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REUMATOLOGIA Aula 01 – Inaugural Parte I Definição da palavra clínica – derivada do grego Klinos Inclinado: deitado Aclive – declive Posição ideal para o nascimento, doente, morte, acrescentando sonhos, sexo e devaneios. Reumatologia Estudo do fluxo de humores de um corpo Humor – umidade, umidecere, líquido. Termos reumatológicos Omalgia: dor no ombro Esquelalgia: dor na perna Pigalgia: dor na nádega Meralgia: dor na coxa Gonalgia: dor no joelho Podagra: ataque no pé = gota Espondiloatropatia; doença articular vertebral Panarício = Paroníquia: infecção do dedo Fleimão: infecção profunda da mão, da coxa. Esclerodactilia = dedo duro Diferenciar artrite de artralgia Artralgia: apenas dor; fria, sem aumento de volume Artrite: dor + calor + rubor (eritema) + aumento de volume ou impotência funcional **artrite é sempre sinal. Artrite reumatoide, gota, etc fazem artrite. Artrite = sinovite Manifestações sistêmicas presente. Febre, mal estar, astenina Sem crepitação, com presença eritema, edema, calor local e impotência funcional Provas de atividades inflamatórias laboratoriais alteradas: VHS – PCR. Final = hipotrofia articular *após a inflamação, a cicatrização é uma hipotrofia. *processo inflamatório Artrose = osteoartrite Degeneração da cartilagem articular Lesão principal é na cartilagem articular, com presença de crepitação articular. Há mobilidade passiva indolor. Não há presença de sinais inflamatórios (frio), sem manifestações sistêmicos. As provas de atividade inflamatória são NORMAIS O processo final é a HIPERTROFIA (processo hipertrófico). Dor no início dos movimentos, melhorando com a mobilidade e desaparecendo com o repouso. Quem tem artrose dorme SEM DOR. Dor protocinética – dor que se dá no início dos movimentos. *artrite reumatoide não pega falange distal *depois que se aquece, o pcte não sente dor. *quem tem dor noturna não tem artrose. Pctes com artrose dormem bem. *imagem: ponta dos dedos (interfalangianas distais) estão crescidas. Nódulos de Heberden (interfalanges distais). *Nódulos de Bouchard acomete interfalangianas proximais *as interfalanges do meio podem ser acometidas por ambas doenças Reumatismos extra-articulares (periartrites) Tendinite Tenossinovites Bursites Apresentação: Mobilidade ativa dolorosa Mobilidade passiva indolor Provas de atividades inflamatórias NORMAIS *são doenças localizadas. Geralmente infiltrações resolvem essas situações, sem medicamentos orais (porque tem efeitos colaterais) Parte II Elementos que conduzem aos dx das artropatias Articulação – anatomia *artrose não tem osteoporose *dor é na articulação ou fora dela? *periósteo dói, osso não. *grandes articulações: tornozelo, joelhos e coxo-femoral, punho, cotovelo e ombro. *infecções somente ocorrem em grandes articulações: tb, fungos, bactérias, gonococo (possui artrotropismo inexplicável) Tempo de acometimento articular Aguda ≤ 6 semanas. Ex: trauma, gota, séptica Crônico > 6 semanas. Ex: A.R, lúpus, espondilite Numero de articulações acometidas Monoartrite = 1 Oligoartrite ou pauciartrite = 2 até 4 Poliartrite = 5 ou + Monoartrites Trauma, microcristais = gota e pseudogota (pirofosfato de cálcio), infecção (séptica) Oligoartrites = Pauciartrites São exemplos: espondiloartrites soro negativa (látex e FAN dão negativos), espondilite anquilosante, síndrome de Reiter, artrite reativa, artrite psoriática, artrite enteropática, espondiloartrite indiferenciada. Acometem o eixo vertebral, coluna Poliartrites Lupus, Artrite reumatoide e vírus. Geralmente simétricas em punho, cotovelhos, joelhos e tornozelos. Vírus faz doença aguda autolimitada. Artrite com rubor e hiperestesia – pode ser gota, artrite séptica. Toda junta muito vermelha dá este aspecto, lembrando uma maçã argentina (muito vermelha). *gota tumoral Cenário de algumas doenças em reumatologia Poliartrite fixa (mais que 6 semanas), simétrica, + de 6 semanas de duração (crônica) em : IFP (interfalangianas proximais), MCF (metacarpo falangianas), punho, joelhos, látex + ou – ARTRITE REUMATÓIDE - desvio ulnar dos dedos, mãos em sela de cavalo, dedo em abotoadura. Artrite reumatoide é hipotrofiante Comprometimento de IFD em jovens, pensar em ARTRITE PSORIÁTICA mesmo sem a lesão de pele – psoríase. - acometem por estresse. Luz, calma ajudam. No cenário, é uma doença benigna Dactilite – dedo em salsicha, sem trauma. ARTRITE PSORIÁSICA E DOENÇA