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Apostila de TGA

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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
 
 
 
TEORIA GERAL 
DA 
ADMINISTRAÇÃO 
(T. G. A.) 
 
 
 
 
 
2 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
Teoria Geral da Administração 
 
1) CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO. 
 Antes de se tratar das teorias da administração torna-se importante saber 
sobre alguns conceitos dentro do universo das organizações, a começar do próprio 
conceito de organizações. 
 
A – ORGANIZAÇÃO: São unidades sociais intencionalmente construídas e 
reconstruídas com o fim de atingir objetivos específicos. Uma organização não 
constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito 
a mudanças continuamente. 
 Neste contexto comenta-se sobre o conceito de empresa que é um tipo de 
organização focada no lucro. E apesar das empresas em geral terem foco no lucro 
elas são distintas, pois cada uma tem suas peculiaridades, suas competências, sua 
cultura e, por isso, elas não são clonadas e cada uma deve ser entendida e 
interpretada. Um conceito importante a se considerar é o de sistema aberto, que tem 
sua origem na Biologia, em vista do estudo dos seres vivos e de sua dependência e 
adaptação ao meio ambiente. Assim podemos relacionar esse conceito com as 
organizações e o ambiente em que ela atua. 
O conceito de sistema, em geral, é constantemente aplicado em toda a 
movimentação que a organização faz seja ela interna ou externa, o que facilita a 
compreensão da dinâmica da mesma. 
 O mundo em que vivemos é uma sociedade composta por organizações. Por 
organização podemos entender: um conjunto de pessoas e recursos, estruturada e 
orientada para alcançar um objetivo (ou conjunto de objetivos) em comum. Portanto 
tudo em nossa volta é composto por organizações. Nessa vida moderna podemos 
dizer que nascemos, crescemos, vivemos (trabalhamos e nos divertimos) e 
morremos dentro de organizações. 
 Neste caso podemos afirmar que as organizações são as mais diversas e 
heterogêneas possíveis, com diferentes tamanhos, características, estrutura e 
objetivos. Podendo afirmar que existem vários tipos de organizações, e só podemos 
definir o tipo de organização de acordo com parâmetros estabelecidos. Existem as 
3 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
organizações lucrativas (chamadas de empresas) e as organizações não lucrativas 
(como exército, igreja, entidades filantrópicas, ONG’s, etc). 
 De acordo com o setor da economia que atuam, as organizações podem ser 
classificadas como: 
 GOVERNO: Sendo o Estado uma entidade jurídica que ordena a vida dos 
cidadãos de uma Nação ou País, ela possui organizações para cumprir suas 
funções de criar leis, arrecadar impostos, educação, segurança, entre outras. 
 EMPRESAS: Organizações com fins lucrativos. Vendem produtos e serviços 
e após pagarem suas despesas, ficam com o dinheiro restante que se chama 
“lucro”. Há empresas de economia mista que são criadas pelo governo mais são 
constituídas de ações que pertencem ao governo e às pessoas também. 
 TERCEIRO SETOR: Organizações de utilidade pública, que tem origem na 
sociedade e não no governo. As ONG’s são os exemplos mais típicos. 
 
 Mas independente de qualquer coisa, todas as organizações tem seus 
componentes: recursos – processos – divisão de trabalho – objetivos. Estes 
recursos são transformados em objetivos. 
A ilustração abaixo traz o esquema de um sistema simples. 
 
Entradas (inputs) Processamento 
(transformação) 
Saídas (outputs) 
 
Feedback 
 
 PROCESSO: É um conjunto ou sequencia de atividades interligadas, com 
começo, meio e fim que utiliza recursos para fornecer produtos e serviços. 
 PRODUÇÃO: Transforma matéria prima em produtos e serviços. 
 ENTREGA: Transforma um pedido em uma entrega de produto. 
 RECURSOS HUMANOS: Transforma a necessidade de mão de obra em 
disponibilização de pessoas, desde sua contratação até seu desligamento. 
 
 Nesse processo de transformação encontramos então outro componente da 
organização que é a divisão de trabalho. A divisão de trabalho existe para dividir 
4 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
pessoas e grupos - em atividades e tarefas especializadas, a fim de superar as 
limitações individuais e otimizar tempo e recursos. 
 Para que os recursos se transformem em produtos e serviços é necessário à 
condução de forma racional das atividades de uma organização. Portanto 
administração trata do planejamento, da direção e do controle das atividades de uma 
organização. Sem a administração as organizações não têm condições de existir e 
de crescer. 
 
B – FUNÇÕES DA ORGANIZAÇÃO: As funções organizacionais são as tarefas 
especializadas que as pessoas e os grupos executam, para que a organização 
consiga realizar seus objetivos. Todas as organizações têm aproximadamente as 
mesmas funções: Produção (operações) – Marketing – Finanças – Recursos 
Humanos – Pesquisa e Desenvolvimento. A coordenação de todas essas funções 
especializadas é o papel da Administração Geral. 
 PRODUÇÃO: O objetivo básico da produção é a transformar insumos para 
fornecer o produto ou serviço aos clientes e usuários. Produção é uma palavra que 
engloba todos os tipos de operações de fornecimento de produto e serviços. 
Os principais tipos de produção são: 
- Produção em massa: É o fornecimento de grande número de produtos e serviços 
idênticos. Ex: celulares, produtos eletroeletrônicos. 
- Produção contínua: É o fornecimento virtualmente ininterrupto de um único 
produto e serviços. Em grande volume e por um longo tempo. Ex: Programas de 
televisão, gasolina, energia elétrica – 01 produto só por longo tempo + sofre 
aperfeiçoamento. 
- Produção unitária ou em pequenos lotes: É o fornecimento de produtos e 
serviços sob encomenda, simples ou complexo. Ex: montagem de navios, 
organização de eventos. 
 
 MARKETING: O objetivo básico do marketing é estabelecer e manter a 
ligação entre a organização e seus clientes e consumidores. 
Suas principais atividades são: 
- Pesquisa: Identificação de interesse, necessidade e tendência do mercado. 
- Desenvolvimento de produtos: Criação do produto e seu nome e preço 
- Distribuição: Cria canais de distribuição e pontos de vendas (através de pesquisa) 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
- Preço: Cria políticas comerciais e estratégia de preço no mercado. 
- Promoção: Comunicação com o público-alvo como propaganda, publicidade, 
promoção. 
- Vendas: Cria transações com o público alvo ( muitas empresas separam essa 
atividade). 
 FINANÇAS: Cuida do dinheiro da organização e tem por objetivo a proteção e 
a utilização eficaz dos recursos financeiros. A função financeira abrange as decisões 
de: 
- Investimento: Avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos. 
- Financiamento: Escolhe alternativa de fontes de recursos. 
- Controle: Acompanha e avalia os resultados financeiros da organização. 
- Destinação dos resultados: Seleciona alternativas para aplicação dos resultados. 
 RECURSOS HUMANOS: A função de recursos humanos ou de gestão de 
pessoas tem como objetivo encontrar, atrair e manter as pessoas de que a 
organização necessita. As atividades vão desde a seleção até o desligamento. 
Outras funções dos Recursos Humanos são: 
-Planejamento de Mão de Obra: Definição da quantidade necessária. 
- Recrutamento e Seleção: Localizar e adquirir pessoas com o perfil necessário. 
- Treinamento e Desenvolvimento: Transformar potencial em competência. 
- Remuneração ou Compensação: Definição e aplicação de mecanismos de 
recompensa. 
- Administração de Pessoal: Rotinas burocráticas como registros, folha de 
pagamento, férias. 
- Pós-emprego: Recolocação no mercado, aposentadoria e outros benefícios a ex-
empregados. 
 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO: O objetivo básico dessa função (P&D) é 
transformar as informações de Marketing, ideias originais e os avanços da ciência 
em produtos e serviços. Pode também identificar e introduzir novas tecnologias nos 
processos produtivos. 
 Na Era de 1914 a 1945, conhecida como a Era Industrial os resultados da 
organização eram voltados exclusivamente para o acionista ou proprietário 
(shareholder), ou seja, a parte interessada na empresa era somente o proprietário. 
Com o passar do tempo, a partir dos anos 80 surge a Era da Informação, na qual os 
resultados da organização são totalmente focados em grupos de interesse 
6 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
envolvidos na organização (stakeholders). A ilustração a seguir retrata essa 
evolução de interesse. 
Era Industrial Era da 
Informação 
 
 
Proprietários 
acionistas 
 Proprietários 
acionistas 
 
 Administradores Governo 
 
Empresa Fornecedores Empresa Clientes 
 
 Comunidades Sociedade 
 Funcionários 
 
Modelo 
Shareholder 
 Modelo 
Stakeholder 
 
 
 
É relevante também que se saiba sobre os níveis existentes em uma 
organização. São eles em ordem de complexidade: estratégico, tático e operacional, 
como mostra a ilustração a seguir. 
 
