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Doenças de bezerros

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DOENÇAS DE BEZERROS
Neste capitulo, serão abordadas as principais doenças que acometem os bezerros (as), na fase que vai do nascimento até a desmama.
COLIBACILOSE OU CURSO BRANCO 
Uma das doenças mais, comum em animais recém-nascidos é colibacilose por Escherichia coli patogênica. Há, pelo menos, dois tipos diferentes desta doença: a colibacilose entérica, que se manifesta primariamente por variados graus de diarreia, e a colibacilose septicêmica, caracterizada por septicemia e morte rápida.
A doença é mais comum em animais de até três dias de idade. Mas pode ocorrer TÃO precocemente quanto de 12 a 18 horas após o nascimento e, ocasionalmente, acomete bezerros com vários dias de idade, quando há infecção mista enteropatógenos virais.
Em bezerros cuidados sob condições intensivas, a mortalidade pode alcançar 75%, mas em geral está em torno de 30%. A prevalência da colibacilose aumentou nos últimos anos, por muitas razões possíveis, as quais incluem o tamanho do rebanho, a falta de mão de obra qualificada, sistemas automáticos de alimentação dos rebanhos e aumento da densidade populacional.
A maneira de prevenir a colibacilose é a ingestão adequada de colostro nas primeiras horas de vida do recém-nascido, para obterem proteção contra a colibacilose entérica e septicêmica (LOGAN, 1974, apud RADOSTITS et al, 2002).
As taxas de mortalidade da colibacilose entérica é muito mais alta nos bezerros com baixos níveis séricos de imunoglobulinas do que em bezerros com níveis adequados (MOON, 1971Í; MCGUlRE, 1976, apud RADOSTITS et al., 2002). Com base em pesquisas, até 25% dos bezerros leiteiros recém-nascidos apresentam baixos níveis de imunoglobulinas séricas porque não receberam colostro suficiente logo após o nascimento, o que os torna muito suscetíveis a doenças neonatais, especialmente 8 colibacilose.
A colibacilose causa diarreia branco-leitosa nos primeiros dias de vida, raramente em bezerros mais velhos e nunca em bezerros adultos (ACRES, 1985, apud RADOSTITS et al., 2002).
Estudos epidemiológicos em bezerros leiteiros indicam que mais de 80% dos casos clínicos causados por E. coli enterotoxigênica ocorrem em bezerros com menos de quatro dias de idade.
Vários fatores predispõe os bezerros recém-nascidos a colibacilose, dentre eles:
Efeitos das influências meteorológicas: Apesar de poucos dados epidemiológicos estarem disponíveis para garantir a afirmação, muitos veterinários observaram uma relação entre condições climáticas adversas e a colibacilose, Há evidências que o tempo frio, úmido e com vento durante os meses de inverno e o tempo quente e seco durante os meses de verão, têm efeito significativo na incidência de mortalidade de bezerro leiteiros (STOTT et aI., 1976, apud RADOSTITS et aI., 2002).
Métodos de nutrição e alimentação: Bezerros leiteiros, alimentados com substitutos do leite, são mais propensos à colibacilose entérica que aqueles alimentados com leite integral da vaca. O tratamento do leite líquido desnatado pelo calor elevado no processo de tratamento de leite desnatado desidratado para uso em substituto do leite para bezerros, resulta em desnaturação das proteínas do soro do leite o que interfere com a digestibilidade dos nutrientes e causa destruição de todas as lactoglobulinas, as quais estão presentes e podem ter um efeito protetor do bezerro jovem. Práticas irregulares de alimentação, que resultam em diarreia em virtude da dieta, contribuem para a maior incidência de colibacilose entérica nos bezerros. 
A pessoa que alimenta e cuida dos bezerros é um fato importante na influência na taxa de mortalidade dos bezerros devido à diarreia. Apesar de, geralmente, admitir-se que a deficiências nutricionais gerais ou específicas como a falta de energia, de proteína ou de vitamina A na dieta materna predisponham à colibacilose, não existem evidências diretas de que as deficiências nutricionais estejam envolvidas. Elas provavelmente estão, pelo menos de forma indireta, por exemplo, tendo efeitos sobre a quantidade de colostro disponível na primeira mamada após o parto em novilhas de primeira cria subnutridas durante a prenhez.
Padrão de alojamento e de higiene: As práticas de alojamento e higiene são provavelmente os fatores epidemiológicos mais importantes que influenciam a incidência da colibacilose em bezerros, porém quase não foram considerados nas pesquisas, em comparação com outros aspectos, como por exemplo o controle da doença por meio de vacinação. Com o aumento do tamanho dos rebanhos e a produção se tornando mais intensificada, a qualidade da higiene e da sanidade, em particular em casos de animais confinados, assume importância capital. Quando os bezerros são soltos no pasto ou presos individualmente, ou em currais, a doença é muito menos comum.