DE REITER (ARTRITE REATIVA). Unha em dedal – clássico de PSORÍASE Artrite + derrame pleural e pericárdico (serosites) + lesão cutânea em área exposta ao sol (tipo vasculite) + fotossensibilidade + alopecia + unhas quebradiças + fenômeno de Raynaud + PTI (púrpura trombocitopenica idiopática) + Nefrite e lesão no SNC – LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO. - cenário clássico de LES - sinal da asa de borboleta: basicamente já faz dx de LES Artrite + uretrite + conjuntivite + lesões cutâneas (ceratodermia blenorrágica), (balanite circinada) – SÍNDROME DE REITER. - Lesões de pele em conjunto com a tríade fazem sd de Reiter. Somente as três itens ites fazem artrite reativa - tto de Reiter e reativa é igual Artrite + xerostomiai + xeroftalmia – SÍNDROME DE SJOGREN - associa-se a artrite reumatoide. - dx pela biópsia da gl lacrimal, por exemplo Oligoartrite periférica + lomabalgia + uveíte + sacroiliíte bilateral sindesmófito – ESPONDILITE ANQUILOSANTE (REUMATÓIDE) - sacroiliíte: dor na nádega. Poliartrite fixa com comprometimento de coluna cervical, até 16 anos – ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL - artrite crônica juvenil é sinônimo de reumatoide juvenil. Artrite + dor abdominal + neuropatia periférica + HAS + Hepatite B + orquite – VASCULITE = POLIARTERITE NODOSA Artrite + miopatia proximal + lesões cutâneas + heliótropo facial e Gotron + disfagia alta + edema peri-orbitário + enzimas musculares elevadas – DERMATOMIOSITE - enzimas musculares dão elevadas Artrite com calcinose + fenômeno de Raynaud + esofagopatia (disfagia baixa), espessamento de pele como Esclerodactilia e telangiectasias – CREST, com ou sem fibrose pulmonar – ESCLEROSE SISTÊMICA Artrite com dor e pouco derrame articular – LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Parte III – Pérolas Uma boa hx e um bom exame físico com conhecimento anatômico musculo esquelético é mais importante para avaliar e acompanhar os pctes com desordens reumáticas Não pedir exames laboratoriais, se você não souber o que fazer se vierem anormais. Toda inflamação aguda monoarticular, necessita de punção aspirativa para afastar artrite séptica ou cristalina. Monoartrite aguda = agulha. Qualquer paciente com inflamação crônica monoarticular, com mais de 6 semanas (crônica) de duração, cuja evolução tem falhado no dx, para definir a etiologia da artrite, necessita biópsia sinovial. Monoartrite crônica = biópsia Gota geralmente não ocorre em mulheres em pré-menopausa e não afeta coluna. Lupus acomete a mulher em idade fértil Omalgia (dor em ombro) é principalmente de causa periarticular (bursite, tendinite, ruptura de tendão) e muitas dores lombares baixas não são cirúrgicas. Pacientes com artrose em articulações não afetadas normalmente pela artrose primária: metacarpofalangeanas, punhos, cotovelos, tornozelos, necessitam pesquisar causa secundária de artrose. Fibromialgia reumática não ocorre pela primeira vez em pacientes com idade superior a 50 anos, principalmente com exames laboratoriais alterados. Todo paciente com fator reumatoide (Látex) positivo, não tem artrite reumatoide, e todo pcte com anticorpo antinuclear (ANA = FAN) positivo, não tem LES. Muitas doenças fazem estes exames alterados (FAN é imunodesregulação) No pcte com hx de doença reumática sistêmica, que apresente febre ou queixas multissistemicas, excluir infecção e possivelmente outra etiologia não reumática, antes de atribuir os sintomas e sinais à doença de base. Infecção causa morte em pcte com doença reumática mais frequentemente do que a própriadoença reumática. Dosagem de ácido úrico em check-up não está indicada. Não se trata ácido úrico elevado isolado, pelo efeito adverso dos medicamentos. Disidrose = não está relacionado a ácido úrico, relaciona-se a ansiedade Artrite crônica com radiografias ósseas normais é lúpus ou febre reumática. Exames laboratoriais normais são obrigatórios na: fibromialgia reumática, osteoartrite (artrose). Os exames de imagem radiográficas só terão valor se correlacionarem com sintomas e sinais clínicos. Em reumatologia, como toda medicina, não se trata exames, nem de imagens e nem de laboratórios. Trata-se pctes individualmente, cada caso em particular. Nada de protocolos e diretrizes. Na reumatologia e em toda medicina, todo dx é provisório, nunca definitivo. Reumatismo não é dx e sim FALTA de dx.
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