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Coriza infecciosa das galinhas
Raphael Lucia Andreatti Filho
INTRODUÇÃO 
A coriza infecciosa é uma doença respiratória aguda ou crô­nica de galinhas. É causada pela bactéria Avibacterium paragallinarum, afetando principalmente o sistema respira­tório superior de frangas (recria), além de poedeiras e reprodutoras (produção). Caracteriza-se pela presença de se­creção nasal, inchaço dos seios infra-orbitais, conjuntivite e edema de face. Embora não determine elevada mortalidade, as perdas decorrentes da doença estão focadas na ai ta refugagem e na redução da produção de ovos, sinalizando, portanto, sérias perdas à avicultura de postura. Em aves não tratadas e/ou não vacinadas os surros tendem a ser mais gra­ves e prolongados, ampliando-se a possibilidade de maiores complicações, mediante associação com outroS agentes, como Mycop!.asma gallisepticum, Escherichia coli e vírus com tropismo ao sistema respiratório. Relacionada primariamente à gali­nha, em especial, aves de postura e ocasionalmente em fran­gos de corte, além de algumas outras espécies de aves, como codornas e faisões, não apresenta importância em saúde pú­blica. Espécies de aves, como peru, pato e pombo demons­traram ser refratárias a A. paragallinarum, até mesmo em infecções experimentais. 
A ocorrência da coriza infecciosa é mundial, especialmente nos países tropicais ou em climas temperados, associada ain­da às regiões com intensa produção avícola. 
HISTÓRICO 
Desde 1920 já se acreditava que a coriza infecciosa fosse cau­sada por um agente etiológico específico e, em razão de mis­celânea de doenças existentes, houve sobreposição no diagnóstico da coriza infecciosa à época. Em 1931, De Blieck isolou a bactéria, denominando-a Bacillus hemoglobinophilus coryzae gallinarurn. Posteriormente, o agente da coriza infec­ciosa foi classificado como Haernophilus gallinarum, com ne­cessidade de dois fatores para crescimento in vitro, o fator X (hemina) e o V (nicotinamida adenina dinucleorídeo, NAD). Entretanto, a partir da década de 1960, observou-se que as amostras isoladas cresciam somenre com o fator V (Page1), além de nova alteração na nomenclatura, quando o agente da coriza infecciosa passou a ser denominado Haemophilus paragallinarum. Mais recenremente, entretanto, já foram iso­ladas cepas patogênicas de H. paragallinarum que não depen­dem também do fator V para crescimento in viu'o, culminando com nova mudança na nomenclatura, recebendo a denomi­nação A. paragallinarum (Blackall et af.2). 
ETIOLOGIA 
A bactéria A. paragallinarum é Gram-negativa, imóvel e pleo­mórflca, podendo ocorrer isoladamente, aos pares ou em ca­deias curras. Apresenta ainda, coloração bipolar e tendência à formação de fllamentos, quando em cultivo. As colônias obti­das em meios de cultura podem apresentar-se iridescentes ou não, característica esta relacionada à presença ou não de GÍpsula e, conseqüentemente, à patogenicidade ela cepa envolvida. A pre­sença de cápsula está relacionada à colonização de A. ptlrt1galli­narurn na mucosa do sistema respiratório das aves, associada ao quadro de lesões observado na coriza infecciosa. Cepas de A. paragallinarum capsuladas apresentam maior resistência contra as ações bacrericidas normais do soro das galinhas. A presença de polissacarídeos na cápsula é um dos fatores cOlTelacionados a alguns sinais clínicos e/ou lesões do sistema respiratório de aves acometidas pela coriza infecciosa.
A oferra de NAD para crescimento in vitro é necessár:a à maioria das cepas de A. pamgallinarum, com exceção de al­gumas isoladas e descritas recentemente na África do Sul. Diversos são os meios de culalra base que, devidamente pre­parados e suplemenrados com NAD, permirem o crescimen­ro de A. paragallinarum, como infusão de cérebro e coração, ágar triptose, ágar sangue e o meio base de Casman. Quando não há a suplementação de NAD na composição do meio de cultura, lança-se mão de culturas enfermeiras com o intuito de possibilitar o crescimento de A. paragallinarum. Embora vários gêneros e espécies bacterianos se prestem a essa função, usam-se mais comumente cepas de Staphylococcus aureus, Staphylococcus hyicus ou Staphylococcus epidermidis, compro­vadamenre produtoras do fator V. 
