Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exame Físico do Coração Inspeção Palpação Ausculta Inspeção e Palpação Devem ser realizadas simultaneamente (os achados semióticos tornam-se mais significativos dessa forma). Parâmetros a serem analisados - Pesquisa de abaulamento - Análise do ictus cordis - Análise de batimentos/ movimentos - Pesquisa de frêmito cardiovascular Abaulamento Determinado pela dilatação do ventrículo esquerdo (esta câmara constitui a maior parte da face anterior do coração e se encontra em relação direta com a parede do tórax). O abaulamento pode indicar: Aneurisma da Aorta; Cardiomegalia; Derrame Pericárdico; Alterações da Própria Caixa Torácica Como nas crianças a parede é mais flexível, cardiopatias congênitas são as causas mais frequentes de abaulamento. Ictus cordis Ou "Choque de Ponta". Traduz o contato da porção anterior do ventrículo esquerdo com a parede torácica, durante a fase de contração isovolumétrica do ciclo cardíaco. O ictus é percebido em cerca de 25% dos pacientes e o decúbito lateral esquerdo é a melhor posição para observá-lo, pois o coração se aproxima da parede do tórax. (sempre deve-se anotar em qual posição foi observado, pois existe mobilidade do ictus com a mudança de posição). O que deve ser investigado - Localização - Intensidade/ impulsão - Extensão -Ritmo - Mobilidade -Frequência Localização Em mediolíneos, situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal. Sua posição depende do biotipo. Obs: Deslocamento do ictus indica dilatação/hipertrofia do ventrículo esquerdo. O ventrículo direito pouco ou nada repercute sobre o ictus cordis. Extensão Quantas Polpas digitais são necessárias para cobri-lo? Normal: 1 ou 2 polpas digitais Hipertrofia: 3 ou mais polpas digitais. Mobilidade Marca-se a posição do ictus com o paciente em vários decúbitos( laterais, dorsal) e daí observa o quanto se deslocou. Normalmente, desloca-se de 1 a 2 cm. Na sínfise pericárdica não se desloca. Intensidade Repousa-se a palma da mão sobre a região do batimento. Um ictus difuso ( 3 ou mais polpas) indica dilatação e um ictus propulsivo (a mão é levantada a cada contração) indica hipertrofia. Batimentos/Movimentos É possível movimentos e batimentos perceber em outras áreas além do ictus. São: Retração sistólica Durante a sístole, em vez de impulso, Retração. Indica Hipertrofia Direita. Levantamento em massa do precórdio Ou "Impulsão Sistólica".Grande movimento da parede torácica. Hipertrofia do Ventrículo Direito. Choques valvares Bulhas cardíacas Hiperfonéticas. Cliques também quando as bulhas tornam-se Hiperfonéticas. Pulsação Epigástrica Transmissão à parede abdominal das pulsações da aorta. Palpadas em muitas pessoas. Pulsações mais intensas indicam Hipertrofia Ventricular Direita. A palma da mão do examinador deve pressionar a parte superior da região epigástrica. Pulsação Supraeternal Depende das pulsações da crossa da aorta. Pode ser observada em indivíduos normais. Grande intensidade indica hipertensão arteria, aneurisma da aorta ou síndrome hipercinética. Frêmito Cardíaco Sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração e nos vasos. Ao encontrar um frêmito, - Localização três características - Situação no ciclo cardíaco precisam ser investigadas - Intensidade( em cruzes, até ++++) Ausculta A demarcação dos clássicos focos de ausculta não significa que o examinador colocará o receptor do estetoscópio apenas nesses locais. Todo o precórdio e regiões circunvizinhas, incluindo axilar esquerda, mesocárdio, paraesternal direita, dorso e pescoço, precisam ser auscultados. Obs1: Os focos de ausculta não correspondem às localizações anatômicas das valvas que lhes emprestam o nome. 1) Foco Aórtico 2º espaço intercostal direito justaesternal. 2) Foco Mitral 5º espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Corresponde ao ictus cordis ou ápice cardíaco. 3) Foco Pulmonar 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. 