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TEO - MACEDO Entrevista de Triagem - Págs161 a 180

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Técnicas de Entrevista e Observação
(Com)textos De Entrevista
Entrevista de Triagem: Espaço de Acolhimento, Escuta e Ajuda Terapêutica - Págs.: 161 a 180
As instituições privadas, os centros de saúde e os hospitais recebem uma significativa demanda de pacientes que trazem suas queixam, seus traumas e sofrimentos com intuito de livrarem-se dos sintomas que os atormentam. Essas pessoas, muitas vezes, não tem a menor ideia do tipo de tratamento que necessitam. Elas vêm em buscas, neste primeiro momento, de um espaço no qual possam ser acolhidas, aceitas e respeitas em sua dor psíquica. Necessitam do olhar e da escuta de uma pessoa que se disponha a auxilia-las e ajuda-las.
Por isso a entrevista de triagem pode representar para a pessoa o lugar de continência de que ela precisa. 
Entende-se que a entrevista de triagem se constitui em um importante espaço de acolhida e de escuta para a pessoa que se encontra em sofrimento psíquico. A tarefa de procurar um significado para as perturbações trazidas pelo paciente e de ajuda-lo a descobrir recursos que o aliviem valioso cunho terapêutico. 
As características
Não se refere a uma única entrevista.
 As entrevistas de triagem são entrevistas clinicas semiestruturadas. 
Os papéis
	As entrevistas de triagem compreendem uma interação, face a face, entre duas pessoas, em um tempo delimitado, com objetivos específicos e com papeis diferenciados. 
	O entrevistador tem a função de conduzir o processo de triagem, dirigindo os diversos momentos das entrevistas em seus objetivos primordiais de diagnostico e de indicação terapêutica. O mesmo deve garantir um ambiente de sigilo, confortável e livre de interrupções a fim de que o entrevistado sinta-se à vontade para falar sobre seus problemas.
	O paciente não deve ficar na posição de colaborador passivo, apenas respondendo as perguntas do terapeuta, ele deve ser convidado a ter uma participação ativa e cooperativa, informando e comunicando a respeito de suas dificuldades, sentimentos e conflitos. 
O entrevistador deve estar sempre atento no que se refere a transferência e contratransferência. 
Os objetivos
	As entrevistas de triagem, realizadas dentro do enfoque psicodinâmico, objetivam primordialmente elaborar uma historia clinica, definir hipóteses de diagnostico descritivo, de diagnostico psicodinâmico, de prognostico e de indicação terapêutica. 
Historia Clinica
	Cunha refere que a historia do paciente compreende a sua historia de vida e a historia de sua doença atual.
A historia de vida oferece dados necessários para o entrevistador possa a chegar as hipóteses de diagnostico descritivo e psicodinâmico. O entrevistador ira registrar não só o que o paciente verbalizou, mas também o momento da entrevista e os sentimentos que acompanharam as informações. 
A historia atual contempla o esclarecimento dos sintomas do entrevistado e as circunstancias em que surgiram, evidenciando a presença de estressores que desencadearam ou agravaram o quadro. É indispensável averiguar como essa situação interfere nas relações biopsicossociais. 
A historia progressiva irá complementar esses dados, na medida em que oportuniza uma visão do desenvolvimento evolutivo da pessoa. Convém que o entrevistador adote um modelo de anamnese que o oriente, de forma flexível, respeitando as possibilidades do paciente e os limites dos objetivos das entrevistas de triagem. 
Hipótese de diagnostico descritivo
	 	O diagnostico descritivo baseado o DSM-IV constitui-se em uma informação essencial para orientar o raciocino clinico do entrevistador quanto a escolha de tratamento mais adequado – psicoterapia, psicofarmacoterapia terapia psicossocial, entre outros. 
Hipótese Psicodinâmica
	Visa entender o quanto e como o paciente este doente, como adoeceu e como a sua doença o serve. 
	A hipótese dinâmica visa explicar os sintomas e os problemas referidos pelo pacientes à luz da teoria. Na elaboração dessa hipótese dinâmica breve o entrevistados procura explicar os conflitos subjacentes ao problema atua do paciente, especificando as forças em jogo, as ansiedades dai decorrentes, os mecanismos de defesas mobilizados e os resultantes expressos pelos sintomas. 
Essa integração, no formato de uma compreensão logica e abrangente da psicopatologia do paciente é indispensável para que o entrevistador tenha condições de definir um prognostico e uma indicação terapêutica com maior precisão.
Prognóstico
	Após a realização do trabalho avaliativo da triagem, é possível efetuar uma avaliação prognostica relativa ao quadro atual que motivou a busca de atendimento. 
