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Qualidade na produção de leite: O que é leite - Do ponto de vista fisiológico: fluído biológico produzido pelas glândulas mamárias das fêmeas mamíferas com a finalidade de alimentar seus filhotes. - Do ponto de vista tecnológico: emulsão natural de glóbulos de gordura, proteínas, açúcares, minerais e vitaminas em água. - Do ponto de vista higiênico: produto oriundo da ordenha realizada em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. Composição do leite O valor nutricional do leite como um todo é maior do que o valor dos seus componentes individualmente devido ao seu balanço nutricional. Principal carboidrato: Lactose; principais grupos de proteínas: Caseínas e proteínas do soro; gordura: componente mais variável A composição do leite é um dos critérios utilizados para o pagamento ao produtor, principalmente em relação à proteína e gordura - Fatores que afetam a produção e composição do leite: fatores individuais, espécie, raça, idade do animal, estágio de lactação, alimentação, época do ano, número de ordenhas, estado sanitário QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE LEITE A qualidade do leite é muito importante para as indústrias e produtores, tendo impactos diretos tanto na produção de derivados lácteos quanto na segurança do alimento. Ausência de resíduos (antibióticos e pesticidas) Baixa carga microbiana (higiene) Baixa contagem de células somáticas (saúde do úbere) Composição (gordura e proteína) Como se define a qualidade do leite? Objetivos orientadores das praticas na pecuária de leite: saúde animal, higiene na ordenha (impacto direto na obtenção e qualidade do leite), nutrição (alimentos e ;agua), bem-estar animal, meio ambiente, gestão socio- econômica. - Fatores que afetam a qualidade do leite: alimentação, raça do gado, ordenha, manejo do bezerro, local de ordenha, utensílios. O elemento HUMANO é o mais importante, pois é ele quem planeja, implementa, opera e mantém os sistemas efetivos A qualidade começa no campo: manejo, higiene do animal, higiene do ordenhador, higiene das instalações e utensílios. - Fatores que podem levar à contaminação do leite: animal, água, utensílios e equipamentos, pessoal, resíduos. obtenção higiênica do leite Ordenha manual Ordenha balde ao pé PRODUÇÃO E EJEÇÃO DO LEITE A glândula mamária corresponde a uma glândula sudorípara modificada que secreta leite para nutrição da prole. A secreção do leite é feita pelas células epiteliais que revestem os alvéolos mamários. Elas sintetizam e secretam as proteínas e a gordura do leite. Estímulo para descida do leite: locomoção da vaca para o local de ordenha/ olfato, barulho do equipamento de ordenha, presença e mamada do bezerro, retirada dos primeiros jatos, liberação do hormônio ocitocina, contração dos alvéolos - descida do leite SISTEMAS DE ORDENHA Largamente empregada em pequenos rebanhos, baixo investimento em equipamentos e maior esforço do ordenhador, relativo risco de contaminação. Sistema mais simples e mais barato de ordenha mecanizada, os animais são ordenhados individualmente, através de um sistema de vácuo, as vacas podem ser ordenhadas no estábulo ou na sala de ordenha. Ordenha tipo espinha de peixe Ordenha tipo tandem (fila indiana) Ordenha tipo lado-a-lado Existe um fosso que o ordenhador faz todo o processo de limpeza dos animais e inserção da ordenhadeira nas vacas, as vacas ficam posicionadas diagonalmente em relação ao fosso de ordenha, o que facilita a visualização do úbere e dos tetos. As vacas ficam dispostas uma à frente da outra, em posição paralela ao fosso, é o único modelo que possibilita a ordenha mecanizada com bezerro ao pé, as vacas ocupam espaço maior na lateral do fosso. As vacas ficam em posição perpendicular ao fosso, uma ao lado da outra, redução no espaço ocupado por vaca, por outro lado, há maior dificuldade de visualização completa do úbere e dos tetos. Princípios: conforto (evitar o estresse), tetos limpos e secos, estimular a “descida” do leite Rotina: realizar a ordenha todos os dias no mesmo horário. Ordenhador: cumprimento dos horários de ordenha, preparação das