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03/10/15 1 Fármacos usados nos distúrbios afetivos Antidepressivos e Drogas estabilizadoras do humor Caroline Teixeira ObjetivosObjetivos A natureza da depressão Teorias da depressão – Hipótese das monoaminas Fármacos antidepressivos Fármacos estabilizadores do humor O que é depressão? O que é depressão? Mais comum dos distúrbios afetivos Severa (psicótica) com alucinações e delírios Muito branda (beirando a normalidade) Principal causa de incapacidade e morte prematura 5-6% da população Depressão: distúrbio heterogêneo que foi caracterizado e classificado de várias maneiras Depressão apetiteapetite Depressão psíquica Doença bipolar disposição físicadisposição físicasonosono libidolibido capacidade funcionalcapacidade funcional doenças que afetam Síndromes depressivas puras (unipolares) – Depressão maior (endógena) – Depressão reativa (distimia) Depressão associada com mania – Distúrbio bipolar Síndromes depressivas puras (unipolares) – Depressão maior (endógena) – Depressão reativa (distimia) Depressão associada com mania – Distúrbio bipolar ClassificaçãoClassificação 03/10/15 2 Depressão unipolar Oscilações de humor sempre na mesma direção Depressão bipolar (mania) Depressão alterna-se com mania Período de poucas semanas Geralmente aparece no início da vida adulta É menos comum Forte tendência hereditária Depressão unipolar Oscilações de humor sempre na mesma direção Depressão bipolar (mania) Depressão alterna-se com mania Período de poucas semanas Geralmente aparece no início da vida adulta É menos comum Forte tendência hereditária CaracterísticasCaracterísticas Depressão reativa – Não familiar (cerca de 75 % dos pacientes) – Eventos estressantes – Ansiedade e agitação Depressão endógena (depressão maior) – 25 % dos pacientes (+ mulheres) – Padrão familiar – Não relacionados a eventos estressantes Depressão reativa – Não familiar (cerca de 75 % dos pacientes) – Eventos estressantes – Ansiedade e agitação Depressão endógena (depressão maior) – 25 % dos pacientes (+ mulheres) – Padrão familiar – Não relacionados a eventos estressantes Depressão unipolarDepressão unipolar Exuberância Entusiasmo Incidência: 0,5 – 1% Idade: final da adolescência Auto-confiança excessivos acompanhados por ações impulsivas (irritabilidade, impaciência, agressão e algumas vezes delírios de grandiosidade do tipo napoleônico) Exuberância Entusiasmo Incidência: 0,5 – 1% Idade: final da adolescência Auto-confiança excessivos acompanhados por ações impulsivas (irritabilidade, impaciência, agressão e algumas vezes delírios de grandiosidade do tipo napoleônico) ManiaMania sentimento de culpa Sintomas Emocionais da Depressão aflição apatia inadaptação pessimismo baixa auto-estima feiura indecisão perda da motivação Retardo da ação Sintomas Biológicos da Depressão Perca de peso Distúrbio do apetite Distúrbio do sono Retardo do pensamento Perda da libido Evidências da depressãoEvidências da depressão Uso da reserpina: década de 50 – Induzia depressão em pacientes se tratando de hipertensão ou esquizofrenia e em indivíduos normais – Mecanismo da reserpina: Impede armazenamento de NA e 5-HT – Depressão: diminuição de NA e 5-HT Uso da reserpina: década de 50 – Induzia depressão em pacientes se tratando de hipertensão ou esquizofrenia e em indivíduos normais – Mecanismo da reserpina: Impede armazenamento de NA e 5-HT – Depressão: diminuição de NA e 5-HT 03/10/15 3 Teoria das monoaminasTeoria das monoaminas • Descrita em 1965 por Schildkraut • Depressão: Déficit funcional de monoaminas • Mania: Excesso funcional de monoaminas • Monoaminas: