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PROCESSO DO TRABALHO AÇÃO RESCISÓRIA

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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU – FMN
CURSO DE DIREITO
ALEX SANDRO VASCONCELOS DE ARAÚJO
AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO
NATAL
2015
ALEX SANDRO VASCONCELOS DE ARAÚJO
AÇÃO RESCISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO
Trabalho apresentado para disciplina de Direito Processual do Trabalho, da Faculdade Maurício de Nassau, 9º semestre do curso de direito em, sob orientação e supervisão do professor Pedro Fernando Borba Vaz Guimarães.
NATAL
2015
Dedico este trabalho aos futuros formandos no curso de Direito, a todos aqueles que acreditaram na realização desta pesquisa e não mediram esforços, empenhando-se num só objetivo mostrar qual a importância de se buscar conhecimentos nessa área, e nos preparar para esse mundo jurídico baseado na justiça, equidade, argumentação e hermenêutica dos fatos e leis do nosso ordenamento.
INTRODUÇÃO 
O direito atravessa constantes transformações, onde prevalece à justiça e a razão para atingir o ápice de sua aplicação em sociedade, estando completamente relacionado com as mudanças sociais e vise versa.
Para que o direito consiga ser dinâmico e inteligente os futuros bacharéis e legisladores terão que superar seus conhecimentos desenvolvendo métodos e um amplo análise das leis aplicadas na sociedade e estabelecendo grandes desafios no contexto geral do direito.
Nossos futuros magistrados, legisladores e pessoas ligadas, serão desafiados a descobrir novas formas de solucionar problemas e conflitos da sociedade polêmicos e de interesse geral.
Em primeiro lugar, conseguiu-se através deste trabalho de pesquisa analisar quando e como a ação rescisória pode ser proposta e quais suas consequências aos jurisdicionado, bem como os requisitos ensejadores para a propositura da ação rescisória e seus procedimentos peculiares no âmbito do processo do trabalho.
Desta feita, a referida ação em análise tem como escopo a preservação da ordem jurídica positiva e tem natureza de desconstituição, porquanto a coisa julga material, tendo como fulcro a harmonização de dois valores de vital importância, quais sejam o cumprimento das normas jurídicas e segurança jurídica nas relações sociais.
Com efeito, no cerne de sua natureza tutelando o direito de uma reparação da coisa julgada material e consequente desconstituição da sentença proferida, propiciando as partes envolvidas um meio de impugnação autônoma, desta feita é observado que nossa legislação tem vários meios de impugnação de decisões, tanto autônomas como dentro da mesma relação processual em que tenha sido proferida uma decisão chamada de recurso.
Desta forma, a ação em comento apresenta-se como último meio processual de reparação de algum vício existente na decisão acobertada pelo manto da coisa julgada, podendo ser proposta tanto no âmbito da justiça do Trabalho como na justiça comum, reparados a natureza da decisão a ser rescindida.
Convém destacar, que na seara do Processo do Trabalho aplica-se subsidiariamente o Código de Processo Civil, com previsão na CLT indicando sua aplicação subsidiaria nos termos do CPC.
Por fim, vale salutar que a ação rescisória tem um papel fundamental tanto na seara do Trabalho como na seara comum, levando aos seus jurisdicionados uma nova perspectiva no que tange a reparação de um vício gerado por uma decisão proferida, tutelando assim, os direitos previstos na Constituição Federal e Princípios Basilares do Processo do Trabalho.
CONCEITO E DEPÓSITO PRÉVIO 
Trata-se de uma ação autônoma que tem como escopo a reparação de um vício na decisão proferida, podendo ser desconstituída se confirmado o vício. Sobre o tema nos ensina o Professor Renato Saraiva conforme descrito a seguir:
Trata-se de uma ação de conhecimento, de natureza constitutivo-negativa, objetivando a desconstituição ou anulação da res judicata.
Em outras palavras, a ação rescisória é uma ação autônoma que visa desconstituir ou anular sentença judicial transitada em julgado (ou acórdão), em função de vícios insanáveis.
Comentando o instituto, o Professor Misael Montenegro Filho, na obra Curso de Direito Processual Civil, p. 606, leciona que:
“Contudo, a decisão que assume a qualidade de coisa julgada, imutabilizando-se, não se apresenta como uma questão intransponível, a ponto de não mais se admitir qualquer valoração dos seus contornos. Ao mesmo tempo em que se deu à sentença a condição de se imutabilizar, conferindo-se segurança jurídica às relações processuais, criou-se instrumento processual hábil a operar uma reanálise da sentença acobertada pelo manto da coisa julgada, o que ocorre também pela preocupação com a segurança jurídica.
