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Resumidamente explique os objetivos do processo de conhecimento, cautelar e de execução.
O processo de conhecimento, tem por objetivo conhecer o direito, verificando se o autor possui ou não o direito material que afirma em juízo. Apenas declara a existência ou não de um direito, caso em que a sentença será declaratória pode ser ainda dependendo do caso, condenatória, constitutiva ou desconstitutiva.
No processo cautelar, o que se busca é afastar os riscos que possam afetar o resultado do processo principal, objetivando conservar o estado dos bens, das pessoas e das provas até a solução da lide principal, pressupondo, desta forma, um processo em andamento e por isto tem como característica a instrumentalidade, além de ser acessório e provisório.
No processo de execução o objetivo é a satisfação concreta do direito do credor, direito este declarado no título judicial ou extrajudicial. Diferentemente do processo de conhecimento, no processo de execução não se pede uma decisão de procedência ou improcedência, pois o autor já tem o direito declarado no título. O que se pede, na execução, é a realização deste direito, culminando com a satisfação do credor.
 Discorra sobre o princípio da menor onerosidade.
Este princípio tem amparo no artigo 620 do CPC. Por este artigo a execução deverá ser realizada pelo meio menos gravoso para o devedor. Isto não significa que o devedor poderá utilizar modos gravosos para o credor. Sabe-se que o fim pretendido na fase executiva é satisfazer o credor e em havendo diversos meios para este resultado deverá o juiz mandar que se faça do modo menos gravoso para o devedor, mas sem prejudicar o credor. Ou seja, deverá haver um equilíbrio entre os interesses das partes.
 Discorra sobre o princípio da efetividade.
Também denominado princípio da efetividade ou do resultado. Não cumprida a obrigação constante no título executivo espontaneamente o credor promoverá a execução, que ter por fim satisfazer seu direito, permitindo-lhe obter o mesmo resultado que teria caso a obrigação fosse voluntariamente cumprida.
O art. 612 do CPC ilustra este princípio, estabelecendo que a execução será realizada no interesse do credor, que adquire, pela penhora direito de preferência sobre os bens do executado já penhorados.
Outro artigo que pode ser citado é o art. 659, também do CPC, indicando que “a penhora deverá incidir em tantos bens quanto bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios”. Em suma, tal princípio veda que a execução ultrapasse o necessário à satisfação do direito do exequente.
 Discorra sobre os pressupostos da execução.
Existência do título executivo
É requisito absolutamente necessário para que seja possível a execução. O artigo 586 do CPC especifica que a execução deve se fundar em título de obrigação certa, líquida e exigível.
A certeza diz respeito à existência dos elementos da obrigação. Obrigação certa é aquela que traz quem são os credores e devedores e o qual o objeto que se deve.
A liquidez relaciona-se com o quantum debeatur. Trata-se da possibilidade de verificar o valor da obrigação ou a especificação do objeto da obrigação.
A exigibilidade refere-se ao cumprimento da obrigação, ou seja, deve a obrigação estar livre de condição ou termo.
Inadimplemento do devedor
O art. 580 do CPC assenta que “a execução somente poderá ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo”.
Prossegue o art. 581: “o credor não poderá iniciar a execução, ou nela prosseguir, se o devedor cumprir a obrigação; mas poderá recusar o recebimento da prestação, estabelecida se ela não corresponder ao direito ou à obrigação; caso em que requererá ao juiz a execução, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la”.
Deste modo o credor somente poderá ajuizar a execução se a obrigação contida no título executivo for descumprida. A regra é que o devedor cumpra sua obrigação, no tempo, lugar e forma estabelecida entre as partes ou determina em lei. Em não fazendo estará inadimplente. A prova de inadimplência cabe ao devedor.
Quem são os legitimados ativos diretos na execução?
a)    Credor a quem a lei confere título executivo (inc. I).
É aquele que assim figura no título executivo, seja o título judicial ou extrajudicial, podendo pleitear a prestação jurisdicional executiva.
Trata-se de legitimidade ordinária.
b)    Ministério Público, nos casos previstos em lei (inc.II).
O Ministério Público tem grande atuação na defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, ou seja, possui legitimidade para agir no âmbito do direito processual coletivo.
O membro do Ministério Público poderá promover a execução em nome próprio ou em nome do Estado, salientando-se que também deverá intervir quando, na execução, houver interesse de incapazes ou interesse público, nos termos do artigo 82 do CPC.
Trata-se de legitimidade extraordinária, pois o interesse tutelado não lhe pertence. Litiga em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesses alheios.
Diferencie a execução definitiva da execução provisória.
Pelo disposto no citado artigo, a execução será definitiva quando fundada em sentença ou acórdão transitado em julgado, que são títulos judiciais e também será definitiva quando o título for extrajudicial. Portanto, tratando-se de título judicial o trânsito em julgado da decisão (sentença ou acórdão), acarreta a execução definitiva, lembrando que o trânsito em julgado se dá a partir do momento em que não caiba mais recurso.
Nos casos de título extrajudicial será definitiva se o recebimento dos embargos do executado se der sem efeito suspensivo, que neste caso é a regra, por força da norma contida o art. 739 - A do CPC. A execução definitiva quando baseada em título judicial ocorre nos autos em que o título foi formado. Se fundada em título extrajudicial realiza-se em processo autônomo.
Será provisória a execução fundada em título extrajudicial quando os embargos do devedor forem recebidos com efeito suspensivo e se julgados improcedentes for interposta apelação, porém se aos embargos tiver sido atribuído efeito apenas devolutivo (regra) a execução prosseguirá e neste caso será definitiva.
O art. 739 - A, §1° do CPC estipula que o juiz poderá conceder efeito suspensivo aos embargos do executado se os fundamentos forem relevantes e o executado deverá também demonstrar que o prosseguimento da execução causará danos graves cuja reparação será incerta ou difícil. Deverá, para tanto, a execução estar garantida por penhora, caução ou depósitos suficientes. Também será provisória a execução se a sentença ou acórdão forem provisórios, ou seja, estiverem pendentes de recurso ao qual foi atribuído efeito suspensivo.
A execução provisória de título judicial segue as mesmas regras da execução definitiva, segundo o disposto no art. 475-O do CPC, porém possui algumas regras próprias estabelecidas em seus incisos
Já o exequente deverá, ao requerer a execução provisória, instruir a petição com as cópias da decisão (sentença ou acórdão) exequenda, da certidão de interposição de recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo, das procurações outorgadas pelas partes, da decisão de habilitação, se for o caso e de outras peças que julgue necessária.
 
