração do contorno do elemento 
dental). 
3.3. Tensão (abfração): 
Conceito: 
Perda patológica de tecido dentário mineralizado na região cervical a partir de 
trincas e microfraturas induzidas por forças biomecânicas aplicadas diretamente sobre 
os dentes. 
Pela sua característica histológica, a dentina se deforma 
sem risco de fratura. O mesmo não ocorre com o esmalte (não 
permite deformação). Durante a mastigação, as forças laterais 
geradas na superfície oclusal dos dentes posteriores podem 
resultar na deflexão dos dentes. Consequentemente, ocorrerá 
compressão na região cervical para o lado em que o dente 
está se flexionando e tração no lado oposto. 
Considerando que os substratos esmalte e dentina possuem elevada resistência à 
compressão e baixa à tração, o stress da deformação gera quebras das ligações 
químicas entre os cristais de hidroxiapatita, com isso há aumento da permeabilidade a 
substâncias nos espaços formados, o que dificulta o restabelecimento das ligações 
químicas rompidas. A longo prazo, o trauma oclusal repetitivo resulta na exposição 
dentinária, que por sua vez se mostra vulnerável a dissolução ácida (erosão) e ao 
desgaste mecânico da escovação (abrasão). 
Fatores etiológicos: 
 Bruxismo 
 Apertamento 
 Oclusão: contato prematuro 
 Deglutição 
 Mastigação de alimentos duros 
 Profissões: segurar pregos, instrumentos de sopro 
 Hábitos: morder unhas e objetos como lápis 
 Uso de aparelhos ortodônticos 
 Grampos de PPR que interfiram na oclusão do paciente 
 Protetores de mordidapodem alterar a oclusão do paciente 
Aspecto: 
Apresentam-se em forma de cunha, geralmente profundas e com margem 
definida. 
É observada maior incidência desse tipo de lesão nos dentes inferiores, 
podendo ser justificado se consideramos que dentes inferiores apresentam menor 
diâmetro coronário na região cervical. 
Diagnóstico: 
Abfração denuncia que o dente provavelmente está em trauma oclusal. A imagem 
radiográfica poderá demonstrar sinais confirmatórios: 
 Espessamento da lâmina dura 
 Alargamento do espaço periodontal 
 Reabsorção vertical na cervical da crista óssea 
 Aumento da densidade óssea alveolar. 
Tratamento: 
 Restauracões adesivas; 
 Tratamento dessensibilizante (quando a profundidade não é grande); 
 Ajuste oclusal para impedir a progressão dessas lesões; 
 Confecção de placas miorrelaxantes; 
 Tratamento ortodôntico ou cirurgia ortognática para adequar oclusão; 
 Restaurações protéticas. 
 
 
 
 
 
O tratamento das lesões não cariosas é diversificado e depende da quantidade de estrutura dental perdida, 
presença ou não de sensibilidade e grau de envolvimento estético. O tratamento das consequências, através da 
realização de restaurações, deve ser instituído concomitante a remoção dos fatores etiológicos. 
4. Tratamento de hipersensibilidade dentinária 
4.1. Cremes dentais dessensibilizantes (à base de cloreto de estrôncio, nitrato de 
potássio e arginina): 
 Padrão ouro atualmente  Colgate Pró-alívio (com arginina na composição) 
Aplicar diretamente no dente sensível, massageando suavemente 
durante 1min. Após esse procedimento, escovar os dentes normalmente 
utilizando o mesmo dentifrício. Repetir este processo durante uma 
semana, mantendo o uso do dentifrício após este período. 
4.2. Laserterapia: 
 Alta potência  veda os túbulos dentinários, impedindo a dor 
 Baixa potência  modula o limiar de dor, quando o paciente já apresenta 
sintomatologia dolorosa 
4.3. Protocolo para tratamento em consultório: 
a) Isolamento relativo 
b) Profilaxia 
c) Aplicação de gel de nitrato de potássio 2% com fio retrator (ação neural) – 
aguardar 2min 
d) Friccionar o gel – aguardar 2min 
e) Friccionar o gel novamente – aguardar 1min 
f) Remover o gel 
g) Repetir o procedimento sem o uso do fio retrator 
 
a) Isolamento relativo 
b) Aplicação de gel de gluteraldeído 5% (obliterador) 
c) Friccionar e deixar agir 
 
4.4. Tratamento restaurador: 
 Melhoria da higiene; 
 Diminuição da sensibilidade térmica 
 Prevenção do envolvimento pulpar 
 Prevenção de abrasão por dentrifício 
 Prevenção de erosão ácida 
Realizar este 
procedimento 
durante duas 
consultas com 
intervalo de 48h 
entre elas. 
Realizar este 
procedimento 
durante duas 
consultas com 
intervalo de 48h 
entre elas. 
 Prevenção de impacção alimentar 
 Melhora estética 
 Aumento da resistência do dente 
 
Orientação profissional visando a prevenção: 
 Não escovar os dentes logo após ingerir ácidos (esperar no mínimo 1h) 
 Não ficar com bebidas ácidas muito tempo na boca (não bochechar) 
 Utilizar canudos ao beber bebidas ácidas 
 Escovação suave 
 Não utilizar dentifrícios abrasivos 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Diagnóstico e tratamento dos processos periapicais agudos 
1. Processos de origem não infecciosa 
 Inflamação não microbiana 
 Pericementites não infecciosas/ química/ traumática/ iatrogênica 
 Não relacionados à contaminação microbiana 
 Relacionados à origem traumática ou química 
 Geralmente são processos inflamatórios agudos incipientes (não se agrava 
muito ao longo do tempo) 
Contato com agente agressivo  processo inflamatório agudo na região periapical 
(tecidos que circundam o ápice dentário) – localizado 
1.1. Fatores causais: 
 Sobreoclusão (restauração com ajuste oclusal inadequado)  realizar ajuste 
oclusal adequado 
 Sobreinstrumentação (instrumentação sem respeitar o comprimento de 
trabalho) 
 Ação de irrigantes e medicamentos  utilizar técnica e quantidade adequada 
 Sobreobturação (extravazamento do cimento obturador ou dos cones de papel) 
 correta prova de cone e espatulação do cimento 
1.2. Características: 
 Paciente refere ter sido submetido a algum procedimento nos últimos dias 
 Dor pode ser provocada ou espontânea (depende da sensibilidade do paciente) 
 Dor localizada (sabe identificar o dente) 
 Intensidade de leve a moderada 
 Geralmente inicia algumas horas após o procedimento (com exceção de casos 
de sobreoclusão, em que demora mais para causar dor) 
1.3. Exame clínico: 
 Sem alteração clínica visível 
 Evidências da intervenção do cirurgião dentista (abertura coronária, 
restauração recente) 
Natália B. Abrahão 
 Testar se existe contato prematuro 
 Teste de pressão positiva (empurrar o dente em direção ao ápice) 
 Digitação apical positiva ou negativa – depende da sensibilidade do paciente 
 Teste de percussão positivo 
 Teste de sensibilidade pulpar positivo (sobreoclusão) ou negativo (casos 
relacionados à endodontia) 
1.4. Exame radiográfico: 
 Não é possível visualizar alterações periapicais causadas por esse processo, mas 
sim indícios de intervenção profissional. 
1.5. Tratamento: 
 Eliminação da causa é possível 
 Agente agressor não está agindo de forma contínua (sobreinstrumentação) 
 Sem tratamento local 
 Tratamento sistêmico – analgésicos e anti-inflamatórios: 
Paracetamol 750mg de 6/6h durante 2 a 4 dias 
Ibuprofeno 400mg de 6/6h durante 2 a 4 dias 
Diclofenaco sódico ou de potássio 50mg de 6/6h durante 2 a 4 dias 
2. Processos de origem infecciosa: 
 Inflamação microbiana 
 Relacionados ao processo de necrose pulpar e com as defesas do hospedeiro 
 As bactérias mais associadas aos processos periapicais agudos são as 
anaeróbias gram negativas (produtoras de pigmentos negros), estando 
também presentes em processos crônicos, mas em menor quantidade  
produzem na sua parede celular uma toxina chamada lipopolissacarídeo 
bacteriano (LPS), sendo liberado durante a reprodução ou lise destas bactérias 
(em grandes concentrações libera neurotransmissores vasoativos nos tecidos 
periapicais, potencializando a dor) 
 Nestes casos haverá dois momentos de tratamento: 
 Tratamento paliativo/ de urgência – tem como objetivo o alívio dos 
sintomas 
 Medidas locais: dependem do estágio do quadro agudo 
Nesses casos, o tratamento de 
urgência já corresponde ao 
tratamento definitivo. 
Natália B. Abrahão 
 Medidas sistêmicas: dependem da presença de manifestações 
sistêmicas, da possibilidade de drenagem e do estado de saúde 
do paciente. 
 Tratamento resolutivo – tem como objetivo agir contra a causa do 
processo, evitando que ele retorne ou se perpetue  tratamento 
endodôntico ou exodontia 
2.1. Pericementite apical infecciosa aguda: 
 Artrite apical 
 Processo inflamatório pericemento apical causado por microrganismos e suas 
toxinas 
 Processo localizado em que não existe a formação de pus 
 Se não houver intervenção a tendência é de evolução do quadro (já que o fator 
causal continua presente) 
Manifestações subjetivas: 
 Dor espontânea 
 Continua 
 Localizada 
 Intensidade mediana 
 Sensibilidade ao toque ou a mastigação 
 Sensação de prurido, pressão (dente apertado no alvéolo) ou “dente crescido” 
– a inflamação nos tecidos periapicais pode causar uma leve extrusão do dente 
no alvéolo, causando esta sensação 
Manifestações objetivas - Exame clínico: 
 Presença de dor 
 Presença de restauração (com alguma desadaptação que possa ter causado a 
entrada de bactérias), lesões de cárie, fraturas, traumatismo dentário, etc. 
 Teste de pressão e percussão positivo 
 Teste de digitação apical pode ser negativo ou positivo 
 Teste de sensibilidade pulpar negativo 
 Dentes ainda sem mobilidade 
Aspecto radiográfico: 
 Por ser um processo bastante inicial, ainda não houve tempopara que ocorra 
alguma alteração óssea. Portanto, não é um exame conclusivo, sendo mais comum 
Natália B. Abrahão 
apresentar ausência de alteração radiográfica ou o aumento discreto do ligamento 
periodontal apical. 
Diagnóstico diferencial: 
 Dor pulpar x dor periapical: 
 Dor pulpar  teste de sensibilidade pulpar positivo, muitas vezes 
exacerbado 
 Dor periapical  teste de sensibilidade pulpar negativo 
 
 Pericementite apical não infecciosa x Pericementite apical infecciosa aguda: 
 Pericementite apical não infecciosa  sintomatologia aparece logo 
após a intervenção profissional 
 Pericementite apical infecciosa aguda  sintomatologia aparece alguns 
dias após a intervenção profissional (quando relacionada à intervenção) 
Tratamento: 
 Urgência: 
Medidas locais: 
 Redução do conteúdo séptico do canal, através de abertura coronária e 
penetração desinfetante (por terços com instrumentos finos) irrigando com hipoclorito 
de sódio 12%. MIC: tricresol formalina + selamento provisório e alívio oclusal 
 Se houver tempo pode ser realizado todo o PQM, usando hidróxido de cálcio com 
MIC. 
Medidas sistêmicas: Analgésicos comuns 
Paracetamol 750mg de 6/6h por 2 a 4 dias; 
Dipirona sódica 500mg de 6/6h por 2 a 4 dias. 
 Resolutivo (após a remissão do quadro agudo): 
 Tratamento endodôntico ou exodontia do dente, estando a escolha entre estas 
duas opções relacionadas ao prognóstico do elemento dentário (estado, valor 
estratégico, capacidade de reabilitação protética, estado de saúde do paciente). 
 
Natália B. Abrahão 
2.2. Abscesso apical agudo: 
 Abscesso dento-alveolar agudo; Periodontite apical supurativa aguda; 
Abscesso agudo periapical. 
 A partir de um quadro de pericementite apical aguda começa a ocorrer a 
formação de pus 
 De acordo com a característica da formação de pus, classifica-se o abscesso 
apical agudo em diferentes estágio clínicos, com diferentes tratamentos. 
 Fase inicial – pus localizado na região periapical 
 Em evolução – pus começa a buscar exteriorização, localizando-se em 
região óssea, na região de tecidos moles de maneira difusa 
 Evoluído: pus localizado e concentrado na região de tecido moles 
(mucosa ou pele) 
2.2.1. Abscesso apical agudo em fase inicial: 
Manifestações subjetivas: 
 Paciente relata histórico de sintomas da fase anterior (pericementite periapical 
aguda) 
 Dor passa a ter característica mais intensa 
 Espontânea 
 Localizada 
 Pode ter característica pulsátil e contínua 
 Dor exacerbada pelo toque 
 Sensação de dente crescido 
 Pode apresentar manifestações sistêmicas (febre, prostação) 
Manifestações objetivas: 
 Presença de restauração (com alguma desadaptação que possa ter causado a 
entrada de bactérias), lesões de cárie, fraturas, traumatismo dentário, etc. 
 Pode apresentar fundo de sulco avermelhado, na região próxima ao ápice 
dentário (devido à liberação de toxinas) 
 Teste de pressão e percussão muito positivo 
 Teste de digitação apical positivo 
 Teste de sensibilidade pulpar negativo (se o paciente referir dor, conferir se 
não é devido ao toque) 
A drenagem de pus é a maneira 
mais eficaz para alívio da dor em 
casos de abscesso apical agudo. 
Natália B. Abrahão 
 Mobilidade dentária, devido à desorganização das fibras do ligamento 
periodontal (perguntar para o paciente se esteve sempre presente ou se surgiu 
junto com o aparecimento da dor) 
Aspecto radiográfico: 
 Pode ser encontrada ausência de alterações radiográficas periapicais, presença 
de radioluscência periapical com bordos pouco nítidos. 
Diagnóstico diferencial: 
 Dor pulpar x dor periapical: 
 Dor pulpar  teste de sensibilidade pulpar positivo, muitas vezes 
exacerbado; Dor geralmente difusa. 
 Dor periapical  teste de sensibilidade pulpar negativo; Dor localizada. 
 
