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1 JAIRO DA SILVA BONFIM RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III SANTA INÊS - BAHIA 2015 2 JAIRO DA SILVA BONFIM RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III Relatório de Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baiano – Campus Santa Inês, sob orientação do professor Bruno Silveira, estágio este realizado no Centro Estadual de Educação Profissional em Alimentos e Recursos Naturais Pio XII e teve duração de 50 horas práticas. PROFESSORA SUPERVISORA: VALÉRIA SAVANA MRNEZES LIMA DA SILVA SANTA INÊS - BAHIA 2015 3 “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.” Aristóteles 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................5 2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO.............................................................................8 3. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA CEDENTE DO ESTÁGIO.............................9 3.1 Identificações da Escola................................................................................9 3.2 Informações sobre o estágio.........................................................................9 3.3 A escola cedente do estágio.........................................................................9 3.4 Recursos pedagógicos................................................................................12 3.5 Organograma da escola..............................................................................13 3.6 Perfis dos estudantes..................................................................................14 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.................................................................15 4.1. ATIVIDADE (Co-participação)..................................................................16 4.1.1. Objetivo....................................................................................................16 4.1.2. Descrição da atividade.............................................................................18 4.1.3. Métodos utilizados para desenvolver a atividade....................................19 4.1.4. Aprendizagem com o desenvolvimento das atividades ..........................21 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................23 REFERÊNCIAS ANEXOS 5 1. INTRODUÇÃO O Estágio Supervisionado III é a configuração de mais uma fase de preparação dos estudantes em Licenciatura em Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Santa Inês, na qual é acompanhada e dirigida por um orientador que avalia o desempenho de todo o corpo acadêmico no período de sua realização. O Estágio Supervisionado surge com a perspectiva de apresentar qualidade ao ensino de Geografia, antecipando as práticas que os estudantes de hoje realizarão no futuro quando assumirem suas legítimas funções de docentes. O Estágio é uma proposta que organiza a formação dos estudantes. Essa disciplina é ofertada no 7º semestre letivo, com carga horária de 96 horas, dividida em 46 horas teóricas e 50 horas práticas, na qual o estagiário terá como instrumento básico de análise da LDB, o PCN’s e o Regulamento do Estágio Supervisionado das Licenciaturas do IF Baiano - Campus Santa Inês, onde diz: É importante ressaltar que o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) foi elaborado procurando, de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras. Com isso, pretende-se criar condições, nas escolas, que permitam aos nossos jovens ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania. A prática educativa na formação docente é parte da trajetória acadêmica, a qual se torna uma exigência na relação teoria/prática, possibilitando um contato mais direto com a atividade educativa. O Estágio permite efetuar essa prática abordando os conteúdos através de uma proposta dinâmica e interativa, levando em conta valores e conhecimentos trazidos pelos educandos a partir de situações vividas de forma que o aluno vai se construindo, ou construindo seus próprios conhecimentos 6 através da mediação feita pelo professor, acontecendo assim uma interação entre ambos e fazendo com que o aluno perceba que o conhecimento científico é real e que acontece no seu dia- a- dia. “No conceito de educação a ideia de que o acontecer educativo corresponde à ação e ao resultado de um processo de formação dos sujeitos ao longo das idades para se tornarem adultos, pelo que adquirem capacidades e qualidades humanas para o enfrentamento de exigências postas por