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TUTORIA P8M1E4 (Roberta Oliveira – T21) 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• Em 2023 no	Brasil, foi o terceiro mais comum em homens (18.020 casos novos) e o quarto 
mais comum em mulheres (14.540 casos novos), sem contar o câncer de pele não melanoma. 
o No Brasil, em 2020, o câncer de pulmão causou 28.618 mortes. 
 
• No mundo, é o primeiro em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. 
 
• O tabagismo está relacionado aos 85% dos casos diagnosticados de CA de pulmão, sendo 
considerado o fator de risco mais importante. 
o A mudança nos padrões sociais de adesão ao tabaco ocasionou a diminuição da 
incidência e, consequentemente, o índice de mortalidade entre 2011 e 2015 nos homens (-
3,8%) e mulheres (-2,3 %) 
 
• 85% dos casos de CA de pulmão são do subtipo das células não pequenas, restando de 10 a 
30% dos diagnósticos para o carcinoma de pulmão de pequenas células (CPPC). 
 
• O CPPC ocorre em apenas 2% dos casos de não tabagistas e é o tipo mais comum entre 
mineradores de urânio, devido à exposição ao radônio radioativo 
 
 
FATORES DE RISCO 
• Tabagismo: A queima do cigarro libera mais de 4.000 substâncias tóxicas, como nicotina, 
monóxido de carbono e diversos carcinógenos. Com isto, o risco aumenta ainda mais em 
relação a dose-resposta, ou seja, quanto maior a carga tabágica, maior o risco. 
Os pacientes que têm uma carga tabágica acima de 20 maços/anos apresentam um alto 
risco para o CA de pulmão. 
Vale lembrar que para a redução do risco leva de 15 a 20 anos após parar de fumar. 
 
o Outros tipos de fumo (charutos e cachimbos) também aumentam o risco, mas em menor 
intensidade, pois não são tragáveis. 
 
o O	fumante	passivo	também	apresenta	riscos,	tanto	quanto	os	ativos 
 
o O gene P53 sofre mutações induzidas por substâncias como o benzopireno, um potente 
mutagênico e carcinogênico presente no cigarro. 
 
• Poluição atmosférica: Isto porque, além de haver no ar carcinógenos de veículos e 
indústrias, a incidência de CA de pulmão em cidades grandes é até 1,9 vezes maior que em 
áreas rurais. 
 
• Exposição ao radônio e asbesto: 
o O radônio é um gás radioativo natural, incolor e sem cheiro, gerado pela decomposição do 
urânio encontrado no solo, rochas e materiais de construção. Quando inalado, ele 
emite partículas alfa, que irradiam o trato respiratório e aumentam o risco de 
carcinogênese, favorecendo o desenvolvimento de câncer de pulmão. Suas fontes mais 
comuns são o solo abaixo das construções e materiais de construção civil. 
 
o Já o asbesto é um mineral fibroso utilizado em produtos como isolamento térmico e 
material de construção. A exposição ao asbesto aumenta significativamente o risco de 
1. IDENTIFICAR OS FATORES DE RISCO E EPIDEMIOLOGIA DO CA DE PULMÃO 
 
TUTORIA P8M1E4 (Roberta Oliveira – T21) 
câncer de pulmão, especialmente quando combinada com o tabagismo, podendo elevar 
esse risco até 50 vezes. Mesmo em não fumantes, a exposição ao asbesto eleva o risco de 
câncer de pulmão em cinco vezes. 
 
 
• Doenças pulmonares: Algumas doenças pulmonares não malignas estão relacionadas à 
maior incidência de câncer do pulmão, especialmente o adenocarcinoma. Entre elas, a mais 
comum é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). 
Pacientes com enOisema pulmonar têm seis vezes mais probabilidade de apresentar 
câncer de pulmão do que os pacientes sem enOisema. 
 
 
 
 
ANATOMIA	
A principal função é oxigenar o sangue (hematose), levando o ar inspirado para perto do sangue 
venoso nos capilares pulmonares. 
 