Indicações Terapêuticas
	A triagem como um primeiro filtro tem a função de buscar as informações básicas sobre o paciente com o objetivo de formular recomendações diagnosticas e terapeutas. 
	 O profissional irá emitir sua opinião acerca da abordagem terapêutica que considera a mais adequada à situação do paciente e esclarecer o tipo de indicação: se individual, familiar, ambulatorial, entre outros.
Grau de Motivação e de Insight
	Refere-se à disposição da pessoa em reconhecer as dificuldades psíquicas que prejudicam se desenvolvimento e suas relações. 
Nível de Funcionamento
	Corresponde ao grau de contato que o entrevistado mantem com a realidade em geral. 
	O exame da realidade pode ser observado pela capacidade do entrevistado em distinguir os sentimentos como provenientes de seu mundo interno ou como proveniente de fora pela preservação da consciência reflexa e do juízo critico, pela presença de pensamentos e afetos apropriados ou não, bem como pela sua capacidade de empatizar com o entrevistador.
Considerando esses critérios o autor classifica o funcionamento psíquico em três níveis: neurótico, borderline e psicótico. 
	 O nível neurótico caracteriza-se por uma imagem de si mesmo integrada, adequada diferenciação de si e do outro, mecanismos de defesas maduros, teste de realidade preservado e sintomas egodistônicos.
	No borderline não há constância objetal, encontra-se difusão de identidade, as imagens do self e dos outros estão dissociados e não integradas, há falta de capacidade empática as relações de objeto são caóticas, há ausência de controle dos impulsos, baixa tolerância as frustrações, a personalidade é instável e o superego rígido. 
	 No funcionamento psicótico as imagens do self e dos objetos estão fundidas predominam a projeção e a identificação projetiva como mecanismos de defesa, o exame da realidade está gravemente comprometido e os sintomas são egosintomicos. 
Recursos de Ego
	O entrevistador deve obter uma visão das conduções egóicas do paciente. Para tal busca avaliar os recursos de ego (aspectos maduros e sadios) que ele dispõe para fazer frente a sua realidade interna e externa.
	
Padrão Sociofamiliar
	A natureza da dinâmica das relações indicara as condições da rede de apoio que o entrevistador conta para a sua recuperação; com essas informações, o entrevistador terá adquirido uma visão das características do paciente, podendo considerar a existência ou não de patologias de caráter. 
O processo
	As entrevistas de triagem desencadeia um processo cuja evolução pode ser observada por meio de fases.
	A fase inicial é aquela em que o entrevistador analisa e discute com o paciente as razões que o levaram a procurar atendimento. A principal função do entrevistador é o estabelecimento da relação e do contrato de trabalho.
	O primeiro contato com o entrevistador desempenha um papel fundamental no tipo de vivencia que o paciente terá e do seguimento de seu encaminhamento. É tarefa do entrevistador é estar atento para as ansiedades mobilizadas pelo inicio e defesas que acompanham o paciente nesse primeiro momento. O entrevistador considerando as particularidades de cada entrevistado precisará encontrar o tipo de intervenção que facilite o enfrentamento do paciente destas ansiedades e assim prosseguir com a entrevista.
	A fase intermediaria caracteriza-se por um período de maior aprofundamento da problemática do paciente.Essa fase visa a investigação detalhada daquilo que constituiu as zonas de conflito da pessoa, encontrando elos entre as situações atuais de conflitos de desajuste com outras experiências que envolvem a historia de vida passada do entrevistador. 	
	A fase final remete a uma retomada do processo de avaliação com o intuito de se chegar a um fechamento e a uma devolução. No momento do encerramento é fundamental que o paciente sinta que o encontrado foi produtivo e importante. A entrevista de devolução deve ser realizada após o estudo da situação do paciente.
	A devolução, além dos aspectos diagnósticos, precisa contemplar uma hipótese prognostica capaz de tranquilizar o paciente à medida que lhe é mostrado que existem recursos terapêuticos capazes de resolver seus sofrimentos ou pelo menos ameniza-los. 
	Na etapa final é dada a oportunidade de a pessoa expressar seus sentimentos e pensamentos em relação à experiência vivida por meio das entrevistas de triagem. É a oportuno ajudar o paciente a compreendê-las, removendo distorções ou fantasias contraproducentes quanto a elas ou as referentes às suas dificuldades e as suas necessidades. 
	Quando se acha necessário um encaminhamento, o entrevistador deve conhecer os alcances e limites dos tratamentos psicoterápicos existentes disponíveis e acessíveis as reais condições do paciente.
A ajuda terapêutica
	A entrevista de triagem pode ser considerada um momento crucial no diagnostico e no encaminhamento terapêutico em saúde mental