Explique fraude contra credores.
É instituto de direito material, regulado pelo Código Civil nos artigos 158 a 165. Trata-se de defeito do negócio jurídico, tornando-o anulável, nos termos do art. 171, inc. II do CC.
Na fraude contra credores o devedor objetiva desfazer-se de seus bens, em prejuízo do credor, para furtar-se da responsabilidade patrimonial que a legislação processual lhe impõe, no já mencionado art. 591 do CPC. A fraude contra credores forma-se com dois elementos; o objetivo é o prejuízo do credor advindo da insolvência do devedor, e o subjetivo é a má-fé do adquirente. 
Não se exige ânimo de prejudicar credores, apenas faz-se necessário que o devedor esteja ciente que seus atos importarãoprejuízos aos credores, devido à insolvência que tais atos o levarão.
Portanto, a fraude contra credores não exige processo pendente. Requer apenas prejuízo ao credor decorrente de sua insolvência e a prova da má-fé do adquirente.
A fraude contra credores, diferentemente da fraude à execução, não poderá ser reconhecida na execução, de modo incidental. Será necessário ao credor ingressar com a ação pauliana, também denominada revocatória para que os negócios jurídicos perpetrados sob fraude contra credores possam ser anulados.
Uma vez anulados os negócios jurídicos fraudulentos o resultado reverterá em benefício de todos os credores.
 
Explique fraude à execução.
É instituto de natureza processual e suas hipóteses estão descritas no art. 593 e também no art. 615- A e parágrafos, ambos do CPC. O art. 593 considera em fraude de execução a alienação ou a oneração de bens quando pendente sobre eles ação baseada em direito real ou quando ao tempo da alienação ou oneração já havia processo contra o devedor, processo este capaz de levá-lo a insolvência.
Portanto fraude à execução pressupõe processo pendente e requer também que o prejuízo causado ao credor decorra da insolvência do devedor. Uma vez constatada, na execução, a insolvência do devedor, o juiz declara os atos praticados pelo devedor ineficazes.
E por serem estes atos ineficazes os bens alienados ou onerados em fraude à execução serão abarcados na execução como se não tivessem sido alienados e/ou onerados, ou seja, como se pertencessem ao executado. 
Trata-se de questão de ordem pública, pois é ato atentatório a dignidade da justiça, por força do art. 600, inc. I do CPC que estabelece: “considera-se como ato atentatório a dignidade da justiça o ato de executado que frauda a execução”.
O descumprimento deste dever acarreta a imposição por parte do juiz da multa prevista no art. 601, não superior a 20% do valor atualizado do débito e que será revertida em proveito do credor.
A constatação da fraude à execução é feita na própria execução, pois somente na execução é que o juiz examina se o devedor está insolvente, requisito este indispensável para que se caracterize a fraude. Se, após a citação de devedor na fase de conhecimento, ficar comprovado que houve alienação ou oneração de bens e que estas causaram a sua insolvência, o magistrado reconhecerá, na própria execução, a fraude à execução, declarando os atos ineficazes, sendo sua decisão interlocutória.
A outra possibilidade, prevista no art. 615 – A, da lei 11. 382/06 trata da possibilidade de averbação de ajuizamento de execução e da presunção em fraude de execução, do qual possibilita ao exequente obter certidão comprovando a propositura da demanda no ato da distribuição para fins de averbação no registro de imóveis, veículos e de demais bens que se sujeitam a penhora. Estas averbações deverão ser comunicadas, pelo exequente, ao juízo, no prazo de 10 dias de sua efetivação. Trata-se de presunção relativa, uma vez que o é possível que haja prova em contrário por parte dos interessados e do próprio executado.
Discorra sobre a suspensão da execução.
Sobrevindo as causas de suspensão a execução tem-se por paralisada, enquanto que a extinção enseja o encerramento do processo.
O art. 791 traz as hipóteses em que a execução será suspensa.
a) quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução, casos em que poderá se dar a suspensão total ou parcial.
b) nas hipóteses previstas no art. 265, inc. I a III, ou seja, nas causas que levam à suspensão do processo de conhecimento, a saber: morte ou perda da capacidade processual das partes, do representante legal ou procurador; pela convenção das partes e se for oposta exceção de incompetência do juízo, suspeição ou impedimento do juiz.
c) quando o devedor não possuir bens penhoráveis.
Na ocorrência de alguma destas situações a execução será suspensa, sendo vedada à prática de atos processuais, porém poderá o magistrado ordenar as medidas cautelares que considerar urgentes, segundo redação dada pelo art. 793 do CPC.
 