Os pulmões são separados um do outro pelo mediastino, e cada pulmão possui as seguintes 
partes: 
 
o Ápice: A extremidade superior arredondada do 
pulmão, que se estende acima da costela I até a raiz do 
pescoço. O ápice é coberto pela cúpula da pleura. 
 
o Base: A face inferior côncava do pulmão, oposta ao 
ápice, que acomoda a cúpula do diafragma e se apoia 
nela. 
 
o Lobos: Os pulmões possuem 2 ou 3 lobos, divididos por 
uma ou duas fissuras. 
 
o Faces: Cada pulmão tem 3 faces: costal, mediastinal e 
diafragmática. 
 
o Margens: Cada pulmão tem 3 margens: anterior, 
inferior e posterior. 
 
• Pulmão Direito: 
O pulmão direito é maior, mais pesado, mais curto e mais largo que o esquerdo. Ele possui 
duas fissuras: uma oblíqua e uma horizontal, que dividem o pulmão em três lobos: superior, 
médio e inferior. A cúpula direita do diafragma é mais alta, o que faz o pulmão direito ser mais 
curto e largo. Além disso, o coração e o pericárdio se localizam mais à esquerda, o que 
também influencia na forma do pulmão direito. A margem anterior do pulmão direito é 
relativamente reta. 
 
• Pulmão Esquerdo: 
2. DESCREVER A FISIOPATOLOGIA DO CA DE PULMÃO E SEUS SUBTIDOS (pequena e grande 
células), RELEMBRANDO A ANATOMIA PULMONAR 
 
 
TUTORIA P8M1E4 (Roberta Oliveira – T21) 
O pulmão esquerdo tem uma única fissura oblíqua, que o divide em dois lobos: superior e 
inferior. A margem anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura cardíaca profunda, que 
é uma impressão causada pelo desvio do ápice do coração para o lado esquerdo. Essa impressão 
está na face anteroinferior do lobo superior e molda uma parte do lobo superior em uma 
extensão estreita e linguiforme chamada língula. A língula se estende abaixo da incisura cardíaca 
e se move para dentro e para fora do recesso costomediastinal durante a inspiração e expiração. 
 
• Árvore Traqueobrônquica responsável	por	conduzir ar para dentro e para fora dos 
pulmões 
A traqueia, localizada no mediastino superior, é o tronco da árvore traqueobrônquica. Ela se 
divide no nível do ângulo do esterno em dois brônquios principais, um para cada pulmão, que 
seguem em direção aos hilos pulmonares. 
o O brônquio principal direito é mais largo, curto e vertical, entrando diretamente no 
pulmão direito. 
 
o O brônquio principal esquerdo segue inferiormente ao arco da aorta, sendo mais longo, 
fino e menos verticalizado que o direito. 
 
Traqueia → Brônquios principais → Brônquios lobares → Brônquios segmentares → 
Bronquíolos → Bronquíolos terminais → Bronquíolos respiratórios → Ductos alveolares 
→ Alvéolos 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA envolve a interação de vários fatores que favorecem a transformação das 
células pulmonares normais em células cancerígenas. Esses fatores podem ser resumidos em quatro 
aspectos principais: 
 
TUTORIA P8M1E4 (Roberta Oliveira – T21) 
1) Predisposição genética: a predisposição genética tem um papel importante no 
desenvolvimento do câncer de pulmão. Certos indivíduos possuem alterações genéticas 
hereditárias que tornam as células pulmonares mais suscetíveis a transformações 
malignas quando expostas a agentes carcinogênicos, como a fumaça do cigarro. 
 
2) Exposição a agentes químicos (principalmente o tabaco): o tabaco é o principal fator de 
risco para o câncer de pulmão e atua diretamente sobre as vias respiratórias. A fumaça do 
cigarro, ao ser inalada, causa danos no epitélio respiratório, um tecido ciliado e 
pseudoestratificado que reveste as vias aéreas inferiores. A alta temperatura da fumaça do 
cigarro danifica esse epitélio, especialmente os cílios, e faz com que ele se transforme em 
um epitélio mais resistente, mas menos funcional (epitélio estratificado pavimentoso). 
A continuação dessa agressão pode levar a mutações genéticas e ativação de 
oncogenes, resultando em uma proliferação celular desordenada (displasia) que evolui para uma 
neoplasia. 
 
