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DIREITO PORTUGUÊS NA COLÔNIA BRASIL - Semana 4 O DIREITO NO ESTADO IMPERIAL: O Poder Moderador do imperador Dom Pedro I : Nomeava os membros vitalícios do Conselho de Estado os presidentes de província, as autoridades eclesiásticas da Igreja oficial católica apostólica romana, o Senado vitalício. Nomeava e suspendia os magistrados do Poder Judiciário, assim como nomeava e destituía os ministros do Poder Executivo. Aprovava ou não as decisões da Assembléia Geral, além de convocar ou dissolver a Câmara dos Deputados. Dessa forma, o imperador concentrava um poder sem paralelo, o que demonstrava o caráter centralizador e autoritário da organização política do Império do Brasil. Tal situação não foi aceita por toda a sociedade imperial. Havia quem aprovasse, quem calasse por temor e quem contestasse. O protesto mais violento partiu da província de Pernambuco e se transformou no episódio conhecido como Confederação do Equador. � Abdicação de D. Pedro I A oposição contra a política autoritária de D. Pedro I não cessara desde a Confederação do Equador. Os críticos questionavam, por exemplo, a opressão representada pelo Poder Moderador - instituído pela Constituição outorgada de 1824 - e o predomínio do Partido Português junto ao imperador, situação que contrariava muitos interesses. Havia problemas econômicos e financeiros: o não reconhecimento no exterior da emancipação política e a instalação do aparelho estatal necessário em todo o território. A guerra contra as Províncias Unidas do rio da Prata também aguçara a crise com gastos militares significativos, sustentados por novos empréstimos externos. A Inglaterra impôs, em agosto de 1827, um acordo comercial que limitava a cobrança das tarifas alfandegárias – principal arrecadação do império – o que levou a empréstimos no exterior. Regência (1831-1840) O período regencial foi um dos momentos mais conturbados do Império Brasileiro. 1 Regência Trina Provisória (1831) Governou o país por aproximadamente três meses, era composta pelos senadores Nicolau de Campos Vergueiro e José Joaquim de Campos (Marquês de Caravelas) e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, pai do Duque de Caxias. As três grandes correntes políticas do Brasil Imperial estavam assim representadas: os liberais, com o Senador Campos Vergueiro, os conservadores, por Carneiro de Campos, e os militares, pelo General Francisco de Lima e Silva, o "Chico Regência". Mantendo inalterada a Constituição de 1824, a Regência Provisória tinha um caráter liberal e anti-absolutista. Era o início do chamado avanço liberal, que durou até 1837, quando os grupos políticos das províncias alcançaram um maior grau de autonomia. 2 A Regência Trina Permanente (1831-1834) Uma vez instalada a Assembléia Geral, foi eleita em 17 de junho de 1831 a Regência Trina Permanente, que ficou composta pelos deputados José da Costa Carvalho, político do sul do país, João Bráulio Muniz, do norte, e novamente pelo Brigadeiro Chico Regência. Tal composição representava, por um lado, uma tentativa de equilíbrio entre as forças do norte e do sul do país; por outro lado, a permanência do Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, era a garantia do controle da situação e da manutenção da ordem pública. Ocorre o Ato Adicional. 3 A Regência Una do Padre Diogo Antônio Feijó Conforme estipulado pelo Ato Adicional, realizou-se, a 7 de abril de 1835, a eleição para o cargo de Regente Único. 4 A Regência de Araújo Lima: o "Regresso Conservador" Após a queda do Padre Feijó, o Ministro da Justiça, o pernambucano Pedro de Araújo Lima, assumiria interinamente, nomeando um novo gabinete composto por políticos regressistas, que ficou conhecido como Ministério das Capacidades pela fama de que gozavam os seus componentes O golpe da maioridade de D. Pedro II Desde 1835, a idéia de antecipar a maioridade já havia surgido no cenário político da Corte. Proprietários de escravos e de terras estavam assustados com a experiência de descentralização ocorrida durante o Período Regencial, que resultara em tantas revoltas sociais. O restabelecimento da autoridade monárquica era visto como a solução para a crise política. No dia 21 de julho de 1840, os representantes do Partido Progressista, ou Liberal, apresentaram à Assembléia Geral um projeto de declaração da maioridade, antecipando o início do Governo pessoal de D. Pedro de Alcantara. A emancipação é um mecanismo legal que eleva uma pessoa de menor