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AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
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dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
2 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
 
 
2.1 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PARA O CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
 
Contribuinte é a empresa ou a pessoa física ou jurídica a ela equiparada 
que, apesar de recolher as contribuições sociais, não goza das prestações e 
serviços mantidos pelo sistema. Contribuição para custeio da seguridade social é 
gênero do qual as contribuições previdenciárias são espécie. As contribuições 
previdenciárias destinam-se ao custeio da previdência social e são as previstas no 
art. 195, I e II, da CF. 
O inciso XI do art. 167 da CF proíbe a utilização do produto da arrecadação 
dessas contribuições no pagamento de despesas outras que não as relativas à 
cobertura do RGPS previstas no art. 201. Sua disciplina infraconstitucional está na 
Lei 8.212/91, denominada Plano de Custeio da Seguridade Social (PCSS). As 
contribuições sociais previstas no art. 195 da CF suscitam divergências sobre sua 
natureza jurídica. Predomina na doutrina e na jurisprudência o entendimento de 
que são tributos, mais precisamente contribuições parafiscais. 
A Lei 8.212/91 tratou diferentemente a relação jurídica de custeio, 
estabelecendo sujeito ativo, base de cálculo e alíquota que se distinguiam 
conforme se tratasse de contribuição destinada ao custeio da seguridade social 
(gênero) ou de contribuição previdenciária (espécie). Essas contribuições sociais, 
em razão de sua natureza parafiscal, nem sempre tinham como sujeito ativo da 
relação o mesmo ente federativo que tinha o poder de tributar, mas, sim, um 
terceiro ao qual a lei conferiu a arrecadação e aplicação dos respectivos recursos. 
 
 
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Era o que acontecia com as contribuições previdenciárias instituídas pela União, 
mas arrecadadas e cobradas pelo INSS. 
O sujeito ativo das contribuições previdenciárias como visto no parágrafo 
anterior, era o INSS, que tinha competência para arrecadar, fiscalizar, lançar e 
normatizar o recolhimento das contribuições das empresas, incidentes sobre a 
remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço, as dos empregadores 
domésticos e a dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário de contribuição 
segundo o art. 33 do PCSS. Mas, com a edição da Lei 11.457/2007, o sujeito ativo 
de todas essas contribuições sociais passou a ser da União. 
Essa lei unificou a secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Receita 
Previdenciária, transformando-as em Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão 
da administração direta subordinado ao Ministro de Estado da Fazenda. Assim, cabe 
à Secretaria da Receita Federal, a partir de 2007, planejar, executar, acompanhar e 
avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e ao 
recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo 
único do art. 11 da Lei 8.212/91 e das contribuições instituídas a título de 
substituição. 
De acordo com a redação dada pela Lei 11.941, de 2009, em seu art. 33, 
compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil, 
 
planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à 
tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das 
contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das 
contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras 
entidades e fundos.( LEI11.941, 2009). 
 
O sujeito passivo dessas contribuições é o devedor, isto é, o que tem a 
obrigação de pagar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2 TIPOS DE CONTRIBUIÇÕES 
 
 
Estão obrigados ao pagamento das contribuições sociais previdenciárias os 
segurados do RGPS, a empresa, a entidade equiparada à empresa na forma da lei e 
o empregador doméstico. 
 
 
2.2.1 Contribuição do segurado e salário de contribuição 
 
 
Os segurados são sujeitos passivos da relação jurídica de custeio, do qual 
participam em razão do disposto no art. 195, inciso II, da CF. Assim, as 
contribuições sociais previdenciárias a cargo dos segurados são instituídas com 
amparo no art. 195, II, da CF. Estando obrigados ao pagamento das contribuições 
previstas nos artigos 20 e 21 do PCSS, conforme se enquadrem como segurados 
empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos e segurados 
contribuinte individual e facultativo. 
A lei dá definições diferentes ao salário de contribuição, ou seja, conforme 
o tipo de segurado. Por exemplo, para o segurado contribuinte, individual e 
facultativo, não pode ser inferior ao valor de um salário mínimo. Para os segurados 
(empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso), não pode ser inferior ao 
piso salarial legal ou normativo da categoria, inexistindo esse, não pode ser inferior 
a um salário mínimo mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de 
efetivo trabalho durante o mês, é o que determinam o art. 28, § 3°, do PCSS e o 
art. 214, § 3°, II, do RPS. 
Já em se tratando de menor aprendiz, o limite mínimo do salário de 
contribuição corresponde à sua remuneração mínima prevista em lei. Desta forma, o 
salário de contribuição, qualquer que seja o tipo de segurado, não poderá ser 
 
 
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superior ao teto máximo fixado mediante portaria do Ministério da Previdência 
Social, expedida sempre que for alterado o valor do benefício. 
Esse limite é reajustado na mesma época e com os mesmos índices que os 
do reajustamento dos benefícios previdenciários, conforme o art. 20, § 1º, onde: 
 
A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador 
avulso, é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre 
o seu salário de contribuição mensal, de forma não cumulativa, observado o 
disposto no art. 28, de acordo com a seguinte tabela: 
§ 1º os valores do salário de contribuição serão reajustados, a partir da data 
de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices 
que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da 
Previdência Social. (LEI Nº 8.212, 1991). 
 