 Abscesso periapical x abscesso periodontal: 
 Abscesso periapical  teste de sensibilidade pulpar negativo 
 Abscesso periodontal  teste de sensibilidade pulpar positivo, 
presença de bolsa com drenagem de pus via bolsa periodontal 
 
 Abscesso periapical x fratura: 
 Avaliar radiograficamente e realizar sondagem periapical. 
Tratamento: 
 Urgência: 
Medidas locais: 
 Redução do conteúdo séptico intracanal, diminuindo a carga microbiana e 
drenagem do pus via canal. Para realizar a drenagem é feita abertura coronária e 
penetração desinfetante. Caso não drene, realizar o trespasse apical (com instrumento 
fino ultrapassar 1 ou 2mm o CT do dente, tentando desbloquear a passagem de pus 
contido naquela região). Nestes casos é usado tricresol formalina como MIC, 
selamento provisório e ajuste oclusal. 
 Se houver tempo pode ser realizado todo o PQM, usando hidróxido de cálcio com 
MIC. 
Medidas sistêmicas: 
Abscesso fênix é aquele que se apresentava 
como um abscesso periapical crônico e sofre 
processo de agudecimento. 
Natália B. Abrahão 
Se houver drenagem: analgésicos comuns 
Paracetamol 750mg de 6/6h por 2 a 4 dias; 
Dipirona sódica 500mg de 6/6h por 2 a 4 dias. 
Se não for possível fazer drenagem: analgésicos mais potentes 
Paracetamol 500mg + Fosfato de codeína 30mg (Tylex) de 6/6h por 2 a 4 dias 
(receituário especial) 
Uso de antibiótico é indicado quando observado risco de disseminação sistêmica da 
contaminação: 
- Casos de comprometimento sistêmico (diabetes, HIV, lúpus eritematoso, gripe, etc) 
- Paciente extremamente 
delimitado (prostação, febre, 
etc) 
- Drenagem não é possível 
 
 
 
 Resolutivo (após a remissão do quadro agudo): 
 Tratamento endodôntico ou exodontia do dente, estando a escolha entre estas 
duas opções relacionadas ao prognóstico do elemento dentário (estado, valor 
estratégico, capacidade de reabilitação protética, estado de saúde do paciente). 
 
Amoxicilina 500mg de 8/8h por 7 a 10 dias; 
Amoxicilina 500mg + Clavulanato de potássio 125mg de 8/8h por 7 a 10 
dias; (quando amox. não tem efeito) 
Clindamicina 300mg de 12/12h por 5 a 7 dias (pacientes alérgicos) 
Metronidazol 400mg de 6/6h por 7 dias (pacientes alérgicos) 
Azitromicina 500mg de 24/24h por 5 dias (pacientes alérgicos) 
 
Manifestações em tecidos moles: 
O pus situado na região periapical começa a aparecer no osso esponjoso, e à medida que se aproxima da 
cortical, o pus acaba perfurando a cortical óssea e atingir os tecidos moles. Quando ele está percorrendo o tecido 
ósseo, já produz citocinas que são lentamente liberadas, causando vermelhidão e um discreto aumento de volume. Ao 
chegar aos tecidos moles, este pus se espalha/difunde nos tecidos caracterizando-se sem um ponto de flutuação 
(região em que o pus está mais concentrado). Com o passar do tempo, começa a concentrar-se, sendo possível 
observar um aumento de volume significativo e um ponto de flutuação. O que diferencia um abscesso em evolução de 
um abscesso evoluído é justamente a presença ou não de um ponto de flutuação. O local em que o aumento de 
volume ocorrerá depende de uma situação que inclui a inclinação das raízes e espessura óssea x comprimento das 
raízes e inserções musculares (o pus sempre buscará a exteriorização através do local com menor resistência). 
Flegmão/Celulite: Abscesso que apresenta manifestações em tecidos moles formando um aumento de volume visível 
clinicamente. 
Natália B. Abrahão 
2.2.2. Abscesso apical agudo em evolução: 
 Na ausência de tratamento do abscesso, o pus começa a tentar exteriorizar-se, 
espalhando-se para o tecido ósseo e periósteo, as toxinas produzidas 
começam a ser liberadas e o pus alcança os tecidos moles, localizando-se em 
pele e mucosa de maneira ainda difusa; 
 Geralmente é a fase de maior desafio clínico para gerar alívio de dor ao 
paciente (devido à falta de concentração do pus, dificultando a drenagem); 
 Aumento de volume inicialmente causado pelas toxinas produzidas, e 
posteriormente causado pelo próprio pus difundido nos tecidos. 
Manifestações subjetivas: 
 Vermelhidão Assimetria facial 
 Edema intra ou extra oral sem ponto de flutuação 
 Eventualmente pode existir dificuldade de abertura de boca (devido ao 
aumento de volume) 
Manifestações objetivas: 
 Teste de pressão e percussão muito positivo 
 Teste de digitação apical positivo 
 Teste de sensibilidade pulpar negativo 
 Pode ter mobilidade dentária, mas menor do que no estágio inicial já que o pus 
não está mais concentrado na região das fibras 
 Presença de restauração (com alguma desadaptação que possa ter causado a 
entrada de bactérias), lesões de cárie, fraturas, traumatismo dentário, etc. 
Aspecto radiográfico: 
 Exame não conclusivo, podendo apresentar ausência de alterações ou lesões pré-
existentes. 
Diagnóstico diferencial: 
 Abscesso em evolução x Pericoronarite: 
 Pericoronarite: inflamação dos tecidos circundantes a um dente em 
erupção 
 
Natália B. Abrahão 
 Abscesso em evolução x Fratura dentária: 
 A linha de fratura pode gerar a proliferação de biofilme e este biofilme 
quando permanece por muito tempo pode evoluir para um processo 
supurativo com aumento de volume. 
 
 Abscesso em evolução x Abscesso periodontal ou perfurações 
 Não apresentam origem endodôntica 
 
 Abscesso em evolução x Caxumba: 
 Ausência de dor de origem dentária, dor na região de 
tumefação, vermelhidão no ducto de Stensen, pode haver 
febre, prostação e cefaleia. 
 
 Abscesso em evolução x Sialolitíase: 
 Aumento de volume normalmente antes da alimentação (momento de 
bastante secreção salivar) devido a obliteração do ducto salivar, 
ausência de dor de origem dentária, dor na região de tumefação, 
possível palpação de objeto solido na região afetada (sialolíto) e 
imagem radiopaca compatível com cálculo salivar. 
 
 Abscesso em evolução x Hipertrofia do masseter 
 Característica anatômica, ausência de dor 
 
 Abscesso em evolução x Osteomielite supurativa aguda: 
 Perda óssea com imagens radiopacas “flutuando” em uma área 
radiolúcida. 
 
 Abscesso em evolução x Actinomicoses: 
 Ausência de dor dentária, tumefação em ângulo da mandíbula 
geralmente, indolor e endurecido, pele avermelhada, púrpura e fístulas 
múltiplas. 
 
 Abscesso em evolução x Tumores 
 Ausência de dor de origem dentária, geralmente indolor, 
comportamento progressivo (não evolui em questão de dias). 
Natália B. Abrahão 
Tratamento: 
 Urgência: 
Medidas locais: 
 Pela dificuldade de drenagem devido à falta de concentração do pus, deve-se 
fazer uma tentativa de redução do conteúdo séptico intracanal, diminuindo a carga 
microbiana, através da drenagem do pus via canal. Para realizar a drenagem é feita 
abertura coronária e penetração desinfetante. Caso não drene, realizar o trespasse 
apical (com instrumento fino ultrapassar 1 ou 2mm o CT do dente, tentando 
desbloquear a passagem de pus contido naquela região). Nestes casos é usado 
tricresol formalina como MIC, selamento provisório e ajuste oclusal. 
 Se a drenagem não for obtida, pelo menos foi diminuído o conteúdo séptico do 
canal, aumentando as chances de respostas do hospedeiro. 
 Nesta fase do processo manifestações sistêmicas como febre e prostração são 
mais comuns, dificultando o término do PQM. Se houver tempo e o paciente estiver 
em um “bom estado de saúde” pode ser realizado todo o PQM, usando hidróxido de 
cálcio com MIC. 
 Pode ser dada a recomendação para que o paciente utilize manobra de calor 
local, por meio de bochechos com solução aquecida (água morna, chás, etc.)  não 
deve ser usado calor externo, pois estimula a drenagem via pele, que pode causar 
cicatriz. 
Medidas sistêmicas: 
Se houver drenagem: analgésicos comuns 
Paracetamol 750mg de 6/6h por 2 a 4 dias; 
Dipirona sódica 500mg de 6/6h por 2 a 4 dias. 
Se não for possível fazer drenagem: analgésicos mais potentes 
Paracetamol 500mg + Fosfato de codeína 30mg (Tylex) de 6/6h por 2 a 4 dias 
(receituário especial) 
 
Natália B. Abrahão 
Uso de antibiótico é indicado quando observado risco de disseminação sistêmica da 
contaminação: 
- Casos de comprometimento sistêmico (diabetes, HIV, lúpus eritematoso, gripe, etc) 
- Paciente extremamente 
delimitado (prostação, febre, 
etc) 
- Drenagem não é possível 
 
 
 
 Resolutivo (após a remissão do quadro agudo): 
 Tratamento endodôntico ou exodontia do dente, estando a escolha entre estas 
duas opções relacionadas ao prognóstico do elemento dentário (estado, valor 
estratégico, capacidade de reabilitação protética, estado de saúde do paciente). 
2.2.3. Abscesso apical agudo evoluído: 
Manifestação subjetiva: 
 Dor espontânea, mas menos intensa quando comparada ao “em evolução”  
não existe mais a pressão do pus para extravasar para tecidos moles, pois ele 
já se localiza em tecidos moles 
Manifestação objetiva: 
 Teste de pressão e percussão positivo (menor intensidade do que nas etapas 
anteriores) 
 Teste de digitação apical positivo (menor intensidade do que nas etapas 
anteriores) 
 Teste de sensibilidade pulpar negativo 
 Geralmente sem mobilidade dentária, mas pode ocorrer em algumas situações 
 Presença de restauração (com alguma desadaptação que possa ter causado a 
entrada de bactérias), lesões de cárie, fraturas, traumatismo dentário, etc. 
 
Amoxicilina 500mg de 8/8h por 7 a 10 dias; 
Amoxicilina 500mg + Clavulanato de potássio 125mg de 8/8h por 7 a 10 
dias; (quando amox. não tem efeito) 
Clindamicina 300mg de 12/12h por 5 a 7 dias (pacientes alérgicos) 
Metronidazol 400mg de 6/6h por 7 dias (pacientes alérgicos) 
Azitromicina 500mg de 24/24h por 5 dias (pacientes alérgicos) 
 
Mais 
comum 
nesses 
casos! 
Natália B. Abrahão 
Aspecto radiográfico: 
 Exame não conclusivo, podendo apresentar ausência de alterações ou lesões 
pré-existentes. 
Diagnóstico diferencial: 
Igual ao da etapa de abscesso em evolução. 
Tratamento: 
 Urgência: 
Medidas locais: 
 Drenagem cirúrgica: 
a) Aplica-se anestesia regional e depois anestesias em torno da região afetada 
(quando a drenagem for em pele, preferir anestésicos sem vasoconstritor, para 
evitar que deixe cicatriz mais facilmente). 
b) Realizar pequena incisão um pouco abaixo do ponto de flutuação 
c) Inserir instrumento de ponta ronda (pinça mosquito ou até mesmo a sonda 
periodontal) e divulsionar o tecido para liberar a saída do pus  neste 
momento o pus será drenado 
 
 Sempre que possível será realizada também a abertura coronária e penetração 
desinfetante por terços. Se houver tempo e o paciente estiver em um “bom estado de 
saúde” pode ser realizado todo o PQM, usando hidróxido de cálcio com MIC. 
Medidas sistêmicas: 
 Pelo fato de neste estágio a dor já não ser mais tão intensa e da drenagem ser a 
maneira mais eficaz de combater os sintomas, normalmente será prescrito analgésicos 
comuns: 
Paracetamol 750mg de 6/6h por 2 a 4 dias; 
Dipirona sódica 500mg de 6/6h por 2 a 4 dias. 
Se ao apertar a região for observada a presença de pus, mesmo após a drenagem cirúrgica, deve ser aplicado 
um pequeno dreno (suturar em um dos lados da incisão um pedacinho de dique de borracha, para que a 
ferida não feche, impossibilitando a drenagem do pus). Este dreno deve ficar por no máximo 48h, evitando 
que o dreno se torne uma porta de entrada para contaminação. 
Natália B. Abrahão 
 Em casos de pacientes mais sensíveis ou situações especiais é necessário 
prescrever Tylex: 
Paracetamol 500mg + Fosfato de codeína 30mg de 6/6h por 2 a 4 dias (receituário 
especial) 
 
Uso de antibiótico é indicado quando observado risco de disseminação sistêmica da 
contaminação: 
- Casos de comprometimento sistêmico (diabetes, HIV, lúpus eritematoso, gripe, etc) 
- Paciente extremamente 
delimitado (prostação, febre, 
etc) 
- Drenagem não é possível 
 
 
 
 Resolutivo (após a remissão do quadro agudo): 
 Tratamento endodôntico ou exodontia do dente, estando a escolha entre estas 
duas opções relacionadas ao prognósticodo elemento dentário (estado, valor 
estratégico, capacidade de reabilitação protética, estado de saúde do paciente). 
3. Complicações dos quadros agudos 
3.1. Flegmão lenhoso: 
 Situação em que o abscesso apical agudo torna-se crônico, devido à drenagem 
inadequada ou a não prescrição de antibióticos de forma adequada. Forma-se uma 
tumefação dura, fibrosada, ao invés de ocorrer a remissão do edema. 
 Região endurecida 
 Indolor 
 Sem manifestações sistêmicas 
 Reversão bastante lenta 
 