determinado contexto social” LIBANÊO,(1998, p.65). Ao ensinar geografia o professor deve possibilitar condições para a produção do conhecimento científico através de observações, possibilidades de intervenção, exercícios, criatividade e cidadania, orientando suas ações de forma consciente e democrática, considerando os conhecimentos prévios dos alunos e assim tornando a aprendizagem significativa, de modo que desperte nos alunos o gosto pela ciência e pela pesquisa. A atitude do professor é sempre um referencial para os alunos, e muito importante desenvolver postura e valores, entre os seres humanos, o meio ambiente e o conhecimento. É pela via da pesquisa, da interação e da mediação que o professor se constitui. A escola tem o dever de garantir a todos o acesso ao conjunto de conhecimentos, para isso, ela planeja conjuntamente suas ações, defendendo sempre o interesse da maioria. Na escola o professor é autônomo e tem liberdade e confiança na regência de suas aulas, estabelece relações com o mundo social e contempla a diversidade cultural, a sala de aula é um lugar de encontros humano e dinâmico. Ensinar é influenciar para as mudanças de comportamento dos sujeitos envolvidos e essa influencia, é feita pela via da comunicação, segundo Vani Moreira Kanski (2005), ”onde professores e alunos exploram as possibilidades pedagógicas das novas tecnologias para desenvolver os enigmas do conhecimento e para aprender.” Educadores e educandos são agentes de transformação, assim, um transforma o outro na relação ensino/aprendizagem e juntos por via do conhecimento, transformam a sociedade. Um dos maiores desafios do momento é “reinventar a escola” ampliando os ecossistemas educativos para seu horizonte de sentido, formando pessoas capazes de serem sujeitas de suas próprias vidas e cidadãos ativos 7 comprometidos com um projeto social e humano. Para isto, enfatizamos a utopicidade do professor para almejar uma sociedade ideal caracterizada por relações de solidariedade entre as pessoas. Reinventar a escola é também reinventar os espaços de produção da informação e do conhecimento, é reconhecer as identidades e as praticas socioculturaisnela vigente. Antropologicamente falando, a cultura caracteriza-se como estrutura profunda do cotidiano e se expressa nos modos de agir, relacionar, interpretar, atribuir sentido, etc. O relatório de estágio é um documento importante porque reflete a vivência do estagiário no ambiente escolar por meio do acompanhamento e registro das atividades ocorridas no processo ensino-aprendizagem e dos trabalhos pedagógicos desenvolvidos na instituição de ensino. É uma forma de aproximar o (a) estagiário (a) ao seu campo de atuação e possibilitar o reconhecimento da estrutura organizacional e pedagógica no cotidiano escolar. 8 2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO I - articular a relação entre teoria e prática, possibilitando aos acadêmicos a transposição dos conhecimentos constituídos e adquiridos ao longo do curso; II - propiciar o desenvolvimento de habilidades técnico-científicas, visando o aprimoramento da formação/atuação do futuro profissional; III - subsidiar os Colegiados dos Cursos de Licenciatura do IF Baiano, Campus Santa Inês, quando necessário, com informações que permitam adaptações e/ou reformulações curriculares; IV - possibilitar uma maior interação entre os Cursos de Licenciatura do IF Baiano, Campus Santa Inês e a comunidade; V - analisar criticamente e problematizar as condições observadas nos espaços profissionais, de modo a propor projetos de intervenção social. 9 3. INDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA CEDENTE DO ESTÁGIO 3.1. Identificações da Escola Nome: Centro Estadual de Educação Profissional em Alimentos e Recursos Naturais Pio XII – CEEP PIO XII Endereço: Av. Frei Mariano de Inhambupe, nº 76 Bairro: Muritiba CEP: 45.345-000 Cidade: Jaguaquara/BA Telefone: (73) 3534-1039 Diretor: Maria Nelma Porto da Silva Vice-Diretora: Lélia Márcia Sampaio Souza Coordenação Pedagógica: 3.2. Informações Sobre O Estágio Data de início: 09 de Março de 2015 Data de término: 21 de Maio de 2015 Duração em horas: 64 horas Estagiários: Jairo da Silva Bonfim Professor (a) orientador: Bruno Silveira Professora Supervisora: Valeria Savana 3.3. A Escola Cedente Do Estágio O Centro Estadual de Educação Profissional em Alimentos e Recursos Naturais Pio XII – CEEP Pio XII foi fundado em 1961, pelo Convento Nossa Senhora da Piedade, situado à Praça 13 de Maio em Salvador no Estado da Bahia, na pessoa de Frei Maurício de