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Sistema Músculo Esquelético Curso: Medicina Profª.: Carla Paixão INTRODUÇÃO O sistema músculo esquelético é responsável pela sustentação, proteção e movimentação do corpo humano. Sua formação durante o desenvolvimento embrionário é um processo complexo e coordenado, envolvendo interações entre tecidos derivados de diferentes origens embrionárias. Compreender esse processo é fundamental para entender a origem de diversas malformações congênitas e para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas no campo da medicina regenerativa e ortopedia. Como Ocorre? 01. Quando Ocorre? EMBRIOLOGIA DO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO O desenvolvimento se inicia entre a 3ª e 4ª semana, sendo mais característica na 4ª semana (Organogênese) Após formação dos folhetos embrionários: - Mesoderma Paraxial (próximo a notocorda) – cartilagem, esqueleto axial (cabeça, região cervical e coluna vertebral). - Mesoderma Lateral – ombros, esterno, cintura pélvica e membros (MMSS e MMII). - Somitos: Esclerótomos – ventral (vértebras e costelas, escápula) e Dermomiótomos – dorsal (miótomo e dermátomo). - Crista Neural: ossos da face (cabeça e pescoço) e clavículas. 02. Cartilagem e Ossos Desenvolvimento EMBRIOGÊNESE DA CARTILAGEM CONDROGÊNESE - Começa a se formar na 5ª semana por um processo de diferenciação celular. ➢ O mesênquima se condensa para formação de centros de cartilagem – originando céls catilaginosas jovens – CONDROBLASTOS. ➢ Perifericamente – estrutura PERICÔNDRIO (tecido conjuntivo denso) – é fonte de novos condroblastos – nutrição da cartilagem. ➢ Diminuição da síntese – CONDRÓCITOS – células maduras/adultas = CARTILAGEM Reveste as articulações, impedindo que os ossos se choquem. Dá suporte aos tecidos moles e a várias partes do corpo, como nariz, orelhas e traqueia. Funções da Cartilagem Absorve impactos e reduz atrito entre os ossos. Essencial para o crescimento dos ossos longos, tanto intra-uterino como após o nascimento. Amortecimento Proteção Sustentação Formação e Crescimento dos ossos É um tecido conjuntivo que protege os ossos e articulações, além de dar suporte e forma a várias parte do corpo, é resistente e flexível, mas não tão rígido quanto o osso. Tipos de Cartilagens ➢ Cartilagem Hialina: fibra predominante é o colágeno II e está presente nas articulações. ➢ Cartilagem Fibrosa: fibra predominante é o Colágeno I e está presente nos discos intervertebrais. ➢ Cartilagem Elástica: fibra predominante é a elástica e está presente na orelha externa. EMBRIOGÊNESE DOS OSSOS (Esqueleto Axial e Apendicular) OSTEOGÊNESE – Entre a 6ª e 7ª semana e sua formação ocorre de duas formas: 1) Ossificação Intramembranosa - Formação direta do osso a partir do tecido conjuntivo (mesênquima) sem cartilagem. - Ossos do crânio (frontal e parietal), face e parte da clavícula. 2) Ossificação Endocondral - Formação óssea a partir de um molde de cartilagem hialina, que é gradualmente substituído por osso. - Ossos longos (fêmur e úmero), vértebras e pelve. Ossificação Intramembranosa Como Acontece? Mesênquima → Osteoblastos → Osteócitos → Osteoclastos → Osso 1) Células mesenquimais se diferenciam em OSTEOBLASTOS. 2) Osteoblastos produzem matriz óssea – OSTEÓIDE. 3) A matriz se mineraliza e os osteoblastos viram OSTEÓCITOS. 4) Formação de trabéculas ósseas, e depois OSTEOCLASTOS, osso compacto. Ossificação Endocondral Como Acontece? Cartilagem → Degeneração → Osteoblastos → Osso 1) Molde de cartilagem hialina é formado. 2) Cartilagem no centro começa a se degenerar e calcificar. 3) Invasão de vasos sanguíneos – entrada de osteoblastos. 4) Osteoblastos substituem cartilagem por tecido ósseo. 