 
Nível estratégico 
 
 Nível tático 
 
Nível operacional 
 
 
 
 Esses níveis são explicados como: 
 NÍVEL ESTRATÉGICO: É o que consolida a interação entre os aspectos 
internos e ou controláveis e os aspectos externos ou incontroláveis das 
organizações; 
 NÍVEL TÁTICO: É o que trabalho com determinada área de resultado e não 
com toda a organização; 
 NÍVEL OPERACIONAL: É o que formaliza, principalmente através de 
documentos escritos, os processos administrativos estabelecidos para o 
desenvolvimento das organizações. 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
2) ADMINISTRAÇÃO. 
 Vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou 
obediência) – aquele que realiza uma função sobre o comando de outra. É o 
processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e recursos, ou 
seja, é garantir a realização de objetivos por meio da aplicação de recursos. 
 A tarefa da Administração envolve a interpretação de objetivos a fim de 
transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, da 
organização, da direção e controle de todos os esforços realizados, em todas as 
áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos. 
 Administração revela-se nos dias de hoje como uma das áreas do 
conhecimento humanas mais impregnadas de complexidade e de desafios. O 
profissional que utiliza a Administração como meio de vida, pode trabalhar nos 
mais variados níveis de uma organização, desde o nível hierárquico de 
supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização. Cada 
organização tem seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu 
pessoal, seus problemas internos e externos, seu mercado, sua situação 
financeira, sua tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia etc. 
 Na realidade não existem países desenvolvidos ou subdesenvolvidos, mas 
países bem ou mal administrados. (Peter Drucker) 
 Em cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensiona 
recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de 
situações exclusivos daquela organização. 
Os processos da administração são: 
- Planejar; 
- Organizar; 
- Liderar; 
- Dirigir; 
- Controlar. 
 PLANEJAMENTO: Definir objetivos a serem alcançados e os meio para 
alcançar esses objetivos. É a ferramenta para administrar as relações com o futuro. 
São decisões que influenciarão o futuro porque serão ações que serão colocadas no 
futuro. 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
 ORGANIZAÇÃO: É o processo de dispor de recursos em uma estrutura que 
facilite a realização dos objetivos. O processo de organizar significa em dividir os 
recursos em partes coordenadas. O resultado desse processo chama-se de 
estrutura organizacional. 
 LIDERANÇA: É conseguir os resultados através da condução de pessoas. 
Compreende diversas atividades de administração de pessoas como comunicação, 
motivação, trabalho em grupo, etc. Liderança é diferente de chefia. Chefe é um 
símbolo um papel hierárquico inerente à estrutura. O líder pode ser chefe ou não, 
líder é aquele que desperta nas pessoas uma vontade de alcançar um objetivo. 
 DIREÇÃO (EXECUÇÃO): Consiste em dirigir as atividades planejadas por 
meio de aplicação física e intelectual. 
 CONTROLE: Processo que assegura a realização dos objetivos. É a 
comparação das atividades realizadas com as planejadas, para possibilitar as 
realizações dos objetivos. 
 
 Os processos administrativos também são chamados de funções 
administrativas ou funções gerenciais. 
 Teoria Geral da Administração (TGA) é o campo do conhecimento humano 
que se ocupa do estudo da Administração em Geral, ou seja, é o estudo da 
Administração das organizações. 
 A Administração pode ser considerada uma arte, pois envolve habilidades 
que algumas pessoas podem desenvolver muito mais que outras. 
 Em relação à ciência, embora seja uma prática antiga, tem uma história 
recente como corpo organizado de conhecimento. Somente nos dois últimos séculos 
é que se tornou necessário a profissionalização e formação de gerentes para 
aprimorar os processos administrativos. 
 Neste caso surgiram pensadores, livros escolas, teorias, tornando a 
administração em disciplina. Todos somos administradores, quer queira ou não, pois 
nossa vida pessoal depende de tomadas de decisões, de organização, 
planejamento, controle. 
 Quer seja na compra de um imóvel, na decisão das férias, etc. 
 Outras profissões, chamadas de técnicas, possuem conteúdo administrativo 
também, como é o caso da medicina, engenharia. Neste caso muitas profissões tem 
a administração em sua grade curricular. 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
 Todas as Teorias Administrativas surgiram como uma resposta aos 
problemas empresariais mais relevantes de sua época. 
 Todas as Teorias são válidas, embora cada qual valorize uma ou algumas 
das seis variáveis (componentes) básicas da organização: 
- Tarefa; 
- Estrutura; 
- Pessoa; 
- Tecnologia; 
- Ambiente; 
- Competitividade. 
 
2.1) O ADMINISTRADOR E SEU PAPEL. 
 Administrador é o profissional que colocará em prática os processos da 
administração, buscando conseguir através de pessoas e de atividades os objetivos 
determinados pela organização. 
 O Administrador é o profissional que munidos de habilidades e competência 
inerentes ao seu cargo, desenvolverá formas inteligentes e motivadoras de alcance 
dos objetivos sempre buscando a eficiência e a eficácia. 
O papel do administrador é de suma importânciapara a administração, ele 
pode ser um supervisor, um gerente, um diretor ou presidente de uma empresa, pois 
em cada nível ele assume papéis que estejam de acordo com as necessidades de 
administrar. 
Os administradores desenvolvem habilidades conceituais, humanas e 
técnicas, apesar de todas as três habilidades serem relevantes para o desempenho 
dos administradores, sua importância varia de acordo com o nível organizacional 
que esse administrador ocupa. 
Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador 
possa executar eficazmente o processo administrativo: 
 
 
 
10 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
Administração 
superior 
 
HABILIDADES 
CONCEITUAIS 
Gerência 
intermediária 
HABILIDADES 
HUMANAS 
Supervisão de 
primeira linha 
HABILIDADES 
TÉCNICAS 
 
 
 HABILIDADES CONCEITUAIS: Envolvem a complexidade de compreender e 
lidar com a complexidade de toda a organização, entender a necessidade de se 
formular estratégias etc. O administrador superior está ligado em maior parte com 
essas habilidades, pois toma decisões mais complexas e representa o nível mais 
alto da hierarquia. 
 HABILIDADES HUMANAS: Compreendem as pessoas e suas necessidades, 
interesses e atitudes, a capacidade de liderar e trabalhar com pessoas, o que 
normalmente um gerente deve ter independente da sua especialização técnica. 
 HABILIDADES TÉCNICAS: Estão relacionadas com a atividade específica na 
realização das tarefas, que dependem de métodos e equipamentos específicos, por 
exemplo, para a área comercial é necessário habilidade técnica de vendas, como os 
produtos e serviços a oferecer, os preços, os clientes, as negociações etc. 
 
“Habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação e que 
resulta em um desempenho desejado.” 
 
11 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
 
 
 
Há de se ressaltar que em cada uma das faixas que representa o nível 
hierárquico na organização tem necessariamente as três habilidades, porém nas 
proporções devidas. 
Por exemplo, o administrador superior, precisa desenvolver e aplicar em 
maior proporção as habilidades conceituais, mas ele também necessita ter 
habilidades humanas e conhecimento técnico, mesmo que em menor proporção. 
Além das habilidades, os administradores têm competências, que se 
resumem em: conhecimento (saber); habilidade (saber fazer); julgamento (saber 
analisar) e atitude (saber fazer acontecer). 
 