NE e 5-HT TransportadorTransportador Tratamento da depressãoTratamento da depressão TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Depressão moderada e severa Depressão moderada e severa Estados depressivos leves Estados depressivos leves Fármacos utilizados no tratamento da depressão Fármacos utilizados no tratamento da depressão Tricíclicos Inibidores da MAO Atípicos (2ª e 3ª geração) Inibidores seletivos da recaptação de 5-HT Inibidores seletivos da recaptação de 5-HT Atípico (2ª geração) INIBIDORES DA MAOINIBIDORES DA MAO ØPrimeiros fármacos usados como antidepressivos; ØDrogas muito utilizadas anteriormente; Ø Foram superadas pelos tricíclicos e por outros antidepressivos com eficácia clínica melhor e menos efeitos colaterais MAO-A: principal alvo dos antidepressivos IMAO (5-HT; NA; tiramina: amina ingerida (interação do queijo) - Funções da MAO: - Regular as concentrações de NE, DA e 5-HT dentro dos neurônios; -Inativação das aminas endógenas e ingeridas MAO (monoamino oxidase)MAO (monoamino oxidase) 03/10/15 4 I Mecanismo de Ação – Inibidores da MAO Inibidores não-seletivos e irreversíveis – Inibem as enzimas MAO A e MAO B responsáveis pela oxidação de NA, 5-HT e outras aminas biogênicas;; – Fenelzina (Nardil®), tranilcipromina (Donaren®) e iproniazida (Marsilid®) Inibidor seletivo e reversível: – Inibe só MAO-A moclobemida (zorix®) – Inibidores da MAO Inibidores não-seletivos e irreversíveis – Inibem as enzimas MAO A e MAO B responsáveis pela oxidação de NA, 5-HT e outras aminas biogênicas;; – Fenelzina (Nardil®), tranilcipromina (Donaren®) e iproniazida (Marsilid®) Inibidor seletivo e reversível: – Inibe só MAO-A moclobemida (zorix®) - Absorção: facilmente absorvidos TGI - Metabolismo: hepático (acetilação) - Eliminação: renal (glicuronidação); - A inibição da MAO persiste mesmo essas drogas não sendo mais detectadas no plasma - Prática (duração do efeito após a suspensão da droga) Tranilcipromina: 7 dias Fenelzina: 2 ou 3 semanas Moclobemida: ± 12 h FARMACOCINÉTICAFARMACOCINÉTICA -↑das concentrações citoplasmáticas de 5-HT, NE e DA – SNC e tecidos periféricos - ↑ extravasamento espontâneo de monoaminas; - Aminas indiretas: tiramina (reação do queijo) Efeitos farmacológicosEfeitos farmacológicos - Hipotensão: dopamina desloca NA das vesículas diminuindo a transmissão noradrenérgica ; - Estimulação central excessiva: tremores, excitação, insônia, convulsão (doses excessivas); -Aumento de peso corporal (aumento do apetite); - Efeitos antimuscarínicos: boca seca, visão turva, retenção urinária; -Hepatotoxicidade (Fenelzina e iproniazida) – rara (1:10 mil): uso imprudente em pacientes com doença hepática Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis IInteração com drogas e alimentos - Várias interações → limitações de uso - Com IMAO-A: menos interações 03/10/15 5 – Interações com alimentos Reação ao queijo –Normal: Tiramina é metabolizada pela MAO na parede intestinal / fígado a ↓ tiramina no sangue –IMAO: Tiramina é absorvidaa↑ tiramina no sangue – Interações com alimentos Reação ao queijo –Normal: Tiramina é metabolizada pela MAO na parede intestinal / fígado a ↓ tiramina no sangue –IMAO: Tiramina é absorvidaa↑ tiramina no sangue o Hipertensão o Cefaléia grave o Hemorragia intracraniana - Interação com Drogas: Aminas simpatomiméticas indiretas – Efedrina e Anfetamina + IMAO: hipertensão severa – Tricíclicos + IMAO: hipertensão severa (inibição da recaptação de NA potencializa a reação doqueijo) Petidina (analg. Opióide) + IMAO: – hiperpirexia e hipotensão – mecanismo desconhecido: metabolização anormal da petidina Grupo de