5) Centros de ossificação primário (diáfise) e secundários (epífise) se desenvolvem (fêmur e úmero). A ossificação dos membros inicia no final do período embrionário. No nascimento, as epífises são cartilaginosas, só ossificam a partir do 1º ano de vida. Cartilagem epifisária = crescimento. Ossificação do Crânio A ossificação do crânio é mista, ou seja, envolve dois tipos de ossificação: intramembranosa e endocondral, dependendo da região do crânio. O início de sua formação se dá entre a 4ª e 8ª semana. Composto por 2 partes: ➢ Neurocrânio (forma a caixa craniana) ➢ Viscerocrânio (forma os ossos da face) Neurocrânio - Cartilaginoso: que forma os ossos da base do crânio (calota craniana) através da ossificação endocondral. - Membranoso: que forma os ossos chatos através da ossificação intramembranosa. - No período fetal esses ossos estão separados por membranas de tecido conjuntivo denso, somente depois eles se aproximam e formam as suturas (sagital, coronal, transversal) Fontanela anterior - 1 ano e meio de idade Fontanela posterior – 2 meses de vida Viscerocrânio - Membranoso: proeminência maxilar do primeiro arco faríngeo, porção escamosa do osso temporal, maxilar e osso zigomático. - Cartilaginoso: componentes dos dois primeiros arcos faríngeos, estribo, processo estiloide do osso temporal, ligamento estilo-hióideo, pequeno corno e a parte superior do osso hioide. Ossificação da Coluna Vertebral - Através da notocorda, temos um molde para a formação da coluna vertebral e faz isso em torno do tubo neural. A medida que essa coluna vertebral vai se formando, a notocorda vai se degenerando e formando o núcleo pulposo, que compõe o disco vertebral. - 6ª semana - centros de condrificação – esqueleto cartilaginoso. - 7ª semana – centros de ossificação 1) Formação do esclerótomo: Durante o desenvolvimento embrionário, células dos somitos (esclerótomos) migram para formar os corpos vertebrais e os arcos vertebrais. Essas células se tornam cartilagem → formam o molde cartilaginoso da vértebra. 2) Ossificação endocondral: Começa na cartilagem hialina. Centros primários de ossificação aparecem na 10ª semana intrauterina, geralmente: •1 no centro do corpo vertebral •1 em cada metade do arco neural (direito e esquerdo) 3) Fusão dos arcos e corpo vertebral: Os arcos vertebrais se fundem entre si por trás (posteriormente), depois se unem ao corpo vertebral (anteriormente), geralmente após o nascimento. 4) Centros secundários de ossificação: Aparecem na puberdade (em torno dos 12–16 anos) e incluem: •Extremidades do corpo vertebral •Processos espinhosos •Processos transversos Esses centros se ossificam e se fundem ao restante da vértebra por volta dos 25 anos. Ossificação das Costelas, Esterno e Membros - Ossificação das Costelas: • Tipo: Principalmente ossificação endocondral. • Como ocorre: • As costelas se desenvolvem a partir de condensações mesenquimais nos somitos → formam cartilagem. • Essa cartilagem é gradualmente substituída por osso. • Ossificação começa no meio da costela (centro primário) durante a vida fetal. • Extremidades (junções com vértebras e esterno) mantêm cartilagem até a vida adulta → importante para flexibilidade. Cartilagens costais (as que se ligam ao esterno) não se ossificam completamente – permanecem cartilaginosas por toda a vida (exceto em casos de calcificação com a idade). - Ossificação do Esterno: • Tipo: também ossificação endocondral, mas com algumas variações. • Como ocorre: • Se desenvolve a partir de duas barras esternais que se formam na linha média e se fundem. • Ossificação começa por volta da 6 semana intrauterina. • Possui vários centros de ossificação primários, um para cada segmento (manúbrio, corpo esternal e processo xifóide). • A fusão entre os segmentos ocorre progressivamente após o nascimento e pode se estender até os 25-30 anos. - Ossificação dos Membros: • Tipo: também ossificação endocondral, Se inicia nos ossos longos na 8ª semana do desenvolvimento. Membros Superiores (braço, antebraço, mão) • Ossos como úmero, rádio, ulna, metacarpos e falanges: • Começam com centros primários de ossificação (diáfises) na vida fetal. • Centros secundários aparecem nas epífises após o nascimento. • As epífises se fundem com a diáfise geralmente entre 15–25 anos. MembrosInferiores (coxa, perna, pé) • Ossos como fêmur, tíbia, fíbula, metatarsos e falanges: • Mesma lógica: molde de cartilagem → ossificação endocondral. • Fêmur e tíbia são