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1 Bem estar animal em uma propriedade leiteira significa garantir um ambiente saudável e confortável onde ele possa expressar todo seu potencial genético em produção. As 5 liberdades: Estresse térmico: O estresse térmico por calor em vacas leiteiras acontece quando a taxa de ganho de calor exede a perda, levando o animal a sair da zona de conforto térmico. Este é considerado um dos fatores que mais leva a perdas econômicas nas fazendas, principalmente nas regiões mais quentes do mundo. O estresse térmico leva as vacas a uma série de respostas comportamentais e fisiológicas, cada uma das quais gera redução na eficiência de produção e perdas financeiras para a fazenda leiteira. Quais os efeitos do estresse térmico na bovinocultura de leite? – Diminuição do consumo de alimentos; – Redução da eficiência alimentar; – Fertilidade reduzida; – Insuficiência do sistema imunológico Como o estresse térmico influencia no consumo? Sob condições de estresse térmico, o consumo diminui, o que leva à redução da disponibilidade de nutrientes, necessária para a produção de leite. Isso resulta em uma diminuição na produção anual de leite pela vaca. Quanto maior o rendimento da vaca, melhor a eficiência alimentar (menor quantidade de alimento é necessária para a produção da unidade de leite). Efeito do clima sobre gado de leite: Ação da temperatura: – Fator mais importante – influência a distribuição geográfica dos animais. – Se exerce influência sobre os bovinos existe uma TC que a produção é máxima. Termoneutralidade ou Zona Termoneutra: É a zona de variação da TC ambiente efetiva, durante a qual a produção de calor metabólico e a TC do corpo permanecem normais e a sudação e a respiração excessiva não ocorrem. @medvetge - Estar livre de fome e sede. - Estar livre de desconforto. - Estar livre de dor, doença e injúria. - Estar livre de medo eestresse. - Ter liberdade para expressar os comportamentos naturais da espécie. 2 O animal encontra-se em um ambiente que permite a produção máxima. Para que os bovinos leiteiros consigam manter a temperatura corporal com a mínima mobilização dos mecanismos termorreguladores, sem prejuízos produtivos, a temperatura ambiente precisa ser mantida dentro de uma determinada faixa conhecida como zona de termoneutralidade, onde a temperatura ambiente é considerada ideal. Dentro dessa zona, o animal encontra-se em conforto térmico, ou seja, mantém a temperatura corporal facilmente, sem a necessidade de acionar mecanismos termorregulatórios para diminuir ou aumentar a temperatura corporal. Soluções para o conforto térmico: Felizmente, existem algumas ferramentas já utilizadas em muitas propriedades que são capazes de amenizar os efeitos do clima quente sobre os animais. Tais ferramentas incluem: – Os sistemas de ventilação mecânica por meio do uso de ventiladores que promovem o deslocamento do ar no interior de instalações e melhoram a sensação térmica dos animais graças a convecção; – Os sistemas de resfriamento evaporativo, como a nebulização que por meio do uso de água consegue causar redução da temperatura no interior de instalações principalmente em condições de baixa umidade, além da aspersão de água sobre os animais. – O provimento de sombra natural ou artificial (àreas cobertas com telas) suficiente para todos os animais em pastejo. – Assegurar a ventilação natural adequada e suficiente para a renovação do ar por meio de um correto dimensionamento das instalações (pé direito alto, aberturas laterais mínimas de 1m² para cada m² de piso, impedindo a entrada de raios solares no interior, abertura na cumieira do telhado, ausência de outras instalações ou estruturas que possam bloquear a passagem dos ventos). – Mais recentemente tem-se sugerido também a utilização da cama refrigerada como ferramenta de transferência de calor do animal para o ambiente, por meio do uso de novos materiais. Raças: Características da raça que devem ser consideradas: Um animal ideal é aquele que apresenta as características fisícas e metabólicas que contribuem para a utilização do mesmo para um propósito e condições específicas. Européias puras: – Alto potencial de produção e alta exigência nutricional. – Não adaptadas ao clima tropical Fatores que limitam a criação no Brasil: • Ferragens de baixo valor nutritivo • Fornecimento de concentrado • Baixa resistência a parasitas • Estresse atribuído ao calor Raças zebuinas leiteiras: São as mais utilizadas na produção da pecuária brasileira devido a boa adaptabilidade ao clima tropical. Tem origem na Índia, onde há altas temperaturas, assim como no Brasil. @medvetge 3 Tipos de leite: Leites UHT (ultra high temperature): passam por um processo de superaquecimento para eliminar sua carga bacteriana. São envasados em caixinhas. Também são chamados de leite longa vida. Leites pasteurizados: passam por um processo de choque térmico para minimizar sua concentração de bactérias. São envasados em saquinhos ou garrafas plásticas e de vidro. Eles tem um tempo menor de vida. → Classificação com as letras A, B e C é utilizada apenas para o segundo tipo de leite, o pasteurizado. Ela tem relação com o tipo de ordenha e concentração de microrganismos que ele pode conter em sua composição. Tipos de leite A,B e C: Leite tipo A: É o tipo de leite pasteurizado com menor concentração de microrganismos por ml (o valor máximo permitido é de 500/ml). Sua ordenha é feita de apenas um rebanho e não existe contato manual em nenhuma etapa da produção. Ela é 100% mecânica e enviada diretamente para a pasteurização e envase. Leite tipo B: Esse tipo de leite tem um volume um pouco maior de microrganismos por ml (chegando a 40.000) e pode ser colhido de rebanhos diferentes. A ordenha , por sua vez, pode ser mecânica ou manual, desde que respeite o volume bacteriano máximo. O leite aguarda por até 48h em ambiente refrigerado para passar pelo processo de pasteurização. Leite tipo C: tem o mesmo tipo de ordenha e rebanho do tipo B, porém com uma única diferença: ele não passa por um processo de refrigeração após a sua coleta. Esse leite é transportado, imediatamente após a ordenha, em tanques para o local onde será pasteurizado. Essa pasteurização é feita pela indústria que será responsável por sua comercialização. Esse também é o tipo de leite que chega a maior concentração de microrganismos por ml de bebida: máximo de 100.000/ml. Produção de leite – sistemas de criação: Panorama das criações: → Baixa produtividade − Animais subnutridos, produzindo em média 4 litros de leite por dia, uma cria a cada 18 meses. → Maior parte destinada ao mercado interno – produtividade média por unidade de área: − 1200 kg/ano – pode ser 10 vezes maior → Exigências em quantidade e higiene, necessidade de moderação (conscientização, busca de modelo de referência e diagnóstico). → Pastagem degradada − Solos de baixa fertilidade, baixa capacidade de suporte. → Principais motivos da baixa produtividade: − Alimentação (volumoso), animais improdutivos, conforto (sombra e água). → Forragem bem conduzida (10-12% PB; 60-65% E) − Dispensa concentrado para produção de até 10 L/dia @medvetge 4 Níveis de produção: Alto: − >4200 kg/lactação − Empregar raça especializada europeia Médio: − 2800 a 4200 kg/ lactação − Cruzamento alterado com repetição do europeu e uso de F1, ou vacas ¾ holandês x zebu. Baixo: − <2800 kg/lactação − Girolando e raças zebu leiteiras Índices zootécnicos: − Peso ideal para vaca no primeiro parto: 500- 600kg − Idade ao primeiro parto: 900 dias − Duração da lactação: 270 dias − Intervalo entre partos: 400 dias Longevidade: Menor sobrevida de raças taurinas nos trópicos. − Média de2300dias(75,6meses). Vida útil: tempoque vaca permanece no rebanho (idade ao descarte menos idade ao primeiro parto). − Média de 1145 dias(37,7meses). Duração da lactação: <275 dias (ideal é 305 dias). 