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1 Direto do Consumidor – 2o bimestre RESPONSABILIDADE PELO FATO do produto ou serviço 26/04/13 *A responsabilidade do fornecedor é objetiva, independente de culpa. Importante conhecer: - Responsabilidade civil: •Objetiva: Deve haver dano + nexo de causalidade não precisa haver culpa! •Subjetiva: Deve haver dano patrimonial/moral/estético, etc. + Nexo de causalidade (relação entre conduta do agente e o dano sofrido) + Existência de culpa. *A responsabilidade do fornecedor também é solidária (fabricante, construtor, importador, comerciante)! Todos aqueles que intervieram na cadeia de fornecimento podem ser responsabilizados, objetivamente!!! Independente da verificação de culpa. 01) PRODUTO: Fato do produto é aquele que não garante a segurança que legitimamente se espera. Por exemplo, adquiri televisão, ao ligá-la em casa, ela explode. A TV tem um defeito que não me assegura uma segurança mínima que dele se espera. Não é defeito de funcionamento, e sim DEFEITO NA SEGURANÇA, que nós, consumidores, legitimamente esperamos. Avaliaremos este dano pela forma como qual foi apresentado pelo consumidor. Falha na prestação de serviço que gerará insegurança. O risco do negócio tem que ser absorvido pelo fornecedor, ele deve preocupar-se em oferecer um produto 100% seguro, e se assim não o for, 2 responderá por isso! Por exemplo, internet banking; o banco será responsabilizado caso haja algum hacker. OBS: O avanço tecnológico não faz com que produtos antigos sejam considerados defeituoso!!!!! 1.1) Defeito: a) Apresentação: b) Riscos: c) Época: 1.2) Responsabilidade solidária: *Art. 12 e ss, Código de Defesa do Consumidor. Respondem solidariamente: fabricante, construtor, importador. *O comerciante será responsabilizado subsidiariamente!! Quando há conduta do fornecedor que dá razão ao dano, ele também responde! 1.3) Direito de regresso: Aquele que efetivar o pagamento do dano ao consumidor, tem direito de regresso entre os outros fornecedores. O regresso entre fornecedores dar-se-á mediante responsabilidade subjetiva (dano + nexo + culpa). Art. 88, Código de Defesa do Consumidor Na ação de regresso é vedada a denunciação da lide. Serve para evitar tumulto e demora no trâmite processual. 1.4) Exclusão de responsabilidade dos fornecedores - São 3: 3 1 – Quando fornecedor prova que não colocou no mercado o produto. por exemplo, produtos falsificados colocados no mercado por outros fornecedores, que não os originais. 2 – Colocou no mercado, mas o defeito não existe. se o defeito não existe não tem nexo causal. 3 – Culpa exclusiva (art. 12, §3o, III) do consumidor ou de terceiro. deve ser efetivamente exclusiva do consumidor, o fornecedor não deve, em nenhum momento ter culpa. Havendo uma parcela do fornecedor, não se exclui sua responsabilidade. 02) SERVIÇOS: Art. 14, Código de Defesa do Consumidor. 2.1) Profissional Liberal: Sua responsabilidade será apurada mediante culpa! (EXCEÇÃO) Aqui a responsabilidade é subjetiva!! 03) PRAZO: Para que o consumidor ingresse com demandas de reparação de danos, é de 5 anos, contado a partir da ocorrência do fato. O consumidor tem direito de reparação dos danos experimentados; morais, estéticos, patrimoniais, etc. Equiparam-se a consumidores, todas as vítimas do fato – Art. 17, Código de Defesa do Consumidor. Avião que cai, passageiros e quem não estava na aeronave mas foi atingido, tem direito a demanda de reparação de danos. 4 RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO – do produto ou serviço 01) Objetiva: A responsabilidade é objetiva + solidária 02) Vício: Art. 18, Código de Defesa do Consumidor É quando o produto/serviço não garante as características mínimas para que seja próprio ao uso a que se destina. Vício é quando há uma falha no produto/serviço, falha que lhe torna impróprio para uso ou lhe diminui o valor. É uma falha que não gera acidente nem interfere na segurança; e sim um erro. Por exemplo, na compra de uma TV ela não explode, só não sintoniza os canais ou não funciona perfeitamente. 