O ideal para o crescimento de A. paragallinarum é que o material suspeito seja cultivado em microaerofilia (5% CO2) a 37°C Há diversas provas bioquímicas a serem realizadas na identificação de A. paragallinarurn. Resulrados variáveis e/ou falsos-positivos são em geral originados das diferenças entre os meios de cultura e diflculdades de crescimento da bacté­ria. Como A. paragallinarum ser catalase negativa e não fer­mentar galactose e trealose, essas provas bioquímicas são consideradas essenciais na diferenciação dessa espécie com outros Haemophilus aviários. 
A. paragallinarum é considerado um microrganismo ex­tremamente sensível quando fora do hospedeiro. Em materi­al infectado, suspenso em água, é inativado em apenas quatro horas a temperatura ambiente. Quando em aves mortas, per­manece viável no sistema respiratório por até 48h a 37°C. Em temperatura abaixo de 4°C pode permanecer viável por vários dias, enquanto em temperatura acima de 45°C é inativado a partir de dois minutos. 
Na década de 1960, Page classificou várias cepas de A. paragallinarum por meio de teste de soroaglurinação em placa, agrupando-as nos sorogrupos A, B e C. Entretanto, com o pas­'f do tempo, diversas outras cepas de A. paragallinarum não 
,--oe adequavam a esse sistema de classit-lcação, f.1zendo com que diversos pesquisadores se empenhassem no desenvolvimento de outros sistemas de classiflcação. Na década de 1970, Sawata et aI. em nova proposta de c1assit-lcação, identificou dois sorogrupos, representados pelos nÚmeros] e 2, correspondendo respectivamente aos sorogrupos A e C da classificação de Page. Já na década de 1980, Kume et aI. apresentaram novo sistema de classificação, utilizando-se agora de teste de inibição da hemaglutinação. Nessa nova alternativa, o esquema de Page (A, C e B) foi correlacionado a sorogrupos (I, II e III), identifi­cando-se sete diferentes sorotipos (HA-] até HA-7). Entretan­to, como outros soro tipos foram reconhecidos, alterou-se a dassiflcação de Kume, com o intuito de albergar novos soro­tipos, sendo, porranto, reclassificados em A (A 1 até A4), B (B 1) e C (CI até C4). 
A importância da classificação antigênica reside no fato de obter-se o perfll epidemiológico da incidência da coriza infecciosa, detectando-se quais sorotipos estão presentes nas diferentes regiões de produção avícola. A partir dessa infor- 
lção, permite-se a elaboração de um esquema vacinal mais ,tivo, pois aves vacinadas com bacterina contendo um de­'--rcrminado sorotipo, apresentariam proteção somente contra um desaflo homólogo. 
TRANSMISSÃO 
Galinhas de todas as idades são suscetíveis ao A. paragallinarum, embora aves mais jovens apresentem quadros clínicos mais le­ves da doença. Por essa razão, o período de incubação da coriza infecciosa tende a ser menor e o curso da doença tende a ser maior, conforme as aves sejam mais velhas. O período de incu­bação da doença já é normalmente curto, ou seja, 24 a 48h após o contato com A. paragallinarum. Aves expostas à bactéria podem apresentar sintomatologia em 1 a 3 dias. A presença de outros microrganismos patogênicos às aves, como M)lcoplasma gallisepticum, são fundamentais para acelerar o desenvolvimento e a gravidade da coriza infecciosa. 
Aves portadoras (saudáveis ou não) são os principais re­servatórios de A. pamgallinarum, podendo transmitir o agen­te durante longo tempo. A transmissão pode ocorrer por contato direto com a secreção nasal de aves contaminadas, da inalação de partículas no ar contendo a bactéria ou da ingestão de água ou ração contaminadas. Pode ocorter ainda a trans­missão por meio vetores, como insetos ou fômites, embora esta Última tenha menos importância devido à pouca resis­tência de A. paragallinarum fora da ave. Em granjas onde há aves de diferentes idades, ocupando o mesmo aviário, am­plia-se apossibilidade de disseminação do agente. Nao há evidências de transmissão vertical. 
