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LUANDA, 2025 
 
 
 
COMPLEXO ESCOLAR POLITÉCNICO 
 GIRASSOL 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO: SÍSTEMA PETROLÍFERO 
 
 
 
Nome do Aluno: Pascoal Miguel 
Matrícula: 13233 
Disciplina: Geologia de Hidrocarbonetos 
Professor: Daniela Catraio 
Data da Aula de Campo: 25/01/ 2025 
Local da Aula de Campo: Barra do Dande, Bengo, Angola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL ............................................................................................................. 4 
2.1 Localização Geográfica ........................................................................................................... 4 
2.2 Características Geológicas ...................................................................................................... 4 
2.3 Importância do Local para o Estudo ....................................................................................... 4 
3. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 5 
3.1 Observação Visual .................................................................................................................. 5 
3.2 Coleta de Amostras: ............................................................................................................... 5 
3.3 Medições e Registro de Coordenadas .................................................................................... 5 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 6 
4.1 Observações e Dados Coletados – 1º Ponto de Parada ......................................................... 6 
4.2 Observações e Dados Coletados – 2º Ponto de Parada ....................................................... 11 
4.3 Interpretação dos Resultados ............................................................................................... 15 
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 16 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 17 
ANEXO 1 ..................................................................................................................................... 18 
ANEXO 2 ..................................................................................................................................... 19 
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1. INTRODUÇÃO 
Objectivo: 
A aula de campo realizada na região da Barra do Dande, em Bengo, Angola. A presente 
aula teve como objetivo tirar a zona de conforto em sala de aula para assim o estudante 
constatar in place á contextualização de Geologia e formas de Pesquisa e Prospeção de 
Hidrocarbonetos. A atividade permitiu relacionar, na prática, as etapas de deposição, 
compactação e transformação das rochas sedimentares (diagênese, catagénese e metagénese) 
às evidências diretas observadas nos afloramentos locais. Ao investigar como fatores como 
temperatura, pressão e tempo, além da interação entre rocha geradora, reservatória e selante, 
influenciam a constituição de sistemas petrolíferos, buscou-se aprofundar a compreensão das 
dinâmicas naturais envolvidas. Espera-se que essa experiência de campo enriqueça a formação 
acadêmica dos participantes, fornecendo uma visão integrada dos processos geológicos e de 
sua importância na exploração de recursos naturais. 
 
 
 
 
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2. DESCRIÇÃO DO LOCAL 
2.1 Localização Geográfica 
A área estudada situa-se na Barra do Dande, província do Bengo, Angola, inserida na 
Bacia Sedimentar do Kwanza. Esta bacia destaca-se por sua diversidade de formações 
sedimentares e pelo potencial de recursos energéticos, o que a torna uma região estratégica 
para estudos geológicos. A localização permite a observação de fenômenos resultantes da 
interação entre processos sedimentares e tectônicos. 
2.2 Características Geológicas 
A região apresenta rochas sedimentares, com predominância de calcários e outras 
formações associadas ao ambiente de deposição marinha. Durante a aula de campo, foram 
observadas evidências da migração do petróleo e processos que levaram à sua acumulação em 
determinadas estruturas geológicas. 
2.3 Importância do Local para o Estudo 
A Barra do Dande é um local relevante para o estudo da geologia do petróleo, pois 
permite a observação direta de afloramentos que ilustram processos fundamentais, como a 
formação de reservatórios, a existência de rochas selantes e os efeitos do metamorfismo sobre 
rochas carbonáticas.
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3. METODOLOGIA 
Durante a aula de campo, foram realizadas as seguintes atividades: 
 
3.1 Observação Visual: Foram registrados, por meio de fotografias e anotações, os detalhes 
dos afloramentos e exsudações presentes nos pontos de interesse. 
 
3.2 Coleta de Amostras: Amostras de rochas (calcário) foram coletadas, permitindo uma 
avaliação mais precisa da composição e dos processos de alteração. 
 
3.3 Medições e Registro de Coordenadas: Utilizou-se equipamento GPS para a marcação 
exata das localizações dos pontos de parada: 
• 1º Ponto: 8°28'31.7"S 13°22'20.4"E 
• 2º Ponto: 8°23'33.9"S 13°30'32.0"E 
 
 
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1 Observações e Dados Coletados – 1º Ponto de Parada. 
No 1º ponto, com coordenadas 8º28'31.7"S, 13º22'20.4"E, observou-se um afloramento 
composto predominantemente por calcário com presença de argila. 
 
Imagem 1: Afloramento do 1º ponto de paragem, constituído por argila e calcário. 
Fizemos um estudo na bacia do Kwanza na região Norte Vimos que a: 
 
 4.1.1 Rocha é um agregado de 2 ou mais minerais. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS: 
1ª Rochas Magmáticas ou Ígneas; 
2ª Rochas Metamórficas; 
3ª Rochas Sedimentares. 
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4.1.1 Rochas Sedimentares: 
As rochas sedimentares são um dos três principais tipos de rochas (junto com rochas ígneas 
e metamórficas) e são formadas a partir da acumulação, compactação e cimentação de 
sedimentos. 
 