3) Ativação de proto-oncogenes e inibição de genes supressores de tumor 
a. Proto-oncogenes: durante o processo de carcinogênese, há ativação de proto-
oncogenes, como o KRAS (principalmente em adenocarcinomas). Mutações nesse gene 
ocorrem mais frequentemente em fumantes (30%) do que em não fumantes (5%) e 
estão associadas a um pior prognóstico e resistência a tratamentos com inibidores 
do receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR). 
 
b. Genes supressores de tumor: mutações e inativação de genes supressores de tumor 
como o P53,RB1 e P16 são comuns em ambos os tipos histológicos mais frequentes de 
câncer de pulmão: adenocarcinoma e carcinoma de células escamosas. Esses genes 
normalmente agem para controlar o ciclo celular e prevenir a formação de 
tumores, mas sua perda de função contribui para a proliferação descontrolada das 
células. 
 
4) Presença de proteínas relacionadas ao controle da morte celular 
a. BCL2: a proteína antiapoptótica BCL2 está frequentemente superexpressa em 90% 
dos tumores, impedindo a morte celular programada (apoptose). 
 
b. BAX: em contrapartida, a proteína pró-apoptótica BAX é expressa em baixas 
frequências, o que favorece a sobrevivência das células tumorais. 
 
 
SUBTIPOS DO CÂNCER PULMONAR 
• Carcinoma de pequenas células: 
O carcinoma de pequenas células está fortemente associado ao tabagismo. Embora suas 
características histológicas (estruturais) sejam variadas, esse tipo de câncer compartilha 
várias características moleculares com os carcinomas de células escamosas. 
Entre essas características estão alterações genéticas comuns, como a perda de função 
dos genes TP53 (ocorrendo em 75% a 90% dos casos), RB (quase 100% dos casos) e deleções 
no cromossomo 3p. Também é frequente a amplificação dos genes da família MYC, que 
está envolvida no desenvolvimento tumoral. 
 
• Carcinoma de não pequenas células: 
Os carcinomas de células escamosas, que têm uma forte relação com o fumo, apresentam 
diversas alterações genéticas, muitas delas resultando em deleções cromossômicas nos loci 
 
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(regiões) de genes supressores de tumor. As perdas genéticas mais comuns incluem os 
genes localizados nos cromossomos 3p, 9p (onde está o gene CDKN2A) e 17p (onde está 
o gene TP53). Essas perdas genéticas acontecem bem no início do desenvolvimento do tumor 
e podem ser encontradas até em células normais da mucosa respiratória de fumantes. 
 
o Entre os carcinomas de células escamosas, é muito comum a mutação do gene 
TP53, o que resulta em uma maior expressão da proteína p53. Essa 
superexpressão pode ser um indicativo precoce de câncer e é observada em 10% a 
50% das displasias (alterações celulares) escamosas, além de 60% a 90% dos carcinomas 
de células escamosas in situ (estágio inicial do câncer). A perda da função do gene 
supressor de tumor retinoblastoma (RB) é identificada em 15% dos carcinomas de 
células escamosas por meio de imuno-histoquímica. 
Outro gene importante, o CDKN2A, que codifica a proteína p16, também é 
frequentemente inativado, ocorrendo em 65% dos tumores de células escamosas. 
Além disso, foi recentemente descoberto que muitos desses tumores apresentam 
amplificação do gene FGFR1, que está relacionado ao receptor tirosina-cinase do fator 
de crescimento de fibroblastos. 
 
o O adenocarcinoma, outro tipo de câncer pulmonar, é caracterizado por 
mutações em genes que aumentam a atividade de receptores de fatores de 
crescimento. Embora essas mutações ocorram em apenas uma parte dos tumores, 
elas são responsáveis por uma proporção significativa de casos. Essas mutações 
envolvem genes como EGFR, ALK, ROS, MET e RET, todos relacionados a 
receptores tirosina-cinase. Nos tumores que não têm mutações nesses genes, é 
comum encontrar mutações no gene KRAS, que também faz parte das vias de 
sinalização dos fatores de crescimento. 
 