1⁄2 sangue e 7/8 de europeus alcançam até 302 e 341dias, respectivamente. Produção de leite: primíparas e com mais de 8 partos produzem menos. Aumenta até 5º parto e então começa a declinar. Época da parição: maior produção quando parto ocorre no inverno. @medvetge 5 Holandês: − Raça mais conhecida − Melhor gado para a produção de leite em sistema de confinamento − Muito utilizada em cruzamento com outras raças, visando o melhoramento genético − Capacidade de produzir grandes volumes de leite − Animais dóceis e de grande porte − Alta produtividade − Boa longevidade e fertilidade quando bem manejados − Muito sensíveis ao calor e a parasitas como o carrapato produção de uma vaca holandesa diminui drasticamente nos dias mais quentes − Instalações com ventilação e aspersão (instalação apropriada). − Criado no Sul e no Sudeste, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Jersey: − Raça originada na ilha de Jersey, situada entre a França e a Inglaterra − Animais dóceis − Pequeno porte − Elevada produção de sólidos no leite − Tolerância ao calor um pouco maior que da raça holandesa − Boa produtividade, alta precocidade e facilidade de parto, alta longevidade, excelente qualidade do leite − Menor ingestão de matéria seca, o que reduz os custos em comparação com vacas holandesas − Boa conservação alimentar − Adaptam-se as diversidades e à diferentes temperaturas − Utilizadas em sistema de criação a pasto − Mesmo que sejam mais resistentes que os bovinos holandeses, continuam sendo animais sensíveis. − Seu úbere tem tetos pequenos e espaçados, bem volumoso e o animal possui os membros curtos (desafios na ordenha) − Criados em todo o Brasil, sendo que seus maiores rebanhos estão localizados no RS, SP, RJ e MG. @medvetge 6 Pardo suíço: − Porte grande − Boa longevidade − Origem europeia, mas são mais rústicos − Precocidade sexual e alta fertilidade − Bons aprumos, cascos fortes − Boa produção, mas com produção média menor em comparação com a raça − Jersey e Holandês − Pelagem varia de parda clara a cinza escura − Dupla aptidão − Criado no Sul e Sudeste Gir: − Originário da Índia e hoje é a raça zebuína de maior produtividade leiteira em clima tropical − Apresenta boa resistência aos ectoparasitas − Boa capacidade de pastejo, sendo muito indicada para sistemas a pasto − Leite possui grandes quantidades de sólidos − Produção de leite é mais baixa e a persistência da lactação também − Possuem menor precocidade sexual e alguns animais necessitam do bezerro ao pé na hora da ordenha, o que dificulta o manejo. − Animal rústico, dócil, de porte médio a grande, com pelagem variada − Possui boa adaptação a adversidades e suporta altas temperaturas e variações na umidade do ar − Dupla aptidão − Utilizado nos cruzamentos de linhagens − Usufruem com eficiência de alimentos de baixo valor nutricional − Úbere e os tetos são pendulares − Criado no norte e nordeste Guzerá: − Raça rústica − Animais são bem adaptados ao calor − Boa fertilidade − Utilizado para cruzamentos com a raça Holandês − Dupla aptidão − Primeira raça zebuína a ser domesticada pelo homem e também a primeira raça zebuína a chegar ao Brasil − Animal rústico e altamente adaptável − Grande porte, caracterizado por seus belos chifres em forma de líria − Facilidade em ganhar peso com menor investimento − Raça indicada para iniciantes na atividade, uma vez que erros de manejo não causarão severas perdas ao produtor @medvetge 7 − Menor produção em relação às raças taurinas − Criado no norte e nordeste Sindi: − Pequeno porte − Adaptados às regiões quentes e secas − Baixa produtividade leiteira − Originário dos trópicos paquistaneses − Dupla aptidão − Criado no norte e nordeste − Raça brasileira formada pelo cruzamento das raças Gir e Holandês, com o objetivo de aliar as características produtivas e precoces da Holandesa com a rusticidade e adaptação da raça Gir. − Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, o padrão racial é 5/8 Holandês e 3/8Gir − A raça apresenta boa produtividade, rusticidade e adaptação ao clima brasileiro − É uma raça genuinamente brasileira, fruto do cruzamento das raças Gir e Holandesa, resultado da iniciativa do Ministério da − Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) por volta de 1980. − Raça é responsável por aproximadamente 80% do leite produzido em território nacional − Dependendo da região, pode ter menor produção em relação à raça Holandesa − Distribuída por todo o território brasileiro @medvetge 8 Principais problemas: − Mortalidade elevada: 15-20% − Baixa qualidade de mão-de-obra − Alimentação deficiente − Cuidados sanitários inadequados