Mercatello (Frade Franciscano) e foi incorporado à Rede de Ensino Estadual pela portaria 2535, publicada no Diário Oficial (doravante D.O.) da Bahia de 08/04/1980. Sua fundação teve como objetivo atender a população mais carente do município e cidades circunvizinhas. O início da construção deu-se no dia 23 de abril de 1961. Enquanto isso, a escola funcionava, provisoriamente, na Casa Paroquial, situada à Rua 15 de Novembro, oferecendo apenas os cursos de 3º, 4º e 5º ano primário. Sua inauguração foi no dia 19 de novembro de 1961. A partir de 1962 a Escola passou a funcionar na Avenida Pio XII com o antigo primário completo e o antigo curso ginasial da 1ª a 4ª série. Em 1963 passou a 10 funcionar em convênio com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Como os Padres Capuchinhos não tinham condições financeiras de manter a escola, passou para a responsabilidade do Governo do Estado da Bahia, em 1979, quando teve sua autorização para funcionar CONFIRMADA pelo ofício nº 1488 da Inspetoria Seccional de Salvador, RATIFICADA pela Portaria nº 1590 da Secretaria de Educação e Cultura, publicada no D. O. BA de 06/05/1969, RENOVADA para o 1º Grau pela Resolução CEE nº 528/79, publicada no D.O. BA, de 20/21 de Janeiro de 1979 que ao mesmo tempo AUTORIZOU a implantação do 2º Grau com as habilitações de Magistério de 1º Grau, de 1ª a 4ª série, até 2001 e a de Técnico em Contabilidade que foi extinto em 1998 e, finalmente, a escola foi RECONHECIDA pela Resolução Conselho Estadual de Educação (doravante CEE) nº 1.118/83, publicada no D. O. BA de 26/27 de Fevereiro de 1983. De 2001 a 2006 o curso de magistério ganha a denominação de Ensino Médio Modalidade Normal com 4 anos de duração. Em 2009, foi implantado o curso Técnico em Agroindústria, de acordo com a portaria nº 13.574 de 07 de novembro de 2008, que orienta o processo de matrícula na Rede Estadual de Ensino. O CEEP Pio XII foi contemplado em 2009 com o PROJOVEM URBANO, Programa Trilha, oferecendo o curso de Agroextrativismo. Beneficiando jovens que vivem na zona rural e urbana, com idade entre 18 e 29 anos. O programa atua em três frentes: elevação da escolaridade, qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho. Foi implantado em 2010 o Programa de Ressignificação do Sistema de Dependência com Novos Tempos e Espaços de Aprendizagem que no CEEP Pio XII recebeu a denominação de Projeto Caminhar. Isso porque foi identificado um crescente número de alunos dependentes em diversas matérias e defasados em relação à idade e a série que cursavam. Até o ano de 2013 o CEEP Pio XII funcionava como Colégio Estadual Pio XII, foi transformado em Centro Estadual de Educação Profissional em Alimentos e Recursos Naturais Pio XII conforme publicação no diário oficial do estado da Bahia do dia 03 de Janeiro 2014, sob PORTARIA Nº 12/2014, O presente ato de transformação correspondeu ao ato de credenciamento para a oferta da Educação Profissional nas seguintes modalidades: I - Formação inicial e continuada; 11 II - Educação profissional técnica de nível médio - nas formas de articulação integrada, concomitante e subseqüente; III - Educação profissional na modalidade de jovens e adultos – PROEJA MÉDIO e PROEJA FUNDAMENTAL; IV - Educação profissional à distância (semipresencial). Atualmente o CEEP Pio XII oferece as seguintes modalidades de ensino: EPI (Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado) • Agroindústria; • Nutrição e Dietética; • Educação em Tempo Integral em Administração; • PROEJA MÉDIO (Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada à Educação de Jovens e Adultos Ensino Médio) Agroindústria; • Vendas; PROEJA FUNDAMENTAL (Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos Ensino Médio Fundamental) • Agroextrativismo; PROSUB (Educação Profissional Técnica de Nível Médio Subsequente) • Administração e Comércio; Ensino Regular • Ensino Médio e Fundamental. FIGURA 1 – CEEP Pio XII FONTE: JAIRO BONFIM O CEEP Pio XII possui uma área de 14.000 m², dos quais 6.000 m² são de área construída. Possui um prédio de alvenaria, muito conservado, dividido em 26 salas variando entre 39m² e 40m2 que são distribuídas da seguinte 12 forma: 19 salas de aulas, 01 sala de coordenação pedagógica, 01 sala de cinema, 01 sala de leitura, 01 sala de dança, 01 sala de projeção de imagens, 01 sala de jogos, 01 sala do Projeto Caminhar (Programa de Ressignificação da Dependência). Ainda possui dependências para direção, vice-direção, secretaria, 02 salas de arquivo inativo, sala de professores, cozinha, depósito de merenda, depósito de material didático, área de serviço, auditório que comporta aproximadamente 400 alunos, dois sanitários femininos e dois sanitários masculinos, laboratório de ciências, laboratório de informática, duas quadras poliesportivas descobertas, pátio aberto e campo para futebol. 