 
 
 
QUADRO CLÍNICO: 
• Pacientes com crescimento central ou endobrônquico do tumor primário podem 
apresentar: 
a) Tosse 
b) Hemoptise 
c) Sibilos e estridor 
d) Dispneia (podendo ser devida à compressão brônquica extrıńseca ou intraluminal, 
atelectasia, pneumonite obstrutiva, linfangite carcinomatosa, derrame pleural ou derrame 
pericárdico). 
 
• O crescimento periférico do tumor primário pode causar: 
a) Dor devido ao comprometimento pleural ou da parede torácica 
b) Dispneia restritiva (diOiculdade para expandir os pulmões completamente durante a 
respiração) 
c) Sintomas de abscesso pulmonar resultante da cavitação tumoral. 
 
• A disseminação regional do tumor no tórax (por crescimento contíguo ou metástases para 
linfonodos regionais) pode causar: 
3. ELUCIDAR AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E AS VIAS DE METÁSTASE DO CA DE PULMÃO 
 
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a) Obstrução traqueal 
b) Compressão esofágica com disfagia 
c) Paralisia do nervo larıńgeo recorrente com rouquidão 
d) Paralisia do nervo frênico com elevação do hemidiafragma 
e) Dispneia 
f) Paralisia de nervo simpático com sıńdrome de horner (enoftalmia, ptose, miose e anidrose). 
 
• Derrames pleurais malignos podem causar dor, dispneia e tosse 
 
• Além disso, o câncer de pulmão pode se disseminar em direção transbrônquica, induzindo o 
crescimento tumoral ao longo de múltiplas superZícies alveolares, com: 
a) Comprometimento da troca gasosa 
b) InsuOiciência respiratória 
c) Dispneia 
d) Hipoxemia 
e) Produção de escarro. 
 
• Os sintomas constitucionais (comuns	à	várias	doenças) podem incluir: 
a) Anorexia 
b) Perda de peso 
c) Fraqueza 
d) Febre 
e) Sudorese noturna 
 
Além da brevidade da duração dos sintomas, esses parâmetros falham em distinguir 
claramente o CPPC do CPNPC, ou mesmo de neoplasias metastáticas para os pulmões. 
 
• Síndromes Paraneoplásicas (sinais	e	sintomas	causados	pelo	câncer,	mas	que	não	acontecem	
por	causa	do	crescimento	do	tumor	ou	das	metástases): são comuns em pacientes com câncer de 
pulmão, sobretudo aqueles com CPPC, e podem ser o achado à apresentação ou o primeiro 
sinal de recorrência. 
o Mais	hormônio antidiurético (ADH), induzindo hiponatremia (baixa	concentração	de	
sódio) decorrente de secreção inapropriada de ADH. 
 
o Mais	hormônio adrenocorticotróOico (ACTH), produzindo síndrome de Cushing. 
 
o Paratormônio, peptıd́io relacionado ao hormônio da paratireoide, prostaglandina e 
algumas citocinas, todos implicados na hipercalcemia frequentemente observada no 
câncer de pulmão. 
 
o Calcitonina, causando hipocalcemia. 
 
o GonadotroOinas, causando ginecomastia. 
 
o Serotonina e bradicinina, associadas à síndrome carcinoide. 
 
 A incidência de sıńdromes clinicamente signiOicativas relacionadas a esses fatores em 
pacientes com câncer de pulmão varia de 1% a 10%, embora uma proporção muito maior de 
pacientes exiba nıv́eis séricos elevados destes (e outros) peptıd́ios hormonais. 
Qualquer tipo histológico de tumor pode, ocasionalmente, produzir qualquer um 
desses hormônios, porém os tumores que produzem ACTH e ADH predominantemente 
 
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são carcinomas de pequenas células, enquanto aqueles que produzem hipercalcemia na 
maioria das vezes são carcinomas de células escamosas. 
 