E também o art. 21, § 1º, do PCSS onde: 
 
A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo 
será de vinte por cento sobre o respectivo salário de contribuição. 
§ 1º Os valores do salário de contribuição serão reajustados, a partir da data 
de entrada em vigor desta Lei , na mesma época e com os mesmos índices 
que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da 
Previdência Social. ( LEI Nº 8.212, 1991). 
 
O adicional à remuneração das férias, garantido pelo art. 7°, XVII, da CF, é 
salário de contribuição, razão pela qual sobre ele incide a contribuição do segurado 
(art. 214, § 4º da RPS). Com relação ao décimo terceiro salário, deve-se frisar que é 
salário contribuição, ou seja, sobre ele incide contribuição do segurado,
recolhida 
somente por ocasião do pagamento ou crédito da última parcela, ou quando 
rescindido o contrato de trabalho. 
O salário-maternidade é considerado salário contribuição segundo o art. 28, 
§ 2º, do PCSS. Há regras que não integram o salário de contribuição, ou seja, sobre 
as quais não incide contribuição previdenciária, relacionados no art. 28, § 9º, do 
PCSS. Esse rol está mais detalhado no art. 201, § 9º do RPS. A base de cálculo da 
contribuição do segurado é, em regra, o seu salário de contribuição. O salário de 
contribuição tem limites máximo e mínimo. 
Quando o fato gerador da contribuição previdenciária é o valor pago devido 
ou creditado aos segurados, pela contraprestação do trabalho efetuado, há a 
contribuição de dois contribuintes: a empresa e o segurado. Em relação à empresa, 
 
 
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a base de cálculo da contribuição é a remuneração ou retribuição pelo trabalho. Em 
relação ao segurado, a base de cálculo da contribuição é o salário de contribuição. 
Base de cálculo da contribuição previdenciária é o valor sobre o qual incide 
uma alíquota definida em lei para determinar o montante da contribuição devida. 
Remuneração e salário de contribuição, embora parecidos, não têm o 
mesmo significado. O salário de contribuição está sujeito a limites mínimo e máximo. 
Já a remuneração não se sujeita a estes mesmos limites. 
 
 
2.2.2 Contribuição do empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso 
 
 
A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador 
avulso são calculadas mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu 
salário de contribuição mensal, de forma não cumulativa, segundo o art. 20, da lei 
8.212/91. As alíquotas de contribuição destes segurados são progressivas, ou seja, 
quanto maior o salário de contribuição, maior será a alíquota, pois a progressividade 
das alíquotas está alinhada com o princípio constitucional de equidade na forma de 
participação no custeio, é o que determina o art. 194, § único, V, da CF. 
Em valores atualizados, a partir de 1º de janeiro de 2013, a tabela de 
contribuição destes segurados é a seguinte: 
 
 
TABELA 1 - TABELA DE CONTRIBUIÇÃO dos SEGURADOS 
INSS 
Salário de contribuição (R$) Alíquota (%) 
Até R$ 1.247,70 8% 
Entre R$ 1. 247,71 e R$ 2.079,50 9% 
Entre R$ 2.079,51 e R$ 4.159,00 11% 
Acima de R$ 4.159,00 valor fixo de R$ 457,49 
FONTE: Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=313> Acesso em: 04 jun. 
2013 
 
 
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Os valores dos salários de contribuição, constantes da tabela mostrada, 
serão reajustados na mesma época e com os mesmos índices que o reajustamento 
dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social, conforme o art. 20, § 
1°, da Lei 8.212/91. As novas alíquotas, relativas aos salários pagos em janeiro, 
deverão ser recolhidas apenas em fevereiro. Os recolhimentos de janeiro, referentes 
aos salários de dezembro, segue a tabela anterior. 
A contribuição do segurado só incide até o teto do salário contribuição, que 
atualmente é de R$ 4.159,00. Sobre o valor da remuneração que ultrapassar R$ 
4.159,00, o segurado não paga nada. Todavia, a contribuição da empresa – que 
será analisada mais adiante – incide sobre a remuneração integral. Por exemplo: o 
empregado cuja remuneração mensal é de R$ 5 mil terá descontado de sua 
remuneração, a contribuição previdenciária de R$ 457,49, que é o que equivale a 
11% de R$ 4.159,00. Mas a contribuição da empresa incidirá sobre R$ 5 mil. 
 