Amoxicilina 500mg de 8/8h por 7 a 10 dias; 
Amoxicilina 500mg + Clavulanato de potássio 125mg de 8/8h por 7 a 10 
dias; (quando amox. não tem efeito) 
Clindamicina 300mg de 12/12h por 5 a 7 dias (pacientes alérgicos) 
Metronidazol 400mg de 6/6h por 7 dias (pacientes alérgicos) 
Azitromicina 500mg de 24/24h por 5 dias (pacientes alérgicos) 
 
Tratamento: Realizar o tratamento endodôntico 
(nesta etapa não existe mais a possibilidade de 
drenagem) e salientar ao paciente que a reversão 
do quadro acontecerá de forma bastante lenta. 
Natália B. Abrahão 
3.2. Angina de Ludwig: 
 Situações em que a drenagem acontece abaixo da inserção do músculo milo-
hioideo, comprometendo a região submandibular, sublingual e submentoniano 
bilateralmente e dificultando a capacidade de respiração e deglutição, com obstrução 
das vias aéreas. 
 Edema difuso 
 Desenvolvimento rápido 
 Geralmente associado à infecção aguda 
 Tem sido associada a situações em que o paciente 
apresenta baixa imunidade (lúpus, diabetes e HIV) 
 Ocorre principalmente em molares inferiores (com raízes mais longas) 
 Normalmente ocorre elevação da língua 
 Pode levar a septicemia, obstrução das vias aéreas e até a óbito. 
 Acompanhar o paciente após o tratamento de urgência. Em caso de suspeita 
de quadro de Angina de Ludwig o paciente deve ser levado imediatamente 
para internação hospitalar (manutenção das vias aéreas, drenagem 
hospitalar eantibioticoterapia endovenosa)! 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Estomatologia 
Processos proliferativos não neoplásicos e Diagnóstico das lesões 
brancas 
1. Lesão branca 
 Originada pelo espessamento do epitélio 
 Lesão fundamental: mancha ou placa 
1.1. Removível por raspagem: 
Candidíase pseudomembranosa: 
 Não é uniforme 
 Tratar com fungicida 
1.2. Não removível: 
Hiperceratose friccional: 
 Comum em pacientes fumantes, principalmente com espessamento da mucosa 
do palato mole; 
 Comum em paciente edêntulo que mastiga com a mucosa. 
Língua geográfica 
Papilas filiformes pigmentadas (língua pilosa): 
 Mexer para ver o movimento das papilas 
Leucoplasia pilosa: 
 Afeta os bordos da língua de maneira bilateral 
 Secar com a gaze para ver se fica fosco (similar ao exame de cárie) 
 Pedir exame anti-HIV 
Lúpus eritematoso sistêmico: 
 Aspecto de asa de borboleta no palato 
Líquen plano: 
Natália B. Abrahão 
 Procurar áreas de estrias 
 Mancha ou placa branca na língua 
 Tratar com fungicida 
 Toda placa rugosa tende a acumular fungo  prescrever fungicida antes da 
realização de biópsia 
Mordiscamento 
Cicatriz: 
 Palpar e sentir o cordão de colágeno 
Sífilis: 
 Mimetiza clinicamente outras doenças comuns 
 Examinar se é mancha realmente ou se é placa sifilítica 
 Sífilis primária = lesão única 
 Sífilis secundária = lesões múltiplas 
Candidíase leucoplásica: 
 Não é uniforme 
 Tratar com fungicida 
Leucoplasia 
 Combinação de manchas e placas brancas, sendo uma lesão única e extensa 
 Biópsia deve ser realizada na região mais preocupante  área heterogênea 
 Remover fatores etiológicos 
 Realizar acompanhamento 
 Em mucosa jugal é baixa a incidência de transformação maligna 
 Morfologia bastante variada 
Carcinoma: 
 Acompanhar pacientes que fizeram tratamento para neoplasias 
 Sempre fazer biópsia de lesões brancas nestes casos 
1.3. Linha de raciocínio: 
a) Lesão fundamental: mancha ou placa 
b) Descartar hipótese de trauma local 
c) Verificar fatores como fumo e álcool 
Para achar lesão branca tem que 
secar a mucosa! 
Natália B. Abrahão 
d) Determinar se é removível a raspagem ou não  não removível! 
e) Determinar se a lesão é única ou múltipla  única! 
f) Verificar o tempo de evolução 
2. Processos proliferativos não neoplásicos 
 Lesões fundamentais: nódulo ou pápula 
Granuloma piogênico: 
 Resposta inflamatória proliferativa reativa a um agente de baixa intensidade, 
como uma restauração fraturada, excesso de material restaurador ou cálculo; 
 Normalmente apresenta-se como uma pápula séssil, mais frequente em 
gengiva; 
 Tratamento cirúrgico (sangra muito): remover até o periósteo (usar cimento 
cirúrgico sem eugenol); 
 Pode ser bastante extenso e agressivo. 
Hiperplasias induzidas por prótese: 
 Pedir para o paciente não usar a prótese por um tempo 
 Remoção cirúrgica da lesão 
Hiperplasia fármaco induzida: 
 Remoção cirúrgica 
Lesões periféricas de células gigantes: 
 Provenientes do periósteo; 
 Lesão com características radiográficas 
Anatomia topográfica: 
 Papila foliácea; 
 Glândulas salivaresacessórias. 
Tórus: 
 Remoção é indicada quando acumula restos alimentares ou interfere na 
confecção de prótese 
 
Natália B. Abrahão 
Hérnia em assoalho bucal 
Dente incluso 
Hemangiomas: 
 Má-formação vascular 
2.1. Linha de raciocínio: 
a) Anamnese 
b) Exame físico 
c) Remoção de trauma crônico 
d) Requisição de raio-X, se necessário 
e) Requisição de exames pré-operatórios 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Hipersensibilidade dentinária 
1. Definição 
Importante problema clínico devido à sua ocorrência e ao seu 
impacto nos indivíduos. Pode ser definida como uma dor acentuada 
de curta duração decorrente da exposição de dentina em resposta a 
um estímulo térmico, evaporativo, tátil, osmótico ou químico. Além 
disso, a hipersensibilidade dentinária não pode ser atribuída a 
qualquer outra patologia dentária. 
Caracteriza-se como uma dor crônica que exige tratamento. 
Sinônimos: Alodontia, Odontalgia, Hiperestesia dentinária, Hipersensibilidade 
dentinária cervical. 
2. Prevalência: 
Embora a HD possa comprometer pessoas de qualquer idade, os indivíduos 
mais afetados estão na faixa etária de 20 a 50 anos, com um pico entre 30 a 40 anos 
(primeiros sinais clínicos da doença periodontal), diminuindo com o envelhecimento. 
 Diminuição da permeabilidade da dentina 
 Diminuição da sensibilidade neural 
2.1. Fumo: 
Indivíduos fumantes  ↑chances de desenvolver periodontite ↑ recessão gengival 
↑exposição radicular ↑ HD 
2.2. Histórico de tratamento periodontal: 
Indivíduos com histórico de tratamento periodontal tem 50% 
mais chance de apresentar HD, pois o próprio tratamento causa 
certa retração gengival, expondo maior área de raiz. 
Além disso, os indivíduos tratados recebem remoção profissional de placa e 
cálculo que, inadvertidamente, remove a proteção dentinária. 
Natália B. Abrahão 
2.3. Recessão gengival: 
Não há hipersensibilidade dentinária sem exposição de dentina. A região cervical 
costuma ser mais afetada, justamente pelo fato de que nessa região o cemento que 
recobre a dentina é muito delgado, podendo em caso de recessão gengival, ser 
perdido mais facilmente (escovação). 
3. Teorias explicativas 
Teoria da transdução odontoblástica 
Teoria neural 
Teoria hidrodinâmica/ Teoria hidrodinâmica de Brannstrom: 
Fluidos dentro dos túbulos dentinários são perturbados tanto pela 
temperatura quanto por alterações físicas ou osmóticas. Esses 
movimentos do fluido são capazes de mudar a pressão intratubular, o 
que acaba por perturbar as terminações nervosas pulpares, iniciando a 
sensação dolorosa. 
Tendo em vista a etiologia é possível definir possíveis caminhos de 
tratamento: 
 Obliterar o túbulo 
 Impedir a movimentação do fluido 
 Impedir que o estímulo doloroso chegue ao sistema 
nervoso 
4. Fatoresavaliar a adesão do 
paciente ao tratamento 
 Streptoccocus mutans: 
 Bactéria cariogênica associada ao consumo de sacarose 
 Pode estar associada ao processo carioso 
 
 Lactobacilus: 
 Associada ao consumo de carboidratos 
 Necessita de sítios receptivos (cavidades de cárie, 
restaurações) 
 
Valor de referência: maior ou igual a 0,7mL/min 
Valor de referência: maior ou igual a pH=4 
Valor de referência: menor que 106UFC/mL de saliva 
Valor de referência: menor que 105 UFC/mL de saliva 
FA = Frequência alimentar 
FS = Frequência de sacarose 
FSER = Frequência de 
sacarose entre refeições 
Natália B. Abrahão 
7. Características histopatológicas da lesão de cárie em 
esmalte (não-cavitada) 
Zona superficial: é uma zona hipermineralizada, que possui 
pouca quantidade de poros e cristais grandes (40-80 nm). Sofre 
constante processo de remineralização. É a parte mais recente da lesão. 
Zona de corpo da lesão: possui maior quantidade de poros e cristais pequenos (10-30 
nm). Sofre processo de desmineralização. 
Zona escura: possui pouca quantidade de poros e cristais grandes (50-100 nm). Sofre 
constante processo de remineralização. 
Zona translúcida: possui menor quantidade de poros e cristais pequenos (25-30 nm). 
Sofre constante processo de desmineralização. É a primeira zona formada e a parte 
mais antiga da lesão. 
Zona de esmalte normal 
 
 
8. Características histopatológicas da lesão de cárie em dentina (cavitada) 
Biofilme + Zona de necrose 
Zona de invasao bacteriana 
Zona de desmineralização 
Zona de esclerose dentinária 
Dentina reacional 
9. Características clínicas 
9.1. Lesões não-cavitadas: 
 Ativa Inativa 
Cor Branca Branca ou pigmentada de 
marrom/castanho 
Textura Rugosa Lisa 
Reflexão Opaca Brilhante 
Importância clínica: evitar iatrogenia, visto que se o profissional exercer uma força exagerada sobre a camada 
superficial pode romper a lesão, expondo a zona de corpo da lesão que é extremamente porosa. Além disso, é 
possível avaliar a capacidade de remineralização do tecido cariado. 
Importância clínica: guiar o tratamento restaurador. 
Código de Pigmentação: manchas removidas com profilaxia, não se aplica a LNCI que 
acabam pigmentando ao longo do tempo 
Natália B. Abrahão 
 
9.2. Lesões cavitadas: 
 Ativa Inativa 
Cor Castanho claro/amarelo Marrom escuro 
Textura Amolecida/coreácea (sai 
lascas) 
Endurecida 
 
10. Índice ICDAS 
 Índice que considera a característica clínica da lesão e o grau histopatológico. 
0 = superfície dentária hígida 
1 = alterações iniciais em esmalte quando seco 
2 = alterações distintas em esmalte úmido 
3 = cavidade em esmalte sem dentina visível ou sombreamento 
aparente pode ser comum em vestibular de molares (no sulco) 
4 = sombreamento visível em dentina apresentando ou não 
cavidade em esmalte 
Deve ser feito exame radiográfico para avaliar a extensão da lesão, já que o 
grau de desmineralização pode variar. 
 Imagem radiográfica em dentina  tratamento restaurador 
 Cavidade com imagem radiográfica em esmalte  selamento 
 Sem imagem radiográfica  acompanhamento 
5 = cavidade evidente com dentina visível 
6 = cavidade extensa com dentina visível 
11. Processo de inativação da lesão 
 Remineralização – deposição de cristais de fluorapatita 
 Polimento 
 Pigmentação – no processo de des/re houve a incorporação de pigmentos no 
interior do tecido 
Índice de refração: 
Hidroxiapatita = 1,62 
Água = 1,33 
Ar= 1 
É importante verificar se ao sondar 
uma cavidade é possível delimitar toda 
a área (paciente consegue higienizar de 
forma adequada) ou se há áreas 
socavadas (não será possível higienizar 
de forma adequada, portanto, exige 
tratamento restaurador). 
Natália B. Abrahão 
12. Lesão não-cavitada x Fluorose dentária 
 Lesão de cárie 
não-cavitada 
Fluorose 
Forma Acompanha o formato da gengiva 
 
Acompanha as estrias de Retzius 
 
Dentes acometidos Relacionado ao acúmulo de biofilme Tendência a homologia (dentes que tem a 
mesma época de erupção costumam 
apresentar o mesmo grau de severidade) 
Região subgengival Esmalte normal Esmalte afetado 
 
 
13. Lesão radicular 
 São usados os mesmos critérios de diagnóstico que as lesões 
coronárias. Porém, muitas vezes o cemento é perdido mais rapidamente, 
já expondo dentina. 
14. Superfície proximal 
 Inspeção visual – em casos que o dente adjacente está ausente, ao fazer 
restaurações de classe II (aproveitar sempre para olhar a face proximal do 
dente vizinho) ou ao realizar afastamento dental. 
 Exame radiográfico - não indica a atividade ou não da lesão, visto que apesar 
da remineralização provocar um aumento dos cristais, a cicatriz da lesão 
permanece presente, gerando imagem radiográfica. 
Serão realizadas radiografias interproximais como rotina em pacientes 
com atividade de cárie ou em casos de sombreamento que podem gerar 
dúvidas quanto à cavitação ou não da lesão. 
 