 
METÁSTASE: 
Observa-se doença metastática extratorácica à necrópsia em mais de 50% dos pacientes com 
carcinoma escamoso, 80% daqueles com adenocarcinoma e carcinoma de células grandes, e 
mais de 95% dos portadores de CPPC. 
 
Aproximadamente 1/3 dos pacientes apresentam sintomas como resultado de metástases a distância. 
 
O câncer de pulmão pode se espalhar para quase qualquer parte do corpo, formando metástases. 
Os sintomas que o paciente apresenta vão depender de qual órgão foi afetado. 
 
• Os pacientes com metástases cerebrais podem apresentar cefaleia, náuseas e vômitos, 
convulsões ou déOicits neurológicos. 
 
• Os pacientes com metástases ósseas podem apresentar dor, fraturas patológicas ou compressão 
da medula. Esta última também pode ocorrer com metástase epidural. Indivıd́uos com invasão da 
medula óssea podem apresentar citopenias ou leucoeritroblastose. 
 
• Aqueles com metástases hepáticas podem apresentar hepatomegalia, dor no quadrante superior 
direito, anorexia e perda de peso. Disfunção hepática e obstruções biliares são raras. 
 
• São comuns metástases suprarrenais, geralmente não causam sintomas, mas podem afetar a 
produção de hormônios. 
 
 
Esses exames são recomendados principalmente para pessoas com histórico de tabagismo,especialmente se forem mais velhas (acima de 50 anos) e fumaram por um longo período 
RAIO-X DE TÓRAX: Continua sendo uma ferramenta importante para detectar o câncer de pulmão. 
Ele é	muito	eZicaz	para identiZicar tumores localizados nas partes externas do pulmão, é de 
baixo custo e apresenta riscos mínimos. O exame deve ser feito nas posições posteroanterior (PA) 
e de perOil. As imagens podem variar, e qualquer nódulo sem calciZicação deve levantar 
suspeita de câncer de pulmão, especialmente em homens fumantes. No entanto, a presença 
de cálcio na lesão não garante que seja benigna. 
 
TOMOGRAFIA DE TÓRAX: Este exame oferece informações detalhadas sobre o tamanho, a 
localização e a profundidade do tumor, além de avaliar as cadeias ganglionares no 
mediastino. Quando a tomograOia abrange o andar superior do abdômen, também são analisados 
o Zígado e as glândulas suprarrenais, que são áreas comuns para a presença de metástases. 
 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: Atualmente, a ressonância magnética agrega pouco ao que a 
tomograZia computadorizada já fornece, sendo um exame mais caro. Sua principal vantagem é 
a capacidade de distinguir entre estruturas vasculares e sólidas sem o uso de contraste, 
oferecendo maior precisão ao estudar o mediastino. Ela também é eZicaz para identiZicar a 
4. ELENCAR OS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO E RASTREIO DO CA DE PULMÃO 
 
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extensão do tumor nas regiões próximas ao forame mural, além de avaliar invasões na 
parede torácica e no pericárdio. 
 
CITOLOGIA DE ESCARRO: O material para análise deve ser coletado pela manhã e em dias 
consecutivos. Esse exame é mais sensível para detectar tumores centrais. Com a ajuda de um 
citopatologista experiente, é possível identiZicar o tipo histológico de 80% dos casos positivos. A 
diferenciação entre carcinoma de pequenas células e carcinoma não pequenas células é altamente 
conOiável. 
 
BRONCOSCOPIA: Este é o exame deZinitivo para o diagnóstico, pois permite visualizar a lesão 
na traqueia e nos brônquios, além de possibilitar a coleta de material através de lavado 
broncoalveolar, escovado brônquico e biópsias. Em lesões subsegmentares, a escova ou pinça de 
biópsia podem ser guiadas com Oluoroscopia, o que aumenta a precisão do exame. A acurácia do 
exame é alta para tumores centrais, variando entre 55% e 80% para todos os tipos de tumor. 
 