03) DIREITO DE SANAR: Constatando-se a falha do bem/serviço, devo avisar o fornecedor e ele terá o prazo de 30 dias para sanar o vício. Esse prazo pode ser alterado mediante contrato, não sendo menor que 7 nem maior que 180 dias. A cláusula que estabelece essa mudança de prazo, deve ser feita de modo separado; para que o consumidor a evidencie imediatamente. Art. 18, §2o, Código de Defesa do Consumidor. Como regra, é 30 dias para o fornecedor sanar o vício, mas há 2 exceções. Posso exigir diretamente meus direitos quando (imediatamente sem prazo): Art. 18, §3o, Código de Defesa do Consumidor. - O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. 5 • É avaliada a essencialidade do produto in casu, dependendo de quem for o consumidor e suas qualidades pessoais. Por exemplo, sapato de noiva, ela não pode esperar 30 dias para o fornecedor consertar, pode exigir desde logo o conserto. - Quando houver reincidência já mandei o produto uma vez pro conserto e não adiantou: Art. 18, Código de Defesa do Consumidor: § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. 04) DEFEITO NA QUANTIDADE – GRAMAS DE PRODUTO Em regra, será responsabilidade solidária, EXCETO, quando incumbe ao fornecedor imediato pesar e medir, somente ele será responsabilizado! Ai o consumidor poderá pedir: - complemento do produto - substituição por produto = ou semelhante - restituição da quantia paga 05) DEFEITO NO SERVIÇO: Quando houver, o consumidor poderá pedir ao fornecedor: - reexecução do serviço - restituição 6 - abatimento Pressupõe-se que deverão ser peças originais na reparação do serviço!!! Por exemplo na reparação de um ar condicionado; pecas alternativas só se tiver autorização expressa do consumidor. 03/05/13 06) PRAZOS DO VÍCIO: • FATO = É defeito na segurança do produto/serviço; falha na segurança que legitimamente eu espero daquele produto/serviço. A conseqüência jurídica (direito que eu tenho) é a reparação de danos materiais + morais, ou seja, a responsabilidade civil OBJETIVA. Prazo de 5 anos. • VÍCIO = Aqui o bem se torna impróprio ao uso, ou tem defeito que lhe diminui o valor. Caso ocorra vício: Prazo de 30 dias. I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. OBS: Ainda que seja vício, não se afasta a possibilidade de perdas e danos, desde que verificados! 6.1) Aparentes: Ou seja, aqueles de fácil constatação pelo consumidor, normalmente estéticos. 7 a) 30 dias – Para defeitos aparentes a contar da tradição (entrega) do produto. Se for serviço, a contar de sua completa execução. Ou seja, o termo inicial é a tradição! Este prazo também se aplica para bens não duráveis. b) 90 dias – Para defeitos aparentes a contar da tradição (entrega) do produto. Se for serviço, a contar de sua completa execução. Ou seja, o termo inicial é a tradição! Este prazo também se aplica para bens duráveis. OBS: Venda de produtos do mostruário - Deve informar que é de mostruário e portanto, deve ter redução de preço, caso contrário,será prática abusiva. Deve ser claramente informado ao consumidor e deve lhe gerar um beneficio comprar este tipo de produto. 6.2) Ocultos: São aqueles que, por sua natureza, o consumidor só irá descobrir após um período de utilização. 30 dias - para não duráveis 90 dias – para duráveis *A diferença aqui é o TERMO INICIAL, que não é mais a tradição ou entrega, e sim o EFETIVO CONHECIMENTO DO VÍCIO! No dia em que o vício se apresentou! Comprei o produto e 5 anos depois ele dá defeito (vício oculto), se for durável, tenho + 90 dias para reclamar. * É cabível aqui: defeito de fabricação, defeito de montagem, etc. Art. 26, §3o, Código de Defesa do Consumidor. OBS: Garantia estendida ao consumidor = De nada vale, pois para vício oculto, eu tenho 90/30 dias após visto o defeito! Exclui-se aqui o desgaste natural e a culpa exclusiva do consumidor. A garantia legal é super ampla!!!! Pra vícios ocultos! Não vale a pena pagar pela garantia estendida! 