importante uso clínico Estão longe do ideal na prática Por isso são necessárias novas substâncias – ação + rápida e segura – Produzam menos efeitos colaterais Isto levou a introdução de fármacos mais novos como os ISRS e outros antidepressivos. Grupo de importante uso clínico Estão longe do ideal na prática Por isso são necessárias novas substâncias – ação + rápida e segura – Produzam menos efeitos colaterais Isto levou a introdução de fármacos mais novos como os ISRS e outros antidepressivos. TRICÍCLICOSTRICÍCLICOS Imipramina (Tofranil®);; Amitriptilina (Amytril®) Imipramina (Tofranil®);; Amitriptilina (Amytril®) TRICÍCLICOSTRICÍCLICOS � Química Nome: núcleo de três anéis - Inibidores de recaptação de NA (melhora dos sintomas biológicos) e 5-HT (melhora dos sintomas emocionais); pouco efeito sobre DA NA Mecanismo de açãoMecanismo de ação 03/10/15 6 NA Mecanismo de açãoMecanismo de ação - Bloqueio dos receptores α2 adren érgicos pré- sinápticos Aumento da liberação de monoaminas NA Uso crônicoUso crônico -Dessenssibilização de receptores: - β1 e β2-adrenérgicos; - α−adren érgicos não são dessenssibilizados; - 5-HT2 serotoninérgicos; - Absorvidos de modo incompleto; - Metabolismo significativo de 1ª passagem; - Distribuição: -↑ ligação as proteínas plasmáticas; - ↑ lipossolubilidade (grande volume de distribuição); FarmacocinéticaFarmacocinética - Metabolização hepática: - N-desmetilação (metabólitos ativos); - Hidroxilação; - Meia-vida: -10-20h (imipramina e desipramina); - 80h (protriptilina) - Eliminação: - Forma de glicuronídeo na urina; FarmacocinéticaFarmacocinética - Sedação → bloqueio de H1 O desempenho durante o dia é com frequência afetado pela sonolência e dificuldade de concentração - Confusão - Incoordenação motora Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis Em doses clínicas normais: Interferência com o controle autônomo: Anti-muscarínicos: – Boca seca;; visão embaçada;; constipação e retenção urinária;; – Efeitos fortes (amitriptilina);; – Efeitos fracos (desipramina);; Hipotensão postural : efeito anômalo (possivelmente resulta da transmissão adrenérgica no centro vasomotor do bulbo). Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis 03/10/15 7 Em doses excessivas (toxicidade aguda): tentativas de suicídio - SNC: Excitação;; delírios;; convulsões;; coma e depressão respiratória - Efeitos anti-muscarínicos: - Rubor;; ressecamento da boca e pele;; inibiçãodo intestino e bexiga - Sistema cardiovascular: - Arritmias cardíacas: morte por fibrilação ventricular;; Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis I↑ efeitos dos tricíclicos: - Aspirina e fenilbutazona: (competem pelas proteínas plasmáticas);; Interações medicamentosasInterações medicamentosas I↑ efeitos dos tricíclicos: - Antipsicóticos e esteróides (inibem o metabolismo hepático dos tricíclicos);; Interações medicamentosasInterações medicamentosas - Anti-hipertensivos – Associação perigosa – Necessita de monitoramento cuidadoso - Potencialização dos efeitos do álcool - Aumento da sedação - Morte por depressão respiratória após uma rodada de bebida - Anti-hipertensivos – Associação perigosa – Necessita de monitoramento cuidadoso Inibidores seletivos da recaptação de serotonina Inibidores seletivos da recaptação de serotonina paroxetina fluoxetina sertralina citalopram Ø Foram desenvolvidos com o objetivo de ter drogas com menos efeitos colaterais do que os tricíclicos;; ØDiferentes estruturas químicas;; ØMais caras do que as tradicionais;; ØEficácia semelhante a dos tricíclicos tradicionais Estrutura químicaEstrutura química Falta de toxicidade na overdose Menos