Perspectivas: − Avanços em relação à adoção de tecnologias Gestação: - Estabelecimento da estação de nascimento - Bezerros que nascem durante o período da seca apresentam menores índices de mortalidade e morbidade. -Estabelecimento da estação de nascimento é polêmico! • 60% dos partos devem ocorrer nas “secas” • 40% dos partos devem ocorrer nas “´águas” - Registro da cobertura fértil • Permite previsão do parto → cuidados com gestantes e bezerros ao parto. - Alimentação pré-natal • Crescimento normal do feto e sobrevivência durante as primeiras semanas de vida. - Prioridade no final da gestação é o feto • Ganha metade do peso no 1/3 final da gestação. - Deficiências pré-natais das vacas • Energia • Proteína, caroteno, Vit. A e D, I, P, Mn, Co e Se. - Durante os 6 primeiros meses de gestação vacas gordas podem perder peso; • Vacas em bom estado corporal devem manter, vacas magras devem ganhar. - Durante o último terço de gestação, todas as vacas devem ganhar de 600-800g/dia. - Monitorar condição corporal - Vacas devem ser levadas ao pasto maternidade 60 dias antes do parto. • Descanso da glândula mamária • > produção de leite; qualidade do colostro. Pós-parto: Rompimento do cordão umbilical determina modificações importantes: • ↑ partos distócicos • < produção de colostro e leite • > mortalidade embrionária e fetal • nascimento de bezerros leves ou debilitados • > incidência de diarreia e pneumonia na primeira semana de vida. @medvetge 9 • Fornecimento de nutrientes: placenta → leite consumido • Controle da temperatura: ➢ Determina gasto muito grande de energia; ➢ Acúmulo de gordura no final do seu desenvolvimento funciona como um cobertor reduzindo perda de calor. - Recomendações gerais do pós-parto: • Procurar acompanhar o parto das vacas com histórico de partes distócicos • Parto normal dura entre 1 a 2 horas • Providenciar acompanhamento veterinário, para inspecionar o bezerro, e se necessário, remover as membranas fetais e muco da boca e narinas. • Nos dias frios e chuvosos recolher a vaca e o bezerro para local protegido • Induzir os bezerros a mamar o mais rápido possível o colostro • Fornecimento do colostro • Cura do umbigo • Identificação • Descorna, marcação... Colostro: - O tipo de placenta da vaca impede a transferência de anticorpos para o feto. • Bezerros nascem praticamente desprovidos de defesas contra doenças. - Evolução determina transferência dos anticorpos da mãe via colostro. - Leite X colostro - Conteúdo de minerais decrescem rapidamente 24 horas após o parto • Conteúdo de proteína e gordura do colostrocaem rapidamente após a primeira ordenha • Consumo de Vit A e B12 e Fe durante o período de colostro são armazenadas. - A efetividade da proteção depende: • Ingestão do colostro deve ocorrer antes de qualquer alimento • Demora na primeira mamada pode aumentar o risco de bezerros com deficiência de Ig. - Prolactina parece ser o hormônio necessário pela atividade de acúmulo de Ig no úbere. - Se a mamada ou ordenha não ocorrer, o nível de prolactina cai e as Ig migram do úbere para a circulação sanguínea. - Após o parto ocorrem 2 fenômenos paralelos: • Nível de Ig máximo na primeira ordenha decresce nas subsequentes; • Parede intestinal do bezerro diminui rapidamente a permeabilidade e habilidade para transportar macromoléculas, incluindo Ig; • Absorção cessa em torno de 24 a 32 horas. - Baixos níveis de Ig no sangue de bezerros recém- nascidos têm sido associados com o aumento na mortalidade e na ocorrência de doenças. - As infecções septicêmicas, diarreias e infecções agudas são mais frequentes em bezerros deficientes em Ig. - Colostro deve ser fornecido antes que os microrganismos patogênicos infectem os bezerros recém-nascidos. - Bactérias podem ser absorvidas por pinocitose à semelhança das Ig. - Fornecimento do colostro antes ou simultaneamente ao estabelecimento da microbiota, impede a aderência dos microrganismo à parede intestinal. @medvetge 10 Qualidade de transmissão da imunidade passiva colostral: Fatores ligados à vaca: Fatores ligados ao bezerro: - Atitude de mamar • Bezerros mamam de 5 a 8 vezes ao dia • Podem ingerir até 5% do seu peso vivo de uma só