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1 @allancarrascod | Propedêutica Médica Ausculta Cardiaca Focos ou áreas de ausculta • Vibrações das estruturas cardíacas • Ana Paula Tem Medo: Aórtico = 2° espaço intercostal direito junto ao esterno Pulmonar = 2° espaço intercostal E junto ao esterno Tricúspide = base do apêndice xifoide ligeiramente a esquerda Mitral = ápice, 4° ou 5° espaço intercostal E, cruzando a linha hemiclavicular (corresponde ao ictus cordis) • *Foco aórtico acessório = 3° e 4° espaço intercostal E • Outras áreas do precórdio e adjacentes = base esternal esquer- da, borda externa direita, regiões infra e supraclaviculares, regi- ões laterais do pescoço e região interescapulovertebrais Como são formados os sons cardiovasculares? • Vibrações das estruturas cardíacas • Turbilhonamento de sangue dentro de cavidades ou vasos • Propagam-se até a superfície do corpo • Obedecendo as leis da física (refração, reflexão) Como são caracterizados os sons cardiovasculares? • Intensidade (amplitude) • Frequência (tonalidade) • Qualidade (timbre) • Intensidade (amplitude): Quantidade de energia “Volume” Classificada em + 1-6+ ou 1-4+ • Frequência (tonalidade): Número de vibrações por unidade de tempo Medida em Hertz (ciclos por segundo) Ouvido humano = 20-20.000 Hz Ultrassônicas x infrassônicas não audíveis, mas podem ser palpáveis Tonalidade = percepção auditiva subjetiva Baixa frequência (graves = 30-150Hz) = campanula Alta frequência (agudos) = diafragma • Qualidade (timbre): som gerado é composto por diversas ondas sonoras (harmô- nicas) A composição gera um timbre “Metálico”, “musical”, “aspirativo” Semiotécnica • Lavar as mãos antes e depois de examinar o paciente • Estetoscópio esquentar caso esteja muito gelado • Ambiente de ausculta = silencioso • Posição do paciente e do examinador Posição sentada e/ou inclinação do tórax amplifica sons de valvas semilunares Decúbito lateral esquerdo amplifica sons de valva mitral • Orientação do paciente • Escolha do receptor adequado • Aplicação correta do receptor • Manobras especiais • Localização 5° espaço intercostal E dentro da linha hemiclavicular • Extensão 2 cm (1 ½ polpa digital) • Duração pequena – 1/3 inicial da sístole – amplitude pequena (não eleva o dedo que palpa nem oferece resistência a com- pressão digital) • Mobilidade = desloca-se 2 a 3 cm para esquerda, em decúbito lateral esquerdo Bulhas Cardíacas • Primeira bulha (B1): Fechamento das valvas mitral e tricúspide Componente mitral antecede tricúspide Vibração de seus componentes Coincide com ictus cordis e pulso carotídeo Timbre mais grave Representação – TUM Mais intenso em focos do ápice Fim da diástole ventricular e início da sístole ventricular 2 @allancarrascod | Propedêutica Médica • Segunda bulha (B2): Fechamento das valvas aórtica e pulmonar Ocorrer depois do pequeno silêncio Ser de timbre mais agudo Alta frequência Ressoar de maneira mais seca. Representação – TA Fim da sístole ventricular e início da diástole ventricular Mais intenso em focos da base Desdobrada = ruído corresponde à expressão “TLA”. Grau de desdobramento varia de indivíduo para indivíduo e é observado em quase todas as crianças • Terceira bulha (B3): Vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o en- chimento ventricular rápido Ruido de baixa frequência (usar campanula) Protodiastólico Representação – TU Achado – característico Coração é mais afilado, sangue quando desce desdente o VE Pessoas mais longilíneas B3 de VD é mais audível no ápice cardíaco, em decúbito late- ral esquerdo, sem alteração com a inspiração B3 de VD é mais audível na borda esternal esquerda baixa e aumenta com a inspiração profunda B3 vem imediatamente após o pulso carotídeo Pode não ter significado patológico em crianças e adolescen- tes • Quarta bulha (B4): Ruido débil Telediastólico (pré-sistólico) Ocorre no final da diástole – brusca desaceleração do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro à mas- sa sanguínea existente no interior do ventrículo Algo patológico B4 de VE é a única audível, é mais bem audível no ápice car- díaco, em decúbito lateral esquerdo, sem alteração com a ins- piração B4 coincide com a sístole atrial e é concomitante com a onda ‘a’ do pulso venoso jugular Pode não ter significado patológico em crianças e adolescen- tes Localização dos fenômenos e estetoacústicos • Todos os sons que se escuta com o estetoscópio • Protossístole = terço inicial da sístole • Mesossístole = terço médio da sístole • Telessístole = terço final da sístole • Holossístole • Protodiástole = terço inicial da diástole • Mesodiástole = terço médio da diástole • Telediástole = terço final da diástole. • Holodiástole Ritmo e frequência cardíaca • Duas bulhas = 3 tempos = binário • Terceiro ruído = 3 tempos = ritmo tríplice • TUM-TA-TU_TUM-TA-TU_TUM-TA-TU • Determinar a frequência = contar 1 minuto inteiro. • Arritmias cardíacas • Extrassístoles. • Ritmos Tríplices: Dividem-se em protodiastólicos e présistólicos Ritmo de galope = aplicável ao ritmo tríplice por 3a bulha pa- tológica, lembram o ruído das patas de um cavalo galopando, PA-TA-TA, ou seja, PA-TA-TA-PA-TA-TA–PA-TA-TA. Alterações Das Bulhas Cardíacas • Alterações da 1° bulha cardíaca: Intensidade da 1a bulha cardíaca o Posição dos folhetos das valvas mitral e tricúspide, na contração ventricular = fator principal o Quanto mais baixos estiverem os folhetos, maior será o trajeto a percorrer ao se fecharem e mais intenso será o ruído. o Hiperfonese = taquicardia, hipertireoidismo e contrações prematuras (extrassístoles), estenose mitral, prolapso de valva mitral = espessura torácica reduzida, estados hiperdinâmicos (febre, anemia, exercício) o Hipofonese = miocardite, miocardiopatia, miocardioescle- rose, infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca = obesidade, DPOC, derrame pericárdico, choque cardio- vascular Timbre e tonalidade o Estenose mitral = valvas rígidas em decorrência da fi- brose = ruído do seu fechamento = mais intenso, adquire aguda e timbre metálico Desdobramento: o Discreto assincronismo (normal) na contração dos ven- trículos. o Representados por TLUM-TA–TLUM-TA–TLUM-TA. o Percepção dos 2 componentes (mitral e tricúspide) o 50% dos indivíduos saudáveis (não varia com respiração) o Quando muito amplo, maior a chance de significado pato- lógico o Bloqueio de condução pelo ramo direto (BRD) o Retarda contração ventricular e consequentemente fe- chamento da valva tricúspide • Alterações da 2° bulha cardíaca: Intensidade da 2° bulha cardíaca o Hiperfonese = hipertensão arterial sistêmica ou pulmonar o Hipofonese = estenose aórtica ou pulmonar, hipotensão Timbre e tonalidade o Depende do endurecimento das sigmoides Desdobramento o Buscado na área pulmonar porque ali se ouvem os com- ponentes aórtico e pulmonar. o Percepção dos 2 componentes (aórtico e pulmonar) oMelhor audível em foco pulmonar (percepção melhor do componente pulmonar) o Fisiológico (inspiratório) o Patológico (constante e variável, fixo e paradoxal) o Representação como TUM-TLA–TUM-TLA–TUM-TLA o Desdobramento fixo: Bloqueio do ramo direito do feixe de His = estímulo chegue atrasado ao lado direito em compa-ração ao esquerdo, provocando um assincronismo - echamento da valva pulmonar retardado = maior enchimento ventricular direito na fase da respiração Ocorre na expiração e inspiração Comunicação intrauricular = aumento de fluxo do sangue para o ventrículo direito - sigmoides pulmonares se fecham após as sigmoides aórticas e o com-ponente pulmonar se atrasa @allancarrascod | Propedêutica Médica 3 Grau de desdobramento é o mesmo na espiração e na inspiração = alterações da pressão intratorácica durante a respiração não influem no enchimento do ventrículo direito porque os átrios estão se inter- comunicando o Desdobramento invertido/paradoxal: Durante a expiração Estenose aórtica - desdobramento ocorre na expi- ração porque a contração ventricular está prolon- gada, retardando componente aórtic Bloqueio do ramo esquerdo do feixe de His- estimulo chega primeiro no coração direito se contraindo primeiro e consecutivamente o coração esqerdo se contrai depois onde o componente pulmonar se adianta e o aortico se fecha depois o Desdobramento fisiologico = aumento do volume no coração direito atrasando o componente pulmonar. 