8 6.3) Obstativas: Obstam a fluência do prazo de 30/90 dias – Art. 26, §2o, Código de Defesa do Consumidor. Obsta a decadência = interrompe a decadência (recomeça a contagem do zero!) a) reclamação b) inquérito civil |-----------------|---------|---------------|------------------| 90 dias 89ºdia 30 dias negativa do fornc. dai tem + 90 dias para entrar em juízo requerendo aquelas 3 opções (restituição, etc) 07) EXONERAÇÃO: É absolutamente nula qualquer cláusula que exonere ou atenue qualquer uma das coisas acima!! 03/05/13 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 01) Conceito: É uma decisão judicial no sentido de “retirar o véu” protetor da pessoa jurídica, para atingir o patrimônio pessoal do sócio. Para que seja possível uma reparação em um processo judicial. 02) Hipóteses possíveis: Estão no art. 28, Código de Defesa do Consumidor: 9 “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.” POLÊMICA: Tornou a desconsideração da personalidade jurídica regra! Sempre, de algum modo, o consumidor deve ser ressarcido; é bem gravoso ao mercado de consumo, gera insegurança jurídica aos fornecedores. A jurisprudência não está em conformidade com isso, a análise tem sido feita caso a caso. A prof. considera esse § muito extremo! 03) Coligadas: Estão no Art. 28, §4o – É aquela que tem 2 ou mais empresas que detém entre si, uma parcela do capital social inferior a 10%. 04) Grupos Controlados: 05) Consorciadas: É quando duas empresas se unem para promover determinado negócio. 10 COBRANÇA DE DÍVIDAS DOS CONSUMIDORES 01) Constrangimento: Não será o consumidor exposto a constrangimento na cobrança de dívidas. Caso seja, gerará abalo moral ensejando indenização moral. Art. 42, Código de Defesa do Consumidor - Nenhum constrangimento ou ameaça. Empresa que me liga no celular aos sábados para cobrar/ para meu local de trabalho, gera constrangimento? SIM! 02) Cobrança Indevida: Se o consumidor for cobrado por quantia indevida: “O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.” Art. 42, §único. 03) Identificação: Todos os documentos de cobrança devem vir com informação completa do fornecedor. Para que eu possa demandar, caso de algo errado. – Art. 42- A, Código de Defesa do Consumidor. 10/05/13 CADASTRO (em bancos de dado de consumo) 01) Acesso: O acesso deve ser LIVRE e GRATUITO às informações que lhe dizem a respeito nos bancos de dados. O consumidor pode fiscalizar as informações que lá se encontram. 11 O cadastro detalha a relação consumidor e fornecedor; são os cadastros que preenchemos em lojas, por exemplo. A comercialização deste dados é tolerada, mesmo pelo Código de Defesa do Consumidor. Tem-se aqui os direitos à privacidade e os direitos de personalidade + princípio de desenvolvimento nacional Ou seja, as informações que eu concedo, contribui para o desenvolvimento econômico do país e o ACESSO AO CRÉDITO. = SPC (serviço de proteção ao crédito)/Serasa 02) Cadastro: O cadastro não é p/ ampla divulgação, já o acesso ao crédito é, em função do princípio do desenvolvimento nacional. a) claro = Deve-se utilizar uma linguagem clara, que o consumidor possa entender; é proibido o uso de códigos. Devem ser também, verdadeiras (atualizadas; pertinentes à época). b) prazo = O máximo de tempo que o consumidor poderá ficar “negativado” é 5 anos. Consumada a prescrição relativa à cobrança do débito (que pode ser inferior a 5 anos, dependendo do débito), cancela-se o apontamento negativo e não mais se fornece informações negativas sobre o consumidor. Ao consumidor, não importa quem retira o seu nome do SPC depois de prescrito o prazo, só importa que alguém o faça!! Caso ninguém o faça, o consumidor pode entrar em juízo e pleitear a retirada solidariamente de qualquer um dos fornecedores. Tem jurisprudência (minoritária) que diz que cabe dano moral. A jurisprudência majoritária entende que NÃO CABE DANO MORAL, deve-se ser provado o abalo moral, pois ele não seria decorrente do não cumprimento da norma. A análise, portanto, para esta corrente, deve ser in casu. 12 OBS: Se o cadastro não preencher estes requisitos, 03) Notificação: O consumidor deve ser notificado PREVIAMENTE antes da sua inclusão no SPC, tem