instalações, acompanhamento da saúde das vacas, realização da ordenha, paciência, habilidade e sensibilidade no manejo das vacas, e acompanhamento da qualidade do leite. Equipamentos e instalações: vacas bem acomodadas e tranquilas e segurança ao ordenhador. Para raças que sofrem maior estresse pelo calor, é recomendada a instalação de sistemas de climatização MANEJO DE ORDENHA CONDUÇÃO DAS VACAS ATÉ O LOCAL DE ORDENHA Antes de buscar os animais, checar se está tudo em ordem para realizar a ordenha. A condução das vacas deve ser feita com calma, sem correr e nem gritar. O ideal é que a condução seja realizada sempre pela mesma pessoa e no mesmo horário., não use instrumentos de agressão e nem bata nos animais. Chame as vacas pelos nomes, estimule- as a andar batendo palmas e assoviando e, quando necessário, dê tapinhas na garupa Entre os bovinos existem rotinas, como por exemplo, andar pelos mesmos caminhos, deitar no mesmo local e beber água no mesmo horário. Essas atividades geralmente são realizadas em grupo, sob influência de um ou de alguns indivíduos, que são os líderes. Reconhecer os líderes facilita o manejo. LINHA DE ORDENHA 1. Vacas primíparas (de primeira cria), sem mastite. 2. Vacas pluríparas que nunca tiveram mastite. 3. Vacas que já tiveram mastite, mas que foram curadas. 4. Vacas com mastite subclínica. 5. Vacas com mastite clínica Ordenha tipo carrossel Rendimento de ordenha: ordenha de uma maior número de vacas por hora Conforto animal: as vacas mantém contato visual entre si, o que as deixa mais tranquilas Conforto aos ordenhadores: menor necessidade de caminhada e foco total em sua tarefa Possibilidade de robotização: automatização do processo com a utilização de robôs A velocidade de rotação pode ser ajustada de acordo com o tempo de ordenha dos grupos e agilidade os ordenhadores Os animais adentram a plataforma rotativa por um acesso individualizado, onde posicionam- se já para o processo de ordenha que acontece enquanto a plataforma de movimenta: a. Teste da caneca telada e pré- dipping (normalmente na posição da segunda baia) b. Secagem dos tetos e colocação do conjunto de ordenha (normalmente entre as posições das baias 7 e 9) c. Monitoramento dos conjuntos de ordenha e recolocação (caso haja algum desacoplamento antecipado) d. Pós- dipping que se inicia, normalmente, a partir do quarto final da rotação da plataforma. Finalizado o processo, os animais saem da plataforma e caminham rumo à água, comida e descanso PRINCIPAIS VANTAGENS: É fundamental que as vacas permaneçam em pé por, pelo menos, 30 minutos. Neste tempo, o esfíncter do teto fechará, diminuindo o risco de mastite ambiental. Além disso, elas ficarão condicionadas a entrarem e saírem da sala de ordenha, facilitando o manejo TESTE DA CANECA DE FUNDO PRETO Teste para diagnóstico da mastite clínica, deve ser feito em todas as vacas e em todas as ordenhas. Também pode ser feita a palpação do úbere nos casos de suspeita de mastite: úbere mais rígido, quente, avermelhado, com inchaço e sensibilidade é sinal de mastite. Tire três jatos de leite de cada um dos tetos, o diagnóstico deve ser feito teto por teto. Cheque se há alguma alteração no leite, como grumos, presença de sangue ou coloração alterada. Caso haja, limpe a caneca antes de continuar o teste. Caso a vaca apresente mastite clínica, registre sua ocorrência, deixe para ordenhá- la no final em um latão separado TESTES PARA DIAGNÓSTICO DE MASTITE SUBCLÍNICA Deve- se realizar o teste de CMT (Califórnia Mastite Teste) ou CCS (Contagem de Células Somáticas) pelo menos duas vezes por mês. Use os resultados para planejar a linha de ordenha. Utiliza- se uma raquete própria e a solução CMT, que podem ser adquiridos em lojas agropecuárias. Coleta- se o leite de cada teto em cada um dos compartimentos da raquete; em seguida, inclina- se a raquete até que o leite atinja a marca inferior (indicada no compartimentoda raquete e que corresponde a 2ml de leite); depois adiciona- se a solução CMT até atingir a marca superior (aproximadamente 2ml de solução). Feito isto deve- se realizar movimentos circulares com a raquete para promover a mistura do leite