4) Foco Tricúspide 4º espaço intercostal esquerdo. Esq. do Apêndice Xifoide. Obs2: No foco pulmonar se tem as condições ideais para análise dos desdobramentos- fisiológico ou patológico- da 2ª bulha pulmonar. Obs3: Muitas vezes, o melhor local para perceber os fenômenos acústico aórticos é o foco aórtico acessório (entre 3º e 4º espaço intercostal esquerdo). Obs4: É indispensável auscultar o coração durante a inspiração profunda, pois assim se obtém intensificação dos sopros de origem tricúspide. Bulhas Cardíacas Ruídos Transitórios, de curta duração, cuja propagação até a superfície do tórax depende do local de origem e intensidade da vibração. As bulhas indicam momentos dentro do ciclo cardíaco. Primeira Bulha (B1) Fechamento das valvas Mitral e Tricúspide. - Início da Sístole Ventricular - B1 coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. - Tem timbre mais grave e duração maior em relação à B2. - "TUM" - Maior intensidade no foco mitral. Segunda Bulha (B2) Fechamento das valvas Aórtica e Pulmonar. - Início da Diástole Ventricular - Ouve-se componente aórtico em toda região precordial. - Ouve-se componente pulmonar no foco pulmonar e borda esternal esquerda. - Timbre mais agudo, soa de maneira mais seca. - "TA". Quando está desdobrada ouve-se "TLA". Obs: Desdobramento Fisiológico da 2ª Bulha Terceira Bulha (B3) Vibrações da parede ventricular distendida pelo sangue durante o enchimento ventricular rápido. - Ruído de baixa frequência ( usa-se campânula para auscultar) - Não audível em todos. Maior frequência em crianças e adultos jovens. - "TU" Quarta Bulha (B4) No fim das diástole ou pré- sístole. Alterações das Bulhas Cardíacas Variações de intensidade do timbre e da tonalidade, os desdobramentos e o mascaramento das bulhas. Alterações da Primeira bulha: Intensidade;Timbre/Tonalidade;desdobramento Intensidade da 1ª Bulha Deve ser avaliada no foco mitral e tricúspide. Diversos fatores influenciam essa intensidade: -Posição das valvas no Início do Fechamento -Níveis de pressão nas câmaras cardíacas -Condições anatômicas das valvas -Força de contração do miocárdio Obs: Na fibrilação atrial, a intensidade da primeira bulha varia de uma sístole para outra. Ora é hiperfonética, ora a intensidade é mediana, ora é fraca. Isso se deve ao variável enchimento dos ventrículos, decorrente das diferenças na duração das diástoles. Outro fator determinante é a capacidade contrátil do miocárdio. Exercício, febre, hipertireoidismo e estenose mitral levam à hiperfonese. Choque cardiogênico, diminui a intensidade de 1ª bulha. Timbre e Tonalidade da 1ºBulha Na estenose mitral,as valvas se tornam rígidas em decorrência da fibrose,e o ruído produzido pelo seu fechamento, além de mais intenso, adquire tonalidade aguda e timbre metálico Desdobramento da 1ª Bulha É percebidoprincipalmente em crianças e jovens devido a um discreto assincronismo (normal) na contração ventricular. Se o desdobramento for amplo, deve-se levantar suspeita de bloqueio de ramo direito (ao retardar contração ventricular direita, atrasa fechamento tricúspide). Ouve-se TLUM-TA-TLUM-TA-TLUM-TA. Obs: Mascaramento da 1ª bulha pode ocorrer quando há sopro sistólico de regurgitação. Alterações da Segunda bulha: Intensidade da 2ª Bulha Deve ser analisada nas áreas aórtica e pulmonar Diversos fatores influenciam essa intensidade -Posição das valvas no Início do Fechamento -Níveis tensionais na circulação sistêmica e pulmonar -Condições anatômicas das valvas A posição das valvas constitui o fator principal. Quanto maior a distância percorrida por elas, mais intenso será o ruído. Valvas calcificadas produzem ruídos de pequena intensidade pelo fato de se movimentarem muito pouco. Ex: Na estenose aórtica calcificada, o componente aórtico da segunda bulha torna-se inaudível. Timbre e Tonalidade da 2º Bulha Quando acontece endurecimento das sigmoides, a bulha adquire caráter seco Desdobramento da 2ª Bulha É estudado na área pulmonar, pois ali se ouvem os componentes aórtico e pulmonar Alterações da Terceira e Quarta bulhas Ritmo e Frequência O passo seguinte ao reconhecimento das bulhas é determinar o ritmo do coração e o número de batimentos por minuto. -Havendo apenas 2 bulhas, chama-se ritmo de 2 tempos ou binário (TUM-TA- TUM-TA-TUM-TA). -3 tempos ou tríplice ( TUM-TA-TU-TUM-TA-TU-TUM-TA-TU). Frequência Conta-se 1 min inteiro. Em adultos, o normal é de 60-100 bpm. Sopros Percepção auditiva, semelhante à obtida quando se deixa sair ar pela boca, que é produzida por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. Quando o fluxo deixa de ser laminar e passa a formar