Discorra sobre a extinção da execução.
A finalidade da execução é a satisfação do credor ou porque cumprida a satisfação de algum modo ou porque houve a renúncia do credor.
As causas que levam o processo de execução à extinção estão descritas no art. 794 do CPC.
São elas:
a) o devedor satisfaz a obrigação e este é justamente o objetivo da execução. Extinto o crédito a execução perde o objeto e, portanto extingue-se.
b) o devedor obtém a remissão da dívida, seja por transação ou por outro meio.
c) o credor renuncia ao crédito.
Na ocorrência de alguma destas situações a execução será encerrada, porém somente produzirá efeito após ser declarada por sentença, por força do art. 795 do CPC.
O que é sentença ilíquida?
É aquela que apresenta todos os elementos identificadores da existência da obrigação, sem definir o quantum debeatur, ou seja, é título certo no que diz respeito à existência da obrigação, porém o valor da condenação não é determinado.
Em regra, não se admite sentença ilíquida, conforme artigo 459, § único do CPC, pois a execução de um título executivo tem como um dos requisitos a liquidez, nos termos do artigo 586 do CPC, porém em determinadas situações poderá o juiz preferir sentença ilíquida. Sendo ilíquida a sentença deverá haver a liquidação. É o que estabelece o artigo 475 – A do CPC.
Qual a finalidade da liquidação de sentença?
Atualmente a liquidação de sentença situa-se no processo de conhecimento e não mais no processo de execução. As alterações promovidas pelas leis 11.232/05 e 11.382/06 tornaram a execução um processo autônomo de tal forma que a execução é uma fase de um processo único, que contempla a fase cognitiva, relativa à fase de conhecimento e a fase executiva, onde se busca a satisfação do direito.
No processo de conhecimento o que se busca é a declaração de um direito, obtida por meio de uma sentença condenatória. Se o determinado pelo juiz não for cumprido espontaneamente haverá um conflito e o descumprimento acarretará a fase executiva, em que se almeja a satisfação do direito do autor, reconhecido na sentença condenatória.
A liquidação da sentença é uma fase preparatória da execução, destinada a apurar o quantum, nas situações em que o título judicial for ilíquido. Pela liquidação apura-se o valor do que foi reconhecido na sentença condenatória. Portanto, não há mais em nosso ordenamento jurídico fase autônoma de liquidação de sentença e desta forma será necessária a intimação da parte contrária.
Não se deve confundir a execução com a liquidação. O que a lei tornou possível foi a liquidação provisória enquanto pendente recurso cujo efeito foi suspensivo. Não será possível a execução provisória, mas a liquidação provisória sim. Ou seja, caso a sentença seja ilíquida, e havendo recurso, poderá a parte interessada requerer a liquidação provisória, salientando-se que, na hipótese do recurso da parte contrária ser provido, a liquidação ficará sem efeito. A execução somente terá início quando não houver recurso pendente com efeito suspensivo. 
Em quais casos o juiz pode se valer de contador judicial?
Poderá o juiz valer-se de contador judicial nas situações dispostas no art. 475 –B, §3°, quais sejam: caso a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão a ser executada e também na hipótese de serem os credores ou devedores beneficiários da assistência judiciária.
Explique a liquidação por arbitramento.
O CPC em seu artigo 475 – C estabelece as hipóteses em que é cabível a liquidação por arbitramento, especificando que esta espécie de liquidação será feita quando determinado pela sentença ou convencionado pelas partes ou ainda quando a natureza do objeto da liquidação assim exigir.
A liquidação por arbitramento implica na nomeação de um perito que irá atribuir valor a uma atividade ou a um prejuízo ocasionado por um fato, ou seja, o perito indicará o quantum debeatur.
O juiz, ao nomear o perito, indicará prazo paraa entrega do laudo, sendo possível que, após a entrega do laudo, as partes sobre ele se manifestem em dez dias, nos termos do art. 475- D, CPC.
O juiz, se necessário, poderá marcar audiência para a oitiva do perito ou, não sendo o caso, proferirá sua decisão. 
Explique a liquidação por artigos.
Será cabível a liquidação por artigos nas situações nas quais para se determinar o valor da condenação houver necessidade de alegar e provar fato novo, conforme determina o art. 475 – E, CPC.
Fato novo é o que não foi objeto de apreciação na sentença e que tenha relação com o valor devido, não podendo este fato novo acarretar a rediscussão da lide. O procedimento da liquidação por artigo é o procedimento comum (rito sumário ou ordinário), uma vez que o art. 475 – F do CPC remete-nos à regra do art. 272 do mesmo diploma.
Desta forma poderá a fase de liquidação seguir o procedimento ordinário, ainda que o processo tenha seguido o sumário. Dependerá, no entanto, do valor ou da complexidade da questão, observando-se as regras dos artigos 275 e 276 do CPC, respectivamente. O fato novo deverá ser comprovado e por isto todos os meios de prova serão admitidos. O liquidante deverá, ao elaborar a petição inicial, expor os fatos novos e se necessário o magistrado determinará a perícia. 
O devedor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar contestação e após a produção de provas, e após a sucessão de atos próprios do procedimento adotada na liquidação, se ordinário ou sumário, o juiz fixará o valor devido (quantum debeatur)
 
O cumprimento de sentença é um processo autônomo? Explique.
Pode-se concluir que o processo de conhecimento, cujo início se dá com a petição inicial do autor, não tem seu término com a sentença, e sim tem seguimento com a necessidade de se cumprir o mandamento jurisdicional, consignado pelo magistrado na sentença, caso o devedor não cumpra a obrigação. Inicia-se a fase de cumprimento da sentença, que não exige a citação do devedor.
Não se pode confundir esta unificação de fases como uma eliminação da execução quando o título for judicial. O que ocorre é cumprimento da sentença, sem a formação de um novo processo. Executa-se a obrigação contida no título, mas sem a formação do processo de execução, o que equivale a dizer que se tem a execução imediata. Já quando o título for extrajudicial haverá a formação do um processo autônomo, sendo indispensável, neste caso, a citação do devedor.
Cite as formas que o executado poderá se opor à execução.
O Código prevê que a execução de título judicial deverá ser atacada por meio da impugnação, enquanto que a execução de títulos extrajudiciais deverá ser atacada por embargos à execução. Art. 736- O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos.
A que compete requerer a execução?
Após a definição do valor devido que foi obtido por uma das formas de liquidação, o credor por petição requererá a execução da sentença condenatória e embora tal ato não esteja explicitado esta conclusão decorre de interpretação conjunta do §3º e §5º do art. 475-J, bem como pelo §3º do art. 475-O (execução provisória). Assim, ao requerer a execução o credor formulará na mesma petição o pedido de intimação do devedor para pagamento da quantia no prazo de 15 dias, de acordo com o que prescreve o artigo 475-J.
O que são astrientes?
As multas, semelhantes às do direito francês, são denominadas pela doutrina de astreintes.  São consideradas eficazes para efetivação da tutela jurisdicional.
É um mecanismo de pressão utilizado para que o devedor sinta-se compelido a realizar a prestação. Inicialmente sua aplicação restringia-se às obrigações infungíveis, estendendo-se às fungíveis até que, com a reforma efetuada pela Lei 10.444/02 que culminou na inclusão do art. 461 - A no CPC, passaram a ser utilizadas na obrigação para a entrega de coisa.
Poderá a multa fixada na sentença ser executada sem que a decisão seja definitiva? Explique.
Poderá a multa ser fixada por tutela antecipada, em caráter provisório. Mas se não for concedida desta forma, será fixada em sentença.
Se ultrapassado o prazo para que o devedor cumpra a obrigação e ele se mostrar inerte, a multa passará a incidir, porém não poderá ser executada se a decisão ainda não transitou em julgado.
Em suma, a multa incide desde o término do prazo para o cumprimento da obrigação, mas somente será executada, após decisão definitiva. Tornando-se definitiva a decisão a decisão a execução da multa será possível, cujo valor abrangerá o período decorrido desde o vencimento para cumprimento da obrigação até decisão definitiva.
O que se entende por arresto executivo?
 O arresto executivo visa justamente evitar que a tentativa frustrada de localização do devedor impeça o andamento regular da execução. Este arresto, que não se confunde com a medida cautelar, tem por finalidade garantir a execução. É medida executiva que se realiza pelo oficial de justiça, independentemente de mandado. É chamado de pré-penhora, cujos requisitos são a não localização do devedor para que seja citado, mas sim a localização de seus bens.
Mas o arresto executivo não afasta a necessidade de citação porque o § único do art. 653 do CPC manda o oficial de justiça, nos 10 dias seguintes à efetivação do arresto, procurar o devedor por 3 vezes em dias distintos e se ainda assim não o encontrar certificará o ocorrido. Tem-se então a citação ficta. E compete ao credor em 10 dias contados da intimação do arresto, solicitar a citação do devedor por edital, sob pena de perda da eficácia do arresto executivo.
O executado, após o prazo fixado no edital, deverá providenciar o pagamento da dívida e não o fazendo, o arresto será convertido em penhora, consoante art. 654 do CPC.
Todos os bens do devedor são passíveis de penhora? Explique
Não. Pois deve ser observado preferencialmente a ordem contida no art. 655 e seus incisos, bem como as restrições estabelecidas em lei no tocante à impenhorabilidade e inalienabilidade. O art. 648 do CPC veda a execução de bens considerados pela lei como impenhoráveis ou inalienáveis e o art. 649 lista quais os bens absolutamente impenhoráveis, citando-se como exemplos, o seguro de vida, os vestuários e os pertences de uso pessoal do executado, etc. 
E na falta de outros bens poderão ser penhorados os rendimentos e os frutos dos bens inalienáveis, exceção feita se destinados à satisfação de prestação alimentícia, sendo estes bens considerados como relativamente impenhoráveis.
A inalienabilidade alcança tanto os bens públicos como os particulares. Por força do art. 100 do Código Civil os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem sua qualificação e observadas as exigências legais. As regras para a inalienabilidade dos bens particulares encontram-se esparsas no CC como em leis especiais.
Utilizando-se do CC pode-se destacar o art. 1911 que cuida da cláusula de inalienabilidade, imposta por ato de liberalidade. Como lei especial destaca-se a lei 8.009/90 (Bem de Família) que trata da regras sobre a impenhorabilidade do bem de família.
 