O instrumento em destaque é a ação rescisória, que ataca exclusivamente sentença de mérito, não cabendo para combate de pronunciamento terminativo”. (SARAIVA, 2011, p. 654).
Desta forma, fica claro que ação rescisória é uma ação especial que tem como fito restaurar um direito, desconstituindo ou anulando decisões ou acórdãos proferidos, sendo esta ação um último meio de impugnação antes da imutabilidade da coisa julgada em definitivo. Vejamos como a ação rescisória encontra-se regulada em nosso ordenamento, bem como a problemática do depósito prévio aduzidos abaixo:
No Código de Processo Civil, a ação rescisória está regulada nos arts. 485 e seguintes.
O art. 836 da CLT previa a possibilidade de ajuizamento de ação rescisória no âmbito da Justiça do Trabalho, determinando a aplicação dos dispositivos do Código de Processo Civil, ressalvando, apenas, a dispensa do depósito prévio exigido no art. 488, II, do digesto processual civil.
Todavia, a Lei 11.495/2007, publicada no DOU em 25.06.2007, modificou a redação do art. 836 da CLT, passando a estabelecer que a propositura da ação rescisória está sujeita ao depósito prévio de 20% do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. Vejamos a nova redação do art. 836 da CLT:
“Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no capítulo IV do Título IX da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor”. 
Em ouras palavras, no âmbito laboral, a parte que propuser ação rescisória (seja trabalhador ou empregador) deverá efetuar, como pressuposto para propositura do corte rescisório (salvo demonstração de miserabilidade jurídica), o depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
Observa-se que no âmbito do CPC, o depósito prévio é fixado em apenas 5% (cinco por cento) do valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente (art. 488, II).
Vale frisar que, no final de 2007, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) ajuizou no Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, de número 3.995 (relator Ministro Carlos Alberto Menezes Direito) em face da Lei 11.495/2007, que obriga o depósito prévio de 20% do valor da causa para ajuizamento de ação rescisória na Justiça do Trabalho. Para a CNC a norma afrontaria os direitos de amplo acesso ao Poder Judiciário (art. 5.º, XXXV) e da garantia de plenitude da defesa (art. 5.º, LV), previstos na Constituição Federal, Além de ofender os princípios constitucionais da proporcionalidade e da isonomia. (SARAIVA, 2011, P. 634).
Contudo, resta configurado que a cobrança do depósito prévio encontra-se com posicionamentos diferentes, inclusive com defensores da teoria que observa uma afronta da constituição, devido a obrigação do pagamento do depósito prévio, conforme descrito alhures, sendo o depósitoem análise pressuposto para ajuizamento de ação rescisória.
 DO CABIMENTO DE RESCISÃO E LEGITIMIDADE
Para que seja ajuizada a ação rescisória é de primordial importância a observância do artigo 485, do Código de Processo civil, que elenca as situações de sentença de mérito transitada em julgado que podem ser rescindidas elencadas a seguir:
Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar literal disposição de lei;
Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória;
Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença;
IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
§ 1o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido.
§ 2o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.
Assim sendo, o artigo 486 e 487 todos do mesmo codex, tratam dos atos judiciais que podem ser rescindidos, bem como da legitimidade para propositura da ação em comento corroborada abaixo: 
Art. 486. Os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.
Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.
DA PETIÇÃO INICIAL E SEU PROCESSAMENTO
Nesta senda, a inicial em se tratando de ação rescisória deve seguir os preceitos e formalidades estabelecidos no Código De Processo Civil, em especial nos artigos 488 e 282, bem como a aplicabilidade do artigo 836 da CLT e Súmula 194 do TST, vejamos o entendimento do Professor Renato Saraiva sobre o tema em discussão delineado abaixo:
Estabelece o art. 488 do CPC que a petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 282 do próprio CPC (requisitos da petição inicial), devendo o autor cumular ao pedido de rescisão, quando for o caso, o de novo julgamento da causa. 
Quanto ao depósito da multa de 5%, estabelecido no inciso II do art. 488 do CPC, já referimos alhures que o art. 836 da CLT prevê a dispensa do atinente depósito prévio, entendimento este também consubstanciado na Súmula 194 do TST.