vez. -Capacidade de absorção intestinal as imunoglobulinas • A permeabilidade intestinal as imunoglobulinas diminuem rapidamente após o nascimento. Fatores ligados ao criador: • Modalidade de administração do colostro • Permanência do bezerro recém-nascido com a mãe nas primeiras 36-48 horas de vida • Separação após o nascimento e fornecimento do colostro • Tempo e quantidade de colostro consumido pelo bezerro Desenvolvimento ruminal: Condições ao nascimento: • Não ruminante • Estômago diferente do adulto tanto em forma quanto em função • Não é capaz de utilizar alimentos sólidos • Têm reflexo para mamar • Goteira esofágica • Papilas ruminais pouco desenvolvidas • Intestino muito permeável às imunoglobulinas intactas • Habilidade para digerir os nutrientes nas primeiras 2-3 semanas • Ruminação: cedo como 28 dias; 5h/d após 6 semanas de vida. Entre 2-3 meses → ruminante! • Habilidade para sobreviver com alimentos sólidos • Atividade microbiana relevante no rúmen- retículo • Absorção de nutrientes pelas paredes no rúmen-retículo • Desenvolvimento das papilas = +/- 3mm nos pré-rumintes para 8mm • Tipo de alimento, a partir do nascimento afeta as “mudanças” no estômago • Três tipos de desenvolvimento do rúmen • Em tamanho • Em musculatura • Fisiológico–produção de AGV • Estimulado pelo butirato ➔ propionato ➔ acetato • “o produto a ser absorvido estimularia a produção de tecidos para absorvê-lo” @medvetge 11 Sistemas de aleitamento: -Se a estrutura óssea e nervosa não for comprometida, ganhos nas primeiras 8 semanas não têm efeito sobre: • Crescimento futuro • Idade ao primeiro parto • Produção de leite -Práticas de alimentação são baseadas no crescimento compensatório. -Formas de fornecer leite aos bezerros podem ser: • Aleitamento natural • Aleitamento artificial Aleitamento natural: -Bezerros recebem a dieta mamando na vaca -Sua adoção deverá prevalecer quando: • Vacas “não descem” o leite sem a presença dos bezerros • Produção média diária < 8,0kg • Mão-de-obra sem noções de higiene - Pode ser: • Tradicional • Bezerros mamam durante toda a lactação ou > parte dela • Controlado • Bezerros mamam durante 2–3 meses Aleitamento artificial: -Bezerros são apartados da vaca e recebem a dieta líquida no balde, mamadeira • Leite ou sucedâneos; • Adoção depende • Vacas “desçam” o leite sem presença do bezerro • Produção média diária ≥ 8kg • Mão-de-obra com noções de higiene - Vantagens: • Permite que se faça controle leiteiro das vacas; • Possibilita controle quantitativo da ingestão do leite pelo bezerro; • Permite um melhor manejo da ordenha; • Possibilita a substituição total ou parcial do leite integral por seus sucedâneos; • Permite a ordenha com ausência do bezerro; • Possibilita ordenha higiênica; • Permite estabelecer um plano de criação, segundo objetivos de produção; • Facilita estabelecer e aplicar com grande controle o plano profilático; • Possibilita ter o controle econômico da criação. Desaleitamento: -Bezerros leiteiros podem ser desaleitados ou desmamados quando estiverem consumindo 600 – 800 g de ração por dia de forma cte. De maneira geral 500 g/dia á é suficiente para mantença. - Este consumo é atingido entre 4-8 semanas. • Não desaleitar ou desmamar antes de 6-8 semanas -O desaleitamento ou desmame deve ser feita de forma abrupta, sem necessidade de redução da quantidade de leite fornecida. -Bezerras devem permanecer em baias individuais por + 2-3 semanas, para perderem o hábito da dieta líquida e aumentarem o consumo de ração. - Qualidade de uma boa ração para bezerros Plano nutricional RECRIA!!! @medvetge 12 • Ser palatável • Textura grosseira • Sabor adocicado • Variedade de ingredientes • Baixo em fibra, isto é, alto em energia • Balanceado em proteína, minerais e vitaminas • Qualidade dos ingredientes -Peletização melhora digestibilidade e estimula o consumo -Uréia ➔ após 6 meses -Após desaleitamento ou desmame limitar consumo de ração entre 1,0 a 2,0 kg/an/dia, até 6 meses de idade -Vantagens do fornecimento é questão polêmica -Rúmen fica dilatado, aumentado orifício retículo- omasal, o que aumenta o escape de alimentos sem remastigação. -Dietas em volumosos podem reduzir a