4 @allancarrascod | Propedêutica Médica • Alterações da 3° e 4° bulha cardíaca: Em crianças e em adultos jovens, a 3° bulha aparece com frequência sem que sua ocorrência indique qualquer anormali- dade. 3ª bulha patológica = alterações hemodinâmicas ou da própria estrutura da parede ventricular 4ª bulha patológica = lesões estenóticas das valvas semiluna- res (aórtica e pulmonar), a hipertensão arterial, a doença ar- terial coronariana e as miocardiopatias hipertróficas, ou seja, todas as situações em que há diminuição da complacência ventricular. Sopros • Fisiopatologia Alteração do padrão laminar do fluxo sanguíneo Resultando em turbulência Orifícios restritivos (estenoses e insuficiências valvares) Hiperfluxos transvalvares (comunicações entre câmaras car- díacas ou estados hiperdinâmicos) Alterações de lumen vascular (obstruções e dilatações arteri- ais) • Fase do ciclo cardíaco: Sopros sistólicos: o Sopro sistólico de ejeção = após a 1° bulha, intervalo que corresponde à fase de contração isovolumétrica o Sopro sistólico de regurgitação = audível desde o início da sístole; por isso aparece com a 1° bulha o Patologias = Estenose/esclerose aórtica, Estenose pul- monar, Insuficiência mitral, Insuficiência tricúspide, Hiper- fluxo pelas valvas semilunares (exercício, febre, anemia, hipertireoidismo, gravidez, CIA), Inocentes e Comunica- ções intraventriculares Sopros diastólicos.: o Durante a diástole o Classificados = protodiastólicos, mesodiastólicos e teledi- astólicos ou présistólicos. o Patolgoas = Insuficiência aórtica, Insuficiência pulmonar, stenose mitral, Estenose tricúspide, Hiperfluxo pelas val- vas atrioventriculares (CIA, CIV, PCA, insuficiências mi- trais e tricúspide graves) o Sempre patológico Sopros sistodiastólicos ou contínuos.: o Ouvidos durante toda a sístole e a diástole o Sem interrupção o Recobrindo e mascarando a 1° e a 2ª bulha. o Patologias = Persistência do canal arterial, Janela aorto- pulmonar e Fístulas arterio-venosas • Duração Sopro Protossistólico Sopro Mesossistólico Sopro Telessistólico Sopro Holossistólico Sopro Protomesossistólico Sopro Mesotelessistólico Sopro Protodiastólico Sopro Mesodiastólico Sopro Telediastólico Sopro Holodiastólico • Localização Área em que é mais audível Pontos de referência = áreas de ausculta e demais regiões • Irradiação: Desloca-se o receptor do estetoscópio em várias direções para determinar sua irradiação Corrente sanguínea e a intensidade interferem na irradiação Mitral: axilar, dorso Tricúspide: região epigástrica Aórtico: fúrcula, carótida • Intensidade: Fatores que interferem: o Distância da turbulência ao local de ausculta o Velocidade do sangue o Direção do fluxo o Condições encontradas na transmissão até a superfície do tórax (espessura torácica, derrames) 5 @allancarrascod | Propedêutica Médica Classifica-se em 6 graus (+)+ = sopros débeis, audíveis quando se ausculta com atenção e em ambiente silencioso o 1+ = exige muito esforço e concentração, porém detectável, às vezes só com manobras é eviden-ciado o 2+ = identificação sem muito esforço por observador experiente o 3+ = identificação fácil, mas não intenso o 4+ = intenso o 5+ = muito intenso o 6+ = audível sem contato direto do estetoscópio • Timbre: Suave Rude Musical Aspirativo Em jato de vapor Granuloso Piante Espectro de harmônicas, Ruflar. • Tonalidade/frequência: Velocidade do sangue Baixa frequência (graves): 20-200Hz Alta frequência (agudos): > 200Hz • Configuração: Variação da intensidade ao longo do tempo Crescendo = intensidade aumenta progressivamente Decrescendo = intensidade reduz progressivamente Crescendo-decrescendo (em diamante) = intensidade aumenta até um pico e depois reduz Plateau = intensidade constante • Relação com a respiração: Respiração influencia sopros originados nas câmaras direitas Sinal de Rivero-Carvalho Inspiração profunda aumenta o retorno venoso Aumento da intensidade do sopro Expiração Inspiração: Atrito Pericárdico • Ruído provocado pelo roçar de folhetos pericárdicos que perde- ram suas características normais. • Causa mais frequente = pericardite fibrinosa, quando os folhetos desta serosa se tornam espessos e rugosos. • Situação no ciclo cardíaco. Não coincide exatamente com nenhuma das fases do ciclo cardíaco Podendo ser ouvido na sístole quanto na diástole Não mantém relação fixa com as bulhas Às vezes dá a sensação de ser independente dos ruídos pro- duzidos no coração Habitualmente contínuo, com reforço sistólico Algumas condições, restringe-se à sístole. • Localização. entre a ponta do coração e a borda esternal esquerda • Irradiação: não se propaga mesmo quando intenso = área de audibilidade é bastante res- trita. • Intensidade: Varia muito de intensidade e a simples mudança de posição podem alterá-la. • Timbre e tonalidade: extremamente variáveis podendo ter caráter musical ou assemelhar-se a um sopro. comparação = ruído que se obtém ao friccionar-se um couro novo.
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