Todavia, conforme já mencionado anteriormente, a Lei 11.495/2007, publicada no DOU em 25de junho de 2007, modificou a redação do art. 836 da CLT, passando a estabelecer que a propositura da ação rescisória está sujeita ao depósito prévio de 20% do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. A atinente lei entrará em vigor 90 dias após a data de sua publicação, o que ocasionará, certamente a modificação da atual Súmula 194 do TST. (SARAIVA, 2011, p. 671 e 672).
No mesmo sentido, é indispensável a comprovação de transito em julgado para o processamento da ação nos termos da Súmula 299 TST e Orientações jurisprudenciais 84 e 147 do mesmo tribunal, que disciplinam sobre comprovação, prazo, vício, extinção e valor da causa elencados a seguir:
“Súm. 299 do TST – AÇÃO RESCISÓRIA. DECISÃO RESCINDENDA, TRÂNSITO EM JULGADO. COMPROVAÇÃO. EFEITOS. (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais 96 e 106 da SDI-II – Res. 137/2005 – DJ 22.08.2005)
I – É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda. (ex. Súmula 299 – RA 74/1980, DJ 21.07.1980)
II – Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 (dez) dias para que o faça, sob pena de indeferimento. (ex. Súmula 299 – RA 74/1980, DJ 21.07.1980)
III – a comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao tempo do ajuizamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisória não reabilita a ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação rescisória preventiva. (ex-OJ 106 – DJ 29.04.2003)
IV – O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite a formação da coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento do mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescindida. (ex-OJ 96 – inserida em 27.09.2002).”
OJ 84 da SDI-II/TST – Ação rescisória – petição inicial – Ausência da decisão rescindenda e/ou da certidão do seu trânsito em julgado devidamente autenticadas – peças essenciais para constituição válida e regular do feito – arguição de ofício – Extinção do processo sem julgamento do mérito. A decisão e/ou a certidão do seu trânsito em julgado, devidamente autenticadas, à exceção de cópias reprográficas apresentadas por pessoas jurídicas de direito público, a teor do art. 24 da Lei n. 10.522/02, são peças essenciais para o julgamento da ação rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de qualquer delas, cumpre ao relator do recurso ordinário arguir, de ofício, a extinção do processo, sem julgamento do mérito, por falta de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do feito.
Quanto ao valor da causa a ser fixado na ação rescisória, o Tribunal Superior do Trabalho editou recentemente (DJ 10.11.2004) a OJ 147 da SDI-II, que dispõe:
“AÇÃO RESCISÓRIA – VALOR DA CAUSA. O valor da causa, na ação rescisória de sentença de mérito advinda de processo de conhecimento, corresponde ao valor da causa fixado no processo originário, corrigindo monetariamente. No caso de se pleitear a rescisão de decisão proferida na fase de execução, o valor da causa deve corresponder ao montante da condenação”. (SARAIVA, 2011, P. 672 E 673).
Assim sendo, fica cristalino que para o ajuizamento da ação rescisória é indispensável à certidão do trânsito em julgado, ocorrendo na falta deste pressuposto à extinção sem resolução de mérito da ação proposta, conforme aduzidos anteriormente.
DO PROCESSAMENTO E PRAZO
Protocolada, distribuída e recebida a inicial, ocorrerá a análise do juiz-relator, onde poderá acontecer o indeferimento da peça vestibular de forma monocrática, por se tratar de julgamento de apenas um juiz, qual seja, o relator que tem como análise observar se existem os pressupostos pertinentes para o ajuizamento da ação rescisória conforme leciona o professor Renato Saraiva:
Distribuída a peça vestibular da ação rescisória, poderá o juiz-relator, de forma monocrática, indeferir a petição inicial, com base no art. 295 do CPC, decisão está sujeita ao recurso denominado agravo regimental.
Considerando que a antiga redação do art. 489 do CPC determinava que a ação rescisória não suspendia a execução da sentença rescindenda, discutia-se na doutrina acerca da possibilidade ou não da concessão de antecipação de tutela em ação rescisória, objetivando suspender a execução da sentença rescindenda.