SINAIS CLiNICOS 
Geralmente, em plantéis acometidos pela coriza infecciosa, há elevada morbidade e baixa mortalidade. Entretanto, quan­do há infecções concomitantes por outros agentes, como Myco­plasma gallisepticum, hscherichia coli, Pasteurella multocidtl, vírus de Newcasrle, bronquite ou laringotraqueíre, ocorret<Í elevada mortalidade, ~t!ém de quadro diarréico, ampliando-se sobremaneira o prejuízo. Além de ampliar a gravidade da doença, infecções concomitantes poderão ampliar também a du­ração do surro da coriza infecciosa, ultrapassando as duas ou três semanas esperadas quando da presença isolada de A. para­gallinarum. 
Em geral, na ~lse aguda da doença há comprometimento apenas do sistema respiratório supetior, demonstrado por rinite com secreção nasal serosa ou mucóide, inchaço dos seios infra­orbitais, edema facial, sinusite, conjuntivite com tumefação das pálpebras e edema de barbeIa (principalmente em machos). Com a evolução do quadro clínico, fatores como a patoge­nicidade da cepa envolvida, condições de manejo e infecções concomitanres, poderão determinar a cronificação da doença e, em muitos casos, determinando o acometimenro do sistema respiratório inferior, traduzido pelo acÚmulo de exsudato de consisrência caseosa, com obstrução da cavidade nasal. Essa obstrução determinará dificuldade respiratória à ave, contri­buindo para o aparecimento de estertores. Nas infecções crôni­cas, um forte odor fétido poderá ser observado nos aviários com aves afetadas, originado exatamente devido à presença do exsudato caseoso na cavidade nasal e ao redor dos olhos. 
O consumo de ['açao e água poderá ser afetado, redun­dando em aumenro do nÚmero de refugos, quando em aves em crescimento e redução na produção de ovos, quando em aves adultas. 
LESÕES 
Inflamação, formação e acÚmulo de exsudaro nas cavidades nasais, conjunrivite e edema subcutâneo da fàce são as altera­ções macroscópicas mais comuns. O exsudato que no início do quadro clínico apresenta-se sermo, evolui a mucóide, agravan­do o edema ao redor dos olhos e de toda a cabeça. O edema ao redor dos olhos força o fechamento das pálpebras, chegando, em casos mais severos, aré à destruição do globo ocular. O exsudato,junramente com a adesão de sujeira do ambiente de criaçao, tende a obstruir a cavidade nasal, fàzendo com que as aves apresentem dificuldade respiratória. Quando do compro­metimento com outras infecções concomitantes, podem ser observados quadros de pneumonia, aerossaculite ou traqueíte. 
Hiperplasia do epitélio, edema e hiperemia com infiltra­ção de heterÓfllos na mucosa da cavidade nasal, traquéia e 
seios infra-orbitais são os achados histopatológicos mais co­muns em quadros clínicos de coriza infecciosa. Em quadros crônicos, broncopneumonia cararral e aerossaculire, com gran­de infiltração de heterófilos, também podem ser observados. 
DIAGNÓSTICO 
o histórico típico de uma doença respiratória de rápida ocor­rência e disseminação, associado a sinais clínicos e lesões, envolvendo o sistema respiratório, além de redução no con­sumo de ração e na produção de ovos, são sugestivos de coriza inrecciosa. Entretanto, o isolamento e idenrif'tcação de A. paragallinarum ou a derecção por meio de reação em cadeia da polimerase (PCR), são imprescindíveis ao diagnóstico rlnal. 