 
2.2.3 Contribuição do empregador e do empregado doméstico 
 
 
O inciso II do art. 15 do PCSS define o empregador doméstico como: “A 
pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado 
doméstico.” Empregado doméstico é aquele que presta serviço de natureza contínua 
à pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos. 
Note-se que o empregador doméstico não se enquadra como empresa para fins 
previdenciários. Isto porque a atividade do empregado doméstico está limitada ao 
âmbito residencial de seu empregador, sem finalidade lucrativa. 
O empregador doméstico contribui de maneira diferenciada para a 
Previdência Social. Ele paga mensalmente 12% sobre o salário de contribuição de 
seu(s) empregado(s) doméstico(s), enquanto os demais patrões recolhem sobre a 
folha salarial. Cabe ao empregador recolher mensalmente à Previdência Social a 
sua parte e a do trabalhador, descontada do salário mensal. 
 
 
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O desconto do empregado deverá seguir a tabela do salário de contribuição. 
O recolhimento das contribuições do empregador e do empregado domésticos 
deverá ser feito em guia própria (Guia da Previdência Social – GPS), observados os 
códigos de pagamento. Assim, o fato gerador é pagar remuneração a empregado 
doméstico a seu serviço, conforme o art. 24 do PCSS. O sujeito ativo é a União e o 
sujeito passivo é o empregador doméstico. 
A alíquota de 12% e com vencimento até o dia 15 do mês seguinte ao da 
competência, conforme os artigos 30, II, do PCSS, e 216, VIII, do RPS. Se o 
empregador decidir recolher FGTS para seu empregado doméstico, deverá 
preencher Cadastro Específico do INSS (CEI) e a Guia de Recolhimento do FGTS e 
Informações à Previdência Social (GFIP). 
Depois de assinar a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do 
empregado doméstico, o patrão deverá fazer inscrição do trabalhador na 
Previdência Social pela Internet ou em uma agência. Para fazer a inscrição é preciso 
apresentar a carteira de trabalho do empregado com o registro, documentos 
pessoais do trabalhador e do empregador. O empregador doméstico também 
arrecada a contribuição do empregado doméstico e a recolhe. Quando a empregada 
doméstica estiver em licença maternidade, o empregador deverá pagar à 
Previdência Social somente a quota patronal. 
Assim, no período de gozo da licença maternidade da empregada 
doméstica, o empregador doméstico deverá fazer apenas o recolhimento da 
contribuição de que é sujeito passivo, pois nesse período a segurada empregada 
doméstica recebe cobertura previdenciária de salário maternidade e não está 
obrigada a contribuir para o custeio da seguridade social. 
A legislação atribui exclusivamente ao empregador doméstico, e não ao 
empregado, a responsabilidade quanto ao recolhimento das contribuições 
previdenciárias. Em relação à contribuição do segurado empregado doméstico, 
vimos que a obrigação do recolhimento é do empregador doméstico, que desconta o 
respectivo valor por ocasião do pagamento da remuneração ao empregado 
doméstico a seu serviço. Ambas as contribuições, do empregador doméstico e do 
segurado empregado doméstico, devem ser recolhidas pelo empregador, conforme 
o art. 30, V, do PCSS. 
 
 
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2.2.4 Contribuição da empresa 
 
 
As contribuições sociais previdenciárias a cargo das empresas são 
instituídas com o amparo do art. 195, I, “a”, da CF. De acordo com este dispositivo 
constitucional, as contribuições previdenciárias do empregador, da empresa e da 
entidade a ela equiparada na forma da lei devem incidir a folha de salários e demais 
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que 
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. 
Segundo o art. 15 da lei 8.212/91, considera-se empresa “a firma individual 
ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins 
lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, 
indireta e fundacional”. De acordo com o caput do art. 22 da Lei 8.212/91,
a 
contribuição a cargo da empresa é destinada à Seguridade Social, além do 
dispositivo no art. 23, é de: 
 
I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou 
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e 
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos 
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de 
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo 
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da 
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou 
sentença normativa. (LEI 8.212, 1991). 
 