3.4. Recursos Pedagógicos FIGURA 2 – Recursos pedagógicos do CEEP XII FONTE: Nelma Porto 13 A equipe gestora é composta por 01 diretora e 03 vice-diretores distribuídos por turnos - gestores aprovados em cursoe na seleção meritocracia interna - e, em seguida, no mesmo processo de escolha democrática e participativa, eleitos diretamente pela comunidade escolar. O quadro docente é formado, em sua maioria, por professores especialistas, composto por 76 profissionais, que atuam como mediadores nas situações de aprendizagem buscando compartilhar ideias e conhecimento com os nossos alunos; efetivos pesquisadores, que junto com os educandos problematizam e os desafiam a interagir e refletir acerca da construção do conhecimento e a atuar como transformadores do meio social em que vivem. A coordenação pedagógica é formada por quatro articuladores distribuídos por áreas do conhecimento: articulador da área profissionalizante do Curso Técnico em Agroindústria, articulador de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, articulador de Ciências Humanas e suas Tecnologias e articulador de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Como apoio administrativo, possui 29 funcionários, sendo 01 secretária efetiva, 06 agentes administrativos efetivos, 01 processador de dados e 21 auxiliares de serviços gerais. 3.5. Organograma Da Escola FIGURA 3 – Organograma da unidade escolar SETOR ADMINISTRATIVO _ Secretaria _ Serviço Auxiliar de limpeza Serviço Auxiliar de cozinha CCOLEGIADO ESCOLAR DIREÇÃO Maria Nelma Porto da Silva VICE DIREÇÃO VESPERTINO Samara Macedo de Almeida VICE DIREÇÃO NOTURNO Paulo dos Santos Andrade CORPO DOCENTE CORPO DISCENTE -Ensino Fundamental -Ensino Médio -Curso Técnico -EmC@mpo -Projovem VICE DIREÇÃO MATUTINO Lélia Márcia S. Souza 14 3.6 Perfis Dos Estudantes O corpo discente é composto, atualmente, por 1,507 alunos, distribuídos em 55 classes, nos turnos matutino, vespertino e noturno. Os alunos do CEEP Pio XII vivem hoje em um mundo moderno, com mudanças relacionadas a padrões e valores; mudanças nas relações sociais e de tempo e espaço. Nesse contexto de mudanças o alunado do CEEP Pio XII configura-se de forma bastante heterogênea, de diferentes classes sociais, isto ocorre porque o CEEP Pio XII é a única opção de escola pública na sede do município que oferece o Ensino Médio, recebendo assim, alunos de todas as escolas que possuem o Ensino Fundamental até o 9º ano, inclusive os oriundos da Zona Rural e de outros Municípios, que apesar da dificuldade de transporte não desistiram de concluir seus estudos. Atualmente, existe um percentual significativo de ex-alunos na universidade e muitos que almejam o nível superior. Um ambiente escolar que desempenhe estas três funções básicas é o desejado pelo CEEP Pio XII (descrito no PPP): primeiro, colocar o indivíduo como cidadão integrado ao meio em que vive; segundo, como um profissional construtor do mundo e, por último, levá-lo a centrar-se no aspecto da pessoa, de sua própria identidade e visão sobre o mundo. A nossa equipe vê o aluno como alguém especial, busca proporcionar um ambiente que ofereça estímulos ao aluno, desde a recepção até sua ida para casa, como também proporciona o desenvolvimento de diversas modalidades esportivas interessadas pelos alunos (futsal, basquetebol, voleibol, futebol de campo, handebol e dança moderna). É perceptível que muitos dos alunos chegam à escola com fome, esperando com ansiedade pelo lanche saboroso e nutritivo que é servido durante o intervalo. Quanto às principais dificuldades apresentadas no processo de ensino e aprendizagem, percebe-se o alto índice de reprovação nas sétimas e oitavas séries do Ensino Fundamental e nas turmas de primeiro e terceiro ano do Ensino Médio. Além disso, apresenta logo a partir do I semestre, um grande número de evasão escolar no turno vespertino o qual foi realizado o estágio. 