 
 
 
 
Fluorose pode ser comum em ponta de cúspide (região que dificilmente 
apresentará lesão de cárie). 
Importante! 
Histologicamente a lesão está sempre mais avançada do que a imagem representada 
no exame radiográfico. Por isso, quando o paciente tem atividade de cárie será feita 
aplicação tópica de flúor em toda a boca e não apenas na lesão detectada. 
Natália B. Abrahão 
14.1. Decisão de intervenção 
Lesões não cavitada ativa  o controle da lesão é possível 
Lesão cavitadas  o controle da lesão torna-se extremamente difícil, exigindo 
intervenção restauradora 
 Como muitas vezes a decisão de intervenção será baseada apenas em uma 
imagem radiográfica, foi padronizado alguns critérios: 
 Radiolucidez no esmalte  trata-se como lesão não-cavitada 
 Radiolucidez em dentina interna trata-se como lesão cavitada 
 Radiolucidez em ½ dentina externa  afastamento dentário para conferir se 
existe cavitação 
14.2. Afastamento dental: 
 Tiras de borracha para afastar os dentes 
 Colocar um dia antes da consulta de diagnóstico 
 Inserir como se fosse fio dental (o meio da borracha pode ser 
lubrificado) e cortar as extremidades 
 
 Bandas de elástico ortodôntico 
 Deixar por até uma semana 
 Inserir com o auxílio de duas tiras de fio dental 
 O afastamento é mínimo (aproximadamente 0,5mm) 
 Tirar a borracha e colocar uma cunha imediatamente 
 
 Afastamento mecânico Ivory 
 Afastamento imediato 
 Anestesiar as papilas 
 
 
 
 
 
ICON: infiltrante resinoso que serve como opção no tratamento de LNC. Faz-se um 
condicionamento que amplia os poros da lesão e permite a entrada do infiltrante (resina 
bem fluida transparente), preenchendo esses poros. Ao polimerizar este infiltrante, 
ocorre um bloqueio dos poros com o intuito de eliminar as chances de progressão de 
lesões não cavitadas. No momento, discute-se a necessidade do uso deste produto, já que 
a princípio apenas o controle da atividade de cárie já seria suficiente para impedir a 
progressão da lesão. 
Natália B. Abrahão 
15. Superfícies oclusais 
15.1. Antigas ideias de tratamento: 
 Acreditava-se que devido à anatomia da superfície oclusal era praticamente 
inevitável desenvolver cárie nesta face 
 Existia a ideia de que fissuras deveriam ser desgastadas e transformadas em 
sulcos para possibilitar a escovação 
Na verdade, hoje se sabe que o inicio da lesão começa na entrada da 
fissura (anatomia rasa), onde haverá o acumulo de biofilme. Na região 
mais profunda, dita como inacessível, existe a presença de bactérias 
mortas e áreas calcificadas, realizando um selamento biológico. 
15.2. Dentes em erupção: 
 O dente que está erupcionando, por ficar em um nível diferente dos demais, 
acaba tendo sua higienização prejudicada na face oclusal, ficando mais suscetível ao 
acúmulo de biofilme e desenvolvimento de lesões de cárie. 
 É importante instruir o paciente para que reposicione a escova para 
alcançar este dente em erupção, fazendopredisponentes 
4.1. Recessão gengival: 
Na região cervical os túbulos dentinários apresentam diâmetro maior, à medida 
que se avança para a região periapical é possível verificar uma diminuição no número 
e no diâmetro destes túbulos. Frente a qualquer processo de recessão gengival, é 
justamente nesta área de maior exposição dos túbulos que ocorrerá a dor. 
4.2. Controle do biofilme: 
Pessoas com pobre controle do biofilme bacteriano estão sujeitas a ter 
doença periodontal destrutiva com maior extensão de destruição óssea, ou 
seja, apresentar severa exposição radicular. A ação de ácidos bacterianos 
Na região cervical de dentes com 
hipersensibilidade dentinária é 
possível observar por microscopia 
eletrônica uma maior quantidade 
de túbulos dentinários e um 
maior diâmetro destes túbulos. 
Natália B. Abrahão 
sobre a área radicular é capaz de abrir os túbulos dentinários e provocar HD. 
4.3. Excessiva escovação dentária: 
A escovação traumática sobre a gengiva pode trazer inflamação 
da gengiva marginal que, como consequência, pode levar à migração da gengiva em 
direção apical, expondo o cemento radicular. A continuidade da escovação traumática 
nessas áreas de exposição de cemento pode levar à perda deste tecido e à exposição 
dos túbulos dentinários presentes na dentina. 
 Preferir cerdas macias e arredondadas 
4.4. Tratamento periodontal: 
O tratamento periodontal tem sido associado devido à exposição dos túbulos 
dentinários após a remoção do cálculo supra e subgengival. Além disso, pode levar à 
perda do cemento que cobre a dentina radicular, consequentemente expondo os 
túbulos dentinários. 
4.5. Exposição a ácidos não bacterianos: 
A exposição a ácidos vindos da dieta, de produtos químicos e de 
medicações e a ácidos endógenos oriundos do estômago são importantes 
causas de HD. Essas substancias com baixo pH levam à perda de estrutura 
dentária por dissolução. Isso ocorre especialmente na região cervical, onde o 
esmalte possui pouca espessura. Além disso, a acidez provoca a abertura dos 
túbulos dentinários, levando o dente a grande sensibilidade. 
 
 
 
 
 
4.6. Outros fatores: 
 Clareamento dental 
 Problemas oclusais  não existe evidências científicas 
 Estresse 
Hipersensibilidade dentinária cervical não contra-indica o tratamento periodontal ou raspagem, entretanto, são 
necessários alguns cuidados especiais: 
 Anestesiar o paciente, até mesmo para sondagem em alguns casos; 
 Aplicação tópica de flúor neutro após a instrumentação; 
 Orientação de higiene bucal deve ser bastante efetiva para prevenir a deposição de biofilme; 
 Manutenção periódica preventiva; 
 A utilização de dentifrícios anti-cálculo está contra-indicada. 
Natália B. Abrahão 
5. Diagnóstico 
 Anamnese: 
 Verificar se trata-se de uma queixa principal ou queixa secundária 
 Perguntar quanto as características da dor 
 Questionar sobre hábitos de higiene bucal (escovação) e hábitos 
alimentares 
 Pode ser requisitado diário alimentar ou recordatório 24h 
 
 Exame clínico: 
 Aplicação de jato de ar; 
 Utilização de uma sonda exploradora sobre a dentina exposta, no 
sentido mesiodistal; 
 Realizar os exames em todos os dentes ou na área em que o paciente 
se queixa de dor; 
 A gravidade ou o grau de dor pode ser quantificado de acordo com a 
escala categórica (leve, moderada ou intensa) ou usando uma escala 
visual analógico; 
 Exames periodontais e dentários são extremamente importantes; 
 Exames de mucosa para verificar possíveis áreas de trauma 
(normalmente pela escovação). 
5.1. Diagnóstico diferencial: 
 Patologia pulpar: 
 Dor espontânea 
 Severa 
 Longa duração 
 Persistente após remoção do estímulo 
 Pode ou não coincidir com lesões periapicais em exames radiográficos 
 
 Restaurações defeituosa 
6. Tratamento 
 Abordagem psicologicamente positiva (esperar bons 
resultados) 
 Controle de fatores predisponentes, 
Dificuldade de 
higiene bucal 
Inflamação 
Liberação de 
mediadores 
inflamatórios 
Hipersensibilidade 
dentinária 
Natália B. Abrahão 
 Interromper o “ciclo vicioso da hipersensibilidade”; 
 Adequada orientação de higiene bucal; 
 Interromper o avanço da recessão gengival 
 Uso racional de alimentos ácidos 
 Orientar o paciente para que aguarde pelo menos 30min depois 
das refeições para escovar os dentes 
 
 Terapia baseada no eixo etiopatogênico 
6.1. Agentes para uso em consultório  indicados em casos de HD localizada 
Laserterapia: 
Estudo demonstrou que laser causa redução dos sintomas de 
hipersensibilidade tanto quanto efeito placebo. 
Flúor: 
 Tem-se mostrado eficaz no tratamento de HD 
 Sua deposição na superfície causa a obliteração dos túbulos dentinários 
 Pode ser aplicado em forma de solução (bocheco) 
 Em consultório pode ser usado sua versão em gel neutro ou 
em verniz 
 O verniz tem a vantagem de aliviar a dor no momento da 
consulta, pois “desprograma” o cérebro em relação à dor e 
criando efeito placebo (fica aderido ao dente, obliterando os túbulos 
imediatamente) 
 Isolamento relativo e aplicação com microbrush  não se alimentar por 1h 
Oxalatos de potássio: 
 Formam cristais de oxalato de cálcio dentro dos túbulos dentinários, bem como 
sobre a superfície dentinária 
 Não são mais utilizado, pois estudos mostraram resultados negativos (não 
serve para nada) 
Arginina + Carbonato de cálcio: 
 Formação de um “plug” com conteúdo mineral principalmente 
de cálcio e fosfato no túbulo, fruto da facilitação propiciada 
pela presença de arginina, tanto em veículos de aplicação 
Natália B. Abrahão 
profissional (não vendidos mais no Brasil) como em dentifrícios. 
Gluma (gluteraldeído): 
Altera o fluido dentinário, realizando um processo de coagulação, dessa forma 
diminuiria a movimentação deste fluido dentro do túbulo. Entretanto, estudos indicam 
ineficiência. 
Nano P: 
Pasta com partículas com escala nanométrica, tendo maior potencial de penetrar 
no túbulo dentinário. Não existe literatura que suporte seu uso. 
Enxertos/ Cirurgia periodontal: 
 Em geral, os enxertos de tecidos moles para tratamento da HD não devem ser 
considerados como uma estratégia devido à sua baixa previsibilidade (é muito difícil 
recobrir 100%). 
Adesivo dentinário: 
A técnica tem demonstrado bons resultados, mas é preciso cuidar com excessos 
cervicais. 
Restaurações: 
 Apresenta como grande problema o prognóstico ruim, com grandes chances de 
perda da restauração. 
6.2. Agentes para uso caseiro 
Sais de potássio: 
 Sensodyne 
 Colgate sensitive 
 Atuam pela dessensibilização da fibra nervosa dentro do túbulo dentinário. 
Sais de estrôncio: 
 Presente na maioria dos dentifrícios da marca Sensodyne 
 Pode ser usado para alívio da HD, tendo fortes evidências científicas que 
suportam sua indicação. 
HD generalizada: 
Focar as atenções para casos de recessão gengival e abuso de 
ácidos na dieta. Realizar aconselhamento preventivo em relação à 
dieta e revisar a situação após 3 a 4 semanas. Caso não haja 
regressão do caso, pode ser empregados produtos de uso caseiro. 
Natália B. Abrahão 
Arginina + Carbonato de cálcio: 
 Formação de um “plug” com conteúdo mineral principalmente de cálcio e 
fosfato no túbulo, fruto da facilitação propiciada pela presença de arginina, 
tanto em veículos de aplicação profissional (não vendidos mais no Brasil) como 
em dentifrícios.  evidência científica de alta qualidade 
Fluoreto de Estanho: 
 Oral B Pró-saúde 
 Alto custo 
 Sensação de redução do fluxo salivar 
 Capacidade de manchamento dos dentes 
 Evidência científica de alta qualidade, mas apresenta muitos efeitos adversos 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Halitose 
1. Definição 
Manifestação de odores desagradáveis através da boca, causados 
por uma variedade de fatores, não exclusivamente doença periodontal, 
mas também saburra lingual, doençassistêmicas e diferentes tipos de 
alimentos. 
Formação dos chamados compostos sulforados voláteis, liberação de gases 
com baixo peso molecular (alta volatilidade  se difundindo pelo ambiente). 
2. Etiologia 
2.1. Causas fisiológicas: 
 Halitose matinal ou fome: restos epiteliais e de alimentos, ↓ FS e atividade 
muscular, saliva alcalina, produção de CSV (compostos sulforados voláteis) 
 Alimentos: cebola, alho  não é considerado como halitose 
 Alterações hormonais: ovulação, gravidez, climatério (é possível que exista 
uma alteração na percepção do cheiro e também na composição 
microbiológica) 
2.2. Causas patológicas: 
 Ulceração de faringe 
 Amigdalites 
 Escaras após cirurgia de remoção das amígdalas 
 Hérnia de hiato  o duodeno projeta-se em relação ao diafragma, 
impossibilitando que o esfíncter se feche completamente (canal aberto no 
estômago, podendo causar mau cheiro) 
 Fumo 
 Hipossalivação ou xerostomia 
 Halitose psicogênica: imaginária, por estresse (paciente acredita que tem, mas 
não tem) 
 Doenças periodontais (gengivite e periodontite) 
 
Natália B. Abrahão 
 Saburra lingual (microrganismos + saliva + células epiteliais descamadas) 
 Substância esbranquiçada 
 Tracionar a língua com gaze para diagnosticar (superfície grande que 
favorece a deposição de restos alimentares) 
 Orientar o paciente para que escove o terço posterior da língua 
 Cáseo amigdaliano 
 Depósito de uma série de substancias mau cheirosas 
 Deposita-se nas criptas amigdalianas 
 Visível apenas ao tracionar bem a língua, fazendo com que o 
assoalho da boca desça 
 Otorrino é responsável por sua remoção 
3. Diagnóstico 
3.1. Classificação: 
 Halitose genuína 
 Fisiológica 
 Patológicas (intra ou extra bucais) 
 Pseudo-halitose (paciente acha que tem, mas diagnóstico não é 
possível) 
 Halitofobia (após o tratamento da halitose, o paciente continua 
acreditando ter a mau hálito) 
3.2. Entrevista dialogada: 
 Queixa, aspectos psicológicos, relato de pessoas próximas, frequência da 
halitose, momentos em que ela ocorre, uso de medicamentos, saúde geral, 
comportamentos (higiene, fumo, dieta – intervalo entre refeições, alimentação 
noturna pesada, ingestão de líquidos durante refeições); 
 Dicotomizar informações 
 Verificar halitose fisiológica e de outras origens que não bucais 
 Questionar quanto ao uso de colutórios (se usa, qual o motivo) 
3.3. Exame clínico: 
 Saburra lingual, gengivite, periodontite, cavidades de cárie, cáseo 
 Avaliação dos padrões salivares (viscosidade, quantidade e cor) 
 