direito a: - saber qual fornecedor o está inscrevendo - porque - prazo para manifestar-se (5 dias – jurisprudencial) sobre a inserção no SPC. Art. 43, §2o, Código de Defesa do Consumidor. – deve ser comunicado por escrito ao consumidor!!!!! Constatada uma inexatidão, por exemplo, inexistência de débito, deve ser corrigida IMEDIATAMENTE! O fornecedor deverá, também, no prazo de 5 dias, tornar pública esta correção. – Art. 43, §3o, Código de Defesa do Consumidor. PRÁTICAS ABUSIVAS 01) Exemplificativo: O rol do art. 39, Código de Defesa do Consumidor é exemplificativo. Portanto, podem haver outras práticas não discriminadas aqui. 02) Hipóteses de práticas abusivas: 2.1) Venda casada limitada = Venda de um produto só se vender outro junto. Em que pese seja abusiva, é muito comum. Pedir serviço de internet com o telefone, mas por um 13 preço mais barato. Por exemplo, caso do cinemark, consumo de pipoca obrigatória dentro do cinemark, não poderia ser de outro lugar. O STJ entendeu que era venda casada oblíqua. Limitação de venda sem justa causa, também é prática abusiva! Estabelecer limites quantitativos sem justa causa: “Consumidor você pode comprar x unidades, somente”. Limite de estoque do fornecedor é justa causa, mas deve informar quanto ele tem no estoque, por exemplo, 1.000 unidades. A análise da justa causa é muito pontual, casual e valorativa. 2.2) Recusa = Não pode o fornecedor recusar o atendimento ao consumidor,a quem se proponha a pagar. Bar que recusa entrada de um cliente que já brigou lá dentro. É prática abusiva porque gera visão depreciativa e abusiva p/com o consumidor, não garante que o consumidor vá praticar outra briga 2.3) Sem solicitação / Sem orçamento = Enviar produto ou serviço ao consumidor sem sua solicitação! Se o fornecedor fizer isso, considera-se amostra grátis! Você não precisa pagar nada! Art. 39, III, Código de Defesa do Consumidor. O orçamento deve ser prévio, como regra, tem validade de 10 dias. E uma vez aprovado, vincula as partes, como um contrato de consumo! Orçamento deverá ser: a) prévio b) validade c) vinculação 14 d) terceirização - Se o fornecedor tiver que empregar Mao de obra de 3os e não te avisar, ELE PAGA pelo serviço prestado. Não poderá te cobrar, será amostra grátis. Por exemplo, conserto de celular. 2.5) Prazo: O fornecedor deixa de estipular prazo para cumprimento de sua obrigação, sem termo inicial. Por exemplo, contrato de compras de imóveis em construção. P.e, 36 meses a contar do término da fundação do prédio! NÃO PODE, porque dai ele nunca terá um prazo; é prática abusiva muito comum. Art. 39, VI, Código de Defesa do Consumidor. 2.6) Depreciar: “Fofoca de consumo” – art. 39, inc. 7 Fornecedor comunicar outro e falar mal do consumidor que está no exercício regular de direito!!! Mas quando o consumidor não estiver no exercício regular de seu direito, o fornecedor pode repassar informações depreciativas do consumidor. Condutas licitas do consumidor (ir ao PROCON, demandar, etc) o fornecedor não pode repassar. 2.7) Normas / Prevalecer: (MONO) Da fraqueza ou ignorância do consumidor. Ex. Bebidas alcoólicas. 2.9) Vantagem: Exigir vantagem manifestamente excessiva do consumidor! Ex. Perda de comanda em bar. É obrigação do fornecedor garantir seu registro de produtos consumidos!! Não é obrigado a pagar o valor da comanda. 15 2.10) Elevação de preço: Elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. Ex: aumento de gasolina do dia para noite em Curitiba. Incumbe ao fornecedor provar que é justa a elevação do preço! Se ele não provar, é prática abusiva!!! a) reajuste – estabelecer formas de reajuste ilegais em contratos b) tabelamento – de preços, será abusiva a cobrança ALÉM do valor tabelado. Caso eu sofra alguma destas práticas = REPARAÇÃO DE DANOS (MATERIAIS OU MORAIS), DEVO DENUNCIAR AO MP E AO PROCON, PARA IMPOREM SANCOES ADMINISTRATIVAS! 17/05/13 PROTEÇÃO CONTRATUAL 01) INTERPRETAÇÃO: A interpretação dos contratos de consumo deve sempre ser a mais favorável ao consumidor. Tem-se em mente aqui a boa-fé objetiva. Teoria da confiança, proteger ao consumidor a legítima esperança que ele espera quando contrata. 