Assim, o fato gerador é: dever, pagar ou creditar remuneração, a qualquer 
título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos 
conforme o art. 22, I, do PCSS. Sujeito ativo é a União. O sujeito passivo é o 
empregador, a empresa ou entidade equiparada que deve pagar ou creditar a 
remuneração a qualquer título aos segurados empregados e aos trabalhadores 
avulsos que lhe preste serviço. 
Em relação à base de cálculo, o total das remunerações pagas, devidas ou 
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e 
trabalhadores avulsos, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua 
 
 
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forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente 
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador do serviço, nos 
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho 
ou sentença normativa. 
Quanto ao vencimento: o pagamento deve ser feito até o dia 10 do mês 
seguinte ao da competência, segundo os artigos 30, I, “b”, do PCSS, e 216, I, “b”, do 
RPS, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver 
expediente nesse dia. O importante é o período em que o trabalho tenha sido 
executado, e não a data em que a remuneração foi paga, o que pode ter ocorrido 
com atraso por parte da empresa, pois esse é o entendimento do Superior Tribunal 
de Justiça (STJ): 
 
As contribuições previdenciárias sob responsabilidade das empresas devem 
ser recolhidas no mês posterior ao trabalhado e não no mês seguinte ao 
efetivo pagamento do salário. (AgRg no Ag 54587/SC, Rel. Min. João Otávio 
Noronha, DJ, 22-3-2004, p. 287). 
 
Assim, a base de cálculo desta contribuição é o total das remunerações 
pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos 
no decorrer do mês. A remuneração paga é aquela que foi efetivamente entregue ao 
segurado. Remuneração creditada é aquela que foi depositada na conta bancária do 
segurado. Remuneração devida é aquela que o segurado tem direito a receber, 
porque prestou serviço, mas não recebeu. 
De acordo com o disposto no art. 195, § 9°, da CF, as contribuições para 
seguridade social a cargo das empresas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo 
diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão 
de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. Por 
isso, algumas empresas, em razão da atividade econômica que desenvolvem, não 
contribuem na forma do inciso I do art. 22 da Lei 8.212/91. 
Neste contexto, a associação desportiva que mantém equipe de futebol 
profissional (como veremos mais tarde) e também a agroindústria, o produtor rural 
pessoa jurídica e o produto rural pessoa física não contribuem sobre a remuneração 
dos empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam serviços. Em 
 
 
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substituição a esta, estes contribuintes pagarão outra contribuição, incidente sobre 
outra base de cálculo. 
 
 
2.2.5 Contribuição da associação desportiva que mantém equipe de futebol 
profissional 
 
 
A associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional não 
participa do custeio da seguridade mediante pagamento da contribuição patronal 
prevista no art. 22, incisos I e II, do PCSS. Em seu lugar, foi instituída a contribuição 
de que trata o art. 22, § 6°. Assim, o fato gerador é auferir receita em razão da 
realização de espetáculos desportivos e de qualquer forma de patrocínio, 
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de 
transmissão de espetáculos desportivos. 
O sujeito ativo é a União. O sujeito passivo é a associação que mantém 
equipe de futebol profissional e que organize na forma da Lei Pelé (9.615/98). Será 
também sujeito passivo a associação que mantiver outras modalidades de esporte, 
além de manter equipe de futebol profissional. As demais associações desportivas, 
ou seja, as que não mantêm equipe de futebol profissional contribuem na forma dos 
incisos I e II dos artigos 22 e 23 do PCSS. 
Entretanto, a contribuição é retida na fonte e recolhida pela entidade 
promotora do espetáculo, pela empresa ou entidade que repassar recursos a título 
de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda 
e transmissão de espetáculos conforme o art. 22, §§ 7° e 9°, do PCSS, e artigos 20 
e 205, §§ 1° e 3°, do RPS. Para que a entidade promotora do espetáculo efetue 
desconto da contribuição na fonte, o sujeito passivo da obrigação tributária deve 
informar-lhe todas as receitas auferidas no evento, discriminando-as 
detalhadamente, conforme o art. 22, § 8°, do PCSS, e art. 205, § 2°, do RPS. 
 
 
 
 
 
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2.2.6 Contribuição do contribuinte individual 
 
 
Até março de 2003, todo contribuinte individual era obrigado a recolher sua 
contribuição, por iniciativa própria, até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. 
Com o advento da Lei 10.666\03, o contribuinte individual sofreu significativa 
alteração em sua forma de contribuir. Antes, ele era sempre responsável pelo 
recolhimento de sua contribuição e, agora, tem, em regra, a contribuição descontada 
de sua remuneração, quando prestar serviço a uma pessoa jurídica. 
A alíquota de contribuição do segurado individual será de 20% sobre o 
respectivo salário de contribuição, conforme a Lei 8.212\91, art. 21 caput. Na 
hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a uma ou mais empresas, 
poderá deduzir da sua contribuição mensal 45% da contribuição da empresa, 
efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que esta lhe 
tenha pagado ou creditado, limitada a dedução a 9% do respectivo salário de 
contribuição segundo o art. 30, § 4°, da Lei 8.212/1991. 
Assim, nas hipóteses em que for possível aplicar a dedução prevista no 
artigo citado no parágrafo anterior, a contribuição do contribuinte individual será, na 
prática, 11% (20% - 9% = 11%). A forma de arrecadação da contribuição do 
contribuinte individual varia de acordo com a forma de prestação do serviço, como 
veremos a seguir: 
 