turbilhões, surgem vibrações que originam ruídos denominados sopros. Mecanismos: - Aumento da velocidade da corrente sanguínea - Diminuição da viscosidade sanguínea - Passagem do sangue através de uma zona estreitada - Passagem do sangue para uma zona dilatada - Passagem de sangue para uma membrana de vida livre Parâmetros a serem analisados: - Situação no ciclo cardíaco - Localização - Irradiação - Intensidade - Timbre e Tonalidade - Modificação com a respiração Situação no ciclo cardíaco É a mais importante análise semiológica dos sopros. Os sopros podem ser: sistólicos, diastólicos, sistodiastólicos e contínuos. Se for sistólico ou diastólico, são subclassificados em proto, meso e tele, de acordo com a posição no ciclo cardíaco. Localização Área em que ele é mais audível. No entanto,a localização não tem valor absoluto, pois um sopro no foco mitral pode não se originar da valva mitral por exemplo. Irradiação Desloca-se o estetoscópio em várias direções, a partir do local de maior intensidade do sopro, para determinar sua irradiação. A irradiação depende da intensidade e da direção da corrente sanguínea. Intensidade Sofre influência subjetiva. Escalonada de uma a quatro cruzes (++++) : sopros débeis moderados intensos muito intensos. Timbre e Tonalidade Ou "Qualidade do Sopro". Estão relacionados com a velocidade do fluxo e o tipo de defeito causador do turbilhonamento sanguíneo. Podem ser: Suaves: Sopros Fisiológicos e Funcionais Rudes: Estenose Aórtica e Pulmonar Musicais: Aspirativos: Insuficiência Aórtica (alta frequência) Em jato: Granuloso: Estenose Aórtica Ruflar: Estenose Mitral (baixa frequência, bater das asas de aves) Modificações com a fase da Respiração "Solidariedade funcional entre pulmões e coração." * Manobra de Rivero- Carvalho - Sopros do lado direito aumentam com a inspiração profunda -Sopros do lado esquerdo aumentam com a expiração Durante a inspiração vai mais sangue para as câmara direitas devido a diminuição da pressão intratorácica, que facilita a chegada de mais sangue para este lado. Obs: Sopro Inocente é quando há um sopro, mas ele não traduz alteração estrutural do coração. São sistólicos, de baixa intensidade, suaves, sem irradiação, mais audíveis na região pulmonar e mesocárdica. Obs: Estenoses de qualquer valva e coarctação da aorta provocam sopros de barreira. Insuficiências de qualquer valva provocam sopros de refluxo QUADRO RESUMO Pulsos A dilatação da aorta, após a sístole ventricular, é transmitida para todo o sistema arterial com uma onda de expansão. Essa expansão periódica constitui o pulso arterial, que são batimentos percebidos pelos dedos ao palpar uma artéria superficial. - Radial - Axilar - Femoral - Carotídeo - Braquial - Poplíteo - Cubital - Abdominal - Pedioso - Subclávio - Das A. ilíacas - Tibial Posterior Características: Estado da parede arterial Frequência Ritmo Amplitude Celeridade Plenitude A parede normal não apresente tortuosidades e é facilmente depressível. É possível encontrar uma parede endurecida, irregular e tortuosa (traqueia de passarinho), que é um sinal da vasculopatia arteriosclerose. Não confundir com aterosclerose. No caso da a. radial chama-se Mediosclerose de Monckeberg. Rítmico ou arrítmico Grande amplitude (magnus) : Insuficiência aórtica. Pequena amplitude ( parvus) : Estenose aórtica. Celeridade é a maior ou menor rapidez com que o pulso atinge o máximo de expansão e se retrai. Pulso pode ser medianamente célere, célere ou tardo. Plenitude é o volume do pulso. Cheio; medialmente cheio; vazio OUTRAS ANOTAÇÕES (OBTIDAS EM SALA) 1) Palpação do pulso da aorta torácica Na fúrcula esternal 2) Na fibrilação atrial a frequência cardíaca é maior que a do pulso. 3) Todos os pulsos periféricos devem ter a mesma frequência do coração. 4) A principal causa da turgescência jugular é ________________________ 5) Ictus Cordis pode não ser palpável em virtude de obesidade, genecomastia, derrame pericárdico e enfisema pulmonar. 6) No exame físico do precórdio, o médico deve estar a direita do coração. 7) O turbilhonamento causa sopro e frêmito. Toda vez que tem frêmito, tem sopro;mas o sopro pode aparecer isolado. 8) Nas HA sistêmica e pulmonar é a 2ª Bulha que está aumentada. 9) Sopro de Miguel Couto Sopro da Insuficiência Mitral.
Compartilhar