com a solução CMT para, em seguida, fazer a leitura do teste. A leitura do CMT leva em conta a reação do leite com a solução CMT e o diagnóstico deve ser sempre realizado por pessoa capacitada, sob orientação de um médico veterinário.A contagem de células somáticas (CCS) é um teste geralmente realizado pelos laticínios, sendo usada como um indicador da qualidade do leite. PRIMEIRO CONTATO COM A VACA E LIMPEZA DOS TETOS Ao se aproximar das vacas chame- as pelos nomes e encoste a mão na sua perna ou no úbere antes de pegar em seu teto, para que ela não assuste. Nos casos em que os tetos estiverem muito sujos, é necessário que sejam lavados. Para isso, direcione o jato de água para o teto e não para o úbere, pois ao fazer isso, aumenta-se o risco de que a água suja da lavagem escorra e entre na teteira, contaminando o leite. APLICAÇÃO DO PRÉ- DIPPING Procedimento de desinfecção dos tetos antes da ordenha com objetivo de prevenção da mastite ambiental. Consiste na imersão dos tetos em solução desinfetante, podendo ser utilizada solução de iodo (0,25%), solução de clorexidine (de 0 ,25 a 0 ,5%) ou ainda de cloro (0 ,2%). Todo o teto, e não apenas a sua ponta, deve ser imerso na solução. A solução deve agir por 30 segundos e então, os tetos devem ser secos com papel toalha. Deve ser aplicado em todas as vacas, mesmo naquelas que apresentam mastite clínica. Nestes casos, deve- se adotar cuidados especiais para evitar contágios, respeitando a formação da linha de ordenha e realizando a troca do copo aplicador. APLICAÇÃO DO PÓS- DIPPING Consiste na imersão dos tetos em solução desinfetante glicerinado, sendo geralmente utilizada solução de iodo (0 ,5%), de clorexidine (de 0 ,5 a 1,0 %) ou de cloro (de 0 ,3 a 0 ,5%), logo após o final da ordenha. Tem como finalidade a prevenção de novas infecções nos períodos entre as ordenhas, através de uma proteção química. É fundamental para remover a película de leite que permanece no teto após a ordenha. Aplicar a solução cuidadosamente em todo o teto e não apenas na sua ponta. Quando houver aleitamento natural, com o bezerro mamando diretamente na própria mãe, aplique o pós- dipping logo após a apartação do bezerro. FORNECIMENTO DE ALIMENTO APÓS A ORDENHA Ao oferecer o alimento às vacas logo após a saída da sala de ordenha, diminui- se a probabilidade de que elas se deitem. • As células somáticas (CS) são aquelas oriundas do sistema imune do animal e da descamação do epitélio mamário. O aumento da CCS pode representar inflamação da glândula mamária, seja por microrganismos, traumas ou deficiência nutricional. A mastite subclínica leva à redução do volume de leite produzido, alterações na composição do leite e qualidade dos produtos lácteos. Vacas sadias e com boa saúde da glândula mamária possuem valores de CCS de até 20 0 .0 0 0 células/ mL de leite. Os valores máximos permitidos pela legislação para CCS são de 50 0 mil células/ mL. contagem padrão em placas (CPP) ou contagem bacteriana total (CBT) quantifica o número total de bactérias no leite cru. A legislação determina limites máximos de 30 0 .0 0 0 UFC/ mL, sendo que contagens acima do permitido pela legislação podem acarretar na suspensão da coleta do leite da propriedade até que esta consiga normalizar os valores dentro dos limites. Em rebanhos bem manejados é possível conseguir contagens inferiores a 10 .0 0 0 UFC/ mL, demonstrando a necessidade de adoção permanente das Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) HIGIENIZAÇÃO DAS ORDENHADEIRAS Os microrganismos podem contaminar o leite por diferentes fontes, como água de má qualidade, tetos sujos na ordenha, ambientes sujos, equipamentos da ordenha e tanque mal higienizados ou com funcionamento comprometido e a glândula mamária com mastite HIGIENE é a palavra chave para a redução da contaminação. Os microrganismos se multiplicam mesmo sob refrigeração e são capazes de produzir enzimas que irão atuar na degradação de proteínas e gorduras do leite, afetando negativamente sua vida de prateleira, a qualidade dos produtos lácteos e o rendimento industrial nos laticínios
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