Quanto a alienação em hasta pública, diferencie a praça do leilão.
A hasta pública é feita de dois modos; praça ou leilão. Se o objeto penhorado for bem imóvel será feita mediante praça e esta será realizada no átrio do edifico do fórum. Se tratar-se de bem móvel será feita mediante leilão que deverá ser realizado no local onde estiverem os bens ou o determinado pelo juiz (art. 686, §2°, CPC).
A arrematação é ato complexo que exige um procedimento, denominado procedimento expropriatório, composto por três fases: publicação do edital, licitação e assinatura do auto. A publicação do edital objetiva a tornar pública a alienação forçada dos bens penhorados, possibilitando a participação dos interessados na licitação.
Diferencie remição da execução de remissão da dívida.
A remição da execução é prevista no CPC, no art. 651. Trata-se de atodo devedor que poderá, antes da adjudicação ou alienação de bens, consignar ou pagar a dívida com valor atualizado, além de juros, custas e honorários advocatícios.
 A remissão da dívida é ato do credor. Trata-se de renúncia por parte do credor de seu crédito. Este perdão leva à extinção do processo de execução.
 
Pode haver prisão do depositário infiel? Explique.
O §3° do art. 666 determina a prisão civil do depositário judicial infiel, porém com a edição da Súmula Vinculante n° 25 este artigo não mais pode ser considerado.
A súmula enuncia: “é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”.
Isto não significa que o depositário não tem seus deveres. Continua a obrigação de devolver o bem quando solicitado, bem como o dever de prestar contas ao juízo, porém sua prisão não mais poderá ser decretada.
 
Decorrido o prazo para o devedor efetuar o pagamento e este não for realizado qual atitude deverá o credor tomar?
Entretanto, decorrido os 15 dias e não tendo o devedor efetuado o pagamento poderá o credor requerer a execução. Para tanto é necessário que este prazo de 15 dias seja ultrapassado. Somente transcorridos os 15 dias e não havendo o pagamento pelo devedor, poderá o credor requerer a execução, nos termos do art. 614, inc. II, artigo este que o próprio caput, parte final, do art. 475 – J nos remete.
Em síntese temos: o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa, deverá efetuar o pagamento em 15 dias, sob pena de aplicação de multa. Mantendo-se inerte, ou seja, não efetuado o pagamento ao qual está obrigado, o credor poderá dar início a execução, requerendo que seja expedido o mandado de penhora e avaliação.
Diferentemente do que ocorre na execução fundada em título extrajudicial em que há a possibilidade do exequente indicar já na petição inicial os bens que deverão ser penhorados, segundo o expresso no art. 652, §2°, na execução fundada em título judicial não há esta possibilidade. O que a lei determina é o requerimento do credor para expedição do mandado de avaliação e penhora, após a negativa de pagamento por parte do devedor, ns 15 dias. E neste requerimento é que poderá indicar bens à penhora, autorizado pelo §3° do art. 475 – J do CPC.
Quando se dá a aplicação da multa de 10% sobre o débito?
Ao ser intimado, poderá o devedor promover o adimplemento da obrigação, sob pena de lhe ser acrescido à dívida toda uma multa no percentual de 10%, de acordo com o art. 475 – J do CPC.
Impugnação é ação? Explique.
Como regra a impugnação não é ação autônoma, mas sim um incidente de execução. Apenas na hipótese do inc. VI, na qual o devedor pretende protestar pela inexistência do débito, a impugnação não será incidental, mas sim ação. Mas esta ação não será autônoma e tampouco formará um processo autônomo. Será ação incidental cuja pretensão é a extinção da própria execução.
 
Há limitação quanto às matérias que podem ser alegadas por meio da impugnação? Explique.
Sim, este mecanismo de defesa do devedor é limitado no que diz respeito ao seu conteúdo, pois o art. 475 – L enumera quais matérias poderão ser alegadas. São elas:
I - falta ou nulidade da citação se o processo correu à revelia;
II – inexigibilidade do título;
III - penhora ou avaliação errônea;
IV - ilegitimidade de partes;
V - excesso de execução;
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
Quais os recursos cabíveis contra a impugnação? Explique.
A impugnação é um incidente processual da fase de execução e sua decisão é interlocutória, mas a regra contida no § 3° do art. 475 – M mostra duas possibilidades de recurso. Se a decisão resolver a impugnação, mas não acarretar a extinção da execução o recurso cabível será o agravo de instrumento. Se a decisão importar na extinção da execução deverá ser interposta apelação.
 