Natália B. Abrahão 
3.4. Mensuração dos odores  padrão ouro 
 Medida organoléptica 
 Padrão ouro 
 Por questões de biossegurança não tem sido mais tão utilizado 
 Paciente não deve beber, comer, mascar ou bochechar por 2h antes do 
exame 
 Fechar o nariz e aspirar pela boca e depois fechar a boca e aspirar pelo 
nariz para fazer diagnóstico diferencial entre halitose de origem nasal e 
bucal 
 Auto-relato 
 
 
 
 Halímetro 
 Aparelho que consegue quantificar de alguma forma a halitose 
 Paciente fica um tempo com a boca fechada, depois se coloca um 
canudinho na boca do paciente e o aparelho faz a leitura 
 
 Cromatografia gasosa: 
 Era utilizado apenas em pesquisa 
 Hoje já pode ser utilizado clinicamente 
 Paciente fica um tempo com a boca fechada, abre a boca e suga-se o 
ar com o auxílio de uma seringa. Depois injeta-se este ar dentro do 
aparelho que fará a leitura. 
 Custo bastante alto, mas mede um espectro muito maior de substâncias 
3.5. Protocolo: 
a) Dicotomizar a informação se existe ou não halitose presente 
b) Considerar as causas fisiológicas ou sinais causados por doenças 
c) Buscar a origem bucal 
 
4. Manejo clínico 
4.1. Abordagem causal: 
Aconselhamento, mudanças comportamentais, tratamento dontológico, 
tratamento da saúde geral, atendimento psicológico. 
Limpeza da língua mostra-se bastante 
importante no tratamento de halitose. 
Entretanto, o tratamento para periodontite é 
mandatório no curso clínico do caso. 
Natália B. Abrahão 
4.2. Uso de bochechos: 
Fica restrito a uma fase inicial do problema, agindo para mascarar o odor. O 
cirurgião dentista deve tratar o problema odontológico, para depois indicar colutórios, 
caso exista necessidade. 
 Antissépticos (clorex, óleos essenciais, cloreto de cetilpiridínio, fluoreto de 
estanho) 
 Neutralizantes de odores (sais metálicos (Zn) – neutralizam S)movimentos no sentido vestíbulo-lingual. 
 
15.3. Cuidados: 
 Não confundir restos de pasta profilática com lesões  pode-se usar apenas a 
escova Robinson com água, sem pasta profilática, para evitar que isso 
aconteça 
 Não confundir cálculo com lesões 
 
16. Tratamento 
 
Estudos: ↑ acúmulo de BF ↑atividade de cárie  ↑estágio de erupção do dente ↓atividade de 
cárie 
Paciente com 
atividade de cárie 
Controle dos 
fatores etiológicos 
da doença 
Com necessidade 
restauradora 
Sem necessidade 
restauradora 
Paciente sem 
atividade de cárie 
Com necessidade 
restauradora 
Sem necessidade 
restauradora 
Natália B. Abrahão 
16.1. Profilaxia básica: 
 Promoção de saúde dada a todos os pacientes. 
 Dar informações básicas sobre saúde bucal 
 Instrução de higiene bucal 
 Dar informações gerais sobre dieta 
 Dar informações sobre a importância do flúor 
 
16.2. Controle dos fatores etiológicos da doença: 
 Aumentar a resistência do hospedeiro: 
 Flúor – formação de fluorapatita, fazendo com que o pH crítico para 
desmineralização passe de 5,5 para 4,5 
 Saliva – atenção especial para pacientes com baixo fluxo salivar 
 Diminuir a virulência dos microrganismos orais (diminuir a quantidade de 
microrganismos cariogênicos): 
 Higiene bucal 
 Selamento das cavidades 
 Dieta menos cariogênica 
16.3. Tratamento restaurador: 
 Lesões cavitadas ativas ou inativas: 
 Retentivas de placa  levam a progressão da lesão 
 Relação complexo dentino-pulpar  exposição dentinária que pode 
provocar sensibilidade 
 Fragilidade da estrutura dentária remanescente 
 Estética (questionar o paciente) 
 Passíveis de controle da atividade de cárie (em 
casos de lesões ativas) 
16.4. Aplicação tópica de flúor: 
a) Gel Flúor fosfato acidulado (FFA): 
 12.300 ppm flúor (1,23%) 
 Alta formação de CaF2 (fluoreto de cálcio) 
A glicose e a sacarose são 
hipertônicas, levando a 
movimentação do fluido que está 
dentro dos túbulos dentinários, 
dando a sensação de choques. 
Natália B. Abrahão 
 Adição de ácido fosfórico 
 Técnica de aplicação: profilaxia, isolamento relativo, secagem e 
aplicação por 1min com uma bolinha de algodão, paciente sentado 
(usar a menor medida do dappen) 
 Não existem restrições após o uso 
 Pacientes cárie ativos: 3 aplicações: 1x/sem  depois, verificar 
necessidade de novas aplicações 
 
b) Gel de Fluoreto de sódio neutro (NaF 2%): 
 9000 ppm Flúor 
 Baixa formação de CaF2 
 Menor concentração que o acidulado 
 Para restauração de resina e/ou cerâmica  Preocupação estética 
 Não existem estudos 
 Pacientes com hipersensibilidade dentinária  para não causar dor 
 
c) Verniz: 
 Concentração maior de flúor 
 Formam barreira na superfície dentária: permite liberação lenta na 
cavidade bucal 
 Mais caro que o gel 
 Mesmo efeito que o gel 
 Pigmenta superfície dentária após a aplicação 
 Vantagem em crianças  baixo risco de deglutição 
 22600 ppmF (2,26% NaF) 
 pH neutro (menor formação de CaF2 que o gel) 
 Não se sabe a frequência de utilização (talvez seja menor que o gel, 
porque forma a película, mas não tem estudos) 
 Não utilizar em pacientes com hipersensibilidade dentinária 
 Técnica: profilaxia, isolamento relativo, secagem e aplicação com 
microbrush/pincel 
 Não ingerir alimentos 2-4h após 
 Alimentação líquida/pastosa por 12h após aplicação 
 Não escovar por 12h 
Para permitir a 
formação da película 
de proteção 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Diagnóstico das doenças da polpa 
1. Objetivos do diagnóstico 
 Identificar o dente afetado 
 Identificar a doença 
 Realizar o diagnóstico diferencial 
 Estabelecer a terapêutica adequada 
 Determinar o prognóstico 
2. Roteiro 
a) Manifestações subjetivas – obtidas através de entrevista 
b) Manifestações objetivas – avaliando a coroa/cavidade 
c) Recursos auxiliares 
d) Diagnóstico diferencial 
e) Prognóstico 
3. Manifestação subjetiva - Dor 
 Considerar as características do paciente 
 A percepção de dor é uniforme para todos, o que varia é a tolerância 
3.1. Fatores que influenciam o padrão de dor: 
 Características étnicas 
 Experiências prévias de dor 
 Sexo (mulheres tem limiar mais alto) 
 Idade (quanto maior a idade, maior o limiar de dor) 
 Crenças 
 Densidade da dor  a inervação dos dentes é estritamente ipsilateral (o 
problema está no lado que dói) 
3.2. Classificação da dor: 
 Quanto ao estímulo: 
 Provocada 
 Espontânea 
Natália B. Abrahão 
 Quanto à duração: 
 Instantânea – dor tem início e fim instantâneos 
 Passageira – dor inicia devido a algum estímulo; ao retirar o estimulo 
começa a diminuir (5min) 
 Intermitente – dor tem inicio e fim repentinos (não dependem de 
estímulos) 
 Contínua 
 
 Quanto à intensidade: 
 Média 
 Baixa 
 Alta 
 
 Quanto ao tipo de dor (maneira como o paciente percebe): 
 Pulsátil/Latejante – característica de processos com pus 
 Surda/Vaga - não são discrimináveis, quer quanto ao local, quer quanto 
à característica 
 Paroxística – acessos, picos, crises 
 Terebrante – dão a impressão de que está produzindo uma perfuração 
 Lancinante - que se faz sentir por pontadas, picadas, fisgadas internas 
 Fulgurante – ver estrelas 
 
 Quanto à localização: 
 Localizada – paciente consegue identificar o local da dor 
 Difusa – paciente não consegue identificar o local da dor 
 Irradiada/reflexa/sinálgica – existe um ponto onde a dor é sentida e um 
ponto onde a dor é gerada (paciente com problema dentário sente dor 
no ouvido) 
3.3. Fatores que modificam a dor: 
 Térmicos 
 Mecânicos 
 Químicos 
 Posturais 
 Medicamentosos 
 Elétricos (correntes galvânicas) 
Natália B. Abrahão 
4. Manifestações objetivas 
 Destruição coronária 
 Cárie profunda 
 Exposição pulpar 
 Edemas 
4.1. Variáveis que afetam a difusão pulpar de produtos bacterianos através da dentina: 
 Espessura de dentina remanescente 
 Área de dentina exposta 
 Presença ou ausência de lama dentinária (lama dentinária sem contaminação 
pode ser útil contra a infiltração de MO) 
 Potência dos produtos bacterianos 
 Taxa de fluxo sanguíneo (quanto mais jovem, maior a taxa e maior a 
capacidade de defesa) 
“Doenças pulpares significativas ocorrem quando as bactérias invadem a dentina 
reacional ou penetram em área mais próxima que 1,11mm da polpa.” 
5. Recursos auxiliares 
5.1. Pressão e percussão: 
 Não apresentam grande importância 
 Pequenas batidas com o cabo do odontoscópio no sentido inciso-apical ou 
vestíbulo-lingual 
5.2. Digitação apical: 
 Usada apenas para fins de diagnóstico diferencial 
5.3. Teste com quente: 
 Era usada guta-percha aquecida 
 Causa danos 
 Não é mais utilizado 
5.4. Teste com frio: 
 Pode ser usado água fria (pode fornecer resposta em outros dentes) 
 Ideal é colocar água em um anestube vazio e congelar 
Limite normofisiológico da polpa: 
Em princípio, ao ultrapassar a metade da 
área de massa dentinária as agressões 
pulpares começam a ser potencializadas. 
 
Natália B. Abrahão 
 Teste com spray -20  resposta em 6s (caso contrário, pode indicar necrose 
pulpar) 
5.5. Teste elétrico 
 Não é mais disponível 
5.6. Falsos positivos: 
 Ansiedade do paciente; 
 Necrose por liquefação nos testes elétricos  ambiente endodôntico é 
preenchido por líquidos da decomposição tecidual, conduzindo respostas vinda 
do periodonto e não da polpa; 
 Mau isolamento ou secagem; 
 Fibras nervosas com capacidade de transmitir sensação dolorosa  o tecido 
conjuntivo pode estar necrosado, mas como o tecido nervoso ainda resiste, 
existem fibras nervosas capazes de transmitir sensibilidade dolorosa 
5.7. Falso negativo: 
 Paciente sob medicação prévia 
 Contatos inadequados com o esmalte 
 Dentes recentemente traumatizados (demoram 30-40 dias para responder) 
 Mineralizaçãoda câmera pulpar 
 Dente recém erupcionado/ápice não completamente formado 
 Necrose parcial 
 
6. Classificação das doenças da polpa 
 
 
 
Polpa Fechada 
(Agudas) 
Hiperemia 
(fases preliminares do 
processo inlflamatório) 
Pulpite Infiltrativa Pulpite Abcedida 
Polpa Aberta 
(Crônicas) 
Pulpite Ulcerada Pólipo Pulpar 
O processo inflamatório começa sempre na zona mais profunda de 
cárie, evoluindo de forma concêntrica a essa região. 
Natália B. Abrahão 
 Hiperemia Pulpite Infiltrativa Total Pulpite Infiltrativa 
Parcial (coronária) 
Pulpite Abcedida 
 
Característica da 
dor 
Provocada 
Passageira 
Baixa intensidade 
Localizada 
Espontânea 
Contínua 
Alta intensidade 
(paroxística) 
Difusa/Irradiada 
Espontânea 
Intermitente 
Baixa intensidade 
Localizada 
Espontânea 
Contínua 
Altíssima intensidade 
Frequentemente irradiada 
 
Sinal 
patognomônico 
(identifica a 
doença) 
 Ao remover a última 
camada de tecido cariado 
sai uma gotícula de pûs 
seguida de sangue 
vermelho intenso e pulsátil 
 
Fatores que 
modificam a dor 
Frio 
Calor 
Posição (deitar) 
Frutas cítricas 
Frio 
Calor 
Ação mecânica 
Analgésicos opióides 
Frio 
Calor 
Ação mecânica 
Analgésicos não-opióides 
Calor (↑ a dor) 
Frio (↓ a dor em um 
primeiro momento) – 
vasocontrição diminui a 
pressão 
Diagnóstico 
diferencial 
Cárie profunda/dentina 
exposta (dor instantânea); 
Pulpite (dor espontânea e 
intensa) 
 
Manifestações 
objetivas 
Coroa 
restaurada/fraturada/caria
da 
Coroa 
restaurada/fraturada/caria
da 
Coroa 
restaurada/fraturada/caria
da 
Coroa 
restaurada/fraturada/caria
da 
 