Devem ser utilizadas no mínimo três aves, apresenrando sinromatologia respiratória com o objerivo de isolamenro. Como a área (cabeça da ave) a ser urilizada para coleta de material é local de alra contaminação por inÚmeros micror­ganismos, recomenda-se que a pele da regi5.o dos seios nasais e infra-orbitais seja queimada com o auxílio de uma espátula aquecida. Posteriormente, utilizando-se de um bisturi devi­damenre esterilizado, faz-se a incisão até expot as cavidades nasais. Utilizando-se de alça de platina ou suabe, coletar ma­terial diretamenre da região anterior da cavidade nasal, seme­ando-se diretamente no meio de cultura indicado (ver Etiologia). Após a semeadura, abrangendo a placa toda do lnaterial suspeito, sobrepor a esta com semeadura 10ngiJínea de cepa de Staphylococcus spp. comprovadamenre produrora do faror v. Incuba-se a 37°C e em microaerofilia (utilizar produ­ro comercial gerador de anaerobiose ou vela). Em presença de A. paragallinarurn na amostra suspeita, no período de 24 a 48h de incubação, poderão crescer pequenas colônias translúcidas ao longo e adjacente à semeadura da cepa enfer­meira de Staphylococcus, caracterizando o crescimento em satelirismo. Após o isolamenro e verificado o crescimento de amostra suspeita, dever ser verificada a sua morfologia, pro­priedades tintoriais e comportamento bioquímico (ver Etiologia), a fim de diferenciá-Ia de outras espécies bacterianas. 
Outro procedimento diagnóstico seria a inoculação via nasal de exsudaro ou culrura suspeita de A. paragallinarum em algumas aves normais. Estas, no período de 24 a 48h após inoculação, poderão apresentar sinais respiratórios, caso se­jam amostras provenientes de quadros clínicos agudos. Em casos crônicos, a siuromarologia poded demorar até mais de 1 semana para ser evidenciada. 
Testes sorológicos, como soroaglutinação em placa, pre­cipitação em gel de ágar e inibição da hemaglutinação (HI), podem ser utilizados na detecção de anticorpos em aves, após 2 a 3 semanas da i nfecção por A. paragallinarum. 
Como a ocorrência de A. paragallinarum freq üen temen te está associada a outros microrganismos parogênicos às aves, deve-se sempre considerar a possibilidade de infecções conco­mirantes, reforçando assim a necessidade de diferenciação eurre os diversos agenres. A coriza inFecciosa deve ser diferen­ciada de outras doenças que apresentam alguns sinais clínicos, ou mesmo lesões similares, como micoplasmose, pasteurelose, síndrome da cabeça inchada, bouba, colibacilose, bronquite infecciosa e avitaminose A. 
TRATAMENTO 
A execução do rratamenro deve ser mensurada em relação ao lote afetado ser ou não vacinado comra a coriza infecciosa. Aves não vacinadas tendem a apresenrar quadros graves da doença, necessitando, porranro de rratamenro adequado e específ'tco, enquanro em aves que receberam a vacina, muitas vezes o tratamento não será necessário ou quando ocorrer, este poderá ser realizado apenas nas aves mais afetadas, por meio de seleç50 individual e via injetável. Dependendo do manejo empregado na criação das aves, o tratamenro preven­tivo pode ser .associado à vacinaçao, contribuindo assim na execução de um bom programa de prevenção e controle da coriza infecciosa. 
Vários produtos podem ser urilizados para amenizar a gra­vidade dos quadros clínicos determinados pela coriza infeccio­sa. Falhas na adminisrração dos produros, como a urilização de subdosagens, interrupçao do tratamenro ou simplesmenre a ineficiência da droga utilizada, poder50 comprometer o su­cesso do tratamento. Em geral, os sinais dínicos tendem a retroceder após 1 semana de tratamenro. Um grave problema é o de que as drogas dificilmenre elimin,u·ao A. paragallinamm de rodas as aves, permanecendo algumas delas como porrador3.s. Esse Faro, aliado a telhas de administração dos produros contri­buem direramenre para o aparecimento de cepas resistentes às drogas usualmente utilizadas. A reaiização de antibiograma para verificar o perfil de resistência das cepas de A. paragalli­narum envolvidas nos surros de coriza i nfecciosa, é rerramenta Útil e racional para o sucesso dos rraramentos. 
A medicaçao poderá ser adminisrrada diretamenre na água de beber, ração ou intramuscular. Por meio da água de beber e/ou ração poderá ser atingido maior número de aves em um curro espaço de tempo. A administração injetável, por razões óbvias, está limitada à disponibilidade de mão-de-ohra, as­sim como à quantidade de aves. 