2.1.1) ADMINISTRAÇÃO E SUAS PERSPECTIVAS. 
A tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas através das pessoas, 
seja nas indústrias, no comércio, nas organizações de serviços públicos, nos 
hospitais, nas universidades, nas instituições militares ou em qualquer outra forma 
de empreendimento humano, a eficácia com que as pessoas trabalham em conjunto 
para conseguir objetivos comuns depende principalmente da capacidade daqueles 
que exercem função administrativa. 
Qualquer que seja a posição ou o nível que ocupe o administrador, quando 
tem responsabilidade por subordinados, só pode alcançar resultados através da 
efetiva cooperação dos subordinados. 
12 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
Toda organização precisa ser administrada adequadamente para alcançar os 
seus objetivos com a maior eficiência e economia de ação e de recursos. Devido às 
suas limitações físicas, biológicas e psíquicas, o homem tem necessidade de 
cooperar com outros homens para, em conjunto alcançarem objetivos. 
Ao obter os conceitos básicos sobre organizações e administração é possível 
compreender como se desenvolveram as organizações e os modos como elas foram 
administradas, por isso, a partir de agora o foco deste material acadêmico está 
voltado para as teorias que surgiram na história da administração, começando pela 
Revolução Industrial. 
 O processo administrativo surgiu com a necessidade de criar uma teoria para 
orientar os executivos no processo de administração das organizações, que depois 
da expansão industrial se tornaram maiores e mais complexas. 
 Alguns autores trabalharam no sentido de atender essa necessidade o que 
resultou na concepção do processo administrativo como é estudado na atualidade. 
 Henry Fayol (Engenheiro Francês) que foi o fundador da Teoria Clássica já 
denominou estes processos administrativos em 1911, mas sua tradução para o 
inglês só foi conhecida em 1949, porém suas ideias há muito vinham influenciando 
os estudiosos do processo administrativo. 
 O principal desafio do administrador moderno é utilizar o processo 
administrativo para alcançar os objetivos de uma organização em um cenário de 
concorrência acirrada e mudanças constantes. 
 O ambiente é um campo dinâmico de forças que interagem entre si 
provocando mudanças e influências diretas e indiretas sobre as organizações. 
 O ambiente também é uma fonte de recursos, oportunidades de onde a 
organização extrai insumos necessários para seu funcionamento, mas também é 
uma fonte de restrições, limitações, ameaças e problemas. 
 O ambiente não é mais estável, homogêneo/simples como era no inicio do 
séc. XIX, onde se iniciaram os estudos sobre a administração e o administrador. 
Agora o ambiente totalmente instável, heterogêneo e globalizado exige do 
administrador que ele interprete a interação do ambiente com sua organização e 
transforme essa interação numa relação benéfica o suficiente para atingir os 
objetivos da organização. 
 O ambiente em constante mudança exige das organizações adaptações a 
essas mudanças, ou seja, as organizações realizam mudanças constantes na: 
13 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
- Cultura/Pessoas; 
- Tecnologia; 
- Estrutura; 
- Produtos e Serviços. 
 Portanto o grande desafio do administrador moderno é conduzir, gerir as 
atividades de mudança dentro da organização, ou seja, atuando como um agente de 
mudanças. 
 O agente de mudança não só atua na condução da mudança como também 
na superação das resistências às mudanças: 
 INDIVIDUAIS: Características humanas: hábitos de respostas programadas, 
medo do desconhecido, ameaça à segurança. 
 ORGANIZACIONAIS: Inércia estrutural, foco limitado de mudança (mesmo 
que seja focado em algumas áreas). 
 MICROAMBIENTE: Aspectos internos: fornecedores, empregados, 
prestadores de serviço (agencias de propaganda, transporte), filiais, etc. 
 MACROAMBIENTE: Aspectos externos: população em geral, mudanças 
culturais, políticas, econômicas, tecnológicas. 
 
2.1.2) CONTEÚDO E OBJETIVO DE ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO. 
A Teoria Geral da Administração começou com o que se chama de “ênfase 
nas tarefas" (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), com a Adminis-
tração Científica de Taylor. A preocupação básica passou para a “ênfase na 
estrutura" com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia de Weber, 
seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista. A reação humanística surgiu com a 
“ênfase nas pessoas", por meio da Teoria das Relações Humanas, mais tarde 
desenvolvida pela Teoria Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento 
Organizacional. A "ênfase no ambiente" surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo 
completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a 
"ênfase na tecnologia". No século XXI surge a teoria da Competitividade, capaz de 
levar a empresa ao sucesso e desenvolvimento permanente. Cadauma dessas seis 
variáveis – tarefas, estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia e competitividade 
provocaram há seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um 
gradativo passo no desenvolvimento da TGA. 
14 
Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
 
ÊNFASE TEORIAS ADMINISTRATIVAS PRINCIPAIS ENFOQUES 
Tarefas Administração Científica – 1903 Racionalização do trabalho no nível operacional. 
 Teoria Clássica - 1916 
Teoria Neoclássica - 1954 
Organização formal. 
Princípios gerais da Administração. 
Funções do administrador. 
Estrutura Teoria da Burocracia – 1909 Organização formal burocrática. 
Racionalidade organizacional 
 Teoria Estruturalista – 1947 Múltipla abordagem: 
-Organização formal e informal. 
-Análise intra-organizacional e análise interorganizacional. 
 Teoria das Relações Humanas – 
1932 
Organização informal. 
Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo. 
Pessoas Teoria do Comportamento 
Organizacional – 1957 
Estilos de Administração. 
Teoria das decisões. 
Integração dos objetivos organizacionais e individuais. 
 Teoria do Desenvolvimento 
Organizacional – 1962 
Mudança organizacional planejada. 
Abordagem de sistema aberto 
Ambiente Teoria Estruturalista – 1947 Análise intra-organizacional e análise ambiental. 
Abordagem de sistema aberto. 
Teoria da Contingência – 1972 Análise ambiental (imperativo ambiental) 
Abordagem de sistema aberto. 
Tecnologia Teoria da Contingência – 1972 Administração da tecnologia (imperativo tecnológico) 
Competitividade Novas Abordagens da 
Administração - 1990 
Caos e Complexidade. Aprendizagem Organizacional – 
capital intelectual 
 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
 
 
2.2) A TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO. 
Todas as teorias administrativas apresentadas são válidas, embora cada qual 
valorize apenas uma ou algumas das seis variáveis básicas. Na realidade, cada 
teoria administrativa surgiu como uma resposta aos problemas empresariais mais 
relevantes de sua época. 
E, neste caso todas elas foram bem-sucedidas ao apresentarem soluções 
especificas para tais problemas. 
De certo modo, todas as teorias administrativas são aplicáveis às situações 
de hoje. E o administrador precisa conhecê-las bem para ter à sua disposição um 
naipe de alternativas interessantes para cada situação. 
O estado atual da TGA é bastante complexo: ela permite uma variedade 
enorme de abordagens a respeito de seu objeto de estudo e engloba um enorme 
leque de variáveis que devem ser levadas em consideração. 
Hoje em dia, a TGA estuda a Administração das empresas e demais tipos de 
organizações do ponto de vista da interação e interdependência entre as seis 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
variáveis principais, cada qual objeto específico de estudo por parte de uma ou mais 
correntes da teoria administrativa. 
As seis variáveis básicas, tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e 
competitividade, constituem os principais componentes no estudo da Administração 
das empresas. 
O comportamento desses componentes é sistêmico e complexo: Cada qual 
influencia e é influenciado pelos outros componentes. Modificações em um 
provocam modificações em maior ou menor grau nos demais. 
O comportamento do conjunto desses componentes e, diferente da soma dos 
comportamentos de cada componente considerado isoladamente. 
Na realidade, a adequação entre essas seis variáveis constitui o principal 
desafio da administração. No nível de uma subunidade especializada (por exemplo, 
um departamento, uma divisão, uma seção), algumas dessas variáveis podem 
assumir papel preponderante. 
Devido à crescente importância da Administração e devido aos novos e 
complexos desafios com que ela se defronta, os autores e pesquisadores têm se 
concentrado em algumas partes ou em algumas variáveis isoladas do enorme 
contexto de variáveis que intervêm cada qual com sua natureza, seu impacto, sua 
duração, sua importância etc. Na estrutura e no comportamento das organizações 
que dificultam enormemente sua visão global. 
Na medida em que a Administração se defronta com novos desafios e novas 
situações que se desenvolvem com o decorrer do tempo, as doutrinas e teorias 
administrativas precisam adaptar suas abordagens ou modificá-las completamente 
para continuarem úteis e aplicáveis. Isto explica, em parte, os gradativos passos da 
TGA no decorrer do século XX e no início deste século. 
 