O que se entende por coisa certa?
Entende-se por coisa certa a que está individuada, o objeto é determinado.
O que se entende por coisa incerta?
Por coisa incerta tem-se aquela cujo objeto é determinável pelo gênero e quantidade, sendo necessária sua individuação.
Discorra sobre o procedimento da execução das obrigações de dar coisa certa.
Tratando-se de entrega de coisa certa, a prestação será considerada cumprida quando o devedor o realizar a prestação, ou seja, entregar a coisa tal qual constante no título.
Não sendo satisfeita a obrigação caberá ao credor propor a execução, requerendo, na petição inicial a citação do devedor.
O devedor será citado para, em 10 dias, satisfazer a obrigação, podendo o juiz, ao deferir a petição inicial, fixar multa por dia de atraso (art. 621, § único, CPC).
Poderá o devedor depositar a coisa, em vez de entregá-la, caso queira opor embargos. E uma vez depositada o exequente não poderá levantá-la até que os embargos sejam julgados, por força dos artigos 622 e 623 do CPC.
Os embargos, mecanismo de defesa que o devedor se utiliza, devem ser oferecidos no prazo de 15 dias e, como regra, são admitidos sem efeito suspensivo. Portanto, dois prazos correrão nesta hipótese: 10 dias para a entrega ou depósito da coisa e os 15 dias para a oposição dos embargos.
E não sendo a coisa entregue e também não sendo depositada e sendo os embargos recebidos sem efeito suspensivo (regra), será expedido, em favor do credor, mandado de imissão de posse, tratando-se de bem imóvel ou mandado de busca e apreensão, sendo o bem móvel, como determina o art. 625 do CPC.
Situação diversa tem-se quando o executado entrega a coisa, pois tal ato extingue a execução, caso em que será lavrado o respectivo termo, mas havendo pagamento de frutos ou ressarcimento dos prejuízos a execução deverá prosseguir, explica o art. 624.
Entretanto, pode ocorrer a deterioração da coisa, a alienação ou ainda pode não ser encontrada. Para estas situações o legislador traz solução fixando, no art. 626 que se a coisa foi alienada quando já litigiosa, vale dizer, após a citação válida, será expedido mandado contra o terceiro adquirente que deverá depositá-la e após será ouvido.
Quanto à deterioração da coisa ou na hipótese de não ser achada o art. 627 concede ao credor o direito de receber o valor da coisa, além de perdas e danos. E o § único informa que se o valor da coisa não constar do título ou sendo impossível avaliá-la, o exequente poderá fazer a estimativa, submetendo-se ao arbitramento judicial.
Discorra sobre o procedimento da execução de entrega de coisa incerta.
A coisa incerta é aquela determinada pelo gênero e quantidade, devendo ser individuada e para tal deverá haver a escolha, que, como regra, pertence ao devedor, porém permite o direito material que a escolha recaia sobre o credor. As regras encontram-se no art. 244 do Código Civil cuja redação indica caber a escolha ao devedor se o contrário não resultar do título da obrigação. Também determina que não poderá o devedor dar a coisa pior e nem será  obrigado a prestar a melhor.
Conclui-se que tanto o devedor como o credor poderão determinar o objeto e com isto a legislação processual civil tratou de modo diverso a questão, no art. 629.
Se a escolha para a entrega da coisa couber ao credor, ele deverá indicá-la na petição inicial. Cabendo ao devedor, este será citado para entregar a coisa já individualizada.
Ocorre que a escolha não é absoluta podendo a parte contrária impugná-la. O prazo legal dado pelo art. 630 do CPC é de 48 horas. Havendo este incidente o juiz deverá decidir de plano ou nomear perito, se achar necessário, para após sua oitiva, decidir a questão. Trata-se de decisão interlocutória, cujo recurso cabível é o agravo de instrumento. No prosseguimento, isto é, após a escolha a execução seguirá as regras para a entrega de coisa certa, consoante art. 631 do CPC.
Explique o que ocorre na hipótese de benfeitorias.
O ordenamento jurídico processual, atento à possibilidade de alteração da coisa por parte do devedorou de quem esteja com ela, traçou regras para as hipóteses de benfeitorias indenizáveis, dispostas no art. 628. Neste caso será obrigatória a liquidação prévia. Se houver saldo em favor do devedor, o credor deverá depositar a diferença ao requerer a entrega da coisa. E havendo saldo em favor do credor, será cobrado nos autos do mesmo processo.
Explique o que são obrigações de fazer.
Obrigações de fazer são as obrigações em que o devedor assume o compromisso de realizar algo; compromete-se em uma prestação, que poderá ser fungível ou não fungível. Trata-se de obrigação positiva. Quando o objeto da prestação puder ser cumprido por qualquer pessoa a obrigação será fungível. Se a obrigação somente puder ser cumprida por pessoa determinada estamos diante de obrigação não fungível.
Explique o que são obrigações de não fazer.
Obrigações de não fazer tem como característica a abstenção. O devedor compromete-se a não fazer algo, a abster-se, a privar-se de realizar determinado ato. É, portanto, uma obrigação negativa.
 
Discorra sobre o procedimento da execução das obrigações de fazer fungível.
A execução das obrigações de fazer fungível fundamentada em título extrajudicial, e, portanto, enseja nova relação jurídica, inicia-se com o requerimento para a citação do devedor. Nos termos do art. 632 do CPC, o devedor será citado para satisfazer a obrigação no prazo determinado no título e caso o título não o especifique o juiz assinará o prazo, cumprindo ao devedor satisfazê-la.
No entanto, por ser a obrigação fungível, ou seja, aquela que permite seu adimplemento por qualquer pessoa o art. 633 confere ao credor a possibilidade de, nos próprios autos do processo,  requerer que a obrigação seja cumprida à custa do devedor ou ainda haver perdas e danos, convertendo desta forma a obrigação em indenização, caso o devedor não a cumpra no prazo assinalado pelo juiz ou constante no título que embasa a execução. Havendo a conversão em perdas e danos o valor será apurado em liquidação para que possa prosseguir a execução, que nesta hipótese será por quantia certa.
É concedida ao credor, por força do art. 637 do CPC, a preferência para executar o necessário à prestação do fato ou mandar executá-las. Este direito de preferência será exercido no prazo de 5 dias, contados da apresentação da proposta pelo terceiro.
 