absorção de nutrientes. -5-20% de FDA na dieta para bezerros de 3-6 semanas de idade. Identificação: - Indispensável para controle produtivo, reprodutivo e melhoramento genético do rebanho - Tatuagem com azul de metileno - Processo eficiente e disseminado -Aplicação em superfície despigmentada das orelhas - Brincos de plástico • Bem difundido • Material resistente e durável • Numeração individual • Fixados na borda da orelha a 5 cm da base - Placas metálicas • Colar no pescoço; durável e fácil manuseio. - Ficha Zootécnica individual • Histórico produtivo, reprodutivo, morte ou descarte Instalações: - Devem oferecer: • Condições de higiene; ventilação • Encaixe para baldes e comedouros - Bezerreiros fixos • Grupos(até5) ou individuais • Cautela: infecções, NH3; troca da cama bezerreiros móveis (casinha ou cabana) • Muito indicados • Mudança de local – higiene e ciclo parasitário - Solário • Presença de pastagem estimula consumo • Isolamento completo de aquisições @medvetge 13 - Objetivo: • Permitir que desenvolvam todo o seu potencial durante a lactação, a uma idade desejada, com o mínimo de custo; • Sucesso será medido pelo desempenho das mesmas durante a 1alactação. - Tratadas como animais de “menor prioridade” • Pouco impacto sobre as receitas da propriedade - Altos custos X futuro material genético do rebanho. - Transformações em tamanho e estrutura pelos quais os indivíduos passam até atingirem a idade adulta. - Função: • Genética • Ação de hormônios • Fatores externos–nutrição! -O corpo não cresce como uma unidade, existem diferenças de crescimento entre tecidos e órgãos, com relação ao tamanho. -Nutrição deve priorizar desenvolvimento de cada tipo de tecido. 2-14 meses: − Transição de dieta líquida para consumo de alimentos sólidos. − Novilhas acasaladas • Meta: alcançar peso e boa condição corporal ao parto.− Entrar para o grupo 3 meses antes do acasalamento para facilitar observações de cio − Ideal: ganhos de 900g/dia Novilhas acasaladas: - Meta: alcançar peso e boa condição corporal ao parto. Recém paridas: -1 - 2 meses antes do parto - adaptar os animais a dietas de vaca sem lactação. -Lotes somente de novilhas: • Diminuir variação no consumo de MS, dentro de um mesmo grupo; • Novilhas não têm o pico de consumo de MS tão cedo como vacas multíparas, mas têm consumo mais persistente; • Hierarquia social - novilhas são mais tímidas e de “menor” ranquiamento social; • Vacas mais velhas ou maiores são dominantes ao chegarem no cocho e gastam mais tempo ingerindo alimento, quando comparadas com novilhas; • Vacas socialmente dominantes não são necessariamente as maiores produtoras e tendem a consumir mais alimento quando a área de cocho é pequena. - Importância da idade ao 1º parto: Garantir que expressem seu potencial produtivo na lactação ao menor custo possível. O que fazer? • Animais tenham crescimento normal, com uma taxa de mortalidade baixa; • Haja um adequado crescimento da glândula mamária e que tenham um bom peso a 1º parição; • Tenham um alto desempenho produtivo IMPORTANTE CONHECER TAXAS DE GANHO QUE AFETAM DESEMPENHO PRODUTIVO. Crescimento mamário: - Parte do sistema reprodutivo é afetado pelo nível de alimentação. @medvetge 14 -Tipo de crescimento pode afetar a capacidade de produção de leite das novilhas. - Principais fatores determinantes: • Número de células secretoras na glândula desenvolvida; • Capacidade de síntese de leite dessas células; • Capacidade de ingestão de nutrientes e a partição desses nutrientes entre a glândula mamária e outros órgãos para garantir altos níveis de produção de leite. - Glândula mamaria passa por diferentes fases de crescimento: • Nascimento aos três meses (± 90 – 100 kg) • O parênquima (tecido secretor) cresce na mesma proporção que o restante do corpo (crescimento isométrico) - Após a puberdade: • Crescimento volta a ser isométrico até a novilha tornar-se prenha quando por efeito hormonal o crescimento torna-se alométrico novamente. - Sub-alimentação: • Aumento da idade à puberdade e conseqüente 1º parição mais tardia ou ao acasalamento com < peso • Novilhas muito leves podem ter cios silenciosos ou menos intenso tornando + difícil a