Fonte do microrganismo e sua ecologia e transmissão: A principal fonte primária de infecção são as fezes dos animais infectados. Os bezerros adquirem os microrganismos a partir de camas e baldes contaminados, bezerreiros sujos, bezerros diarréicos, pasto de parição superpovoados, leite de vacas acometidas de mastite por coliforme e da pele do períneo e do úbere da vaca.
O microrganismo se dissemina num rebanho por meio das fezes de animais infectados e de todos os objetos inanimados que podem ser contaminados por fezes, incluindo camas, baldes, botas, ferramentas, roupas, água e alimentos.
A alta densidade populacional de animais que ocorre em pastos de parição superpovoados, bezerreiros intensamente utilizados, e uso permanente e sucessivo de estábulos sem um intervalo para limpeza contribuem para uma grande e dinâmica população de E. coli. A população bacteriana em uma instalação para animais continua a aumentar de acordo com o tempo em que é ocupada pelos animais em despovoamento, limpeza, desinfecção e um período de descanso (ROY, 1955, apud RADOSTITS et aI., 2002).
O principal fator que influencia a sobrevivência dos bezerros com diarreia é o nível de imunidade conferida pelo colostro que o bezerro possui no momento inicial da diarreia.
O prognóstico é desfavorável se o nível de imunoglobulinas for baixo, apesar da terapia com líquidos e antimicrobianos.
PARATIFO ou SALMONELOSE
Dentre as causas de diarreia em bezerros, a salmonelose é uma das mais importantes, principalmente a enfermidade calls:1d.1 pela Salmonella entérica subsp (Figura 1.2). Entérica sorov:1 r Dublin, a qual sobrevive bem em bovinos e induz altas taxas dI..' morbidade e mortalidade (VELING et aI., 2002). 
Em bezerros de uma a seis semanas de idade, a infecção caracteriza-se por diarreia, desidratação, febre alta (40,5 a 42°C), pneumonia, poliartrite e gangrena de extremidades, sendo a taxa de mortalidade inversamente proporcional à idade SANTOS et aI., 2002).
Casos de salmonelose em criações intensas de bezerros, geralmente aparecem há poucos dias da entrada dos bezerros infectados na unidade, ocorrendo o pico em cerca de 3 semanas.
A difusão da infecção é maior em bezerros criados soltos, mas capazes de entrar em contato com outros animais criados em baias individuais; uma das razões para isso é que bezerros com salmonelose excretam o organismo na saliva e assim passam a infecção para outros pela lambedura ou pela contaminação de baldes. Entretanto, a transferência oro-fecal entre bezerros é o modo de transmissão mais importante.
Animais persistentemente infectados são raros, a doença em bovinos jovens e adultos tende a ser autolimitante.
A infecção, entretanto frequentemente desaparece no grupo ou rebanho quando mantidas as condições de higiene ou evitando a exposição às fontes de infecção externas.
Outras possíveis fontes de infecção para bovinos incluem alimento contaminado, roedores, aves silvestres, lixo, cama de aviário e cursos da água.
ONFALOFLEBlTE (UMBIGUEIRO)
O sintoma da doença é a inflamação das veias do cordão umbilical, com umbigo inchado e dolorido. Ocorre geralmente em bezerros de duas a seis semanas de idade.
A principal causa da onfaloflebite é a não realização ou má realização da cura do umbigo logo após onascimento.
Para tratar esta afecção, deve ser realizada uma limpeza da n.:gião com soluções antissépticas, além da aplicação de antibióticos por via parenteral. Já a profilaxia é feita através da assistência ao parto, não permitindo que o bezerro seja parido em locais sujos, fazendo a cura do umbigo logo após o nascimento.
PNEUMONIA
Pneumonia é a Inflamação do parênquima pulmonar, na maioria das vezes acompanhada por inflamação dos bronquíolos (Figura 1.4). Manifesta-se clinicamente por um aumento na frequência respiratória, tosse, sons respiratórios anormais à auscultação.
O manejo inadequado dos bezerros é um dos principais fatores predisponentes à infecção respiratória, principalmente nas épocas das chuvas, pela alternância da umidade relativa do ar e da temperatura.
Portanto, os principais fatores relacionados ao manejo são: superpopulação, falta de higiene e ventilação, uso de água sob pressão, estresse e a presença de outras doenças nos animais, os quais baixam a sua resistência, determinando uma pneumonia secundária, como nos casos de Tristeza Parasitária Bovina. 
o tratamento da pneumonia é feita por antibióticos específicos. Devendo-se também colocar o animal em um ambiente morno e seco.

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