Esses sedimentos podem ser provenientes de fragmentos de outras rochas, restos orgânicos 
ou minerais que se precipitam a partir de soluções aquosas. 
 
• Rochas Sedimentares Detriticas: 
 
Formadas a partir da compactação cimentação de fragmentos de outras rochas ou minerais 
(detritos). 
 
Exemplos: arenito, argilito, conglomerado. 
 
• Rochas Sedimentares Químicas: 
 
Formadas pela precipitação de minerais a partir de soluções aquosas.
Esse processo pode 
ocorrer quando a água evapora ou quando mudanças nas condições químicas levam à formação 
de cristais. 
 
Exemplos: calcário (formado pela precipitação de carbonato de cálcio), halita (sal-gema), 
gipsita. 
 
• Rochas Sedimentares Orgânicas: 
 
Formadas a partir da acumulação de matéria orgânica, como restos de plantas e animais. 
Essas rochas geralmente contêm fósseis . 
 
Exemplos: carvão (formado a partir da decomposição de material vegetal) e algumas 
variedades de calcário que contêm organismos.
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4.1.2 Sístema Petrolífero: 
O sistema petrolífero refere-se ao conjunto de processos e estruturas geológicas que levam 
à formação, migração e acumulação de petróleo e gás natural no subsolo. Esse sistema é 
fundamental para a exploração e produção de hidrocarbonetos. Ele pode ser dividido em várias 
etapas e componentes principais: 
Componentes do Sistema Petrolífero: 
1. Fonte (ou rocha geradora): 
 São as rochas ricas em matéria orgânica, geralmente rochas sedimentares, que se 
transformam em petróleo ou gás natural devido à pressão e temperatura ao longo do tempo. 
Exemplos de rochas fonte incluem xistos ricos em querogênio. 
 
2. Reservatório: 
São as rochas porosas e permeáveis que armazenam o petróleo ou gás acumulado. Essasrochas permitem que os fluidos se acumulem em quantidades significativas. Exemplos incluem 
arenitos e carbonatos. 
 
3. Selante (ou rocha capeadora): 
Uma camada de rocha impermeável que impede a migração do petróleo ou gás para a 
superfície, permitindo que os hidrocarbonetos se acumulem no reservatório. Geralmente, são 
argilitos ou outros tipos de rochas não permeáveis. 
 
4. Migração: 
O processo pelo qual os hidrocarbonetos se movem da rocha fonte para as rochas 
reservatório. Essa migração pode ser primária (movimento inicial dos fluidos) ou secundária 
(movimento após a acumulação).
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5. Armadilhas: 
Estruturas geológicas que criam condições favoráveis para a acumulação de petróleo ou gás, 
formando "piscinas" onde os hidrocarbonetos podem ficar retidos. Exemplos incluem 
estruturas anticlinais ou falhas geológicas. 
 
4.1.3 Fases de Formação de Hidrocarbonetos: 
As fases matura e imatura referem-se aos estágios do processo de geração de 
hidrocarbonetos a partir da matéria orgânica presente nas rochas fonte, principalmente 
durante a formação de petróleo e gás natural. Esses estágios são determinados pela 
temperatura e pressão a que a matéria orgânica é submetida ao longo do tempo. 
• Fase Imatura: É o estágio inicial em que a matéria orgânica ainda não passou por 
transformações significativas para gerar hidrocarbonetos. 
Temperaturas: Geralmente ocorre em temperaturas abaixo de 60 °C. 
Características: A matéria orgânica (querogênio) ainda está se acumulando e não se converteu 
em petróleo ou gás. 
 Os compostos presentes são predominantemente restos de plantas e organismos, que 
podem ser convertidos em hidrocarbonetos, mas ainda não o foram. 
 A rocha fonte pode estar em processo de compactação, mas não atingiu as condições 
necessárias para a geração de hidrocarbonetos. 
• Fase Matura: É o estágio em que a matéria orgânica se transforma efetivamente em 
petróleo ou gás natural devido ao aumento da temperatura e pressão. 
 Temperaturas: Ocorre geralmente entre 60 °C e 120 °C, embora os limites possam variar 
dependendo do tipo de rocha fonte.
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Características: O querogênio começa a se decompor, gerando hidrocarbonetos líquidos 
(petróleo) e gasosos (gás natural). 
 A rocha fonte atinge um nível ideal de maturidade, onde a conversão é maximizada, 
resultando em uma produção significativa de hidrocarbonetos. 
 Durante essa fase, os hidrocarbonetos podem migrar para rochas reservatório se houver 
as condições geológicas adequadas. 
 