detecção • Mais sujeitas a problemas durante o parto • Comprometimento das próximas lactações por possuírem glândulas mamárias menores - Super-nutrição: • Novilhas precoces e gordas têm desempenhos ruins na lactação • Altas taxas de ganho na puberdade • Grandes úberes com excesso de tecido adiposo em menos tecido secretor • Alteração no crescimento alométrico, afetando o crescimento do tecido secretor (parênquima) - Altas taxas de crescimento pós-puberdade ou durante a gestação • Não têm efeito negativo sobre o desenvolvimento mamário Alimentação: - Após 6 meses: • Rúmen funcional, com grande capacidade • Aptas a consumir grandes quantidades de forragens • Volumoso- fornecer à vontade • Silagem de milho • Rica em energia e é uma excelente forragem para novilhas + velhas se devidamente suplementada com proteína, reutilizada em quantidade adequada - Pasto: • Raramente tem exigências nutricionais atendidas • Suplementar com concentrado (1 – 2 Kg/cab/dia) • Suplementação volumosa no período da seca - Sombra adequada, livre acesso a água e sal mineral - Balancear ração concentrada em função da planta forrageira utilizada • Para prover níveis adequados de energia, proteínas, minerais e vitaminas. • Manter crescimento adequado - Uréia @medvetge 15 • Não recomendada para bezerros até 6 meses - Microminerais • Cochos • Concentrados Concentrado: - Novilhas dominantes: • Taxa de crescimento pode ser variável no grupo • Contenção para fornecer o concentrado • Distribuir de acordo com idade e peso - Rações completas • Todos os ingredientes necessários nas proporções desejadas. - Exigências de MS e nutrientes mudam com a idade • Separação em grupos de mesma idade/peso • Crescimento ótimo • Fatores econômicos Deficiências nutricionais: - Deficiência de energia: • Volumoso pobre, pastagens ruins ou inadequadas suplementações com concentrado causam deficiência de energia em novilhas • Cio silencioso é um comum sintoma desta deficiência • Retarda a cobertura e aumenta o número de serviços por concepção • Novilhas prenhes precisam ser alimentadas com quantidades limitadas de alimentos ricos e energia para evitar excessiva gordura no parto • Vacas e novilhas gordas tendem a ter mais cetose • < resistência a infecções ao parto - Deficiência proteica: • Perda de apetite, baixas taxas de crescimento e insucesso para mostrar sintomas de cio • Novilhas recebendo inadequada proteína e energia por períodos prolongados: ovário e útero subdesenvolvidos e na maioria das vezes retardamento na maturidade sexual - Deficiência de fosforo: • Reduz apetite, causa um apetite depravado bem como um retardamento na maturidade sexual e deprime os sinais de cio • Plantas forrageiras apresentam baixos teores de P - Deficiência de iodo: • Retardamento ao mostrar cio, redução nas taxas de concepção e aumento na incidência de retenção de placenta são sintomas comuns resultantes da deficiência de iodo • Bezerros podem ter perda de pêlo, ou nascerem com debilidade ou natimortos - Deficiência de zinco: • Pode causar baixa fertilidade nas novilhas e pode aumentar a susceptibilidade a infecções. - Deficiência de manganês: • Irregularidade ou ausência de cio • Deficiência severa leva a reabsorção do feto, fraco desenvolvimento do úbere, completa ausência de secreção de leite e nascimento de bezerros pequenos, debilitados ou mortos. - Deficiência de cobalto: • Em bezerros jovens: perda de apetite e pior crescimento @medvetge 16 Vacas: leite com deficiência de vitamina B12 - Deficiência de sal: • Perda de apetite, pior crescimento, menor produção de leite e apetite depravado • Em dietas deficiente animais podem consumir urina • Ingestão de 30 a 60 g de cloreto de sódio rapidamente alivia todos os sintomas de deficiência Cascos: -Animais confinados – desgaste natural -Animais não confinados – amolecimento na época chuvosa -Perda de peso -Não demonstram cio -Casqueamento no início da estação seca -Pedilúvio na saída da sala de ordenha (formalina 5%, CuSO4 5%) – vida útil das soluções:36horas Carrapatos: -No Sudeste, pior no verão com chuvas • Banho carrapaticida cada 21-35 dias durante 120 dias. • Aspersão ou pour-on. • Banhar todo o rebanho em 3 