os primeiros a começar a ossificar no embrião. • Fêmur tem centros secundários em cabeça e trocânteres. DESENVOLVIMENTO DAS ARTICULAÇÕES ➢ As articulações são conjuntos de estruturas que unem dois ou mais ossos em suas superfícies de junção. ➢ Desde as simples até as mais complexas, bem como as membranas sinoviais, cápsulas e ligamentos são derivados do mesênquima. Podem apresentar pouco ou nenhum movimento, ou livre movimento entre os ossos. Sendo classificadas em: 1) Sinartroses: articulações com pouco ou nenhum movimento (crânio) 2) Diartroses: articulações de movimento livre entre os ossos (joelho e cotovelo) Muscular Desenvolvimento EMBRIOGÊNESE DOS MÚSCULOS MIOGÊNESE – processo de desenvolvimento do tecido muscular. Por volta da 4ª semana, no mesênquima embrionário. • MIOBLASTOS (células musculares primitivas) se alinham e se fundem, formando miotúbulos. • Os miotubos amadurecem e viram fibras musculares estriadas. Durante esse processo: • Formam-se os sarcômeros (unidades contráteis). • A inervação começa a se estabelecer (e influencia o crescimento muscular). Existem três tipos de musculatura no nosso corpo 1) Músculo estriado esquelético → mesoderma paraxial 2) Músculo estriado cardíaco → mesoderma lateral (esplâncnico) 3) Músculo liso → mesoderma lateral (esplâncnico) Músculo estriado esquelético ➢ Todo aquele que está sob o controle do sistema nervoso central. ➢ Na 7ª semana do desenvolvimento, grande parte está formada e, na semana seguinte, começam a ocorrer movimento fetais. O mesoderma paraxial segmenta-se em somitos. Cada somito se divide: ▪ Esclerótomo → parte ventral - forma vértebras e costelas. ▪ Dermomiótomo → parte dorsal O dermomiótomo se subdivide em duas camadas: ▪ Dermátomo → camada externa - forma derme (fibroblastos). ▪ Miótomo → camada interna - dá origem às células musculares (mioblastos). - O sistema muscular, assim como o ósseo, também é derivado dos somitos do mesoderma axial. Porém, são originados dos MIÓTOMOS. Miótomos → Mioblastos → Músculo Esquelético O miótomos possuem uma subdivisão em duas regiões: 1) Epixial (epímero dorsal): formará músculos segmentares da maior parte do eixo do corpo, extensores da coluna e pescoço 2) Hipoxial (hipômero ventral): formará músculos intercostais e abdominais, escalenos, pré-vertebral, infra e geno hióide. Músculo estriado cardíaco ➢ Esse tecido forma-se a partir do mesoderma esplâncnico do tubo endocárdico. Por volta da 3ª semana (miocárdio primitivo) – Por volta da 4ª semana (ciclo cardíaco). ➢ É o tecido que forma o miocárdico, a camada muscular do coração. Responsável pelas contrações involuntárias e rítmicas do coração. ➢ A musculatura lisa diferencia-se a partir do mesoderma esplâncnico, está presente em vários órgãos e vasos sanguíneos. 7ª a 8ª semana. Músculo liso MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS MÉTODO DE PONSETTI – correção do pé torto congênito REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) MOORE K. L, PERSAUD T. V. N; TORCHIA M. G; Embiologia Clínica. 9ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. (Capítulos 14 e 15) 2) GARCIA S. M. L; FERNANDEZ C. G; Embriologia. 3ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2012. (Capítulos 36 e 37) Slide 1: Sistema Músculo Esquelético Slide 2: INTRODUÇÃO Slide 3: 01. Slide 4 Slide 5: Cartilagem e Ossos Slide 6: EMBRIOGÊNESE DA CARTILAGEM Slide 7: Funções da Cartilagem Slide 8: Tipos de Cartilagens Slide 9: EMBRIOGÊNESE DOS OSSOS (Esqueleto Axial e Apendicular) Slide 10: Ossificação Intramembranosa Slide 11: Ossificação Endocondral Slide 12 Slide 13: Ossificação do Crânio Slide 14: Neurocrânio Slide 15: Viscerocrânio Slide 16: Ossificação da Coluna Vertebral Slide 17 Slide 18 Slide 19: Ossificação das Costelas, Esterno e Membros Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23: DESENVOLVIMENTO DAS ARTICULAÇÕES Slide 24: Muscular Slide 25: EMBRIOGÊNESE DOS MÚSCULOS Slide 26 Slide 27: Músculo estriado esquelético Slide 28 Slide 29: Músculo estriado cardíaco Slide 30: MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Slide 37