 O contribuinte individual, quando exercer atividade econômica por conta 
própria ou prestar serviço a pessoa física ou quando tratar-se de brasileiro 
civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o 
Brasil seja membro efetivo 
 
Nesses casos, o contribuinte individual está obrigado a recolher sua 
contribuição por iniciativa própria, até o dia 15 do mês seguinte àquele a que a 
contribuição se referir, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente 
quando não houver expediente bancário no dia 15, segundo o art. 216, II, da RPS. 
 
 
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 O contribuinte individual que presta serviço à empresa 
 
De
acordo com o disposto no art. 4° da Lei 10.666/03, fica a empresa 
obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu 
serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado 
juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia 20 do mês seguinte ao da 
competência, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente 
bancário naquele dia. 
Contribuinte individual a serviço da empresa é, por exemplo, um trabalhador 
eventual, um trabalhador autônomo, o próprio sócio que seja remunerado pela 
empresa, etc. 
 
 O contribuinte individual que presta serviço por intermédio de cooperativa 
de trabalho 
 
A cooperativa de trabalho é obrigada a descontar 11% do valor da quota 
distribuída ao cooperador por serviços por ele prestados, por seu intermédio, à 
empresa e 20% em relação aos serviços prestados à pessoa física e recolher o 
produto dessa arrecadação até o dia 20 do mês seguinte ao da competência a que se 
referir, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior quando 
não houver expediente bancário no dia 20, conforme o art. 216, § 31, da RPS. 
 
 Cooperado quando prestar serviços à cooperativa de produção 
 
Nesse caso, a cooperativa de produção descontará 11% da remuneração 
paga ou creditada aos cooperados envolvidos na produção dos bens ou serviços, 
sempre observando o limite máximo do salário de contribuição. A cooperativa de 
produção recolherá o valor descontado, juntamente com a contribuição a seu cargo, 
até o dia 20 do mês seguinte ao da competência. 
 
 
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 O contribuinte individual presta serviço a outro contribuinte individual 
equiparado à empresa ou a produtor rural pessoa física ou à missão 
diplomática e repartição consular de carreira estrangeiras 
 
Estes são excluídos da obrigação de arrecadar (descontar) a contribuição do 
contribuinte individual que lhe preste serviço, conforme o art. 4°, § 3°, da lei 
10666/03. Sendo assim, o contribuinte individual que presta serviço a uma das 
pessoas mencionadas acima está obrigado a recolher sua contribuição por iniciativa 
própria, até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. 
 
 Contribuinte individual que trabalhe por conta própria sem relação de 
trabalho com empresa ou equiparado e que optar pela exclusão do direito ao 
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição 
 
É de 11% sobre o valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição a 
alíquota de contribuição do segurado contribuinte individual que trabalhe por conta 
própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado e que optar pela 
exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, 
conforme o art. 21, § 2°, da Lei 8.212/91. O limite mínimo mensal do salário de 
contribuição do contribuinte individual corresponde a um salário mínimo. 
Contribuindo dessa forma o contribuinte individual terá direito aos benefícios de 
aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e salário-
maternidade, mas não terá direito à aposentadoria por tempo de serviço. 
O contribuinte individual que tenha contribuído com 11% sobre o salário 
mínimo, e no futuro pretenda contar o correspondente tempo para fins de obtenção 
da aposentadoria por tempo de contribuição ou de contagem recíproca do tempo de 
contribuição a ser averbado em regime próprio de previdência social, deverá 
complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais 9%, 
acrescidos de juros Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), conforme o 
art. 21, § 3°, da Lei 8.212/91. 
Importante frisar que a contribuição complementar de 9% será exigida a 
qualquer tempo, mesmo que relativa a período alcançado pela decadência, sob 
 
 
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 46 
pena de indeferimento da aposentadoria por tempo de serviço de contribuição, de 
acordo com a Lei 8212/90, art. 21, § 4°. 
 