 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
 
 
2.2.1) A ADMINISTRAÇÃO NA SOCIEDADE MODERNA. 
A Administração é um fenômeno universal no mundo moderno. Cada 
organização e cada empresa requerem a tomada de decisões, a coordenação de 
múltiplas atividades, a condução de pessoas, a avaliação do desempenho dirigido a 
objetivos previamente determinados, a obtenção e alocação de diferentes recursos 
etc. 
Numerosas atividades administrativas desempenhadas por diversos 
administradores, voltadas para tipos específicos de áreas e de problemas, precisam 
ser realizadas em cada organização ou empresa. Cada empresa necessita não de 
um administrador apenas, mas de uma equipe de administradores em vários níveis e 
nas várias áreas e funções, para levar adiante as diversas especialidades dentro de 
um conjunto integrado e harmonioso de esforços em direção aos objetivos da 
empresa. 
Como o administrador não é o executor, mas o responsável pelo trabalho dos 
outros, ele não pode dar-se o luxo de errar ou de arriscar seus subordinados pelo 
caminho menos indicado. 
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Teoria Geral da Administração Professor Alessandre Silva 
 
Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
O administrador é um profissional cuja formação é extremamente ampla e 
variada: 
Precisa conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, 
Psicologia, Estatística etc.). Precisa lidar com pessoas que lhe são subordinadas ou 
que estão no mesmo nível ou acima dele. 
Precisa estar atento aos eventos passados e presentes, bem como às 
previsões futuras, pois o seu horizonte deve ser mais amplo, já que ele é o 
responsável pela direção de outras pessoas que seguem as suas ordens e 
orientação. 
Precisa lidar com eventos internos e externos e precisa ver mais longe que os 
outros, pois deve estar ligado aos objetivos que a empresa pretende alcançar 
através da atividade conjunta de todos. 
Administração tornou-se tão importante quanto o próprio trabalho a ser 
executado, conforme este foi especializando-se e a escala de operações cresceu 
assustadoramente. 
Administração não é um fim e sim um meio de fazer com que as coisas sejam 
realizadas da melhor forma possível, com o menor custo e com a maior eficiência e 
eficácia. 
 
2.2.2) AS PRINCIPAIS TEORIAS QUE INFLUENCIAM O ATUAL 
PROCESSO ADMINISTRATIVO. 
No futuro próximo, o mundo verá o fim da forma organizacional e o 
surgimento de novos sistemas mais adequados às demandas da pós-
industrialização. 
Essa previsão baseia-se no princípio evolucionário de que cada época 
desenvolve uma forma organizacional apropriada às suas características. 
O administrador defrontar-se-á com problemas cada vez mais diferentes e 
mais complexos do que os anteriores, e sua atenção será disputada por eventos e 
por grupos situados dentro e fora da empresa que proporcionarão dificuldadesao 
seu diagnóstico perceptivo e sua visão dos problemas a resolver ou das situações a 
enfrentar. 
 
 
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2.3) ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO. 
Ao longo da história da humanidade, a Administração se desenvolveu de 
forma muito lenta. Somente a partir do século XX é que a Administração começa a 
ganhar seu espaço de forma notável. No final do século XIX, a sociedade era 
completamente diferente. 
Haviam poucas organizações e de pequenos portes, sendo que 
predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, 
profissionais autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta 
própria), o lavrador, o armazém da esquina etc. 
O trabalho sempre existiu na história da humanidade, mas a história das 
organizações e da sua administração é um capitulo que teve o seu inicio há muito 
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pouco tempo. Atualmente a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma 
sociedade pluralista de organizações, na qual a maior parte das obrigações 
(produção de bens ou serviços) é confiada a organizações (indústrias, 
universidades, hospitais, comércio, serviços públicos), dentre outras, que são 
administradas com o objetivo de se tornarem mais eficazes. 
 
2.3.1) INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS. 
Ao longo dos séculos que vão da Antiguidade até o início da Idade Moderna, 
a Filosofia concentrou-se em preocupações distanciadas dos problemas 
administrativos. Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês e fundador da 
Lógica Moderna baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupação 
prática de se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou 
acessório. Bacon antecipou-se ao princípio administrativo da "prevalência do 
principal sobre o acessório". 
O maior expoente da época foi René Descartes (1596-1650). Filósofo, 
matemático e físico francês, é o fundador da Filosofia Moderna. Criou as 
coordenadas cartesianas e deu impulso à Matemática e Geometria da época. Na 
Filosofia, celebrizou-se pelo livro O Discurso do Método, no qual descreve seu 
método filosófico denominado "método cartesiano", cujos princípios são: 
1 – PRINCÍPIO DA DÚVIDA SISTEMÁTICA OU DA EVIDÊNCIA: Consiste em não 
aceitar como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência - clara 
e distintamente – aquilo que é realmente verdadeiro. Com a dúvida sistemática 
evita-se a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo aquilo que 
seja evidentemente certo. 
2 – PRINCÍPIO DA ANÁLISE OU DE DECOMPOSIÇÃO: Consiste em dividir e 
decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e 
necessárias à sua solução, a fim de resolver cada uma separadamente. 
3 – PRINCÍPIO DA SÍNTESE OU DA COMPOSIÇÃO: Consiste em conduzir 
ordenadamente os pensamentos e o raciocínio, começando pelos objetivos e 
assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passar gradualmente aos mais 
difíceis. 
4 – PRINCÍPIO DA ENUMERAÇÃO OU DA VERIFICAÇÃO: Consiste em fazer 
verificações e revisões em tudo, para que nada seja omitido ou deixado de lado. 
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Vários princípios da Administração, como os da divisão do trabalho, da ordem 
e do controle, são decorrências dos princípios cartesianos. Com a Filosofia 
Moderna, a Administração deixa de receber contribuições e influências, pois o 
campo de estudo filosófico se afasta dos problemas organizacionais. 
 
2.3.2) INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. 
Ao longo dos séculos, as normas administrativas e os princípios de 
organização pública foram aos poucos se transferindo das instituições dos Estados 
(como era o caso de Atenas, Roma etc.) para as instituições da Igreja Católica e 
organizações militares. Isso porque a unidade de propósitos e objetivos - princípios 
fundamentais na organização eclesiástica e militar - nem sempre é encontrada na 
ação política dos Estados, movida por objetivos contraditórios de cada partido, 
dirigente ou classe social. 
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica estruturou a sua organização com 
uma hierarquia de autoridade; um estado-maior e a coordenação funcional para 
assegurar integração. A organização hierárquica da Igreja é tão simples e eficiente 
que a sua enorme organização mundial pode operar sob o comando de uma só 
cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe dado por uma 
autoridade divina superior. A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo 
para muitas organizações que incorporaram seus princípios e normas 
administrativas. 
 
2.3.3) INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO MILITAR. 
A organização militar influenciou as teorias da Administração ao longo do 
tempo. A organização linear tem suas origens na organização militar dos exércitos 
da Antiguidade e da época medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual 
cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo central das organizações 
militares. A hierarquia, ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o 
grau de autoridade - provém da organização militar. 
Com o passar dos tempos, na medida em que o volume de operações 
militares aumenta, cresce; também a necessidade de delegar autoridade para os 
níveis mais baixos da organização militar. Ainda na época de Napoleão (1769-1821), 
cada general supervisionava a totalidade do campo de batalha. As guerras de maior 
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alcance e de âmbito continental exigiram novos princípios de organização 
conduzindo a um planejamento e controle centralizados em paralelo com operações 
descentralizadas, ou seja, passou-se à centralização do comando e à 
descentralização da execução. Para aumentar a eficiência dos exércitos, criou-se 
um estado-maior para assessorar o comando militar. Os oficiais de assessoria 
trabalhavam independentemente, numa separação entre planejamento e execução 
das operações de guerra. Oficiais formados no estado-maior eram transferidos para 
posições de comando e novamente para o estado-maior, o que assegurava 
experiência e vivência nas funções de gabinete, de campo e novamente de 
gabinete. 
Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, por meio do 
qual todo soldado deve saber o que se espera dele e o que ele deve fazer. Mesmo 
Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem 
explicar o seu objetivo e certificar-se de que a haviam compreendido, pois estava 
convencido de que a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente de 
qualquer coisa. 
 