 
Recursos 
auxiliares 
Praticamente 
desnecessários (RX é 
interessante) 
Radiografia (para 
descartar dentes que não 
podem ter pulpites) – sem 
polpa coronária não há 
sintomas 
Percussão: pode ter leve 
positivo 
Radiografia (para 
descartar dentes que não 
podem ter pulpites) – sem 
polpa coronária não há 
sintomas 
Radiografia (para 
descartar dentes que não 
podem ter pulpites) 
Percussão – sensibilidade 
no periápice pode dar 
alguma resposta 
Prognóstico Bom  polpa pode ser 
preservada 
Fatal para a polpa Fatal para a polpa 
 
 
Observação 
 A sondagem sem 
remoção do tecido cariado 
pode não causar dor (em 
cima do abcesso não há 
mais sensibilidade) 
 
 
Natália B. Abrahão 
 Pulpite Ulcerada 
(exposição do tecido conjuntivo) 
Pólipo Pulpar 
(crescimento da polpa para fora do ambiente 
endodôntico) 
Característica da 
dor 
Provocada com certa intensidade (terminações 
nervosas livres já estão destruídas) 
Provocada com certa intensidade (terminações 
nervosas livres já estão destruídas) 
Fatores que 
modificam a dor 
Frio 
Calor 
Mecânicos 
 
Diagnóstico 
diferencial 
 Pólipo gengival (pedúnculo vem da gengiva e não da 
câmara) 
Pólipo periodontal (cárie destrói o assoalho da 
câmara/zona de furca e a imagem radiográfica 
confirma) 
Manifestações 
objetivas 
Destruição coronária 
Exposição da polpa 
Destruição coronária 
Exposição da polpa 
Prognóstico Pode ser bom para a polpa radicular 
Observação Caso um alimento se instale na região, pode haver a 
formação de pus, ficando com características 
semelhantes à abcedida. 
Comum em pacientes jovens 
 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Biopulpectomia 
1. Doenças pulpares 
 A simples difusão dos produtos bacterianos pelos túbulos dentinários já é 
suficiente para desencadear um processo inflamatório pulpar. Muitas vezes quando a 
polpa está exposta, a camada superficial está extremamente contaminada, mas a 
polpa radicular ainda está estéril. Portanto, ao tratar um dente com polpa vital, o 
máximo de contaminação está na porção superficial, exigindo cuidado para que 
microrganismos sejam levados para dentro do canal radicular. 
2. Definição 
 Remoção total da polpa viva normal ou inflamada. 
 
3. Manutenção da cadeia asséptica 
 Esterilização completa do material 
 Isolamento absoluto do campo 
 Remoção total de dentina cariada 
 Selamento hermético entre as sessões 
4. Indicações 
 Patologia pulpar em casos onde não se pode manter a polpa viva 
 Periodontal  comprometimento periodontal severo via ápice dental 
 Protética  quando há necessidade de colocação de retentor intra-radicular 
mesmo em polpa saudável  apenas será feita com a assinatura do professor 
da área da prótese 
 Cirúrgica 
 
 
Polpa vital 
Ausência de 
infecção no sistema 
de canais 
radiculares 
Favorecendo o 
processo de 
reparação tecidual 
após o tratamento 
Fundamental 
manter a cadeia 
asséptica 
Natália B. Abrahão 
5. Técnica 
a) Radiografia inicial de excelente qualidade 
b) Selecionar o material necessário 
c) Anestesia 
 Quantidade mínima: 2 tubetes 
d) Isolamento absoluto e assepsia do campo com hipoclorito de sódio 
e) Abertura da câmera pulpar 
f) Exploração do canal radicular com limas de pequeno calibre no CTP (CAD – 
3mm) 
g) Preparo do 1/3 cervical com a broca Largo nº 1 ou 
Laxxess 
h) Radiografia odontométrica 
i) Definição do CT (CRD – 2mm) 
j) Remoção da polpa radicular e coronária 
 Extirpa nervos/sonda farpada 
 Lima Hedstroem 
 Não colocar cursores ou colocá-lo no tamborel 
 Introduzir até encontrar certa resistência 
 Recuar 3mm de tal forma que o instrumento fique solto no interior do 
canal 
 Dar de 3 a 5 giros completos e remover a polpa 
 Hemostasia com farta irrigação 
Caso o canal seja curvo, não faremos giros. A polpa será removida por 
maceração, devido aos próprios movimentos de exploração e preparo 
do canal com limas. 
k) PQM 
l) Secagem com cones de papel absorventes 1mm aquém do CT 
m) Obturação 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Tratamento das doenças da polpa 
Dor espontânea  pulpite aguda 
Dor provocada  pulpite crônica ou hiperemia 
 
Tratamento paliativo  tratamento da sintomatologia ou de urgência  pulpite aguda 
Tratamento resolutivo  tratamento endodôntico radical/ biopulpectomia 
 
1. Hiperemia 
 Estágio pré-inflamatório 
1.1. Tratamento: 
Tratamento de urgência = tratamento resolutivo  porque neste caso ainda 
não é fatal para a polpa, o tratamento é conservador. 
a) Anestesia 
b) Isolamento absoluto 
c) Remoção do tecido cariado/restauração recente  fator causal 
d) Aplicação de corticoide por 5-10min sobre a dentina 
e) Secar ou lavar com soro fisiológico/água destilada para remover o 
medicamento 
f) Selamento com cimento de ionômero de vidro 
g) Ajuste oclusal 
h) Aguardar a regressão de sintomatologia (7-10 dias) 
i) Restauração definitiva 
2. Pulpite Aguda 
2.1. Tratamento de urgência: remoção da polpa coronária 
a) Radiografia inicial 
b) Anestesia 
Provocada 
Passageira 
Baixa/Média intensidade 
Localizada 
Natália B. Abrahão 
c) Isolamento absoluto 
d) Remoção do tecido cariado/ restauração recente 
e) Abertura da câmara pulpar 
f) Remoção da polpa coronária com colher de dentina estéril 
g) Aplicação de corticoide sobre o filete radicular 
h) Selamento provisório com cavit + cimento de ionômero de vidro  selamento 
hermético 
i) Ajuste oclusal 
2.2. Tratamento resolutivo: 
 Risogênese completa  tratamento endodôntico 
 Risogênese incompleta: paredes do canal são paralelas; fina espessura de 
dentina; alta fragilidade radicular; as células da polpa são fundamentais para a 
completa formação radicular.  tratamento conservador: pulpotomia 
3. Pulpites crônicas 
3.1. Tratamento de urgência: Não é adequado 
3.2. Tratamento resolutivo: 
 Risogênese completa  tratamento endodôntico 
 Risogênese incompleta: paredes do canal são paralelas; fina espessura de 
dentina; alta fragilidade radicular; as células da polpa são fundamentais para a 
completa formação radicular.  tratamento conservador: pulpotomia 
 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
EndodontiaTratamentos conservadores da polpa 
 Visam manter o tecido pulpar vivo e sadio, mesmo depois de ter sido agredido. 
 Correto diagnóstico é fundamental 
1. Indicações 
1.1. Biológicas: 
 Rizogênese incompleta 
1.2. Técnicas: 
 Morfologias desfavoráveis (duplas curvaturas radiculares, dilacerações) 
 Difícil acesso 
 Paciente não colaborador, sindrômico ou com limitação de abertura de boca 
1.3. Socio-econômica: 
 Programa “Brasil sorridente” proporcionou maior acesso ao centro de 
especialidade odontológica; 
 Na maioria das vezes era um opção para quem não tinha condições financeiras 
de pagar pelo tratamento definitivo. 
2. Capeamento pulpar 
2.1. Definição: 
 Recobrimento de uma polpa exposta com material biologicamente compatível que 
visa à reparação (formação de uma camada mineralizada) pulpar. 
2.2. Condições importantes: 
 Polpa deve estar sadia, não pode estar sofrendo um processo inflamatório  o 
processo inflamatório engloba aumento de volume e aumento do aporte 
sanguíneo, podendo ser prejudicado ao recobrir o tecido. 
 Pequena exposição pulpar  grandes exposições não tem condições de 
reparo 
 Pacientes jovens  maior capacidade reacional 
Natália B. Abrahão 
 Ausência de contaminação  interfere no processo de reparação 
2.3. Material: 
 Pó de hidróxido de cálcio PA 
2.4. Técnica: 
a) Recobrimento da área exposta com pó de hidróxido de cálcio PA (pode 
ser usado em forma de pasta – com água destilada ou soro fisiológico- 
ou o MTA – com capacidade de vedamento) 
b) Cobrir o pó com cimento de hidróxido de cálcio na região da exposição 
(misturar e inserir com o porta dycal) 
c) Cobrir com ionômero de vidro 
d) Material restaurador definitivo 
2.5. Processo de reparação: 
a) Necrose superficial da polpa, devido à alcalinidade do hidróxido de cálcio 
b) Formação de camada granulosa profunda na região exposta (48h) 
c) Visualização de células semelhantes à odontoblastos (7 dias) 
d) Organização das novas células em paliçada, formando uma camada 
semelhante a de odontoblastos (15 dias) 
e) Ponta de dentina detectável clinicamente (45-60 dias) 
3. Curetagem pulpar 
3.1. Definição: 
 Remoção mais superficial da popa exposta e o recobrimento com material 
biologicamente compatível que visa à reparação pulpar. 
3.2. Indicações: 
 Fraturas coronárias com exposições pulpares pequenas em que será feita a 
colagem do fragmento 
 Polpa saudável, mas com discreto processo inflamatório 
 Pode existir contaminação por meio da saliva 
3.3. Técnica: 
a) Anestesia 
b) Isolamento absoluto 
Pó de hidróxido de cálcio – forma barreira mineralizada irregular 
Pasta de hidróxido de cálcio – forma barreira mineralizada mais uniforme 
Não cai na 
prova! 
Natália B. Abrahão 
c) Remoção da porção superficial da polpa (que estava em contato com a saliva) 
com curetas de dentina estéreis 
d) Irrigação/hemostasia 
e) Recobrimento da área exposta com pó ou pasta de hidróxido de cálcio PA 
f) Cobrir o pó com cimento de hidróxido de cálcio na região da exposição 
(misturar e inserir com o porta dycal) 
g) Colagem do fragmento/restauração 
4. Pulpotomia 
4.1. Definição: 
 Remoção da polpa coronária com a finalidade de manter vivos os filetes 
radiculares. 
4.2. Indicações: 
 Diagnóstico prévio de polpa viva e análise clínico-visual macroscópica 
 Sangramento normal de cor vermelho vivo após o corte 
 Polpa consistente, com resistência a ação da cureta 
 Coroa em boas condições (que não necessite posteriormente de 
colocação de pino intra-radicular) 
 
 
4.3. Condições desfavoráveis: 
 Polpa sem consistência 
 Polpa que degrada facilmente 
 Aspecto mais pastoso, que degrada facilmente 
 Formando coágulos 
4.4. Técnica provisória: 
 Material não deve induzir a formação de tecido mineralizado.  Cimento 
de óxido de zinco e eugenol com a menor quantidade possível de eugenol 
 Técnica mediata (2 consultas): 
a) Radiografia inicial 
b) Anestesia 
Pulpotomia de caráter provisório: 
- Rizogênese incompleta 
Pulpotomia definitiva: 
- Pacientes sindrômicos 
- Dificuldade financeira 
- Dificuldade técnica 
 
Natália B. Abrahão 
c) Isolamento absoluto 
d) Remoção do tecido cariado 
e) Abertura da câmara pulpar 
f) Remoção da polpa coronária com curetas estéreis 
g) Irrigação/hemostasia 
h) Colocação de Otosporin (corticoide) sobre os filetes radiculares 
i) Selamento duplo (cavit + CIV) 
------------------------------------------------- 24 a 48h ------------------------------------------------- 
a) Anestesia 
b) Isolamento absoluto 
c) Remoção do material restaurador provisório 
d) Irrigação com soro fisiológico/água destilada 
e) Recobrimento com cimento de óxido de zinco e eugenol sobre o filete 
radicular 
f) Cimento de ionômero de vidro 
g) Restauração com resina 
 
 Técnica imediata (consulta única): 
a) Radiografia inicial 
b) Anestesia 
c) Isolamento absoluto 
d) Remoção do tecido cariado 
e) Abertura da câmera pulpar 
f) Remoção da polpa coronária com curetas estéreis 
g) Irrigação/hemostasia 
h) Colocação de Otosporin (corticoide) sobre os filetes radiculares por 5 a 
10min 
i) Recobrimento com cimento de óxido de zinco e eugenol sobre o filete 
radicular 
j) Cimento de ionômero de vidro 
k) Restauração com resina 
4.5. Técnica definitiva: 
 Material deve induzir a formação de tecido mineralizado  Pó/Pasta de hidróxido 
de cálcio 
Natália B. Abrahão 
 Técnica mediata (2 consultas): 
j) Radiografia inicial 
k) Anestesia 
l) Isolamento absoluto 
m) Remoção do tecido cariado 
n) Abertura da câmara pulpar 
o) Remoção da polpa coronária com curetas estéreis 
p) Irrigação/hemostasia 
q) Colocação de Otosporin (corticoide) sobre os filetes radiculares 
r) Selamento duplo (cavit + CIV) 
------------------------------------------------- 24 a 48h ------------------------------------------------- 
h) Anestesia 
i) Isolamento absoluto 
j) Remoção do material restaurador provisório 
k) Irrigação com soro fisiológico/água destilada 
l) Recobrimento com pó/pasta de hidróxido de cálcio sobre o filete 
radicular 
m) Recobrir com cimento de hidróxido de cálcio 
n) Cimento de ionômero de vidro 
o) Restauração com resina 
 