 Contribuinte individual enquadrado como Microempreendedor (MEI) 
individual 
 
A Lei Complementar 128/2008 cria a figura do Microempreendedor Individual 
(MEI), com vigência a partir de 1º de julho de 2009. A contribuição do contribuinte 
individual que se enquadre como MEI será de 11% sobre um salário mínimo. 
Contribuindo dessa forma, o MEI não terá direito à aposentadoria por tempo de 
contribuição, pois esta não conta como tempo de contribuição. Mas, se o MEI que 
contribuiu dessa forma quiser contar tempo de contribuição, para fins de 
aposentadoria, basta complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento 
de 9%, acrescidos de juros SELIC. 
Segundo a LC 128/2008, considera-se MEI quem exerce profissionalmente – 
o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 (adiante reproduzido) – Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no 
ano calendário anterior, de até R$ 60 mil, optante pelo Simples Nacional: 
 
Art. 966 - Considera-se empresário atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único - Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. (LEI 10406, 2002). 
 
No caso de início de atividades, o limite de receita bruta para que o 
empresário individual enquadre-se como MEI será de R$ 5 mil multiplicados pelo 
número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo 
ano calendário, sendo consideradas as frações de meses como um mês inteiro. 
 
 
 
 
 
 
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 47 
 
 
2.2.7 Contribuição do segurado especial e facultativo 
 
 
A contribuição para segurados contribuinte individual e facultativo para 
pagamento de remuneração a partir de 1º de janeiro de 2013, é a seguinte: 
 
 
TABELA 2 - CONTRIBUIÇÃO PARA SEGURADOS CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E 
FACULTATIVO PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO 
Salário de contribuição Alíquota para fins de recolhimento ao INSS 
R$ 678,00 (valor mínimo) 5%* 
R$ 678,00 (valor mínimo) 11%* 
De 678,00 (valor mínimo) até 4.159,00 
(valor máximo) 
20% 
* Alíquota exclusiva do microempreendedor individual e do segurada (o) facultativo que se dedique 
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência. 
FONTE: Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=313> Acesso em: 04 jun. 
2013 
 
A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo 
é de 20% sobre o salário de contribuição, respeitados os limites mínimo e máximo 
deste. Aos optantes pelo Plano Simplificado de Previdência Social, a alíquota é de 
11%. O segurado especial que recolha sobre a receita bruta da comercialização da 
produção rural tem direito aos benefícios: 
 salário-maternidade; 
 aposentadoria por idade ou por invalidez; 
 auxílio-doença; 
 auxílio-reclusão; 
 pensão por morte (valor de um salário mínimo) conforme o art. 39, § 2o, I, 
do RPS; 
 
 
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 48 
 auxílio-acidente (podendo ter valor inferior ao salário mínimo). 
Mas, se recolher, facultativamente, como contribuinte individual terá direito 
aos benefícios do RGPS estendidos ao contribuinte individual, sem necessariamente 
ter que observar o limite de um salário mínimo, dependendo do seu salário de 
contribuição. Segundo o art. 200, § 2o, do RPS, o segurado especial pode optar por 
recolher como contribuinte individual, além da contribuição sobre a receita bruta da 
comercialização da produção rural. 
O fato gerador da contribuição do segurado facultativo é
inscrever-se como 
segurado do RGPS (art. 21 do PCSS). O sujeito ativo é a União. O segurado 
facultativo, que deve fazer o recolhimento por iniciativa própria, é o sujeito passivo. 
O vencimento é todo dia 15 do mês seguinte ao da competência, podendo optar por 
recolhimento trimestral caso o salário de contribuição seja igual ao salário-mínimo, 
sendo o vencimento também dia 15 do mês seguinte, mas ao de cada trimestre, 
conforme o art. 216, § 15, do RPS. 
 
 
2.2.8 Contribuição sobre a Receita de Concursos de Prognósticos 
 
 
O art. 195, III, da CF estabelece uma contribuição social incidente sobre a 
receita de concursos de prognósticos. O art. 26 da Lei 8.212/91 também trata dos 
concursos: “Constitui receita da Seguridade Social a renda líquida dos concursos de 
prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito 
Educativo (redação dada pela Lei n° 8.436, de 25.6.92).” 
De acordo com o § 1º do art. 26 da Lei 8.212/91, são considerados concursos 
de prognósticos: “Todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, 
apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, 
do Distrito Federal e municipal.” O art. 26, § 2º, determina que a receita da Seguridade 
Social seja a renda líquida de tais concursos, assim considerada o total da 
arrecadação, deduzidos os valores destinados a pagamento de prêmios, impostos e 
despesas de administração, conforme for determinado na legislação específica. 
 