02) VINCULAÇÃO: Tudo que gerou expectativa no consumidor vincula o fornecedor, por isso, tem-se a possibilidade execução específica de cumprimento de obrigação. Art. 84, Código de Defesa do Consumidor. 16 Pode-se também pleitear perdas e danos, depende da vontade do consumidor. A única hipótese em que o consumidor não pode escolher entre PERDAS E DANOS ou EXECUÇÃO ESPECÍFICA, é quando é impossível a execução específica, dai terá que ser, obrigatoriamente perdas e danos. OBS: A multa contratual não limita o quantum de perdas e danos! O consumidor receberá MULTA + PERDAS E DANOS. 2.1) fornecedor: execução específica = O consumidor escolhe, execução específica ou perdas e danos. 2.2) consumidor: conhecimento = Não vincula o consumidor o contrato se ele não tiver tido conhecimento prévio de seus termos. Art. 46, Código de Defesa do Consumidor. Existe um limite de boa-fé que se impõe ao consumidor também! arrependimento = São 7 dias para o consumidor arrepender-se fora do estabelecimento comercial. Por exemplo, pela internet/telefone/domicílio =. Art. 49, Código de Defesa do Consumidor. 03) CLÁUSULAS ABUSIVAS: - rol exemplificativo – Art. 51, §1o, Código de Defesa do Consumidor 3.1) continuidade: Art. 51, §2o 3.2) capacidade ativa: MP pode intentar demanda para discutir cláusulas abusivas. 3.3) hipóteses: ART. 51, Código de Defesa do Consumidor 17 responsabilidade vícios: É abusiva cláusula que atenue ou exonere a responsabilidade do fornecedor por vícios. - pessoa jurídica = Exceção – relação entre fornecedor com consumidor pessoa jurídica, é possível restringir o quantum indenizatório! responsabilidade ao 3o: É abusiva cláusula que transfira responsabilidade a 3os. Isso é comumente infringido em companhias aéreas. benfeitorias: É nula e abusiva qualquer cláusula que retire o direito do consumidor de ser ressarcido por benfeitorias necessárias, comumente ocorrente em financiamentos imobiliários. reembolso: Cláusula que impeça o reembolso (integral) de quantia paga. iníquas: Cláusula que estabeleça prestações iníquas/abusivas (inciso IV do art. 51), que coloque o consumidor em desvantagem exagerada. ônus: Cláusula que estabeleça a inversão do ônus da prova em desfavor do consumidor. arbitragem: Cláusula que estabeleça a utilização compulsória da arbitragem. A maioria da doutrina entende que NÃO É CABÍVEL arbitragem nas relações de consumo. representante: Cláusula que imponha representante para concluir determinado negocio, um intermediário para concluir o negócio. desvinculação: Cláusula que determine a possibilidade ou não de concluir ao contrato; cláusula que da esse direito ao fornecedor. - Cancelamento = cláusula que permite que o fornecedor cancele o contrato unilateralmente a qualquer tempo. 18 - Alteração = Cláusula que dê ao fornecedor direito de alterar o contrato unilateralmente. custos de cobrança: Cláusula que estabeleça que o custo de cobrança será imputado ao consumidor, não dando direito = a ele. desacordo: Cláusula que esteja em descordo com o sistema de proteção ao consumidor. ambientais: Cláusula que infrinja ou possibilite a infração de normas ambientais. 04) ADESÃO: Art. 54, Código de Defesa do Consumidor a. redação: Nos contratos de adesão a redação deve ser clara, com fonte mínima tamanho 12. §3o b. inserção: A possibilidade de preencher cláusulas no contrato, não desfigura a natureza de adesão! §1o. c. resolutória: É possível, mesmo em contratos de adesão, a inserção de cláusulas resolutórias, que são aquelas que prevêem o fim do contrato em caso de inadimplemento. Esta cláusula deverá ser “alternativa”, ou seja, possibilidade ao consumidor de sanar sua dívida / quitar o débito. Esta cláusula não se opera diretamente, deve-se dar a chance de o consumidor purgar a mora e pagar dívida. 19 d. limitação de direitos: Cláusula que limite direitos deve vir redigida com destaque, permitindo sua imediata e exata compreensão.
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