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4.2 Observações e Dados Coletados – 2º Ponto de Parada 
No 2º ponto, localizado em 8º23'33.9"S, 13º30'32.0"E, Na segunda paragem 
conseguimos identificar que o sistema petrolífero ficou incompleto e basicamente o petróleo 
ascendeu até a superfície, por isso é que conseguimos notar que o calcário da segunda paragem 
estava mais escuro por causa da presença de hidrocarbonetos.. 
Imagem 2: Afloramento do 2º ponto de paragem, constituído por calcário impregnado com 
betume. 
4.2.1 Anomalias: 
No contexto do sistema petrolífero, uma anomalia refere-se a uma irregularidade ou desvio 
nas características geológicas que pode influenciar a presença e a acumulação de petróleo e gás 
natural em uma determinada área. Essas anomalias podem ser essenciais para a identificação 
de reservas de hidrocarbonetos e estão frequentemente associadas a estruturas geológicas 
específicas que criam condições favoráveis para a formação de depósitos.
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As anomalias no sistema petrolífero podem ser classificadas em anomalias positivas e 
negativas, dependendo de como elas influenciam a presença e a acumulação de 
hidrocarbonetos. 
 
Anomalias Positivas: 
As anomalias positivas são características geológicas que indicam um potencial favorável 
para a acumulação de petróleo ou gás natural. Elas incluem: 
 
1. Estruturas de Armadilha: 
Formações como anticlinais, que criam um espaço onde os hidrocarbonetos podem se 
acumular, são consideradas anomalias positivas. Essas estruturas retêm o petróleo e o gás, 
tornando-as locais ideais para perfuração. 
 
2. Aumento de Porosidade e Permeabilidade: 
Alterações que resultam em maior porosidade e permeabilidade em rochas reservatório são 
vistas como anomalias positivas, pois permitem que os hidrocarbonetos se movam mais 
facilmente e se acumulem. 
 
3. Anomalias Geofísicas: 
Sinais detectados por métodos geofísicos (como reflexões sísmicas) que indicam a presença 
de rochas reservatório com potencial para conter hidrocarbonetos.
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4. Mudanças Estratigráficas Favoráveis: 
Camadas de rochas que apresentam características favoráveis à retenção de 
hidrocarbonetos, como uma camada selante eficaz acima da rocha reservatório. 
 
 Anomalias Negativas: 
As anomalias negativas, por outro lado, são características que podem dificultar ou impedir 
a acumulação de hidrocarbonetos. Elas incluem:
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4.2.2. Falhas e Fraturas: 
 Estruturas que podem permitir a fuga de hidrocarbonetos em vez de sua retenção são 
consideradas anomalias negativas, pois podem levar à dispersão do petróleo ou gás. 
 
1. Perda de Porosidade e Permeabilidade: 
 Alterações que reduzem a capacidade das rochas reservatório de armazenar ou 
transmitir hidrocarbonetos são vistas como anomalias negativas. 
 
2. Estruturas Geológicas Inadequadas: 
 Formações que não criam armadilhas eficazes para a retenção dos hidrocarbonetos, 
resultando na sua migração para áreas não exploráveis. 
 
3. Anomalias Geofísicas Indicativas de Vazio: 
 Sinais que sugerem a presença de áreas sem hidrocarbonetos ou onde os depósitos 
foram removidos ou destruídos.
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4.3 Interpretação dos Resultados 
Os dados coletados ajudaram a concluir que: 
4.3.1 Integralidade do Elementos do Sistema: 
A formação de um reservatório de hidrocarbonetos depende do perfeito sincronismo entre 
rocha geradora, reservatória e selante. A falha na integração desses componentes impede a 
consolidação do sistema. 
 
4.3.3 Influência das Estruturas Geológicas: 
A presença de falhas e anomalias contribui para a migração e eventual acúmulo dos 
hidrocarbonetos, ressaltando o papel das forças tectônicas e erosivas na configuração dos 
afloramentos. 
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5. CONCLUSÃO 
A aula de campo na Barra do Dande permitiu uma observação prática dos processos 
geológicos envolvidos na formação e migração do petróleo. O primeiro afloramento apresentou 
características sedimentares fundamentais para entender a deposição e compactação das 
rochas, enquanto o segundo revelou processos mais avançados de migração e interação entre 
hidrocarbonetos e rochas reservatório. 
O estudo desses afloramentos reforçou a importância da geologia para a indústria 
petrolífera, destacando os fatores que influenciam a formação de reservatórios e os desafios 
para a exploração eficiente dos recursos naturais.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
• FOWLER, G. Sistemas Petrolíferos: Fundamentos e Aplicações. Blucher, 2017. 
• HO, T. & KUMAR, R. Introdução à Geologia: Fundamentos e Métodos. Editora Unesp, 
2015. 
• MARTINS, J. Rochas Sedimentares: Formação e Características. Revista Brasileira de 
Geologia, vol. 32, 2020. 
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7. Anexos 
 
Anexo 1- Imagem do 1º ponto de paragem 
 
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Anexo 2- Imagens do afloramento ( Calcário) do 2º ponto de paragem 
 
 
 
 
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