2.3.4) INFLUÊNCIA DOS ECONOMISTAS LIBERAIS. 
As ideias básicas dos economistas clássicos liberais constituem os princípios 
básicos do pensamento administrativo de nossos dias. Adam Smith (1723-1790) é o 
fundador da economia clássica, cuja ideia central é a competição. Os mercados 
onde vigora a competição funcionam espontaneamente, de modo a garantir (por 
algum mecanismo abstrato que Smith chamava de a mão invisível que governa o 
mercado) a alocação dos recursos e da produção, sem que haja excesso de lucros. 
Por essa razão, o único papel econômico do governo é a intervenção na economia 
quando o mercado deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando 
não ocorre competição livre. Em seu livro A Riqueza das Nações, publicado em 
1776,Adam Smith apregoa que a origem da riqueza das nações reside na divisão 
do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e 
movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam desenvolver como a base 
fundamental da Administração Cientifica. 
O liberalismo econômico corresponde ao período de desenvolvimento da 
economia capitalista baseada no individualismo e no jogo das leis econômicas 
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naturais e na livre concorrência. No final do século XIX, o liberalismo econômico 
começou a perder sua influência na medida em que o capitalismo cresceu com o 
surgimento de grandes grupos econômicos. O novo capitalismo se inicia com a 
produção em larga escala o surgimento de novas e mais modernas máquinas e de 
mão de obra, criando situações problemáticas de organização de trabalho, de 
concorrência econômica, de padrão de vida etc. 
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), criadores do 
socialismo cientifico e do materialismo histórico, publicam o manifesto comunista em 
1848. Aqui eles discutem os diversos regimes econômicos e sociais e a sociedade 
capitalista, concluindo que a luta de classes é o motor da história. Marx, em 1867 
publica O Capital e mais adiante sua teoria a respeito da “mais valia, ou trabalho não 
pago, de onde são tirados os lucros dos capitalistas” com base na teoria do valor-
trabalho. 
No início do século XX, o socialismo e o sindicalismo passam a obrigar o 
capitalismo a procurar o aperfeiçoamento de todos os fatores de produção 
envolvidos e na sua adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercida pelas 
exigências proletárias, observa-se a redução das injustiças e mais acelerado se 
configura o processo de desenvolvimento da tecnologia. Dentro dessa situação, 
surgem os primeiros esforços nas empresas capitalistas para a implantação de 
métodos e processos de racionalização do trabalho. 
 
2.3.5) INFLUÊNCIA DOS PIONEIROS E EMPREENDEDORES. 
O século XIX assistiu a um monumental desfile de inovações e mudanças no 
cenário empresarial. O mundo estava mudando. E as empresas também. As 
condições para o aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando 
gradativamente. 
Nos Estados Unidos, por volta de 1820, o empreendimento empresarial 
privado de maior vulto era às estradas de ferro, que constituíram um poderoso 
núcleo de investimentos e de uma nova classe de investidores. Foi a partir das 
estradas de ferro que as ações de investimento e o ramo de seguros se tornaram 
populares. As ferrovias permitiram o desenvolvimento do território e provocando sua 
rápida urbanização que criou novas necessidades de habitação, alimentação, roupa, 
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luz e aquecimento, o que se traduziu em um rápido crescimento das empresas 
voltadas para o consumo direto. 
Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa 
definida. Poucas empresas exigiam serviços de um administrador - ou coisa 
parecida - em tempo integral, pois eram muito pequenas. Em geral, eram negócios 
de família, em que dois ou três parentes cuidavam das atividades principais. As 
empresas da época - agropecuárias, mineradoras, indústrias têxteis, estradas de 
ferro, construtoras, a caça e o comércio de peles, os incipientes bancos - faziam 
parte de um contexto predominantemente rural, que não conhecia a administração. 
O presidente era tesoureiro, comprador ou o vendedor e atendia aos agentes 
comissionados. Se o negócio prosperava, os agentes se tornavam sócios da firma, o 
que permitia integrar produção e distribuição. 
Nesse período começam a surgir os grandes conglomerados. Os "criadores 
de impérios" passaram a comprar seus concorrentes mais próximos, seus 
fornecedores ou distribuidores com a finalidade de garantir seus interesses. 
Juntamente com as empresas e instalações vinham também os antigos donos e 
respectivos empregados. 
Surgiram os primitivos impérios industriais, aglomerados de empresas que se 
tornaram grandes demais para serem dirigidos pelos pequenos grupos familiares. 
Os empresários preferiam ampliar a produção a organizar uma rede de distribuição e 
vendas. Os grandes grupos de produção, ainda eram administrados de forma 
amadora sem técnica científica adequada. 
Procurava-se maior eficiência na produção, compras, distribuição e vendas. 
Os meios de reduzir custos diminuíram, as margens de lucro baixaram, o mercado 
foi-se tornando saturado e as empresas começam a procurar novos mercados por 
meio da diversificação de produtos. A velha estrutura funcional começou a emperrar. 
Os grandes empresários como John Rockefeller (1839-1937) fundou a 
Standart Oil, em 1890 Carnegie funda a Truste do aço, Swift e Armour tornam-se 
trustes de conservas, Westinghouse, Daimler e Benz, Henry Ford, e outros - não 
tinham condições de sistematizar seus vastos negócios com eficiência, pois eram 
empreendedores e não organizadores. A organização era um desafio mais difícil do 
que a criação dessas empresas. A grandiosidade dos recursos que conseguiram 
reunir complicava as coisas. O final do século XIX revelou o crescimento dos 
impérios corporativos e a expansão da indústria. A preocupação dominante se 
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deslocou para os riscos do crescimento sem uma organização adequada. Entre 
1860 a 1900 ocorre a "idade heroica das invenções”, que provocou um grande 
desenvolvimento tecnológico. O primeiro laboratório de pesquisas surgiu com a 
síntese da aspirina realizada por Adolfvon Bayer (1835-1917) em 1899. O sucesso 
mundial da aspirina convenceu a indústria química da necessidade da pesquisa e o 
da tecnologia. 
Na virada do século XIX para o século XX grandes corporações sucumbiram 
financeiramente. Dirigir grandes empresas não era apenas uma questão de 
habilidade pessoal como muitos empreendedores pensavam. Estavam criadas as 
condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna. 
 
3) REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. 
 A Revolução Industrial ocorreu no final do século XVIII na Inglaterra e é 
considerada por grande parte dos autores de administração, o ponto de partida para 
a formação das empresas e os seus estudos em torno delas. 
 “A Revolução Industrial anunciou uma nova era para a civilização”, pois além 
de substituir o sistema doméstico e artesanal da época que antecedeu a Revolução 
Industrial, também iniciou a constituição de organizações formais, que suscitaram o 
interesse de muitos estudiosos quanto ao seu funcionamento. 
 
TENDÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Substituição do artesão pelo operário especializado 
Invenção das fábricas 
Surgimento dos sindicatos 
Crescimento das cidades originando necessidades de administração pública 
Administração consolida-se como área do conhecimento 
 
A invenção da máquina a vapor foi um acontecimento central para justificar a 
Revolução Industrial, pois, os métodos de produção primários tinham escala de 
produção pequena - o mercado se tornava limitado e era dependente de uma grande 
quantidade de mão de obra. 
Com a máquina a vapor, o trabalho se tornou menos centralizado na mão de 
obra e houve abertura de maiores possibilidades no aumento de escala de 
produção. 
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Interessante Saber! 
Foi tarefa de James Watt desenvolver a primeiramáquina a vapor viável em 
1765. Ele tinha por ofício criar instrumentos científicos e aperfeiçoar o trabalho 
inicial dos outros. 
 
Apesar de a Revolução Industrial ter sido uma mudança merecida para a 
época, surgiram algumas críticas e dificuldades, como: 
 DISTRIBUIÇÃO DO PODER: Com a Revolução, o capitalismo ganhou força e 
o dono do dinheiro tinha poder sobre as pessoas e até sobre o Estado. 
 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: No sistema capitalista, o trabalhador gere mais 
dinheiro do que recebe. 
 MÃO DE OBRA: A força de trabalho existente era, em grande parte, 
constituída por trabalhadores rurais não qualificados para indústria. 
 PROBLEMAS PESSOAIS: As pessoas eram muito enraizadas nos hábitos 
rurais e eram resistentes a essas mudanças drásticas de ambiente de trabalho. 
 