 Técnica imediata (consulta única): 
a) Radiografia inicial 
b) Anestesia 
c) Isolamento absoluto 
d) Remoção do tecido cariado 
e) Abertura da câmera pulpar 
f) Remoção da polpa coronária com curetas estéreis 
g) Irrigação/hemostasia 
h) Colocação de Otosporin (corticoide) sobre os filetes radiculares por 5 a 
10min 
i) Recobrimento com pó/pasta de hidróxido de cálcio sobre o filete 
radicular 
j) Recobrir com cimento de hidróxido de cálcio 
k) Cimento de ionômero de vidro 
l) Restauração com resina 
Natália B. Abrahão 
5. Controle do êxito - pulpotomia 
5.1. Clínico: 
 Dente assintomático 
 Com vitalidade pulpar (como a porção coronária foi removida, o teste de 
vitalidade pode indicar falso negativo) 
 Presença de ponte de dentina  em casos definitivos 
5.2. Radiográfico: 
 Completa formação radicular 
 Lâmina dura íntegra 
 Presença de pontes de dentina  em casos definitivos (podem ou não ser 
visualizadas em radiografias) 
5.3. Histológico  pesquisas 
 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Periodontia 
Noções de etiopatogenia como base para abordagem clínica 
periodontal 
1. Introdução 
A cavidade bucal é a única parte do corpo humano em que uma estrutura dura 
(não descamável) trespassa uma estrutura mole, penetrando em um ambiente 
totalmente contaminado. Embora as bactérias estejam presentes em todas as 
estruturas da cavidade bucal, é na superfície dentária que conseguirão colonizar a 
ponto de multiplicar suas colônias, sem que haja descamação, como em outros 
tecidos. 
2. Doença oportunista 
As bactérias são protetoras, mas caso consigam se estabelecer tendo uma 
expressão numérica muito grande elas podem vir a causar danos. Devidoa isso, a 
doença periodontal é chamada de oportunista, já que algo deve acontecer para que 
ocorra o desequilíbrio entre invasão bacteriana e defesa, propiciando um crescimento 
bacteriano. 
3. Fluido crevicular gengival 
 Exudato inflamatório presente na área subgengival  presente sempre, já que 
estão sempre acontecendo respostas inflamatórias. 
↑ acúmulo de biofilme ↑ inflamação ↑ fluido crevicular gengival 
4. Estudo com estudantes de odontologia 
24h de acúmulo de BF: 
 Pequenas linhas frágeis de depósito de BF 
 Zona livre de placa (entre o BF e a margem gengival) 
 Colônias bacterianas recentes arredondadas com espaços entre si, formadas 
majoritariamente por bactérias do tipo coccus, aeróbicas e sacarolíticas (que 
usam sacarosa) 
 
Natália B. Abrahão 
48h de acúmulo de BF: 
 Colônias bacterianas maiores, mais unidas, mais maduras (reprodução e 
coagragação- novas bactérias passam a ter chance de sobrevivência neste 
biofilme) 
 Zona livre de placa (entre o BF e a margem gengival) 
72h de acúmulo de BF: 
 Massa bacteriana estabelecida, mais espesso (possibilita a sobrevivência de 
bactérias anaeróbicas) 
 Zona livre de placa ainda permanece, não mais tão organizada 
 Bacterias do tipo coccus, filamentosas... 
 Colonizadores secundários: proteolíticas (usam proteínas) 
96h de acúmulo de BF: 
 Massa bacteriana bastante espessa 
 
 
 
5. Gengivite 
5.1. Definição: 
 Doença caracterizada por ter uma resposta inflamatória marginal que é decorrente 
da presença de biofilme supragengival, sendo altamente prevalente na população 
mundial, com extensões variáveis. 
5.2. Sinais: 
 Edema 
 Sangramento 
 Vermelhidão (eventualmente) 
 
5.3. Sintomas: 
 Alteração de forma 
 Alteração de paladar 
 Alteração do hálito 
Inflamação Edema 
Contato da margem gengival 
com o biofilme 
supragengival 
Condições para a formação 
do biofilme subgengival 
(majoritariamente 
anaeróbico e proteolítico) 
Nem toda gengivite evolui para periodontite, mas toda a 
periodontite teve gengivite pré-estabelecida. 
Natália B. Abrahão 
 
 
 
 
 
 
Fatores modificadores: 
Tabagistas e diabéticos não controlados: ↑prevalência de periodontite ↑rapidez de 
evolução da doença ↓resposta ao tratamento. 
5.3. Pontos críticos para evitar periodontite: 
 Não deixar o BF supra estabelecer-se a ponto de causar periodontite 
 Tratar a gengivite estabelecida de forma que impacte na formação do biofilme 
subgengival 
6. Microbiota 
6.1. Microbiota residente: 
Determinam benefícios para o hospedeiro como desenvolvimento normal do 
hospedeiro, benefícios gastrointestinais e cardiológicos. 
O epitélio juncional é um tecido de proteção presente 
inicialmente na junção amelocementária, porém frente a 
estímulos inflamatórios migra para proteger o hospedeiro 
(isolando o dente). 
Biofilme supragengival 
sendo depositado 
majoritariamente na 
margem gengival 
Aumento da espessura e 
da co-agragação 
bacteriana 
Condições nutricionais e 
respiratórias para 
bactérias anaeróbicas G- 
e proteolíticas 
Essas bactérias 
apresentam antigenos 
importantes em sua 
parede celular, que 
Resposta inflamatória 
importante do 
hospedeiro 
PI: perda óssea, perda 
do ligamento 
periodontal e migração 
do epitélio juncional 
apicalmente 
Para que haja sangramento gengival 
o biofilme precisa estar 
estabelecido por pelo menos 7 dias . 
Paciente sem BF, mas com 
sangramento: sabe limpar os 
dentes, mas isso não é um hábito. 
Paciente com BF, mas sem sangramento: 
costuma limpar os dentes, mas não limpou 
nos últimos dias ou o paciente é fumante. 
Natália B. Abrahão 
 
 
6.2. Controle químico: 
Pode até impedir a agregação de novas bactérias ao biofilme já presente, mas 
não consegue desorganizar o biofilme pré-estabelecido. Portanto, é necessário 
remoção mecânica do biofilme. 
7. Profundidade de sondagem 
7.1. Definição: 
 Distância entre a margem gengival e a porção mais apicalmente sondável. 
7.2. Correlações: 
Pobre higiene bucal 
Aumento do acúmulo 
deplaca 
Aumento ao risco de 
cárie 
Supressão do 
comportamento 
benéfico das bactérias 
Aumento de risco de 
inflamação 
Aumento do risco de 
gengivite 
Aumento do risco de 
halitose 
Biofilme compatível 
com saúde - equilíbrio 
Manuutenção dos 
benefícios da 
microbiota 
Redução do 
comportamento 
patológico da 
microbiota 
Menor produção de 
ácido 
Menor risco de cárie 
Menor prevalência de 
bactérias anaeróbicas 
Gengivite 
Edema 
Aumento da 
profundidade de 
sondagem 
Aumento do 
ambiente 
anaeróbico 
Aumento da 
produção de fluido 
crevicular gengival 
Ambiente mais 
proteolítico 
Natália B. Abrahão 
7.3. Significado para fins diagnósticos: 
A profundidade de sondagem não determina estado de saúde ou doença, ela 
apenas determinará a dificuldade e a extensão de tratamento. A diminuição ou 
aumento deste valor pode indicar a progressão/evolução do processo de doença, mas 
jamais indicará grau de severidade. 
 
 
 
8. Grupo bacteriano vermelho 
 Bactérias fortemente associadas a doença periodontal. Estão presentes na 
cavidade bucal em situação de saúde, mas aumentam de número em situações de 
doença periodontal. 
 Porphyrononas gingivalis 
 Tannerella forsythia 
 Treponema denticola 
9. Estudo: 
 Maior carga bacteriana em sítios com sangramento 
a sondagem e perda de inserção  biofilme subgengival 
está estabelecido 
 Presença de carga bacteriana, mas em menor 
quantidade, em sítios com perda de inserção sem 
sangramento a sondagem 
 Sítios saudáveis com bem menos bactérias do que os demais 
A quantidade de bactérias muda de acordo com a situação de sítio, mas a 
qualidade (os tipos de bactérias presentes) é igual em todos os sítios. 
Agressão 
microbiana 
Liberação de 
antígenos 
Liberação de 
fatores de 
virulência 
Liberação de 
lipopolissacarídeos 
Resposta do 
hospedeiro 
Liberação de 
anticorpos 
Liberação de 
células 
inflamatórias 
Citocinas pró-
inflamatórias 
Tratamento da gengivite  ↓ edema  ↓profundidade de sondagem  ↓a carga microbiológica subgengival 
(menos espaço e menos aporte proteolítico) 
Estudos indicam que o aumento de 1mm na 
profundidade de sondagem provoca um aumento em 10x 
do número de Porphyrononas gingivalis. 
Natália B. Abrahão 
10. Perda de inserção 
 A junção cemento-esmalte é o ponto de referência para determinar 
se há ou não perda de inserção por ser um ponto fixo. 
Epitélio juncional e o epitélio sulcular é formada por células que estão 
unidas ao dente por desmossomos, a partir do momento que o epitélio do 
sulco inflama e ocorre sangramento ele passa a ser considerado epitélio 
da bolsa periodontal. 
Abaixo do epitélio juncional existe um tecido conjuntivo supracrital 
(acima da crista óssea) que está inserido no cemento, são as chamadas 
fibras transeptais 
Portanto, ao sondar um dente sem perda de inserção, não será sentido a 
junção cemento-esmalte, já que esta está sendo recoberta pelo epitélio 
juncional e ligamento supracristal. Durante o processo de periodontite, o 
organismo como forma de defesa perde osso, perde o ligamento periodontal, 
fazendo com que o epitélio juncional migre apicalmente, deixando a junção 
cemento-esmalte exposta a sondagem. 
10.1. Diminuição da perda de inserção: 
 Quando o biofilme subgengival é removido, o epitélio juncional cicatriza e se 
adere à raiz, portanto ao inserir a sonda ela não penetra mais tanto, por isso a 
diminuição da perda de inserção é apenas clínica e não histológica. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Dentística 
Plano de tratamento em dentística 
a) Identificar as necessidades 
b) Diagnosticar 
c) Planejar 
d) Tratar 
e) Manter 
1. Etapas do plano de tratamento 
a) Urgências (quando existir) 
 Dor 
 Estética fundamental (quebra do central) 
 Envolvimento sistêmico 
 Traumatismo 
b) Controle da atividade de doença 
 Cárie 
 Periodontal 
c) Procedimentoscirúrgicos 
 Aumento de coroa clínica 
d) Procedimentos endodônticos 
e) Tratamentos restauradores 
 Dentística 
 Prótese 
f) Manutenção 
2. Exame dentário 
 Após profilaxia 
 Dentes secos 
 Boa iluminação 
 Exame visual com auxílio de exame tátil (sonda exploradora), teste do fio 
dental e afastamento dental. 
2.1. Avaliação de restaurações: 
 Margem/interface da restauração 
Natália B. Abrahão 
 Manchamento 
 Fratura 
 Desgaste acentuado que não esteja garantindo os contatos 
 Alteração de cor ou de forma que estejam prejudicando estética 
 Reincidência de cárie 
 Ponto de contato interproximal adequado 
2.2. Objetivos da restauração: 
 Devolução da forma/função 
 Estabilidade oclusal 
 Impedir movimentação dos dentes 
 Proteger e reforçar o remanescente 
 Estética 
 Fonética 
 Proteção do complexo dentino-pulpar 
 Auxiliar na paralisação de uma lesão de cárie 
 Eliminar fatores retentivos de placa 
3. Momento restaurador 
 Sem atividade de doença  quase que imediato, visto que o paciente está 
saudável 
 Com atividade de doença  primeiro tratar a doença, com concomitante 
tratamento restaurador 
A necessidade restauradora independe da atividade de cárie, mas sim dos motivos 
citados acima. 
4. Restaurações diretas 
4.1. Amálgama: 
 Técnica menos sensível 
 Alto selamento  deposita óxidos na margem ao longo do tempo, devido a 
corrosão 
 Menor desgaste anual 
 Preparo mais invasivo  exige formato específico 
 Não adesivo 
 Não estético 
↑ número de faces envolvidas na 
restauração (extensão) 
↑ chance de falhas 
Natália B. Abrahão 
4.2. Resina composta: 
 Preparo mais conservador 
 A adesão promove um reforço ao remanescente 
 Cor estética 
 Técnica sensível (erros na técnica causam danos à restauração) 
5. Restaurações indiretas 
Peças confeccionadas fora da boca e cimentadas na posição posteriormente. 
 Inlay – sem envolvimento de cúspides 
 Onlay – com envolvimento de cúspides 
 Overlay – com envolvimento de todas as cúspides 
5.1. Indicações: 
 Preparos muito extensos com pouco remanescente 
 Perda da relação de contato proximal 
 Presença de cúspides funcionais 
 Proteção de cúspides 
 Acesso difícil 
 Devolver aumento de dimensão vertical 
6. Isolamento absoluto 
6.1. Dentes anteriores: 
 Canino a canino 
6.2. Dentes posteriores: 
 Molar a canino do lado oposto 
 Molar a canino do mesmo lado 
7. Matrizes 
 Proteção do dente vizinho durante o preparo  matriz metálica 
 Restaurações classe III  matriz de poliéster 
 Restaurações classe V  não usar matriz 
 Restaurações classe IV  guia de silicona e matriz de poliéster 
 Restaurações classe II  matriz metálica ou matriz de poliéster  sempre 
usar cunha! 
Natália B. Abrahão 
7.1. Matriz universal: matriz metálica associada ao porta-matriz 
 Preparos amplos 
 Preparos que envolvam cúspides 
7.2. Matriz parcial associada ao anel metálico 
 Abertura do ístmo da cavidade 
8. Métodos auxiliares para a confecção do ponto de contato: 
8.1. Contact-pró 
8.2. Pérolas de resina polimerizadas: 
 Confeccionar bolinhas de resina 
 Polimerizar na mão 
 Colocar as bolinhas polimerizadas contra o dente vizinho e polimerizar 
8.3. Separation ring: 
 Pressiona as ameias, provocando um pequeno afastamento mecânico entre os 
dentes, facilitando a obtenção do ponto de contato 
 Não dispensa o uso de cunhas 
8.4. Afastadores mecânicos 
9. Adesivos 
 Convencionais de 3 passos* 
 Convencionais de 2 passos 
 Auto-condicionantes de 2 passos* 
 Auto-condicionantes de 1 passo 
 Universais 
10. Tipos de resina: 
 Macroparticuladas (não são mais usadas) 
 Microparticuladas (anteriores/facetas) 
 Micro-híbridas (universais) 
 Nano-híbridas (universais) 
 Nanoparticuladas (universais) 
 