A combinaçao de várias sulfas/amibióticos tem apresen­tado efeiro satisràtório no tratamento contra a coriza infecciosa, como o uso de sulfadimeroxina e rrimetoprim, sulfadoro­piridazina e trimeroprim, sulfadimetOxinae dortetracidina e, ainda, sulFacloropirazina e sulfadimidina. Nunca é demais ressaltar que deve ser respeirado o período de rerirada das drogas com restrição em relação à saúde pública, bem como o uso de sulfa em poedeiras durante a produção, poderá preju­dicar a formação da casca do ovo. Outras drogas, como erirromicina, esrreptomicina e oxiterracidina são usualmente empregadas. Drogas mais recentes, como as quinolonas e macrolídeos, também apresentam ação sobre A. paragallinarum. 
PREVENÇÃO E CONTROLE Maneio 
Os programas de biosseguridade avícolas vêm evoluindo sen­sivelmente ao longo dos Últimos anos. Esses programas vi­sam, em linhas gerais, ao controle, erradicação ou prevenção das principais doenças aviárias e, particularmente, a algumas ações específicas sobre alguns microrganismos parogênicos às aves. Por isso, a maior parte dos procedimentos indicados e empregados nos programas de biosseguridade, servem à pre­venção e controle da coriza infecciosa.
Após a saída de um lote do aviário, este deve sofi'er rigo­rosa limpeza mecânica e química, estendendo-se também o mesmo procedimento aos equipamentos e utensílios envolvi­dos na criação das aves. Deve-se respeitar o período mínimo de 2 a 3 semanas de intervalo entre a saída e entrada de um novo lore de aves e que estas sejam comprovadamente livres de A. paragallinarurn. 
Como uma das formas de manutenção de A. para­gallinarum no ambiente criadouro é mediante sua presença nas aves portadoras, o ideal seria a retirada do aviário dessas aves, pois mesmo recuperadas da doença, poderão perma­necer como reservatório de A. przragalfinarum. Outro fato, relevante em todos os bons programas de biosseguridade, é a criação de aves de uma única idade no mesmo aviário. Quando executado, trará benefícios sensíveis à saúde do lote, beneficiando-o não só quanto ao controle da coriza infec­ciosa, mas também a todas as demais doenças que acometem 1S aves. Entretanto, na prática, muitas vezes essa recomen- 
_.!ação é de difícil execução. 
Imunização 
Bacterinas comerciais estâo disponíveis e são amplamente utilizadas em programas de vacinação, especialmente na avi­cultura de postura. O uso de vacina está plenamenre justifi­cado, pois comprovadarnente reduz os prejuízos determinados pela coriza infecciosa, sendo ferramenta útil também em gran­jas onde há aves de diferentes idades. 
Corno a imunidade induzida pela bacrerina é sorocipo­específica, as vacinas deverão conter, obrigatoriamente, a mesma cepa prevalente na região onde será utilizada a vacina ou então, amostras de dois ou três sorotipos diferentes. 
Há necessidade de alta concentração bacteriana para obter­se proteção adequada (1 OS unidades formadoras de colônia por dose vacina!), além da adição de adjuvantes e estabi­lizadores que melhoram a qualidade das bacrerinas, como gel de hidróxido de alumínio ou óleo mineral, permitindo resposta imune mais elevada e duradoura. É aconselhável a "llicação de duas doses da vacina duranre a recria, no perí- 
to entre] O e 20 semanas de idade, pela via intramuscular 
_,eeito ou coxa) ou via subcutânea (face dorsal do pescoço), conforme recomendações do fabricante da vacina. O período da primeira dose vacinal poderá ser antecipado, conforme a necessidade específica de cada granja ou região, com base principalmente na incidência da doença e no período em que esta acometeu os lotes ~lllteriores. Deve-se manter um intervalo mínimo de -" semanas entre as vacinações. Em ge­ral, quando as aves são vacinadas adequadamenre duranre o período de recria, n,1O haverá necessidade de novas doses durante a postura.

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