Fica evidente que foi a partir deste fato que a história das organizações se 
iniciou, principalmente pela constituição das fábricas e formalização das empresas. 
Com a invenção da máquina a vapor e a sua aplicação à produção, surgiu uma nova 
concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial 
da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política 
e social. Num lapso de um século, às mudanças ocorridas foram maiores que em 
todo o milênio anterior. É a chamada Revolução Industrial, que passou por duas 
épocas distintas: 
 
1780 a 1860: Revolução Industrial ou Revolução do Carvão e do Ferro. 
A 1a. Revolução Industrial apresenta quatro fases distintas: 
1a. FASE: Mecanização da indústria e da agricultura, com o aparecimento da 
máquina de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico e do descaroçador de algodão, 
que substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do 
animal ou da roda de água. 
2a. FASE: Aplicação da força motriz à indústria. As máquinas a vapor transformam 
as antigas oficinas em fábricas. 
 
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3a. FASE: Desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina 
patronal desaparecem para ceder lugar ao operário e às fábricas e usinas baseadas 
na divisão do trabalho. Surgem as indústrias em detrimento da atividade rural. A 
migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das 
fábricas provoca a urbanização. 
4a. FASE: Espetacular crescimento dos transportes e das comunicações. A 
navegação a vapor, os locomotivos a vapor e novos meios de transporte e de 
comunicação apareceram com surpreendente, rapidez. O telégrafo elétrico, o selo 
postal e o telefone impelem os fortes desenvolvimentos econômicos, sociais, 
tecnológicos e industriais e as profundas transformações e mudanças que 
ocorreriam com uma velocidade maior. 
 
1860 a 1914: Revolução Industrial ou do Aço e da Eletricidade. 
A 2a. Revolução Industrial começa por volta de 1860, provocada por três 
acontecimentos importantes: o novo processo de fabricação do aço (1856); o 
aperfeiçoamento do dínamo (1873) e a invenção do motor de combustão interna 
(1873). As características da 2a Revolução Industrial são as seguintes: 
1 – Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico; 
2 – Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de 
energia; 
3 – Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhador; 
4 – Crescente domínio da indústria pela ciência; 
5 – Transformação radical nos transporte e comunicações. As vias férreas são 
ampliadas. Em 1880, Daimler e Benz constroem automóveis artesanais na 
Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção 
do seu modelo "T" em 1908. Em 1906, Santos Dumont faz a primeira experiência 
com o avião; 
6 – Surgem novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios solidários 
que tomavam parte ativa na direção dos negócios deram lugar ao chamado 
capitalismo financeiro; 
7 – Expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental e o Extremo 
Oriente. 
 
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Da calma produção do artesanato, onde todos se conheciam, passou-se 
rapidamente para regime de produção por meio de máquinas, dentro de grandes 
fábricas. Assim, a Revolução Industrial provocou profundas modificações na 
estrutura empresarial e econômica da época. Mas não chegou a influenciar os 
princípios de administração das empresas então utilizados. 
Os dirigentes de empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam 
das demandas de uma economia em rápida expansão e tinham por modelo as 
organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores. 
E para entendermos sobre os processos administrativos dentro das 
organizações, surge o autor Henri Fayol. 
 
4) FREDERICK TAYLOR E A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA. 
A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a ênfase nas 
tarefas. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos 
métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de alcançar elevada 
eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da 
administração são a observação e a mensuração. 
A Escola da Administração Científica foi iniciada por volta de 1900 pelo 
engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna 
Teoria da Administração. Taylor teve inúmeros seguidores e provocou verdadeira 
revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial da sua época. Sua 
preocupação original foi tentar eliminar o fantasma do desperdício e das perdas 
sofridas pelas indústrias americanas e elevar o nível de produtividade através da 
aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial. 
O principal objetivo da administração deve ser o máximo de prosperidade ao 
patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. O princípio 
de máxima prosperidade para o patrão acompanhada da máxima prosperidade para 
o empregado deve ser o fim principal da Administração, sendo desnecessário 
demonstrá-lo. Assim, deve haver uma identidade de interesses entre empregados e 
empregadores. 
Com a Revolução Industrial, o número de operários aumentou 
agressivamente. Nos Estados Unidos, de 1880 a 1920, o número de trabalhadores 
industriais aumentou em, aproximadamente, quatro vezes, sendo que o número 
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inicial de empregados fabris era cerca de 2.700.000, e em 1920, apresentava um 
número de 8.400.000 de trabalhadores. 
Para exemplificar esses números, a fábrica da Ford em Highland Park 
comprovou esse crescimento em curto espaço de tempo na tabela a seguir: 
 
Ano Número de empregados 
1914 13.000 
1915 19.000 
1916 33.000 
 
 
Com esse crescimento, houve a necessidade de se criar, desenvolver e 
aplicar novos métodos e procedimentos de administração e, principalmente, de 
produção, para que as pessoas deixassem de produzir cada um a sua maneira e a 
seu ritmo. 
Taylor se tornou importante para a administração e é considerado o pai da 
Administração Científica, porque observou os principais problemas do chão de 
fábrica e aproveitou as melhores oportunidades do momento para incentivar a alta 
produtividade. 
Foi na Midvale que Taylor observou os problemas das operações fabris: 
- A administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades com o 
trabalhador; 
- Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador; 
- Muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades; 
- As decisões dos administradores baseavam-se na intuiçãoe no palpite; 
- Não havia integração entre os departamentos da empresa; 
- Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão; 
- Os gerentes pareciam ignorar que a excelência no desempenho significaria 
recompensas tanto para eles próprios, quanto para a mão de obra; 
- Havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade de produção. 
A preocupação original de Taylor foi eliminar os desperdícios e as perdas 
sofridas pelas indústrias americanas e elevar a produtividade por meio da aplicação 
de métodos, uma vez que até então, a escolha do método de trabalho era confiada 
ao próprio operário, que se baseava na sua experiência pessoal anterior para definir 
como realizaria suas tarefas. 
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O problema estava em definir um padrão diário pleno e justo para cada 
serviço. Taylor procurou determinar o que os trabalhadores deveriam realizar no seu 
trabalho com o equipamento e as matérias-primas, e isso se tornou o começo do 
que viria a ser chamado de administração científica, ou seja, o uso de um método 
científico de descoberta de fatos para determinar empiricamente as maneiras 
corretas de executar tarefas. 
A administração científica estava fundamentada na organização racional do 
trabalho para definir o método pelo qual o operário poderia se tornar eficiente em 
suas atividades. 
A Sociedade Americana dos Engenheiros Mecânicos, da qual Taylor foi 
presidente, dividiu a administração científica em três momentos: 
 
 Primeira fase Segunda fase Terceira Fase 
Ataque ao problema dos 
salários Ampliação de escopo, 
da tarefa para a admi-
nistração 
Consolidação dos prin-
cípios 
Estudo sistemático do 
tempo Proposição de divisão de 
autoridade e responsabili-
dades dentro da empresa Definição de tempos-
padrão Definição de princípios 
de administração do 
trabalho Sistema de administração 
de tarefas 
Distinção entre técnicas e 
princípios 
 
1a. FASE: Nesta fase apresentam-se problemas com salários, pois a forma como 
era feito o pagamento tinha efeito de fazer o trabalhador acreditar que seu esforço 
beneficiava apenas o patrão. Dessa forma, os trabalhadores não se empenhavam 
ao máximo. Assim, Taylor estudou sistematicamente o tempo de cada tarefa 
executada e de que maneira ela deveria ser realizada com a maior eficiência, e 
então, propôs ao trabalhador o pagamento por peça produzida e em troca o 
trabalhador teria que se comprometer a cumprir a definição do tempo-padrão 
estipulado para cada tarefa. Esse cumprimento seria administrado. 
2a. FASE: Essa fase marca o aprimoramento dos métodos de trabalho, a ampliação 
e adequação do conceito de administração científica. Por isso, torna-se necessário 
apresentar os princípios definidos para a administração científica. 
 
 
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3a. FASE: Essa é a fase mais representativa de Taylor para a administração, pois é 
a fase em que a administração científica é definida e firmada por seus objetivos: 
- Desenvolver uma ciência para cada elemento de trabalho, para substituir o velho 
método empírico. 
- Selecionar cientificamente e depois trinar, instruir e desenvolver o trabalhador, que, 
no passado escolhia seu próprio trabalho e sua própria maneira de executá-lo. 
- Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho 
seja feito de acordo com princípios da ciência que foi desenvolvida. 
- Ter uma divisão quase igual entre a administração da empresa e seus 
trabalhadores no que diz respeito a trabalho e responsabilidade. 
 