O Tribunal Superior do Trabalho, embora reconhecesse a possibilidade da suspensão da execução da sentença rescindenda, tinha posição firmada no sentido da utilização da medida cautelar com tal finalidade, e não a antecipaçãode tutela, conforme se observa pela transcrição da Súmula 405 do TST e das orientações jurisprudenciais 76 e 131, da SDI-II/TST:
Súm. 405 do TST - AÇÃO RESCISÓRIA. LIMINAR. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (conversão das Orientações Jurisprudenciais 1, 3 e 121 da SDI-II - Res. 137/2005 - DJ 22.08.2005)
I - Em face do que dispõe a MP 1.984-22/2000 e reedições e o artigo 273, § 7º, do CPC, é cabível o pedido liminar formulado na petição inicial de ação rescisória ou na fase recursal, visando a suspender a execução da decisão rescindenda.
II - O pedido de antecipação de tutela, formulado nas mesmas condições, será recebido como medida acautelatória em ação rescisória, por não se admitir tutela antecipada em sede de ação rescisória. (ex-OJs nºs 1 e 3 da SBDI-2 - inseridas em 20.09.2000 - e 121 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003).
OJ 76 da SDI-II/TST - Ação rescisória. Ação cautelar para suspender execução - juntada de documento indispensável. Possibilidade de êxito na rescisão do julgado. 
É indispensável a instrução da ação cautelar com as provas documentais necessárias à aferição da plausibilidade de êxito na rescisão do julgado. Assim sendo, devem vir junto com a inicial da cautelar as cópias da petição inicial da ação rescisória principal, da decisão rescindenda, da certidão do trânsito em julgado da decisão rescindenda e informação do andamento atualizado da execução.
OJ 131 DA SDI-II/TST – Ação cautelar não perde o objeto enquanto ainda estiver pendente o trânsito em julgado da ação rescisória principal, devendo o pedido cautelar ser julgado procedente, mantendo-se os efeitos da liminar eventualmente deferida, no caso de procedência do pedido rescisório ou, por outro lado, improcedente, se o pedido da ação rescisória principal tiver sido julgado improcedente.
Já na seara dos prazos, encontra-se consubstanciados no art. 495 e orientações jurisprudenciais corroboradas que definem o prazo decadencial, bem como se está sujeito a suspensão e interrupção conforme aduzidos a seguir:
Estabelece o art. 495 do CPC que o direito de propor ação rescisória se extingue em dois anos, contados do trânsito em julgado de decisão.
Portanto, transitada em julgado a decisão meritória, o interessado terá o prazo decadencial (não sujeito à interrupção ou suspensão) de dois anos para propor a atinente ação rescisória. (SARAIVA, 2011, p. 674).
Contudo vale ressaltar que as Súmulas 100 do Tribunal Superior do Trabalho e orientações jurisprudenciais referem-se, exatamente a respeito do prazo para ajuizamento da ação destacados abaixo:
Súmula 100 do TST - AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 13, 16, 79, 102, 104, 122 e 145 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005
I - O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subsequente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. (ex-Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001)
II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial. (ex-Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001)
III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo decadencial. (ex-Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001)
IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo formar sua convicção através de outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a quo" do prazo decadencial. (ex-OJ nº 102 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003)
V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. (ex-OJ nº 104 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003)
VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude. (ex-OJ nº 122 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)
VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (ex-OJ nº 79 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)
VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não tem o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para a ação rescisória. (ex-OJ nº 16 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000)
IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT. (ex-OJ nº 13 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000)
X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias. (ex-OJ nº 145 da SBDI-2 - DJ 10.11.2004).
Desta forma, resta configurado por tudo descrito alhures que tanto os entendimentos como orientações coadunam sobre o cerne dos prazos da ação em estudo.
DA AÇÃO RESCISÓRIA NO NOVO CPC
O Novo Código de Processo Civil será instituído após 40 anos, onde foram necessárias devido à evolução da sociedade, reformas pontuais em determinados artigos que entraram em desuso bem como para suprir lacunas do CPC em detrimento da tutela dos direitos de seus jurisdicionados.
Portanto, vale salutar que foram reunidos grandes juristas de nosso ordenamento em uma comissão instituída pelo presidente do Senado Federal em outubro de 2009, tendo o fito da redação do anteprojeto, bem como todo procedimento necessário para a instituição do novo CPC.
Frise-se ainda que o novo CPC baseou-se em inúmeros corolários observados como, por exemplo: o prestígio do contraditório, simplificação no procedimento, a positivação das jurisprudências majoritárias e orientações doutrinárias, bem como a sistematização dos institutos, obediência aos precedentes e uniformização da jurisprudência pátria.