 
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3 OUTRAS RECEITAS DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
 
De acordo com o disposto no art. 27, da Lei 8.212/91, constituem outras 
receitas da seguridade social: 
 as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; 
 a remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, 
fiscalização e cobrança prestados a terceiros; 
 as receitas provenientes de prestação de outros serviços e fornecimento 
ou arrendamento de bens; 
 as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; 
 as doações, legados e outras receitas eventuais; 
 50% da receita obtida na forma do § único do art. 243 da CF, repassado 
para o INSS aos órgãos responsáveis pelas ações de proteção à saúde e a 
ser aplicada no tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes e 
drogas afins; 
 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da 
Receita Federal; 
 50% do valor do prêmio recolhido pelas companhias seguradoras que 
mantém o Seguro Obrigatório que Cobre Danos Pessoais Causados por 
Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). Esse valor deve ser 
destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o custeio da assistência 
médico hospitalar aos segurados vitimados em acidentes de transito. 
 e outras receitas previstas em legislação específica. 
 
 
 
 
 
 
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3.1 PARCELAS INTEGRANTES E NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO DE 
CONTRIBUIÇÃO 
 
 
Integram o salário de contribuição todas as parcelas de natureza 
remuneratória, ou seja, aquelas pagas em retribuição aos serviços prestados pelo 
trabalhador. As parcelas relativas à indenização e ao ressarcimento, em geral, não 
estão incluídas nos conceitos de salário de contribuição e de remuneração. Como 
veremos a seguir: 
 Indenização é a reparação de danos causados a uma pessoa. 
 Ressarcimento é o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador em 
decorrência da execução de alguma atividade de interesse da empresa. 
 Remuneração é a retribuição pelos serviços prestados. 
Os valores pagos pelo trabalho integram o salário de contribuição. Mas os 
valores pagos para o trabalho não. De acordo como o disposto no art. 22, § 2°, da 
Lei 8.212/91, “não integram a remuneração as parcelas de que trata o § 9º do art. 
28”. Assim, podemos afirmar que todas as parcelas que integram a base de cálculo 
da contribuição do segurado também integram a base de cálculo da contribuição 
da empresa. 
A diferença é que, em relação aos segurados, a base de cálculo respeita os 
limites mínimos e máximos do salário de contribuição. A base de cálculo da 
contribuição da empresa não respeita esses limites. Incide sobre o total da 
remuneração paga, devida ou creditada ao segurado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.1.1 Parcelas integrantes 
 
 
Dizer que um determinado valor que o segurado receba da empresa integra 
o salário de contribuição significa dizer que sobre este valor vai incidir contribuição 
previdenciária, ou seja, esse valor vai compor a base de cálculo da contribuição 
previdenciária. A legislação previdenciária, Lei 8.212/91, em seu art. 28 § 9°, e o art. 
214, § 9°, da RPS, relacionam apenas as parcelas que não integram o salário de 
contribuição. Por exclusão, as parcelas que não constam nessa relação abaixo 
integram o salário de contribuição. 
Como exemplo, segue algumas parcelas que integram o salário de 
contribuição: 
 salário; 
 saldo de salário pago na rescisão do contrato de trabalho; 
 salário-maternidade; 
 férias gozadas; 
 1/3 de férias gozadas; 
 13% salário; 
 horas-extras; 
 adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno; 
 adicional por tempo de serviço; 
 pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento do empregado 
por motivo de doença ou acidente de trabalho; 
 aviso-prévio; 
 comissões e porcentagens; 
 prêmios contratuais ou habituais; 
 repouso salarial remunerado; 
 salário pago sob a forma de utilidades (salário in natura); 
 remuneração do aposentado que retornar ao trabalho; 
 
 
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 52 
 abono de qualquer natureza, exceto aqueles cuja incidência seja 
expressamente excluída por lei. 
 
 
3.1.2 Parcelas não integrantes 
 
 
Não integram o salário de contribuição exclusivamente as parcelas previstas 
pela Lei 8.212/91, em seu art. 28 § 9°, e pelo art. 214, § 9°, do Regulamento da 
Previdência Social (RPS – decreto n° 3.048/99), como expostos a seguir. 
 os benefícios concedidos pela previdência social, com exceção do salário-
maternidade; 
 a ajuda de custo e o adicional mensal percebidos pelo aeronauta nos 
termos da Lei 5.929/73; 
 a parcela in natura paga de acordo com o Programa de Alimentação do 
Trabalhador (PAT) promovido pelo Ministério do Trabalho, nos termos da lei 
6.321/76; 
 a indenização de 40% do montante depositado no Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço (FGTS), no caso de despedida arbitrária ou sem justa 
causa. Esta indenização foi majorada em dez pontos percentuais pela Lei 
Complementar 110/2001; 
 a indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do 
empregado não optante pelo FGTS. 
 assim, a Constituição Federal proporcionou aos trabalhadores 
estáveis, quando da sua promulgação, a possibilidade de optarem pela 
filiação ao FGTS ou pela estabilidade. Aqueles que optaram pela 
estabilidade têm direito, quando presentes os requisitos legais, a uma 
indenização no caso de demissão, a qual não integra o salário de 
contribuição. 
 a indenização por despedida sem justa causa nos contratos por prazo 
determinado: nos contratos por prazo determinado (CLT, art. 479); 
 