efeitos sedativos Tolerabilidade Simplicidade de dosagens (dose única diária) Pacientes com alto risco de suicídio Falta de toxicidade na overdose Menos efeitos sedativos Tolerabilidade Simplicidade de dosagens (dose única diária) Pacientes com alto risco de suicídio VantagensVantagens 03/10/15 8 Mecanismo de açãoMecanismo de ação Inibição seletiva da recaptação de 5-HT Inibição seletiva da recaptação de 5-HT Bem absorvidos (concentração máxima 4- 8h);; Meia-vida: – Fluoxetina: 24-96h – Paroxetina: 24h – Citalopram: 23-75h Norfluoxetina (metabólito ativo da fluoxetina): 7 a 9 dias;; Paroxetina e Fluoxetina: inibidores das enzimas hepáticas (interações com outros fármacos) Bem absorvidos (concentração máxima 4- 8h);; Meia-vida: – Fluoxetina: 24-96h – Paroxetina: 24h – Citalopram: 23-75h Norfluoxetina (metabólito ativo da fluoxetina): 7 a 9 dias;; Paroxetina e Fluoxetina: inibidores das enzimas hepáticas (interações com outros fármacos) FarmacocinéticaFarmacocinética - Náusea - Anorexia - Insônia - Perda da libido - Falência do orgasmo;; - A exemplo dos ADT e IMAO podem causar “mudança ” de depressão para mania em pacientes bipolares Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis IMAO + ISRS: Síndrome da serotonina (devido aumento acentuado de 5-HT nas sinapses): - tremor, rigidez muscular, hipertermia - Alterações no estado mental e sinais vitais;; Interações farmacodinâmicasInterações farmacodinâmicas Depressão Ansiedade Ataques de pânico Distúrbio obsessivo compulsivo Depressão Ansiedade Ataques de pânico Distúrbio obsessivo compulsivo Usos clínicosUsos clínicos •Não se enquadram em outras categorias; •Diferentes mecanismos de ação, outros ainda desconhecidos; •Mais novos que os tricíclicos. Atípicos (2ª e 3ª geração)Atípicos (2ª e 3ª geração) 03/10/15 9 - Grupo heterogêneo de compostos - Efeitos antidepressivos - Vantagens: - Menos efeitos colaterais Sedação e efeitos antimuscarínicos Menor toxicidade aguda em superdosagem - Ação com menos demora Eficácia em pacientes que não respondem aos ADT e IMAO • 2ª geração: • bupropiona, maprotilina e trazodona; • 3ª geração: • venlafaxina, mirtazapina e nefazodona Principais fármacosPrincipais fármacos • Mecanismo de ação: •Aumenta os níveis de DA e 5-HT no cérebro (modo mecânico); • Menores efeitos adversos sedativos e sexuais; • Induz menor mudança para a mania; • Lib. prolongada: dose única diária • Efeito indesejável: diminui o limiar de convulsão 2a geração: Bupropiona2a geração: Bupropiona • Mecanismo de ação: • Potente inibidor da recaptação de 5-HT; inibidor fraco do transporte de NE; • Efeitos indesejáveis : Aumento leve a moderado da frequência cardíaca e da PA em doses elevadas; • Menos ações sedativas; • Meia-vida curta (4 a 10 horas); doses fracionadas; forma de liberação prolongada; 3a geração: venlafaxina3a geração: venlafaxina •Mecanismo de ação: •Bloqueia os receptores 5-HT2; •Bloqueia os auto-receptores α2- adrenérgicos • Potente sonífero: BloqueioH1; •Estimulante do apetite; •Meia-vida: 20-40h 3a geração: mirtazapina3a geração: mirtazapina •Usos clínicos: • População idosa (insônia e perda de peso); • Pacientes que não respondem aos ISRS; • Pacientes que não toleram os efeitos adversos sexuais; 3a geração: mirtazapina3a geração: mirtazapina 03/10/15 10 •Tricíclicos mais antigos +ISRS; • ISRS + Bupropiona; • ISRS + mirtazapina Associações comunsAssociações comuns Associações utilizadas quando os pacientes não respondem a monoterapia Nãohá ATD mais efetivo do que outro A escolha depende: História de resposta prévia Segurança na overdose Perfil de efeitos adversos Idade do paciente