Além de apresentar os objetivos de sua proposta, Taylor também faz distinção 
entre a filosofia e os mecanismos da administração científica. Expõe que os 
mecanismos ou técnicas são: 
- Estudo dos tempos e movimentos; 
- Padronização de ferramentas e instrumentos; 
- Padronização de movimentos; 
- Conveniência de uma área de planejamento; 
- Cartões de instruções; 
- Sistema de pagamento de acordo com o desempenho; 
- Cálculo de custos. 
Para acrescentar, Taylor destacava a eficiência como conceito auxiliar da 
administração cientifica e apontava que o homem era visto como homo economicus 
Princípios da Administração 
Científica 
Seleção e 
treinamento de 
pessoal 
Cooperação entre 
administradores e 
trabalhadores 
Salários altos e 
custos baixos 
de produção 
Identificação da 
melhor maneira de 
executar tarefas 
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a constante vigilância, o treinamento e incentivos financeiros eram fatores que 
garantiam por si só uma boa produção. 
A participação de Frederick W. Taylor foi intensa na história da administração, 
e seus estudos, princípios e propostas são utilizados em muitas organizações nos 
dias atuais. Ele teve reconhecimento de muitos, e por consequência, também gerou 
alguns seguidores de seus estudos. 
Destaca-se também aqui mais um estudioso dessa época, que reforçou as 
ideias de Taylor e as incrementou: Henry Ford. 
 
4.1) A ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA. 
Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e 
tratadas cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao 
planejamento e o empirismo, à ciência. 
Sua obra deve ser analisada, principalmente, pela importância da aplicação 
de uma metodologia sistemática na análise e na solução dos problemas de 
organização, no sentido de baixo para cima. 
A Administração Científica constitui uma combinação dos seguintes 
ingredientes: 
- Ciência, em lugar do empirismo; 
- Harmonia, em vez de discórdia; 
- Cooperação, não individualismo; 
- Rendimento máximo, em lugar de produção reduzida; 
- Desenvolvimento de cada homem, no sentido de alcançar maior eficiência e 
prosperidade. 
Taylor verificou que os operários aprendiam suas tarefas por meio da 
observação dos companheiros. Notou que isso levava a diferentes métodos para 
fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas 
diferentes em cada operação. 
Esses instrumentos e ferramentas devem ser aperfeiçoados por meio da 
análise científica e um detalhado estudo de tempos e movimentos. 
Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos 
científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT). 
 
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Professor Alessandre Silva Teoria Geral da Administração 
 
4.2) A ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO (ORT). 
A – ESTUDOS DOS TEMPOS MODERNOS: O trabalho é executado melhor e mais 
economicamente por meio da análise do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de 
todos os movimentos necessários à execução de cada operação de uma tarefa 
metódica e pacientemente analisando a execução das tarefas de cada operário, 
Taylor viu a possibilidade de decompor as tarefas em uma série ordenada de 
movimentos simples. Os movimentos inúteis eram eliminados enquanto os 
movimentos úteis eram simplificados, racionalizados ou unidos com outros 
movimentos, para proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário. 
A essa análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou 
seja, a determinação do tempo médio que um operário comum levaria para a 
execução da tarefa, por meio da utilização do cronômetro. Nesse tempo médio eram 
adicionados tempos elementares e mortos (esperas, tempos de saída do operário da 
linha para suas necessidadespessoais etc.), para resultar o chamado "tempo 
padrão". Com isso padroniza-se o método de trabalho e o tempo destinado à sua 
execução. 
B – ESTUDO DA FADIGA HUMANA: O estudo dos movimentos baseia-se na 
anatomia e fisiologia humana. Foram realizados estudos (estatísticos) sobre os 
efeitos da fadiga na produtividade do operário. O estudo dos movimentos tem três 
finalidades: 
- Eliminar movimentos inúteis na execução de uma tarefa; 
- Executar os movimentos úteis com a maior economia de esforço e tempo; 
- Dar aos movimentos uma coordenação apropriada e economia de movimentos. 
Em suma, a fadiga é considerada um redutor da eficiência. Para reduzir a 
fadiga, foi proposto princípios de economia de movimentos relativos ao uso do corpo 
humano, na disposição do material no local de trabalho e às ferramentas e 
equipamentos. 
C – DIVISÃO DO TRABALHO E ESPECIALIZAÇÃO DO OPERÁRIO: Uma das 
decorrências do estudo dos tempos e movimentos foi a divisão do trabalho e a 
especialização do operário a fim de elevar sua produtividade. Com isso, cada 
operário se especializou na execução de uma única tarefa ou de tarefas simples e 
elementares. 
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A linha de montagem foi sua principal base de aplicação. Essas ideias tiveram 
rápida aplicação na indústria americana e estenderam-se rapidamente a todos os 
demais países e a todos os campos de atividades. 
A partir daí, o operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua 
maneira de trabalhar e passou a ser treinado à execução automática e repetitiva, 
durante toda a sua jornada de trabalho. 
A ideia básica era de que a eficiência aumenta com a especialização: quanto 
mais especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência. 
D – DESENHO DE CARGOS E TAREFAS: Tarefa é toda e qualquer atividade 
executada por uma pessoa no seu trabalho dentro da organização. A tarefa constitui 
a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. Cargo 
é o conjunto de tarefas executadas. 
Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos de 
executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O desenho de 
cargos é a maneira pela qual um cargo é criado e projetado e combinado com outros 
cargos para a execução das tarefas. 
A simplificação no desenho dos cargos permite as seguintes vantagens: 
- Admissão de empregados com qualificações mínimas e salários menores, 
reduzindo os custos de produção; 
- Minimização dos custos de treinamento; 
- Redução de erros na execução, diminuindo os refugos e rejeições; 
- Facilidade de supervisão, pois cada supervisor pode controlar um número 
maior de subordinados; 
- Aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior produtividade. 
E – INCENTIVOS SALARIAIS E PRÊMIOS DE PRODUÇÃO: Uma vez analisado o 
trabalho, racionalizadas as tarefas e padronizado o método e o tempo para sua 
execução, selecionado cientificamente o operário e treinado de acordo com o 
método preestabelecido, necessitava-se que o empregado colaborasse com a 
empresa adequando-se dentro dos padrões definidos. Para isso foi desenvolvido um 
plano de incentivos salariais e de prêmios de produção. 
A ideia básica era a de que a remuneração baseada no tempo (salário 
mensal, diário ou por hora) não estimula ninguém a trabalhar mais e deve ser 
substituída por remuneração baseada na produção de cada operário (salário por 
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peça, por exemplo): o operário que produzisse pouco ganharia pouco e o que 
produzisse mais, ganharia na proporção de sua produção. 
Era necessário um estímulo salarial adicional para que os operários 
ultrapassassem o tempo padrão. Era necessário criar um incentivo salarial ou prêmio 
de produção. O tempo padrão isto é, o tempo médio necessário para o operário 
realizar a tarefa racionalizada-constitui o nível de eficiência equivalente a 100%. 
Acima de 100% de eficiência, a remuneração por peça era acrescida de um 
prêmio de produção ou incentivo salarial adicional que aumentava à medida que se 
eleva a eficiência do operário. Com o plano de incentivo salarial, se obteve um custo 
de produção cada vez mais reduzido e, em consequência, maior produtividade e 
maior rendimento. 
F – CONCEITO DE HOMO ECONOMICUS: Com a Administração Cientifica 
implantou-se o conceito de HOMO ECONOMICUS, isto é, do homem econômico. De 
acordo com esse conceito, toda pessoa é influenciada exclusivamente por 
recompensas salariais, econômicas e materiais. Assim, o homem procura o trabalho 
não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida. O homem é motivado 
a trabalhar pelo medo da fome e pela necessidade de dinheiro para viver. Essa 
visão da natureza humana - o homem econômico - não se limitava a ver o homem 
como um empregado por dinheiro. 
Pior ainda: via no operário da época, uns indivíduos limitados e mesquinhos, 
preguiçosos e culpados pela vadiagem e desperdício das empresas e que deveria 
ser controlado por meio do trabalho racionalizado e do tempo padrão. 
G – CONDIÇÕES DE TRABALHO: Taylor e seus seguidores verificaram que a 
eficiência depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas 
também de um conjunto de condições de trabalho que garantam o bem-estar físico 
do trabalhador e diminuam a fadiga. As principais condições de trabalho são: 
- Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de equipamentos de 
produção para minimizar o esforço do operador e a perda de tempo na 
execução da tarefa; 
- Arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da 
produção; 
- Melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a 
ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não reduzam a eficiência 
do trabalhador; 
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- Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores, 
seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos desnecessários. 
Com a Administração Cientifica, as condições de trabalho passam a constituir 
elementos importantes no aumento da eficiência. O conforto do operário e a 
melhoria do ambiente físico (iluminação, ventilação, ruído, aspectos visuais da 
fábrica etc.) passam a ser valorizados, não porque as pessoas o merecessem, mas 
porque eram essenciais para a obtenção da eficiência trabalhadora. 
H – PADRONIZAÇÃO: Organização Racional do Trabalho se preocupou com os 
planos de incentivos salariais. Preocupou-se também com a padronização dos 
métodos e processos de trabalho, com a padronização das máquinas e 
equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias-primas e 
componentes, a fim de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo 
e assim, eliminar o desperdício e aumentar a eficiência. Padronização é a aplicação 
de normas e padrões em uma organização para obter uniformidade e redução de 
custos. 
A padronização passa a ser vital para a Administração Cientifica na melhoria 
da eficiência. 
I – SUPERVISÃO FUNCIONAL: Para Taylor, a característica mais marcante da 
administração funcional consiste no fato de que cada operário, em lugar de se 
colocar em contato direto com a administração num único ponto, isto é, por 
intermédio de seu chefe de turma, recebe orientação e ordens diárias de oito 
encarregados diferentes, cada um dos quais desempenhando sua própria função 
particular. A especialização do operário deve ser acompanhada da especialização 
do supervisor enão de uma centralização da autoridade. A supervisão funcional 
representa a aplicação da divisão do trabalho e da especialização no nível dos 
supervisores e chefes. Essa concepção trouxe muitas críticas, pois se argumenta 
que um operário não pode subordinar-se a dois ou mais chefes. 
Para Taylor, a gerência deve seguir quatro funções, a saber: 
 PLANEJAMENTO: Substituir a improvisação pela ciência, por meio do 
planejamento do método; 
 PREPARO: Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas 
aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor. Preparar também 
máquinas e equipamentos através do arranjo físico e disposição racional das 
ferramentas e materiais; 
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 CONTROLE: Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo 
executado conforme o previsto; 
 EXECUÇÃO: Distribuir as atribuições e responsabilidades, para que a 
execução do trabalho seja feita pelos operários. 
 