Discorra sobre o procedimento da execução das obrigações de fazer não fungível.
As obrigações de fazer não fungível são também denominadas personalíssimas ou infungíveis. São aquelas que somente podem ser adimplidas por aquele que assim se comprometeu.
Pode-se dizer que, neste tipo de obrigação, nenhuma pessoa mais poderá fazê-la no lugar do devedor, devido aos seus atributos.
Desta forma a sub-rogação não será possível. Isto quer dizer que ninguém poderá substituí-lo não restando outra saída ao credor, caso a prestação não seja efetivada pelo devedor, requerer ao juiz que fixe um prazo para o devedor cumprir a obrigação.
A execução das obrigações de fazer fungível fundamentada em título extrajudicial, inicia-se com o requerimento para a citação do devedor, que recebe a ordem para fazê-la e não fazendo a obrigação converter-se-á em execução por quantia.
Em suma, caso o devedor se recuse a prestá-la ou haja mora a obrigação será convertida em perdas e danos e o disposto no art. 633 deverá ser aplicado, segundo determina o art. 638, ambos do CPC.
Tratando-se de título judicial não há que se falar em formação de novo processo, mas sim no cumprimento de sentença. O juiz adotará as medidas previstas no art. 461, §5° do CPC para compelir o devedor a cumprir a prestação.
E persistindo o não cumprimento da obrigação por parte do devedor, não havendo a possibilidade de sub-rogação dado o caráter pessoal da prestação, haverá conversão de perdas e danos, cujo valor será apurado na liquidação.
 
Discorra sobre o procedimento da execução das obrigações de não fazer.
 Sendo obrigação de não fazer o compromisso do devedor em abster-se, uma vez praticado o ato caberá o ajuizamento da execução e deverá o devedor desfazer aquilo que havia assumido não fazer e neste caso o credor deverá requerer ao juiz que estipule um prazo para que o devedor desfaça o ato, e não sendo possível desfazê-lo a obrigação resolve-se em perdas e danos, conforme art. 643 do CPC.
O art. 643 do CPC fixa que se houver recusa ou mora do devedor o juiz, a pedido do credor, mandará desfazer o ato e o devedor responderá por perdas e danos.
Tratando-se de título judicial a sentença seguirá o procedimento previsto no art. 461, por força do art. 644, ambos do CPC.
Sendo o título extrajudicial o juiz ao despachar a petição inicial, fixará a multa por dia no atraso de cumprimento e a data para a qual será devida, segundo determina o art. 645, CPC.
Os bens públicos são impenhoráveis, de modo que nas execuções contra a Fazenda Pública não pode haver expropriação de bens. Assim, como o credor tem seu crédito satisfeito? Explique.
Nas execuções cujo pólo passivo contiver entes públicos, o procedimento para a execução será especial, devido à impossibilidade de expropriação dos bens destes entes, uma vez que, por força do art. 100 do Código Civil, os bens públicos são impenhoráveis e o pagamento será feito por precatórios, em razão da previsão constitucional contida no art. 100.
Qual a consequência se a Fazenda Pública não opor embargos ou uma vez opostos forem rejeitados?
Citada, poderá a Fazenda Pública optar por não embargar. Poderá também embargar, mas o juiz, ao analisar os embargos, poderá rejeitá-los.
Diante da não oposição dos embargos pela Fazenda Pública ou de sua rejeição será o pagamento feito por precatório (art. 730, inc. I e II, CPC), seguindo-se a ordem estabelecida na Constituição Federal.
Se esta ordem cronológica não for obedecida prevê o art. 731 do CPC o sequestro da quantia necessária para satisfazer o débito, que deverá ser ordenado pelo magistrado após a oitiva do membro do Ministério Público.
Importante percebermos a diferença procedimental desta espécie de execução. A Fazenda será citada para, em 10 dias, opor embargos e não para pagar a quantia em 3 dias. 
E, na sua inércia, a consequência não é a penhora de bens, mas sim a expedição de ordem de pagamento. Isto porque a Fazenda não poderá ter seus bens penhorados e a única forma de coerção é o ofício requisitório.
 
Explique o reexame necessário, tratando-se de Fazenda Pública.
Não se trata de recurso, pois o CPC não o inclui neste rol. É um fenômeno processual, cujas hipóteses estão descritas no art. 475 do CPC. Nelas sempre há sucumbência da Fazenda Pública, ou porque as sentenças foram proferidas contra os entes que compõe a Fazenda Pública (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações de direito público) ou porque os embargos foram julgados procedentes e, portanto, houve sucumbência. Estas situações levam ao reexame necessário que é a apreciação da sentença pelo órgão superior.
Explique o procedimento da execução fiscal.
A petição inicial deverá observar as normas do art. 6° da LEF.
O despacho proferido pelo juiz, se deferi-la conterá a ordem de citação, penhora  e arresto, registro de ambas e avaliação dos bens penhorados ou arrestados, segundo prescreve o art. 7° da LEF.
O executado será citado para, em 5 dias (e não nos 3 do CPC), pagar a dívida ou garantir a execução, observadas as regras do art. 8° da lei.
Se o executado não realizar o pagamento e nem garantir a execução, a penhora poderá recair em todos os bens do executado, salvo as vedações legais no que tange a impenhorabilidade de bens. Tanto a penhora como o arresto deve obedecer à ordem de preferência contida no art. 11 da LEF.
O executado será intimado da penhora mediante publicação, sendo que se a penhora recair sobre bem imóvel deverá ser intimado seu cônjuge.
O bem penhorado será removido para deposito judicial, particular ou da Fazenda Pública exequente, desde que assim requeira.
O termo de auto de penhora realizado pelo oficialde justiça deverá conter a avaliação dos bens e se impugnada a avaliação pela Fazenda Pública ou pelo executado, antes da realização do leilão, o juiz ouvirá as partes e nomeará avaliador oficial. Não havendo avaliador oficial será designada pessoa habilitada, conforme artigos 12 e 13 da LF.
O art. 15 da lei autoriza o juiz, a deferir, em qualquer fase do processo, que o executado substitua a penhora por dinheiro ou fiança bancária e por parte da Fazenda Pública também autoriza a substituição de bens por outros, independentemente da ordem estabelecida pelo art. 11 da própria lei, além de autorizar o reforço da penhora.
É possível a adjudicação de bens pela Fazenda Pública? Explique.
 Quanto à possibilidade de adjudicação, o art. 24 assenta que poderá a Fazenda Pública fazê-la, desde que antes do leilão se a execução não foi embargada ou não foram os embargos rejeitados. Após o leilão o inc. II do citado artigo traz duas hipóteses para adjudicação pela Fazenda Pública: se não houver licitante, pelo preço da avaliação e havendo licitantes com preferência, em igualdade de condições com a melhor oferta, no prazo de 30 dias.
 