Conveniência (posologia 1X/dia) Custo Preferência do paciente Não há ATD mais efetivo do que outro A escolha depende: História de resposta prévia Segurança na overdose Perfil de efeitos adversos Idade do paciente Conveniência (posologia 1X/dia) Custo Preferência do paciente Seleção de antidepressivosSeleção de antidepressivos Eletroconvulsoterapia (ECT) Convulsões induzidas como terapia para distúrbios psicológicos nos anos 30. Recebeu má impressão desde que foi introduzida. Entretanto técnicas refinadas recentes ressuscitaram o seu uso, particularmente para depressão grave. Eletroconvulsoterapia (ECT) Convulsões induzidas como terapia para distúrbios psicológicos nos anos 30. Recebeu má impressão desde que foi introduzida. Entretanto técnicas refinadas recentes ressuscitaram o seu uso, particularmente para depressão grave. Outros tratamentosOutros tratamentos ECT: Indicada para casos graves não- responsivos a outras medidas Tratamento mais eficaz para pacientes suicidas ou com risco de suicídio ECT: Indicada para casos graves não- responsivos a outras medidas Tratamento mais eficaz para pacientes suicidas ou com risco de suicídio Inclui episódios de depressão maior e mania Mania – excesso de auto-estima, euforia, expansividade, irritabilidade, envolvimento em atividades de risco Lítio é o fármaco de escolha Inclui episódios de depressão maior e mania Mania – excesso de auto-estima, euforia, expansividade, irritabilidade, envolvimento em atividades de risco Lítio é o fármaco de escolha Doença bipolarDoença bipolar – Lítio (tto de longa duração) – Neurolépticos (estados agudos) – Benzodiazepínicos sedativos – Fármacos antipilépticos carbamazepina, valproato e gabapentina Fármacos alternativos estab. do humor Menos efeitos colaterais e problemas do que o lítio Estão ganhando predileção, graças ao melhor perfil de efeitos colaterais e de segurança. – Lítio (tto de longa duração) – Neurolépticos (estados agudos) – Benzodiazepínicos sedativos – Fármacos antipilépticos carbamazepina, valproato e gabapentina Fármacos alternativos estab. do humor Menos efeitos colaterais e problemas do que o lítio Estão ganhando predileção, graças ao melhor perfil de efeitos colaterais e de segurança. Tratamento da maniaTratamento da mania 03/10/15 11 É o fármaco de 1a escolha no tratamento da mania – Anticonvulsivantes, antipsicóticos, BDZ e outros fármacos não superam a eficácia do lítio, sendo indicados durante o período de latência do lítio ou como escolha alternativa em pacientes que têm contra- indicação formal ao lítio É o fármaco de 1a escolha no tratamento da mania – Anticonvulsivantes, antipsicóticos, BDZ e outros fármacos não superam a eficácia do lítio, sendo indicados durante o período de latência do lítio ou como escolha alternativa em pacientes que têm contra- indicação formal ao lítio Indicações do lítioIndicações do lítio Absorção: completa (6-8h) Distribuição: na água corporal total (não se liga às proteínas plasmáticas);; Metabolismo: nenhum Excreção: urina;; Meia-vida: 20h Absorção: completa (6-8h) Distribuição: na água corporal total (não se liga às proteínas plasmáticas);; Metabolismo: nenhum Excreção: urina;; Meia-vida: 20h FarmacocinéticaFarmacocinética 1. Alteração no transporte de íons: - Pode substituir o Na+ na geração do potencial de ação;; 2. Efeito sobre neurotransmissores: - Diminuição da renovação de NA e DA;; 1. Alteração no transporte de íons: - Pode substituir o Na+ na geração do potencial de ação;; 2. Efeito sobre neurotransmissores: - Diminuição da renovação de NA e DA;; Mecanismos de açãoMecanismos de ação 3. Efeitos sobre segundos mensageiros (+ importante): - Provoca depleção do PIP2, diminuindo assim IP3 e DAG;; (diminuição dos circuitos hiperativos) - Inibe a adenilato ciclase sensível a NA;; - desacopla os receptores de suas proteínas G (vasopressina e TSH) 3. Efeitos sobre segundos mensageiros (+ importante): - Provoca depleção do PIP2, diminuindo assim IP3 e DAG;; (diminuição dos circuitos hiperativos) - Inibe a adenilato ciclase sensível a NA;; - desacopla os receptores de suas proteínas G (vasopressina e TSH) Mecanismos de açãoMecanismos de ação Neurológicos e psiquiátricos: – Tremor, náusea, vômito, hiperatividade motora, ataxia e disartria;; – Confusão mental e retraimento, movimentos motores bizarros (doses excessivas);; Efeitos sobre a tireóide: – Aumento da tireóide;; – Hipotireoidismo (reversível) Neurológicos e psiquiátricos: – Tremor, náusea, vômito, hiperatividade motora, ataxia e disartria;; – Confusão mental e retraimento, movimentos motores bizarros (doses excessivas);; Efeitos sobre a tireóide: – Aumento da tireóide;; – Hipotireoidismo (reversível) Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis Efeitos adversos renais: – Polidipsia e poliúria;; – Perda da capacidade de conservação de água pelo túbulo coletor sob a influência do hormônio antidurético;; – Nefrite intersticial crônica;; – Glomerulopatia por lesão mínima Outros efeitos: – Edema;; – Síndrome da doença sinoatrial;; – Foliculite Efeitos adversos renais: – Polidipsia e poliúria;; – Perda da capacidade de conservação de água pelo túbulo coletor sob a influência do hormônio antidurético;; – Nefrite intersticial crônica;; – Glomerulopatia por lesão mínima Outros efeitos: – Edema;; – Síndrome da doença sinoatrial;; – Foliculite Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis 03/10/15 12 Confusão Prejuízo motor Coma Convulsões Morte (Conc. Plasmat= 3-5 mmol/L) Confusão Prejuízo motor Coma Convulsões Morte (Conc. Plasmat= 3-5 mmol/L) Toxicidade agudaToxicidade aguda Antidepressivos típicos – tratamento atual Tricíclicos, ISRS, iMAO § Intervalo de tempo longo para início da resposta terapêutica;; § Baixos índices de resposta § Intervalo de tempo longo para início da resposta terapêutica;; § Baixos índices de resposta Significantes limitações Trivedi et al., 2006Hipótese monoaminérgicaHipótese monoaminérgica Inibição de recaptação ou de metabolização Inibição de recaptação ou de metabolização § Regulação de múltiplos processos fisiológicos: neuroplasticidade, neuroproteção e neurogênese § Regulação de múltiplos processos fisiológicos: neuroplasticidade, neuroproteção e neurogênese indica Demora nas ações terapêuticas Krishnan & Nestler, 2008Krishnan & Nestler, 2008 Estudos recentesEstudos recentes - A plasticidade neuronal anormal pode estar relacionada com alterações nos níveis de fatores neurotróficos, como BDNF, que é reprimido pelo estresse. - A plasticidade neuronal anormal pode estar relacionada com alterações nos níveis de fatores neurotróficos, comoBDNF, que é reprimido pelo estresse. - Diminuição da plasticidade sináptica (neurogênese, ramificação axonal, dendritogênese e sinaptogênese) é importante na fisiopatologia da depressão. - Diminuição da plasticidade sináptica (neurogênese, ramificação axonal, dendritogênese e sinaptogênese) é importante na fisiopatologia da depressão. Duman, 2002;; Pittenger & Duman, 2008 Duman, 2002;; Pittenger & Duman, 2008 Fatores ambientais estressantes ativam o eixo HHA e faz com que o cérebro fique exposto a corticosteróides afetando funções neurocomportamentais com forte regulação de diminuição da neurogênese;; Fatores ambientais estressantes ativam o eixo HHA e faz