Nesta senda, houve uma mudança consubstancial no âmbito da ação rescisória, no qual foi dividido e propiciando em primeiro momento uma solução simples e objetiva na distinção da ação anulatória da ação rescisória nos casos de sentenças homologatórias. Vejamos como aborda este tema os Advogados Luiz Carlos de Araújo e Sérgio Rizzi no artigo publicado no site jurídico migalhas aduzidos abaixo:
Da modificação no campo da ação anulatória
A ação anulatória encontra-se disciplinada, presentemente, pelo disposto no art. 486 do CPC, no Capítulo IV, denominado Da Ação Rescisória, sob o Título IX, Do Processo nos Tribunais.
A localização é imprópria porque, não se confundindo com a ação rescisória a ação de que trata o art. 486 CPC não se justifica que figure no Capítulo que trata da ação rescisória, porque a anulatória não é ação de competência originária dos tribunais, nem segue o rito da ação rescisória, tampouco tem o mesmo prazo decadencial, nem os mesmos fundamentos de anulabilidade.
No Anteprojeto, a rescisória permanece como ação de competência originária dos tribunais e a ação anulatória passa a figurar como meio de impugnação de decisões judiciais e atos judiciais.
A ação anulatória aparece no Anteprojetoem sessão que lhe é exclusiva (Seção II, no Capítulo VI, Da Ação Rescisória e da Ação Anulatória, no Livro IV Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões Judiciais) no art. 894, assim editado:"Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo estão sujeitos à anulação, nos termos da lei". Parágrafo único. "São anuláveis também atos homologatórios praticados no curso do processo de execução".
A redação do art. 894 do Anteprojeto está mais clara do que o vigente art. 486 CPC, afastando dúvidas sobre o cabimento da ação anulatória.
Esclareceu-se, pela primeira vez, claramente, no direito legislado, que cabe ação anulatória nos casos de sentenças homologatórias proferidas no processo de execução. Por outro lado, são abolidos, no Anteprojeto, o inciso VIII do art. 485, e o art. 352, II do CPC, de tal modo que se houver existência de fundamento para invalidação de confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença, caberá ação anulatória. No Anteprojeto, o art. 372 dispõe: “A confissão é irrevogável, salvo quando emanar de erro, dolo ou coação, hipótese em que pode ser tornada sem efeito por ação anulatória”.
Neste contexto, os autores analisam as mudanças provocadas sob o prisma de a ação rescisória elencadas a seguir:
Das modificações nos fundamentos da ação rescisória
No Anteprojeto, não sobrevive mais, como fundamento rescisório, a incompetência absoluta. Este fundamento rescisório era de rara aplicação e sua supressão não trará prejuízo algum ao sistema rescisório.
Modificou-se, com proveito a redação do inciso V do art. 485 CPC. Na redação atual, cabe ação rescisória quando a sentença de mérito “violar literal disposição de lei”. Na redação do Anteprojeto “A sentença ou o acórdão de mérito, transitados em julgado, podem ser rescindidos quando: V – violarem manifestamente a norma jurídica”. Por outras palavras, como lembrou Barbosa Moreira “nem é menos grave o erro do julgador na solução da quaestio iuris quando afronta norma que integra o ordenamento sem constar literalmente de texto algum” (Comentários, Forense, Rio de Janeiro, 2008, p. 131). Era necessário que se afastasse o vocábulo “literal” para que tivesse lugar a interpretação que permita a rescisória quando houver ofensa ao “direito em tese”, porque como assevera o respeitado jurista “o ordenamento jurídico evidentemente não se exaure naquilo que a letra da lei revela à primeira vista” (id.ib, mesma pg.).
Houve um aperfeiçoamento na redação do inciso IX e nos §§ 1º e 2º do art. 485 CPC, na forma de concentração do texto, indicando-se no inc. VIII do art. 884 do Anteprojeto apenas o fundamento rescisório e a forma de sua verificação: “fundada em erro de fato verificável do exame dos autos”, reunindo-se, em parágrafo único a noção de erro de fato, presentemente distribuída em dois parágrafos, substituindo-se o vocábulo “atos”, por autos.
Noutro lado, vale observar que o prazo decadencial foi reduzido, onde restou observado pelos advogados em seu artigo já mencionados anteriormente. Vejamos.