Diante da citação para pagamento da prestação dos alimentos provisionais qual atitude deverá tomar o devedor?
O devedor citado para, em 3 dias, pagar a dívida, sob pena de seus bens serem avaliados e penhorados, porém recaindo a penhora em dinheiro poderá o credor levantar mensalmente as prestações, mesmo que sejam oferecidos embargos, conforme § único do mesmo artigo.
Porém o CPC em seu art. 733 concede ao credor a possibilidade de executar a sentença ou decisão que fixa os alimentos provisionais e se esta for a opção do credor a citação conterá a ordem para pagamento e sua respectiva prova ou para justificar a impossibilidade de fazê-lo.
Diferentemente do procedimento de execução por quantia em que se tem a citação para pagamento, sob pena de penhora dos bens, o art. 733 obriga o devedor a efetuar o pagamento, fazendo a prova disto, hipótese em que a execução será extinta porque o objetivo da execução foi atingido.
Não pagando deverá justificar tal abstenção, caso em que ficará isento da prisão, mas deverá providenciar o pagamento.
Em qual hipótese caberá a prisão civil do devedor de alimentos?
Caso o devedor não pagar e não justificar o motivo do não adimplemento o art. 733 §1° cpc, autoriza o juiz a decretar a prisão por prazo que varia entre 1 à 3 meses.
Qual o recurso cabível contra decisão que decreta a prisão civil do devedor de alimentos? Explique.
O artigo 19, § 2° da Lei de Alimentos fixa: “da decisão que decretar a prisão do devedor, caberá agravo de instrumento”.
Entretanto a prisão fere a liberdade do indivíduo, que é um direito fundamental da pessoa humana e que por expressa previsão constitucional contida no art. 5°, inc. LXVIII, admite contra ela a impetração de habeas corpus.
O habeas corpus tem as regras disciplinadas pelo Código de Processo Penal e não se presta a discutir valores das prestações e aspectos pertinentes às provas. A análise ficará restrita a legalidade da prisão.
Explique a controvérsia existente no tocante a prazo da prisão civil do devedor de alimentos.
Ademais, o art. 206, §°2 do Código Civil traz regras para a prescrição, estabelecendo que prescreve em 2 anos a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
Trata-se de mais um indicativo de que o devedor não poderá estar sujeito à prisão civil se a prestação não for cobrada em tempo adequado e, lembrando, que se decorrente de ato ilícito, não pode ensejar a decretação da prisão e sim poderá ser executada na forma prevista para os títulos judiciais, observando-se o prazo prescricional.
Qual a posição do STJ em relação à prisão civil do devedor de alimentos?
Diante disto, o STJ editou a Súmula 309: “o débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso de processo”.
Quando se dá a execução por quantia certa contra devedor solvente?
O procedimento da execução por quantia certa contra devedor solvente se dá em duas etapas distintas.
A primeira fase destina-se a declarar a insolvência por sentença. Realizam-se atos cognitivos, objetivando verificar o estado econômico de devedor. Diante da afirmativa da insolvência do devedor tem-se a condição que permite a execução universal dos credores.
Na segunda fase os atos são executórios e instaura-se o concurso universal dos credores do devedor comum.
Quem pode requerer a declaração de insolvência? Explique.
O art. 753 do CPC atribui legitimidade para requerer a declaração de insolvência a qualquer credor quirografário, ao devedor e pelo inventariante do espólio do devedor.
Como se dá a insolvência requerida pelo devedor ou espólio?
O devedor ou seu espólio poderão requerer a declaração de insolvência, segundo previsão do art. 759 do CPC, bastando que sua petição inicial observe as regras contidas no art. 760 e incisos: relação nominal de todos os credores, indicando domicílio, importância e natureza dos créditos; individuação de todos os bens, com estimativa de valor de cada um deles e relatório de seu estado patrimonial. Esta petição deverá ser dirigida ao juiz da comarca do domicílio do devedor.
Como se dá a insolvência requerida pelo credor?
O credor quirografário, ou seja, aquele credor sem privilégio, cuja obrigação constante no título executivo, não foi cumprida pelo devedor, terá legitimidade para valer-se da execução contra devedor insolvente, requerendo, desta forma, a declaração judicial de insolvência do devedor.
Já o credor preferencial somente poderá requerer a insolvência se abdicar das garantias.
O credor deverá requerer a declaração de insolvência do devedor, instruindo o pedido com o título executivo judicial ou extrajudicial, conforme art. 754 do CPC. O devedor será citado para opor embargos em 10 (dez) dias.
Se o devedor mostrar-se inerte, ou seja, não oferecer os embargos ou oferecê-los intempestivamente, o art. 755 determina ao juiz a prolação da sentença em 10 (dez), porém se o devedor, neste prazo depositar a importância do crédito para discutir a legitimidade do credor, o pedido de declaração será ilidido, por força do art. 757 do CPC. Não havendo provas a sentença deverá ser proferida em 10 dias e caso haja será designada audiência de instrução e julgamento.
O art. 756 do CPC contém a matéria que poderá ser alegada pelo devedor nos embargos, podendo o devedor alegar possuir o ativo superior ao passivo (inc. II) como também poderá alegar que não pagará devido à ocorrência das causas previstas nos artigos 741, 742 e 745, todos do CPC, caso trata-se de título judicial. Tais artigos tratam dos embargos do devedor, matéria a ser estudada na próxima semana.
Quais os efeitos da declaração de insolvência?
Declarada a insolvência do devedor por sentença, tem-se o encerramento da primeira fase desta espécie de execução, cujos efeitos estão enumerados no inc. 751 do CPC.
São eles: vencimento antecipado de todas as dívidas do devedor; arrecadação de todos os bens atuais ou adquiridos durante o processo de execução, desde que suscetíveis de penhora.
Além destes efeitos, o devedor perderá o direito de administrar e de dispor os seus bens, até a liquidação total da massa, consoante art. 753 do CPC.
	