com que o cérebro fique exposto a corticosteróides afetando funções neurocomportamentais com forte regulação de diminuição da neurogênese;; O tratamento com antidepressivos aumenta os níveis de BDNF, estimula a neurogênese e reverte os efeitos inibitórios do estresse, mas só ocorre de 3 a 4 semanas após o início do tratamento;; O tratamento com antidepressivos aumenta os níveis de BDNF, estimula a neurogênese e reverte os efeitos inibitórios do estresse, mas só ocorre de 3 a 4 semanas após o início do tratamento;; Estresse e DepressãoEstresse e Depressão Ø Até 85% dos pacientes experienciam eventos estressantes antes do início dos sintomas depressivos (Parker et al., 2003);; Ø Até 85% dos pacientes experienciam eventos estressantes antes do início dos sintomas depressivos (Parker et al., 2003);; Ø Estresse agudo: ativação HHA-adrenal (liberação do cortisol) → retroalimentação negativa dep. integridade do hipocampo (de Kloet et al., 1998) Ø Estresse agudo: ativação HHA-adrenal (liberação do cortisol) → retroalimentação negativa dep. integridade do hipocampo (de Kloet et al., 1998)Ø Estresse crônico: downregulation receptores glicocorticóides no hipocampo (diminuição da retroalimentação negativa): aumento cortisol (Nestler et al., 2002) Ø Estresse crônico: downregulation receptores glicocorticóides no hipocampo (diminuição da retroalimentação negativa): aumento cortisol (Nestler et al., 2002) - Envolvimento do eixo HHA- Envolvimento do eixo HHA Outras evidênciasOutras evidências üMetade dos pacientes deprimidos apresentam hipercortisolemia que pode ser r üMetade dos pacientes deprimidos apresentam hipercortisolemia que pode ser revertida pelo tratamento com antidepressivos Holsboer, 2001 Sonino & Fava, 2002 üPacientes com síndrome de Cushing (altos índices de depressão) üPacientes com síndrome de Cushing (altos índices de depressão) üAumento dos níveis de CRF no fluido cerebroespinhal, aumento do cortisol livre na urina e diminuição da supressão do cortisol plasmático após administração de dexametasona em pacientes deprimidos üAumento dos níveis de CRF no fluido cerebroespinhal, aumento do cortisol livre na urina e diminuição da supressão do cortisol plasmático após administração de dexametasona em pacientes deprimidos Nestler et al., 2002 Estresse e DepressãoEstresse e Depressão Ø Análises de neuroimagem e post- mortem de pacientes com depressão revelam mudanças estruturais na região límbica e frontal, incluindo hipocampo, amígdala e córtex-pré- frontal (Drevets, 2000, 2001;; Jaracz, 2008));; Ø Análises de neuroimagem e post- mortem de pacientes com depressão revelam mudanças estruturais na região límbica e frontal, incluindo hipocampo, amígdala e córtex-pré- frontal (Drevets, 2000, 2001;; Jaracz, 2008));; Ø Pequenos volumes hipocampais foram mais encontrados em pacientes que apresentaram diversos episódios quando comparados com um único episódio (Lorenzetti et al., 2009) Ø Pequenos volumes hipocampais foram mais encontrados em pacientes que apresentaram diversos episódios quando comparados com um único episódio (Lorenzetti et al., 2009) Ø Também foram encontrados reduções no volume do córtex pré- frontal, especificamente no dorsolateral, orbitofrontal e subgenual (Konarski et al., 2008) Ø Também foram encontrados reduções no volume do córtex pré- frontal, especificamente no dorsolateral, orbitofrontal e subgenual (Konarski et al., 2008) - Anormalidades funcionais e estruturais no cérebro- Anormalidades funcionais e estruturais no cérebro Cortex prefrontal orbitofrontal 03/10/15 13 Obrigada!Obrigada!
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