 
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 53 
 a indenização por tempo de serviço do safrista, quando da expiração 
normal do contrato, conforme o art. 14 da Lei 5.889/73. 
 essa é uma indenização devida pelo encerramento normal do 
contrato de trabalho do safrista. Ao término de seu tempo de serviço, 
este empregado tem direito a receber 1/12 do seu salário mensal por 
mês de trabalho ou período igual ou superior a 15 dias. 
 importância recebida
a título de incentivo à demissão; 
 indenização por dispensa sem justa causa no período de 30 dias que 
antecedem a correção salarial, segundo o art. 9° da Lei 7.238/84; 
 indenizações previstas nos artigos 496 e 497 da Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT); 
 ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário 
por força de lei; 
 licença-prêmio indenizada; 
 férias indenizadas e o respectivo terço constitucional, pagos na 
rescisão; 
 dobra de férias conforme o art. 137 da CLT; 
 abono de férias conforme os arts. 143 e 144 da CLT; 
 o incentivo à demissão: o pagamento feito ao empregado em função de 
sua adesão aos planos de demissão voluntária (PDV) não sofre incidência 
tributária; 
 abono do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de 
Assistência ao Servidor Público (PASEP); 
 o pagamento realizado a título de complementação do valor do auxílio-
doença, desde que este seja um direito comum a todos os empregados da 
empresa. 
 o auxílio-doença é um benefício previdenciário cujo valor é de 91% 
do salário de benefício do segurado, ou seja, ele não corresponde à 
totalidade de sua remuneração. A empresa pode complementar o valor 
deste auxílio, de modo a permitir que o segurado recupere suas 
condições funcionais sem perda do seu poder aquisitivo. Quando o 
 
 
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 54 
fizer, e estender tal direito à totalidade dos seus empregados, sobre 
este valor acrescido ao auxílio-doença não incide a contribuição social. 
 as parcelas destinadas à assistência do trabalhador da agroindústria 
canavieira de que trata o art. 36 da Lei 4.870/65; 
 o valor das contribuições da empresa a programa de previdência 
complementar privada, aberta ou fechada, desde que tal direito seja 
extensivo à totalidade de seus empregados e dirigentes; 
 o valor correspondente à assistência médica e/ou odontológica, inclusive 
o reembolso de despesas com medicamentos, despesas médico-
hospitalares, aparelhos ortopédicos e outras similares, desde que a 
cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; 
 o valor relativo a vestuário e equipamentos utilizados no próprio local do 
trabalho para prestação dos respectivos serviços; 
 o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando 
comprovadas; 
 o pagamento feito a título de plano educacional que vise à educação 
básica ou a cursos de capacitação e qualificação profissionais relacionados 
com as atividades desenvolvidas pela empresa, desde que o pagamento 
realizado não seja feito em substituição à remuneração e que todos os 
empregados e dirigentes tenham acesso ao benefício. 
 quando falamos em educação básica, esta abrange a educação 
infantil, o ensino fundamental e o médio, não abarca o ensino 
universitário. 
 os valores recebidos pela cessão de direitos autorais; 
 os valores recebidos pelo empregado em decorrência da mora no 
pagamento de suas verbas rescisórias, conforme o art. 477, § 8° da CLT; 
 o reembolso-creche, pago aos segurados com filhos de até seis anos de 
idade, desde que comprovados os gastos; 
 o reembolso-babá, limitado ao menor salário de contribuição mensal, 
pago aos segurados com filhos de até seis anos de idade, desde que haja 
 
 
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 55 
comprovação do registro da Carteira de Trabalho e Previdência Social da 
babá; 
 o valor das contribuições pago pela pessoa jurídica referente a prêmio de 
seguro de vida em grupo, desde que este direito seja previsto em acordo ou 
convenção coletiva de trabalho e esteja disponível à totalidade dos 
empregados e dirigentes; 
 o valor pago à gestante em decorrência de sua despedida arbitrária ou 
sem justa causa, desde o período de confirmação de sua gravidez até cinco 
meses após o parto (RPS, art. 214, § 12); 
 os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino 
vocacional com os ministros de confissão religiosa e os membros de instituto 
de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, e que se 
destinam a sua subsistência, quando independem da natureza e da 
quantidade do trabalho executado; 
 outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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