15 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS De acordo com Regulamento do Estágio Supervisionado das Licenciaturas do IF Baiano - Campus Santa Inês, o Estágio Supervisionado, consiste na presença participativa do acadêmico em situações e ambientes próprios da área do curso, assegurando o contato do formando com situações, contextos e instituições, permitindo que conhecimentos, habilidades e atitudes se concretizem em ações profissionais. Dessa forma, PIMENTA; LIMA, 2009, p.113, diz: O estágio traduz as características do projeto político pedagógico do curso, de seus objetivos, interesses e preocupações formativas, e traz a marca do tempo histórico e das tendências pedagógicas adotadas pelo grupo de docentes formadores e das relações organizacionais do espaço acadêmico a que está vinculado. Ainda, o Regulamento do Estágio Supervisionado das licenciaturas do IF Baiano - Campus Santa Inês, diz no seu Art. 5º. O Estágio Supervisionado obrigatório faz parte do currículo dos Cursos de Licenciatura do IF Baiano, Campus Santa Inês, na forma de disciplinas e carga horária específica, conforme Projeto Pedagógico dos Cursos. A disciplina de Estágio Supervisionado III é ofertada no 7º semestre e baseia-se na etapa de Observação e Coparticipação tendo como área de atuação o ciclo de aprendizagem Ensino Fundamental II. É importante ressaltar que de acordo com o Aurélio (1986, p. 1.210), OBSERVAÇÃO: [Do lat. observatione.] S. f. 1. Ato ou efeito de observar (-se). [Sin., p. us.: observatório.] 2. Cumprimento, prática, observância; 3. Advertência por escrito; nota; 4. Reparo, advertência; 5. Exame, análise; 6. Censura leve; admoestação. A partir dessa definição, podemos mensurar a primeira e a quinta: “Ato ou efeito de observar (-se)” e “Exame, análise”. Porém, o ato de observar não se restringe apenas a isso, o ato de observar está impregnado de subjetividade, exige não só o registro do visível, mas também, uma intrínseca análise deste registro, baseada em conceitos epistemológicos da docência. 16 A etapa da co-participação, esta basicamente caracterizada pela possibilidade de o estagiário interferir no meio, podendo realizar pequenas ações, colocando-se ao contato com o professor e os estudantes. O estagiário poderá, junto ao processor, de forma coletiva, participar do planejamento pedagógico de atuação. A partir e baseado nesses conceitos e orientações, o estagiário deverá atuar na escola cedente, de acordo com o Art. 4º, inciso I - articular a relação entre teoria e prática, possibilitando [...] a transposição dos conhecimentos constituídos e adquiridos ao longo do curso. Dessa forma, no efetivo exercício da atividade de Estágio Supervisionado III, constatamos as seguintes observações, que podem ser analisadas nos próximos parágrafos. A primeira ação para o início de um ano letivo parte-se do planejamento e atuação da Semana Pedagógica, que é uma reunião do corpo docente, direção, coordenação pedagógica e funcionários de uma escola para tratar da importância, organização do trabalho pedagógico e as temáticas do cotidiano escolar para o ano letivo em vigor. Tratando-se da escola cedente, a Semana Pedagógica do ano de 2014 teve como objetivo, consolidar o planejamento para o ano letivo, a partir da reflexão sobre o desempenho da escola e do estabelecimento de ações, metas e estratégias para melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem dos estudantes. Nesta perspectiva, a pauta principal da Semana Pedagógica da Escola cedente foi: “Planejamento Coletivo da Escola” em vistas à construção de um currículo articulado que potencialize as aprendizagens, de modo a impactar nos resultados das avaliações educacionais internas e externas. Observa-seque a este olhar, a efetiva participação do coletivo, subsidiará um trabalho pedagógico consistente, para o enfrentamento dos indicadores críticos da escola, o aperfeiçoamento das ações exitosas e a melhoria do processo formativo dos estudantes. Visto isso, antes de iniciar as atividades em sala de aula, o professor deve primeiro, desenvolver um plano de Curso para a posterior atuação na sua 17 área. Por isso, é importante entende que “Planejar é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer alcançar, com que meios se pretende agir.” (OLIVEIRA. 2007. p.21). Ainda, segundo VASCONCELLOS, 1995 p.117 in Padilha, 2003, p.41, O plano de curso é a sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade. Pode ser anual ou semestral, dependendo da modalidade em que a disciplina é oferecida. É com base no Plano de Curso, que o professor deve necessariamente planejar as aulas que serão ministradas, buscando o melhor aproveitamento do conteúdo a ser trabalhado com a aprendizagem do aluno. Para isso, PILETTI, 2001, p.73, diz: É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. [...] É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem. Dessa forma, para enfatizar a importância do planejamento de aula, FUSARI, 2008, p. 47, diz: A ausência de um processo de planejamento de ensino nas escolas, aliado às dificuldades enfrentadas pelos docentes do seu trabalho, tem levado a uma contínua improvisação pedagógica das aulas. Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma prática eventual acaba sendo uma “regra”, prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar como todo. A Atividade Complementar (AC) é o momento em que o professor destina um tempo para o planejamento e organização das atividades a serem realizadas partindo de uma perspectiva pedagógica de reflexão da prática docente. Essa atividade tem o respaldo da LDB n° 9.394/1996, do Estatuto do Magistério do Estado da Bahia – Lei n° 80261/2002, das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação Básica, do Regimento Escolar e pelo Manual de Programação Escolar e deve ter estar em efetivo exercício no cotidiano na escola. Assim, podemos observar que a Atividade Complementar (AC) é de suma importância para a organização do trabalho docente e a atuação do estagiário está obrigatoriamente inserida nesse contexto. Sendo assim, o 18 estagiário deve participar ativamente das atividades de AC com o professor regente visando à experiência e a prática da sua formação. A primeira atividade de AC dentro do estágio foi para discutir e planejar junto à professora regente uma atividade que pudesse averiguar o nível de conhecimento dos educados. As atividades na sala de aula foram iniciadas em Março, quando foi feita a apresentação oficial à turma, tarefa realizada com a presença da professora da disciplina, tudo para facilitar o diálogo no período que estava se iniciando na escola. Tomei posse do Projeto-Político-Pedagógico, bem como observando com detalhes o espaço físico da escola. Neste mesmo dia foi feita a apresentação do que seria o estágio. Eram meninos e meninas de uma faixa etária aproximada em 17 anos de idade, todos curiosos e atentos com a chegada do estagiário. Nesta primeira aula foi debatido a realização do Estágio Supervisionado e os reais motivo de iniciamos a prática na sala de aula. Essa prática, antes de tudo, possibilitou uma análise detalhada do corpo estudantil do 3º ano do ensino médio. Também foi explanado o plano geral da disciplina (ANEXO I), do material a ser trabalhado e com as notas seriam aplicadas. Tudo isto foi realizado para que o período da regência pudesse ser da forma mais transparente possível. Nas aulas seguintes foi-se adentrando os conteúdos programados e com o auxílio de um planisfério foi trabalhado na sala de aula a apresentação e localização dos continentes bem como os conflitos já existentes entre eles como a Primeira e Segunda Guerra Mundial. O planisfério foi afixado em local visível a todos e se iniciou a aula, sendo apontado cada um dos seis continentes e suas principais características, os estudantes também foram convidados a localizarem no material a posição de determinados continentes conforme ia se desenvolvendo a aula. Foi percebido que os estudantes tinham intimidade com essa prática e não criaram resistência, os mesmos foram participativos e contribuíram para uma boa aula participativa. Iniciando o mês de Abril, no dia 2, ficamos na Sala dos Professores, onde pudemos organizar e nortear o estágio, relacionando assim os dias que observaríamos as aulas e consequente os dias que reservaríamos para avaliar, organizar e planejar as aulas seguintes. 19 As atividades de observações se constituem muito importante já que através dela fazemos um diagnostico dos pontos positivos e negativos que uma sala de aula enfrenta sendo assim, foram iniciadas com o intuito primeiro de se fazer uma breve leitura naquele espaço que passaria a ter uma vivência no período do estágio. O estágio foi subdividido em algumas fases, sendo uma de observar a turma, outra de organizar e planejar as atividades e a parte definitiva da coparticipação. No período de observação, pode-se, sobretudo, observar o comportamento da turma em seus principais aspectos, sendo inclusive, as dificuldades que a regente encontrava em alguns assuntos pelo motivo da dispersão provocada por uns e outros estudantes no decorrer das aulas. Esse período de observação foi pautado no contexto da aplicação de atividades nas futuras turmas. Ainda nesse curto espaço de observação, aprendeu-se a adotar práticas que viessem a contemplar aquela turma, tendo a compreensão como aspecto fundamental para a realização do trabalho que viria a ser proposto na sequência. No segundo