idade à idade supostamente adulta. Em direito, maioridade refere-se à idade em que a pessoa física passa a ser considerada capaz para os atos da vida pública (ou seja, para exercer direitos próprios de adultos, contrair obrigações e ser responsabilizado civil e penalmente por suas ações). No entanto, no caso em pauta, a Constituição da República de 1988, estabelece a idade mínima de 35 anos de idade - e não a maioridade - para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República. Código Criminal de 1830 1. ILUMINISMO (Itália séc. XVIII) É um conjunto de idéias em contraponto ao absolutismo. Mais que uma louvação à razão: obriga que sempre haja uma crítica e soluçãp. Trabalha com respostas racionais possíveis. Ex.: Absolutismo(o rei manda muito). O que fazer? Montesqueiu defende dividir o poder do rei – 3 poderes. 2. CESARE BECCARIA Iluminista, aos 23 anos escreve a obra-prima Dos Delitos e Das Penas – apresentou problemas e deu soluções. Era um iluminista afinado com seu tempo. Defendeu `1. princípio da individuação das penas. Deuteronômio: “Não morrerão os pais pelos filhos nem os filhos pelos pais”. 2. Só o legislador pode legislar e previamente. 3. finalidade das penas é prevenir e reeducar e não penalizar. Contra a pena de morte – é ilógico. Como alguém pode dizer ao outro não mater, e mata. 3. Quanto mais juízes na comunidade, melhor. 4. É contra a tortura – verdade não nasce pelo tormento. 5. É dele o “in dubio pro reu” X “in dubio pro societate” 6. Segue o rastro dos ideiais da Rev. Francesa. 7. Defende a igualdade de tratamento legal e é avesso à vingança. * Análise do Código Criminal de 1830 Em dos mais graves erros: Não prevê crime culposo. Só há dolo. Art. 2º. § 1º. O art. 3º reforça que foi intencional não prever culpa, só dolo. Art. 4º e 5º – autor e cúmplice ( no atual: autor, co-autor e partícipe) – art. 29. Art. 7º - Responsabilidade solidária. Art. 8º - premeditação Art. 14 – crimes justificáveis – abre a porta da analogia ( Código iluminista tupiniquim abre brechas para ser possível manter o status quo ante das Ordenações Filipinas). Art. 16,§ 5º - Atenuantes e agravantes – é a parte do CP que mais reflete a mentalidade da época – patriarcalismo – sacralidade do pai. Art. 18 – vingança e embriaguez são atenuantes Art. 19 – Influirá também no agravamento ou atenuação do crime a sensibilidade do ofendido ( status social) Capítulo IV – Da satisfação (reparação) OBS: Nas Ordenações Filipinas a maioridade rea maturidade. Hoje é puramente cronológico. Título II – PENAS OBS: Na forca é a pena com mais probabilidade de sobreviver Art. 40 – descreve a morte com detalhes. Não há morte para a grávida ( Afonsinas e Alcorão) Art. 50 – banimento (expulsão do Brasil) Art. 51 – degredo (para algum lugar específico) Art. 52 – desterro (nunca mais volta à terra natal ou do crime) Art. 226 – rapto de mulher honesta Art. 250 – adultério (Mulher – se fez uma vez. No caso do homem – constância) Art. 276 – ofensa a religião – qualquer pessoa que for adivinhador ou ao adivinhador setará cometendo crime. A criação do Código do Processo Criminal, em 1832, restabeleceu a autonomia municipal de acordo com as propostas dos exaltados e os interesses de vários proprietários de escravos e terras que exaltavam a liberdade, mas acreditavam que em seus domínios a lei deveria ser a sua vontade, reforçando assim o poder daquele que governava a casa. As funções do juiz de paz, cargo criado em 1827, foram bastante ampliadas pelo Código. Os juízes, eleitos pelos cidadãos ativos da localidade, passarama exercer, também, o papel de polícia local, com o poder de prender, formalizar a culpa e julgar. Em casos de urgência podiam convocar a Guarda Nacional e a polícia. Acima do juiz de paz, instituiu-se a figura do juiz municipal, escolhido pelo presidente da Província. Foi abolida a pena de morte, embora fosse mantida a pena do açoite. O Código regulava, também, o processo eleitoral e o recrutamento da Guarda Nacional. O fortalecimento do poder dos juízes de paz, entretanto, desagradou a vários setores da sociedade. BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA: PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em História. 6. Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2008. (Capítulo XII – p. 359 e Capítulo XIII – p. 354 e 460) CASTRO, Flávia Lages. História do Direito, Geral e Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008. (Capítulo XV – p. 345 385)
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