dias. • Chuvas frequentes prejudicam o sucesso do tratamento. Verminoses: - Verminoses (+comuns até 2 anos) • Haemonchus placei • Dictiocaulus viviparus - Infestação maior no inverno seco (pastagem baixa) - Vermifugar no início, meio e fim da época seca. - Avermectinas = maior poder residual (início e fim da seca) Febre aftosa: -Vacina contra febre aftosa - OBRIGATÓRIA -Finalidade: proteger o bovino contra infecção pelo vírus da febre aftosa, que causa lesões ulcerativas nos membros e boca, podendo levar os animais à morte. Brucelose: -Vacina contra brucelose bovina - OBRIGATÓRIA!!!! -Finalidade: proteger a fêmea bovina contra a infecção pelo microrganismo Brucella abortus, que pode causar aborto e/ou infertilidade. - Quais categorias devem ser vacinadas: • Fêmeas bovinas com idade entre 3 e 8 meses de vida, havendo necessidade de realizá-la sob orientação de médico @medvetge 17 veterinário cadastrado no órgão de defesa do estado. -ZOONOSE: o homem pode contrair a brucelose. Portanto deve-se tomar cuidados adicionais (uso de luvas, óculos, descarte de agulhas, uso de desinfetantes) durante a manipulação de animais doentes oususpeitos, bem como no processo de vacinação, por se tratar de uma vacina que usa organismos vivos atenuados. Tristeza parasitária: -Carrapato (Boophilus micropolus) • Babesia bovis • Babesia bigemina • Carrapatos e insetos hematófagos • Anaplasma marginale -Anemia grave seguida de longo período de recuperação. -Tratamento: imidocarb e derivados da diamidina. Clostridioses: -Finalidade da vacinação: proteger o bovino contra infecção pelos microrganismos do gênero Clostridium, que são causadores de enfermidades que podem levar à morte. -Dentre as doenças mais comuns causadas por esses microrganismos, podemos citar: carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, enterotoxemia, morte súbita e tétano. -Deve-se observar na bula da vacina, contra quais doenças ela protege, uma vez que existe uma grande variedade de vacinas polivalentes no mercado. -Quais categorias devem ser vacinadas: machos e fêmeas, a partir dos 3 ou 4 meses de vida, de acordo com plano de vacinação elaborado por médico veterinário (a cada seis meses). Raiva: -Finalidade da vacinação: proteger o bovino contra infecção pelo vírus da raiva, que causa a morte desses animais e pode contaminar o ser humano. -Quais categorias devem ser vacinadas: seguir a orientação do órgão de defesa agropecuária da região – anual – Regiões endêmicas. -Em geral realiza-se a vacinação de animais acima de 3 meses, animais primovacinados deverão ser revacinados 30 dias após a primeira vacinação. Revacinar anualmente, ou a critério do médico- veterinário. Leptospirose: -Finalidade da vacinação: proteger o bovino contra infecção pelos microrganismos do gênero Leptospira, que podem causar infertilidade, aborto, mastite e até levar os animais à morte. -Quais categorias devem ser vacinadas: bovinos de ambos os sexos a partir dos 3 meses de vida, com aplicação de dose de reforço após 30 dias para os animais vacinados pela primeira vez. É recomendada a revacinação semestral de todos os animais. IBR/BVD: -Finalidade da vacina: proteger o bovino contra infecção pelo vírus da rinotraquíte infecciosa bovina e pelo vírus da diarreia viral bovina, que podem causar infertilidade, morte embrionária, aborto, rinotraqueíte e até levar os animais à morte. -Quais categorias devem ser vacinadas: consulte um médico veterinário de sua região. Animais a partir de 6 meses de idade. Tuberculose: -Agente etiológico: Mycobacterium bovis -Tuberculinização cervical (1 vez/60dias) • 0,1 ml de tuberculina em área tricotomizada • Avaliação de reação local após 72h • Médico veterinário habilitado pelo Min. Agricultura @medvetge 18 • Falsos positivos (reação com M. avium) • Quarentena de falsos positivos [60 dias] e nova tuberculinização cervical comparativa (M. bovisx M. avium) • Falsos negativos (estágio inicial da infecção ou comprometimento imunológico) -ZOONOSE: Eliminar animais positivos • Desinfecção de equipamentos e instalações (hipoclorito, iodoefenóis) • Pasteurização do leite @medvetge
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