Das modificações no prazo decadencial
O prazo decadencial da ação rescisória é atualmente de dois anos como previsto no art. 495 CPC. No Anteprojeto este prazo está sendo reduzido para um ano na redação do art. 893 do Anteprojeto: “O direito de propor ação rescisória se extingue em um ano contado do trânsito em julgado da decisão”. Há duas exceções a esta regra no parágrafo único deste mesmo artigo: “Se fundada no art. 884, incisos I e VI, primeira parte, o termo inicial do prazo será computado do trânsito em julgado da sentença penal”. No início da vigência do Código de Processo Civil, autorizada doutrina teceu considerações sobre o prazo da ação rescisória por entender que em razão do maior número de motivos rescisórios contemplados no art. 485 CPC, comparativamente com o disposto no art. 798 do Código de 1939, o prazo para propositura da ação rescisória deveria ser menor do que o prazo fixado em 2 (dois) anos. A esse respeito o comentário de Barbosa Moreira: "Semelhante liberalização, por sua vez, tornava aconselhável que se abreviasse o prazo de propositura da rescisória, a fim de evitar que a autoridade da coisa julgada se visse por muito tempo sujeita a agressão, cuja possibilidade crescera. O anteprojeto, art. 535, e o projeto, art. 499, reduziam-no à quinta parte do fixado no antigo Código Civil, art. 178, § 10, nº VIII: um ano. O Congresso elevou-o para dois anos, como se lê no art. 495" (Comentários, id., p. 104). O atual Anteprojeto, na redação do art. 893, reproduz o anteprojeto e o projeto do Código de 1973, estabelecendo o prazo de um ano para a propositura da ação rescisória. Permanece, na sombra, em estado latente, a real finalidade da redução do prazo que é a de reduzir o número de ações rescisórias, quer em face do número de motivos rescisórios, quer em razão do número de ações rescisórias que têm sido ajuizadas.
No inciso I do art. 884 do Anteprojeto consta como fundamento rescisório quando se verificar que a sentença e o acórdão foram proferidos por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz. E no inciso VI, do art. 884 do Anteprojeto, quando a sentença e o acórdão “se fundarem em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal”.
A modificação, nos casos de crimes praticados pelo juiz e de falsa prova cuja falsidade haja sido apurada em processo criminal foram satisfatórias, mas, nos moldes em que foi formulada não limita o prazo em que as partes deverão aguardar o desfecho da ação penal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conseguiu-se através deste trabalho de pesquisa observar que o direito vive em constantes mudanças, reguladas conforme as necessidades da sociedade que se transforma diariamente, levando o direito a uma evolução dos procedimentos e observância dos preceitos constitucionais inerentes ao ser humano para soluções das lides que crescem cada vez mais na seara da Justiça do Trabalho e comum de nosso ordenamento.
Sob o prisma da ação rescisória, pode-se dizer que sem dúvidas trata-se de uma ação autônoma de impugnação de decisão, tendo como indispensável para sua propositura a certidão de transitado em julgado de decisão ou acórdão, tendo como âmago a reparação de um vício ou anulação conforme previstos no antigo CPC.
Contudo, sob a ótica do Novo CPC, restou analisado que as ações serão divididas em ação anulatória e ação rescisória propiciando aos jurisdicionados uma solução simples e objetiva.
No que tange ao prazo decadencial, houve uma modificação bastante redutora de prazo, pois o referido prazo era de dois anos e com o novo CPC foi reduzido há um ano apenas.
Concluindo, a ação rescisória sempre vai ser uma ação de primordial importância tanto na seara da Justiça do Trabalho como Na Justiça comum, levando aos jurisdicionados uma última chance de impugnação aos vícios insanáveis que possam acontecer na justiça Trabalhista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Código de Processo Civil, Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm>; Acesso em: 28 set 2015.
BRASIL. Código de Processo Civil, lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm>; Acesso em: 28 set 2015.
 
CONJUR. Algumas das principais alterações do novo Código de processo Civil. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-jan-31/algumas-principais-alteracoes-codigo-processo-civil>; Acesso em: 28 set 2015.
MIGALHAS. A ação rescisória e o projeto do novo CPC. Disponível em: < http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI120237,91041>; Acesso em 28 set 2015.
SARAIVA, Renato. Curso de Direito processual do Trabalho, 8. Ed. São Paulo, Editora Método, 2011.
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