momento com a turma, foi determinada uma parte da aula para que cada estudante direcionasse uma atenção especial no sentido de perceber as especificidades de cada um deste, podendo assim perceber as qualidades e também as dificuldades de cada para assim poder melhor trabalhar nestas turmas. No terceiro momento a professora procurou contemplar o processo de mudanças do comportamento da humanidade antes, durante e após a Primeira e Segunda Guerra Mundial, enfatizando a influência deste processo na vida dos alunos, abordando questões relativas às perspectivas dos mesmos em relação às futuras gerações para que não venhamos cometer os mesmos erros de nossos antepassados e juntos construirmos um mundo melhor sem guerras, preconceitos e discriminações. A atividade de coparticipação (ANEXO II) foi elaborada a partir das observações ora realizada na turma e deu-se de forma que pudesse contemplar os pontos pautados no estágio, nesse sentido, foi idealizada para complementar as formas de avaliações aplicadas em sala de aula pela professora regente. 20 No quarto momento foi aplicada uma atividade escrita que colaborou para o entendimento dos assuntos que estavam sendo trabalhados e tinham o cunho de revisão para avaliação global. No quinto encontro no AC foi idealizada uma atividade de simulado com questões do Enem que serviria como quesito de revisão, elucidação de dúvidas importantes sobre os temas trabalhados e como norte para futuros vestibulares (Enem). A atividade foi pensada porque se percebeu que a turma tinha certa dificuldade na fixação dos temas abortados. Pensou assim em umajunção de questões que abordassem os temas já trabalhados na sala de aula, no entanto que correspondessem com a realidade futura da turma. As atividades propostas foram entregues aos estudantes sendo trabalhada com os mesmos sobre como seria, e o que seria cobrado da parte dos estudantes. Também foi proposta esta atividade, pois percebeu-se que os estudantes precisavam assimilar de forma mais rápida os conteúdos aplicados com as atividades, além do mais a importância da realização de simulados no padrão ENEM comparado com as provas escolares são exames muito distintos, visto que têm objetivos diferentes. Pode ser errado tentar compará- las, mais também é equivocado esperar que o aluno esteja preparado para realizar o Exame Nacional apenas com a sua experiência nas avaliações vistas em sala de aula. A realização da atividade foi feita de uma forma consensual com a professora. As atividades foram distribuídas no quinto encontro para todos os estudantes. Naquele momento foram tiradas as dúvidas que surgiram e passou a turma a responder tal. O simulado aplicado, abordava questões referentes à Guerra Fria, a primeira e Segunda Guerra Mundial, O Muro de Berlin, Países Desenvolvidos e Países Subdesenvolvidos, entre diversos outros assuntos que estava sendo aplicado na sala de aula. Como não houve tempo suficiente, chegou-se ao consenso de que a turma poderia estar concluindo a atividade na próxima aula e também fariam-se as correções, bem como a coleta do material das atividades. Conseguiu-se tirar o aprendizado de que na realidade os estudantes são portadores de capacidades que nem se pode medir, no entanto, o que existe é 21 a carência de práticas que possibilite uma aproximação maior de recursos metodológicos relacionados às diversas temáticas trabalhadas em sala de aula. Nos últimos dias de estagio foi-se feita uma discussão sobre como as religiões influenciam na questão territorial e como estão ligadas a conflitos, suas causas e consequências. Observou-se que todos os alunos se mostraram interessados e participaram da discussão. Pode-se também notar que esse tipo de atividade consegue prender a atenção dos alunos e fazer da aula um momento dinâmico e prazeroso. As principais dificuldades encontradas foram: silenciá-los para dar início à aula e realizar o trabalho com um deficiente auditivo existente na turma, pelo fato do tradutor não conhecer o conteúdo da disciplina. Tal inclusão está atrelada à construção de uma sociedade democrática, porem, um dos maiores desafios das escolas regulares atualmente é promover a inclusão dos alunos com deficiência. Creio que o melhor caminho a se trilhar em busca da inclusão de pessoas com deficiência, dentro do espaço escolar e, por conseguinte, dentro da sala de aula além do interprete, é a formação do professor. Estes processos em salas de aula serviram enfim, para o aperfeiçoamento de todos os estudos realizados no decorrer do Estágio Supervisionado III, onde