Natália B. Abrahão 
11. Planejamento para restaurações anteriores 
11.1. Proporção dourada: 
 Existe uma relação entre os dentes de 
aproximadamente 60%. Portanto, ao olhar o sorriso de frente, o 
central aparece de forma mais dominante em uma relação com 
o lateral de 61,8%, seguido pelo canino com uma relação de 
61,8% em relação com o lateral.  Para avaliar a proporção do paciente utiliza-se um 
compasso. 
11.2. Proporção estética coronária  compasso de ponta seca 
 Central: largura é 80% do seu comprimento 
 Lateral: largura é 70% do seu comprimento 
 Canino: largura é 75% do seu comprimento 
11.3. Linhas do sorriso: 
 A curva que passa pelos bordos incisais deve ser paralela a linha que passa 
pela borda interna do lábio inferior; 
 A exposição do contorno gengival deve ser paralela ao lábio superior ao sorrir. 
12. Planejamento para restaurações posteriores 
12.1. Acesso em lesões proximais: 
 Afastamento (1mm) 
 Slot horizontal 
 Slot vertical  mais utilizada 
 Túnel  usado em lesões incipientes 
12.1. Acesso em lesões proximais com amálgama na oclusal: 
a) Remoção do amálgama 
b) Preparo cavitário em túnel 
c) Preenchimento do túnel com CIV ou cimento resinoso 
d) Restauração da oclusal 
12.3. Acesso em lesões proximais em PM (visíveis clinicamente): 
 Slot horizontal 
Natália B. Abrahão 
13. Intervenção em restaurações presentes 
13.1. Polimento: 
 Sem brilho 
 Com manchamentos 
13.2. Acabamento e polimento: 
 Trincas 
 Fraturas 
 Irregularidades 
 Bolhas 
Amálgama: 
a) Brocas multilaminadas de 12 lâminas para amálgama  melhora a adaptação 
marginal e melhora a anatomia 
b) Pontas de borracha abrasiva 
c) Escovas com pasta de polimento (óxido de zinco + água) 
13.3. Selamento de superfície  selador: adesivo com carga 
 Trinca 
 Bolha 
 Detalhes na margem 
13.4. Reparo/concerto: 
 Falhas/defeitos localizados e pequenos frente a uma restauração recente e de 
boa qualidade 
O reparo será feito com o mesmo material que já foi empregado na restauração, já 
que cada material tem um desgaste diferente. A única exceção é em casos de 
cerâmica: o ideal é substituir a cerâmica, mas em alguns casos podem ser feitos 
reparos com resina. 
Resina composta: 
a) Isolamento absoluto 
b) Asperização com pontas diamantadas 
c) Aplicação do sistema adesivo 
d) Inserção da resina composta 
Natália B. Abrahão 
e) Acabamento e polimento 
13.5. Substituição de restaurações 
14. Manutenção periódica preventiva 
 Re-examinar o paciente 
 Renovar a motivação 
 Analisar a instrução de higiene 
 Acompanhar os tratamentos 
 Eventualmente realizar retoques 
 Prevenção de doença 
 Retratamento precoce em casos de recidiva de doença 
A periodicidade depende do perfil do paciente. 
Natália B. Abrahão 
Clínica Odontológica I 
Endodontia 
Medicação intracanal (MIC) 
Todas as vezes que o tratamento endodôntico for interrompido por algum 
motivo, será usado um medicamento intracanal antes do selamento provisório. 
1. Escolha da medicação adequada 
 Condição clínica: 
 Biopulpectomia 
 Necrose pulpar 
 Retratamento endodôntico 
 Fase do tratamento: 
 Imediatamente após abertura coronária 
 PQM incompleto 
 PQM completo 
 Conhecer propriedades do medicamento 
2. Biopulpectomia 
 Não há infecção no sistema de canais radiculares; 
 Sempre que possível realizar o tratamento em uma única sessão, evitando 
contaminação entre as sessões; 
 Tratamento em mais de uma sessão  usar medicação intracanal 
 Falta de aprimoramento técnico 
 Anatomia complexa 
 Pacientes especiais (não conseguem ficar muito tempo em 
atendimento) 
 Falta de tempo 
2.1. Propriedades necessárias: 
 Biocompatível para preservar a vitalidade do coto pulpar 
 Controlar a inflamação, diminuindo a dor pós-operatória 
 Atue como barreira físico-química impedindo que 
microrganismos e substratos entrem na cavidade pulpar, 
desenvolvendo infecção 
Coto pulpar: tecido que preenche o 
canal cementário. Sua manutenção é 
fundamental para favorecer o reparo 
(serve de anteparo para a deposiçãode um tecido mineralizado que vai 
isolar o material obturador dos 
tecidos periapicais) após a remoção 
da polpa. 
Natália B. Abrahão 
2.2. Medicamentos: 
Associação corticoide + antibiótico  Otosporin 
 Propriedades: 
 Biocompatível 
 Ação anti-inflamatória (ação do corticoide) 
 Suspensão aquosa de coloração branca 
 O antibiótico não tem ação dentro do canal, já que não há contaminação. Pode 
atuar impedindo a entrada de MO. 
 
 Indicações: 
 Tratamentos de urgência da pulpite (abertura coronária + remoção da polpa 
coronária + medicação sobre os filetes pulpares) 
 Pulpotomia (medicação sobre os filetes pulpares) 
 Pulpectomia (medicação em contato com o coto pulpar) 
 Pericementite apical aguda química ou traumática 
 
 Fases do tratamento: 
 Após a abertura coronária 
 PQM incompleto 
 PQM completo 
 
 Duração do efeito: 
 Máximo 48h (na faculdade utilizaremos por 7 dias) 
 
 Aplicação: 
Após a abertura coronária: 
a) Umedecer com o medicamento uma bolinha de algodão estéril de tamanho 
compatível com a entrada de canal 
b) Posicionar a bolinha na entrada do canal 
c) Remover o excesso de medicamento com uma bolinha de algodão estéril seca 
d) Selamento provisório (bolinha com medicamento + cavit + CIV) 
PQM incompleto/completo: 
a) Molhar a pinça no medicamento 
b) Levar a pinça até a entrada do canal 
Quando em contato com o tecido vivo, 
causa diminuição do exudato 
inflamatório, devido a uma 
vasocontrição, diminuindo assim a 
proliferação celular. Por conter a resposta 
inflamatória, favorece a preservação do 
coto pulpar. 
Natália B. Abrahão 
c) Abrir a pinça, deixando cair uma gota do medicamento 
d) Empurrar o medicamento com um cone de papel compatível com o calibre do 
ultimo instrumento que entrou no CT para que o medicamento fique em contato 
com o coto pulpar (repetir esse processo até achar que preencheu o canal) 
e) Umedecer com o medicamento uma bolinha de algodão estéril de tamanho 
compatível com a entrada de canal 
f) Posicionar a bolinha na entrada do canal 
g) Remover o excesso de medicamento com uma bolinha de algodão estéril seca 
h) Selamento provisório (bolinha com medicamento + cavit + CIV) 
 
a) Colocar o medicamento usando uma seringa de irrigação calibrada no CT até 
que preencha todo o canal 
b) Umedecer com o medicamento uma bolinha de algodão estéril de tamanho 
compatível com a entrada de canal 
c) Posicionar a bolinha na entrada do canal 
d) Remover o excesso de medicamento com uma bolinha de algodão estéril seca 
e) Selamento provisório (bolinha com medicamento + cavit + CIV) 
Pasta de hidróxido de cálcio – Ca(OH)2: 
 Propriedades: 
 Biocompatível 
 Ação anti-inflamatória 
 Capacidade de induzir a deposição de tecido mineralizado pelo organismo na 
região do canal cementário 
 Ação anti-hemorrágica 
 Ação de preenchimento (tem cor) 
 
 Fase do tratamento: 
 PQM completo (pasta precisa ficar em contato direto com 
o coto pulpar) 
 
 Duração do efeito: 
 Mais de 7 dias 
 
 
Por ser hipotônica em relação ao meio, 
tem capacidade Ed absorver o exudato 
inflamatório, quando em contato com o 
tecido inflamado ou coto pulpar, 
reduzindo a resposta inflamatória. 
Por ter um pH alcalino, quando em 
contato com o tecido vivo, promove uma 
zona de necrose superficial neste tecido 
que serve de anteparo para o organismo 
depositar tecido mineralizado, isolando o 
material obturador dos tecidos 
periapicais. Além disso, atua pela 
dissociação iônica, quando dentro do 
canal vão sendo liberados íos cálcio 
(ativando enzimas envolvidas no processo 
de reparo, induzindo a formação de 
tecidos mineralizados) e íons hidroxila. 
 
Por ter um pH 
extremamente alto, 
ao entrar em contato 
com o tecido vivo, 
cauteriza os vasos, 
fazendo com que haja 
uma hemostasia no 
local. 
Natália B. Abrahão 
 Aplicação: 
a) Manipular a pasta (pó de hidróxido de cálcio + propileno glicol/ soro fisiológico/ 
água destilada + radiopatizante) para que fique com consistência semelhante a 
pasta de dente 
b) Molhar a ponta do instrumento memória na pasta 
c) Levar no canal e remover no sentido anti-horário (repetir o processo muitas 
vezes) 
d) Compactar a pasta 
e) Radiografar para avaliar 
f) Selamento provisório 
 
a) Manipular a pasta (pó de hidróxido de cálcio + propileno glicol/ soro fisiológico/ 
água destilada + radiopatizante) para que fique com consistência semelhante a 
pasta de dente 
b) Conferir se o Mcspadden/Lentulo está girando no sentido horário (sentido de 
corte) com o auxílio de uma gaze estéril 
c) Colocar pasta na ponta do instrumento rotatório 
d) Inserir no canal 1-2mm aquém do CT, voltando raspando nas paredes do canal 
e) Compactar com bolinha de algodão estéril 
f) Radiografar para avaliar 
g) Selamento provisório 
 
a) Colocar a agulha e o tubete de glicerina (lubrificar) na seringa 
b) Calibrar no CT-1 
c) Pré-curvar a agulha 
d) Passar a glicerina até observar que está pingando glicerina 
e) Substituir o tubete de glicerina pelo tubete de pasta Callen 
f) Rosquear o êmbulo até sentir resistência 
g) Entrar com a seringa no canal sem tocar nas paredes 
h) Deixar a agulha parada no canal até observar o refluxo da pasta na câmara 
pulpar 
i) Remover a seringa lentamente 
j) Compactar com bolinha de algodão estéril 
k) Radiografar para avaliar 
l) Selamento provisório 
 
Instrumento 
memória 
Instrumento 
rotatório 
Seringa ML 
com agulha 
longa 
(pasta callen) 
Natália B. Abrahão 
3. Necrose pulpar e retratamento endodôntico 
 Morte do tecido pulpar 
 Sistema de canais radiculares está infectado (massa dentinária e região 
periapical também estão com microrganismos) 
 Após a conclusão do PQM sempre será usado medicamento intracanal para 
auxiliar no combate a infecção 
 Nunca será realizado em consulta única 
 
3.1. Propriedades necessárias: 
 Atue como barreira físico-química impedindo que microrganismos e substratos 
entrem na cavidade pulpar, desenvolvendo infecção 
 Ser biocompatível para que possa entrar em contato com tecidos vivos 
 Favorecer o reparo 
 Capacidade de controlar o exudato existente causado pela infecção  
inflamação provoca a presença de lpiquidos nos canais e canal úmido não 
pode ser obturado 
 Ação antimicrobiana  eliminando ou impedindo a proliferação das bactérias 
capazes de sobreviver ao PQM 
 Tenha capacidade de neutralizar produtos tóxicos (endotoxinas – LPS 
bacterino presente na membrana externa da parede celular das bactérias G-, 
sendo liberada devido a morte, crescimento ou multiplicação desses MO) 
3.2. Medicamentos: 
Tricresol formalina: 
 Propriedades: 
 Ação bactericida por contato ou à distância (neutraliza as bactérias e seus 
subprodutos) 
 Potencial mutagênico e carcinogênico (não pode ser colocado direto em 
contato com tecido vivo, por ser extremamente tóxico) 
 
 Indicações: 
 Necrose pulpar ou retratamento imediatamente após a abertura do canal, sem 
que se tenha entrado no canal 
 
 
Natália B. Abrahão 
 Tempo de permanência: 
 Demora de 24-48h para neutralizar as bactérias e produtos tóxicos do interior 
do canal 
 
 Aplicação: 
a) Umedecer uma bolinha de algodão estéril no medicamento 
b) Torcer a bolinha umedecida com uma gaze estéril 
c) Colocar a bolinha quase seca (devido ao cheiro forte) na entrada do canal 
radicular 
d) Selamento provisório (cavit +CIV) 
Paramonoclorofenol Canforado (PMCC): 
 Propriedades: 
 Potente ação bactericida contra bactérias aeróbicas, não atuando contra 
bactérias facultativas (muito comuns no canal radicular) 
 Baixa tensão superficial atuando por capilaridade na massa dentinária e 
ramificações (consegue se difundir com facilidade nos túbulos dentinários e no 
sistema de canais radiculares) 
 Citotóxico, mas com poder de irritação reduzido por estar associado com a 
canfora 
 Coagula proteínas, não podendo

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