BIÓPSIA POR AGULHA TRANSCUTÂNEA: A Oluoroscopia e a tomograOia computadorizada auxiliam 
este procedimento. Ele apresenta alta acurácia (74% a 96%) quando realizado por proOissionais 
experientes. A sensibilidade depende do médico, do citologista e da escolha da lesão. O risco de 
pneumotórax é de 20% a 35%, mas apenas 5% a 10% dos casos necessitam de drenagem torácica. 
Contraindicações incluem pacientes com alto risco de pneumotórax (diOiculdade de colaborar 
com o exame, tosse incontrolável, lesões centrais) ou de hemorragia (diátese hemorrágica e 
hipertensão pulmonar). 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
1) Campanha "Respire Agosto": Criada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha visa 
aumentar a conscientização sobre o câncer de pulmão, alertando para os riscos dessa doença 
silenciosa e fatal. Agosto é o mês de conscientização, com o objetivo de promover a importância 
da saúde dos pulmões e da prevenção. 
 
2) Fundação do Câncer: A Fundação do Câncer atua no combate ao tabagismo desde sua 
fundação. Ela participa de ações de conscientização, especialmente nas redes sociais, sobre 
os perigos do cigarro. A fundação também colabora com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) 
para desenvolver políticas públicas de controle do tabaco, como a criação de ambientes 
livres de fumo e restrição de propagandas de produtos de tabaco. Além disso, ela apoia o 
aumento de impostos sobre produtos de tabaco e a inclusão de advertências sanitárias 
nas embalagens. 
Ela também oferece capacitação para empresas e municípios implementarem ambientes de 
trabalho livres de tabaco, visando a promoção da saúde e prevenção do câncer 
 
3) O Brasil tem avançado no controle do tabagismo, alinhando-se com a Convenção-Quadro para 
o Controle do Tabaco, tratado internacional de saúde que visa combater a epidemia global do 
tabagismo. 
 
PREVENÇÃO 
• Prevenção Primária foca em evitar que a doença aconteça. Isso é feito principalmente por 
meio da redução do tabagismo e da promoção de ambientes livres de fumo. Políticas 
públicas para controlar o tabagismo incluem: 
5. ENTENDER AS POLÍTICAS E OS MEIOS DE PREVENÇÃO DO CA DE PULMÃO 
 
TUTORIA P8M1E4 (Roberta Oliveira – T21) 
o Proibição de fumar em ambientes fechados. 
o Campanhas de conscientização sobre os riscos do tabaco. 
o Aumento de impostos sobre produtos de tabaco, o que desestimula o consumo. 
o Tratamento para ajudar os fumantes a parar de fumar, incluindo medicamentos e 
programas de apoio. 
Além disso, é importante promover melhorias no ambiente para reduzir a exposição a 
poluentes e produtos químicos. 
• Prevenção Secundária foca na detecção precoce da doença, o que pode aumentar as chances 
de cura. Isso inclui: 
o Triagem para fumantes e ex-fumantes, com exames como a tomografia de baixa 
dose para detectar câncer de pulmão em estágios iniciais. 
o Programas de rastreamento para identificar casos antes que o câncer cause sintomas 
graves. 
 
 
 
PROTOCOLO SPIKES 
Até a década de 1970, muitos médicos preferiam omitir informações dos pacientes com 
prognóstico reservado, acreditando que transmitir más notícias poderia ser desumano e 
prejudicial, especialmente quando não havia perspectivas de tratamento curativo. No entanto, é 
fundamental que a habilidade de comunicar más notícias seja desenvolvida na formação 
médica, pois a medicina não é uma ciência exata. Dois pacientes com o mesmo diagnóstico e 
tratamento podem evoluir de maneiras diferentes, o que torna a comunicação eficaz uma 
prioridade. 
O protocolo SPIKES, desenvolvido em 2000 por médicos norte-americanos, é uma ferramenta 
que orienta a entrega de más notícias a pacientes com câncer. Ele se baseia em seis etapas 
essenciais: avaliar a percepção do paciente, convidá-lo para a conversa, fornecer as informações, 
lidar com as emoções e desenvolver uma estratégia para o futuro. 
O protocolo visa: 
1. Coletar informações dos pacientes. 
2. Transmitir informações médicas de forma clara. 
3. Oferecer suporte emocional. 
4. Incentivar a colaboração no desenvolvimento de um plano terapêutico, mesmo que 
paliativo. 
6. EXPLICAR OS CUIDADOS PALIATIVOS E PROTOCOLO SPIKES 
 