se percebe também um avanço no meu aprendizado como estagiário. Percebeu-se que prática do ensino da Geografia no CEEP Pio XII, está repleta de usos e métodos críticos, acredita-se que por influencia da professora ser recém-formada, embora o uso de métodos tradicionais também é perceptivo nas aulas. Entende-se que o espaço da sala de aula deve se transformar num espaço que permita o diálogo, a expressão das experiências concretas vivenciadas no cotidiano, abrindo possibilidades para definir outros temas de estudo e gerar novas situações. O professor precisa experimentar o novo, romper com o tradicional, com as certezas e incertezas, inovar e buscar novas proposições, experimentar, romper com o tradicional, com as certezas e incertezas, inovar e buscar novas proposições com vistas a um novo fazer pedagógico e a um novo processo de ensino-aprendizagem, deve ser um ato permanente e constante, considerando que novos desafios se colocam com as novas proposições de trabalho. 22 Nos dias de hoje, o professor não é apenas aquele que transmite o conhecimento, mas sobretudo, aquele que subsidia o aluno no processo de construção do saber. Para tanto, é imprescindível ser profissional que domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas também a metodologia e didática eficientes na missão de organizar o acesso ao saber dos alunos. O Estágio Supervisionado visa fortalecer a relação teoria e prática baseado no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica quer na vida profissional e pessoal. Sendo assim, o estágio constitui-se em importante instrumento de conhecimento e de integração do aluno na realidade social e econômica e do trabalho em sua área profissional. 23 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio supervisionado III é marcado pela observação à instituição escolar com a finalidade de compreender a organização e o funcionamento do ensino da Geografia. Essa etapa foi importante porque nos permiti enxergar outras situações e possibilidades dentro do universo educacional, ressalta-se a relevância desse momento, bem como desse documento para o futuro profissional em educação tendo em vista as contribuições teóricas e práticas propiciadas pelas leituras e pelas vivências no ambiente escolar. Fica evidenciado também o papel do professor nos espaços escolares como um agente mediador, articulador e transformador das ações pedagógicas. A ênfase e a valorização às relações interpessoais entre os atores da comunidade escolar devem apontar para uma relação reflexiva dos envolvidos de modo que possam visualizar em suas práticas cotidianas aspectos positivos e aqueles que precisam ser superados, primando por um trabalho coletivo. Observou se ainda que há muito a se construir e contribuir para uma educação de qualidade. Por isso, há a necessidade de que o futuro professor conheça e compreenda a sua práxis pedagógica, a realidade escolar e seus desafios e elabore mecanismos para desenvolver atividades prazerosas durante as próximas etapas de estágio. Foi uma experiência enriquecedora e gratificante, importante para meu crescimento como ser humano e profissional. Aprendi que o conhecimento é uma elaboração histórica que se estabiliza no tempo, e, constantemente, é recriada junto ás pessoas nas interações sociais, e que ensinar é mediar à produção de novos significados possibilitando ao aluno construir-se em sua incompletude. 24 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a pratica educativa. São Paulo, Brasil: Editora Paz e Terra 1997. FUSARI, J.C. O papel do planejamento na formação do educador. São Paulo, SE/CENP, 1988. FUSARI, José Cerchi. O planejamento de trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de Respostas. In: Série Idéias n. 8. São Paulo: FDE/Grupo de Estudo de SP, 1992. LIBÂNEO, José Carlos: Didática. São Paulo Cortez 1991. PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria do Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2004. Projeto Araribá: Geografia - ensino médio. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2007. SANT'ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDRÉ, L.; TURRA, C. M. Planejamento de ensino e avaliação. 11. ed. Porto Alegre: Sagra / DC Luzzatto, 1995. 25 ANEXOS Professora supervisora: Valeria Savana AtividadeComplementar (AC) 26 Observação: 3º Ano do Ensino Médio Observação e Co-participação 27 Aplicação de Atividades (Co-participação) Atividade Desenvolvida (Simulado do Enem) 28 Aluno surdo acompanhado do tradutor
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