Diferença entre Administração e Organização. 
Ainda que reconhecendo o emprego da palavra Administração como sinônimo 
de organização, Fayol faz uma distinção entre ambas às palavras. Para ele, 
Administração é um todo do qual a organização é uma das partes. 
O conceito amplo e abrangente de Administração, como um conjunto de 
processos entrosados e unificados - engloba aspectos que a organização por si só 
não envolve, tais como os da previsão, comando e controle. 
A organização abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, 
sendo, portanto, estática e limitada. 
 
5) PRINCÍPIOS BÁSICOS DE HENRY FORD. 
Henry Ford (1863-1947) iniciou sua vida como mecânico, chegando a 
engenheiro-chefe de uma fábrica. Idealizou e projetou um modelo de carro e fundou, 
em 1903, a Ford Motor Co. 
Sua ideia era fabricar carros, antes artesanais e destinados a poucos 
milionários a preços populares dentro de um plano de vendas e assistência técnica. 
Revolucionou a estratégia comercial da época. 
Talvez o mais conhecido de todos os precursores da moderna Administração, 
Henry Ford (1863-1947), fez uma das maiores fortunas do mundo graças ao 
constante aperfeiçoamento de seus métodos, processos e produtos. Ford adotou 
três princípios básicos: 
A – PRINCÍPIO DE INTENSIFICAÇÃO: Consiste em diminuir o tempo de produção 
com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação 
do produto no mercado. 
 
B – PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do 
estoque da matéria-prima em transformação. A velocidade da produção deve ser 
rápida. 
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C – PRINCÍPIO DA PRODUTIVIDADE: Consiste em aumentar a capacidade de 
produção do homem no mesmo período (produtividade) através da especialização e 
da linha de montagem. 
 
O esquema se caracteriza pela aceleração da produção por meio de um 
trabalho ritmado, coordenado e econômico. Entre 1905 e 1910 Ford promoveu a 
grande inovação do século XX: A produção em massa. Embora não tenha inventado 
o automóvel e nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do 
trabalho: a produção de maior número de produtos acabados com a maior garantia 
de qualidade e pelo menor custo possível. Em 1913 já fabricava 800 carros por dia. 
Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do controle acionário da 
empresa. Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de 
oito horas, quando na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Utilizou um 
sistema de concentração vertical, produzindo desde a matéria-prima inicial ao 
produto final acabado. 
Por meio da racionalização da produção, idealizou a linha de montagem, que 
permitiu a produção em série. O produto é padronizado, em seu material, mão de 
obra, maquinário, a um mínimo de custo possível. As condições precedentes, 
necessárias e suficientes é a capacidade de consumo em massa, seja real ou 
potencial. Dai os preços baixos: um carro por 500 dólares. 
 
5.1) HENRY FORD E A PRODUÇÃO EM MASSA. 
A produção em massa se baseia na simplicidade. Três aspectos suportavam 
o sistema: 
- A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, ordenada e 
contínua. Não há interrupções; 
- O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de obrigá-lo a ir buscá-lo; 
- As operações são analisadas em todos os seus elementos. 
 A produção em massa é associada a Ford por ter sido desenvolvida 
principalmente por ele. Com a produção em massa, ou seja, fabricação de 
produtos não diferenciados em grande quantidade, Ford elevou ao mais alto grau os 
dois princípios relacionados a ela: peças padronizadas e trabalhador especializado, 
conforme mostra a ilustração abaixo. 
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 Ford introduziu o modelo de linha de montagem, e a primeira providência que 
ele tomou para tornar esse processo mais eficiente foi entregar as peças em cada 
posto para que os trabalhadores não precisassem ficar saindo, ele reduziu a função 
do montador em uma única função. Logo em seguida, criou-se a linha de montagem 
móvel, na qual o produto em processo deslocava-se ao longo de um percurso, 
enquanto os operadores ficavam parados. 
O Fordismo é um dos elementos que contribuem para o acervo de 
conhecimentos da história inicial da administração, em uma época onde o trabalho 
era baseado na produção em massa nas chamadas esteiras, sendo essa uma fase 
marcante para sociedade, pois ele colocou carros a preços baixos fazendo com que 
mais pessoas pudessem ter um carro, mas ele salientava que alguém poderia ter um 
carro a preço baixo desde que esse fosse o Ford de cor preta. 
Foi à possibilidade de se ter acesso a carros para classes medianas. Um 
exemplo desse tipo de carro colocado no mercado é o modelo de carro Ford T. 
 
Princípios da produção em massa 
- máquinas especializadas; 
- sistema universal de fabricação e 
calibragem; 
- controle de qualidade; 
- simplificação das peças; 
- simplificação do processo produtivo. 
- única tarefa ou pequeno número de 
tarefas; 
- posição fixa dentro de uma sequência de 
tarefas; 
- o trabalho vem até o trabalhador; 
- as peças e máquinas ficam no posto de 
trabalho. 
Peças 
padronizadas 
Trabalhador 
especializado 
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As vantagens competitivas do modelo de produção da Ford impulsionaram a 
empresa para a primeira posição na indústria automobilística mundial da época. 
Entretanto, se hoje você observar uma fábrica qualquer, de grande porte, em 
qualquer lugar do mundo, você pode constatar que Taylor e Ford se sentiriam à 
vontade, pois as fábricas funcionam colocando as propostas de ambos em prática. 
Como Taylor e Ford marcaram a história da administração e se tornaram 
modelo para as grandes organizações na década de 20? 
Veja o quadro a seguir: 
Taylor Ford 
- ênfase na eficiência do processo 
produtivo; 
- ênfase na economia de recursos. 
- linha de montagem móvel; 
- especialização do trabalhador; 
- sistema produtivo administrado de forma 
sistêmica; 
- verticalização (controle de todos os 
fornecimentos); 
- um produto para todos. 
 
6) PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA DE HARRINGTON EMERSON. 
Harrington Emerson (1853-1931), um dos principais auxiliares de Taylor, foi o 
homem que popularizou a Administração Científica e

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