Qual o mecanismo de defesa tratando-se de títulos extrajudicial? Cite 3 características.
Para os títulos extrajudiciais o devedor terá, via de regra, outro modo de defesa. Este mecanismo é denominado embargos de devedor, disposto no art. 736 a 747 do CPC, comportando mais de uma maneira de defesa, tendo a legislação processual disciplinado separadamente os Embargos à Execução contra a Fazenda Pública, Embargos à Execução e Embargos na Execução por Carta, cada qual pertencente a um capítulo.
Determina o art. 736 do CPC que o executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos.
 Expliqueos embargos à execução contra a Fazenda Pública.
Trata-se de exceção a regra geral adotada pelo legislador para a oposição dos embargos.
Na Introdução comentamos que, como regra, para os títulos extrajudiciais o devedor terá os embargos para se defender e se for o título judicial a forma de defesa é a impugnação. Esta é a regra, porém tratando-se de Fazenda Pública o legislador criou, com a lei 11.232/05, uma exceção, qual seja: na execução contra a Fazenda Pública, seja título judicial ou extrajudicial, haverá formação de nova relação jurídica e o meio adotado para defesa do devedor deverá ser embargos.
Ou seja, ainda que a execução contra a Fazenda Pública baseie-se em título judicial a defesa de devedor também será feita por embargos à execução e não por impugnação.
Quanto ao prazo para a oposição destes embargos deve ser observado o art. 730 do CPC que traz 10 dias e, portanto não segue a regra geral de 15 dias.
Os embargos à execução contra a Fazenda Pública encontram limitação quanto à matéria a ser alegada, pois somente poderá versar sobre as listadas nos incisos do art. 741 do CPC. São elas:
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;
II – inexigibilidade do título
III – ilegitimidade de partes;
IV – cumulação indevida de execuções;
V – excesso de execução;
VI – causas impeditivas, modificativas ou extintivas da obrigação, tais como pagamento, novação, compensação, transação, prescrição, desde que supervenientes à sentença; e,
VII – incompetência do juízo da execução, suspeição ou impedimento do juiz.
Os incisos II, IV, V e VII merecem comentários.
 No caso do inc. II (inexigibilidade de título) será considerado também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou ainda fundado em aplicação ou interpretação de leis ou dos atos normativos considerados pelo STF incompatíveis com a Constituição Federal (art. 741, § único, CPC)
O inc. IV traz como matéria a ser alegada a cumulação de execuções. Convêm lembrar que cumular execuções é permitido, nos termos do at. 573 do CPC, que admite a cumulação ainda que fundadas em títulos diferentes, mas cuja forma do processo seja idêntica e competente o mesmo juízo. Se tais condições não forem observadas ter-se-á a cumulação indevida.
Quanto ao inc. V o art. 743 do CPC considera como excesso de execução as seguintes ocorrências: credor requer quantia superior ao título executado; a execução recai sobre coisa diversa da constante no título; se processa de modo diverso do determinado na sentença, credor exige o adimplemento do devedor sem cumprir a prestação que lhe cabe e se o credor não provar que a condição se realizou.
Na hipótese do inc. VII as exceções de incompetência, suspeição ou impedimento serão oferecidas juntamente com os embargos, segundo orientação do art. 742, CPC.
Explique os embargos na execução por carta.
Os embargos na execução por carta constituem exceção á regra de competência.
Quando tratar-se execução por carta o executado terá a opção de oferecê-los ou no juízo deprecante ou no deprecado, mas a competência para o julgamento dos embargos será do juízo deprecante, segundo redação dada pelo art. 747 do CPC.
Isto significa que, se o devedor optar por oferecer os embargos no deprecado, este serão encaminhados para o deprecante para julgamento.
Porém esta regra é excepcionada se os embargos tiverem por objeto vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação de bens, caso em que a competência será do juízo deprecado.
Portanto, quando a penhora foi efetivada por precatória o devedor poderá optar para pelo juízo apenas para oferecer os embargos, mas estes serão julgados no juízo deprecante, excetuando-se no caso de alegação de vícios ou defeito da penhora, que se referidos exclusivamente nos embargos, o julgamento caberá ao juízo deprecado.
É possível, na execução, o parcelamento do débito? Explique.
Sim. O executado, no prazo para embargar e tendo reconhecido o crédito em favor do exequente poderá, nos termos do art.745-A e parágrafos do CPC, requerer o parcelamento do débito até o limite de 6 parcelas mensais acrescidas de juros e correção monetária. Para tal deverá comprovar o depósito de 30% do valor que está sendo executado, inclusive custas e honorários advocatícios.
Se o juiz deferir o parcelamento os atos executivos serão suspensos e o exequente levantará a quantia depositada, porém o não pagamento de qualquer das parcelas pactuadas levará ao vencimento antecipado de todas as subsequentes e os atos executivos anteriormente suspensos, terão início, além de imposição de multa e impossibilidade de oposição de embargos.
Explique a objeção de pré-executividade.
Existem matérias que podem ser alegadas a qualquer tempo e devem ser conhecidas de ofício pelo juiz. São as denominadas matérias de ordem pública. Entretanto pode ocorrer o não acolhimento desta matéria pelo juiz, que não a conheceu de ofício. Nesta situação o devedor poderá alegar tal fato, independente de penhora.
Este incidente foi denominado pela doutrina de exceção ou objeção de pré-executividade.
Em que pese não haver previsão legal para esta objeção é tida como incidente que deverá ser apresentado no transcorrer da execução em autos apartados.
E justamente por tratar de matéria de ordem pública, o que possibilita sua alegação a qualquer tempo, não há prazo para sua apresentação.
Atualmente o conteúdo a ser alegado é mais amplo, podendo ser alegada na objeção matérias que não dependam de prova e que podem ser avaliadas pelo juiz de plano, sem serem matérias de ordem pública.
O juiz, ao receber a objeção de pré-executividade, intimará o exequente para se manifestar e após sua oitiva decidirá a questão. Se após oitiva o magistrado entender se necessária a prova o incidente é extinto, justamente porque a matéria a ser alegada em objeção é de ordem pública ou é aquela que independe de prova.
Se a prova for imprescindível o juiz remeterá a questão para a impugnação.
A decisão é interlocutória, sendo o agravo o recurso cabível, salvo se a objeção acarretar a extinção da execução, caso em que será decidido por sentença, contra qual cabe apelação.

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