Buscar

21. PRINCÍPIOS DA ORDENHA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Instituto Babcock para Pesquisa 
e Desenvolvimento da Pecuária 
Leiteira Internacional
University of Wisconsin-Madison
Essenciais em 
Gado de Leite
81
21) PRINCÍPIOS DA ORDENHA
Michel A. Wattiaux
Babcock Institute
ORDENHA É UM TRABALHO DE EQUIPE
ENTRE A VACA, A MÁQUINA E O
OPERADOR (OU O BEZERRO)
Ordenha é o ato de coletar leite após um
estímulo adequado na vaca para liberação
de leite do úbere. Coletar leite de uma vaca
envolve muito mais do que uma extração
mecânica. Basicamente, a ordenha é um
esforço de equipe no qual a vaca, a
máquina e o operador (ou o bezerro)
possuem papéis fundamentais. Para que a
ordenha seja rápida e completa, a vaca deve
receber os sinais adequados do seu
ambiente. Uma vez que a ejeção do leite é
desencadeada, o leite é expulso para fora do
alvéolo pelas células mioepiteliais
(musculares) e forçado para dentro do
sistema de ductos. Então, a ação da boca de
um bezerro, da mão de um operador ou do
conjunto de uma máquina pode coletar o
leite que é drenado para a glândula e para o
canal do teto.
REFLEXO DE EJEÇÃO DO LEITE
Iniciação da descida do leite
A maior parte do leite se acumula dentro
do alvéolo entre as ordenhas. O reflexo de
Figura 1: Reflexo de ejeção do leite—quando a vaca é estimulada pelo toque
na pele do úbere, pelo som do equipamento de ordenha ou pela visão de um
bezerro, impulsos nervosos passam para o hipotálamo no cérebro. O hipotálamo
estimula a glândula pituitária posterior a liberar ocitocina. O sangue carrega esse
hormônio às células mioepiteliais que circundam o alvéolo. A contração das
células mioepiteliais força o leite para dentro do sistema de ductos e da cisterna
da glândula. Excitação ou dor inibem o reflexo de ejeção do leite.
Essenciais em Gado de Leite—Lactação e Ordenha
82
ejeção do leite começa com a ativação dos
nervos cujos estímulos são interpretados
pelo cérebro (hipotálamo) para sinalizar à
vaca que a ordenha está começando. Um
estímulo ou a combinação dos seguintes
estímulos externos pode inciar o reflexo da
ejeção do leite (Figura 1):
• O toque físico de um bezerro
mamando ou de um operador
limpando os tetos (que são sensíveis
ao toque e temperatura);
• Α visão de um bezerro (especialmente
em Bos indicus-vaca tipo zebu);
• O som do equipamento de ordenha.
Após esses estímulos, o cérebro envia um
sinal para a pituitária posterior, uma
glândula na base do cérebro, que libera o
hormônio ocitocina na corrente sanguínea.
O sangue transporta a ocitocina para o
úbere onde ela estimula a contração dos
minúsculos músculos (células mioepiteliais)
ao redor do alvéolo cheio de leite. As
contrações ocorrem 20 a 60 segundos após o
estímulo. A ação de apertar aumenta a
pressão intramamária e força o leite pelos
ductos para a glândula e cisterna do teto.
A ação da ocitocina dura somente seis a
oito minutos porque a concentração no leite
diminue rapidamente. Portanto, é
importantíssimo colocar o conjunto de
teteiras (ou iniciar a ordenha manual) ao
redor de um minuto após início da
preparação do úbere. Um atraso na
colocação das teteiras reduz a quantidade
de leite ordenhada. É possível que ocorra
uma segunda liberação de ocitocina porém,
esta é geralmente menos eficaz que a
primeira.
Inibição da descida do leite
Em algumas situações, o reflexo de ejeção
do leite pode ser inibido. Quando isso
ocorre, o leite não é liberado dos alvéolos e
somente uma fração pequena pode ser
coletada. Impulsos nervosos são enviados à
glândula adrenal quando eventos
incômodos ocorrem durante a ordenha
(dor, excitação ou medo). O hormônio
adrenalina, liberado pela glândula
adrenal, pode induzir a constrição dos
tecidos sanguíneos e capilares no úbere. O
fluxo sanguíneo reduzido diminue a
quantidade de ocitocina enviada ao úbere.
Além disso, a adrenalina parece inibir
diretamente a contração das células
mioepiteliais no úbere. Portanto, a vaca
pode não ser ordenhada rapidamente e
completamente nas seguintes situações:
• Preparo inadequado do úbere;
• Atraso na colocação de teteiras (ou
início da ordenha manual) minutos
após preparo do úbere;
• Situações diferentes que levam à dor
(apanhar) ou medo (gritar, latir);
• Falha no funcionamento do
equipamento de ordenha.
Após a primeira parição, as vacas devem
ser treinadas à rotina de ordenha. A
situação emocional que ocorre nessas vacas
pode ser o suficiente para inibir o reflexo de
ejeção do leite. Uma injeção de ocitocina em
várias ordenhas pode ajudar. Entretanto,
essa prática não deve ser feita
rotineiramente porque algumas vacas
podem rapidamente se tornar dependentes
da injeção para o reflexo de ejeção do leite.