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• Etapa 1 - Setting up (Planejando a conversa) 
Antes de abordar o paciente, é essencial preparar-se mentalmente. Isso envolve revisar o 
plano de comunicação e antecipar as possíveis reações emocionais do paciente. Sentir 
frustração ou responsabilidade é normal, e é útil lembrar que, embora as más notícias sejam 
tristes, elas são cruciais para que o paciente possa planejar o futuro. Além disso, o local da 
conversa deve ser privado e livre de interrupções. A maioria dos pacientes prefere ter um 
familiar presente, e é importante garantir que a conversa aconteça em um ambiente tranquilo. 
 
• Etapa 2 - Perception (Avaliar a percepção do paciente) 
Antes de transmitir o diagnóstico, é importante entender como o paciente compreende a 
situação. Perguntas abertas como “O que você já foi informado sobre sua condição?” ou “Qual é 
a sua percepção do motivo pelo qual fizemos a ressonância magnética?” ajudam a ajustar a 
comunicação e corrigir informações erradas, além de identificar possíveis mecanismos de 
negação da doença. 
 
• Etapa 3 - Invitation (Convidando o paciente) 
Alguns pacientes preferem não saber detalhes sobre seu diagnóstico, e é fundamental 
respeitar essa escolha. Perguntas como “Como você gostaria de receber as informações sobre 
 
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os resultados dos exames?” podem ajudar a alinhar as expectativas do paciente e decidiro 
nível de detalhes que ele deseja ouvir. Caso o paciente não queira saber no momento, 
ofereça a oportunidade de voltar ao assunto mais tarde, ou conversar com um familiar ou 
amigo. 
 
• Etapa 4 - Knowledge (Transmitindo as informações) 
É importante alertar o paciente antes de dar más notícias, o que ajuda a minimizar o 
impacto do choque. Ao fornecer as informações, use uma linguagem simples e evite 
termos técnicos, como substituir "metástases" por "espalhou para outras partes". É 
fundamental que as informações sejam transmitidas em partes pequenas, e que o 
paciente seja encorajado a fazer perguntas. Evite frases como “não podemos fazer mais nada 
por você”, pois o paciente pode ter outros objetivos terapêuticos, como o controle da dor. 
 
• Etapa 5 - Emotions (Lidando com as emoções do paciente) 
A reação emocional do paciente pode variar, desde choque até negação ou raiva. É essencial 
demonstrar empatia, reconhecendo e nomeando as emoções do paciente. Por exemplo, se o 
paciente chorar, o médico pode se aproximar, oferecer um lenço e dizer: “Eu sei que isso não é o 
que você queria ouvir, eu também queria que as notícias fossem melhores.” Essas pequenas 
ações podem ajudar a aliviar a dor emocional e criar um vínculo de confiança. 
 
• Etapa 6 - Strategy and Summary (Estratégia e Resumo) 
É importante garantir que o paciente tenha um plano claro para o futuro, o que reduz a 
ansiedade e a incerteza. Pergunte ao paciente se ele está pronto para discutir as opções 
de tratamento. Ao envolver o paciente nas decisões, você valida suas necessidades e 
desejos, e compartilha a responsabilidade do tratamento. Quando as opções de 
tratamento forem paliativas, é essencial garantir que o paciente compreenda o objetivo 
do manejo, evitando que ele tenha expectativas irrealistas sobre a eficácia do tratamento. 
 
CUIDADOS	PALIATIVOS	
As doenças graves, sejam agudas ou crônicas, com ou sem possibilidade de cura, exigem um 
cuidado abrangente que respeite o sofrimento do paciente e de seus familiares. 
 
Em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu cuidados paliativos como uma 
abordagem focada na qualidade de vida de pacientes e seus entes queridos. Isso é alcançado 
através da avaliação precoce e controle dos sintomas físicos, sociais, emocionais e espirituais, 
em doenças que ameaçam a continuidade da vida. 
Os cuidados paliativos são prestados por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, 
enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos e 
farmacêuticos. Além disso, administrativos, motoristas, capelães, voluntários e cuidadores também 
contribuem, oferecendo apoio fundamental para o paciente e sua família. 
O cuidador principal, muitas vezes um familiar ou amigo próximo, desempenha papel vital, 
desenvolvendo um plano de cuidados baseado nas necessidades do paciente. Ele também 
facilita a comunicação com a equipe de cuidados paliativos e organiza as necessidades de apoio 
domiciliar. 
 
TUTORIA P8M1E4 (Roberta Oliveira – T21) 
Segundo a OMS, as principais doenças que demandam cuidados paliativos incluem doenças 
cardiovasculares (38%), neoplasias (34%), Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC – 10%), 
HIV/AIDS (10%), entre outras. 
• Princípios fundamentais dos cuidados paliativos: 
1. Início precoce: Iniciar os cuidados paliativos o mais cedo possível, junto com os tratamentos 
modificadores da doença. 
2. Valorização da vida: Reafirmar a importância da vida até o fim. 
3. Compreensão da morte: Encarar a morte como um processo natural, sem apressá-la ou 
adiá-la. 
4. Alívio da dor: Garantir o alívio eficaz da dor e outros sintomas desconfortáveis. 
5. Visão integral do paciente: Considerar o paciente em sua totalidade, abordando aspectos 
físicos, psicológicos, sociais e espirituais. 
6. Qualidade de vida: Oferecer o melhor suporte possível, promovendo qualidade de vida até o 
final. 
7. Apoio à família: Envolver e apoiar a família no cuidado durante a doença e no luto após a 
morte. 
 
 
• Reflexão sobre os avanços tecnológicos e os cuidados no fim da vida 
Apesar dos avanços tecnológicos na saúde, em casos de doenças crônicas incuráveis, a reflexão 
sobre o tipo de atendimento adequado para pacientes com expectativa de vida limitada é crucial. 
Decisões sobre cuidados devem ser guiadas pelos Princípios da Bioética, que incluem: 
o Autonomia: Garantir o direito do paciente de participar das decisões sobre seu plano de 
cuidados. 
o Beneficência: Maximizar o bem que pode ser feito ao paciente. 
o Não maleficência: Evitar causar danos. 
o Justiça: Tratar o paciente de forma justa e equitativa. 
 
a) Assistência Hospitalar: No ambiente hospitalar, os cuidados paliativos podem ser oferecidos 
por consultas ambulatoriais ou internações, dependendo do estado do paciente. A internação 
é indicada quando o controle das intercorrências só é possível no hospital, e a equipe 
esclarece que o objetivo é oferecer conforto, não curar a doença. Às vezes, os pacientes são 
internados por falta de estrutura familiar para cuidados em casa. 
 
b) Assistência Domiciliar: Os cuidados paliativos domiciliares são uma alternativa quando o 
paciente não consegue mais sair de casa. O sucesso desse atendimento depende da anuência 
do paciente e da família, e do preparo emocional para lidar com a situação. O plano de 
cuidados orienta a família sobre como cuidar do paciente, proporcionando um ambiente 
familiar e confortável para ele. 
 
 
• Termos desconhecidos 
o Eutanásia: Consiste na morte antecipada, interrompendo a vida de um paciente 
incurável que sofre. No Brasil, é proibida por lei. 
o Distanásia: Trata-se do prolongamento artificial da vida de um paciente incurável, 
gerando sofrimento desnecessário. Embora não seja crime, é eticamente condenada. 
 
 
TUTORIA P8M1E4 (Roberta Oliveira – T21) 
o Ortotanásia: Significa a "morte no tempo certo", buscando um equilíbrio. Quando a cura 
não é mais possível, a abordagem é a administração de cuidados paliativos, 
permitindo que o processo de morte siga seu curso natural.

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