COLETANDO LEITE DO ÚBERE
O orifício na ponta do teto é mantido
fechado por um grupo de músculos
circulares (esfíncter). Normalmente, o leite
na glândula e na cisterna do teto não sai do
teto sem uma força externa para superar a
força dos músculos do esfíncter. Entretanto,
o leite de algumas vacas com forte reflexo
de ejeção do leite e/ou esfíncters fracos
pode escorrer do teto, devido ao aumento
de pressão no úbere no momento da
ordenha superar a força do esfíncter. A
diferença em pressão entre o interior e
exterior do teto é geralmente necessária
para abrir o esfíncter e deixar o leite fluir. O
leite é geralmente removido do úbere por
(1) um bezerro mamando; (2) ordenha
manual; ou (3) equipamento de ordenha.
21–Princípios da Ordenha
83
Ordenha manual usa pressão
Na ordenha manual, a mão segura toda
extensão do teto. O dedão e o dedo mais
próximo da extremidade superior do teto,
assim como os outros dedos, apertam para
dentro e para baixo (Figura 2). O aumento
da pressão interna no teto (relativamente à
atmosférica fora do teto) força o leite pelo
esfíncter.
Um bezerro mamando usa o vácuo
Um bezerro mamando ou um
equipamento de ordenha usa o vácuo, ao
contrário da pressão para extrair leite da
glândula e do canal do teto. Quando uma
sucção forte e suficiente (vácuo) é aplicada
na ponta do teto, a pressão fora do teto é
menor que a de dentro e o leite é expulso
para fora.
Um bezerro mamando enrrola a sua
língua e o céu da boca ao redor do teto.
Vácuo é criado na ponta do teto quando a
mandíbula abre e a língua retrai em direção
à garganta. Como resultado, o leite se
acumula na boca. Quando o bezerro engole
o leite, o fluxo de leite do teto cessa porque
a pressão dentro da boca volta ao normal.
Entre 80 e 120 ciclos alternados de
mamadas e goles ocorrem por minuto.
A máquina de ordenha usa vácuo
A máquina de ordenha também usa vácuo
para extrair leite do úbere. Os parágrafos
seguintes descrevem a ação da teteira da
máquina de ordenha. Para uma descrição
mais genérica das partes de uma máquina
de ordenha (veja o Dairy Essential chamado
“A máquina de ordenha”, número 4 na
série “Lactação e Ordenha”).
Se o vácuo aplicado à ponta do teto é
muito alto ou dura muito tempo, sangue e
fluido corpóreo se acumularão, causando
congestão que fará com que o fluxo de leite
cesse. No caso de um bezerro mamando,
esse problema não ocorre porque enquanto
o leite acumulado em sua boca é engolido,
não há diferença de pressão ao redor do
teto e a circulação normal do sangue no teto
é possível. Esse processo é conhecido como
massagem do teto.
Quando a máquina de ordenha é
utilizada, a dupla câmara no copo da teteira
e o pulsador permitem que os tetos sejão
submetidos alternadamente ao vácuo (fase
de ordenha) e à pressão atmosférica (fase de
massagem) (Figura 3). Quando o ar é
removido da câmara (área entre o copo e a
Figure 2: Durante a ordenha manual, a
pressão interna no teto se torna superior à
externa ao teto.
Figura 3: Ação da teteira do equipamento de
ordenha.
Essenciais em Gado de Leite—Lactação e Ordenha
84
borracha da teteira), as teteiras se abrem
porque a pressão dentro da câmara e dentro
da linha de vácuo é a mesma.O vácuo na
ponta do teto força o leite de fora da
cisterna do teto para dentro da linha.
Entretanto, quando o ar é admitido dentro
da câmara de pulsação, as teteiras colapsam
no teto (porque a pressão dentro da teteira é
menor do que a de dentro da câmara de
pulsação). Durante esse período de
descanso, o canal do teto se fecha (mas não
a cisterna do teto), o fluxo de leite cessa, e
fluidos corpóreos que foram aspirados no
tecido do teto podem sair. Essa ação de
massagem da teteira durante o ciclo de
pulsação previne a congestão de fluidos e o
edema de teto.
Geralmente, a teteira de uma máquina de
ordenha abre e fecha 45 a 65 vezes por
minuto (taxa de pulsação). Num ciclo de
pulsação, a fase de ordenha é geralmente
igual ou mais longa que a fase de
massagem. A porcentagem de tempo de um
ciclo de pulsação gasto em cada fase é
chamado de relação de pulsação . Por
exemplo, a relação de pulsação de 60:40
significa que o vácuo está aumentando ou
no máximo vácuo em 60% do ciclo e
diminuindo e/ou à pressão atmosférica em
40%. Por exemplo, assumindo uma taxa de
pulsação de 60 (um ciclo de pulsação por
segundo), a relação de pulsação de 60:40
indica que a fase de ordenha dura 0.6
segundos e a fase de massagem dura 0.4
segundos.

Continue navegando